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Dados internacionais de catalogação (CIP)
GRÁVIDA DO VIZINHO
VIZINHOS — LIVRO 2
1ª Edição – Independente - Manaus Amazonas
1. Literatura Brasileira. 2. Literatura Erótica. 3. Romance. Título
II.
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É proibida a reprodução total e parcial desta obra, de qualquer forma ou por
qualquer meio eletrônico, mecânico, inclusive por meio de processos
xerográficos, incluindo ainda o uso da internet, sem permissão de seu editor
(Lei 9.610 de 19/02/1998). Esta é uma obra de ficção, nomes, personagens,
lugares e acontecimentos descritos são produtos da imaginação do autor,
qualquer semelhança com acontecimentos reais é mera coincidência.
profissão; depois que os pais se mudam para outra cidade, ela decide ficar
Malfacini, mas nunca se declarou para ele, porque o rapaz não quer nada
entregar seu coração, que já foi quebrado no passado por um antigo amor de
adolescência.
Vinícius é um homem cobiçado pelas mulheres, mas no trabalho é
sua vizinha está disposta a quebrar seu coração de pedra. Os dois decidem
ser amigos com benefícios até que uma gravidez inesperada surge em suas
vidas... Anne engravida do seu vizinho e fica em dúvida se conta para ele,
que sentia isso por uma menina. Isis tinha se mudado para a cidade de
que sempre foi tímido. Assim que a garota entrou na sala, ela se sentou
escola. Eu tinha colocado na minha cabeça que ela seria minha, antes que as
aulas terminassem no final do ano. E de fato, ela foi. Eu nunca quis tanto
alguém como queria Isis. Seu rosto era de um anjo e a voz mais suave que
eu já tinha escutado. Ela me fez acreditar que estava apaixonada por mim
tanto quanto eu estava por ela. Sempre nos intervalos das aulas, ela vinha
mais; nosso primeiro beijo aconteceu debaixo de uma árvore na praça onde
chuviscando; os lábios de Isis estavam frios e suas mãos geladas, mas sua
língua era bastante quente, ela tinha um jeito diferente de beijar, era
campinho de futebol, onde tinha uma trilha e um pequeno lago; nesse lago
os rapazes mais velhos iam para beber e levavam suas namoradas para
Chegando lá, encontrei Isis sentada em uma das pedras, quase sem
roupas, usava apenas uma lingerie. Meu corpo logo se acendeu com um
desejo que eu sabia muito bem o que era, estava ficando excitado. Caminhei
em sua direção sentindo meu peito subir e descer com o nervosismo. Ela era
língua lambia a minha pele febril. Eu perdi a virgindade com ela. Apesar de
ser mais experiente que eu, nossa conexão era tanta que nada faltou. Foi do
esconder Isis atrás de mim, pois ela estava com os seios de fora. Eu estava
que só quis ser simpática, pois eles estavam em bandos e temia que
fizessem algo conosco. Concordei com ela e saímos dali. Mas aquela cena
dela sorrindo para o rapaz de forma cúmplice não saía da minha cabeça.
até sua casa. Seus pais trabalhavam na cidade e só chegavam à noite. Como
entrar, fui direto para seu quarto. Escutei o som de risos que não era
somente de Isis. Abri a porta apressadamente, preocupado com ela; a cena
que vi me deixou sem voz e sem movimento nas pernas, não conseguia sair
do lugar.
Meus olhos ficaram cheios de água e meu coração doía. Ela estava
completamente nua com dois caras em sua cama, era a cena mais doída que
romântico demais e ela gostava muito de sexo e eu não sabia transar direito.
