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Conceito de Estratégia e de

Vantagem Competitiva
Adriella Santos

Introdução
Imagine que você é o gerente de operações de uma empresa dos anos 90, do setor automobilístico, na qual os
consumidores têm preferência por carros grandes e pujantes, mas a sua empresa ainda não fabrica o produto
que chegou ao mercado atraindo a todos. Como se tornar competitivo?
Desenvolver e planejar estratégias é uma questão de sobrevivência, sobretudo diante de um mercado que sofre
constantes variações. A partir de agora, vamos conhecer os conceitos e o processo de planejamento pelo qual
passa uma organização para se tornar competitiva.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Reconhecer os conceitos de estratégia e vantagem competitiva, assim como suas diferenciações e
aplicabilidade na organização e também no mercado.

O que é estratégia?
Há aproximadamente 3000 anos, o general chinês Sun Tzu falava sobre estratégia, apresentando-nos um cenário
perfeito, ainda hoje, para entendermos por que ela é importante para toda e qualquer organização.É por meio da
estratégia que a empresa planeja como competir diante de um mercado altamente competitivo.
A estratégia de operações está relacionada com o processo de transformação total, ou seja, com todo o negócio:
conforme o ambiente competitivo muda, a operação precisa desenvolver meios afim de atender os desafios
atuais e futuros. Não existe um consenso sobre a conceituação do tema, os autores possuem diferentes visões e
definições sobre isso.

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Figura 1 - Empresas estratégicas
Fonte: Stokkete, Shutterstock, 2020

A estratégia de operações é uma atividade que começa de baixo para cima, na qual melhorias em operações, de
forma cumulativa, montam a estratégia, além de traduzir os requisitos de mercado em decisões de operações
(SLACK, 2009 p. 35).
Os conceitos de estratégia variam de acordo com as particularidades das pessoas que definem os termos que o
envolvem, assim estratégia é:
· “Padrão ou plano que integra as principais metas, políticas e sequência de ações em uma organização em um
todo coerente.” (MINSTZBERG e QUINN, 2001 p.24).
· “Padrão de decisões de uma empresa, o qual determina e revela seus objetivos, propósitos, metas, principais
políticas e planos para atingir os objetivos em questão.” (ANDREWS, 1991).
A aplicabilidade da formulação de uma estratégica se dá, sobretudo, em pensar no cliente, no consumidor.
Atender as necessidades do consumidor final é considerar cada detalhe, pois eles são primordiais na
implantação da melhor estratégia. Também é necessário que as decisões sobre estrutura e investimentos sejam
assertivas.
Mintzberg (2007) apresenta cinco definições sobre estratégia, os cinco P’s: plano, pretexto, padrão, posição e
perspectiva.

Plano e pretexto
O plano possui características que são criadas antes das ações às quais vão se aplicar, e são desenvolvidas
conscientemente, funcionando como um “pretexto” específico para superar um oponente ou concorrente.

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Figura 2 - Planejamento estratégico
Fonte: marchmeena29, iStock, 2020

Pensemos em uma corporação pode ameaçar a expansão de capacidade da sua fábrica com intuito de
desencorajar um concorrente a construir uma nova fábrica. Neste caso, temos uma estratégia real, ou seja, a
intenção real é a ameaça, não a expansão em si.

Padrão
Uma vez pretendida, a estratégia certamente será realizada, sendo assim, o plano não é suficiente. A estratégia
como padrão significa corrente de ações, de maneira que essa estratégia passe a ser consistência no
comportamento, pretendida ou não.

FIQUE ATENTO
As definições de estratégia como plano e padrão podem ser independentes uma da outra:
planos podem não se realizar, enquanto que padrões podem aparecer sem serem
preconcebidos.

Posição
É a estratégia como força mediadora. Dessa forma, é possível pré-selecionar uma posição e aspirar a ela por meio
de um plano (pretexto), ou pode ser encontrada por meio de um padrão de comportamento.

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Perspectiva
A estratégia é, ainda, uma maneira fixa de olhar o mundo, é aquilo que a personalidade é para o indivíduo. Assim,
na perspectiva, a estratégia é um conceito, de maneira que todas elas são abstratas, existem apenas na cabeça
das partes interessadas.
A definição de estratégia, segundo Porter (1992), está em desenvolver uma fórmula ampla para o modo como
uma empresa irá competir, definir quais deveriam ser as suas metas e quais são as políticas necessárias para
levar-se a cabo estas metas. Assim, trata-se da criação de uma posição exclusiva e valiosa, envolvendo um
conjunto de diferentes atividades. Estratégia é efetuar trade-offs ao competir e escolher o que não fazer.

Como aplicar a estratégia?


Uma boa estratégia exige critérios, assim, a estratégia utilizada no passado para determinado fato, não
necessariamente é um critério para julgá-la. Os critérios de avaliação de estratégia incluem clareza, impacto
motivacional, consistência interna, compatibilidade com o ambiente, adequação à luz dos recursos, grau de risco,
combinação dos valores pessoais com os principais números, horizonte de tempo e funcionalidade. Estes são
alguns critérios estabelecidos por Tilles (1993) e Chirstensen et. al (1978). Percebemos que muitos autores se
dedicaram a definir, entender e compreender a estratégia a fim de melhorar os serviços, personalizar a
organização e torná-la mais competitiva e apta a enfrentar as mudanças de mercado e concorrentes.
Slack e Lewis afirmam que decisões estratégicas estabelecem objetivos que direcionam uma empresa para o seu
objetivo global, planejando o caminho (meios) que a fará alcançar esses objetivos, dando ênfase ao longo prazo e
lidando com o quadro geral (não com atividades individuais).

SAIBA MAIS
Um dos primeiros a escrever sobre estratégia foi Philip Selznick (1957), que escreveu sobre o
“caráter” de uma organização – que é construído diretamente.

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Figura 3 - Estratégia em equipe
Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2020

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EXEMPLO
Uma organização A que mantém seu custo baixo, pouca diferenciação, esta certamente
manterá um lucro substancial uma vez que qualidade e desempenho exigem investimentos
altos. Uma organização B por outro lado decide manter -se no centro de toas as estratégias, ela,
estará finada ao fracasso, seu planejamento será um fiasco e com curva negativa, pois esse tipo
de empresa está inserido em nível organizacional com zero embasamento técnico e estratégico.

O que é vantagem competitiva?


Quando uma empresa está à frente no mercado com relação aos seus concorrentes, é porque ela tem vantagem
competitiva, ou seja, existe um motivo pelo qual o cliente fez a escolha por determinada empresa e não outra,
que possivelmente é a concorrente indireta ou direta. Assim, vantagem competitiva é a condição que diferencia
uma empresa da outra. O sucesso de uma organização está relacionado à vantagem competitiva e o que leva a
essa vantagem é a estratégia utilizada pela empresa.
Para Porter (1992), a vantagem competitiva surge fundamentalmente do valor que uma empresa consegue criar
para seus compradores e que ultrapassa o custo de fabricação pela empresa. Obter desempenho acima da média
a longo prazo é, portanto, crucial para que se consiga uma vantagem competitiva sustentável, assim uma
empresa pode ter pontos fortes e fracos com relação aos seus concorrentes, mas o que pode ser uma vantagem
competitiva para ela é seu baixo custo e diferenciação.

FIQUE ATENTO
A cadeia de valores é um instrumento básico para diagnosticar a vantagem competitiva e
encontrar maneiras de identificá-la.

Tipos de vantagem competitiva


Para Porter (1992), existem cinco forças competitivas que determinam a intensidade da competição em
determinado setor.

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Figura 4 - Forças competitivas
Fonte: PORTER, 1992

• Ameaça de novos concorrentes:um novo concorrente pode sentir facilidade ou dificuldade ao começar a
fazer negócios em um setor.
• Pressão de produtos substitutos:trata-se da facilidade com a qual o comprador pode substituir um tipo de
produto ou serviço por outro, por exemplo: o impacto nas empresas de segurança, causada pelos sistemas de
alarme eletrônico que ofereceram proteção equivalente por um preço substancialmente inferior.
· Poder de barganha dos fornecedores:quando os fornecedores têm um poder de barganha semelhante ao dos
compradores.
• Poder de barganha dos compradores:nem todos os compradores são iguais. Assim, os compradores
adquirem algumas forças quando exercem algumas ações descritas por Porter, como quando compram em
grandes volumes, o que lhes permite exigir melhores preços unitários.
A estratégia e a vantagem competitiva se assemelham, pois se completam.Assim, a vantagem competitiva exige
que a organização esteja com seus planejamentos bem estruturados e com estratégias bem definidas.

Fechamento
Vimos, neste tema, os conceitos de estratégia e vantagem competitiva, e aprendemos a diferenciá-los e a os
correlacionar, uma vez que a estratégia leva à vantagem competitiva. A estratégia da empresa certamente
direcionará para onde ela quer ir. Uma empresa que tem seus planejamentos bem definidos conseguirá se
consolidar no mercado e está à frente de seus concorrentes diretos. O gerenciamento e desenvolvimento dos
profissionais de uma organização passa pelo planejamento, pela estratégia, uma vez que conhecidos
antecipadamente os resultados a serem alcançados, haverá engajamento.
O planejamento operacional ou estratégia é a formalização, portanto, das metodologias de desenvolvimento e de
implementação de resultados específicos a serem alcançados pelas áreas funcionais. Não se pode esquecer que
todo o esforço para chegar à competitividade, passa pelo bom planejamento estratégico. Assim, vale perceber
que em um ambiente altamente competitivo, uma organização que atrai consumidores é aquela que tem a maior
capacidade de reação, portanto, deve-se priorizar os processos em que as demandas são atendidas.

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Referências
MINTZBERG, H. O processo da estratégia: conceitos, contextos e casos selecionados. Porto Alegre, 2007.
MARTINS, T. Estratégia e competitividade. Curitiba, Intersaberes,2013.
PORTER, M. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. Rio de Janeiro, 1992.
SLACK, N. Estratégia de operações. 2 ed. Porto Alegre; Bookman, 2009.

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Conceitos Básicos de Estratégia
de Operações e Formulação de
Estratégia de Operações
Adriella Santos

Introdução
Você já pensou que em toda organização, a maioria de seus recursos são distribuídos para criação dos produtos e
serviços? Operações têm a ver com essa distribuição, uma vez que na construção desses recursos, inclui-se o
consumo de muito tempo e também energia da empresa. Vamos conhecer um pouco sobre a gestão de operações
e suas estratégias, pois ela está no centro do gerenciamento.
Toda organização possui uma função de operações, uma vez que todas estas produzem mercadorias e serviços.
Quando falamos de operações, podemos relacioná-las a aspectos estratégicos, uma vez que se na organização
houver um setor de operações, esta área deverá está alinhada com os objetivos estratégicos da empresa.
Estudaremos essas questões a seguir.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Conhecer os conceitos de estratégia de operações e classificar quais são as utilizadas na gestão de
operações, bem como discutir a aplicação delas.

O que são operações?


As operações transformam recursos de entrada (input) em saídas de produtos e serviços (output). Em uma
companhia aérea, por exemplo, temos como input: avião, piloto e equipe de vôo, equipe em terra, passageiros e
carga; como processo de transformação, temos o transporte de passageiros e carga; por último, o output são os
passageiros e cargas no destino.

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Figura 1 - Brainstorm
Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2020

Tanto a fabricação como o serviço são processos de operações. Em todas as funções centrais de uma organização,
haverá operações, e em todas as funções de apoio. Para Slack e Lewis (2009, p. 16), qualquer operação pode ser
vista como parte de uma grande rede de operações.

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Figura 2 - Processo de operações
Fonte: johnkworks, Shutterstock, 2020

A gestão de operações desempenha um papel muito importante em toda organização, pode-se dizer,
fundamental. Assim, o responsável da área é aquele que toma decisões referentes aos recursos e processos que
entram na empresa, a saber: energia, trabalho, matérias-primas, capital e informação – estes resultarão no
produto final. Desta forma, faz-se necessário que a gestão de operações seja levada a sério, e não pode ser
descuidada; do contrário, as consequências podem ser fatais para a organização. A eficiência na tomada de
decisões pode garantir um bom resultado para organizações que buscam, sobretudo, por inovação e desejam ser
competitivas.
Quando falamos em gestão de operações, também estamos nos referindo à gestão de negócios e, portanto, à
tecnologia da informação. Portanto, otimizar os resultados da organização passa pelo aperfeiçoamento dos
processos, envolvendo assim as diversas atividades realizadas dentro da organização. Na gestão de operações, se
revê, melhora e padroniza os processos, garantindo a participação de todos e a eficácia da qualidade adotada
pela empresa.
Para Ritzman (2004), operações ou gestão de operações são a direção e controle dos processos que transformam
insumos em produtos e serviços. Assim, a gestão de operações está na base de todas as áreas funcionais, uma vez
que os processos estão em todas as atividades empresariais.
Slack et al. (2009) define operações como a atividade de gerenciamento de recursos e processos que produz e
entrega mercadorias e serviços. Para o autor, qualquer operação pode ser vista como parte de uma grande rede
de operações.
Fusco e Sacomano (2007) afirmam que o sistema de operações corresponde à parte ativa da empresa que está
diretamente engajada em torná-la competitiva e obter sucesso em vendas de bens e serviços para o mercado
consumidor.

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FIQUE ATENTO
“Operações” não é o mesmo que “operacional”. “Operacional” se opõe ao estratégico, tem curto
prazo, é cotidiano, localizado. A gestão de operações, por sua vez, tem a ver com o que a
operação tem que fazer diante do ambiente competitivo, estando apta para os desafios atuais e
futuros.

O que é estratégia de operações?


Primeiramente, precisamos definir o que é estratégia, para então entendermos do que se trata a estratégia de
operações. Vale lembrar que o gerenciamento de operações de uma empresa pode fazê-la evoluir ou quebrar,
assim, um bom gerenciamento de operações poderá contribuir na estratégia do negócio. Desta maneira, temos
que estratégia é um padrão balizador na tomada de decisões, que eleva o nível de uma organização, com o
objetivo de fazê-la alcançar seus objetivos de longo prazo e, então,se tornar mais competitiva. Estratégia
determina os objetivos gerais que direcionam uma empresa, além de planejar o caminho que levará ao alcance
desses objetivos.

FIQUE ATENTO
Todas as partes da empresa gerenciam os processos, de modo que todas têm uma função de
operações e precisam entender o gerenciamento dessas.

A estratégia de operações, portanto, possui pelo menos quatro perspectivas:


1. Perspectiva dos recursos da operação: o que os recursos da operação podem fazer. Considera, portanto, as
competências e capacidades centrais como principal influência para a estratégia.
2. Perspectiva do mercado: o que o posicionamento do mercado requer; a posição de mercado é influenciada
pelos clientes e concorrentes. Assim, a produção visa satisfazer os clientes, desenvolvendo seus objetivos de
desempenho.
3. Perspectiva top-down (de cima para baixo): o que as empresas desejam que as operações façam.
4. Perspectiva bottom-up (de baixo para cima): o que a experiência diária sugere que as operações devam fazer.
Molda os objetivos e ações da produção.

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SAIBA MAIS
Alguns estudos de casos ajudam a compreender melhor a estratégia de operações e a gestão de
operações. Conheça um pouco da história da Dresding Wilson – empresa que fornece soluções
técnicas para o setor de saúde.

Figura 3 - Rede de ideias


Fonte: Jelica Videnovic, Shutterstock, 2020

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EXEMPLO
Com um sistema avançado no gerenciamento de estoques suportado por tecnologia de
informação sofisticada, a 7-Eleven tem mantido um crescimento por anos. No Japão, as últimas
décadas foram marcadas por estagnação econômica e grande falta de confiança do consumidor
no setor varejista, porém a 7-Eleven tem sido exceção, sendo uma cadeia franqueada de lojas
de conveniência com mais de 11.500 lojas no Japão. A sua manutenção está marcada pelo
crescimento de lucros em alto nível, tendo se tornado a maior varejista do Japão. (SLACK e
LEWS, 2009, p. 58).

Quais as áreas de estratégia de operação?


O que chamamos de áreas da estratégia de operações, na verdade são os níveis da estratégia empresarial, que
são: estratégia corporativa, de negócios e funcionais.

Figura 4 - Mesa de estratégia


Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2020

· Estratégia corporativa: define a estratégia da organização como um todo;identifica oportunidades e ameaças


externas e de que forma reagir a elas;visa identificar em que negócio a empresa irá atuar.
· Estratégia de negócios: direcionado em como competir no mercado escolhido;define a estratégia para obter
vantagem competitiva, assim obtendo um nível sustentável de lucratividade.
· Estratégia funcional: define a estratégia das diversas áreas da empresa;são programas com ações voltadas às
diversas áreas a fim de obter resultados desejados pela organização para o desenvolvimento de competências

específicas, e até mesmo anular as capacidades de seus concorrentes. As mais comuns são as estratégias

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específicas, e até mesmo anular as capacidades de seus concorrentes. As mais comuns são as estratégias
financeiras, de recursos humanos, distribuição, produção e marketing.

Fechamento
De forma geral, a estratégia de uma organização se constitui de um conjunto de políticas e ações de médio e
curto prazo com objetivo de atingir metas. A qualidade e produtividade dos processos de uma organização irão
definir o seu sucesso, uma vez que todo o processo de produção ou até mesmo a prestação de serviços utiliza
materiais, instrumentos de trabalho e o trabalho humano. Todos juntos, se trabalhados com eficiência e eficácia,
irão contribuir com a estratégia.

Referências
LÉLIS, E. (org.). Administração da produção . São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012 SLACK, N.;
CHAMBERS; JOHNSTON, R.; BETTS, A. Gerenciamento de Operações e de Processos. 2 ed. Bookman, 2013.

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Evolução da Gestão de Operações
Adriella Santos

Introdução
Na segunda metade do século XVIII, na Inglaterra, o desenvolvimento de uma nova economia eclodiu, com o
aparecimento de fábricas e de invenções. Imagine você vivendo numa época onde tudo era produzido por mãos,
de forma artesã, e de repente, tudo muda e você precisa se adaptar às mudanças que significam trilhar por
caminhos de máquinas, como se comportar?
O surgimento da máquina a vapor foi uma das invenções que revolucionou a época, inventada por James Watt,
em 1764. A partir de então, a força humana começou a ser trocada pela forma mecanizada, no estabelecimento
do sistema fabril. Nesta unidade estudaremos um pouco mais sobre a revolução trazida pós invenção da
máquina. Acompanhe!
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Conhecer como se deu o processo de evolução da gestão de operações e os caminhos utilizados para o
seu desenvolvimento.

Evolução histórica
Até 1850, aproximadamente, tínhamos a era da produção artesanal, em que os bens eram fabricados por pessoas
habilidosas que utilizavam ferramentas simples e flexíveis, e eram vendidos pelos próprios fabricantes em
mercados ou vilarejos. No início do século XVIII, houve um desenvolvimento da força a vapor e a introdução de
máquinas, o que culminou no desenvolvimento do sistema fabril na Inglaterra.

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Figura 1 - A revolução das máquinas
Fonte: conrado, Shutterstock, 2020

Entre os anos 1850 e 1975, a era da produção em massa se inicia com revoluções nas áreas de tecnologia,
transporte, energia comunicações e processos de produção, transformando o sistema fabril. Assim, as fábricas
aumentaram em tamanho e começaram a produzir grandes volumes de um mesmo produto para atender aos
mercados em ascensão.

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Figura 2 - Frederick Taylor
Fonte: acervo interno, 2020

SAIBA MAIS
O primeiro período de Taylor corresponde à época da publicação do seu livro Shop
Management (Administração de oficinas), em 1903. Sua preocupação era com as técnicas de
racionalização do trabalho do operário, por meio do estudo de tempos e movimentos.

Nesse contexto, surge Frederick W. Taylor, com a administração científica, tendo o intuito de eliminar gastos,
esforço físico e minimizar os custos totais de produção. Os estudos do método de trabalho proposto por Taylor
revolucionaram e desenvolveram a gestão de operações. Dentre os princípios defendidos por Taylor, estão: o
desenvolvimento da ciência, onde fosse possível a aplicação de cada fase do trabalho humano, a separação das
funções de preparação e planejamento da execução do trabalho, especialização dos agentes nas funções
correspondentes e controle da execução do trabalho.

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Fatores de desenvolvimento da gestão de
operações
Desde o estabelecimento das manufaturas no século XIX, a gestão de operações passou por mudanças e até
mesmo crises. Da gestão de fábrica, ou “chão de fábrica”, como chamado por alguns, passando pela gestão da
produção e chegando na gestão da produção, as mudanças foram intensas. Kleindorfer et al. (2005) afirmam que
a Gestão de Operações é uma adição das habilidades e conceitos, que permitem às empresas estruturar e
controlar os seus processos de negócio para alcançar um retorno competitivo, sem vincular as necessidades
legítimas das partes interessadas internas e externas, e levando em conta o impacto da suas operações sobre as
pessoas e o meio ambiente, gerando vantagem de produtividade e competitividade.
Nas últimas décadas, o mercado criou um cenário mais competitivo e foram necessários a promoção e o
incentivo do ensino e pesquisa no campo da gestão de operações. Vejamos uma linha do tempo relacionando o
desenvolvimento da gestão de operações e os caminhos pelos quais ela passou e onde está atualmente.

Figura 3 - Linha do tempo da gestão de operações


Fonte: Elaborado pela autora, 2020

Eli Whintney inventou a máquina de processar algodão, conseguindo multiplicar por muitas vezes a

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Eli Whintney inventou a máquina de processar algodão, conseguindo multiplicar por muitas vezes a
produtividade da indústria têxtil. Taylor, como já falado anteriormente, deu ênfase nas tarefas com o objetivo de
aumentar a eficiência operacional. Ford trouxe a fase da produção em massa, na qual o foco estava na
polivalência dos componentes do automóvel e na facilidade de ajustá-los entre si.

FIQUE ATENTO
A aplicação dos princípios de Taylor, da administração científica, sofreu críticas de
pesquisadores em ergonomia, por medir a eficiência do trabalho pelo desempenho em tempo,
desconsiderando assim outros fatores importantes.

A produção enxuta, também conhecida como sistema Toyota de produção, surgiu após a segunda guerra
mundial, durante um projeto de pesquisa sobre a indústria automobilística. O sistema de produção da Toyota,
elaborado entre 1948 e 1975, integra o Lean Manufacturing, (filosofia de gestão focada na redução dos sete tipos
de desperdícios), Just-in-Time (JIT - sendo o gerenciamento da produção usando o mínimo de matéria prima
possível), Kanban (sistema puxado, ou seja, a produção é baseada na demanda do cliente, não na prática padrão
de produzir certas quantidades de mercadorias e empurrá-las ao mercado), e o nivelamento de produção ou
Heijunk (que nivela a variedade ou o volume de itens produzidos em um processo ao longo de um período de
tempo). O sistema de pensamento enxuto adotou algumas premissas: cliente em primeiro lugar, pessoas são
recursos de maior valor, melhoria contínua, foco onde as coisas acontecem.

EXEMPLO
A empresa Fiat utiliza o Just in time para otimização dos espaços de estoques, assim tem – se
um complexo de fornecimento das peças a poucas horas de sua utilização na fabricação dos
veículos.

Operações ao longo do século XX


Os grandes fabricantes de peças intercambiáveis produzidas por máquinas estavam nos Estados Unidos, no
início do século XX, em que a produção era conhecida como larga escala. Produções de alto volume eram comuns
nos setores industriais de cigarros, aço, óleo, comida enlatada, alumínio e outros. No desenvolvimento das
técnicas de gestão de operações ao longo do século XX, o setor industrial provavelmente foi o mais influente,
criando condições para o desenvolvimento do setor automobilístico. O maior fabricante de carruagens e carroças
dos Estados Unidos na época foi William C. Durant, fundador da General Motors.Em 1900, apenas 4.000 carros
foram produzidos nos Estados Unidos, a maioria de forma ainda artesanal, ao estilo dos fabricantes das
carruagens e dos fabricantes Europeus de então, como a Daimler.

O primeiro carro produzido industrialmente, em 1903, foi o chamado “Modelo A”, com motor de 2 cilindros da

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O primeiro carro produzido industrialmente, em 1903, foi o chamado “Modelo A”, com motor de 2 cilindros da
Ford, que vendeu 1.708 unidades no primeiro ano. Em 1908, enquanto a indústria automobilística americana
produzia apenas 65.000 automóveis por ano (a Buick, maior fabricante de então havia feito 8.487 carros em
1908, comparado a 6.181 Fords e 2.380 Cadillacs), Durant já previa uma produção de 1.000.000 de carros por
ano, e Ford já tinha encontrado um meio de tornar aquela visão realidade: seu “Modelo T”.
Na evolução do sistema de operações, ou da gestão, temos:
Henry Ford
· 1907- 1925 – Modelo T
· 1913 – Linha de montagem móvel
· 1918 – Ford Highlandpark
Em 1929, a queda da bolsa americana trouxe algumas quebras. O período dos anos 60 foi marcado pelo JIT (just
in time) da Toyota, que se espalhou pelo mundo.
O método Just in Time do sistema Toyota trouxe grandes revoluções na indústria automobilística através do
mecanismo de operaçõesenxutas.Neste modelo, os estoques esconderem os problemas da produção, que
geralmente resultam em baixa qualidade e produtividade.
Em 1973, tivemos a primeira crise do petróleo e o surgimento da estratégia de operações, além do
desenvolvimento da automação. Nos anos 80 e 90, temos a criação da qualidade total, a visão voltada para
processos(re-engenharia), gestão de redes de suprimentos, virtual organization.
Por fim, nos anos 2000, surge a nova economia, transição importante que trouxe novos atores.O setor de
serviços é o que mais emprega. Houve uma ampliação do conceito de produção, que passou a incorporar os
serviços. Hoje o termo “operações” compõe o conjunto de todas as atividades da empresa relacionadas com a
produção de bens e/ou serviços. No Brasil, esse conjunto de técnicas é conhecido como “administração da
produção e operações”.

