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Controle de Infecção Hospitalar

Prof.ª Santa Franzol


Administrando o Controle de Infecção
Hospitalar
• Papel na garantia da qualidade
• Do atendimento ao paciente
• Através da prevenção e controle
• De infecção hospitalar
• Demonstrar à direção do hospital
• O retorno financeiro
• Da prevenção e controle
• De infecção hospitalar
Expectativa do Cliente

• Recuperar a saúde
• Ser tratado com educação e cortesia
• Estar em ambiente agradável
• Alimentação saborosa
• Não contrair IH
Perfil do Cliente

• Mais exigente
• Informado: Seus direitos; Detalhes técnicos – procedimentos – Medicamentos – Infecção
Hospitalar
• Passividade: Acata
• Interatividade: Questiona; Aceita
Controle de Infecção Hospitalar

• Componente importante no resultado final do serviço prestado


Qualidade e Infecção Hospitalar

• Programa de controle de infecção hospitalar


Qualidade do Atendimento: Processos

• Capacitação de pessoal (treinamento e reciclagens)


• Orientação sobre aplicação de precauções padrão e específica
• Padronização de normas e rotinas
• Prevenção das síndromes infecciosas hospitalares
• Participação da farmacovigilância (eventos adversos – comissão de farmácia e terapêutica)
• Participação efetiva junto aos órgãos oficiais e de vigilância
• Respeitar e fazer respeitar as normas de biossegurança
Qualidade do Atendimento: Estrutura

• Aplicação adequada da tecnologia – Racionalização para aquisição de equipamentos –


Manutenção dos equipamentos: Cuidados na manipulação, higiene, e guarda dos
equipamentos
• Participação em planejamento de construções, reformas, e ampliações – Adequação de
áreas – Plano para isolar as áreas envolvidas
• Interação com os setores de apoio
• Participação da seleção, avaliação e padronização de materiais e insumos hospitalares
(comissão de materiais e insumos hospitalares)
Qualidade do Atendimento: Resultados

• Elaboração de indicadores de qualidade


• Participar – Coordenar – Avaliar processos de validação (equipamentos, protocolos)
• Aplicação da epidemiologia hospitalar
• Participação no planejamento do hospital
• Desenvolvimento de pesquisa
Conceitos

• Infecção: Invasão e multiplicação de um agente infeccioso no organismo do homem ou de


um outro animal susceptível, causando resposta imunológica no hospedeiro.
• Infecção hospitalar: É aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifesta
durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou
procedimentos hospitalares.
• Infecção comunitária: É aquela constatada ou em incubação no ato da admissão do
paciente, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital.
• Inflamação: Alteração tissular (de tecidos) ou de órgãos causada por lesão ou destruição
dos tecidos com sinais e sintomas locais (dor, calor e edema) ou sistêmicos, não
necessariamente relacionada com processo infeccioso.
...

• Limpeza: É a remoção da sujidade do piso, de paredes, teto, mobiliário e equipamentos.


São utilizados água e sabão, por meio de ação mecânica, reduzindo até em 80% os
microrganismos do local higienizado.
• Desinfecção: É o processo de destruição de microrganismos patogênicos na forma
vegetativa existentes em superfícies inertes, mediante a aplicação de agentes químicos ou
físicos.
• Esterilização: Destruição ou eliminação total de todos os microrganismos nas formas
vegetativas ou esporuladas.
• Processos Físicos – Químicos: autoclave (121°C – com vapor e pressão); Estufa (calor
seco 180°C); Produtos químicos (glutaraldeído, fenol sintético e formol); Óxido de etileno
(câmara de gás); Controle de qualidade;
...

