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antologia poética
Elizama Alves
Namarea
Patty Medrado
Oṣé editora
CNPJ:32.431.169/0001-92
Barão do Rio Branco, Stº Antônio,668, Candeias, Bahia.
comunicacao.ose@gmail.com
portalose.com/editora
A474s
ALVES, Elizama; NAMAREA; MEDRADO,Patty.
ISBN: 978-65-996540-0-8
CDD 869.1
Dedicatória 01
Prelúdio 02
Querem mudar 04
Ela é prosa 05
Coragem 06
A vida 07
A necropolítica 08
Padrões 09
Resistência 10
Despindo-me 12
Terra da magia 13
Orí 14
Devagar 15
Liberte-se 16
Sou 17
Parindo palavras 18
Escrevo 19
Palavras 20
Um dia após o outro 21
Autocuidado 22
Intensa 23
As borboletas que voam em mim 24
Negrume 26
Mandinga 27
Escrever 28
Luz 29
O Sol nasce em nós 30
A verdade do afeto 33
Nós 34
Sobre as autoras 35
Dedicatória
Elizama Alves
Namarea
Patty Medrado
01
Prelúdio
poesia matrigestada
gerada com maestria,
sempre oposta à tirania,
possibilitando travessias.
Sentir a poesia
é ir cedo ao poço
e beber água fria,
02
é ver nascer o sol que aquece o dia,
seguir o rastro do rio que rega a vida
e carrega consigo a fertilidade todavia.
Preto Jhoy 03
Querem mudar
Querem MUDAR!
mudar nosso jeito de agir,
mudar nosso andar,
mudar nosso vestir...
Eu sou preta,
o meu sangue tem resistência,
luto contra os preconceitos
e sobrevivo com resiliência.
Elizama Alves 04
Ela é prosa
Pega-se em prosa
a alma derrama-se no papel,
impetuosa e exuberante
Na quietude do papel,
sente a tinta desenhando
minuciosamente as letras,
Patty Medrado 05
Coragem
é a virtude
de ser por inteiro,
de se jogar mesmo com medo,
de levantar da queda e tentar o salto
mais uma vez.
Namarea 06
A vida
Falar da vida:
que coisa mais complicada,
tão cheia de surpresas.
Tão complexa,
dela tudo se pode esperar
surpresas imensas, boas ou ruins;
Elizama Alves 07
A necropolítica
Aplaudem o ódio,
assassinam crianças
sugam a nossa esperança.
- Segurança pra quem?
Depois de tanto
dizem ter semelhança com Jesus
e que tudo isso é pela paz.
Namarea 08
PADRÕES
Ridícula:
a atitude de brincar com a autoestima das pessoas,
menospreza-las,
fazer com que elas se sintam inferiores,
fazer com que não se sintam bonitas o suficiente,
fazer com que vivam presas a padrões
Elizama Alves 09
RESISTÊNCIA
Apesar de todo sofrimento,
apesar de um passado de escravidão,
apesar de ter sido tirado de sua terra,
e ainda sofrer todos os dias,
o negro resiste!
Elizama Alves 11
Despindo-me
A boca, queima,
é brasa quente,
língua de fogo;
Em um labirinto
escutando as palavras
ecoando em meu corpo;
Tecidos vivos,
nudez revelada,
cantando com a alma,
sendo ousada,
despindo-me
através das palavras…
Patty Medrado 12
Terra da magia
Ah, Bahia!
de mar que contrasta com o céu,
de Margareth, Olodum e Bel,
de alegria, magia, poesia.
Ah, Bahia!
de Samba, arrocha, axé,
de vatapá, sarapatel, acarajé,
de fé, muita fé.
Ah, Bahia!
que delícia te viver,
te saborear
e poder te levar por onde vou.
Ah, Bahia!
de gente do coração gigante,
sorriso que acolhe,
gente de verdade, de calor, de amor.
Namarea 13
Orí
em seu olhos,
resplandece a mais brilhante Orí.
Patty Medrado 14
Devagar
Vá sem pressa,
um passo de cada vez
a vida é um jogo de xadrez.
Vá sem pressa
e carregue no peito a promessa
de sonhar à beça.
Namarea 15
LIBERTE-SE
De que adianta
falar sobre o que é imposto pela sociedade
e se submeter a ela
vivendo preso a padrões?
Ser manipulado
fazendo o que te impõem,
vivendo infeliz.