FIQUE ATENTO
A administração de operações e produção possui alguns objetivos, dentre os quais se destacam:
gestão eficaz das atividades de transformação de insumos em produtos acabados e/ou
serviços, e possibilitar a agregação de valor durante o processo de transformação de insumos
em produtos acabados e/ou serviços.

Fechamento
Diante do exposto, fica claro que a transformação de insumos em produtos acabados ou serviços, constituem a
gestão eficaz das atividades desenvolvidas por uma organização, este, portanto é o objetivo da administração de
operações e produção. Vale ressaltar ainda que essa transformação nem sempre agregará valor ao produto final.
O planejamento, organização e direção bem como o controle dos processos de produção são responsabilidades
inerentes a administração da produção, a transformação de insumos em produtos em seu estado final ou em
estágios intermediários.
Fica visível o quando a economia mundial cresceu e se desenvolveu com as grandes transformações desde a
mudança da produção artesã para o inicio da máquina a vapor, até os dias atuais com a inserção constante de

novas tecnologias tanto nos serviços quanto na própria produção de insumos. A gestão de operações tente a ser

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novas tecnologias tanto nos serviços quanto na própria produção de insumos. A gestão de operações tente a ser
transformada a cada passo do desenvolvimento da tecnologia.

Referências
ALBERTIN, M. R; PONTES, H. L. J. Gestão de processos e técnicas de produção enxuta. Curitiba: Intersaberes,
2016.
COSTA, J.; LUIZ, E. Gestão em processos produtivos. Curitiba: Ibpex, 2008.
KLEINDORFER, P.R.; SINGHAL, K.; WASSENHOVE, L.N.D. Sustainable Operations Management. Production
and Operations Management, Vol. 14, No. 4, pp. 482–492, 2005.

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A Rede de Valor de Operações
como Arma Competitiva
Adriella Santos

Introdução
Temos uma sequência de atividades que começam pela produção da matéria prima e termina no descarte dos
resíduos pelo consumidor final, sendo um dos destinos a reciclagem, gerando assim um novo ciclo. Toda
empresa possui atividades efetivadas que começam pelo seu projeto, fabricação, marketing entrega e suporte do
produto ou serviço, dependendo do setor.
Como criar valor para os compradores?Como prever o lucro?
As atividades subjacentes de uma empresa estão em empreender ações que resultem na criação de valor para
seus compradores, isso é, cadeia de valor, que prevê o lucro, uma vez que a margem acima do custo de realização
das atividades de valor, em geral, faz parte do preço pago pelos compradores. Estudaremos essas questões a
seguir.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Identificar como utilizar a rede de valor como estratégia de competitividade e de que forma é possível
aplicá-la.

Rede de operações e valor


A rede de valor se constitui das principais atividades de uma organização, que criam valor para o cliente, e as
atividades relacionadas ao suporte.O conceito de Cadeia de Valor de Michael Porter (1985) é um modelo que
ajuda a analisar atividades específicas por meio das quais as empresas criam valor e vantagem competitiva. Para
Porter, uma empresa pode ser desagregada em atividades primárias e de suporte. Os conceitos de rede de valor
se assemelham entre os autores, porém a nomenclatura pode variar, sendo assim, a gestão da logística
empresarial passou a ser conhecida como gerenciamento de cadeia de suprimentos, termos também utilizados
para designar rede de valor, corrente de valor e logística enxuta.

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Figura 1 - Rede de valor
Fonte: Acervo interno, 2020

Para Ballou (2004), a cadeia de suprimentos, como é chamada a rede de valor de operações, é o conjunto de
atividades funcionais (transportes, controle de estoques,etc.) que se repetem inúmeras vezes ao longo do canal
pelo qual matérias-primas vão sendo convertidas em produtos acabados, aos quais se agrega valor ao
consumidor.
Pensando em cadeia de valor, para que uma empresa seja estratégica, faz – se necessário que ela tenha sua
atenção voltada para os processos essenciais e nos processos de apoio, assim, a cadeia de valor tornar-se-á um
processo de análise sistemática e de decomposição das diversas etapas que compõem a formação de um produto
ou serviço. Nesse processo, serão separadas as etapas que agregam valor ao produto e as que não agregam,
permitindo a identificação dos elos mais frágeis da cadeia de valor.A logística interna, operações, logística
externa, marketing, vendas e serviço, são as principais atividades da cadeia de valor.A cadeia de valor sugere que
uma empresa deve se diferenciar de seus concorrentes com base em desenvolvimento de produtos e serviços
diversificados, dessa maneira, torna-se mais competitiva. Assim, é necessária uma boa administração logística
em cada atividade na cadeia de valor, uma vez que é um contribuinte do processo de agregação de valor. Agrega-
se valor quando os consumidores estão dispostos a pagar por um produto ou serviço mais que o custo de o
colocar ao alcance deles.

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FIQUE ATENTO
Os componentes de uma cadeia de valor são:fornecedores, clientes e organização.

Figura 2 - Alerta
Fonte: Gustavo Frazao, Shutterstock, 2020

Produtos e serviços não têm valor a menos que estejam em poder dos clientes quando (tempo) e onde (lugar)
eles pretenderem consumi-los.Na cadeia de valor, conforme Porter (1985), se apresenta uma organização e suas
atividades de relevância estratégica, destacadas em função do setor no qual se insere, o que permite aos
planejadores, bem como gestores, compreender o seu comportamento e tomar decisões em busca da
potencialidade de diferenciação e obtenção de vantagem competitiva.

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Desempenho da cadeia de suprimentos
O conceito de cadeia de valor foi estabelecido por Michael Porter em 1985, e a inserção desse modelo, que
podemos chamar de estratégico, buscou relacionar a integração das atividades de suporte com as atividades
primárias, sendo,portanto, um resultado final para obtenção de maiores margens reconhecidas pelos clientes.
Porter compõe a cadeia de valor pelos conjuntos de atividades primárias e de apoio.

Figura 3 - Atividades primárias e de apoio


Fonte: Elaborada pela autora, 2020

Diante do exposto, temos, segundo Porter (1985):


· Logística interna – envolvendo a compra de matéria-prima ou contratação de serviços.
· Operações – atividades que transformam entradas em saídas.
· Logística externa – atividades relacionadas à entrega dos produtos ou serviços.
· Marketing – processo pelo qual haverá a atração dos clientes à compra dos produtos ou serviços.

· Serviços – ou pós-venda, garante o relacionamento com os clientes após a venda e por manter e aumentar o

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· Serviços – ou pós-venda, garante o relacionamento com os clientes após a venda e por manter e aumentar o
valor dos produtos/serviços.
· Infraestrutura - inclui a gestão da área administrativa, legal, financeira e contábil.
· Gestão de Recursos Humanos-atividades como recrutar e selecionar novos colaboradores e articular
programas de capacitação, treinamento e desenvolvimento.
· Desenvolvimento tecnológico- foco em atividades que apoiam os processos primários com intervenções
tecnológicas, como automação de processos e o emprego de ferramentas digitais.
· Aquisição/compras- processos que suprem as necessidades de recursos que a empresa tem para se manter
em operação, como aquisição de matéria-prima, busca de fornecedores e negociação.

FIQUE ATENTO
O cumprimento de um ciclo de alinhamento continuo que vai orientar a qualidade com
objetivo de agregar valor ao cliente, constitui o gerenciamento da cadeia de valor, reflete sobre
as competências organizacionais e orienta mudanças.

O alinhamento constitui-se do ajuste mútuo entre as múltiplas dimensões configuradas na cadeia de valor. O
alinhamento na direção do modelo de produção pode se referir à tecnologia, ao perfil de mão-de-obra, ao sentido
de flexibilidade e aos imperativos ecológicos e de sustentabilidade.

Vantagem competitiva
Uma boa gestão da cadeia de valor pode gerar vendas, e não apenas reduzir os custos. A vantagem competitiva
tem a ver justamente com o valor que a empresa criará para seus compradores, com relação ao seu produto ou
serviço. O baixo custo e a diferenciação são elementos pelos quais uma empresa pode adquirir vantagem
competitiva em relação ao seu concorrente.
A cadeia de valor é o meio pelo qual qualquer empresa poderá diagnosticar a vantagem competitiva e encontrar,
desta maneira, formas para identificá-la. A cadeia de valor, para tanto, divide uma empresa nas atividades
distintas que ela executa, utilizando-se dos cincos P’s: projeto, produção, marketing distribuição e prestação de
serviços.

EXEMPLO
Para melhor compreensão desses conceitos, temos o exemplo de cadeia de valor da empresa
Natura, que tem como impacto positivo o cuidado desde a matéria prima até o descarte de
produtos.

Todas as etapas do processo de cadeia de valor da empresa Natura, estão elencadas conforme observamos na

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Todas as etapas do processo de cadeia de valor da empresa Natura, estão elencadas conforme observamos na
imagem abaixo. Este é apenas um exemplo de cadeia de valor, para que você aluno possa melhor entender como
é criada uma cadeia de valor e quais etapas a compõe, atente para o fato de que cada organização pode criar a
sua cadeia de valor, conforme as suas necessidades e atributos.

Figura 4 - Cadeia de valor


Fonte: Adaptada da cadeia de valor Natura, 2020

Essas etapas são compostas por:


· Concepção e desenvolvimento de produtos – priorização de ingredientes vegetais com recursos renováveis,
utilização de embalagens feitas com materiais renováveis ou reciclados pós-consumo.
· Fornecimento de matéria-prima – Impulsionamento da geração de negócios sustentáveis através do
programa Amazonia, criado em 2011, onde entre 2010 a 2017.
· Transformação e produção- Empresa carbono neutro em toda cadeia de valor, com criação do programa
natura carbono neutro em 2007 focado na redução e compensação de gases de efeito estufa.
· Venda por relações – consultora de beleza, que hoje totalizam 1,7 milhão na américa latina. Por meio de um
plano para o aumento da geração de riqueza para as Consultoras, a empresa conseguiu que elas ganhassem 17%
a mais em 2017.
· Experiência de marca -Estimular o consumo consciente é uma das iniciativas contempladas aqui. Por isso, é
no e-commerce o impacto positivo que cada produto gera na sociedade e no planeta.
Este é um dos exemplos dentre tantos outros de cadeia de valor.

SAIBA MAIS
É possível conhecer mais sobre cadeia de valor ao se observar como a empresa Coca-Cola a
concebe. Para isso, acesse o portal da empresa e leia tudo sobre o assunto.

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Fechamento
A rede de valor é de fato uma arma de competitividade muito importante para as organizações. Os exemplos
citados servem como direcionadores para organizações que desejam se tornar competitivas.
Fica claro, diante de todo contexto envolvendo a cadeia de valor, que é por meio dela que a organização pode
gerar ou criar valor para o seu cliente, criando, portanto, uma vantagem competitiva. É preciso ter atenção para
o fato de que gerar valor é dar atenção também aos planos, projetos, marketing da empresa, e os cinco P’s são
uma arma estratégica de competitividade que deve ter uma atenção especial. Ser competitivo requer que a
organização esteja disposta a enfrentar as possíveis mudanças internas e até mesmo externas, além de
investimento financeiro, o que pode elevar um pouco os custos.Porém é possível também gerar cadeia de valor
com baixo custo, conforme vimos.

Referências
ALBERTIN, M. R; PONTES, H. L. J. Gestão de processos e técnicas de produção enxuta. Curitiba: Intersaberes,
2016.
COSTA, J.; LUIZ, E. Gestão em processos produtivos. Curitiba: Ibpex, 2008.
PORTER, M. E. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. Rio de Janeiro:
Campus, 1985.

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Critérios Competitivos em
Operações
Adriella Santos

Introdução
A capacidade de produzir resultados que atendam às necessidades das partes interessadas é um diferencial para
a sobrevivência de uma organização. Os critérios competitivos são necessários para se conseguir estratégias
para se tornar diferente no mercado. A competitividade se traduz pela capacidade de atender às necessidades de
seus clientes. A ameaça de novos entrantes e o poder de barganha dos fornecedores são critérios que definem
um cenário competitivo.
Todas essas questões serão melhor observadas ao longo deste tema. Acompanhe!
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Conhecer os métodos de análise de gestão que garantem os recursos produtivos que contribuem para a
competitividade da organização.

Conhecendo os processos competitivos


Para alcançar vantagem competitiva, toda organização deverá desenvolver um meio, e este meio será a arma da
competição, como sistemas de controle de produtividade, qualidade no processo, domínio da tecnologia, entre
outros.

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Figura 1 - Poder da estratégia
Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2020

Fusco e Sacomano (2007) definem cinco grupos como armas de competição, isto é, meios para alcançar
vantagem competitiva, conforme a figura abaixo:

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Figura 2 - Armas de competitividade
Fonte: Adaptado de FUSCO e SACOMANO (2007, p.42)

As operações como arma competitiva devem prezar por:


· excelência em serviços;
· tempo de atendimento;
· qualidade, confiabilidade, consistência;
· Custos e flexibilidade.
Elas devem contribuir com a eficácia, não apenas com a eficiência. É importante lembrarmos que eficiência em
custo não é a maior contribuição para a competitividade, além de se ter cuidado com o excesso de preocupação
com produtividade em detrimento da excelência.
Não se esqueça: competitividade significa minimizar ameaças de empresas ingressantes, minimizar ameaças de
serviços substitutos, vencer a rivalidade dos concorrentes e ganhar novas fatias do mercado.

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EXEMPLO
A Kodak, líder de mercado em seu segmento, com muitas vantagens competitivas, não se
adaptou às inovações de mercado, às mudanças tecnológicas e aos poucos perdeu seus
consumidores, uma vez que os novos celulares começaram a ser fabricados com câmeras, o
que fez com que os consumidores parassem de comprar as câmeras da empresa. Aos poucos,
ela perdeu competitividade e ficou para trás.

Todo processo de sustentação da vantagem competitiva depende de um processo longo de feedback. Para Fusco
e Sacomano (2007), uma empresa possui vantagem competitiva quando ela é capaz de gerar maior valor
econômico do que seus concorrentes, ou seja, é quando os clientes compram e adquirem os produtos ou serviços
de determinada empresa, trazendo assim benefícios para ela e obtenção do custo econômico total.
Os critérios competitivos envolvem a tomada de decisões acompanhada da estratégia, que deve atender à
necessidade do cliente e deve superar seus concorrentes. Krajewski (2008) define nove dimensões competitivas
divididas em quatro grupos, como mostra a figura a seguir.

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Figura 3 - Dimensões competitivas
Fonte: Adaptada de KRAJEWSKI (2008, p. 41)

É preciso entender cada uma dessas dimensões:


· Custo: para reduzir custos, os processos devem ser projetados e operados de modo a torná-los eficientes. Desta
maneira, deve-se ficar atento ao fato de que em alguns casos, novos processos podem exigir novos investimentos
e novas instalações ou tecnologias.
· Qualidade: é definida pelos clientes. Assim, ao se tratar de prioridades competitivas que lidam com qualidade,
tem-se duas importantes qualidades: a superior e a consistente. A qualidade superior é quando se presta um
excelente serviço ou se oferece excelente produto. A qualidade consistente é a produção de serviços ou produtos
que satisfaçam as especificações do projeto de maneira consistente.
· Tempo: existem três prioridades competitivas relacionadas ao tempo: rapidez de entrega, entrega pontual e
velocidade de desenvolvimento. O tempo é uma forte arma competitiva, por isso deve ser observado de maneira
cuidadosa e criteriosa. Algumas organizações mantêm seu foco na rapidez de entrega e desenvolvimento de seus
processos, o que pode ser chamado de concorrência baseada no tempo.
Flexibilidade: permite que uma empresa reaja com rapidez e eficiência às necessidades dos clientes. A
flexibilidade possui tipos: personalização, variedade e flexibilidade de volume.

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FIQUE ATENTO
Para vencer nos negócios atuais e futuros, uma empresa deve ter prioridades, pois essas são as
metas que as operações devem atingir.

Figura 4 - Bons lucros = boas estratégias


Fonte: Shutterstock, 2020

Temos ainda as prioridades competitivas, segundo Slack (2009), que são denominadas como “objetivos de
desempenho”, e são classificadas em: custo, rapidez, flexibilidade, qualidade e confiabilidade. Elas devem
direcionar as ações da empresa, dando um norte estratégico.

FIQUE ATENTO
Um excelente instrumento de gestão é o Balanced Scorecard, um conjunto de objetivos que
permite uma visão abrangente da estratégia da empresa. Esclarece e traduz a visão e a
estratégia.

A tomada de decisões é de suma importância para a manutenção de qualquer organização, ponto este observado
na escolha de ferramentas que contribuirão para o alcance de metas necessárias à sobrevivência das empresas.
Para tanto, tendo como critério competitivo a utilização de ferramentas, vamos conhecer uma ferramenta de
qualidade -- o Ciclo PDCA:

· Plan– Planejar: estabelecer os objetivos e processos necessários para fornecer resultados de acordo com os

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· Plan– Planejar: estabelecer os objetivos e processos necessários para fornecer resultados de acordo com os
requisitos e políticas pré-determinados.
· Do – Fazer, executar: implementar as ações necessárias.
· Check – Checar, verificar: monitorar e medir os processos e produtos em relação às políticas, aos objetivos e aos
requisitos estabelecidos e relatar os resultados.
· Act – Agir: executar ações para promover continuamente a melhoria dos processos.
A fase de planejamento é a base do gerenciamento para melhorar os resultados e é estruturada em quatro
etapas: identificar o problema, analisar o problema, identificar as causas fundamentais e estabelecer um plano
de ação.
· Identificação do problema: definir claramente o problema e reconhecer sua importância. Problema é o
resultado indesejável de um processo, ou seja, é um indicador de desempenho que não atinge o nível desejado.
· Analisar o problema: conhecer o problema por meio da investigação de suas características.
· Identificar as causas fundamentais: descobrir o que causa o problema. O conhecimento das causas do problema
possibilita a tomada de decisões. A análise de processo deve ser realizada para cada meta específica definida e é
composta por três etapas: brainstorming, diagrama de causa e efeito, priorização.
· Plano de ação: bloquear as causas priorizadas, elaborar um plano para bloquear as causas fundamentais –
elaboração do plano de ação, avaliação da consistência do PA, validação do plano de ação. O Plano de Ação é o
conjunto de medidas necessárias e suficientes para eliminar as causas dos problemas e atingir as metas.

SAIBA MAIS
Walter A. Shewart foi o criador do ciclo PDCA, que se tornou conhecido apenas com William
Edward Deming. Este espalhou o conceito pelo mundo, ficando o ciclo PDCA conhecido a partir
da década de 1950 como “Ciclo Deming”.

Na execução, são gerados os resultados. O nível de resultados depende da “qualidade” das ações e do nível de
execução do plano de ação proposto. O objetivo é implantar as ações previstas no plano, obedecendo os
requisitos das tarefas e o prazo estipulado, garantindo o melhor bloqueio das causas.
Na verificação, a avaliação é uma oportunidade de reflexão sobre os resultados e sobre o comprometimento dos
responsáveis com a implementação das ações definidas. Aqui se busca verificar a evolução do resultado dos
indicadores em relação à implantação das ações planejadas.
A fase de ação corretiva ou padronização é crítica para fechar o ciclo de melhoria. No caso de sucesso, é a etapa
que integra os dois ciclos de gerenciamento: de melhoria e manutenção de resultados.

Fechamento
O maior objetivo de qualquer organização é atingir metas, resultados, superando os obstáculos, resolvendo os
problemas. Para tanto, é necessário que tal organização saiba definir onde quer chegar, quando pretende
melhorar e até quando seu problema será eliminado. Uma das ferramentas que ajudam nesse caminho é o ciclo
PDCA, com foco na melhoria dos resultados.
As empresas que sobrevivem são aquelas próximas de seus clientes, apostadas na inovação, nas novas
tecnologias e no envolvimento de todos. Uma missão estratégica é fundamental para atingir determinados

objetivos. Para alcançar vantagem competitiva, algumas empresas podem apostar na implementação de um

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objetivos. Para alcançar vantagem competitiva, algumas empresas podem apostar na implementação de um
sistema de qualidade, como o ciclo PDCA ou outros, visando obter vantagem competitiva.

Referências
KRAJEWSKI, L.J. & RITZMAN, L.P. Administração da produção e operações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
FUSCO, J.P.A; SACOMANO, J.B. Operações e gestão estratégica das operações. São Paulo: Arte e Ciência, 2007.
PORTER, M. E. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. Rio de Janeiro:
Campus, 1985.
SLACK, N. Estratégia de operações.2 ed. – Porto Alegre: Bookman, 2009.

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Melhores Práticas
Larissa Müller Santos

Introdução
No mundo empresarial e industrial, atualmente, muito tem se falado em gestão, no modelo ideal de gerir os
colaboradores e os recursos necessários para o ambiente produtivo. A cada dia aparecem novas metodologias e
novas maneiras de aplicação para se obter mais eficiência e eficácia. Estamos em um mundo em constante
mudança e a necessidade de melhores e mais inovadoras práticas de gestão se faz mais que necessário.
No planejamento de sua viagem de férias, você certamente tenta encontrar o melhor caminho, a melhor
acomodação, os melhores passeios entre outros: nesse momento, você está traçando sua estratégia de viagem.
Quanto você acha que é importante realizar esse planejamento antes da viagem acontecer?
A palavra “estratégia” vem do grego, e tem como significado principal “comando ou ofício de um general”.
Trazendo para o universo empresarial, podemos entender como o ato de planejar e escolher as melhores
decisões para obter resultados mais satisfatórios. Entender a estrutura teórica de como realizar uma boa
estratégia é o objetivo principal da nossa unidade.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Identificar os quatro componentes de uma boa estratégia, bem como avaliar as necessidades, os pontos
fortes e fracos, as metas e perspectivas de cada componente.

Como definir os objetivos da empresa


No conceito jurídico, uma empresa é classificada por uma atividade jurídica exercida pelo representante legal
onde é fabricado um produto ou oferecido um serviço. Trazendo para a prática, sabemos que uma empresa é
muito mais complexa do que o conceito apresenta, além de todas as responsabilidades legais, sua principal
finalidade é obter lucro e ter um crescimento sustentável e constante. Para alcançar esse resultados, é
importante que sejam definidos de forma clara os objetivos da empresa, as metas a longo e curto prazo, para
assim encontrar as melhores estratégias.

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Figura 1 - Pessoas com os mesmos objetivos chegam mais rápido
Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2020

Uma ferramenta muito utilizada para esse processo é o Planejamento Estratégico, essa metodologia tem como
objetivo principal ajudar os gestores a traçar metas e objetivos, alguns pontos importantes desse planejamento
são: missão, visão e criação de planos de ação.

SAIBA MAIS
Assista ao filme “O Jogo da Imitação”. Neste filme, uma equipe de cientistas britânicos utiliza o
planejamento estratégico para desvendar o “enigma”. Ele mostra a importância de se decidir
em equipe e como uma etapa influencia a outra. Traz boas lições de liderança também.

Posicionamento e Propósito
O primeiro passo para se definir de forma sólida os objetivos de uma empresa é pensar que a mesma possui uma
identidade organizacional própria, em outras palavras, é responder claramente os seguintes questionamentos:
para qual finalidade a empresa existe? O que se pretende alcançar com ela? Quais os recursos necessários para
chegar ao ponto desejado?

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FIQUE ATENTO
Esta fase, muitas vezes deixada de lado pelos gestores, é essencial para o crescimento
sustentável e consistente da empresa. É necessário que a empresa encontre sua razão de ser,
traçando as seguintes informações:
• Sua missão: é o propósito da existência daquela empresa, a sua essência.
• Visão: onde a empresa quer chegar.
• Valores: são os comportamentos esperados pelos colaboradores para se
cumprir os sonhos da empresa.

Neste processo, o planejamento participativo é muito importante, os colaboradores das empresas serão os
protagonistas para que esses valores sejam cumpridos, por isso é importante a participação deles. Decidir de
forma participativa o posicionamento da empresa traz como benefício o comprometimento coletivo com o que
foi acordado, sendo assim todos se envolvem para colocar aquele plano em prática.

EXEMPLO
Para entendermos melhor, podemos tomar como exemplo o planejamento estratégico da
empresa Coca-Cola:

Elaborada pela autora, 2020

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Objetivos, metas e indicadores
Após decidir qual é a identidade organizacional da empresa, o segundo passo é elaborar o objetivo estratégico.
Esses serão os “grandes objetivos’’ (a serem cumpridos a longo prazo), a partir deles serão decidido os “objetivos
médios” (a serem cumpridos a médio e curto prazo),também conhecidos como táticos e, por último,se
transformarão em plano de ação.