Mas disse que se eu quisesse aprender era só me juntar a eles. Saí correndo
tentando fugir daquele lugar onde os dois caras riam de mim, um deles era o
rapaz que tinha sorrido para ela quando estávamos saindo do lago. Ao
perna. Com lágrimas embaçando minha visão consegui chegar em casa. Fui
com o lençol tentando me esconder, sentindo meu peito rasgar de tanta dor;
eu queria minha mãe para ela me ensinar a como lidar com um coração
nossas vidas somente para nos ensinar onde era nosso lugar. E naquele
momento entendi onde era o meu. O meu lugar não era me apaixonando por
mulher alguma; meu lugar era apenas transar com algumas e as deixar, sem
promessas de nos vermos outro dia. O meu lugar era sozinho na minha
época muito difícil em nossas vidas, já que eu vinha de uma família muito
comprar uma casa para nós; não era muito grande, mas coube nossa família.
Era o que importava. Foi uma época muito difícil, mas superamos tudo.
Depois de cinco anos morando ali, naquela cidade pequena e ter feito
e resolveu se mudar para lá. Decidida, resolvi ficar na cidade. Mesmo eles
vendendo a casa, eu disse que alugaria um quarto para ficar. Como eu era a
filha mais velha deles resolvi ficar; meus irmãos mais novos, que eram
gêmeos, iriam com eles. Foi muito difícil que concordassem com minha
decisão. Não era mais uma adolescente, era uma mulher feita e dona das
para eles.
oportunidades para quem se esforçava. Fiquei muito feliz em saber que teria
Eu era uma pessoa extrovertida, que fazia amizades muito fácil; era
tagarela e não deixava ninguém pisar em mim. Tratava todo mundo bem,
conseguir uma vaga em sua cama. Sabia disso porque era o assunto no
refeitório e nos corredores. Mas ali, ele não olhava para nenhuma de nós, ao
menos era isso que ele deixava transparecer. Vinicius não era metido, ao
musculoso, uma barba rala e cabelos bem cuidados, onde exibia sempre um
penteado perfeito. Usava duas argolas nas orelhas que o deixavam sexy com
cara de badboy, mas ele não usava no trabalho por questão de higiene, pois
que ele falava. Ele me pediu para fazer a ficha ambulatorial de uma
prestativo. Após fazer a ficha, levei para ele, que estava no corredor
bebendo um copo de água; a única coisa que reparei foi que seu pomo de
adão subia e descia, o seu pescoço era longo e com certeza devia ser
cesta de lixo, me olhando com seus olhos tão negros que pareciam duas
pegou o papel; seu uniforme era de um azul bem clarinho e ficava perfeito
em seu corpo. Vinícius não sorriu, mas seus lábios se repuxaram para o lado
transferi a ligação para a sala do doutor Maurício. Após meu turno acabar,
peguei minha bolsa e fui ao banheiro trocar o uniforme por uma blusa mais
confortável. Em seguida, saí do hospital. Ao passar pela porta notei que o
estavam caindo do céu, eu não queria molhar meus cabelos, pois tinha feito
pequenas poças de água; olhei para meu tênis e percebi que eles já estavam
sujos, praguejei baixo e segui andando. Já era quase sete horas da noite
cabelos, e por fim, em meus lábios, já que a sombrinha era pequena e não
até onde eu estava, meu sangue gelou e senti minhas pernas tremerem. Eu
iria ser morta, com certeza ele não gostou que o chamei de filho da puta.
Mas falei sem pensar... para no fim morrer tão jovem. Comecei a rezar
pelos meus pecados, que não eram poucos. Quando era pequena comi o
meus lábios e no rosto todo sentindo o cheiro do seu perfume. Sem que ele
visse inalei mais um pouco do aroma fazendo com que minha mente não
esquecesse nunca mais esse cheiro. Como eu tinha tirado o uniforme tive
certeza de que ele não me reconheceu. Mas talvez ele não me reconhecesse
nem com uniforme, já que não era de conversar com quase ninguém da
recepção. Fiquei com sua toalha torcendo para que ele esquecesse a peça
comigo.
toalha em seu rosto e o vi ofegar se esquivando do meu toque. Como ele era
cima de mim, na encosta da estrada cheia de mato. Ainda bem que os matos
serviram para amortecer nossa queda. Mas bem que ele ficou perfeito em
cima de mim...
