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20/07/2017 L13303

I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de
quaisquer tributos;

II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação;

III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a empresa pública ou a sociedade de economia mista
em virtude de atos ilícitos praticados.

CAPÍTULO III

DA FISCALIZAÇÃO PELO ESTADO E PELA SOCIEDADE

Art. 85. Os órgãos de controle externo e interno das 3 (três) esferas de governo fiscalizarão as empresas públicas
e as sociedades de economia mista a elas relacionadas, inclusive aquelas domiciliadas no exterior, quanto à
legitimidade, à economicidade e à eficácia da aplicação de seus recursos, sob o ponto de vista contábil, financeiro,
operacional e patrimonial.

§ 1o Para a realização da atividade fiscalizatória de que trata o caput, os órgãos de controle deverão ter acesso
irrestrito aos documentos e às informações necessários à realização dos trabalhos, inclusive aqueles classificados como
sigilosos pela empresa pública ou pela sociedade de economia mista, nos termos da Lei no 12.527, de 18 de novembro
de 2011.

§ 2o O grau de confidencialidade será atribuído pelas empresas públicas e sociedades de economia mista no ato
de entrega dos documentos e informações solicitados, tornando-se o órgão de controle com o qual foi compartilhada a
informação sigilosa corresponsável pela manutenção do seu sigilo.

§ 3o Os atos de fiscalização e controle dispostos neste Capítulo aplicar-se-ão, também, às empresas públicas e às
sociedades de economia mista de caráter e constituição transnacional no que se refere aos atos de gestão e aplicação
do capital nacional, independentemente de estarem incluídos ou não em seus respectivos atos e acordos constitutivos.

Art. 86. As informações das empresas públicas e das sociedades de economia mista relativas a licitações e
contratos, inclusive aqueles referentes a bases de preços, constarão de bancos de dados eletrônicos atualizados e com
acesso em tempo real aos órgãos de controle competentes.

§ 1o As demonstrações contábeis auditadas da empresa pública e da sociedade de economia mista serão


disponibilizadas no sítio eletrônico da empresa ou da sociedade na internet, inclusive em formato eletrônico editável.

§ 2o As atas e demais expedientes oriundos de reuniões, ordinárias ou extraordinárias, dos conselhos de


administração ou fiscal das empresas públicas e das sociedades de economia mista, inclusive gravações e filmagens,
quando houver, deverão ser disponibilizados para os órgãos de controle sempre que solicitados, no âmbito dos trabalhos
de auditoria.

§ 3o O acesso dos órgãos de controle às informações referidas no caput e no § 2o será restrito e individualizado.

§ 4o As informações que sejam revestidas de sigilo bancário, estratégico, comercial ou industrial serão assim
identificadas, respondendo o servidor administrativa, civil e penalmente pelos danos causados à empresa pública ou à
sociedade de economia mista e a seus acionistas em razão de eventual divulgação indevida.

§ 5o Os critérios para a definição do que deve ser considerado sigilo estratégico, comercial ou industrial serão
estabelecidos em regulamento.

Art. 87. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito
pelos órgãos do sistema de controle interno e pelo tribunal de contas competente, na forma da legislação pertinente,
ficando as empresas públicas e as sociedades de economia mista responsáveis pela demonstração da legalidade e da
regularidade da despesa e da execução, nos termos da Constituição.

§ 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei,
devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a ocorrência do certame, devendo a
entidade julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 2o.

§ 2o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao tribunal de contas ou aos
órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto
neste artigo.

§ 3o Os tribunais de contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão solicitar para exame, a
qualquer tempo, documentos de natureza contábil, financeira, orçamentária, patrimonial e operacional das empresas
públicas, das sociedades de economia mista e de suas subsidiárias no Brasil e no exterior, obrigando-se, os
jurisdicionados, à adoção das medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/L13303.htm 28/30
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Art. 88. As empresas públicas e as sociedades de economia mista deverão disponibilizar para conhecimento
público, por meio eletrônico, informação completa mensalmente atualizada sobre a execução de seus contratos e de seu
orçamento, admitindo-se retardo de até 2 (dois) meses na divulgação das informações.