FIQUE ATENTO
Para a definição das metas, uma metodologia muito utilizada é o Método SMART,que é um
acrônomo das características que uma meta precisa ter para ser cumprida:

Elaborada pela autora, 2020

Por fim, depois de decididas as metas, é importante controlá-las e avaliá-las.Para realizar esse controle, são
usados os indicadores, que serão a ferramenta de medição dos resultados. Podemos tomar como exemplo de
indicadores a receita obtida, o número de ligações, o grau de satisfação dos clientes, entre outros, o importante é
ter como quantificar se as metas estão sendo cumpridas.

Componentes da estratégia
A concorrência em todos os setores está cada vez mais crescente, sabe-se que para uma empresa se manter no
mercado, é necessário que de alguma forma ela se diferencie das outras, que ela entregue algo que seus
concorrentes do mesmo ramo não entregam. Quando a empresa consegue alcançar essa diferenciação, ela ganha
vantagem competitiva, que garante um resultado acima da média e o cumprimento das metas estabelecidas.
Inicialmente, é necessário entender os conceitos de eficiência e eficácia, importantes para traçar estratégias
palpáveis e que geram resultados:
· Eficiência: se caracteriza pela relação entre saídas (resultados) e entradas (recursos), de acordo com Peter
Ducker significa “fazer certo das coisas”. Está ligada às tarefas operacionais e de como gerá-las da melhor forma
para minimizar os recursos e maximizar os resultados.
· Eficácia: se caracteriza pela relação das saídas (resultados) com as metas estabelecidas, trazendo para outras
palavras, “fazer as coisas certas”. Está ligada às tarefas gerenciais e às tomadas de decisões.

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Figura 2 - Aumento de receita e diminuição de custos
Fonte: Dusit, Shutterstock, 2020

Existem três componentes da estratégias que são essenciais para a obtenção de resultados positivos:
posicionamento, operações excludentes e sinergia.

Posicionamento
Posicionar-se significa criar uma posição única e valiosa perante o mercado e seus clientes, é a escolha de como a
empresa quer ser vista, vai muito além de qual nicho de mercado ela vai ocupar, se refere a qual sentimento
aquele produto ou serviço vai gerar nos consumidores.
A partir do posicionamento da empresa, é possível, de maneira mais clara, traças as melhores estratégias e os
melhores caminhos.

Opções Excludentes (trade-off)


Este elemento pode ser caracterizado basicamente como uma situação em que há um conflito na escolha, ou seja,
quando as ações de uma empresa de alguma forma conflitam com o posicionamento dela.

Sinergia
É o ato de coordenar todas as funções da empresa para que todos trabalhem de acordo com apenas um único
objetivo.

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Figura 3 - Trabalho em Equipe
Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2020

O alinhamento da equipe impacta diretamente nos resultados de uma empresa.

Planejamento logístico
Buscando sempre responder às perguntas principais(porque, quando e como), este planejamento também se
desenvolve nos três níveis: estratégico (longo prazo – mais de um ano), tático (prazo intermediário – menos de
um ano) e operacional (curto prazo – imediato). O objetivo principal é encaminhar da melhor forma possível o
produto, de maneira eficiente e eficaz.
Quando se está planejando logística, é necessário entender que o número de pontos que podem interferir nos
resultados são muitos, é uma atividade complexa e completa. Alguns pontos importantes a serem avaliados em
cada aspecto diferente:

Figura 4 - Os três principais pilares da operação logística


Fonte: Elaborada pela autora, 2020

Os objetos de estudos principais do planejamento logístico estão relacionados entre si e o ideal é a realização do

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Os objetos de estudos principais do planejamento logístico estão relacionados entre si e o ideal é a realização do
planejamento em conjunto. Todos eles impactam diretamente no resultado da operação, são eles:
· Níveis de Serviço aos Clientes: se caracteriza pela qualidade em que o fluxo de bens ou serviços é coordenado.
Podemos resumir como o resultado líquido de todas as estratégias logísticas de uma empresa.
· Localização das Instalações: é necessário para a criação do esboço do plano logístico. São determinadas as
quantidades, os locais, os tamanhos e qual demanda será atendida, essas decisões serão tomadas com a
finalidade de encontrar alocação com custos mais baixos e, consequentemente, maximizar os lucros.
· Estoque: vai determinar na forma como os estoques estão sendo gerenciados, no tipo de produção realizada, na
localização dos estoques no processo produtivo e qual o grau de controle desse estoque.
· Transporte: serão levados em conta os modais utilizados, o tamanho do carregamento, quais rotas serão
escolhidas. Alguns fatores serão determinantes na escolha da melhor estratégia: proximidade e distância entre
armazéns e influência na localização.

Fechamento
Neste tema, aprendemos as melhores práticas do processo estratégico, entendemos como é importante planejar
de forma consciente e como as decisões impactam nos resultados finais.Assim como em nossa vida pessoal, nas
empresas não é diferente, planejar é necessário e criar estratégias de forma correta te levará muito mais rápido
aos objetivos.
Foi ensinado como é composto o planejamento estratégico de uma empresa e como o posicionamento da mesma
é essencial para traçar sua missão, visão e seus valores. Quais os componentes de uma estratégia e a utilização da
metodologia SMART para a criação de metas alcançáveis e tangíveis. Por fim, foi levantado dentro do
planejamento logístico quais os principais objetos de estudo que irão afetar na estratégia de operação e
distribuição.

Referências
Planejamento Estratégico – Coca Colla FEMSA Portugal<https://www.cocacolaportugal.pt/informacao/visao-
missao-valores-coca-cola> Acesso em 10 de janeiro de 2020.
BOWERSOX, D.J; CLOSS, D.J.; COOPER, M.B. & BOWERSOX, J.C. Gestão logística da cadeia de suprimentos.
Porto Alegre: Bookman, 2014.
CHOPRA, S. & MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos. Estratégia, Planejamento e Operações. São
Paulo: Pearson, 2011.
FLEURY, P.F., WANKE, P. & FIGUEIREDO, K.F. Logística empresarial: A perspectiva brasileira. São Paulo:
Atlas, 2011.
KRAJEWSKI, L.J. & RITZMAN, L.P. Administração da produção e operações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
NOVAES, A.G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e avaliação. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2015.
WANKE, P. Gestão de estoques na cadeia de suprimentos: decisões e modelos quantitativos. São Paulo:
Atlas, 2011.

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Formulação de Estratégias de
Operações
Larissa Müller Santos

Introdução
Tudo que é produzido em uma empresa necessita, de alguma forma, ser mensurado: medir como está a
produção, o tempo gasto, o tamanho dos lotes, a eficiência das máquinas ou atendentes, entre outros.
Para gerir, é preciso medir! Quando falamos em gestão, é imprescindível que também falemos em indicadores e
controle. Uma empresa que não tem seus processos e controles bem definidos, certamente sofrerá com falta de
produtividade, desperdício e terá dificuldades de cumprir metas.
Neste tema, vamos aprender como a inovação se faz necessária para melhorar o desempenho de operações
industriais ou do setor de serviço. O mundo está mudando cada vez mais rápido, e inovar e se reinventar se faz
mais que necessário para a longevidade de uma empresa. Você também aprenderá a diferença entre medidas e
padrões de desempenho, será capaz de mensurá-los e elaborar controles efetivos.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Compreender como conciliar os recursos operacionais e os requisitos de mercado entre o que o mercado
quer e o que a operação pode fazer.

Abordagens para melhoria de desempenho de


operações
O mundo corporativo está cada vez mais competitivo, a cada dia novos produtos e serviços surgem no mercado,
e a inovação se faz necessária para que as empresas continuem a atender às necessidades de seus consumidores,
que a cada dia também vêm se transformando.
Nesse sentido, devemos nos perguntar onde os gestores de operações podem inovar, em seus ambientes
produtivos, para que essa atividade também se torne um diferencial. A resposta é só uma: nas operações
realizadas.

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FIQUE ATENTO
A administração de operações lida especificamente com os processos, ou seja, com as
atividades que levam as empresas a alcançar os objetivos desejados.

Alguns exemplos de processos são os passo a passos para atendimento nos correios: a ordem com que se
realizam os empacotamentos, a ordem com que é feita a entrega e a divisão por regiões etc.

FIQUE ATENTO
A palavra “processo” tem origem no latim, que significa, trazendo para a administração, os
métodos, os sistemas ou maneiras de conduzir as atividades.Sempre com o objetivo principal
se realizar os objetivos propostos.

Figura 1 - Exemplo de processos: entrega dos correios


Fonte: Minerva Studio, Shutterstock, 2020

Quando falamos em gestão de operações, essa atividade gerencial é influenciada e vai se relacionar com todas as

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Quando falamos em gestão de operações, essa atividade gerencial é influenciada e vai se relacionar com todas as
áreas da empresa: contabilidade, logística, financeiro, vendas, manutenção, entre outros. A excelência na
operação gera para a empresa diferencial competitivo e garante de maneira mais rápida e sólida os resultados.
É de extrema importância que as decisões da gerência de operações estejam de acordo com o planejamento
estratégico da empresa e com os objetivos estabelecidos, sendo necessários dois princípios básicos: i) todas as
partes da empresa, não apenas o setor de operações, devem trabalhar com processos bem definidos; ii) entender
que todas as áreas da empresa têm sua identidade própria, porém estão ligados à operação.
Com a inovação e com o mundo globalizado, alguns pontos passaram a ser tendência na gestão de operações:
inovações tecnológicas, aumento da produtividade, globalização, questões éticas, cuidado com o meio ambiente,
diversidade de mão-de-obra, entre outros.

EXEMPLO
Um bom exemplo de gestão é a FedEx, conforme vemos na imagem a seguir:

Fonte: KRAJEWSKI, L.J. & RITZMAN, L.P. Administração da produção e operações. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2008. p. 2.

É indispensável a realização de medições dos resultados na gestão de operações, pois o acompanhamento dos
indicadores vai orientar os gestores em quais áreas as metas estão alcançadas, e em quais é necessário uma
atenção maior ou uma mudança.

SAIBA MAIS
Assista ao filme “Fome de Poder”. O filme conta a história da criação da lanchonete McDonald’
s, apresentando como os irmãos criaram, mesmo sem conhecimento, a operação perfeita que
traz agilidade e padronização. Mostra também como a falta de aptidão em marketing os levou a
perderem toda a empresa.

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Medidas de desempenho
Podemos definir medidas de desempenho como a maneira de trazer de forma quantitativa os resultados obtidos.
O desempenho será avaliado na proporção em que a produção alcança os cinco principais objetivos: qualidade,
agilidade, confiabilidade, flexibilidade e custos.
Esses requisitos são os aspectos necessários para garantir a satisfação dos consumidores. Várias medidas serão
levadas em conta para a avaliação do desempenho. Para isso, é necessário que a análise seja feita de maneira
completa.

Figura 2 -
Inovação em todas as áreas da empresa
Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2020

Abaixo, temos algumas medidas parciais que podem ser usadas para a avaliação do desempenho de uma
operação:
· Qualidade: número de defeitos por unidade, nível de reclamação dos clientes, nível de refugo, pedido de
garantias, tempo médio entre falhas, entre outros.
· Agilidade: tempo de cotação dos clientes, frequência de entregas, tempo de ciclo, tempo do pedido até a
finalização da compra, entre outros.
· Confiabilidade: quantidade de pedidos entregues com atraso, proporção de produtos em estoque, promessa de
chegada entre outros.
· Flexibilidade: tempo para desenvolver novos produtos, tempo de mudança de máquinas, tamanho médio do
lote, capacidade média entre outros.
· Curstos: variação de orçamentos, utilização dos recursos, valor agregado, custo por hora de operação etc.

Padrões de desempenho
Os padrões de desempenho têm como principal função determinar se aquele aspecto da produção se encontra
dentro do padrão desejado ou não. Ele pode ser medido de várias maneiras diferentes:

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Figura 3 - Padrões de desempenho
Fonte: Elaborado pela autora, 2020

Medir os resultados obtidos e comparar com o esperado é essencial para a sustentação das organizações, e para
isso existem algumas ferramentas importantes para a medição de desempenho.

Figura 4 - Resultados são construídos em conjunto


Fonte: garagestock, Shutterstock, 2020

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Fonte: garagestock, Shutterstock, 2020

Portanto, uma das estratégias mais importantes para a gestão de operações é a mensuração de desempenhos e
resultados.

Fechamento
Neste tema, aprendemos algumas abordagens para melhorar o desempenho das operações, foi ensinada a
importância de ter processos estabelecidos e como eles podem gerar resultados significativos para a empresa. A
excelência na gestão de operações gera diferencial competitivo, porém, para que ela funcione da melhor maneira
possível, é necessário o trabalho em conjunto de todos os setores da empresa, como foi mostrado em nosso
estudo.
Vimos como as medidas e padrões de desempenho são importantes para avaliar os resultados das operações
com o objetivo de melhorar cada vez mais os resultados.

Referências
KRAJEWSKI, L.J. & RITZMAN, L.P. Administração da produção e operações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
NOVAES, A.G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e avaliação. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2015.
BOWERSOX, D.J; CLOSS, D.J.; COOPER, M.B. & BOWERSOX, J.C. Gestão logística da cadeia de suprimentos.
Porto Alegre: Bookman, 2014.
CHOPRA, S. & MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos. Estratégia, Planejamento e Operações. São
Paulo: Pearson, 2011.
FLEURY, P.F., WANKE, P. & FIGUEIREDO, K.F. Logística empresarial: A perspectiva brasileira. São Paulo:
Atlas, 2011.
WANKE, P. Gestão de estoques na cadeia de suprimentos: decisões e modelos quantitativos. São Paulo:
Atlas, 2011.

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Seleção e Desenvolvimento de
Competências na Rede de Valor
de Operações
Larissa Müller Santos

Introdução
No ambiente competitivo das organizações, é necessário buscar pela excelência em gestão para que se alcance de
maneira sólida os objetivos. O primeiro passo importante é avaliar os recursos que a empresa disponibiliza para
tomar as melhores decisões dentro de seu planejamento estratégico.
É necessário enxergar de maneira clara os pontos fortes e fracos da empresa, elencar suas forças e fraquezas, o
que vai auxiliar de maneira efetiva nas melhores tomadas de decisões. Pense como um jogo: ao entrar em campo,
é necessário ter uma estratégia bem desenhada para que assim você possa alcançar o gol (seus consumidores) e
driblar seus concorrentes. Aprender a selecionar e desenvolver as competências para ganhar esse jogo é o
principal objetivo deste tema.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Entender como fazer de operações uma arma competitiva e compreender que processos ajudam as
organizações a atingir seus objetivos.

Elementos da formação da rede de valor


Uma cadeia de valor é o ato de criar atividades com o objetivo de criar valor sobre aquele produto ou serviço aos
consumidores. Resumidamente, é descrever os caminhos que a empresa pode seguir para estreitar os laços com
seus clientes.
Uma definição importante para se entender o conceito de Fonte de Valor, é saber de maneira correta a diferença
entre custo e despesas.

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FIQUE ATENTO
Custos: todos os gastos, diretos ou indiretos, para a fabricação do produto ou execução do
serviço. Contribuem diretamente no produto final (matéria-prima, mão-de-obra,
equipamentos, limpeza do local, entre outros)
Despesas: são os gastos relativos à gestão da empresa, mas que não contribuem diretamente
para a fabricação do produto ou serviço.

Esses conceitos são importantes, pois a cadeia de valor se relaciona com o processo completo, do recebimento da
matéria-prima, passando pela produção e, por último, a entrega para os consumidores. O objetivo principal é
entregar o maior valor para os clientes, com o menor custo possível.

FIQUE ATENTO
A cadeia de valor é uma ferramenta de gestão da empresa, ela precisa ser flexível para
entender as necessidades do mercado e aceitar as mudanças que ocorrem no mundo
corporativo.

Uma ferramenta muito utilizada para a realização dessa análise é a matriz SWOT ou matriz FOFA: ela auxilia os
gestores a entender quais os momentos fortes e as fraquezas das organizações.

Figura 1 - Matriz Swot


Fonte: Elaborado pela autora, 2020

Para a utilização, os gestores devem realizar uma análise realista sobre o ambiente interno e externo da

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Para a utilização, os gestores devem realizar uma análise realista sobre o ambiente interno e externo da
organização, elencando quais são as forças e fraquezas (presentes no ambiente interno) e quais são as
oportunidades e ameaças (presentes no ambiente externos). Assim, poderão, de maneira mais consciente, traçar
os planos de ação e criar de forma sólida sua cadeia de valor.

SAIBA MAIS
Para entender de maneira prática como elaborar uma matriz FOFA, é possível assistir aos
conteúdos disponíveis no Instituto Rock Content.

Função da rede de valor


Para se entender a função desta ferramenta, é necessário primeiro se aprender quais seus elementos. A
metodologia divide a organização em duas atividades principais: Atividades Primárias e as Atividades de Apoio.
Fazem parte das atividades primárias: logística de entrada da matéria-prima, operações de produção, logística
de distribuição, marketing, vendas, serviços agregados, entre outros.
Já a atividade de apoio (que oferece suporte às atividades primárias) é composta por infraestrutura da empresa,
recursos humanos, desenvolvimento tecnológico, processo de compras etc.

Figura 2 - Elementos da cadeia de Valor


Fonte: Elaborado pela autora, 2020

Todas as atividades da cadeia de valor têm como objetivo principal maximizar o valor entregue para os
consumidores. Deve-se analisar cada atividade pela maneira como ela impacta no produto oferecido. Esta análise
pode ser realizada de duas maneiras, cada uma com um objetivo específico:
· Vantagem Competitiva de Custo: quando e organização tem como principal objetivo competir com os

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pode ser realizada de duas maneiras, cada uma com um objetivo específico:
· Vantagem Competitiva de Custo: quando e organização tem como principal objetivo competir com os
concorrentes em custos e preço, as atividades são analisadas para a diminuição dos custos de produção.
· Vantagem Competitiva de Diferenciação: o objetivo da organização é se diferenciar em criar produtos e serviços
que entreguem algo a mais para os clientes. Cada atividade é analisada com o objetivo de se diferenciar dos
concorrentes e gerar mais vantagem competitiva.

Figura 3 - Melhora dos resultados


Fonte: faithie, Shutterstock, 2020

Cada estratégia tem um foco específico, que vai ser determinado no planejamento estratégico e no
posicionamento das empresas. Através da cadeia de valor, é possível aumentar a rentabilidade das operações e
se posicionar de maneira mais clara.
Alguns benefícios de se analisar as cadeias de valor são:
· Analisar os processos que podem não estar gerando valor;
· Aumentar a importância de atividades que geram valor de maneira direta;
· Elaboração do planejamento estratégico;
· Melhorar posicionamento e gerar maior vantagem competitiva.

Just in time
Esse é um sistema produtivo com o principal objetivo de produzir a demanda correta dentro no prazo
estabelecido. Em português, significa “no tempo certo”. Tem um poder muito grande de impactar na capacidade
produtiva, diminuir os desperdícios, manter um estoque controlado e consequentemente diminuir os custos.
Também conhecido como melhoria de processos continuo, ele traz a necessidade de reduzir como ponto
principal.
Como vantagem desse sistema, podemos trazer o aumento da agilidade dos processos e a redução de custos
desnecessários, como desperdício e estoques. A entrega das mercadorias são realizadas em volume menor,
porém com mais frequência, realizando um fluxo mais contínuo e otimizando espaços.
Um ponto de desvantagem desse sistema é a necessidade de agilidade da entrega dos fornecedores, além da
dificuldade de prever demandas de venda, sendo necessário, em algumas empresas, manter um estoque para
conseguir atender seus consumidores de maneira rápida.

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conseguir atender seus consumidores de maneira rápida.

Figura 4 - Estoque elevado em empresas


Fonte: I. Pilon, Shutterstock, 2020

Com a inovação no ambiente de produção, uma ferramenta essencial para conseguir manter com qualidade esse
sistema produtivo é a obtenção de softwares e tecnologia de informações que compilam, de maneira rápida, as
informações e auxiliam a monitorar os processos produtivos.

Fechamento
Neste tema, aprendemos o que é uma cadeia de valor, seus elementos e como ela pode auxiliar no
posicionamento competitivo das organizações. Foi ensinado como utilizar e quais os benefícios da matriz FOFA e
a importância de analisar de forma realista os pontos fortes e fracos de uma empresa.
Entendemos os dois posicionamentos que as corporações podem adotar para se diferenciar dos concorrentes e
como a melhoria contínua de processos pode ser utilizada para aumentar a agilidade, diminuir desperdícios e
custos.

Referências
KRAJEWSKI, L.J. & RITZMAN, L.P. Administração da produção e operações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
NOVAES, A.G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e avaliação. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2015.

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Decisões na Rede de Valor de
Operações
Marcelli Ritton Macedo

Introdução
A rede de valor e cadeia de suprimentos de uma organização é algo muito importante na gestão como um todo.
Auxilia na tomada de decisão e pode influenciar no processo de fabricação e entrega do produto final. Quando a
rede é feita de forma adequada, temos maior controle do processo, fazendo com que desperdícios sejam
desfeitos, contribuindo para uma redução de matérias-primas, no controle dos estoques sem que falte material,
com melhor tomada de decisões para o cliente final.
Diante desse contexto, qual a importância da rede de valor e qual o impacto da cadeia de suprimento na logística
da organização? Vamos saber mais, neste tema.

Rede de valor
Rede de valor significa agregação de valor por meio de atividades primárias e secundárias, formando assim uma
rede que irá analisar a organização como um todo. Nesse conceito, a organização é vista como um organismo que
tem as atividades interrelacionadas para que no final de sua produção o cliente sinta uma agregação dos valores
da marca com a empresa. Diversos autores relatam que a rede de valor é um modelo sistemático que mostra a
movimentação do objeto, desde a sua produção inicial (matéria-prima) até o consumidor final, adicionando o um
valor entre as etapas da cadeia de suprimentos.
As atividades que fazem parte da rede, consideradas primárias ou de apoio, estão relacionadas com o manuseio
dos materiais, controle de estoque, armazenagem e todas as etapas referentes à movimentação dos objetos.
Outro ponto, dentro dessa atividade, são as operações, atividades que tornam os insumos em objeto dentro da
fase interna da organização. Na fase de logística externa, podemos dizer que coleta, armazenagem, distribuição e
tudo aquilo que envolve movimentação de fora entra nessa parte das atividades primárias. Ainda nas atividades
primárias, temos o marketing e a venda, que envolvem as atividades que ligam o cliente à organização, fazendo
com que se gere uma relação entre as partes. Por último, dentro das atividades primárias, temos ações
referentes ao serviço, de forma a fornecer um suporte ou reafirmar um valor do produto para o cliente.

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Figura 1 - Atividades
Fonte: johnkworks, Shutterstock, 2020

As atividades secundárias são consideradas atividades de apoio. Podemos dizer que as atividades de suprimento
de serviço e materiais são consideradas atividades secundárias, visam comprar insumos para produção do
objeto e manter o fluxo de produção, associados a equipamento e materiais funcionando. A parte tecnológica
também faz parte dessa atividade, é responsável pelo desenvolvimento da tecnologia dentro da organização,
assumindo etapas como design, produção, financeiro, pesquisa de mercado e tudo que é tecnológico e que
melhore a produção ou agregue valor no produto. Outro ponto a ser considerado como atividade secundária é a
gestão de recursos humanos, que envolve atividades inerentes aos colaboradores da organização. A
infraestrutura também é considerada uma atividade secundária, porque dá apoio às atividades primárias,
gerando valor na rede. A infraestrutura é um ponto importante na rede, porque seu apoio envolve toda a
organização nas áreas de planejamento, finanças, contabilidade, distribuição, dentre outras. Para que a rede de
valor contribua para a cadeia de suprimento, todos os pontos envolvidos devem ter uma boa integração, de
forma que a coordenação seja integrada e todos os pontos se comuniquem.

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Figura 2 - Rede
Fonte: alexsl, iStock, 2020

Com isso, fica claro que a rede de valor precisa adicionar valor ao produto ou serviço ofertado, para que tenha
um ganho na competitividade do mercado.

Cadeia de suprimentos
A cadeia de suprimento é uma parte da logística conhecida com Supply Chain Management (SCM); é um conjunto
de atividades que envolve toda a produção do objeto, armazenagem, distribuição e transporte, tanto do objeto
como do serviço. Envolvendo todas as partes e detalhes da empresa, Ballou (2011, p.34) relata que corresponde
a todos os pontos, desde a compra de matéria-prima até o produto final para o cliente. Toda a etapa do processo
de compra precisa ser planejada para que a organização otimize seus processos e comecem a agregar valor a
eles. Além disso, o planejamento precisa ser feito de forma integrada, os setores precisam ter uma ligação em
suas etapas para a produção. Agregando valor ao produto, autores como Ballou (2011, p.35) escrevem que o
valor para os clientes e fornecedores são aqueles em que o objeto ou serviço passam ou agregam para o cliente
final.
É fundamental que o conceito de logística esteja claro quando abordamos o conceito de cadeia de suprimentos.
Quando falamos de valor na logística, esse fato está relacionado ao tempo e ao lugar.

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EXEMPLO
Um exemplo são as lojas de conveniência no shopping, que servem lanche no cinema, pois não
geram nenhum valor para os clientes, a menos que tenham um atendimento diferenciado, mas
ainda assim são ligadas ao cinema. A cadeia de suprimento entra para que cada etapa do
processo comece a agregar valor para o cliente; quando isso acontece, essa atividade se torna
inquestionável, assim os clientes começam a consumir independentemente do preço e do local.