• Anti – sepsia: Eliminação da viabilidade de microrganismos, mediante agentes químicos


ou físicos (cateteres ou incisão cirúrgica) – Álcool 70%, Clorexidine, Iodo PVPI.
• Assepsia: Processo pelo qual se consegue impedir a penetração de germes patogênicos em
local que não os contenha.
Principais Conceitos em Infecção Hospitalar

• Contaminação: Presença transitória de microrganismos em superfície sem invasão tecidual


ou relação de parasitismo. Pode ocorrer em objetos inanimados ou em hospedeiros. Ex:
Flora transitória das mãos.
• Colonização: Crescimento e multiplicação de um microrganismo em superfícies epiteliais
do hospedeiro, sem expressão clínica ou imunológica. Ex: Microbiota humana normal.
• Infecção: Danos decorrentes da invasão, multiplicação e ação de produtos tóxicos de
agentes infecciosos no hospedeiro, ocorrendo interação imunológica.
• Intoxicação: Danos decorrentes da ação de produtos tóxicos que também podem ser de
origem microbiana. Ex: Toxinfecção alimentar.
...

• Infecção não prevenível: É aquela que acontece a despeito de todas as precauções


tomadas.
• Infecção endógena: É a infecção causada pela microbiota do paciente.
• Infecção exógena: É a infecção que resulta da transmissão a partir de fontes externas ao
paciente.
• Infecção metastática: É a expansão do agente etiológico para novos sítios de infecção.
• Portador: Individuo que alberga um microrganismo específico, sem apresentar quadro
clínico atribuído ao agente e que serve como fonte potencial de infecção.
...

• Disseminador: É o individuo que elimina o microrganismo para o meio ambiente. Pode se


tornar um disseminador perigoso quando passa a ser fonte de surtos de infecção. Sendo um
profissional de saúde, deve ser afastado das atividades de risco até que se reverta a
eliminação do agente.
• Infecção hospitalar diagnóstico: Princípios – Evidência clínica, Exames laboratoriais,
Evidências de estudos com métodos de imagem, Endoscopia, Biopsias.
• Infecção prevenível: É aquela em que a alteração de um evento relacionado pode implicar
na prevenção da infecção. Ex: Infecção cruzada
As Perspectivas Profissionais do Controlador
de Infecção
• Lei Federal 9.431/97
• Torna obrigatórios:
• - Comissão de controle de infecção hospitalar
• - Programa de controle de infecção hospitalar
...

• Portaria MS 2.616/98
• Programa de controle de infecções:
• Ações mínimas
• Deliberada e sistematicamente
• Redução máxima possível da incidência e gravidades das IH
...

• Portaria MS 2.616/98 CCIH


• Composição:
• - Membros consultores – Até 70 leitos: médico e enfermagem. > 70 leitos: anteriores,
farmácia, microbiologia e administração.
• - Membros executores (SCIH)/200 leitos – Enfermeiro (6 horas) e outro profissional (4
horas). Aumento da carga semanal (2 horas)/10 leitos: UTI; berçário de alto risco;
queimados; transplante; hemato – oncológicos; AIDS.
...

• Portaria MS 2.616/98 CCIH: Competências


• Programa de controle de infecção: - Elaborar, implementar, manter e avaliar.
• Sistema de vigilância epidemiológica IH.
• Normas e rotinas técnico operacionais: - Adequação, implementação e supervisão.
• Capacitação profissional.
• Racionalização de antimicrobianos, germicidas e materiais.
• Avaliar indicadores epidemiológicos.
• Aprovar medidas de controle (SCIH).
...

• Investigação epidemiológica de surtos.


• Elaborar e divulgar relatórios periódicos.
• Medidas de precaução e isolamento: - Elaborar, implementar e supervisionar.
• Prevenção e tratamento das IH: - Adequar, implementar e supervisionar normas e rotinas
técnico operacionais.
• Política institucional* para utilização: - Antimicrobianos, germicidas e materiais. *Em
conjunto com a comissão de farmácia, terapêutica e de materiais.
• Cooperar com o setor de treinamento.
• Elaborar regimento interno CCIH.
...