Abri meus olhos sentindo alguns pingos de água caírem dentro deles,
dentro da sua jaqueta. Eu desejei ser uma gota daquelas para descobrir o
gosto que sua pele tinha. Eu também estava molhada, mas era de outra
forma... estava excitada quando senti sua ereção no meio das minhas
pernas. Nossos olhos ainda estavam fixos um no outro. Eu era tão boca
costas. Ele se afastou um pouco acabando com meu sonho de ser beijada
agarrei nele. Obviamente que aproveitei muito mais, já que tinha certeza de
que aquela cena jamais se repetiria. Assim que a moto parou em frente à
sumir no final da rua, me deixando com frio e com vontade de tê-lo entre as
minhas pernas.
Dias atuais...
Doutor Maurício me pediu para ir até à sala dele, pois ele tinha um
comunicado para fazer. Sem saber o que ele queria comigo, caminhei pelo
corredor pensando o que seria. Ao chegar em sua sala, dei duas batidas na
porta e entrei depois de pedir licença. Era quase hora de ir para casa, já era
os mais afetados. Minhas duas sobrinhas pegaram, mas agradeci a Deus que
não precisaram se internar. Meu irmão e minha cunhada as trataram em
trabalho; nunca faltou e é muito dedicado aos seus pacientes, eles sempre
falam muito bem de você, principalmente, as crianças que dizem que você
canta para elas e veste roupas engraçadas. Falam até que coloca nariz de
enfermeira chefe, dona Marisa, vai se mudar para outra cidade. Quero que
Tenho certeza de que você se sairá muito bem. O que me diz? — Abri um
para trocar de roupa. Como combinei de sair para tomar um chope com
um banho e vesti uma calça jeans rasgada com uma camisa polo branca. Em
seguida, coloquei meu par de tênis, um pouco de perfume e andei até ficar
Anne toda animada, elas riam. Mulheres quando estão juntas só falam mal
minha mochila nas costas; depois liguei a moto e segui na direção do bar.
era a música; tinha um violão no meu quarto que sempre tocava quando
ficava sozinho, meus irmãos sabiam que eu tocava, mas nunca me ouviram
cantar. Quando mais novo, eu sonhava em formar uma banda, mas as coisas
adolescência, resolvi mudar os planos, e foi a melhor coisa que fiz. Cuidar
No dia seguinte, meu plantão seria depois do meio-dia, caso fosse pela
— Não quero ser indiscreto nem nada, mas disseram que hoje você
foi conversar com o chefe. Qual o motivo? Vai ser demitido por fazer a
metade das enfermeiras suspirarem por você? Ou, por que algumas
mulheres que saem com você aparecem no hospital alegando alguma dor só
promoção:
parabenizando.
tocando na minha.
comecei a trabalhar, você foi o primeiro que estendeu a mão para mim
tinha bebido uns cinco copos de cerveja, estava com fome, então resolvi
também. Assim que meu sanduíche chegou, ouvi o som de risadas altas e
meus olhos foram parar na loira que entrou no bar com mais três amigas. A
reconheci na hora, era Anne. Depois que saímos algumas vezes, ela veio
com uma conversa de que estava gostando de mim e que poderíamos tentar
isso que ela queria poderíamos continuar. Mas ela se sentiu magoada e foi
embora da cidade para morar com os pais. Acabou voltando dois meses
Estava morando ao lado da minha casa. A safada alugou ao meu lado e não
estava falando comigo desde então. Passava por mim, revirando os olhos,
ainda empinava mais aquele bumbum enorme. Quando a conheci, ela ainda
chuvoso, que fiquei interessado nela, não interessado para namorar, sim
para levá-la pra cama. Ela era uma baixinha peituda e tinha uma bunda
olhos gulosos sobre mim. Depois disso, fui deixá-la em sua casa somente
para saber onde morava. No outro dia, ela foi me procurar para devolver a
tolha de rosto que ela tinha ficado; como não era homem de medir minhas
palavras e não deixava nada para depois, a convidei para sair, claro que ela
boca deliciosa e chupava um pau como ninguém. Mas ela estragou tudo
assim que a olhei, ela virou a cara. Eu nunca fiz nada para ela agir dessa
forma comigo, apenas a convidei para transar comigo e outra mulher que
semana. Ela quis dar na minha cara, só não acertou o tapa, porque segurei
garçom.
