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Movimento do Amor

Feche os olhos e encontre uma posição confortável. Você pode se sentar


com a coluna ereta ou apenas manter-se acordado e conectado à minha
voz. Respire e traga sua atenção para a respiração. O ar que entra oxigena
todas as células do seu corpo; o ar que sai leva embora qualquer tensão,
qualquer bloqueio ou apego. Convide todo o seu Ser para uma
experiência de transmutação e de alinhamento ao Movimento do Amor e
de resgate ao fluxo da vida. Entregue-se agora. De olhos fechados,
imagine-se entrando em um elevador, as portas se fecham e você desce
sete andares. O elevador desce lentamente. Imagine que está descendo
fundo em sua consciência. Entre em contato com emoções reprimidas e
com o sofrimento que você carrega em seu interior. O que você reprime?
O que você critica em você mesmo? Que parte sua você rejeita ou queria
que fosse diferente? Como isso causa sofrimento em sua vida hoje?
Busque.

Qual é o primeiro registro que vem à sua consciência? Qual é a frase


julgadora que você vem dizendo a você mesmo há anos? Agora entre em
contato com aquilo que você rejeita, recrimina ou julga em seus pais,
aqueles que lhe deram a vida. Talvez uma exigência ou algo que você
ainda gostaria que fosse diferente neles. Olhe para isso e perceba qual é a
frase julgadora ou a exigência que você, mesmo que silenciosamente,
vem fazendo a seus pais. Então, as portas do elevador se abrem e você se
vê em um magnífico jardim sagrado. Procure visualizar tudo que se refere
a ele – as árvores, as flores, os pássaros. De que cor está o céu? Sinta a
temperatura e a brisa acariciando seu rosto. Sinta o cheiro das árvores e
das flores. Tire os sapatos e sinta o chão sobre seus pés. Tem grama ou é
arenoso? Ouça os sons, o canto dos pássaros. Observe, sinta e ouça cada
detalhe. Um pouco mais à sua frente, você avista uma pequena criança.
Mova-se em direção a ela. Aproxime-se mais e mais dessa criança. Ao
chegar mais perto dela, você se agacha de maneira que seus olhos fiquem
na altura dos olhos dela. Veja essa criança, sinta sua presença e perceba
que essa criança é você, a criança que você foi um dia. Agora diga a essa
pequena criança todas as críticas e julgamentos que você carrega em seu
interior.

Sim, olhe para essa criança e veja se é possível dizer a ela tudo aquilo que
você vem dizendo a você mesmo há tanto tempo. “Você não é bom o
bastante”, “Você é incapaz”, “Você não é amado, não é aceito”, “Sua
opinião não importa”, “Você faz tudo errado”. Veja se realmente é
possível continuar dizendo isso, enquanto você olha nos olhos dessa linda
criança. Essa criança mora e sempre morou dentro do seu coração. Você
cresceu, mas ela ainda existe em você. Quando você se critica, se julga, se
pune, se rejeita, você segue machucando essa criança. Você segue
limitando-a na expressão do seu Eu divino e essencial. Então, olhe nos
olhos dessa criança e diga, “Eu sinto muito, me perdoe, eu te amo e sou
grato por você me lembrar do meu amor por mim”. Abrace essa criança e
diga agora o oposto daquilo que você vinha dizendo para você e para ela.
Abrace-a e diga: “Você é capaz”, “Você é mais do que o bastante”, “Você
é aceita e amada como você é, exatamente como você é”, “Sua opinião,
sua presença e sua existência importam e fazem a diferença”, “Eu
permito que você se expresse livremente” e “Por favor, me ajude a
resgatar a nossa Luz, a Luz que vem da Essência de quem nós realmente
somos”. Respire nesse abraço, sinta o coração dela bater junto ao seu e,
então, você e a sua criança se tornam um só. Ela fica guardada dentro do
seu coração, em um espaço sagrado e protegido. Agora, atrás de você, há
algumas pessoas muito especiais. Vire-se e veja que atrás de você está
seu pai e sua mãe; atrás deles, estão os pais e mães deles, seus avós;
atrás de seus avós estão pais e mães deles, seus bisavós; e assim
sucessivamente. Você vê, então, um grande sistema familiar, com muitas
pessoas que vieram antes de você. Olhe para essa imensidão e depois
volte seus olhos e os conecte aos olhos de seu pai e de sua mãe. Quão
fácil ou difícil é olhar para eles? Olhe para eles e agora repita as críticas,
as exigências, os julgamentos que você guarda dentro de você. Aquilo que
você gostaria que fosse diferente neles, na vida deles, no destino deles.
Repita isso, olhando para eles. É fácil dizer isso? É difícil? Como você se
sente? Perceba que quando você emana uma crítica, expressa ou não em
palavras, você se enfraquece, você se desalinha do fluxo da vida e fica
preso olhando para trás, esperando algo diferente ou algo a mais, além
daquilo que você recebeu deles. Você precisa se dar conta disso no seu
interior. Então, olhe no fundo dos olhos de seus pais, conectando ao seu
coração e diga: — Querido Pai, querida Mãe. Eu carreguei mágoas,
exigências, julgamentos. Eu desejei que fosse diferente e assim não pude
receber a plenitude da vida que me foi dada, me enfraqueci. Agora eu
percebo, agora eu posso ver vocês. Quando me despeço das minhas
críticas e exigências, percebendo o quanto elas me enfraquecem, eu
posso sentir o amor de vocês por mim, eu posso ver a grandeza de vocês
e de todos que vieram antes de vocês. Agora eu tomo a vida que vocês
me deram e dou o lugar de Pai e Mãe de vocês, dentro do meu coração.
Eu tomo a vida da forma como veio, da exata forma como veio, com tudo
que custou a vocês e que também me custa. Porque a vida é um presente
grandioso demais, que não sou capaz de retribuir, mas sou capaz de olhar
pra frente, trazendo vocês em cada célula do meu Ser e fazer a vida que
me foi dada valer a pena, em honra a vocês, em honra a todos vocês.
Aqui, perante vocês, eu posso descansar e, ao mesmo tempo, retomar a
minha força. Eu assumo meu lugar de filho(a). Esse é o meu lugar. Então,
com essa postura de honra e gratidão, você pode virar-se, olhar pra
frente, olhar para a vida, sentindo a conexão com seus pais e com todos
que antecederam você. Você faz parte desse sistema! Sinta a força de seu
sistema familiar. Sinta o quanto eles se orgulham de você e veja a vida
bem a sua frente. Você pode, é uma escolha. Você pode fazer algo muito
bonito da vida que lhe foi dada como presente.

Faça sua escolha agora. Lembre-se de carregar sempre no seu coração a


sua criança interior. Você e mais ninguém é responsável por ela hoje.
Respire fundo. Vá trazendo sua consciência ao momento presente. Entre
naquele elevador que o levou até aí e suba sete andares, voltando ao dia
de hoje, aqui e agora. Respire fundo e vá despertando. Em seu tempo,
abra os olhos e permaneça em silêncio por mais alguns instantes. Sugiro
que você pegue papel e caneta e registre alguns insights.

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