A integração da cadeia de suprimento com processo logístico vem se transformando em um método que pode
agregar valor tanto para a organização quanto para o cliente. Nesse processo, a internet, os sistemas
tecnológicos, o just in time, entre outros, agilizarão o processo dentro da cadeia de suprimento, de forma que o
processo fique cada vez mais ágil e com entrega imediata, aumentando a disponibilidade do produto.

SAIBA MAIS
Para aprofundar seus conhecimentos sobre a cadeia de suprimento, é preciso entender sobre
logística e seus sistemas. Desse modo, recomendamos o estudo de caso da Amazon, que mostra
como funciona sua cadeia de suprimento e seus processos que agregam valor para o cliente.

Figura 3 - Cadeia de suprimento


Fonte: Trueffelpix

As organizações são ambientes dinâmicos e complexos, não são estáticos, precisam de atualização e

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As organizações são ambientes dinâmicos e complexos, não são estáticos, precisam de atualização e
desenvolvimento o tempo todo. A cadeia de suprimento é de extrema importância nessa etapa do processo,
coloca a empresa em uma posição competitiva, fazendo com que tenha um diferencial perante seus
concorrentes. Alguns pontos importantes nesse processo de negócio dinâmicos são mercados, barreiras,
demandas, custos, cliente, perfis, periocidade do produto ou serviço, valor agregado, distribuição,
armazenamento, dentre outros. Por isso, a cadeia de suprimento tem de ser observada em detalhes para que a
comunicação das áreas seja de extrema importância e se torne uma vantagem competitiva. A vantagem
competitiva é encontrada nos seus diferenciais perante o mercado e seus consumidores e a capacidade de operar
gastando o menor custo possível, aumentando assim seu lucro.
A gestão da cadeia de suprimento é vista como uma ferramenta estratégica de forma singular para obtenção de
diferencial no mercado consumidor. Quando abordamos o tema, não podemos deixar de citar o efeito chicote,
que ao longo de toda a cadeia tem reflexo de variação de vendas, mas abrangendo toda a organização envolvida
na cadeia de suprimento, assim é preciso ter um esforço mútuo entre os elos envolvidos.

FIQUE ATENTO
Para a gestão da cadeia de suprimento, devem ser analisados todos os pontos envolvidos no
sistema, caso necessite de controle mais efetivo ou de uma ação rápida de correção.
Lembrando que o método escolhido pode influenciar muito na gestão da cadeia e na sua
tomada de decisão.

Figura 4 - Gestão da cadeia de suprimentos


Fonte: Trueffelpix, Shutterstock, 2020

Toda a organização tem um produto ou serviço para entregar, para que seu processo de produção e finalização
seja feito, a tomada de decisão tem que estar alinhada à gestão da cadeia de suprimento, para que o gestor da
organização consiga fazer uma análise geral da empresa e encontrar os pontos com maior dificuldade. Essa

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organização consiga fazer uma análise geral da empresa e encontrar os pontos com maior dificuldade. Essa
análise é de extrema importância, é só por meio dela que o gestor é capaz de encontrar os pontos frágeis que
necessitam de melhoria. A análise deve ter pontos sobre os dados da empresa, fornecedores e clientes com suas
responsabilidades e ações para cada um dentro da cadeia de suprimento. Por isso, a cadeia de suprimento tem
que olhar tanto o ambiente interno como o externo, abrangendo e estudando toda etapa para que a tomada de
decisão seja feita de maneira correta. Porque não basta a organização realizar um bom planejamento, precisa
atender as exigências do mercado e dos clientes. Alguns pontos precisam ser analisados, dentro da cadeia de
suprimento, tais como:
· Qualidade;
· Marketing e equipe de vendas;
· Manutenção;
· Transporte;
· Fatores externos;
· Colaboradores;
· Matéria-prima;
· Distribuição; e
· Armazenagem.
Outro ponto que deve ser levado em consideração na gestão da cadeia de suprimento é a tecnologia, como os
softwares que fazem essa integração. Um exemplo desse software é o ERP, que organiza toda a empresa,
facilitando a comunicação entre os elos da cadeia de suprimentos. Mesmo tendo um custo um pouco elevado, é
de extrema importância para a tomada de decisão dentro da empresa. Ele proporciona maior segurança,
trazendo resultados de gestão reais.
Dentro da análise da cadeia de suprimento, é importante ter colaboradores preparados, com o conhecimento de
cada etapa, pois uma equipe apenas capacitada não faz diferença para a organização. O fluxo de informação deve
ser equilibrado, mantendo o processo alinhado e evitando problemas com a produção.
É importante que tenha um serviço de atendimento ao cliente ligado a essa cadeia de suprimento, não apenas
para reclamações, mas para que consiga agregar valor ao processo como um todo para o cliente final. Os
problemas que possam surgir devem ser antecipados, para que não hajam problemas de produção que não
possam ser resolvidos, por isso o processo da cadeia de suprimento precisa ser mapeado de maneira correta. A
qualidade também é um ponto de extrema importância dentro da cadeia, pois pode fazer um diferencial para a
organização, se feito de qualquer maneira. O controle da produção deve ser feito de maneira criteriosa para que
nada saia do controle durante o processo.
Ainda existem maneiras eficientes de controlar a cadeia, uma delas é o uso do “seis sigma”, que faz com que os
resultados sejam ainda mais reais e positivos para a cadeia de suprimento.

FIQUE ATENTO
Para utilização de ferramentas que ajudem no controle da cadeia de suprimento, é necessária
uma análise real do cenário atual da empresa e o estudo dos benefícios e desvantagens da
implantação desse sistema no processo operacional da fábrica. Necessita responder algumas
questões antes da implantação, como se há capacidade técnica, colaboradores dispostos e
outros fatores.

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Fechamento
A partir do estudo desse tema, é possível concluir qual é a importância da rede de valor e da cadeia de
suprimento para a organização. Com as informações fluindo de maneira correta, a produção acaba sendo
otimizada e a organização fica mais bem preparada para o mercado no qual está inserido. Como você pode
perceber, quando a gestão da cadeia de suprimento é feita de maneira correta, os custos inerentes à produção e
suas fases internas e externas são reduzidos, aumentando a satisfação do cliente e agregando valor à marca, com
um custo reduzido e no menor prazo possível.

Referências
CHING, H. Y. Gestão de estoques na cadeia de logística integrada: suplychain. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
DIAS, M. A. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
Revista Mundo Logística. Como a AMAZON fez da logística seu grande diferencial competitivo. Publicado em
2018. Acesso em 14/03/2020, no site: https://revistamundologistica.com.br/blog/achiles/como-a-amazon-fez-
da-logistica-seu-grande-diferencial-competitivo.

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Visão Gerencial do processo
Dinâmico de formulação de
Estratégia de Operações
Marcelli Ritton Macedo

Introdução
A estratégia é algo muito importante dentro da organização, podendo fazer um diferencial ou prejudicar toda a
organização. Auxilia na tomada de decisão e pode influenciar no processo de fabricação do início até a chegada
no cliente final. Quando a estratégia é feita de forma adequada, temos uma maior gestão na tomada de decisão,
fazendo com que custos, tempo e matéria-prima sejam reduzidos, melhorando o controle dos estoques para que
não falte material e que se tenha tomadas de decisões visando a entrega final do produto. Diante desse contexto,
qual a importância da diretriz ou escolha das estratégias e qual o impacto na logística da organização? Vamos
saber mais, neste tema.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Entender a influência sobre os recursos das áreas de decisão que determinam a alocação dos mesmos.

Diretrizes e escolha para formulação de


estratégias
No mercado de negócios, a concorrência cria situações fortes. A competitividade é reflexo das tomadas de
decisões que podem refletir em uma diferenciação no mercado no qual a organização está inserida. Autores
como Poter (1991, p. 9) aborda alguns tipos de estratégias aplicadas ao processo logístico, como a liderança
baseada no custo total, que significa atingir a liderança com a menor utilização de recurso possível. A
diferenciação faz com que o produto ou serviço daquela empresa seja único ou singular no mercado, agregando
algo ao consumidor que faça com que o produto seja diferenciado. Outro ponto é o enfoque que significa mapear
o segmento e os produtos que determinados consumidores necessitam, e criar estratégias voltadas para esse
grupo.
A estratégia aplicada na organização é capaz de atender seus objetivos estratégicos mais eficientemente do que
os concorrentes que competem de forma mais ampla. Porém, a organização deve elaborar suas estratégias de
maneira eficiente para que não fiquem com alguma desvantagem dentro do mercado concorrente. O ideal é que a
organização escolha uma segmentação estratégica para que a vantagem competitiva seja aplicada de maneira
efetiva. A estratégia aplicada à segmentação fideliza os clientes e faz com que os novos clientes se interessem
pela marca. Esse nível de serviço não representa custo baixo, mas eficiências nas ações voltadas para o produto;
o nível ótimo é aquele que fideliza o cliente e utiliza o menor custo.

Uma estratégia logística utilizada para melhoria de serviço pode ser associada aos custos de fabricação ou

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Uma estratégia logística utilizada para melhoria de serviço pode ser associada aos custos de fabricação ou
diferencial de marketing. Quando a organização tem um bom controle dos custos, consegue vantagens
competitivas, baseadas nas trocas e no retorno de fornecedores para que seu produto ou serviço se destaque no
mercado competitivo (BALLOU, p. 127). Baseado em Lambert (1998, p. 120), podemos elencar alguns pontos
estratégicos na área logística, vistas a seguir:
• Desenvolvimento de um produto ou serviço;
• Taxas cambiais diferentes;
• Desenvolver uma estratégia de fontes de suprimentos;
• Canais de distribuição eficientes;
• Processos baseados em procedimento de qualidade;
• Noções de custo do processo;
• Transporte e sistematização que seja eficiente;
• Armazenagens estratégicas;
• Foco no cliente para serviço ou produto;
• Compressão do tempo;
Globalização e Integração.

Figura 1 - Elaboração de estratégias


Fonte: REDPIXEL.PL, Shutterstock, 2020

Para se desenvolver uma estratégia baseada nas fontes de suprimentos, devem ser relatados os componentes
que possam ser padronizados no total ou parcial para que estratégias sejam aplicadas em diferenciação do
mercado. Com isso, há um mix de produto e implantação estratégica de marketing, com variação de produtos
que ajuda o cliente a fidelizar e ter opções de escolha, fazendo com que a organização tenha um leque de opções
para culturas diferentes de mercado.
Para as taxas de câmbio, isso pode interferir na estratégia do produto ou serviço, porque envolve custos do
processo com um todo. A taxa de câmbio é um fator determinante para uma organização, principalmente no que
tange a produtos de matéria prima importados ou que exportam seus produtos. A flutuação das moedas pode ser
um problema se não for considerada.
Estratégias para fontes de suprimentos, de componentes ou produtos podem ser realizadas por suas matrizes ou
pelas subsidiárias estrangeiras, ou podem ser desenvolvidas por fornecedores independentes, aplicando a
terceirização. Nas estratégias de suprimento por escala global, devem ser analisados não apenas os custos de
produção, os custos de variáveis de recursos e as flutuações da taxa de câmbio, mas a disponibilidade de

infraestrutura como um todo. Para que a cadeia de suprimentos se torne competitiva, deve-se atentar aos custos

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infraestrutura como um todo. Para que a cadeia de suprimentos se torne competitiva, deve-se atentar aos custos
que podem ser reduzidos sem alterações. Para os canais de distribuição, canais estratégicos de comunicação
entre o cliente final e a fábrica, é preciso que os mecanismos sejam eficazes e eficientes, abrindo um canal de fácil
acesso para a organização, que pode usar como uma estratégia o atendimento aos clientes. É possível ainda
realizar a separação de canais, isto é, quando o produto é transferido da organização para o revendedor direto
sem passar pelo distribuidor, para resultar em maior eficiência de logística. Com canais de distribuição
eficientes, custos de serviços, como distribuição, armazenagem e transportes, podem ser reduzidos, trazendo
vantagens estratégicas para organização.

Figura 2 - Canais de distribuição


Fonte: arka38, Shutterstock, 2020

EXEMPLO
Fábrica de carro, que tem uma revendedora de seus produtos, ou seja, a concessionária que
oferece o produto e ainda apresenta serviços adicionais como de manutenção. Quando
necessita de uma pós venda, também oferece um canal de fácil acesso, assim fidelizando o
cliente final. As fábricas junto com sua concessionárias utilizam esse serviço como uma
diferença no mercado.

Em relação aos procedimentos de qualidade que são utilizados como estratégias para diferenciar o produto no
mercado, temos as organizações utilizando o Just in time e Kanban, trazendo maior eficiência para o produto ou
serviço. O Just in time visa produzir e finalizar peças e componentes, mantendo estoques próximos de zero,
principalmente das peças de maior custo, tamanho e maior número de variantes. Dentro da mesma, com o
conceito de fornecimento integrado, foi desenvolvido um processo que concilia o fornecimento sincronizado e o
fornecimento para estoque, conhecido como Kanban. Os custos do processo devem ser calculados e mapeados
pelos gestores para definição das melhores estratégias e se conseguir uma redução de custo. É necessário usar

uma abordagem de custo total que englobe toda a organização e sistema de distribuição, armazenagem e

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uma abordagem de custo total que englobe toda a organização e sistema de distribuição, armazenagem e
transporte. A determinação dos custos operacionais deve incluir o custo e despesas relacionadas ao produto
atribuídas a toda produção e pós serviço. Adicionalmente, o custo atual do investimento em estoques, seguro,
impostos devem ser incluídos no processo para que as estratégicas consigam ser implementadas.

SAIBA MAIS
Para aprofundar seus conhecimentos sobre a estratégia aplicada na logística, é necessário
entender todo o método. Desse modo, recomendamos o estudo do livro sobre estratégia, que
mostra uma visão completa de como funciona o processo e como é feita sua implantação na
organização, quais os benefícios e as desvantagens (DE ALMEIDA, 2012).

Figura 3 - Estratégia
Fonte: pedrosek, Shutterstock, 2020

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FIQUE ATENTO
Para o gerenciamento dos custos, devem ser analisados todos os pontos envolvidos na
organização, caso necessite de controle efetivo, uma ação rápida é necessária para mapear
todos os aspectos para saber qual estratégia implantar. Lembrando que o método escolhido
pode influenciar gestão da cadeia e na sua tomada de decisão por parte do alto comando.

Para transporte e sistematização que sejam eficientes, o ideal é que sejam planejados para que o produto cumpra
sua finalidade, entregando o objeto com menor custo possível e tempo. Para isso, é necessário conhecer os
modais e suas especificações, assim como suas vantagens e desvantagens para que defina as estratégias ideais
para cada modal.
No caso da armazenagem como uma ferramenta estratégica, deve ser aplicada de forma eficiente para que as
movimentações inerentes ao processo sejam realizadas, movimentação de estoque, reposição de matéria prima,
ou até mesmo o estoque zero, que é considerado uma estratégia de redução de custo. A armazenagem no meio
logístico pode ser definida de duas formas: pública, onde o local é alugado e paga taxa para o uso, e própria, onde
a organização é dona do próprio espaço. No caso da armazenagem, existem softwares que ajudam nesse
processo, melhorando, assim, a estratégia implantada para o produto ou serviço. O foco no cliente ou produto,
quando aplicado com estratégia, serve para posicionar o produto consistente das utilidades de tempo e lugar,
mostrando que o produto ou serviço só expressa valor quando chega à mão do cliente final, na hora e no lugar
definido. A compressão do tempo significa dizer que o tempo é fundamental para montar as estratégias que
mencionamos acima, descrevendo os pontos que gastam maior tempo e reduzindo-o, para que possam ser feitas
medidas eficientes no processo logístico com a entrega, pois os usuários que estão cada vez mais exigentes no
mercado. Para finalizar, podemos citar a globalização e integração, empresa com processo global obtém
vantagens competitivas, mostrando seus produtos e implantando as estratégias de fabricação e logística para
apoiar sua estratégia de marketing.
No caso da integração, as organizações não podem colocar rótulos que não estão mais claros no mercado ou
ultrapassados, como cargos dentro da organização de gerente de marketing, de produto ou de compras que não
condizem com o planejamento integral da organização em rede. A organização necessita de um sistema
integrado, baseado em gerenciamento de pessoas por competência, que realmente vistam a camisa da
organização para atingir suas metas e estratégias definidas.

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Figura 4 - Pessoas
Fonte: docstockmedia, Shutterstock, 2020

FIQUE ATENTO
Para utilização de ferramentas que ajudem na estratégia da organização, não basta escolher
apenas um ponto apresentado no texto, mas colocar uma junção das ações expostas,
enquadrando dentro da realidade da organização como uma análise real do cenário. Para esse
objetivo, é preciso responder algumas questões antes da implantação, como se há capacidade
técnica, colaboradores dispostos, como a cultura organizacional pode influenciar no processo e
outros fatores.

Fechamento
A partir do estudo desse tema, é possível concluir qual é a importância da escolha e da implantação da estratégia
mais adequada para a organização. Com as informações fluindo de maneira correta, a estratégia definida
associada à tomada de decisão pode influenciar muito no mercado perante os concorrentes. Como você pode
perceber, quando a empresa tem dados reais e a implantação da estratégia condiz com o ambiente, o alto
comando consegue tomar a melhor decisão e seguir uma linha real quanto a essa tomada de decisão, podendo
assim reduz custos e aplicar um diferencial entre os concorrentes.

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Referências
BALLOU, R.H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/Logística empresarial. Porto Alegre: Bookman,
2010.
DE ALMEIDA, C.; SCHLÜTER, M. Estratégia Logística. IESDE BRASIL AS, 2014, p. 302.
LAMBERT, D. Administração Estratégica da Logística. São Paulo: Vantine Consultoria, 1998. 912 p.
PORTER, M. Estratégia Competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro:
Campus, 1991, p. 9-60.

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Internacionalização da Estratégia
de Operações
Marcelli Ritton Macedo

Introdução
A internacionalização da estratégia de operações depende de alguns fatores para que possa ser executada. Um
exemplo dessa internacionalização é o transporte internacional, feito com deslocamento entre dois países,
seguindo uma legislação e um desembaraço aduaneiro com contrato entre as partes. Para escolha da modalidade
adequada, é preciso conhecer alguns pontos importantes nesse processo. Diante desse contexto, você já pensou o
que envolve o processo de venda internacional e como é feito esse transporte? É o que vamos analisar neste
tema.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Conhecer os conceitos de internacionalização e as normas e diretrizes para a inserção neste tipo de
processo

Negócios internacionais
Antes de iniciar o tema, é preciso abordar alguns conceitos, como o significado de Incoterms – International
Commercial Terms, ou seja, Termos Internacionais de Comércio, que auxiliam uma estrutura de compra e venda
internacionais. O Incoterms representa as regras internacionais para padronizar as negociações internacionais,
evitando o conflito. Esse mecanismo é praticado na logística internacional, sem embasamento legal, mas com
base em regras consensuais para vender e comprar. Em transições internacionais, os Incoterms devem ser
implantados para gerir as operações de importação/exportação. As regras são válidas apenas para vendedores
diretos, para funcionários indiretos não se aplicam essas regras.
Os Incoterms foram criados 1936, pela Câmara Internacional do Comércio, que se apropriou dos processos de
contratos para padronizar a sua utilização no comércio internacional. Em 1976, passou a ser utilizado para
comércio internacional, na movimentação de cargas por exportação. Nos anos 2000, começou a ser introduzido
na zona de comércio livre para o transporte das mercadorias, com uma visão clara da utilização dos termos. Os
Incoterms são apresentados por siglas de três letras, deixando claros os direitos e as obrigações mínimas para
compras e vendas de produtos. Esse sistema também é conhecido como “Cláusulas de Preço”, determinado os
elementos que representam o preço final do produto com todos os seus valores embutidos.
Autores com Ballou (2010, p.181) dizem que as exportações precisam de regras para que as transações
funcionem de maneira correta, mas deixa claro que a teoria e a prática são diferentes, sendo preciso utilizar os
Incoterms. Estes são classificados da seguinte forma:
· EXW – Ex Works: quando a responsabilidade passa a ser do importador e seus custos também, os exportadores
apenas disponibilizam o produto para o importador desembaraçar os processos;
· FCA – Free Carrier: quando o importador entrega a mercadoria para a transportadora, deixa de ser
responsável;
· FAS – Free Alongside Ship: entregue pelo exportador no costado do navio, com todo desembaraço para o

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responsável;
· FAS – Free Alongside Ship: entregue pelo exportador no costado do navio, com todo desembaraço para o
embarque;
· FOB – Free on Board: o exportador entrega a carga já desembaraçada a bordo do navio, em porto de embarque
indicado pelo importador;
· CFR – Cost and Freight: o exportador entrega a carga no porto de destino, custeando os gastos com frete
marítimo;
· CIF – Cost, Insurance and Freight: o exportador é responsável também pelo valor do seguro e entrega a carga a
bordo do navio, com os custos pagos.
· CPT – Carriage Paid to: o exportador deverá pagar as despesas de embarque da mercadoria e seu frete
internacional até o local de destino designado;
· CIP – Carriage and Insurance Paid to: o exportador arca com as despesas de embarque, do frete até o local de
destino e do seguro da mercadoria até o local de destino indicado;
· DAF – Delivered At Frontier: o exportador entrega no limite de fronteira com o país importador;
· DES – Delivered Ex Ship: o exportador coloca a carga à disposição do importador no local de destino, a bordo do
navio, arcando com todas as despesas de frete e seguro, ficando isento apenas dos custos de desembaraço;
· DEQ – Delivered Ex Quay: a mercadoria é disponibilizada ao importador no porto de destino designado,
cabendo ao exportador, além de custos de frete e seguro, bancar os gastos com desembarque;
· DDU – Delivered Duty Unpaid: chamado esquema porta-a-porta, uma vez que fica a cargo do exportador
entregar a mercadoria no local designado pelo importador, com todas as despesas pagas, com exceção apenas
para os pagamentos de direitos aduaneiros, impostos e demais encargos da importação;
DDP – Delivered Duty Paid: entregar a mercadoria no local determinado pelo importador, pagando inclusive os
impostos e outros encargos de importação.

Figura 1 - Incoterns
Fonte: Cousin_Avi, Shutterstock, 2020

Os Incoterms devem ser utilizados de maneira correta, pois cada um compõe um ponto específico do transporte
marítimo, protegendo a mercadoria e evitando problemas com seu transporte. Ballou (2010, p.181) afirma que
quando os mercados não estão próximos, problemas podem aparecer devido a essa distância, dificultando o
envio da mercadoria.

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FIQUE ATENTO
A empresa pode ter funcionários especializados (agentes comerciais) para o recebimento da
carga ou contar apenas com desembaraçadores aduaneiros. Não podemos esquecer que estão
mandando mercadoria para países diferentes, com outras legislações, culturas e pontos
importantes que devem ser observados. Assim, é preciso prestar atenção às regras e à
documentação necessária para enviar e desembaraçar a mercadoria.

Transporte internacional
O transporte internacional é feito com auxílio dos Incoterms, conforme apresentado no tópico anterior. Podemos
dizer que o transporte internacional é mais complexo do que um transporte interno, devido às documentações
necessárias para movimentação da mercadoria. Ballou (2010, p. 181) informa que os principais documentos são:
· Documento para embarque das mercadorias;
· Recibo da carga;
· Transporte do embarcador e transportador;
· Recibo das docas com transferência das cargas;
· Instruções de recebimento da carga;
· Declaração de exportação;
· Carta de crédito;
· Certidão consular; e
· Fatura comercial.
Outro ponto necessário e que deve ser observado é a escolha do modal a ser utilizado no transporte, assim como
se faz no transporte interno, lembrando que será preciso fazer o desembaraço da mercadoria. Temos alguns
tipos de transporte que podem ser utilizados na modalidade internacional, devendo ser observados todos os
pontos aduaneiros para o envio da mercadoria. O transporte aéreo é bastante utilizado para produtos
relacionado à saúde, alimentação e outros, que são necessários mesmo com o custo elevado do transporte. O
transporte tem de ser feito por companhias associadas ou não-associadas à International Air Transport
Association (IATA), e por serviços fretados.

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FIQUE ATENTO
Para utilização da modalidade internacional pelo transporte aéreo, é necessário um
documento chamado “conhecimento de embarque aéreo”, assinado pelo agente e pelo
exportador, conhecido com AWB – Airway Bill. Esse documento deve ser acompanhado das
demais documentações, conforme descrito acima, e desembaraçado por um desembaraçador
aduaneiro.

Figura 2 - Transporte Internacional


Fonte: Travel mania, Shutterstock, 2020

Ainda existem outros tipos de transporte: marítimo, rodoviário, ferroviário e fluvial. Dentro desses, o marítimo é
o maior utilizado para transporte internacional, devido ao seu baixo custo. Os demais transportes são utilizados
apenas quando possível, dependendo de outros fatores, como tamanho, peso e rota; são ideais para curtas
distâncias e dependem do roteiro disponível para entrega e do custo.

Siscomex
O Sistema Integrado de Controle do Comércio Exterior é um sistema de controle administrativo interligado ao
órgão de controle federal. Isso ocorre por intermédio de um sistema padronizado de informações sobre as
transações feitas por agentes do comércio exterior de cada estado. Ele foi criado com o intuito de eliminar
documentação e processos burocráticos para registro da mercadoria, todos os envolvidos no processo o acessam

e o alimentam com as informações do processo. O Siscomex não é muito fácil de ser utilizado, são três sistemas

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e o alimentam com as informações do processo. O Siscomex não é muito fácil de ser utilizado, são três sistemas
que se comunicam e transportam as informações, atendendo todas as demandas.
O sistema serve para protocolar a licença, formular e registrar declaração, notificar, responder documentação,
monitorar o processo e consultar a base de dados. Os órgãos federais responsáveis pelos atos importantes
devem registrar todos os passos dos sistemas.