— Vou deixar pra outro dia, cara, amanhã às nove preciso estar no
embora? — Ele sorriu, olhando para uma das amigas da Anne, que estava
— Vou ficar. Quem sabe saio acompanhado?! Aquela morena ali está
Anne disse para o rapaz que estava servindo as mesas. Ela falou um tanto
tinham saído, e eu que não iria ficar sozinho. Percebi que Anne também já
tinha sumido. Paguei a conta, peguei minha mochila e saí. Já lá fora, escutei
risadas altas. Assim que me virei vi Anne, a amiga e dois rapazes. Um deles
estava tentando convencer Anne a ire para a chácara do amigo. Notei que
ela estava bêbada pelo modo de falar. Fingi que estava procurando algo e
ouvi a conversa.
toda tomando banho e bebendo. Eu não vou fazer nada que você não queira.
O meu amigo aqui também, não é, Luís? — O outro cara piscou para o
acusado de estupro, mas como o pai tinha dinheiro pagou para o filho não ir
fodendo que iriam convencer as duas a irem para esse tal lugar. Ao me
aproximar mais, vi que a amiga de Anne tocou no braço dela, que se virou
reclamou baixinho.
nossa amiga conosco. Vem princesa... — o tal Luís disse e pegou no braço
de Anne.
— Sinto muito. Na verdade, não sinto não, ela não vai com vocês.
Quando dei a volta para ir até minha moto com Anne, um dos caras
veio depressa ficando na minha frente, sorrindo em deboche. Notei que ele
fechou as mãos em punho. Anne se encolheu chegando mais perto de mim.
Agora vou para casa. — Disse, saindo de perto de mim e quase caindo, mas
fui mais rápido e a segurei. Suas mãos foram parar na minha barriga, ela
— Você não aguenta nem ficar em pé, capaz de cair, bater a cabeça e
ficar sangrando até a morte. Então é melhor vir comigo. — Ela suspendeu a
— Eu não vou com você. Tenho pernas e sei andar sozinha. — Falou
então você vem comigo. Por favor, segure em mim com força e não durma,
moto colocando o capacete nela; quase que ela caiu e me levou junto, mas,
Anne rodeou minha cintura, com uma das mãos segurei as suas com força
para que ela não me soltasse e caísse; não poderia ir andando, pois iríamos
trás, mas eu a segurava. Cheguei em frente de casa e ajudei ela a descer. Fui
abrir o portão; um instante que tirei os olhos dela, Anne caiu sentada e, em
Coloquei a moto para dentro, e voltei para ajuntar a loira que mais parecia
chave.
— Não fale assim comigo, seu cretino, e pode sair da minha casa. —
corri até lá e a vi caída no chão. Tirei minha camisa, meu tênis e suspendi a
debaixo, seus olhos azuis me fitaram e ela passou a língua nos lábios
quando me viu sem camisa. Quis avançar em mim, mas a segurei deixando
a água cair em sua cabeça. Ela gritou dizendo que a água estava fria.
muito bem tomar banho sozinha. — Anne tentou se levantar, mas caiu de
bunda, sua blusa branca ficou transparente e o bico dos seus seios
começaram a endurecer. Evitei olhar, meu pau já estava ficando duro. Não
pelo braço. Ela tremia de frio, dava para ouvir o barulho dos seus dentes
batendo um no outro.
primeira vez. — Tirei sua blusa me negando a olhar para seus seios. Depois
tirei sua calça apertada e sua calcinha, fiz tudo isso olhando para o lado.
Quando tirei toda sua roupa, Anne me surpreendeu ao pular no meu colo
gemer. Desgraçada.