• Informações epidemiológicas: - Doenças de notificação compulsória. – Surtos devido


insumos ou produtos.
Abordagem conceitual

• Para que uma infecção se instale é necessário a interação de vários fatores:


• Manifestação clínica de um desequilíbrio no sistema parasito hospedeiro ambiente, causado
pelo aumento de patogênese normal;
• O emprego de imunossupressores cada vez mais infundido, contribui para o aumento da
incidência de IH;
• As infecções previníveis, cerca de 30 a 50% do total das IH, estão entre germicidas por
falhas nos cuidados dispensado aos pacientes.
Relação entre o controle de infecção e a qualidade

Controle de Infecção

Vigilância Sanitária Atividades Educativas Vigilância Epidemiológica

Estrutura Processo Resultado

Qualidade
Desenvolvimento de Microrganismos
Multirresistentes e Fatores que Contribuem
• Insuficiência de informações técnicas nos cursos de medicina e falta de reciclagem das
infecções adquiridas na comunidade e no hospital;
• A ausência de programas efetivos de racionalização à nível Federal, Estadual, Municipal e
nos Hospitais;
• Inexistência ou desrespeito aos protocolos de uso de antimicrobianos;
• Participação não efetiva dos farmacêuticos na medida do controle.
Infecção do Sítio Cirúrgico

• Introdução
• A infecção do sítio cirúrgico (ISC) é um processo infeccioso que acomete tecido, órgão e
cavidade abordada em um procedimento cirúrgico. Visto que seu acometimento está
relacionado também a aspectos decorrentes da equipe cirúrgica, o papel da enfermagem é
crucial na prevenção da ISC, pois esta deve traçar um plano de cuidados pré e pós
operatórios que venham garantir ao máximo a integridade e recuperação do paciente pós
cirúrgico.
...

• Fatores predisponentes
● O risco de ocorrência de ISC é determinado por:
• Dose do inoculo microbiano no sítio cirúrgico;
• Virulência do microrganismo;
• Resistência imunológica do hospedeiro;
• Status fisiológico do sítio cirúrgico no final da cirurgia, que é influenciado pela quantidade
de tecido desvitalizado, técnica cirúrgica empregada e doença de base do paciente.
Os Fatores de Risco Referentes ao Paciente

*Diabetes mellitus – Um controle glicêmico adequado no pré operatório e no Intra-operatório,


é recomendável o controle glicêmico no pós operatório facilita a cicatrização e diminui o
tempo de internação;
*Tabagismo – O paciente deve ser orientado no pré operatório a parar de fumar ou diminuir o
uso de qualquer forma de consumo de tabaco;
*Obesidade – Dificulta a cicatrização e a concentração tecidual adequada no antibiótico
profilático;
*Perda rápida e recente de peso – Pode ser um fator de risco principalmente por estar
associada a desnutrição;
*Desnutrição – Se possível postergar a cirurgia para que o paciente melhore o estado
nutricional, a albumina pode ser um bom marcador para o controle;
*Idade avançada;
...

*Imunossupressão – Secundária ao uso de corticoide ou outros imunossupressores, ou a


doença de base, contudo não existe conciso sobre a eficácia em reduzir a imunossupressão para
a realização de procedimentos para controle de ISC;
*Infecções de sítios distantes – Devem ser pesquisadas e tratadas no pré operatório;
*Lavagem incorreta das mãos – Profissionais, acompanhantes e visitantes;
*Esterilização deficiente de instrumental cirúrgico;
*Técnicas incorretas e procedimentos invasivos;
*Limpeza deficiente de ambientes, materiais e roupas;
*Alimentos trazidos de fora do hospital;
*Flores e objetos trazidos de fora do hospital.
Fatores de Risco Relacionados a Assistência
Pré-operatória
• Tempo de internação pré-operatório – Principalmente se o paciente estiver em UTI, a
internação pré-operatória prolongada favorece a substituição da flora endógena do
paciente, aumentando o risco de aquisição de microrganismos multirresistentes;
• Tricotomia extensa – Principalmente se os pelos forem raspados, pois esse procedimento
produz micro lesões que aumentam a colonização da pele e dificultam a antissepsia, quanto
maior precoce a tricotomia, maior o risco;
• Antissepsia pré-operatória da equipe cirúrgica:
• Manter unhas rentes e não utilizar unhas artificiais;
• Proibir unhas esmaltadas;
...