EXEMPLO
Para um exportador enviar sua mercadoria, é necessário que a SECEX autorize ou negue o ato
no sistema. Para que o processo seja implantando no sistema, devem ser atendidas todas as
etapas do sistema e exigências aduanas devem ser cumpridas, ficando todos os passos
registrados.

Figura 3 - Conexões
Fonte: Lightspring, Shutterstock, 2020

O sistema não serve apenas como base de informações, mas gerencia toda a movimentação da carga e controla
os pontos administrativos, facilitando o controle dos órgãos de atuação. Além de ter diminuído a burocracia de
papel, o sistema armazena alguns documentos utilizados com base para exportação, evitando o sumiço do
processo e ajudando no controle aduaneiro.

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Recof
O Recof foi criado pelo Decreto Lei nº 2.412, de 03 de dezembro de 1997, que foi atualizado pelo Decreto nº
6.759, de 05 de fevereiro de 2009, e significa Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob Controle
Informatizado. Ele foi criado para que a logística tributária fosse aplicada nas exportações sobre o controle do
governo. O sistema proporciona algumas vantagens, tais como redução de custo com impostos incidentes na
compra de mercadoria importada. Ele é utilizado pelas empresas como uma ferramenta competitiva, pois
permite a importação de peças para operacionalizar as indústrias que utilizam peças importadas, com a
suspensão de impostos como Imposto de Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados, Programa de
Integração Social e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social.
Podemos dizer que o RECOF é um programa que comunica a fiscalização das importações no fluxo governo
versus empresa. O objetivo principal desse sistema é fazer o desembaraço aduaneiro com uma burocracia menor
e de maneira automatizada, evitando erros ou desvio de documentação dos processos. Na estrutura do sistema, é
possível fazer auditoria do sistema interna e externa, certificando o cumprimento de todos os requisitos da
legislação aduaneira. Outro detalhe deste sistema é que não há suspensão de imposto, com isso os aduaneiros
evitam reter produtos por um longo tempo, para que não haja retenção dos produtos.

Figura 4 - Sistema
Fonte: Alexander Supertramp, Shutterstock, 2020

Isso facilita às empresas gerir seus estoques e fazer um abastecimento mais ágil, reduzindo custos do produto.
Lembrando que o RECOF gerencia todos os documentos do processo e todos os envolvidos no processo
conseguem acessar, regra estabelecida pela Secretaria da Receita Federal.

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SAIBA MAIS
Para aprofundar seus conhecimentos sobre a legislação de transporte internacional, é preciso
entender como funciona a regularização desse transporte e como funciona o sistema governo
versus fornecedor. Desse modo, recomendamos a leitura do Decreto Lei nº 2.412, de 03 de
dezembro de 1997 e da IN SRF nº 254, de 11 de dezembro de 2002.

Fechamento
A partir do estudo deste tema, é possível concluir a importância da internacionalização da estratégia de
operações dentro da logística, aplicadas à cadeia de suprimento e à tomada de decisão. A partir do histórico de
mercadoria, podemos definir qual a melhor estratégia e o melhor transporte para o envio das cargas para outros
países dentro da legislação aduaneira.

Referências
BALLOU, R.H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/Logística empresarial. Porto Alegre: Bookman,
2010.
BRASIL. Decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2000. Regulamenta a administração das atividades
aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior, Site, 2000.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007010/2009/Decreto/D6759.htm#art820. Acesso
em: 23 jan. 2020.
LUDOVICO, N. Logística internacional. São Paulo: Saraiva, 2012.
SRF - SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL. IN SRF nº 254, de 11 de dezembro de 2002. Dispõe sobre o Regime
Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado para a Indústria Automotiva.
Diário Oficial da República Federativa do Brasil.

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A Inserção no Mercado
Internacional
Marcelli Ritton Macedo

Introdução
A inserção no mercado exterior ainda é um desafio para as organizações, os entraves, as barreiras e todo o
processo ainda assusta a maioria dos investidores. Um exemplo para essa inserção seria analisar o processo de
fabricação, distribuição, armazenagem, transporte e custo dessa transação, seguindo a legislação e o
desembaraço aduaneiro entre as partes envolvidas no processo. Para definição e detalhamento da entrada da
organização em um mercado exterior, é preciso conhecer alguns pontos importantes nesse processo. Diante
desse contexto, você já pensou quais são de fato os benefícios que trazem à economia de um país a entrada de
uma empresa no mercado exterior? É o que vamos analisar neste tema.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Compreender as correntes do mercado internacional bem como as cadeias que integram a logística
internacional

Razões para entrar no mercado internacional


No mercado competitivo que vivemos, temos que avaliar as vantagens da expansão dos negócios. Quando uma
organização resolver exportar, ela deve se atentar para alguns pontos importantes, como a existência do
mercado, os recursos necessários, garantias contratuais, a logística, a documentação, dentre ou pontos.
Podemos explicar, conforme Ludovico (2012), que a exportação significa o pacto que as partes formalizam para
o envio de produtos, para um país que tenha o mesmo mercado ou que o mercado seja diferente do seu país,
seguindo regras internacionais. Diante desse contexto, podemos pensar que a importância de entrar no mercado
internacional é saber como isso pode influenciar nos negócios da empresa. Como sabemos, em muitos países
existe uma política neoliberal hegemônica, que intercede nas operações, mesmo com o controle grande e o
protecionismo dos países, esse tipo negócio acaba sendo viável.

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EXEMPLO
Podemos citar um país de exemplo: o Brasil. Apesar de sua carga tributária ser grande, o país
investe em compromissos internacionais para tentar diminuir os nuances do processo de
exportação e melhorar o comércio exterior, simplificando as barreiras econômicas tarifárias e
não tarifárias existentes, facilitando assim as exportações e aquecendo a economia, pois o país
cresce quando começa a exportar mais.

Mesmo com controle do governo, ainda existem vantagens para exportar. Autores como Souza (2003, p. 131)
descrevem que a exportação serve como um crescimento para que a empresa se desenvolva. Corroborando com
esse pensamento, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços apresenta algumas vantagens para as
empresas entrarem no comércio internacional, como a diversificação de mercados, o aumento da produtividade,
melhora da qualidade do produto, diminuição da carga tributária, melhoria das empresas.
A estratégia de destinar uma parcela de sua produção para o mercado interno e outra para o mercado externo
permite que a empresa amplie sua base/carteira de clientes, o que significa correr menos riscos, pois, quanto
maior o número de mercados ela atingir, menos dependente ela será. A diversificação de mercado permite,
ainda, que a sazonalidade do produto seja eliminada, isto é, uma empresa que fabrica produtos voltados para o
clima frio, poderá produzi-los o ano inteiro, porque terá diferentes mercados onde vendê-los, e não dependerá
somente das estações nacionais. (...) Geralmente, quando uma empresa passa a exportar ela obtém melhoras
significativas, tanto dentro da empresa (novos padrões gerenciais, novas tecnologias, novas formas de gestão,
qualificação da mão-de-obra, agregação de valor à marca) quanto fora (melhoria da imagem: frente a clientes,
fornecedores e concorrentes). (MDIC, 2012)

Figura 1 - Negócios Internacionais


Fonte: BrunoWeltmann, Shutterstock, 2020

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FIQUE ATENTO
Existem regras e o controle para exportação no Brasil é grande, contudo, o Ministério da
Indústria, Comércio Exterior e Serviços apresenta algumas vantagens, estabelece o controle e a
forma de fazer a exportação. Caso se tenha interesse em exportar, deve-se ficar atento às
diretrizes dos órgãos de controle.

Correntes do comércio internacional


O comércio internacional consiste em operações entre países em desenvolvimento, aumentando as barreiras
internacionais que ajudam a proteger o desenvolvimento do mercado, resguardando as empresas locais e
contribuindo para o aumento do PIB. O comércio internacional contribui para diminuir os riscos das atividades,
mesmo que o país de origem entre em crise. O desempenho do comércio internacional se dá pela balança
comercial, esse indicador mostra os resultados das importações e exportações de cada país. Se o seu saldo for
positivo, mostra que o país exporta mais do que importa e vice versa. Podemos dizer que no Brasil os produtos
mais exportados são petróleo, celulose, laranja e minério de ferro. Mas esses não são os únicos produtos
exportados pelo país.

SAIBA MAIS
Para aprofundar seus conhecimentos sobre os produtos exportados pelo Brasil, é preciso
entender como funciona a regularização e a estatística do sistema de governo. Desse modo,
recomendamos a leitura dos relatórios de Estatísticas de Comércio Exterior no portal do MDIC.

No comércio internacional, além da balança comercial, temos que considerar que os fluxos comerciais entre os
países ajudam em sua expansão, fazendo com que a economia de escala aumente devido aos serviços atrelados à
venda dos produtos. Com isso, os países fazem acordos para que essas vendas cresçam e favoreçam sua
economia. Existem acordos do tipo NAFTA, Mercosul, dentre outros. O North American Free Trade Agreement,
surgiu como um acordo econômico formado por EUA, Canadá e México, em 1994, para melhorar as relações
internacionais entre os países, como forma de criar uma corrente econômica dentro do bloco enfrentando a
concorrência dos mercados que fornecem mercadorias semelhantes, como o mercado europeu e o asiático.
Já o Mercado Comum do Sul, conhecido como Mercosul, fundando em 1991, estabeleceu uma união aduaneira
entre seus componentes, definido uma zona de livre comércio e políticas comuns entre seus membros. Sua
formação original foi de países da América do Sul, com países como Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, logo
depois com a entrada da Venezuela (que nos dias atuais está suspensa do bloco). A Bolívia tenta aderir ao
tratado, mas ainda aguarda aprovação.

Quando abordamos correntes de comércio internacional, não podemos deixar de citar a OMC, organização

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Quando abordamos correntes de comércio internacional, não podemos deixar de citar a OMC, organização
mundial de comércio, que serve como uma base para os países na criação de regras, ajuda nas relações entre eles
e na discussão de estrutura desse tipo de comércio. Ela serve como uma base que organiza e formaliza os
debates e auxilia nos conflitos entre seus membros. Composto por 164 membros, sua sede fica em Genebra, na
Suíça, e as negociações são transmitidas em três idiomas, inglês, francês e espanhol. O Brasil é membro da OMC,
que foi criada em 1995, substituindo o antigo Acordo Geral de Tarifas e Comércios (GATT).
A Organização Mundial de Comércio ficou responsável por estabelecer as regras comerciais dos países, pois o
GATT não supria as necessidades de seus países-membros com relação aos acordos internacionais. Essa
organização serve com uma corrente entre seus membros para que o comércio internacional se desenvolva
dentro de regras aceitáveis e com barreiras protecionistas menores e redução das taxas entre seus membros,
contribuindo para seu crescimento. Podemos dizer que a OMC tem muita influência no mercado exterior,
gerando debates importantes sobre o livre comércio e fazendo com que os países tomem decisões aceitáveis
dentro do bloco.

FIQUE ATENTO
A Organização Mundial de Comércio é de extrema importância dentro do comércio exterior,
colocando debates que geram acordos e legislações que impactam na economia dos países que
integram o bloco. Caso sua empresa decida por exportar, você deverá se atentar se o país
pertence à OMC e quais são os acordos firmados com o Brasil.

Das correntes existentes, não podemos deixar de expor a União Europeia, formada por estados da Europa, que
tem 28 membros. Sua origem vem da comunidade europeia de carvão e aço e outros tratados da Europa, como
os de Maastricht, Lisboa, Bruxelas. Ela funciona como uma instituição supranacional independente com decisões
intergovernamentais tomadas pelos membros, constituída por um parlamento que é modificado a cada cinco
anos. A UE tem por objetivo legislar sobre assuntos comuns e manter a política de comércio com regras definidas
para os membros, nos aspectos relacionados a agricultura, pesca e desenvolvimento regional.
Temos também a ASEAN, que significa Associação das Nações do Sudeste Asiático, e é uma organização
intergovernamental regional, com dez países do sudeste asiático, que tem a finalidade de propor regulamentação
que facilita a integração econômica, política, segurança, militar, educacional e sociocultural entre os países da
Ásia. A ASEAN tem parceria comercial com Xangai e mantém uma rede de parcerias com as grandes potências
mundiais relacionadas ao comércio internacional.

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Figura 2 - Correntes Internacionais
Fonte: GrandeDuc, Shutterstock, 2020

Cadeias logísticas internacionais


Cadeia de logística internacional significa dizer que temos uma combinação de modais associadas a fabricantes,
distribuidores, operadores logísticos e aduaneiros para que o produto consiga ser entregue no menor tempo
possível, com um custo reduzido. Para falar dessa cadeia, temos que destacar alguns pontos de transporte,
armazenagem, redes e elementos da organização e pontos geográficos. Podemos dizer que na logística
internacional, a cadeia começa a funcionar quando é elaborado um plano de exportação e importação de seus
produtos. Isso ocorre porque a logística envolvida no processo necessita de análise de alguns pontos, com
entrega, armazenagem e outros.

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Figura 3 - Logística Internacional
Fonte: 3d brained, Shutterstock, 2020

Outro ponto que deve ser observado na cadeia logística internacional são os custos das operações, a natureza do
produto, a carga, o transporte, o processo logístico, a legislação e o contrato de comercialização.

Figura 4 - Exportação
Fonte: Wolfgang Filser, Shutterstock, 2020

Ballou (2010, p. 541) relata que os processos ligados à cadeia logística dependem de alguns fatores para serem

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Ballou (2010, p. 541) relata que os processos ligados à cadeia logística dependem de alguns fatores para serem
analisados, tanto no mecanismo formal como informal, necessita de alocação de recursos para que o negócio
possa ser efetuado da melhor maneira possível. Quando se trata de exportação, alguns aspectos devem ser
levados em consideração para que o negócio seja realizado de maneira adequada e com menor risco, conforme
pontos abaixo:
· Definir o ponto de entrega;
· Riscos inerentes à contratação;
· Analisar as regras do Incoterms;
· Ter um operador logístico internacional;
· Seguro para mercadoria, se for o caso;
· Formas de pagamentos;
Modalidade de compras e transporte.

Fechamento
A partir do contexto apresentado neste tema, é possível concluir a importância da inserção no mercado
internacional para o crescimento da organização e expansão de recursos financeiros. A partir dos pontos
analisados, podemos definir qual é a melhor estratégia e forma para realizar exportação de mercadoria com
redução de custos e segurança nas transações.

Referências
BALLOU, R.H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/Logística empresarial. Porto Alegre: Bookman,
2010.
LUDOVICO, N. Logística internacional. São Paulo: Saraiva, 2012.
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR. Consolidação das Portarias SECEX.
Disponível em: http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=3175. Acesso
em: 25.01.2020
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR. Exportação. Disponível em:
http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/
interna/interna.php?area=5&menu=245. Acesso em 25.01.2020
SOUZA, C. A teoria geral do comércio exterior: aspectos jurídicos e operacionais. Belo Horizonte: Cultura
Jurídica – Ed. Líder, 2003.

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A Busca por Competitividade
Internacional
Marcelli Ritton Macedo

Introdução
A internacionalização da estratégia de operações depende de alguns fatores para que possa ser executada. Um
exemplo é o transporte internacional, que é feito com deslocamento entre dois países, seguindo uma legislação e
um desembaraço aduaneiro com contrato entre as partes. Para escolha da modalidade adequada, é preciso
conhecer alguns pontos importantes nesse processo. Diante desse contexto, você já pensou o que envolve o
processo de venda internacional e como é feito seu transporte? É o que vamos analisar neste tema.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Identificar os elementos que elevam a competitividade internacional.

Elementos de competitividade internacional


Antes de começar, precisamos entender que competitividade é o ato de disputar algo e que suas bases vieram da
escola de business (Berger, S., 2013, p. 31). A competitividade teve seu destaque nos negócios na década de 80,
sendo utilizada com uma ferramenta estratégica de negócio. Nessa época, muito era discutido sobre o
fechamento das empresas, por conta de concorrentes internacionais que começaram a dominar alguns setores
estratégicos. Nos anos 2000, o tema foi caindo em esquecimento, a melhoria do cenário contribuiu para que este
fato ocorresse.

EXEMPLO
Nos anos de 1980, os americanos se preocupavam com a competitividade, fazendo com que os
estudos sobre o tema e implantação no mercado fossem cada vez maiores. Nos anos 2000, com
sua economia fortificada, o tema deixou de ser uma prioridade, visto que seus maiores rivais
(japonesa e alemã) não representava riscos. Com isso, podemos perceber que a estratégia de
competitividade só é aplicada se existe ameaça ao mercado.

Com o passar dos anos, o tema começou a ser utilizado em países que sofrem perdas de mercado devido a algum

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Com o passar dos anos, o tema começou a ser utilizado em países que sofrem perdas de mercado devido a algum
tipo de crise financeira, com sua intensificação nos anos de 2007 e 2008, com aumento das crises mundiais, o
que fez com que alguns países se vissem acuados e começassem a se preocupar com estratégias de
competitividade, visando o mercado exterior.

Figura 1 - Competição
Fonte: Aqnus Febriyant, Shutterstock, 2020

Podemos dizer que a competitividade internacional está relacionada à economia, à organização, às pessoas ou
até mesmo ao país que está inserido. Autores como Berger (2013, p. 36) discorrem que o ambiente econômico e
a organização são as formas mais expressivas de competitividade internacional. Analisando pela visão teórica, a
concorrência internacional, é vista como uma parte econômica, que visa lucros através de estratégias de
mercado. Tem-se como significado de mercado o local em que a empresa se desenvolve e compete
(SCHUMPETER, 1984, p. 20). Tal análise não quer dizer que a competitividade pode ser vista como uma forma
mais ampla e não de maneira isolada por mercados competitivos. A competitividade não pode ser vista como
uma heterogeneidade intersetorial, deve ser analisada com um olhar mais amplo, no qual outros fatores devem
ser levados em consideração para que aconteçam inovações e estratégia gerencial.

FIQUE ATENTO
Para utilizar a competitividade internacional como um fator estratégico, é necessário analisar
as peculiaridades de cada mercado, as barreiras e entraves, para que seja traçada uma linha de
ação, com parte do planejamento estratégico para entrar naquele nicho específico com todos
os pontos levados em consideração, como transporte, entrega, armazenamento, custo e
pessoas.

Podemos dizer que a competitividade internacional depende do mercado no qual está inserido e nos locais, em
outras palavras, ela pode influenciar na economia do local e do país, podendo aumentar ou diminuir a economia
local/regional.

Outro elemento que deve ser levado em consideração na C.I. é a analise da produção da mercadoria que deseja

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Outro elemento que deve ser levado em consideração na C.I. é a analise da produção da mercadoria que deseja
importar. No cenário atual, vimos o Brasil como um grande exportador de laranja, mas o que deve ser analisado
como um elemento da CI é se a entressafra consegue aguentar a demanda e como será realizada essa entrega.
Muitos empresários fazem um estudo de viabilidade antes de entrar em um mercado internacional para não
perder dinheiro, sofrer algum tipo de sanção ou não entregar por conta da mercadoria retida.

Figura 2 - Exportação
Fonte: 3DDock, Shutterstock, 2020

Países mais competitivos têm setores estabelecidos, maior dinamismo tecnológico, maior incentivo à inovação,
com uma renda elástica para demanda em relação aos demais países que atuam no mesmo nicho. Como se pode
ver, a CI pode ser composta por setores, fazendo com que o país fique mais competitivo perante seus pares. A
OCDE buscou adotar pontos para a CI baseados na competitividade nacional, mostrando que a economia não é
apenas a soma da competitividade coletiva, mas que a análise de mercado e inserção devem ser consideradas
como base para que seja medida de fato a CI. A ideia de competitividade está relacionada ao tempo, ao mercado e
à economia, com o mundo em constante mudança, por isso não podemos dizer que dados estáveis contribuem
para uma medição real do mercado.
Schumpeter (1984) discorre que o lapso temporal também deve ser levado em consideração por conta de
ambientes instáveis e implantação da inovação que tem um processo de longa duração, fazendo com que a
competitividade seja algo contínuo e não pontual dentro da organização. Além disso, o longo prazo é mais
relevante para abordar as mudanças constantes do processo competitivo, dando assim maior enfoque para a
teoria da competitividade.
Para medir a competitividade com lapso temporal, é importante levar em consideração análises feitas
anteriormente à entrada no mercado em um período passado de tempo, e as análises de projeção futura em um
intervalo de tempo determinado, para que a noção possa ser medida de forma esperada. Assim, podem ser
verificadas medidas que possam aparecer durante o processo ou medidas que necessitem ser alteradas durante
o processo de inserção, mas que já foram mitigadas com as análises do ambiente competitivo.
Sabemos que os dados não serão totalmente previsíveis, entretanto, mostram uma segurança aos gestores que
necessitam tomar decisões quando tiverem inseridos no contexto competitivo, pois terão de fato dados e alguma
visão do que pode ocorrer nesses cenários.

Podemos dizer que uma das maiores dificuldades sobre expor o tema está em sua complexidade, pois ela decorre

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Podemos dizer que uma das maiores dificuldades sobre expor o tema está em sua complexidade, pois ela decorre
de um processo com enormes determinantes, sua mensuração é de extrema dificuldade e a maioria das
organizações não conhece o seu processo de implantação, olhando dados apenas econômicos, sem considerar
seus principais elementos de aplicação, fazendo com que suas tomadas de decisões sejam fracassadas, levando a
organização a ter prejuízos.
Autores como Teece (2007, p.30) explicam o ambiente competitivo como processos de rotinas que são definidos
estrategicamente desde o começo da organização, não analisando apenas o contexto tecnológico, mas a
organização como um todo, incluindo estratégias em processo de implantação.
Podemos dizer que a estratégia empresarial é um elemento estratégico dentro da CI, mesmo com a complexidade
de aplicação. É preciso levar em consideração as estratégias empresariais que englobam todos os processos
complexos presente na organização e ainda analisam as possíveis incertezas do processo de implantação.
Podemos dizer que os países não se preocupam apenas com a CI das organizações, mas sim com um todo, que
afeta a economia. Mesmo com disputas de competitividade interna, os governantes tomam medidas para que
isso não atrapalhe na introdução do CI.
A competitividade internacional pode ser baseada no desempenho da sua produtividade, na sua economia e na
sua produção com um diferencial para o mercado. Para que a CI seja realmente implantada em um país, é
necessário que se analise pontos como restrições externas de mercado, para que se possa gerar um valor
econômico viável. A globalização é outro elemento que pode ser considerado no processo de implantação da CI,
as mudanças de cenário, o crescimento econômico e o regime tributário podem ser favoráveis no processo de
globalização, mesmo porque com o crescimento do país, investidores começam a perceber que aquela economia
é viável para implantação de investimentos e começam a receber investimento de fora, fomentando o mercado
interno e externo.

Figura 3 - Crescimento
Fonte: Shutterstock, 2020

Outro elemento a ser considerado nesse processo é que o país que introduz a CI seria como funciona o processo
de segmentação associados à cadeia de valor. As organizações em expansão dentro do segmento podem ter
convergências com os seus governantes, uma vez que podem ter problemas financeiros devido ao seu
crescimento. É necessário que países que consideram segmentação e cadeia de valor como uma estratégia de CI
implantem medidas para que as organizações consigam se desenvolver de maneira que sua parte financeira não
seja afeta pela sua expansão internacional.

Países que implantam medidas tributárias atraentes conseguem um melhor destaque na CI, aumentando sua

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Países que implantam medidas tributárias atraentes conseguem um melhor destaque na CI, aumentando sua
economia no geral através de incentivos financeiros, aumentam a riqueza e a visibilidade do país.

SAIBA MAIS
Para entender melhor sobre o impacto da tributação em produtos internacionais no Brasil, é
preciso entender como funciona a regularização desses produtos e quais são os impostos e
benefícios oferecidos pelo governo. Desse modo, recomendamos a leitura da reportagem da
revista Exame, “Extrema, o paraíso tributário das empresas”.

A redução de custo pode ser vista como um elemento da CI, para que uma organização tenha sucesso na
comercialização de seus produtos no mercado internacional, devemos considerar medidas feitas por
governantes como um elemento estratégico da CI. A importação de mercadoria com redução de imposto ajuda o
mercado a ser fomentado, fortalecendo assim uma CI estratégica. Essa estratégia tem que vir acompanhada da
expansão das exportações para que não haja um déficit na balança comercial do país, causando impactos
negativos no país.

Figura 4 - Balança comercial


Fonte: seanbear, Shutterstock, 2020

FIQUE ATENTO
Para cada país, existe uma regra de tributação diferente. Para entrar no mercado internacional,
faz-se necessária uma avaliação da legislação tributária vigente em seu país e como é a relação
de tributos. Caso isso não seja observado, a organização pode sofrer prejuízos substanciais
com transação e perder espaço na CI.

-5-
O último elemento que deve ser considerado na CI é o olhar dos governantes, não apenas o macromercado
econômico. Deve ser feita uma análise partindo do micromercado para que a junção agregue valor no macro.
Com o passar dos anos, governo e organizações começaram a se preocupar com a junção desses mercados para
que a CI fosse reforçada. Para que sejam implantados com eficiência esses elementos, o governo deve ter uma
análise e ações estratégicas voltadas para micro, ou seja, estratégias de importação para empresas com potencial
de exportação e com segmentos definidos, para que o macro, que seria a junção dessas microempresas fosse
beneficiado, agregando valor para aquele segmento, fazendo com o crescimento das empresas e CI, indicando
retorno financeiro para o país no qual está inserido.