Reuni todas as minhas forças para dizer não; eu jamais transaria com
uma mulher completamente bêbada, mesmo que essa mulher fosse minha
estou indo para minha casa. Vou trancar a porta e levar a chave extra
para minha casa, tirei dois analgésicos da minha mochila e deixei na sua
a porta por fora, dei mais um passo e entrei em casa. O jeito seria bater
punheta ou dormiria com as bolas doendo. Que mulher maldita! Tinha
mais; tentei fazer com que ele parasse de fazer barulho procurando pelo
botão que o faria desligar, mas ele acabou caindo no chão. Eu estava de
olhos fechados, ainda bem que o colocava para despertar uma hora antes de
Mas não me lembrava de ter tirado minha roupa nem como cheguei em casa
fazendo ali? Ai meu Deus! Então foi ele quem me trouxe em casa. Será que
queria admitir.
sentindo a água fria aliviando minha dor de cabeça. A partir daquele dia, eu
não iria mais beber, não dessa forma. Meu expediente começaria às treze e
ficaria até as vinte e três horas. Precisava comer alguma coisa, pois estava
faminta. Após sair do banho enrolada na tolha fui para a cozinha, preparei
dele. Se ele dormiu comigo, deveria ter saído bem cedo, antes que alguém o
para ir em uma chácara, mas não queríamos ir. Clara tentou me convencer
de ir embora para casa, mas eu não quis. Depois Vinícius apareceu. Claro...
foi ele que me trouxe para casa e colocou os dois caras pra correr. Será que
Saí da cozinha e fui até meu quarto para me arrumar; assim que abri
suco. Voltei para o quarto e me arrumei; passei uma maquiagem leve para
esconder a cara de ressaca, prendi meus cabelos, peguei minha bolsa, meu
peguei colocando-a dentro da bolsa para entregar pra ele. Não queria nada
dele em minha casa. Saí e vi Maria Flor no quintal regando suas plantinhas,
ela ainda estava com o uniforme da escola, então deduzi que tinha acabado
— Está lá dentro de casa. Foi trocar a fralda da Júlia, porque ela fez
cocô dentro do carro. Hoje minha mãe foi me buscar na escola e levou
minha irmãzinha. Mas ela só foi para fazer cocô e chorar. — Reclamou e
seguiu na direção de sua casa. Olhei pra trás para ver se a casa do Vinícius
Júlia já estava com quatro meses e era a bebê mais linda que eu já tinha
visto. Assim que me viu, minha amiga sorriu vindo até a porta. Parei e
começamos a conversar.
— Carreguei nove meses para nascer a cara do pai. Mas por falar em
Átila, ele me disse que viu você e Vinícius chegando juntos de madrugada,
aliás, ele não viu, apenas ouviu o barulho do portão sendo aberto, porém
conta. Mas vou descobrir assim que encontrar com ele no hospital. Me
todos tinham que ir até a ala dos enfermeiros, pois o doutor Maurício tinha
alguém seria demitido? Será que seria eu? Assim que cheguei, vi que o
uns instantes assim que me viu chegar, mas logo desviaram. Engoli em seco
Fui até o quadro de tarefas para ver qual seria a ala que eu ficaria
diarreia. Me aproximei mais dos dois e coloquei a jarra que tinha acabado
— Boa tarde. Trouxe outra jarra com soro oral para o seu filho
tomar. Então se ele pedir água, por favor, não dê, apenas dê o soro e logo
ele estará melhor para ir pra casa. Também vou trocar os lençóis da cama,
vi que estão molhados. Vou até a rouparia para pegar lençóis limpos. — A
armário; como eu não alcançava subi em uma cadeira para pegar. Prestes a
com a mão no meu braço. Não entendi o que ele quis dizer com isso.
— Me afastei fazendo sua mão soltar meu braço. Peguei o lençol do chão.
— Claro, bem que eu imaginei que você não se lembraria. Mas tome
mais alto que você. Para não se machucar. — Disse, pegando dois pacotes
com lençóis.
encarando.
