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A MULATA

(canção bahiana)
Xisto Bahia
Mello Moraes Filho

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Eu sou mu - la - ta vai - do - sa. Lin - da, fa - cei - ra, mi - mo - sa Lin -

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da, fa - cei - ra, mi - mo - sa. Quaes... mui - tas bran - cas não são! Tenho re - que - bros mais

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be - los,... Seˬa noite são meus ca - be - los, Se a ˬ noi - te são meus ca - be - los, O...

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A Mulata - Xisto Bahia e Mello Moraes Filho

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19 1. 2. D.S. al Coda

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2. 7. 12.
Sob a camisa bordada, Na fronte, ainda que baça, Nos presepes da Lapinha
Fina, tão alva, arrendada, Me assenta o torso de caça Só a mulata é rainha,
Treme-me o seio moreno: Melhor que c'roa gentil! Meiga a mostrar-se de novo;
É como o jambo cheiroso, E eu posso dizer ufana, De minha face ao encanto,
Que pende ao galho frondoso Que, qual mulata bahiana, Vai-se o fervor pelo santo,
Coberto pelo sereno! Outra não há no Brasil. Pr'a o santo não olha o povo!

3. 8. 13.
Nos bicos da chinelinha, Nos meus pulsos delicados Minha existência é de flores,
Quem voa mais levezinha, Trago corais engraçados, De sonhos, de luz, de amores;
Mais levezinha do que eu?... Contas d'ouro e coralinas; Alegre como um festim.
Eu sou mulata tafula; Prendo meu pano à cintura, Escrava, na terra um dono,
No samba; rompendo a chula, Que mais realça a brancura Outro no céu sobre um trono,
Jamais ninguém me venceu. Das saias de rendas finas. Que é meu Senhor do Bonfim.

4. 9. 14.
Ao afinar da viola, Se tenho um desejo agora, Na fronte, ainda que baça,
Quando estalo a castanhola, De meus afetos senhora, Me assenta o torso de caça
Ferve a dança e o desafio: Sei encontra-lo no amor. Melhor que c'roa gentil!
Peneiro n'um mole anseio, Minh'alma é qual borboleta, E eu posso dizer ufana
Vou mansa n'um bambaleio, Que voa e voa inquieta, Que, qual mulata bahiana
Qual vai a garça no rio. Pousando de flor em flor. Outra não há no Brasil.

5. 10.
Aos moços todos esquiva, Meus brincos de pedraria
Sendo de todos cativa, Tombam, fazendo harmonia
Demoro os olhares meus: Com meu cordão reluzente!
"Que tentação... que maldita... Na correntinha de prata
Bravo, mulata bonita" Tem sempre e sempre a mulata
- Adeus, meu iôiô, adeus... Figuinhas de boa gente.

6. 11.
Minhas iáiás - da janela Eu gosto bem d'esta vida,
Me atiram cada olhadela... Que assim se passa esquecida
Ai! dá-se? mortas assim! De tudo que é triste e vão!
Eu sigo mais orgulhosa, Um dito bem requebrado,
Como se a cara raivosa Um mimo, um riso, um agrado,
Não fosse feita p'ra mim. Cativam meu coração.

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