Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sim, olhe para essa criança e veja se é possível dizer a ela tudo aquilo que
você vem dizendo a você mesmo há tanto tempo. “Você não é bom o
bastante”, “Você é incapaz”, “Você não é amado, não é aceito”, “Sua
opinião não importa”, “Você faz tudo errado”. Veja se realmente é
possível continuar dizendo isso, enquanto você olha nos olhos dessa linda
criança. Essa criança mora e sempre morou dentro do seu coração. Você
cresceu, mas ela ainda existe em você. Quando você se critica, se julga, se
pune, se rejeita, você segue machucando essa criança. Você segue
limitando-a na expressão do seu Eu divino e essencial. Então, olhe nos
olhos dessa criança e diga, “Eu sinto muito, me perdoe, eu te amo e sou
grato por você me lembrar do meu amor por mim”. Abrace essa criança e
diga agora o oposto daquilo que você vinha dizendo para você e para ela.
Abrace-a e diga: “Você é capaz”, “Você é mais do que o bastante”, “Você
é aceita e amada como você é, exatamente como você é”, “Sua opinião,
sua presença e sua existência importam e fazem a diferença”, “Eu
permito que você se expresse livremente” e “Por favor, me ajude a
resgatar a nossa Luz, a Luz que vem da Essência de quem nós realmente
somos”. Respire nesse abraço, sinta o coração dela bater junto ao seu e,
então, você e a sua criança se tornam um só. Ela fica guardada dentro do
seu coração, em um espaço sagrado e protegido. Agora, atrás de você, há
algumas pessoas muito especiais. Vire-se e veja que atrás de você está
seu pai e sua mãe; atrás deles, estão os pais e mães deles, seus avós;
atrás de seus avós estão pais e mães deles, seus bisavós; e assim
sucessivamente. Você vê, então, um grande sistema familiar, com muitas
pessoas que vieram antes de você. Olhe para essa imensidão e depois
volte seus olhos e os conecte aos olhos de seu pai e de sua mãe. Quão
fácil ou difícil é olhar para eles? Olhe para eles e agora repita as críticas,
as exigências, os julgamentos que você guarda dentro de você. Aquilo que
você gostaria que fosse diferente neles, na vida deles, no destino deles.
Repita isso, olhando para eles. É fácil dizer isso? É difícil? Como você se
sente? Perceba que quando você emana uma crítica, expressa ou não em
palavras, você se enfraquece, você se desalinha do fluxo da vida e fica
preso olhando para trás, esperando algo diferente ou algo a mais, além
daquilo que você recebeu deles. Você precisa se dar conta disso no seu
interior. Então, olhe no fundo dos olhos de seus pais, conectando ao seu
coração e diga: — Querido Pai, querida Mãe. Eu carreguei mágoas,
exigências, julgamentos. Eu desejei que fosse diferente e assim não pude
receber a plenitude da vida que me foi dada, me enfraqueci. Agora eu
percebo, agora eu posso ver vocês. Quando me despeço das minhas
críticas e exigências, percebendo o quanto elas me enfraquecem, eu
posso sentir o amor de vocês por mim, eu posso ver a grandeza de vocês
e de todos que vieram antes de vocês. Agora eu tomo a vida que vocês
me deram e dou o lugar de Pai e Mãe de vocês, dentro do meu coração.
Eu tomo a vida da forma como veio, da exata forma como veio, com tudo
que custou a vocês e que também me custa. Porque a vida é um presente
grandioso demais, que não sou capaz de retribuir, mas sou capaz de olhar
pra frente, trazendo vocês em cada célula do meu Ser e fazer a vida que
me foi dada valer a pena, em honra a vocês, em honra a todos vocês.
Aqui, perante vocês, eu posso descansar e, ao mesmo tempo, retomar a
minha força. Eu assumo meu lugar de filho(a). Esse é o meu lugar. Então,
com essa postura de honra e gratidão, você pode virar-se, olhar pra
frente, olhar para a vida, sentindo a conexão com seus pais e com todos
que antecederam você. Você faz parte desse sistema! Sinta a força de seu
sistema familiar. Sinta o quanto eles se orgulham de você e veja a vida
bem a sua frente. Você pode, é uma escolha. Você pode fazer algo muito
bonito da vida que lhe foi dada como presente.