Fechamento
A partir do estudo sobre competitividade internacional, é possível concluir a importância dos seus elementos e
como cada um pode afetar de maneira expressiva a economia e o desenvolvimento do país no qual está inserido.
Vimos também o quão importante é o papel da organização atrelado com governo para que se tenha uma
competitividade efetiva no mercado exterior.

Referências
Berger, S. Making in America: frominnovationtomarket. Cambridge: MIT Press, 2013.
OCDE. Technology and theeconomy; thekeyrelationships. Paris: OCDE, 1992.
Schumpetr, J. A..Capitalismo, socialismo e democracia. Rio de Janeiro: Zahar, 1984.
STEFANO, F. Extrema, o paraíso tributário das empresas. Revista Exame, 2012, Site. Disponível em:
https://exame.abril.com.br/revista-exame/extrema-o-paraiso-tributario-das-empresas/. Acesso em: 29 jan.
2020.
Teece, D. J. (2007).“Explicatingdynamiccapabilities: thenature and microfundationsof (sustainable)
enterprise performance”.Strategic Management Journal.

-6-
Pequenas e Médias Empresas
Face à Globalização
Marcelli Ritton Macedo

Introdução
As pequenas e médias empresas são empresas estratégicas que impactam na economia do país quando iniciam
no processo de internacionalização. Quando a empresa faz um estudo de viabilidade e analisa todos os pontos
inerentes à entrada nesse novo ambiente de negócio, as barreiras e o processo de transição ficam cada vez mais
viáveis.
Para escolha da modalidade adequada da transição do mercado, é preciso conhecer alguns pontos importantes
nesse processo. Diante desse contexto, você já pensou como seria o processo de transição e os obstáculos que
precisam ser analisados? É o que vamos analisar neste tema.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Compreender o mercado para as pequenas e médias empresas bem como os desafios no “novo mundo” e
obstáculos a enfrentar.

Contextualizando as PME no mercado


Para iniciar o conceito de PME, primeiro vamos abordar o seu significado. Pequenas e médias empresas têm essa
classificação devido a seu rendimento anual e seu número de funcionários. Dentro da economia, esse tipo de
empresa tem um papel fundamental. Segundo classificação do SEBRAE:
· Microempresa pode admitir até 19 empregados;
· Pequena Empresa pode admitir até 99 empregados;
· Média Empresa pode admitir até 499 empregados;
· Grande Empresa pode admitir mais de 500 empregados.
Para o segmento do comércio e serviço, o SEBRAE dispõe de outra contagem aceitável para o número de
funcionários. O SEBRAE é uma entidade ligada ao sistema S, que é responsável por fomentar o
empreendedorismo das PMEs. A classificação de funcionários para essa modalidade, de acordo com SEBRAE, são:
· Microempresa pode admitir até 09 empregados;
· Pequena Empresa pode admitir até 49 empregados;
· Média Empresa pode admitir até 99 empregados; e
· Grande Empresa pode admitir mais de 100 empregados.

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SAIBA MAIS
Para aprofundar seus conhecimentos sobre o mercado de micro e PMEs no Brasil, é preciso
entender como funciona a regularização, as estatísticas e os incentivos do governo pelo
sistema S. Desse modo, recomendamos a leitura do portal do SEBRAE.

Figura 1 - PME
Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2020

No mercado internacional, as PMEs necessitam que sejam analisados alguns pontos para que o sistema de
inserção funcione de maneira correta. Ludovico (2012, p. 139) relata que o Brasil tem um papel importante com
relação a PME, tanto que o governo entrou com ações importantes para que os investidores tivessem alguma
segurança na entrada do mercado internacional.
O autor ainda relata que os sistemas de importação para PMEs devem seguir alguns critérios, como definição do
agente, pontos comerciais de exportação, seus trading, seus agentes compradores e consórcios de exportação,
que são uma alternativa viável para o ingresso dessas empresas no mercado internacional.
Outra estratégia utilizada para PMEs, que devem ser consideradas, são os sistemas internacionais, é importante
verificar os seguintes pontos:
· quem vai ser o agente responsável;
· o broken, ou seja, perdas estimadas do processo;
· os representantes comerciais;
· os distribuidores;
· os importadores;
· os atacadistas que dão suporte;
· como funciona a venda por catálogo;
· sucursal se será própria.

É importante lembrar que esses pontos podem fazer a diferença na entrada das PMEs no mercado internacional.

-2-
É importante lembrar que esses pontos podem fazer a diferença na entrada das PMEs no mercado internacional.
Para que a logística seja feita da melhor maneira, é preciso que a empresa não tenha prejuízo por
desconhecimento das diretrizes do país exportador. Autores como Welch e Luostarinen (1988, p.34-64)
mostram uma definição de internacionalização para PMEs como “(...) um processo de envolvimento crescente em
operações internacionais.” Mesmo com a análise dos principais pontos, devemos nos atentar ao processo como
um todo.

Alternativas para maior competitividade


Para entrada em mercado internacional, é necessário conhecer as fontes de informações sobre o mercado e o
segmento escolhido. As empresas precisam explorar as fontes de informações existentes. Ludovico (2012)
ressalva a importância das fontes como uma estratégia de mercado. O autor ainda expõe pontos importantes que
devem ser analisados dentro dessas informações para melhorar a competitividade da organização. Um exemplo
de fonte são os organismos governamentais, que podem ajudar na estratégia de mercado, por conhecerem os
principais agentes e informarem quais são as empresas interessadas e indôneas envolvidas.

FIQUE ATENTO
É importante ressaltar que para usar as fontes de informação com uma ferramenta estratégica,
o contexto de mercado deve ser estudado, por meio de um estudo de viabilidade, para que a
empresa não receba informações erradas ou desnecessárias e acabe causando algum tipo de
prejuízo financeiro para a instituição.

Outro fator que pode contribuir no processo competitivo são as associações comerciais que podem indicar
agentes capacitados e com grande experiência no mercado do segmento no qual a PME está inserida. Temos
também os bancos comerciais, que facilitam a negociação entre os países, podendo ser uma ferramenta
estratégica importante, devido a sua rapidez nas negociações. As câmaras de comércio também são usadas como
forma de estratégia, pois auxiliam nas negociações e indicam pontos fundamentais dentro do processo de
internacionalização para o agente escolhido.
Assim, podemos dizer que o desenvolvimento da organização (PME) está diretamente ligado ao aumento da sua
estrutura e da complexidade do negócio em que a organização está inserida. Outro aspecto que deve ser levado
em conta como um diferencial competitivo é seu capital financeiro e pessoal, sendo elaboradas medidas e
decisões que podem afetar toda a estrutura da organização.

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Figura 2 - Alternativas
Fonte: Michael D Brown, Shutterstock, 2020

Podemos dizer que empresas que utilizam consultoria ou serviço personalizado para o ingresso no mercado
exterior saem na frente com relação à competitividade estratégica, pois trazem maior segurança, diminuindo os
riscos do investimento, protegendo da volatilidade do processo, expandido suas vendas e buscando inovação e
cartelas de futuros clientes.

Obstáculos
Para iniciar no processo de internacionalização, as pequenas e médias empresas enfrentam alguns obstáculos,
que podem prejudicar todo o processo se não forem considerados no estudo de viabilidade, como:
• Culturas diferentes;
• Legislações protecionistas;
• Entraves comerciais;
• Mudança constante de mercado.
O crescimento das exportações fez com que o comércio mundial desenvolvesse sistemas que incluíssem
pequenas e grandes empresas no processo de exportação. Nos meados dos anos 90, no Brasil, já existiam 15,8
mil organizações no mercado exterior, e esse número só cresceu com passar dos anos em um processo muito
evolutivo, conforme o SEBRAE expõe em seus dados. Nesse processo, para que a empresa não caia nesse
obstáculo, é necessária a análise dos pontos apresentados, como a cultura, fator que deve ser analisado com
cuidado para que não possa influenciar negativamente no sistema de compra e venda das organizações. Se o
material ameaçar o imperialismo cultural de um país, esse pode tomar medidas protecionistas que a protejam.

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EXEMPLO
Podemos citar como exemplo a exportação de carne bovina para os EUA, quando o governo
recebeu a mercadoria e a reteve devido ao não enquadramento na sua legislação. Sua cultura e
suas regras foram fatores que influenciaram para liberação da mercadoria e à devolução da
carga não autorizada para o consumo no país.

Os obstáculos inerentes ao processo de internacionalização devem ser usados e analisados com cuidado, a
legislação do país no qual deseja ingressar é de extrema importância no contexto organizacional. A legislação
infere na regra do negócio, não pode ser considerada como algo secundário.. Um dos principais exemplos deste
tipo de ação, foi os EUA, que definiu o imposto sobre o aço importado, causando uma destituição econômica nos
países exportadores.
Outro ponto a ser abordado são os entraves comerciais que países utilizam para tentar proteger sua economia.
Um exemplo é a relação entre Brasil e China, em que a China coloca alguns entraves para que o Brasil não
consiga dominar totalmente o mercado onde produtores chineses podem atuar.
Para explicar melhor esse ponto, podemos citar a história da telefonia no Brasil: as linhas telefônicas foram um
estouro no seu começo, mas a mudança de cenário fez com que praticamente fosse trocada ou substituída por
aparelhos celulares cada vez mais modernos. Entrar no processo de internalização não é uma prerrogativa
apenas das grandes empresas, mas precisa levar em consideração diversos pontos, para entender o risco e
elaborar um planejamento estratégico detalhado, com ações desejadas da negociação. Os obstáculos são grandes,
mas os benefícios da expansão internacional para as PMEs são diversos e estão ligados à competitividade e ao
aumento do negócio.

Figura 3 - Obstáculo
Fonte: Ollyy, Shutterstock, 2020

-5-
Transição
O processo de transição de um PME para entrada em um comércio exterior começa pelo seu estudo de
viabilidade, acreditando que a sua nova opção aumenta seu fluxo de recursos e dispêndio de energia para atingir
seus compromissos internacionais. Alguns autores, como Ludovico (2012, p. 189), ressaltam que a melhor forma
de ingressar no mercado exterior pode ser feita pela exportação indireta, facilitando o processo inicial, por ser
um negócio realizado por meio de um intermediário situado em cada país (exportador e importador) que faz a
negócio, envio e entrega e o intermediário. Nessa situação, as PMEs não precisam dominar os pontos relevantes,
como legislação, cultura, entraves, pois o responsável é o intermediário. Para efetuar a transação de mercado
pela venda direta, a organização necessita de conhecimento específico, conforme foi apresentado nos tópicos
anteriores. Para começar, é importante a organização investir em profissionais com conhecimento na área de
comércio internacional, para que possa iniciar o processo de transição.
Temos também o processo de transação feito pelo método entrada contratual, que significa fazer um acordo
através de contrato para gerenciar, por exemplo, uma franquia. Existe também o contrato de duas franquias ou
licenciamento, em que as PMEs se unem para entregar o produto, através de contrato em que há transição de
conhecimento, fazendo com que os royalties sejam divididos entre elas.
Outra forma de transição é mediante acordo de distribuição, em que as PMEs lançam um acordo para que seus
produtos sejam distribuídos no país acordado. Esse tipo de acordo faz com que a organização tenha um processo
menor de transações para entrada no novo mercado, devido a não ser um processo muito complexo de transição.
Podemos dizer que o mais complexo e difícil de implantar é o método de entrada de investimento, pois necessita
de abertura de escritório no país que deseja investir e implantar todos os pontos importantes no processo de
internacionalização, necessitando de toda a logística (escritório, pessoas, produção, distribuição,
armazenamento, controle de estoque e outros) para que as negociações comecem a serem realizadas.

Figura 4 - Mudança
Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2020

FIQUE ATENTO
O processo de transição pode ser de forma simples ou complexa, dependendo do tipo de

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O processo de transição pode ser de forma simples ou complexa, dependendo do tipo de
negócio escolhido. O recomendado é a empresa se organizar antes de escolher qual será a
forma de ingresso, pois cada um necessita de uma estrutura específica para ser implantado.

Fechamento
A partir do estudo sobre o processo de internacionalização das PMEs, é possível concluir a importância dos seus
elementos que influenciam na entrada e no processo de transição, que podem impactar tanto na empresa como
um todo e no seu país de origem através do balanço comercial, percebendo também o quão importante é o papel
da organização atrelado com governo para que o processo de internacionalização seja realizado com sucesso e a
negociação seja concluída.

Referências
LUDOVICO, N. Logística internacional. São Paulo: Saraiva, 2012.
SEBRAE (Brasil). ESTUDO DE MERCADO - Pequenos negócios em números. Online. Site, 30 jan. 2020.
Disponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/sp/sebraeaz/pequenos-negocios-em-
numeros,12e8794363447510VgnVCM1000004c00210aRCRD. Acesso em: 30 jan. 2020.
WELCH, L.S. e LUOSTARINEN, R.K. Internationalisation: evolution of a concept. Journal of General
Management, 14(2): 34-55. 1988

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A Internacionalização de
Empresas Brasileiras
Marcelli Ritton Macedo

Introdução
O processo de segmentação para as exportações consiste em um estudo de viabilidade dos pontos necessários
para que a organização consiga utilizá-lo como um fator estratégico para o negócio. Quando a empresa faz um
estudo de viabilidade e analisa todas as questões inerentes à entrega, estrutura, periculosidade e outros pontos
do processo, a exportação fica cada vez mais acessível para a organização. Para escolha da modalidade de
transporte e da infraestrutura adequada, é preciso conhecer alguns pontos no processo.
Diante desse contexto, você já pensou como seria a segmentação de mercado? Como ela é feita e quais são os
ganhos para a organização e o país? É o que vamos analisar neste tema.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Compreender a importância de exportações e benefícios para os custos empresariais bem como para a
economia brasileira.

Segmentação dos exportadores


Nesta aula, vamos abordar os conceitos associados à carga e ao olhar do exportador quanto ao processo. Para o
processo de exportação, é necessária uma análise do tipo de material que será exportado, do seu tamanho, suas
peculiaridades, suas dimensões e seu armazenamento. Por meio dessa análise, é possível aferir a estrutura
necessária para aquele segmento e os pontos que deverão ser levados em consideração na peculiaridade de cada
processo.
Cada tipo de carga exige um preço e uma estrutura diferente, por isso, é de extrema importância que o estudo de
viabilidade seja feito. Não podemos esquecer que o tipo de modal e sua localização geográfica também
influenciam nessa segmentação. Fatores ligados à distância de entrega também podem influenciar no estudo.
Autores como Ballou (2010, p. 434) dizem que com relação ao transporte de carga, o horizonte tempo deve ser
levado em consideração com base nos cálculos de estatística ou dinâmica.
A segmentação de mercado para exportação pode ser analisada como um ponto estratégico na tomada de
decisão, uma vez que está diretamente relacionada com as expectativas de ganho do negócio. Para que uma
organização comece a segmentar suas exportações, é necessário todo um entendimento do fluxo do negócio e do
funcionamento do processo de exportação, para que assim a organização consiga definir como será feito o
processo de segmentação e qual a favorece.

-1-
FIQUE ATENTO
Para segmentação de exportação, todos os pontos do processo devem ser analisados, de
maneira que os custos estejam envolvidos no processo. Para isso, é necessário um estudo com
todos os pontos do segmento que será exportado e das suas peculiaridades, fazendo com que
se estabeleça uma segmentação de mercado para aquela organização.

Figura 1 - Produto
Fonte: arka38, Shutterstock, 2020

Para uma análise de segmentação internacional, é preciso considerar a posição geográfica. Assim, se deve
responder as seguintes questões: onde estão os clientes? Em qual país, qual região e qual local exato? A área é
urbana ou rural?
Com base no estudo desses pontos, a organização pode adequar seu produto às especificações necessárias e ao
costume do local de entrega. Quando uma organização usa a segmentação geográfica, ela divide seu mercado em
diferentes partes (por unidade, país ou outros critérios), conseguindo definir qual será a melhor localização para
sua atuação.

-2-
EXEMPLO
Podemos citar como exemplo o McDonald’s, rede de fast food americana, que quando resolveu
atuar no Brasil, realizou um estudo de viabilidade, para saber como seriam implantadas as
lojas da rede. Por meio dos dados, perceberam que no Brasil, os consumidores gostavam de
alimentos mais saudáveis e introduziu, assim, sucos no cardápio.

Sobre a peculiaridade do processo usado como segmentação, podemos dizer que as organizações, quando
utilizam esse critério, fazem a separação por dimensionamento da carga, cuidado com transporte e
armazenamento. No ponto de dimensionamento aplicado à segmentação, podemos explicar utilizando o
tamanho da mercadoria; para produtos com dimensionamento pequeno, o processo de exportação pode
funcionar de maneira mais célere, devendo analisar também a quantidade necessária para compensar os custos
do processo para exportação de mercadoria de pequenas dimensões. Para saber qual o dimensionamento
adequado para cada mercadoria, a organização deve se atentar em alguns pontos, tais como: qual será a
embalagem do produto? A qual meio de transporte eu posso adequá-la? Como será feita minha distribuição?
Como será feito seu desembaraço?
Com base nessa estatística e análise, a organização pode aferir qual será a melhor maneira de segmentar por
dimensionamento e peculiaridade, podendo separar por mercado com menores entraves e utilizando essa
ferramenta como seu diferencial no planejamento estratégico.

Figura 2 - Carga
Fonte: Shutterstock, 2020

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SAIBA MAIS
Para aprofundar seus conhecimentos sobre segmentação de mercado, é preciso entender como
funciona o processo de exportação e sua distribuição. Desse modo, recomendamos a leitura do
portal do SEBRAE, onde se explica como deve ser realizada uma segmentação nacional.

Infraestrutura para exportação


Toda organização que resolve implantar um sistema de exportação deve se atentar à infraestrutura necessária
para esse tipo de negócio. Um dos principais pontos que deve ser analisados é os diversos modais existentes. Na
exportação, podemos dizer que o modal que mais se destaca é o transporte marítimo, com domínio de 95% do
total exportado. Isso faz com que as organizações planejem para que sua infraestrutura atenda os portos,
realizando o processo de exportação.
O Brasil possui, segundo a ANTAQ, 175 instalações portuárias de cargas, que contam com portos, terminais e
instalações aquaviárias. Os terminais são distribuídos ao longo do país, nas regiões Sul, Centro-Oeste, Norte,
Nordeste e Sudeste, totalizando 99 portos e terminais marítimos ao longo da costa brasileira. Os portos
brasileiros são divididos por material, ou seja, divididos em movimentação de graneis, contêineres e carga em
geral. Podemos dizer que os maiores portos do Brasil são diversificados no tipo de especialização. Tubarão, o
maior porto do Brasil, é responsável pela movimentação de minério de ferro. O segundo maior, Santos, tem
diversificação nas cargas que são movimentadas, envolvendo contêineres, carga geral, e graneis líquidos e
sólidos.
Ludovico (2012, p. 165) diz que o maior consumidor de infraestrutura logística são os produtos a granel.
Segundo dados da ANTAQ (2020), o minério de ferro é o produto mais exportado, seguido do petróleo e seus
derivados e soja. Esses produtos possuem baixo valor agregado, mas são movimentados em grande volume,
necessitando assim de infraestrutura grande para a empresa que deseja exportar com baixo custo.
O minério de ferro é o tipo de produto que tem toda uma interface por trás, a Vale do Rio Doce, que envolve
rodovia, ferrovia, portos e navios, com uma infraestrutura moderna, que apoia todo o manuseio do produto. Os
derivados de petróleo também necessitam de uma infraestrutura grande, bem parecida com o minério de ferro,
de baixo valor agregado, infraestrutura grande e baixo custo. Os portos que mais exportam esse produto são os
de São Sebastião / São Paulo, e Rio de Janeiro, possuindo dutos próprios que facilitam o transporte.

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Figura 3 - Transporte marítimo
Fonte: Shutterstock, 2020

Para produtos como a soja, podemos perceber que existem gargalos, a infraestrutura não é muito acessível a
eles. As dificuldades são enormes, com filas nos portos, de caminhões e trens, aguardando sua exportação,
onerando o custo, afetando na margem e ameaçando o mercado em que o produto está inserido.

FIQUE ATENTO
Antes de iniciar o processo de exportação da sua organização, deve-se atentar à infraestrutura
do país no qual está inserido, para que os gargalos não atrapalhem sua lucratividade e seus
processos de exportação. Por isso, o estudo de viabilidade do negócio faz toda a diferença no
processo de exportação.

Ao falar de infraestrutura, não podemos deixar de abordar a movimentação de contêineres. Nesse tipo de
movimentação, os terminais estão melhorando sua disponibilidade, retirando os contêineres vazios,
aumentando a rotatividade do pátio e melhorando os processos de exportação.
Dados da ANTAQ dizem que as rotas preferidas para armadores são rotas que têm maior volume de carga. O
Brasil não está dentro desses cenários, fazendo com que haja uma diminuição nas exportações do país. No
ranking mundial, o Brasil ocupa a posição 58 de movimentação de contêineres, perdendo para Hong Kong e
Cingapura, que são os maiores nesta área. Podemos dizer que o Brasil, mesmo com essa posição, ainda é um
grande exportador de produtos, desde aqueles básicos até mesmo os mais complexos, como petróleo e seus
derivados.
Com base nos dados da ANTAQ, vemos que o Brasil é o maior exportador de minério de ferro e de soja do
mundo. Para o minério de ferro, tirando a parte das barragens e voltando ao processo de exportação, as
organizações não enfrentam problemas. No caso da soja, podemos dizer que os produtos enfrentam alguns
problemas, como os gargalos existentes no país; apesar de o volume ser menor, o escoamento enfrenta
dificuldades, o que prejudica um pouco o processo.

Mas, podemos destacar um ponto importante dentro do contexto: o minério de ferro é exportado apenas em

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Mas, podemos destacar um ponto importante dentro do contexto: o minério de ferro é exportado apenas em
portos especializados no processo; já a soja utiliza uma diversidade de portos para seu escoamento devido aos
seus gargalos.
Por isso, o tema infraestrutura faz diferença dentro do processo de exportação, pois pode ajudar na expansão,
como também pode causar prejuízos para organizações e governos.

Figura 4 - Planejamento
Fonte: Jojje, Shutterstock, 2020.

A infraestrutura não é apenas das empresas, mas do processo, como a entrada dos terminais e dos portos, a
acessibilidade nas rodovias e ferrovias, o escoamento de cargas. Porque todos os pontos impactam nos custos do
processo de exportação. Os empresários devem analisar todos os pontos viáveis e verificar quais são os aspectos
estratégicos que irão contribuir no processo de exportação.

Fechamento
A partir do estudo sobre internacionalização das empresas, é possível analisar como segmentar seu negócio e
qual infraestrutura será utilizada para evitar prejuízos que possam mexer de maneira ruim dentro da economia
e no desenvolvimento do país.
Vimos o quão importante é o papel da organização atrelado com o governo para que se tenha um processo de
exportação concreto e com todos os amparos legais dentro do mercado exterior, com menor custo e maior
segurança.

Referências
ANTAQ (Brasil). Portos Brasileiros. Online. Site, 30 jan. 2020. Disponível em:http://portal.antaq.gov.br/index.
php/portos/portos-brasileiros/.Acesso em: 30 jan. 2020.

BALLOU, R.H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/Logística empresarial. Porto Alegre: Bookman,

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BALLOU, R.H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/Logística empresarial. Porto Alegre: Bookman,
2010.
LUDOVICO, N. Logística internacional. São Paulo: Saraiva, 2012.
SEBRAE (Brasil). Segmentação de mercado – Estratégia inteligente em tempos de crise. Online. Site, 30 jan.
2020. Disponível em:https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/MG/Sebrae%20de%20A%20a%
20Z/Segmentação+de+mercado.pdf. Acesso em: 30 jan. 2020.

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Tópicos gerais sobre Gestão de
Operações
Ana Paula Souza Santos

Introdução
Buscando melhorar sua performance, as empresas procuram ferramentas que auxiliem no seu desenvolvimento
de forma adequada. Metodologias que aumentam a qualidade operacional, como a gestão de processo, têm sido
instrumento importante para alcançar os objetivos.
Estudaremos o gerenciamento de processos de negócios, que é utilizado para conhecer, documentar, controlar e
melhorar processos. Esses processos são atividades que vão além dos limites da organização e produzem valor
ao cliente. Bons estudos!
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Compreender que as organizações possuem operações que produzem um “mix” de produtos e serviços e
que os gerenciamentos de processo e operações de recursos geram a produção dos serviços e produtos

Conceituando gerenciamento de processos


Processos, em sua definição mais simples e sucinta, é o ato de transformar entradas em saídas. Existem
princípios que tornam essa alteração possível, assim resultando em produtos. Cruz (2015) discursa sobre a
definição filosófica de processo, que declara ser uma sequência de fenômenos que demonstram unidade. Para o
autor, o termo processo significa a união de operações organizada de forma coerente e cronológica com o
objetivo principal de fornecer um produto.
O propósito para o qual o processo existe é gerar ao menos um produto, ou seja, não existe um produto que não
tenha partido de um processo, o inverso também é real, não há processo que não gere produtos. Para essa
afirmação não há exceções, ou seja, se em sua empresa ou departamento há processos que de nenhuma forma
geram produtos, eles provavelmente podem ser dispensados (CRUZ, 2015).
Quando a organização decide seus objetivos e metas, eles devem estar de acordo com os processos existentes, é
de suma importância associar a estratégia da empresa aos processos existentes.