— Quando acordei hoje pela manhã, notei que estava sem roupas. E
quando entrei no banheiro vi sua camisa jogada no chão. Então deduzi que
houvéssemos transado, mas não lembro de quase nada. Me lembro que você
me levou pra casa, lembro dos caras querendo levar eu e Clara para a
— Você acha que eu transaria com você, estando bêbada? E olha que
você implorou muito..., mas eu tenho caráter e jamais faria algo com você
naquele estado, aliás, não faria com mulher alguma. Diferente daqueles dois
para ser estuprada por eles, ainda bem que eu estava ali. Caso contrário,
hoje, você seria mais uma estatística, estaria na primeira página do jornal
policial e seus pais estariam chorando. — Meu sangue gelou quando ele
disse isso. Lágrimas caíram dos meus olhos, e me virei de costas,
— Muito obrigada por não me deixar ir com eles, não vou esquecer
esperando-me falar.
— É sério que eu implorei para transar com você? Ou você quer que
colo, pelada. Agora é sério, vamos trabalhar. — Disse, saindo pela porta e
que a trouxe para casa e a livrei daqueles dois idiotas, alguma coisa dentro
dela mudou; ela não saía mais todos os finais de semana como fazia antes, e
nem estava mais bebendo. Percebi que ela tinha mudado até comigo, me
domingo na casa do meu irmão, ela contava piada e fazia todo mundo rir.
Tinha que admitir que fiquei admirado com sua mudança. Anne era uma
lindos que eu já tinha visto. Ela falava muito alto e tinha uma risada
escandalosa, mas que contagiava quem estava perto dela. Não tinha como
negar que algo dentro de mim gostou dessa mudança. Às vezes, quando ela
Como Nicolas tinha saído cedo e não tinha voltado até o momento,
nove horas, fiquei cuidando da Ana Júlia para que Átila e Camila fossem
até a cidade com Maria a fim de comprar o vestido que ela queria usar com
a mãe, era de princesa. As duas estariam combinando. Maria Flor estava tão
feliz que não se aguentava, ela disse que esse era seu sonho, se vestir de
princesa com a mãe no dia do seu aniversário. Sua mãe biológica morreu no
dia em que ela nasceu, então Camila apareceu na vida dela mudando-a
completamente.
aniversário dela. Ela falava disso todos os dias, que seria o dia mais feliz da
vida dela. Minha sobrinha era exagerada. Ela já teve outros temas de
criar a filha. Mas tinha que admitir que estava com um pouco de medo, pois
Julia era birrenta e chorava por tudo, era muito acostumada com a mãe.
Maria Flor não teve esse vínculo e por isso foi mais fácil.
começou a chorar, aquele choro alto. Voltei e a tirei do berço, seu rostinho
— O que foi, meu amor? Está com fome? Titio vai esquentar o seu
leitinho. Vem, me deixa tirar você daí. — Ela me olhou com seus grandes
olhos castanhos.
Assim que terminei de falar, ela gritou mais ainda. Então fui na
pouco no meu pulso, estava do jeito que ela gostava; Camila disse que ela
mamadeira até sua boquinha. Logo, ela começou a sugar o leite fazendo
aquele barulhinho que todos os bebês faziam. Após ela acabar tudo, eu a
mais coisas por aí? — perguntei depois de sentir um cheiro que não era de
Foi dito e feito, Anna Júlia fez uma careta e começou a fazer cocô;
virei meu rosto, pois o fedor estava horrível. Olhei para ela fingindo que
estava bravo, e ela colocou a mãozinha gorda na minha boca. Júlia tinha
somente quatro meses, mas era muito esperta. Fui até o quartinho dela e a
coloquei no trocador puxando o velcro da fralda. Ela fez uma grande
sujeira.