• Proibir uso de pulseiras, relógios e anéis;


• O preparo das mãos da equipe deve ser realizado antes de se tocar o campo e instrumentais
estéreis ou a própria pele preparada do paciente. Deve-se iniciar com a limpeza de cada
leito subungueal, envolver das mãos até acima dos cotovelos, durar de 3 a 5 minutos, com
o emprego de um antisséptico apropriado. Após sua realização as mãos devem ser mantidas
para cima, com os cotovelos flexionados, para que a água escoe para o cotovelo. A
secagem deve ser realizada com toalha estéril.
• Não remover os pelos, exceto ao redor da incisão, e quando interferir com o ato cirúrgico.
...

• Quando a tricotomia estiver indicada, deve ser realizada imediatamente antes do ato
cirúrgico e deve-se preferir o uso de tricotomizadores ao emprego de lâminas ou cremes
depiladores.
• Limpeza com água corrente e agente tenso ativo ao redor do local onde será praticada a
incisão, para promover a remoção da contaminação grosseira.
• Aplicar um agente antisséptico em movimentos circulares centrífugos, a partir do local da
incisão principal e secundárias (drenos).
Fatores Relacionados ao Intra-operatório

• Tempo Intra-operatório prolongado – por aumentar o risco de contaminação da ferida,


aumentar a lesão tecidual, aumentar a imunossupressão por perda de sangue, diminuir o
efeito do antibiótico profilático quando não repicado e aumentar o número de suturas e o
uso do cautério;
• Técnica cirúrgica como – manipulação intensa, abertura inadvertida de vísceras, controle
inadequado de sangramento, espaço morto, quantidade de tecido desvitalizado;
• O uso de drenos – por permitir a migração retrógrada de bactérias da flora da pele.
Grau de Invasibilidade

• A ferida cirúrgica é considerada infectada quando existe presença de drenagem purulenta


pela cicatriz, esta pode estar associada à presença de eritema, edema, calor, rubor,
deiscência e abscesso;
• O diagnóstico epidemiológico da ISC deve ser o mais padronizado possível para permitir a
comparação ao longo do tempo.
Classificação de ISC

• Infecção de sítio cirúrgico incisional superficial:


• Deve ocorrer em 30 dias após o procedimento e envolver apenas pele e tecido subcutâneo e
apresentar pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas:
• Drenagem de secreção purulenta da incisão;
• Microrganismo isolado de maneira asséptica de secreção ou tecido;
• Pelo menos um dos sinais e sintomas e a abertura deliberada dos pontos pelo cirurgião,
exceto se cultura negativa, dor, edema, eritema, ou calor local;
• Diagnóstico de infecção pelo médico que acompanha o paciente;
...

• Infecção do sítio cirúrgico incisional profunda:


• Deve ocorrer em 30 dias após o procedimento se não houver implante, ou 1 ano se houver
implante; A infecção deve envolver os tecidos moles profundos (músculos ou fáscias) e
apresentar pelo menos um dos sinais e sintomas:
• Drenagem purulenta de incisão profunda;
• Incisão profunda com deiscência espontânea ou deliberadamente aberta pelo cirurgião
quando o paciente apresentar pelo menos um dos sinais e sintomas, febre, dor localizada,
edema e rubor, exceto se cultura negativa;
• Abscesso ou outra evidencia de infecção envolvendo fáscia ou músculo, achada ao exame
direto pré-operatório, histopatológico ou radiológico;
• Diagnóstico de infecção incisional profunda pelo médico que acompanha o paciente.
Infecção de Órgão/Espaço

• Deve ocorrer em 30 dias após o procedimento se não houver implante e 1 ano se houver
implante, envolver qualquer outra região anatômica do sítio cirúrgico que não a incisão e
apresentar pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas:
• Drenagem purulenta por dreno locado em órgão ou cavidade;
• Microrganismo isolado de maneira asséptica de secreção em tecido, órgão ou cavidade;
• Abscesso ou outra evidencia de infecção envolvendo o órgão ou cavidade ao exame direto,
reabordagem cirúrgica, histopatológico ou radiológico;
• Diagnóstico de infecção de órgão/espaço, pelo médico que acompanha o paciente.
Controle de Comissão Hospitalar (CCIH)

• Como medida preventiva de infecção é necessário a criação e funcionamento da Comissão


De Controle De Infecção Hospitalar (CCIH), que baseia-se em dois grandes pilares:
• 1 – Montagem de um sistema de vigilância epidemiológica;
• 2 – Processo de educação da comunidade hospitalar.
Procedimento Operacional Padrão (POP)