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Figura 1 - Divisão das estratégias nos processos
Fonte: Cruz, 2015

Definição de processos por negócio


Ao tratar a definição de processos por negócio, permanece o conceito de um grupo de ações em sua maior parte
operacional, com o objetivo de transformar entradas (inputs) em saídas (outputs) através da execução de
trabalhos que são ordenados e expressos em documentos ,que podem ser chamados de procedimento
operacional padrão (POP).
A utilização do termo “negócios” está associada à intenção de diferenciar os processos empresariais de processos
jurídicos, mecânicos, entre outros. Vale ressaltar que as saídas de um processo podem ser bens ou serviços
(produtos), e esses são direcionados aos clientes, que podem ser internos ou externos.
A escola brasileira de administração utiliza como referência a escola americana de administração de empresas, o
termo em inglês para gerenciamento de processos por negócio é Business Process Managment (BPM), e entende-
se que a palavra “negócio” está relacionada a tudo que venhamos a produzir, e não apenas ao sentido geral.

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Figura 2 - Representação de processos e atividades
Fonte: Cruz, 2015

Alguns setores entendem que não possuem negócios por associar a palavra à questão de compra e venda, por
exemplo, por isso é necessário destacar que o gerenciamento de processos não trata negócio apenas com a visão
comercial, e sim como um macroprocesso que pode ter mais de um processo, sendo possível assim mapear,
analisar e modelar.
Resumidamente, um macroprocesso é a junção de dois ou mais processos, e por sua vez pode ser dividido em
subprocessos. Um processo deve abranger dois ou mais subprocessos, não há a possibilidade de um
macroprocesso compreender apenas um processo e nem um processo dividido em apenas um subprocesso.

Gerenciamento de processos
A gerência deve ter o controle dos processos, ou seja, é preciso entender que o responsável pelo gerenciamento
deve apossar-se dos processos para que seja possível buscar a melhoria contínua, não é possível gerenciar por
processos se não dispuser do gerenciamento dos processos.
Uma atenção especial deve ser empregada quando se trata desse gerenciamento, pois uma organização pode não
ter a responsabilidade necessária para ser administrada por meio dos seus processos. Contudo, o fato de
implantar a gerência por processos estabelece gradativamente uma nova forma de agir dos colaboradores,
demonstrando uma diferença entre organizações que utilizam apenas a estrutura hierárquica comum.

Metodologias para gerenciamento de processos


de negócio
Na gestão de processos, se faz necessário mapear, analisar, fazer a modelagem, implantar e gerenciar através de
algumas metodologias, que são compostas pelas ações, instruções, normas de negócio e procedimentos
funcionais que direcionam e efetuam a tarefa no processo de negócio. Essas metodologias normalmente contêm
formulários, sejam eles eletrônicos ou não, orientações para o preenchimento e aplicação dos documentos,
buscando aperfeiçoar processos de qualquer categoria, independente da área de atuação da empresa.

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Figura 3 - Exemplos de direcionadores
Fonte: Cruz, 2015

Citando uma metodologia muito utilizada, dentre a diversidade existente, pode-se destacar o Road Map, que
seria um mapa do trajeto ou caminho do que deve ser executado, esse mapa instrui e evita que a equipe possa se
confundir durante o projeto, tendo dificuldade em entender o que deve ser feito, qual a ordenação, porque está
sendo feito, quem é o responsável naquele momento, quem receberá o produto final, quanto tempo de produção
está disponível etc.
Outra metodologia criada pelo autor Cruz (2015) é a Documentação, Organização e Melhoria de Processos
(DOMP), e o especialista em sistemas gerenciais e operações desenvolveu a metodologia através da experiência
adquirida em diversos projetos. Esse método possui modelos que atendem mapeamento, análise, modelagem,
implantação, gerenciamento e melhoria de diversos processos de negócio, independentemente de ser processo
primário ou secundário, elaborado em primeiro plano ou em segundo plano.

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FIQUE ATENTO
Existem diversas metodologias para auxiliar na documentação, organização, análise e
modelagem de processos de negócio, e podem atrapalhar o responsável pela gestão.

Existem softwares e diversas metodologias para análise, modelagem, melhoria, organização, formulários,
implantação e gerenciamento de processos de negócio, e elas devem ser bem analisadas de acordo com a
estratégia da organização, dessa forma, é possível atuar em processos da forma certa.
Mesmo considerando que alguém que não possua experiência possa ser prejudicado pela quantidade de
metodologias dentre tantas, deve-se sempre focar em identificar o que se adapta melhor as estratégias da
unidade de negócio detentora dos processos, sempre focando na primeira questão, que é o objetivo do processo,
e a partir daí entender o por quê e para quê.

Mapeamento e modelagem de processos de


negócio
A palavra mapeamento pode ser definida como documentar ações ou atividades dentro de um processo. Se já
existe e ele não tenha sido documentado ainda, é necessário fazê-lo, ou seja, é necessário mapear o processo para
que ele possa ser conhecido de forma explícita.
Quando se refere a modelar, pode-se dizer que é o ato de reformular um processo que em algum momento já foi
mapeado ou documentado. Também pode ser a ação de começar um novo processo, inexistente até aquele
momento. De acordo com Cruz (2015), modelar é estabelecer orientação ou exemplo para algo ou si próprio;
moldar, regular, delinear, regular, traçar intelectualmente.

SAIBA MAIS
Existem análises de procedimentos que são determinadas pela ABNT, disponibilizando
instruções para desenvolver diversos estudos.

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Modelo de Gestão e ISO 9001
A NBR ISO 9001:2008 expõe um método fundamentado em processos, composto por quatro categorias de
requisitos que ficam sobre a incumbência da direção. Esses quesitos são gestão de recursos, realização de
produtos, medição, análise e melhoria.
Quando os processos são mapeados, é possível seguir o raciocínio do ciclo de melhoria contínua, o PDCA, assim a
gestão se programa de acordo com as metas estabelecidas, buscando atender às necessidades dos clientes e
oferece recursos para atingir o objetivo.
Depois que os processos são executados, os responsáveis por controlar analisam os objetivos de forma criteriosa
para que assim possam reabastecer o círculo de melhorias, com intuito de satisfazer o cliente. Para desempenhar
um bom mapeamento e gerenciamento de processos, a ISO indica a identificação de todos os processos que
devem ser monitorados e os direcione para o sistema de gestão de qualidade (SGA). Conforme o SGA for se
desenvolvendo, deve ser implantado em toda a organização, assim possibilitando a determinação da sequência
de tarefas e a relação entre os processos.
Para Albertin e Pontes (2016), definir metodologias e parâmetros que garantam a eficiência de uma operação e o
domínio sobre os processos é de extrema importância, garantir a disponibilidade dos dados necessários para a
execução e o acompanhamento dos processos, averiguar o andamento, mensurar e avaliar os processos, e a
partir daí definir ações importantes para conquistar as metas planejadas e a melhoria contínua desses processos.

FIQUE ATENTO
O mapeamento tem início a partir das exigências do cliente e acaba quando a organização faz a
entrega do produto final, sempre lembrando que por meio dos processos, deve-se obter a sua
satisfação.

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Figura 4 - Processos e a ISO 9001
Fonte: Albertin e Pontes, 2016

EXEMPLO
Levando em consideração o conteúdo, para usar o gerenciamento de processos, deve-se seguir
algumas etapas, como identificar no centro de distribuição logístico qual o ponto crítico da
operação, seleção do líder e os colaboradores que ficarão na equipe de melhoria, treinamento
da equipe, desenvolvimento do mapa atual, identificação de problemas como ruptura no
estoque, avarias e colaboradores ociosos, desenvolvimento do mapa ideal, definição de
indicadores e implantação.

Fechamento
Existem diversos tópicos gerais sobre gestão de operações, porém o ponto focal para estudo é o gerenciamento
de processos, que resume a função da gestão, que tem como principal objetivo a administração dos processos.
Sendo assim, é necessário compreender que todos os que estiverem envolvidos no gerenciamento de processos
devem compreender as ações para buscar a melhoria contínua.
Neste tema, você teve a oportunidade de compreender o que é processos e qual a definição de gerenciamento de
processos, foi possível entender as perspectivas de processos de uma forma geral, sabendo que este pode ser
direcionado ao ambiente logístico, e finalizando com o entendimento do que é entrada e saída e que um processo
sempre resulta em produto.

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Referências
Albertin, M.R; Pontes, H. L. J.Gestão de processos e técnicas de produção enxuta. Curitiba: Intersaberes,2016.
Cruz, T. Manual para gerenciamento de processos de negócio: Metodologia DOMP™: documentação,
organização e melhoria de processos. São Paulo: Atlas, 2015.

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Auditoria logística
Ana Paula Souza Santos

Introdução
A auditoria descreve o que está acontecendo em todos os processos avaliados de uma organização, é possível
averiguar as atividades que estão sendo executadas e se estão seguindo o que foi determinado.
Utilizando a auditoria, a empresa pode melhorar o seu processo produtivo ou os seus serviços. Definindo de
forma mais específica, pode-se dizer que o termo auditoria não significa apenas perguntar e conseguir
explicações, atualmente auditoria é uma área de estudos em negócios que analisa informações e dados.
Bons estudos!
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Compreender que a auditoria é uma ferramenta de suporte gerencial, fornecendo informações
importantes para o controle.

Conceito geral de auditoria


A auditoria, de forma geral, independente da área onde é aplicada, está relacionada a um estudo analítico dos
conceitos, baseia-se em garantir que as informações sejam documentadas, analisadas e haja um retorno. O
significado de auditoria, considerando um conceito geral, é explorar, investigar, analisar, dar auxílio quando
houver casos judiciais, entre outros pontos.
A auditoria inicialmente é definida como uma análise de informações contábeis para garantir a veracidade e
determinar a credibilidade dos dados disponibilizados, é um processo de ordenação dos registros relacionados à
contabilidade e suas operações, verificando se está de acordo, se as regras estão sendo levadas em consideração,
se as políticas determinadas estão sendo seguidas etc.

FIQUE ATENTO
A auditoria se desenvolveu a partir de quando a contabilidade entendeu a necessidade de
avaliar os seus sistemas, porém se expandiu para outros setores empresariais, sendo aplicada
atualmente em uma infinidade de áreas.

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Objetivos da auditoria
O primeiro foco geral da auditoria é certificar que a forma como o profissional responsável por auditar, que seria
o auditor, expressa as informações está de acordo, e por meio de relatórios ele informa a sua opinião sobre o que
está sendo analisado, por meio do detalhamento de quais atividades e avaliações foram utilizadas e se as normas
de auditoria foram seguidas.
O segundo foco da auditoria é contribuir para que os gestores da organização, no momento em que estão
fazendo o planejamento estratégico, elaborem táticas para administração, determinando a melhor maneira de
executar o controle das operações, dando suporte para pesquisa e implementação de tecnologias, entre outras
ações. Assim, por intermédio das informações disponibilizadas, podem identificar fraudes, desvios e possibilitar
investigações necessárias para melhorar os resultados dos negócios.

Figura 1 - Auditoria como parte do planejamento estratégico


Fonte: arka38, Shutterstock, 2020

Quando o gestor de uma organização, independentemente do setor pelo qual ele é responsável, faz a contratação
de um colaborador, ele busca um indivíduo que possa contribuir com a implantação daquilo que foi planejado
para empresa. De certa forma, a espera é que tudo ocorra adequadamente, o auditor é uma peça chave para
identificar situações que podem sair do controle e se tornar um problema para organização.
Na área contábil, esse profissional auxilia na proteção dos ativos da empresa, prestando um serviço de qualidade
e proporcionando muitas vezes momentos de aconselhamento, partindo do princípio que ele possui experiência
em outras organizações de tamanhos diferentes.

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SAIBA MAIS
A auditoria na área contábil tem um grande histórico e auxilia na tomada de decisões e na
garantia do que está sendo utilizado dos recursos da empresa. Leia mais sobre isso em
Auditoria: planejamento, execução e reporte (Imoniana, 2019).

Fundamentando da auditoria logística


Ao se tratar da auditoria logística, não se foge da ideia de buscar a garantia de um processo, e esta é composta
pela análise da qualidade de uma função ou de um serviço dentro de uma organização. A ISO 8402:1994,
substituída pela ISO 9000, estabelecia que a auditoria é como uma apuração minuciosa avulsa e busca definir se
as operações e os resultados estão de acordo com a qualidade pré estabelecida, se correspondem às condições
propostas e se essas condições são executadas de forma eficiente, possibilitando atingir-se as metas
estabelecidas.
Quando uma auditoria é aplicada em um centro de distribuição, todos os setores e processos devem ser
avaliados, como recebimento, armazenagem, processamento, expedição etc.; é necessário analisar se todos os
conceitos para melhoria foram empregados, se todas as normas de segurança foram seguidas e se todas as
possibilidades ideais são utilizadas.
Existe uma diferença entre auditoria compulsória e auditoria espontânea: um cliente ou um órgão importante
pode exigir uma auditoria e a própria organização pode exigir uma auditoria de forma imposta, ou seja, esse
cliente pode querer controlar o processo que está prestando um serviço a ele, avaliando a forma como os seus
produtos são estocados, se todo o processo está garantindo a qualidade do seu material.

EXEMPLO
Um centro de distribuição que faz a armazenagem e distribuição de roupas pode passar por
uma auditoria da associação brasileira do varejo têxtil (ABVTEX), para verificar se estão sendo
seguidos os parâmetros mínimos de condições de trabalho, se as normas ambientais e de
segurança são seguidas, e assim por diante, sendo uma exigência para que esse fornecedor
possa se manter na cadeia de grandes varejistas. Toda a cadeia de suprimentos pode ser
auditada, incluindo as empresas de transporte de mercadorias, o cliente pode exigir a garantia
de todas as etapas do processo.

Outra possibilidade é que o cliente queira auxiliar o seu prestador de serviço a alcançar uma melhoria em seu
processo produtivo, para que assim possa ocorrer uma negociação nos preços e se chegue a uma redução de
valores. Para os autores Vieira e Roux (2012), essa tratativa é comum na indústria automotiva e ocorre com

frequência, com o cliente a utilizando para avaliar o que pode ser melhorado em seu fornecedor. Organismos

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frequência, com o cliente a utilizando para avaliar o que pode ser melhorado em seu fornecedor. Organismos
governamentais de fiscalização podem exigir auditorias objetivando se certificar que ações de proteção ao
consumidor são implantadas e estão sendo efetivas.

Figura 2 - Ações para melhoria no processo produtivo


Fonte: Petr Vaclavek, Shutterstock, 2020

Grandes empresas normalmente possuem uma matriz que controla o desempenho do seu centro de distribuição,
mantendo uma administração frequente para garantir a qualidade dos serviços e a eficiência na produtividade.
Os gestores do centro de distribuição também devem solicitar a realização de auditorias, buscando a melhoria do
andamento das atividades realizadas em todos os departamentos. Existem empresas que fazem mais de uma
auditoria durante o ano, com a finalidade de permanecer prestando um serviço de qualidade para os seus
clientes.

Quem executa a auditoria


O profissional responsável por auditar uma empresa deve obter conhecimento adequado para que ele cumpra as
exigências da norma ISO 9000. Existe uma diferença entre auditoria interna e auditoria externa: quando é
efetuada pela empresa internamente, a organização escolhe um profissional para auditá-la e fazer a correção
daquilo que foi apontado como não conformidade.
Quando externas, as auditorias são executadas por especialistas de órgãos oficiais, por consultores externos ou
auditores dos clientes, que podem ser profissionais de escritórios que atuam nessa área ou autônomos que
conhecem o segmento da empresa em sua maioria; em alguns casos, os auditores podem ser colaboradores da
matriz da organização, ou atuam em outras unidades da empresa que está sendo auditadas.

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Figura 3 - Auditores especialistas devem conduzir as auditorias
Fonte: mariakray, Shutterstock, 2020

FIQUE ATENTO
Caso a empresa não possua nenhum colaborador com conhecimento adequado para efetuar
uma auditoria, existem empresas que atuam auditando todos os segmentos.

Como a auditoria logística deve ser realizada


Para se realizar uma auditoria, existem algumas questões que devem ser consideradas, mas vale ressaltar que
não existe uma decisão especifica de uma auditoria, a intenção é buscar a melhoria contínua. A empresa que está
sendo auditada deve conhecer aquilo que será abordado pelo profissional responsável e quais as referências
utilizadas por ele, pois no checklist ou relatório, normalmente aparece a normativa que está sendo utilizada para
avaliação. Uma auditoria realizada com dados alterados para uma boa pontuação no dia da análise perde o
sentido, afinal de contas melhorar o processo sempre é o intuito.
No exterior, as auditorias se baseiam principalmente nas boas práticas relacionadas ao processo analisado, como
o processo de fabricação, distribuição, expedição etc. Algumas áreas específicas já possuem suas boas práticas
bem definidas devido a sua complexidade, como o setor farmacêutico, alimentício e agrícola, pois para essas

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o processo de fabricação, distribuição, expedição etc. Algumas áreas específicas já possuem suas boas práticas
bem definidas devido a sua complexidade, como o setor farmacêutico, alimentício e agrícola, pois para essas
empresas, o código de defesa do consumidor é rígido e possui diversas normatizações.
Vieira e Roux (2012) descrevem que ,no Brasil, operações de órgãos como Anvisa, na área de alimentos,
medicamentos e cosméticos, fortalecem a compreensão da relevância das ações aplicadas através das auditorias
dentro das organizações,ou seja, não apenas existe uma melhora nas instruções técnicas de aperfeiçoamento de
produtos, mas também nas normas relacionadas às atividades logísticas, como recebimento, movimentação,
expedição, transporte etc.

Figura 4 - ISO 9001


Fonte: Boris15, Shutterstock, 2020

Os tópicos primordiais a serem tratados e avaliados em uma auditoria logística são: os requisitos considerados
para desenvolvimento do centro de distribuição, o andamento das obras, as medidas de segurança, a relação
entre o centro de distribuição e a cadeia logística, de forma geral, as normas desenvolvidas para o
funcionamento, o software utilizado para gestão do centro de distribuição, as informações geradas para
gerenciamento, a utilização de automatização e outras tecnologias, a sinalização, a gestão dos orçamentos
planejado ou em aplicação e o progresso das ações em fase de implementação (Vieira e Roux, 2012).

Modelo de Scovell
Existe um método pouco desenvolvido chamado modelo de Scovell, que determina que a auditoria logística em
sua maior complexidade deve ser estruturada, sendo assim, esse modelo determina que para que ocorra de
forma correta, a auditoria logística deve seguir os seguintes passos: analisar a coerência das metas planejadas na
logística, definir as carências e interesses dos clientes e determinar objetivos de desempenho, especificar os
procedimentos e técnicas logísticas existentes, avaliar os dados logísticos, distinguir e avaliar iniciativas de
melhoria, dar prioridade a projetos e aperfeiçoar aquilo que for apontado na auditoria.

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Fechamento
Auditoria, em sua primeira concepção, visava avaliar sistemas contábeis de uma organização, buscando analisar
os processos, identificar aquilo que não estava de acordo e melhorá-lo, porém atualmente a auditoria está em
expansão contínua e está em todos os setores, existindo a auditoria interna e auditoria externa, sendo necessário
um especialista que possui conhecimento adequado para fazer a avaliação.
Neste tema, você teve a oportunidade de compreender o que é auditoria de uma forma geral, o que é auditoria
logística e quem deve executá-la. Foi possível entender as expectativas de uma organização quando a mesma
quer ter seu processo auditado, e o entendimento de como aplicar a auditoria ao centro de distribuição.

Referências
Cardoso, A. Auditoria de sistema de gestão integrada. São Paulo: Person Education do Brasil, 2015.
Imoniana, J. O. Auditoria planejamento, execução e reporte. São Paulo: Atlas, 2019.
Vieira,R. V.; Roux, M.Auditoria logística: uma abordagem prática para operações de centros de distribuição
. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

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Logística humanitária e Logística
4.0.
Ana Paula Souza Santos

Introdução
Desastres naturais, apesar de trazerem danos, ocorrem com frequência e não são previsíveis. A intenção de
desenvolver a logística humanitária é auxiliar em questões de alta complexidade para transporte de alimentação
e medicamentos, por exemplo, quando pessoas estão envolvidas nesses acidentes.
A globalização introduz grandes avanços tecnológicos em diversas áreas, a logística também está dentro dessas
mudanças, e o conceito de logística 4.0 mostra essas alterações e as vantagens do seu desenvolvimento.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Diferenciar a logística humanitária da empresarial bem como apresentar os desafios enfrentados

Conceito de logística humanitária


Existem diversos acidentes ambientais que podem devastar grandes áreas, até populações que possuem
recursos para enfrentar situações complexas e as implicações desses fenômenos sofrem com essas ocorrências.
Esses eventos variam de localidade e intensidade, sendo algumas vezes mais fracos e em outras mais fortes, ou
seja, pode-se declarar que acidentes naturais em muitos casos são na realidade inesperados, dessa forma torna-
se difícil ter um plano de prevenção para um evento circunstancial.
Tsunamis, terremotos, deslizamentos de terra, entre outros desastres causados por ações da natureza
acontecem com frequência, porém as mudanças na habitação das populações, como o ajuntamento em centros
urbanos, acontecem diversas vezes com condições inadequadas de saneamento, com o escoamento de águas
pluviais inapropriado, além de outras condições que aumentam as consequências dos fenômenos naturais.
No momento em que fenômenos naturais acontecem, eles causam destruição para as pessoas e o meio ambiente,
trazendo consequências muitas vezes irreparáveis; quando existe um acúmulo de pessoas em um determinado
local, o resultado de um desastre natural pode ser ainda pior.

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EXEMPLO
Recentemente houve o rompimento da barragem em Brumadinho - MG, onde diversas pessoas
ficaram sem casa e muitas outras vieram a óbito. Osso não é um desastre natural, porém
demonstra as consequências para um local com agrupamento de pessoas.

Figura 1 - Desastres naturais


Fonte: Shutterstock, 2020

Uma situação pode utilizar da logística humanitária, que está totalmente ligada a desastres naturais, quando
existem pessoas envolvidas. Caso não exista uma população compreendida no acidente, não será um caso de
logística humanitária, entretanto, muitos países infelizmente são acometidos por atentados terroristas, e da
mesma forma que os desastres, não é possível prever onde e como irá ocorrer, sendo assim são descritos como
casos para logística humanitária.

FIQUE ATENTO
Em casos em que houve um desastre natural, como uma enchente ou um terremoto, e não há
pessoas envolvidas no ocorrido, a logística humanitária não vê como um caso para tratativa.

De uma forma geral, a logística humanitária pode ser definida como a soma das ações e a programação com o
objetivo de socorrer pessoas envolvidas em desastres, em que é necessário transportar pessoas, materiais,

possibilitar o bom funcionamento da troca de informações, gerir a compra, transporte, estocagem e distribuição

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possibilitar o bom funcionamento da troca de informações, gerir a compra, transporte, estocagem e distribuição
de suprimentos para que todos aqueles que necessitam possam ser auxiliados em situações causadas por
desastres.

Logística humanitária – a cadeia de suprimentos


Assim como na logística já conhecida, existe uma cadeia de suprimentos para a logística humanitária, com
grande complexidade para definir o andamento da performance dessa cadeia, que poderia ser medida pela
quantidade de alimentos e medicamentos entregues em lugares com maior vulnerabilidade, por exemplo, porém
isso não seria efetivo. De acordo com Leiras (2017), existem cinco fluxos que devem existir em uma gestão eficaz,
e são a melhor referência para a definição da cadeia de suprimentos da logística humanitária: materiais,
informações, recursos financeiros, pessoas e negócios.

EXEMPLO
Existem muitas adversidades em gerenciar uma cadeia de suprimentos da logística
humanitária, e essas dificuldades específicas são bem conhecidas, como a limitação de recursos
que faz com que as operações sejam realizadas sempre no limite.

Outra dificuldade é adaptar objetivos muito complexos e de difícil entendimento para a realidade dos envolvidos
nos processos, tomar uma decisão também se torna algo complexo devido ao nível de incerteza, e tratar
problemas que são urgentes em ambientes onde políticos estão muito envolvidos. Para que se tenha agilidade
nesse gerenciamento, uma sugestão é aplicar o triplo A, que são tecnologias ágeis que tornam os processos
adaptáveis e auxilia a estrutura institucional a se tornar alinhada.

Figura 2 - Ações para melhoria na gestão da logística humanitária


Fonte: Adaptado de Leiras et al., 2019

A logística que tem por objetivo a cadeia de abastecimento comercial que todos normalmente conhecem busca
ganhar tempo na questão da movimentação de materiais e serviços e ter o melhor resultado com relação à

distância de maneira efetiva e competente. A logística humanitária tem uma meta semelhante, porém voltada

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distância de maneira efetiva e competente. A logística humanitária tem uma meta semelhante, porém voltada
para gerenciar o fluxo de pessoas e materiais, de maneira apropriada e em tempo adequado quando for prestar
assistência, com o propósito de auxiliar o maior número de pessoas possíveis.
Existe outra definição consistente de logística humanitária, que é o método de planejar, iniciar e controlar, de
forma eficiente e eficaz, os meios do início ao ponto final que seria para utilização, buscando se amenizar o
sofrimento de pessoas expostas a situação de risco devido a um desastre natural,ou seja, a logística humanitária
compreende não só a parte gerencial e estratégica, mas também a operacional em resposta a catástrofes.