tomar banho e depois ir brincar, pois o titio não comeu nada ainda, estou
cansado e com fome. E você vai ficar quietinha, porque é uma garotinha
Abri a ducha morna e enchi sua banheira, ainda bem que era tudo
adaptado para um bebê, então facilitava muito. Lavei o corpinho dela, que
esfriar. Não penteei seus cabelos, porque a criança nasceu sem cabelo e olha
que ela ganhou vários laços das amigas da Camila do hospital e dos clientes
cercadinho, porque preciso fazer alguma coisa para comer. Ainda tenho que
ir à barbearia fazer a barba e aparar um pouco o cabelo, meu cabelo está
que ainda não sentava, mas mordia tudo, os dentinhos estavam nascendo.
preparar um sanduíche para comer. Meia hora depois, ela começou a chorar,
chegando em casa com várias sacolas nas mãos, e ficou me olhando pela
janela. Peguei Julia em meu colo e, em seguida, abri a porta para Anne.
abandonado.
meu colo. Enquanto isso, fui atrás de um pano para limpar o chão. Quando
cabeça em seu peito. Fiquei olhando a cena e sorrindo, ela tinha jeito com
seguida, a levei para seu berço. Voltei para sala e notei que Anne estava em
meu pai e cortava os cabelos dos meus irmãos. Se você quiser, posso cortar
— Quer acordar a criança, caramba?! Não tem como rir baixo não?
arrependido.
pois ele poderia não gostar. Antes, passei no quarto da Júlia e a encontrei
short curto com aquele top deixando sua barriga de fora ostentando o
— Vem, senta nessa cadeira e jogue a cabeça para trás. Vou lavar seu
cabelos.
deparei com aquele par de seios quase na minha boca, Anne estava na ponta
para seus seios grandes. Mas não teve como ignorar, pois me lembrei dos
nossos encontros sexuais. Coloquei a mão na ereção que estava se
expressão séria.
cabelo.
vai fazer nem uma besteira. Continue. — Ela revirou os olhos e continuou.
parede, tirou e colocou na minha frente. O corte ficou muito bom, ela tinha
fazendo charme.
— Pode ser. Mas para você ser aprovada, eu preciso que faça minha
resposta.
Num impulso rápido, coloquei Anne em meu colo tomando sua boca
formou no canto de sua boca. Coloquei minha língua em sua boca e ela
chupou com vontade; Anne colocou suas pernas em volta da minha cintura
e rebolou em cima do meu pau; tirei minha boca da sua e desci lambendo
sua pele branca até chegar em seus seios; puxei o top e comecei a chupar a
fazendo gemer alto. Foi aí que percebi que estávamos quase transando na
— Vamos para minha casa. Não podemos negar esse fogo que tem
entre nós, eu estou excitada e quero muito transar com você. — Disse,
acordou, aliás, se você puder ir vê-la enquanto eu tiro esses cabelos do meu
corpo, te agradeço.
caminho. — Assim que falei isso, escutei o choro da Júlia — Por falar nela,
Assim que Anne foi ver a Júlia, eu peguei a mangueira e molhei meu
corpo tirando todos os cabelos. Em seguida, fui até em casa para trocar de
roupa; meu pau ainda estava duro dentro da cueca, mas me negaria a bater
formas possíveis.
Desci do carro, paguei o motorista e fui na direção do salão de festa;
Flor merecia isso e muito mais, a garotinha estava tão ansiosa que não cabia
em si de tanta felicidade. Quando chegou da cidade foi até minha casa para
me contar tudo sobre o vestido dela e da mãe, ela era uma criança
meu vestido de princesa, respondi que sim e mostrei a ela, que ficou de
boca aberta. Eu iria vestida de bela adormecida. Quem sabe não acharia um
homem lindo, de mais ou menos um metro e noventa de altura que me
mesma hora, pois pensei na minha mãe, a qual não via há quase seis meses.
Nós apenas nos falávamos por telefone. Ainda estava segurando meu
Flor correu para brincar com seus amiguinhos que estavam no pula-pula,
após descer a escada com a mãe. Eram tantas crianças brincando. Fiquei
inundou quando ele sorriu para mim de forma muito safada, tive certeza de
casa. Depois que entrei em casa tive que usar meu vibrador, pois fiquei
muito excitada, e sabia que ele não deixaria de cumprir sua promessa de
— Pensei que você fosse uma criança, mas assim que se virou, eu
percebi que estava completamente enganado. Seus seios vão saltar para fora
decote.
preocupe, pois eles não vão saltar para fora. E se porventura saltarem, foi
outras crianças.