• A ISC manifesta-se por rubor, edema excessivo, sensibilidade, calor, estrias avermelhadas
na pele próximas a incisão, linfonodos dolorosos e aumentados na região axilar ou
inguinal, odor fétido na incisão, calafrios no corpo e febre persistente por mais de 72 horas
pós-operatória;
• Por menor que seja o procedimento cirúrgico, o risco de complicações sempre está
presente, a prevenção no pós-operatório promove rápida convalescência, evita infecção
hospitalar, poupa tempo, reduz gastos, preocupações, ameniza a dor, e aumenta a sobrevida
do paciente;
• Deve-se manter a assepsia Intra-operatório, utilizar técnicas assépticas durante as trocas de
curativos, observar quanto à complicações da ferida não cicatrizada, atuar rapidamente na
evisceração, permanecendo com o paciente e tentando acalmá-lo.
Prevenção da ISC Tem 3 Fases

• 1ª Pré-operatória – relacionada ao período de tempo, desde quando é tomada a decisão de


internação cirúrgica até o paciente ser transferido para a mesa da sala cirúrgica;
• 2ª Intra-operatório – período de transferência do paciente para a mesa cirúrgica, até a
demissão na unidade de recuperação pós-anestésica;
• 3ª Pós-operatória – também chamada de pós-anestésico é subdividida em Imediata e Tardia.
• Imediata – quando o paciente é admitido na unidade de recuperação pós-anestésica para
cuidados de recuperação imediata;
• Tardia – compreendida após 48 horas da cirurgia, consiste na avaliação de
acompanhamento na clínica ou em casa.
Importância

• A maior incidência de infecção nos pacientes cirúrgicos é representada pela infecção da


ferida, onde estas taxas, principalmente em cirurgias limpas podem representar um acirrado
indicador do problema da infecção hospitalar na instituição;
• “Nem toda infecção relacionada à manipulação cirúrgica ocorre na ferida propriamente
dita, mas também em órgãos ou espaços abordados durante a operação”.
Cuidados de Enfermagem

• Lavagem das mãos com degermante;


• Evitar tocar nos materiais sujos;
• Uso de paramentação;
• Manter a ferida limpa e seca, observar sinais de infecção, hemorragias, deiscência e
evisceração;
• O risco de complicações sempre será presente;
• A escolha do curativo vai depender do tipo de cirurgia, do tamanho da ferida, presença ou
não de infecção no sítio cirúrgico.
Microbiota Pele Recém Nascido

• Colonização – canal do parto e mãos da equipe


• Vérnix – degeneração gordurosa das células epiteliais, Ph neutro, perda em uma semana
• Locais de colonização – umbigo, dobras, cicatriz
Conclusão

• Toda a equipe tem um papel importante na prevenção da ISC, tendo consciência da


necessidade da assepsia e antissepsia, e técnicas cirúrgicas que minimizem ao máximo as
complicações desde o pré-operatório até o pós-operatório.
Defesa da Pele

Barreira mecânica
- Epitélio estratificado corneificado
- Baixa permeabilidade à água
Meio seletivo de cultura
- Desidratação
- Evaporação se suor
- Ph ácido
Remoção mecânica
Substâncias antimicrobianas
- Lisozima
- Bacteriocinas
Acesso Vascular Patogenia

• Fontes
- Colonização da pele (70%)
• Aderência ao cateter (fibronectina)
• Colonização da rede de fibrina
- Antissépticos
- Soluções infundidas
- Infecção à distância
...

• Fatores predisponentes
- Extremos de idade
- Fixação do cateter
- Cateter bio-compatível
- Técnica de curativo
- Inserção de urgência
Corrente Sanguínea Patogenia

• Paciente
- Patologia de base
- Extremos de idade
• Manipulação
- Cateter vascular prolongado
- Emulsões lipídicas
- Cirurgias
- Hemodiálise
- Medicação parenteral
...