FIQUE ATENTO
O propósito principal da logística humanitária é atender toda a cadeia de suprimento, para
auxiliar pessoas em situação de vulnerabilidade devido a desastres naturais, não apenas focar
no planejamento.

Conceito de logística 4.0


Os desafios aumentam para todas as áreas de uma organização diante da globalização, a inconstância do
mercado, a concorrência e as mudanças de tecnologias intensificam as dificuldades enfrentadas para a empresa
se manter competitiva. Em logística e supply chain não é diferente, muitas vezes as dificuldades são ainda
maiores, pois é um ramo que a cada dia se torna mais estratégico nas empresas, exigindo um gerenciamento
mais flexível dos processos para ir além das limitações, alcançando êxito no setor e incluindo em suas técnicas
aquilo que há de novo no mercado.
Existem definições que estão modificando de forma definitiva a maneira de gerenciar a cadeia de abastecimento,
como a abordagem omni channel, que diz que todos os meios para venda devem agrupar-se, proporcionando
uma vivência melhor para o cliente. Outra alternativa que está alterando a cadeia é o software de WMS (sistema
de gerenciamento de armazém), que por meio de comandos de voz disponibiliza as orientações para o
colaborador e as indicações para utilização. Também se utiliza muito o Big Data, que possibilita usar de uma
maneira sem precedentes os dados que existem para tomar decisões.

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Figura 3 - Softwares agilizam os processos em geral
Fonte: Shutterstock, 2020

O Cross-docking é outra técnica que tem ajudado no processo de distribuição. Nessa metodologia, os produtos
não ficam estocados, ou seja, tudo aquilo que é recebido é logo expedido após a preparação da mercadoria, isso é
possível também por causa de sistemas como o DMS (gerenciamento eletrônico de documentos), que melhoram
a forma de gerir documentos, automatizando procedimentos, certificando assim que a empresa possui uma visão
geral das informações, e por fim a internet das coisas, que foi definida relacionada a muitas tecnologias, que
possibilitam maior certeza e agilidade quando se trata de tarefas em armazém e processos de logística.

Logística 4.0 – benefícios


Existem muitas vantagens em usar as tecnologias que o desenvolvimento traz para a logística: o sistema como
WMS otimiza boa parte das operações de armazenamento e reduz a possibilidade de erros devido à exatidão dos

sistemas, além de que o sistema pode ser usado em muitas partes do processo, como a gestão da frota,

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sistemas, além de que o sistema pode ser usado em muitas partes do processo, como a gestão da frota,
atendendo a necessidades de diversos clientes dentro da operação logística, e não o cliente final.
O DMS possui benefícios que afetam principalmente a assertividade: quando você utiliza informações
automatizadas, é possível estruturar o gerenciamento de serviços, pessoas etc., ou seja, é possível obter uma
visão global das atividades executadas, desde o planejamento do início do processo até a entrega ao cliente final.
Como toda empresa busca uma otimização nos custos, com esses sistemas de melhoria e o desenvolvimento
avançado das tecnologias, ocorre uma diminuição relativa dos custos de operação com a exclusão de retrabalho.

Figura 4 - A redução de custo está associada à melhoria nos processos


Fonte: Shutterstock, 2020

Gerenciar uma cadeia de abastecimento é estar submetido a diversas possibilidades, como clientes
extremamente exigentes, condições de entrega de extrema urgência, gerenciamento de muitos setores e
condicionantes ao mesmo tempo, além de estar sujeito ao mercado competitivo em que concorrentes também
procuram ser melhores. A logística 4.0, que seria uma logística focada naquilo que tem de melhor no mercado
globalizado, busca ultrapassar esses desafios e ir além do que é esperado, contando com diversas alternativas
tecnológicas, que propiciam redução de custos, melhora em muitos processos, como entrega, armazenagem,
entre outros.

SAIBA MAIS
Existem diversos mecanismos para automatizar um processo logístico, o ideal é buscar a
melhor ferramenta para a sua empresa de acordo com a necessidade e o tamanho da
organização, sempre buscando estar competitivo.

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Fechamento
O avanço das tecnologias e as necessidades que surgem durante o processo fazem com que a logística se adapte e
se desenvolva buscando aperfeiçoar serviços, muitas possibilidades surgem e também muitas necessidades que
tornam a logística extremamente importante.
O conceito de logística humanitária demonstra o quão importante é utilizar todas as ferramentas disponíveis em
casos complexos, a logística 4.0 mostra como o setor tem se desenvolvido e melhorado.
Neste tema, você teve a oportunidade de compreender o que é logística 4.0 e logística humanitária de uma forma
geral, como funciona a logística humanitária e quais são os conceitos abordados. Foi possível entender as
expectativas para a logística 4.0 e como ela vem se desenvolvendo.

Referências
LEIRAS, A. et al. Logística humanitária. Rio de Janeiro: Elsevier,2017.
FILHO, E. R. O reverso da logística e as questões ambientais no Brasil. Curitiba: Intersaberes, 2013.
SACOMANO, J. B. et al. Industria 4.0: conceitos e fundamentos. São Paulo: Blucher, 2018.

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Estratégia em Operações de
Serviços
Ana Paula Souza Santos

Introdução
Falar de planejamento remete a ser organizado; quando uma empresa faz o planejamento logístico, de uma
forma resumida, pode-se dizer que ela está se organizando e definindo objetivos para um determinado período.
Várias ações envolvem um planejamento e ele pode ser dividido de algumas formas.
Entender como funciona o planejamento logístico, como ele deve ser aplicado e como o processo diário de uma
empresa dessa área é afetado é importante para profissionais que querem atuar com logística.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Entender que cada empresa deverá definir estratégias que nortearão suas atividades logísticas.

Planejamento logístico
Planejamento, em geral, fala sobre organização, procura trazer respostas para questões sobre o que, quando e
como, e possui três divisões: estratégica, tática e operacional. O que diferencia esses níveis é a questão do
momento em que são ou serão executados, ou seja, a parte do planejamento estratégico é de longo prazo, pois é
utilizada a todo momento. A questão tática geralmente tem um período mais curto e muitas vezes pode levar por
volta de um ano. O planejamento operacional é de suma importância e de curto prazo, e suas decisões são
tomadas com bastante frequência.

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Figura 1 - Planejamento é organizar várias informações
Fonte: Shutterstock, 2020

O objetivo principal de se fazer o planejamento é garantir o andamento eficiente do canal logístico, e cada parte
do planejamento necessita de uma atenção específica. Para o planejamento estratégico, atuar com dados muitas
vezes incompletos é natural, devido ao cenário estar definido a longo prazo. Os dados disponibilizados levam em
consideração a média das informações e geralmente são adequados quando no final se obtém um resultado
ideal.

EXEMPLO
Pode-se estipular um planejamento estratégico de forma que a armazenagem não exceda um
determinado limite financeiro ou de capacidade de recursos, ou para que ao atingir uma
determinada taxa, possa fazer o ressuprimento.

Por outro lado, o planejamento operacional deve trabalhar com informações extremamente precisas, e as ações
utilizadas nesse plano devem ser operáveis e devem conseguir utilizar os dados disponibilizados. Quando se fala
de plano operacional para estoques, é necessário considerar que cada um dos seus itens seja gerenciado de
forma separada.
Quando se fala de planejamento logístico, precisamos disponibilizar tempo e atenção para o assunto,
considerando que o tema pode ser discutido utilizando a definição geral do conceito de planejamento.

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Campos do planejamento logístico
O planejamento logístico atua diretamente em algumas áreas específicas que costumam causar problemas para
uma empresa, essas áreas são: o nível de serviço ao cliente, a localização das unidades, o parecer sobre estoques
e o parecer sobre transportes.
Excetuando-se o fato de estabelecer um apropriado nível de serviço aos clientes (o serviço ao cliente resulta das
estratégias formuladas nas outras três áreas), o planejamento logístico pode ser considerado um triângulo de
tomada de decisões logísticas. Essas áreas de problemas são interrelacionadas e deveriam ser planejadas como
uma unidade, embora seja comum planejá-las em separado. Cada uma delas tem significativo impacto sobre o
projeto do sistema.

Figura 2 - Fluxo do planejamento logístico


Fonte: Ballou, 2007

O serviço ao cliente ou nível do serviço logístico permite que os clientes influenciem drasticamente os planos
estratégicos, quando a empresa oferece um nível de serviço de qualidade duvidosa, ela pode conseguir
transporte mais barato e obter locais menores para estocagem, porém quando se oferece um serviço de
excelência, essas informações são totalmente opostas, mas os custos logísticos aumentam de forma
desproporcional à qualidade do serviço oferecido. Devido a isso, um dos objetivos do planejamento logístico é
equalizar os níveis de serviço e os custos.
Por isso, se torna importante a estratégia de localização das instalações da empresa em que estão os estoques;
estar geograficamente em pontos que ofereçam vantagens de transporte favorece o abastecimento; o mercado
normalmente é direcionado de acordo com o tamanho, a quantidade e a localização das instalações de uma
empresa, pois isso determina quanto de demanda ela pode receber. Para determinar a finalidade da localização
de um centro logístico, deve ser avaliado o custo do processo geral de movimentação de um produto,
considerando o estoque, a fábrica, a distribuição, as vendas, até a entrega ao cliente.
Quando se trata do custeio de um processo de armazenamento, oferecer locais para estoque, atender a demanda
o mais próximo possível da produção ou dos fornecedores e gerenciar os locais de armazenamento são

influenciadores diretos no final. Dessa maneira, é preciso buscar a destinação correta para que os custos se

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influenciadores diretos no final. Dessa maneira, é preciso buscar a destinação correta para que os custos se
tornem menores, ou uma opção que possua melhor possibilidade para lucrar, pois essa é a meta de um
planejamento estratégico focado na localização.
Outra questão importante no planejamento logístico são os estoques e como gerenciá-los, inserir produtos onde
eles devem ser armazenados ou retirá-los de onde estão estocados, seguindo as diretrizes, faz com que a
empresa possua um diferencial mediante o mercado. Encontrar produtos bem separados, seja dentro do centro
de distribuição ou no processo produtivo, falando não apenas de onde a empresa está localizada, mas de
qualquer lugar que ela possua estoque, administrar os padrões de estoque utilizando uma metodologia que
proporcione uma constância, são adendos a mais na estratégia.

Figura 3 - Estoques
Fonte: Shutterstock, 2020

Para um bom planejamento logístico, determinar os tipos de transportes que serão utilizados é algo de extrema
importância, definir os modais que serão usados, a média da quantidade que será transportada e a programação
são ações relacionadas diretamente a transportes, dessa forma, a distância onde o centro de distribuição está
localizado, os clientes, o processo produtivo, entre outra coisas, influenciam na localização; optar por um modal
mais restrito como o ferroviário pode significar que o tempo de estoque pode ser maior.

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FIQUE ATENTO
Quando o processo produtivo fica em outros países o tempo de transporte é maior, sendo
assim, o nível de estoque deve ser proporcional, para que não haja ruptura.

De uma forma geral, a localização, o estoque, o serviço ao cliente e os transportes são áreas muito estratégicas de
um planejamento, e automaticamente colocam o sucesso da empresa em jogo, pois elas impactam a lucratividade
e são importantes quando as decisões são tomadas, e interagem entre si, ou seja, quando se faz um
planejamento, deve-se avaliar como uma pode afetar a outra, e quais são as melhores formas de atuação e
melhoria para cada uma.

Estratégias básicas para desempenho


Uma vez planejadas e implementadas as estratégias da cadeia de suprimentos, os gerentes evidentemente
precisam avaliar se elas estão produzindo os resultados esperados. São três as mensurações mais úteis para a
correta avaliação desse fator: fluxo de caixa, economia e retorno do investimento. Se todas elas forem positivas e
substanciais, as estratégias evidentemente estão funcionando a contento. Essas mensurações financeiras
constituem matéria de especial interesse para a alta gerência de qualquer grande empresa.
Quando existe uma estratégia bem planejada, ela gera algumas vantagens e pontos importantes para uma
empresa; quando se gerencia adequadamente um estoque, por exemplo, pode-se evitar perder dinheiro com
estoque parado e investir em outras questões, como salários, melhorias, tecnologias, entre outras coisas, que se
tornam vantagens competitivas para organização.

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Figura 4 - Fluxo de caixa
Fonte: Shutterstock, 2020

Uma empresa que quer se consolidar em uma determinada área de atuação, como em transportes, deve levar em
consideração o crescimento constante dos concorrentes, devido às mudanças do mercado; é importante lembrar
que uma expansão sem controle gera unidades inadequadas, localização que não corresponde às necessidades,
entre outras questões negativas. A melhoria que o desenvolvimento tecnológico proporciona é um grande aliado
para empresas que querem ser referência, pois permite um alcance muito maior do serviço e melhoras nos
pontos negativos.
Mais um ponto relacionado ao planejamento estratégico são as economias, elas são modificações em qualquer
custo importante referente a uma estratégia específica, ajudando de forma positiva os lucros em diversos
períodos. Segundo Chopra e Meindl (2010), decisões importantes, como localização de um centro de
distribuição, dependem dos custos atribuídos a transportes, armazenagem, compras, manutenção etc., e quando
a estratégia de custos é bem definida e executada, gera economias relevantes anualmente para organização.

FIQUE ATENTO
Economizar deve ser uma meta da organização, retirar custos que não agregam é de suma
importância dentro de um planejamento logístico, ações simples geram muitas vezes grandes
economias e grandes retornos.

Ao fazer economias durante um período, seja semestralmente, anualmente ou até mensalmente, através de
métodos e análises que possibilitem essas mudanças, demonstra-se a eficiência no uso do capital e boas
metodologias podem mostrar um retorno bem melhor ou igual ao prospectado pela organização.

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SAIBA MAIS
Existem diversos mecanismos para automatizar um processo logístico, o ideal é buscar a
melhor ferramenta para a sua empresa de acordo com a necessidade e o tamanho da
organização, sempre buscando estar competitivo.

Fechamento
O planejamento logístico está diretamente relacionado a algumas áreas específicas, porque essas áreas em
questão costumam trazer problemas para a gestão, porém ao ser analisados, avaliados e tratados, esses
problemas podem ser resolvidos e trazer vantagens para uma empresa.
Com esse tema, foi possível estudar as diversas linhas de um planejamento logístico e as estratégias básicas para
fazer bom uso dessa metodologia; existem mensurações que fazem com que fique possível demonstrar os
resultados positivos de um planejamento bem executado, algumas mensurações financeiras muitas vezes são de
especial interesse para a alta gerência de qualquer grande empresa. Vale lembrar que além das ações estudadas
aqui, é necessário entender o tamanho da empresa, para adaptar a melhor forma de planejar.

Referências
Ballou, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5 ed. Porto Alegre: Bookman,
2007.
Chopra, S.; Meindl, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações. 4 ed. – São
Paulo: Pearson, 2010.

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Operações na área de Saúde e
Operações de Sustentabilidade
Ana Paula Souza Santos

Introdução
Sustentabilidade é um assunto em foco atualmente, toda área de atuação possui algum processo em que se pode
aplicar os pilares da sustentabilidade. Empresas que buscam entender o que é e colocam os benefícios em seu
processo, estão à frente no mercado que hoje é tão competitivo.
A logística atua em segmentos muito importantes, como a saúde, em que o tempo é inimigo em muitas questão;
porém, ao ser bem gerenciada ela é uma aliada para que os colaboradores da área possam prestar um bom
serviço e literalmente salvar uma vida.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Compreender os benefícios da prática da logística sustentável, bem como os conceitos de logística
reversa e a importância dos investimentos na logística com viés na saúde.

Práticas de sustentabilidade
Existem formas de pensar e fazer uma crítica à sociedade, uma delas é o ambientalismo. Essa maneira de
pensamento tomou forma após a segunda guerra mundial, com o crescente desenvolvimento, todos têm
percebido que não é apenas o lucro que demonstra que uma empresa é bem sucedida, algo que tem tido uma
importância significativa é o futuro das pessoas, sejam elas internas ou externas na organização, além do futuro
do planeta.
Há algumas metodologias que controlam o desempenho das empresas devido às preocupações que estão
surgindo, umas delas é o 3BL (triple bottom line), que seria a tripla linha de baixo dos demonstrativos de uma
organização. Existe a avaliação dos três Os, de pessoas, profit (lucro) e planeta; essas são duas ferramentas em
crescimento utilizadas por empresas que estão à frente de questões ambientais.
A responsabilidade com o meio ambiente vem ganhando espaço com o desenvolvimento econômico do mundo,
alguns países, incluindo o Brasil, buscam formas para reduzir o consumo dos recursos naturais, e como
consequência no processo produtivo acontecem diversas melhorias de produtos, embalagens, entre outros
materiais. Dessa forma, o que antigamente, depois de ser utilizado, estava enchendo aterros sanitários de
maneira não sustentável, agora está tendo uma destinação mais correta.
A sustentabilidade tem três pilares: o econômico, social e ambiental. Ou seja, o fluxo da cadeia de suprimentos
busca fatores que contribuam para a pegada ambiental, como a redução deemissões de poluentes atmosféricos,
descarte de efluentes e resíduos sólidos em local inadequado, são ações sustentáveis que estão mudando a
cadeia no geral.

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Figura 1 - Pegada ambiental está relacionada a consumo
Fonte: Shutterstock, 2020

Logística e meio ambiente


Até na logística, existe um conceito verde, por causa de preocupações que estão aparecendo com o meio
ambiente, principalmente com o descarte de resíduos para que não haja impacto na natureza. Nesse sentido, a
logística verde é uma logística que visa reduzir os impactos ambientais cometidos por suas atividades, como a
emissão de poluentes atmosféricos em transportes.
Situações que muitas vezes parecem simples podem causar impactos consideráveis: ao fazer o transporte de
matérias sem planejamento, uma empresa pode ter viagens desnecessárias, que podem gerar um trânsito
indevido e poluição atmosférica devido aos combustíveis.
Ao fazer com que o caminhão que está levando uma mercadoria possa coletar algo próximo para retornar, evita-
se ter outro caminhão na estrada, assim a logística verde está sendo considerada. Porém, para que isso seja
possível, deve-se existir uma parceria com todos os elos da cadeia e todos devem reconhecer a importância da
sustentabilidade para os processos.

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Figura 2 - Logística reversa
Fonte: Shutterstock, 2020

FIQUE ATENTO
A logística reversa não é a logística verde, ela auxilia no processo ao fazer com que os resíduos
retornem ao seu ciclo inicial, não sendo levado aos aterros, e a logística reversa é mais comum
no Brasil do que o conceito geral de logística verde.

A logística e a saúde
Mesmo atuando em segmentos às vezes totalmente diferentes, todas as organizações usam materiais, seja em
pequena ou grande quantidade; na área da saúde, os materiais são extremamente importantes: quando falamos
de hospitais, o gerenciamento dos materiais possui uma relevância muito grande, mesmo que seja um pequeno
hospital.
Para Barbieri (2017), uma das definições de logística é a de uma área especializada no gerenciamento geral de
uma organização, sendo assim, existem atividades realizadas por pessoas que se disponibilizam para entregar o
material correto, ao destino correto, na quantidade correta, buscando as melhores condições de planejamento. E
para que isso aconteça, é necessária a definição de objetivos, planejamento adequado, monitoramento, entre
outras questões relativas ao curso dos materiais e dados da organização.

Aqueles que são responsáveis por prestar serviço para áreas da saúde, como centro cirúrgico, ambulatórios e

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Aqueles que são responsáveis por prestar serviço para áreas da saúde, como centro cirúrgico, ambulatórios e
unidades de tratamento, são os responsáveis pelos suprimentos, ou seja, em áreas como compras e
almoxarifado, os produtos, até os que são destinados aos pacientes ou aos seus acompanhantes, só estão
disponíveis devido aos serviços prestados pela cadeia de suprimentos.

Figura 3 - Cadeia de suprimentos de um hospital


Fonte: Barbieri, 2017

O intuito da logística também é atender o cliente com o material certo, sendo assim, a logística atua com os
materiais que passam pela empresa, ou seja, materiais que são comprados e utilizados no decorrer do processo
executado pela empresa para efetuar sua missão.

SAIBA MAIS
Existem materiais que quando não são utilizados passam a fazer parte apenas dos custos da
organização, procurar estudar sobre gestão de estoque é importante principalmente na área
da saúde onde os produtos são perecíveis.

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Logística reversa
Cadeias de suprimento de ciclo fechado são definidas como as que obtêm processos diretos e reversos, fechando
o ciclo ao final, ou seja, os resíduos retornam ao início da cadeia para reaproveitamento, normalmente as
empresas devem definir em qual momento da cadeia o ciclo deve ser fechado. A logística reversa dedica-se
exatamente ao retorno do produto após sua utilização, de forma que volte para o momento da cadeia onde o
ciclo volta ao começo, e claro que isso atribui valor econômico, legal e de imagem para organização.
Pode-se dizer que a volta ao ciclo de negócios ocorre no momento em o produto pode ser vendido novamente e
reutilizado, como acontece com carros usados, o que também é considerado retorno ao processo produtivo
quando há a utilização do produto como matéria-prima para criar o mesmo produto ou mercadorias variadas.

EXEMPLO
O alumínio é um grande exemplo de material reciclado no Brasil, os famosos “catadores de
latinhas” coletam o resíduo e vendem, e as empresas que compram inserem o produto no seu
ciclo, fazendo com que ele volte a ser matéria prima.

A logística reversa proporciona desenvolvimento na área econômica e social, considerando qualquer tipo de
resíduo; a coleta de plástico e papel nas organizações possuem maior influência na logística reversa, dessa
maneira, essas empresas buscam disponibilizar os pontos de coleta ou administram formas de coletar os
materiais internamente para facilitar o descarte no final.

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Figura 4 - Logística reversa na cadeia de suprimentos
Fonte: Luz, e Boostel, 2018

Quando existe uma preocupação com a logística reversa, a empresa automaticamente se torna mais competitiva
no mercado por obter um diferencial. Com esse pensamento, ela começa a gerenciar o retorno de seus produtos
e relaciona sua marca à sustentabilidade.

FIQUE ATENTO
Já existem legislações em alguns segmentos que estabelecem o uso da logística reversa, o ideal
é que a empresa pesquise e verifique se sua área de negócio se enquadra na legislação.

Produtos que não estão mais em uso, avariados ou que não estão em funcionamento podem voltar ao início do
seu processo produtivo, para que possa ser descartado ou reciclado. Claro que essa ação possui custos, ou seja,
existe um custo relacionado à aquisição de matéria prima, estocagem, produção, e quando se decide avaliar e
aproveitar o ciclo de vida do produto, soma-se o custo relacionado à administração da movimentação reversa.

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existe um custo relacionado à aquisição de matéria prima, estocagem, produção, e quando se decide avaliar e
aproveitar o ciclo de vida do produto, soma-se o custo relacionado à administração da movimentação reversa.
Luz e Boostel (2018) destacam os três custos mais comuns nesse processo, que são: custos logísticos, custos de
gestão e custos intangíveis.
A definição para custos logísticos é aquele que engloba os custos de transporte, armazenagem, estabilização e
metodologias na área de sistemas de informação referente ao exercício da logística reversa; para esses custos,
considera-se também os custos de separação, finalidade e redistribuição dos produtos provenientes da logística
reversa. Com relação aos custos de gestão, inclui-se colaboradores para efetuar a gestão dos processos logísticos
e profissionais que farão a pesquisa e contratação de novos negócios e alcançará novos parceiros (LUZ e
BOOSTEL, 2018). Os responsáveis por esse gerenciamento conseguem, através de indicadores, medir o
desempenho e o resultado da logística reversa; dessa maneira, é possível distinguir impasses e muitas vezes
evitá-los, ainda possibilitando aplicação de melhorias. Já para a questão dos custos intangíveis ou custos que não
possuem fácil visibilidade, como falhas no processo, hoje devido à competitividade do mercado, uma organização
deve se atentar a sua reputação, e os riscos envolvidos nessa questão também são vistos como intangíveis.
Mesmo não sendo tão fácil de mensurar, devido à dificuldade em muitos casos de verificar a existência desses
riscos, eles podem e devem ser gerenciados e minimizados.

Fechamento
Adotar a logística reversa, ou até a logística verde, só traz benefícios para as unidades de uma empresa, há
vantagens tecnológicas, econômicas, sociais e ambientais. O meio ambiente é o ator principal nesse palco, e
buscar alternativas que possam reduzir emissões de poluentes, a utilização dos recursos naturais e a redução de
resíduos só demonstra o quanto a empresa pensa no seu futuro, pois isso estabelece um outro patamar de
mercado.
É importante procurar formas de fazer com que as atividades reduzam ou eliminem os impactos causados, e caso
não seja possível, existe a inovação tecnológica para auxiliar empresas que querem fazer a diferença. Com esse
tema, foi possível observar o quanto a logística está relacionada à sustentabilidade e como um processo bem
gerenciado é importante quando se trata de saúde.

Referências
CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimento e logística. São Paulo: Atlas,2014.
LUZ, C. B. S.; BOOSTEL, I. Logística reversa. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
BARBIERI, J. C. Logística hospitalar: teoria e prática. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2017.

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