§ 1o A disponibilização de informações contratuais referentes a operações de perfil estratégico ou que tenham por
objeto segredo industrial receberá proteção mínima necessária para lhes garantir confidencialidade.

§ 2o O disposto no § 1o não será oponível à fiscalização dos órgãos de controle interno e do tribunal de contas,
sem prejuízo da responsabilização administrativa, civil e penal do servidor que der causa à eventual divulgação dessas
informações.

Art. 89. O exercício da supervisão por vinculação da empresa pública ou da sociedade de economia mista, pelo
órgão a que se vincula, não pode ensejar a redução ou a supressão da autonomia conferida pela lei específica que
autorizou a criação da entidade supervisionada ou da autonomia inerente a sua natureza, nem autoriza a ingerência do
supervisor em sua administração e funcionamento, devendo a supervisão ser exercida nos limites da legislação
aplicável.

Art. 90. As ações e deliberações do órgão ou ente de controle não podem implicar interferência na gestão das
empresas públicas e das sociedades de economia mista a ele submetidas nem ingerência no exercício de suas
competências ou na definição de políticas públicas.

TÍTULO III

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 91. A empresa pública e a sociedade de economia mista constituídas anteriormente à vigência desta Lei
deverão, no prazo de 24 (vinte e quatro) meses, promover as adaptações necessárias à adequação ao disposto nesta
Lei.

§ 1o A sociedade de economia mista que tiver capital fechado na data de entrada em vigor desta Lei poderá,
observado o prazo estabelecido no caput, ser transformada em empresa pública, mediante resgate, pela empresa, da
totalidade das ações de titularidade de acionistas privados, com base no valor de patrimônio líquido constante do último
balanço aprovado pela assembleia-geral.

§ 2o (VETADO).

§ 3o Permanecem regidos pela legislação anterior procedimentos licitatórios e contratos iniciados ou celebrados
até o final do prazo previsto no caput.

Art. 92. O Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins manterá banco de dados público e gratuito,
disponível na internet, contendo a relação de todas as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

Parágrafo único. É a União proibida de realizar transferência voluntária de recursos a Estados, ao Distrito Federal
e a Municípios que não fornecerem ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins as informações
relativas às empresas públicas e às sociedades de economia mista a eles vinculadas.

Art. 93. As despesas com publicidade e patrocínio da empresa pública e da sociedade de economia mista não
ultrapassarão, em cada exercício, o limite de 0,5% (cinco décimos por cento) da receita operacional bruta do exercício
anterior.

§ 1o O limite disposto no caput poderá ser ampliado, até o limite de 2% (dois por cento) da receita bruta do
exercício anterior, por proposta da diretoria da empresa pública ou da sociedade de economia mista justificada com base
em parâmetros de mercado do setor específico de atuação da empresa ou da sociedade e aprovada pelo respectivo
Conselho de Administração.

§ 2o É vedado à empresa pública e à sociedade de economia mista realizar, em ano de eleição para cargos do
ente federativo a que sejam vinculadas, despesas com publicidade e patrocínio que excedam a média dos gastos nos 3
(três) últimos anos que antecedem o pleito ou no último ano imediatamente anterior à eleição.

Art. 94. Aplicam-se à empresa pública, à sociedade de economia mista e às suas subsidiárias as sanções
previstas na Lei no 12.846, de 1o de agosto de 2013, salvo as previstas nos incisos II, III e IV do caput do art. 19 da
referida Lei.

Art. 95. A estratégia de longo prazo prevista no art. 23 deverá ser aprovada em até 180 (cento e oitenta) dias da
data de publicação da presente Lei.

Art. 96. Revogam-se:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/L13303.htm 29/30
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I - o § 2o do art. 15 da Lei no 3.890-A, de 25 de abril de 1961, com a redação dada pelo art. 19 da Lei no 11.943, de
28 de maio de 2009;

II - os arts. 67 e 68 da Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997.

Art. 97. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 30 de junho de 2016; 195o da Independência e 128o da República.

MICHEL TEMER
Alexandre de Moraes
Henrique Meirelles
Dyogo Henrique de Oliveira

Este texto não substitui o publicado no DOU de 1º.7.2016

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/L13303.htm 30/30

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