• Fatores ambientais
- Hospitalização (duração)
- Terapia intensiva
- Relação paciente/Enfermagem
Guia CDC: Profilaxia – Acesso Vascular

• Educação e treinamento
- Toda equipe
• Vigilância
- Densidade de infecção relacionada
- Palpação do local de inserção
- Inspeção na suspeita de infecção
- Troca diária de curativo quando não palpar ou inspecionar
- Anotar data e controlar duração
- Não fazer cultura rotineira do cateter
...

• Lavagem das mãos


- Antes e depois do contato
• Precauções de barreira
- Luvas para inserção troca de curativo
- Luvas estéreis para curativos
• Inserção de cateter
- Evitar dissecção
...

• Cuidados com o sítio do cateter


- Antissepsia da pele com antisséptico apropriado
- Remover tintura de iodo com álcool
- Após antissepsia só palpar sítio de inserção com luvas estéreis
- Curativos com gaze estéril ou filme transparente
- Troca de curativo quando úmido, sujo ou descolado
- Não tocar sítio de inserção na troca de curativo
...

• Sistemas de infusão
- Avaliação custo, risco, beneficio, para cada tipo de acesso
- Remover acesso quando desnecessário
- Trocar equipo quando mudar o cateter
- Trocar sistema de infusão cada 72 horas
- Trocar sistema de infusão intermitente
- Trocar equipo cada 24 horas ao infundir sangue ou lipídios
• Tempo de infusão
- Soluções com lipídios no máximo 24 horas
- Soluções de lipídios no máximo 12 horas
...

• Cateteres venosos periféricos


- Tipo de cateter
• Avaliação custo/beneficio/risco
• Evitar agulhas de aço se medicamento causa necrose
• Cateter linha média se > 6 dias
• Cateter impregnado com antimicrobiano e antissépticos
- Local de inserção
• Adultos preferir extremidades superiores
• Crianças preferir couro cabeludo, mãos e pés
...

• Troca do cateter
- Adultos rotina é a cada 48/72 horas, quebra de assepsia e emergência
- Crianças troca periódica
- Trocar ao sinal de flebite
• Cuidados locais
- Preferir soro fisiológico à heparina
...

• Injeção em buretas
- Desinfecção com álcool ou PVPI
• Misturas endovenosas
- Preparar em fluxo laminar com técnica asséptica
- Observar validade e características das soluções
- Preferir dispositivos e drogas de uso único
- Descartar na suspeita de contaminação ou após validade
Guia EPIC: Profilaxia – Acesso Vascular

• A antissepsia cutânea reduz risco de infecção


- Realizar antissepsia do local de inserção do cateter com Clorexidine alcoólica. A solução de
PVPI alcoólica deve ser reservada para os pacientes que apresentam alergia à Clorexidine.
Aguardar secagem do antisséptico antes de inserir o cateter.
- Não aplicar solventes orgânicos (Ex: acetona, éter) antes da inserção do cateter.
- Não aplicar rotineiramente cremes antibióticos previamente à inserção do cateter.
Microbiota Trato Digestivo

• Recém nascido
- Coloniza em 24 horas
- Leite materno – lactobacillus e Cocos gram positivos
- Leite artificial – enterobactérias
• Cavidade oral
- Coloniza em 8 horas
- Predomínio de anaeróbios e estreptococos
• Estômago
- Inativação microbiana (pH 2 – 3)
...

• Intestino delgado
- Enterococo
- Lactobacilos
- Cândida
Defesa do Trato Digestivo

• Saliva
• Mastigação
• pH gástrico
• Integridade epitelial
• Secreções digestivas
• Peristaltismo
• Descamação epitelial
• Evacuação
• Microbiota
Microbiota Intestino Grosso

• Reservatório microbiano
- Fezes
• Predomínio de anaeróbios
- Bacteroides fragilli
• Enterobactérias
• Enterococo
• Pseudômonas
- Alimentos crus
- Antibióticos
- Hospitalização prolongada
Ferida Cirúrgica Patogenia

• Fontes
- Vísceras
- Pele do paciente
- Equipe
- Artigos hospitalares
- Foco infeccioso
- Ambiente
...

