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Homilia Quinta – Feira Santa

Caríssimos fiéis, iniciamos hoje o Tríduo Pascal, reviveremos juntos os acontecimentos mais importantes da Vida de Nosso
Senhor Jesus Cristo, reviveremos juntos os passos de nosso Senhor, por isso devemos estar atentos e participar com piedade
e devoção de todo o tríduo Páscal. Não devemos faltar nenhum dia do tríduo, pois se trata dos momentos centrais da nossa
Fé. Não é um feriadão, são dias santos de guarda! Não é dia de banquetear-se com peixes, mas dias de jejum e abstinência,
de silêncio profundo e oração. Para viver bem estes dias, temos de nos resguardar.

Nesta noite Santa destacam-se 3 grandes momentos, a instituição do Sacerdócio, a Instituição da Eucaristia, o Mandato do
amor.

A final, o que são os sacerdotes, qual sua importância tem ? Deus os escolhe, os chama, os unge e sustenta. Disse Jesus aos
apóstolos aos primeiros sacerdotes: “se vocês os recebem, a mim recebem”. Falou que perdoaria a quem eles dessem o
perdão. Disse a eles: “dai ao povo de comer, curai os doentes”. Determinou que os sacerdotes deveriam ir aonde Ele mesmo
deveria ir. Sim! Para continuar nos tocando com sua divindade de modo encarnado, de modo humano, Cristo escolhe homens
e os unge, transmite seu poder e os configura a si. Através da voz do sacerdote, Cristo suscita fé nos corações, restaura as
almas, traz sua presença Eucarística, renova seus mistérios na liturgia, conforta e perdoa seu povo. Como Ele pôde fazer isso?
Ele podia mandar anjos, mas, para não deixar de estar perto de nós de modo concreto e palpável, quis estar presente por
meio de homens de carne e osso, homens frágeis, homens passíveis de erro, com temperamentos e defeitos, mas homens aos
quais pudéssemos ouvir e falar. Deus sempre está presente, mas próximo e sacramental, só pelo sacerdócio. O mundo sem o
sacerdote é um mundo defasado. Uma comunidade, uma suposta Igreja, sem sacerdote é um algo incompleto. São João
Maria Vianney dizia que se deixassem uma cidade sem padre por longo tempo, as pessoas adorariam as demônios. O
Sacerdócio liga nossa fraqueza a Deus e traz o poder de salvação de Deus a nós, é um elo do qual devemos nos orgulhar e o
qual devemos amar. São João maria Vianney pregava assim a seus fiéis: “Sem o Sacramento da Ordem, não teríamos o
Senhor. Quem O colocou ali naquele sacrário? O sacerdote. Quem acolheu a vossa alma no primeiro momento do ingresso na
vida? O sacerdote. Quem a alimenta para lhe dar a força de realizar a sua peregrinação? O sacerdote. Quem há de prepará-la
para comparecer diante de Deus, lavando-a pela última vez no Sangue de Jesus Cristo? O sacerdote, sempre o sacerdote. E se
esta alma chega a morrer [pelo pecado], quem a ressuscitará, quem lhe restituirá a serenidade e a paz? Ainda o sacerdote.
Este, caríssimos é o significado do sacerdócio, e posso dizer que sou muito feliz, e grato a Deus por meu ministério, por Deus
ter me colocado aqui para leva-los até Ele.

Nesta Noite Santa, Nosso Senhor Jesus Cristo, institui a Santa Eucaristia, sem rodeios, Deus, dá-se em alimento a nós! A Santa
Eucaristia é a marca da presença do Deus vivo entre nós! Na Eucaristia Jesus comunica o seu amor por nós: um amor tão
grandioso que nos nutre e nos faz regenerar as próprias forças. A Eucaristia deve ser o centro da nossa vida. Na consagração,
o padre empresta sua boca e sua vóz a Deus, que consagra as espécies de pão e vinho, que transubstanciam-se no Corpo e no
Sangue de Cristo. Por nenhum outro modo isso pode acontecer! Nem se lotássemos o maior estádio de futebol do mundo de
fieis, e todos dissessem juntos as palavras da consagração, ainda seria pão e vinho... Mas apenas um sacerdote, tem poder
para consagrar! PODER QUE NÃO É DELE MESMO, MAS CONCEDIDO POR DEUS NO DIA DA SUA ORDENAÇÃO! Diante da
Sagrada Presença de Deus nas sagradas espécies de que forma devemos nos portar? Com reverência e amor. E Qual a forma
mais perfeita, a forma mais digna de receber Nosso Senhor na Eucaristia? Ajoelhando-nos e recebendo o precioso Corpo em
nossa boca. Dessa forma se evita, tanto quanto possível, que partículas Eucarísticas possam perder-se (por ex: ficarem na mão
depois de comungar, e até mesmo caírem no chão); Outro motivo é 2) aumentar a devoção entre os fiéis na Presença Real de
Nosso Senhor no Sacramento da Eucaristia. Por isso, a partir desta noite santa, o padre sempre distribuirá a Comunhão assim.
Aqueles que realmente não puderem, por motivo de saúde ajoelharem-se, podem receber em pé e na boca como de
costume. Assim, caros irmãos vamos tomando consciência do que estamos recebendo, se não nos ajoelharmos e adorarmos a
Deus, nos curvaremos para quem? Que isto nos ajude a tomar consciência cada vez mais do grande Dom que é a Santa
Eucaristia para nós!

Nesta noite santa, Cristo também pelo gesto de lavar os pés dos apóstolos ensina-nos que devemos aprender Dele a sermos
humildes, e prostramo-nos diante do próximo, de suas dificuldades, cuidar e servir. Isto é verdadeiro amor, Esta deve ser a
grande marca da nossa Fé, servir com amor e alegria. Mas só seremos servidores, só haverá verdadeira caridade, se
estivermos nutridos de Cristo pelos sacramentos, sobretudo pela Eucaristia, o grande combustível de nossa alma. É o próprio
Pão vivo, Jesus Cristo que nos impulsionará à sermos capazes de até sofrer, se preciso for derramar nosso sangue, dar a vida
pelos nosso irmãos, pela salvação deles.

Dentre tantos fatos que marcaram esta noite santa, estes são alguns pontos que podemos refletir, e irmos nos introduzindo
nestes grandes mistérios que estamos vivendo.

Peçamos o auxílio maternal de nossa Mãe Maria Santíssima, a Senhora das Dores, Ela que acompanhou Nosso Senhor da
Paixão à ressureição, que nos ajude a vivermos com piedade e atenção estes dias santos!

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