Elizama Alves 16
Sou
Inconstante,
recheada de amor, poesia, alegria
e também de histórias que vivo, que invento.
Apaixonada pelo movimento;
vento forte, brisa do mar, vida.
Sobrevivo de instantes
transito – as vezes impaciente -
e só com um objetivo em mente:
voar
e pousar onde a minha inconstância cabe.
Normalmente transbordo
assim: infinita
intensa
e capaz de ser poesia gritante
independente da circunstância.
Namarea 17
Parindo Palavras
Nua ao sol
sentindo na pele
as chamas latentes,
de repente
um sussurro,
verso súbito
no consciente
sente!
Parindo palavras
superaquecidas
tecidas pelas vísceras
mais uma vida ela sangra
dando luz
a uma linguagem ativa,
viva, destemida;
o sangue e a tinta
no papel,
se transformando em escrita.
Patty Medrado 18
ESCREVO
Mas no momento,
sinto que esse dia está distante,
mesmo assim sigo confiante,
sabendo que serei feliz de verdade em algum tempo.
Elizama Alves 19
Palavras
Patty Medrado 20
Um dia após o outro
Elizama Alves 21
Autocuidado
Curei-me.
Namarea 22
INTENSA
Sou intensa!
Intensa no que digo,
intensa no que sinto,
intensa por completo.
Elizama Alves 23
As borboletas que voam em mim
Me viciei.
Namarea 25
Negrume
No negrume da noite,
ecoa os lúdicos e sensuais lundus e batuques,
em um ritmo pulsante
teu corpo, baila
Patty Medrado 26
Mandinga
Vento na nuca
sentimos a brisa,
nossos corpos na ginga
fortalecemos nossa mandinga.
As ondas de calor
invadem o corpo
e deságuam pelos poros;
estamos em convergência.
Energias fluem
da nossa afro essência
exalamos dendê e pimenta
em efervescência
fazemos aquele batuque
de sacudir consciência.
Patty Medrado 27
ESCREVER
Precisava escrever.
Escrever em dias tão conflituosos,
escrever como me sinto,
escrever para me sentir mais tranquila.
Precisava escrever.
Pois fiz da poesia minha válvula de escape
para transmitir em palavras o que se passa
dentro de mim.
Precisava transmitir
tudo que a boca não consegue falar
mas que os dedos conseguem escrever.
Elizama Alves 28
Luz
Acenda a luz!
Patty Medrado 29
O sol nasce em nós
afago-me
em teu corpo desnudo
e sinto a pulsão
vinda da nossa fusão.
Suave, o toque
que me absorve
entre carícias sutis,
a pressão sobe!
Consigo sentir
através do tato mais safado
nossos corpos em gozo.
30
...
E eu completamente
na tua, sua, nua
Sinto,
toda aquela saliva
aquela lambida
fazendo-me delirar.
Entrelaçados,
nossos corpos despidos,
sussurro em seu ouvido;
entre suspiros e gemidos
a língua
e todo corpo pega fogo:
estamos em dinâmica.
31
...
Os sentidos aguçam
e isso fascina
essa felina
em seus lençóis.
A noite, esquenta
trepamos com tesão,
não vejo o tempo passar
em meio a nossa vastidão
Patty Medrado 32
A verdade do afeto
A brisa do mar
o movimento das ondas
o ritmo da natureza
que embala o corpo
de quem tá ali a admirar
tamanha beleza.
A boa companhia
a música
a dança
e tudo o que se cria
a partir da arte, da vida.
Me abraçam as fotografias,
as lembranças,
a vontade, a caridade
e as vezes até a saudade. 33
...
Namarea
Nós
Namarea 34
Sobre as autoras
Elizama Alves
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Sobre as autoras
Namarea
Poeta candeense,
escreve poemas desde
2016 e foi classificada
para o Concurso
Nacional Novos Poetas
2020, realizado pela
Editora Vivara.
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Sobre as autoras
Patty Medrado
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Ficha técnica
Poesias: Elizama Alves, Namarea & Patty Medrado
Ilustração de Capa: Maíra Vilas
Diagramação e projeto gráfico: Ose editora
Financiamento: Edital Rolmar Duarte Para Seleção
de Propostas Culturais | Secretaria Municipal de
Cultura e Turismo | Prefeitura Municipal de
Candeias | Governo do Estado da Bahia.
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Oṣé editora