• Fatores Predisponentes
- Duração
- Sangramento
- Patologia de base
- Extremos de idade
- Cirurgia de urgência
- Obesidade
- Técnica cirúrgica
- Drenos
Guia CDC: Profilaxia – Sítio Cirúrgico

• Limpeza e desinfecção de superfícies fixas


- Sem recomendação para desinfecção da sala cirúrgica entre os procedimentos, na ausência
de sujidade visível em superfícies e equipamentos.
- Aplicar um desinfetante aprovado pelo Ministério da Saúde (MS), antes de um novo
procedimento cirúrgico, para a descontaminação de superfícies fixas ou equipamentos que
tiverem contato com sangue ou outro fluido corpóreo durante a cirurgia.
- Aplicar diariamente no piso da sala cirúrgica, após o último procedimento, um desinfetante
aprovado pelo MS.
- Não há necessidades de procedimentos especiais de limpeza e desinfecção após
procedimentos contaminados ou infectados.
- Não deve ser utilizado capacho impregnado com desinfetantes na entrada do centro
cirúrgico, pois não contribuem para redução de infecções.
...

• Cuidados com a incisão cirúrgica no pós-operatório


- Proteger a incisão fechada primariamente com curativo estéril por 24 à 48 horas,
assegurando que ele permaneça seco e não seja removido durante o banho.
- Sem recomendação quanto a cobertura de incisão fechada primariamente além de 48 horas
e também quanto ao momento adequado para o banho com incisão descoberta.
- Lavar as mãos com antisséptico antes e depois de realizar curativo ou tocar a incisão
cirúrgica.
- Sem recomendação quanto a opção entre a técnica estéril ou limpa, para a troca de
curativos de incisões deixadas para cicatrização em segunda intenção.
- Educar pacientes e familiares nos cuidados com incisão, na identificação e notificação de
sinais e sintomas relacionados à infecção.
...

• Técnica cirúrgica
- Manipular os tecidos delicadamente, promovendo uma hemóstase efetiva, minimizando
tecidos desvitalizados e corpos estranhos (Ex: suturas, uso de bisturi elétrico e restos
necróticos) e eliminação de espaços mortos no sítio cirúrgico.
- Se o sítio cirúrgico estiver grosseiramente contaminado deve-se optar por manter a incisão
aberta, promovendo uma cicatrização por segunda intenção.
- Quando a drenagem for necessária, utilizar sistemas fechados, exteriorizados por locais
distintos da incisão principal, removendo os drenos tão logo quanto possível.
Defesa Vias Aéreas

• Filtração
• Remoção mecânica
- Clearence muco – ciliar
- Reflexos: tosse, espirro, e vasoconstrição
• Substâncias antimicrobianas
- Lisozima
- Imunoglobulinas
• Fagocitose alveolar
• Microbiota
Pneumonia Patogenia

• Fontes
- Colonização das vias aéreas superiores/oral
- Aspiração
- Contaminação de circuitos
• Nebulizador e umidificador
- Bacteremia
- Translocação
• Fatores predisponentes
- Fumo
- Extremo de idade
- Cirurgia torácica e abdominal superior
Guia CDC: Profilaxia - Pneumonia

• Circuitos
- Trocar no mínimo a cada 48 horas
- Reprocessar na mudança de paciente
- Desprezar periodicamente o condensado
- Filtro no circuito expiratório
• Umidificadores
- Água estéril: Não recomendar umidificadores de cascata, filtros umidificadores
- Não trocar o circuito no mesmo paciente
...

• Equipe
- Treinamento
• Vigilância epidemiológica
- Medir risco do procedimento (densidade)
- Agentes isolados e perfil de sensibilidade
- Não realizar monitorização microbiológica
• Reprocessamento de equipamentos
- Limpeza prévia
- Esterilização ou desinfecção de alto nível
- Enxague com água estéril
- Água potável com ou sem álcool na secagem
...

• Lavagem das mãos


- Contato com mucosas, secreções respiratórias ou itens contaminados (independente do uso
de luvas)
• Precauções de barreiras
- Luvas ao manipular secreções e trocá-las a cada paciente (procedimento)
- Avental no risco de contaminação
• Traqueostomia
- Técnica asséptica
- Cânula estéril ou que tenha sofrido desinfecção de alto nível

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