Após parabenizar Maria Flor, ajudei Camila com a pequena Júlia que
vestido para colocar os seios pra fora para que a comilona se alimentasse.
para a festa. O som não estava muito alto, então Júlia continuou dormindo.
Os dois tios babões faziam tudo o que ela queria. Logo que nos avistou, ela
— Agora é a sua vez, tia Anne. Vem! Você vai dançar com o tio
Vini. O papai com a mamãe, e eu com o tio Nico. A tia Laura pode olhar a
Júlia, né, tia Laura? — Maria perguntou para a Laura, a moça que
apaixonada por ele, não estava sendo nada fácil. Estou tentando não deixar
isso transparecer.
Vinícius disse perto do meu ouvido, ele teve que abaixar um pouco para
olhando para cima arqueando uma das sobrancelhas. Seu sorriso de lado
— Olha o que você vai falar, sua maluca, estamos em uma festa de
tomar refrigerante. Não tenho culpa se você tem a mente poluída. — Falei,
parando de dançar e seguindo até a mesa para me servir. Vinícius me
acompanhou.
minha direção. Após pegar e colocar sobre minha cabeça, subi na moto e
me agarrei nele.
Ao chegar em frente de casa, desci e Vinícius colocou a moto para
dentro. Assim que estava prestes a abrir a porta, senti alguém atrás de mim;
me virei e me deparei com meu vizinho segurando o terno nas mãos e com
olhar, ele estava faminto e não era por comida. Assim que abri a porta, ele
delicioso.
— Vou te foder duro e forte agora. Depois vai ser bem lento e
olhou por uns instantes e logo desceu a peça, jogando no chão onde as
outras roupas estavam.
vou investir em você, forte. Você vai gritar meu nome quando estiver
gozando. Ouviu? — Disse, e senti um tapa não muito forte na minha bunda.
Senti a carne esquentar, mas gostei, pois, senti minha boceta encharcar.
apoiando minha mão no sofá. Senti sua língua lamber minhas costas e
descer até a minha bunda, onde mordeu antes de beijar. Vinícius se sentou
que sorriu olhando minha expressão de prazer. Assim que se levantou, seu
corpos podia ser ouvido junto aos nossos gemidos. Senti quando uma de
suas mãos puxou meu cabelo fazendo minha cabeça pender para trás, seus
lábios encostaram-se nos meus e nos beijamos. Um gemido como se fosse
sentamos no sofá. Um sorriso saiu dos meus lábios, olhei para ele, que
sorriu também. Fui até a geladeira para pegar duas latas de cervejas, em
noite toda.
Ainda olhando a loira dormindo sob meu peito, fiquei sentindo uma
pelo chão, olhei no relógio e vi que já era seis da manhã. Vesti minha cueca
saí da casa dela. Eu e Anne nos dávamos muito bem na cama, ela sabia
sentimentos dela, ela gostava de mim. Eu também gostava dela, mas ela
onde você saiu. — Disse, colocando queijo nos ovos e bacon. Peguei um
roupa.
— Fico doente quando não vou. Já virou um hábito. Você que parou
— Não é o que seus olhos dizem quando olha para ela. Anne é a
garota perfeita para você, Vini, só você que é um bobão e não percebe isso.
você ainda age como um adolescente imaturo. Só para deixar claro, eu não
Após Nicolas sair, fui me deitar. Mal dormi durante noite, então
sobrinha Maria Flor passando algo nas unhas dos meus pés. Me levantei e
vi que minhas unhas estavam pintadas de rosa, tanto das mãos quanto as
dos pés.
— Oi, tio Vini. O papai disse que o almoço logo vai estar pronto. Tio
Nico disse que o senhor estava dormindo, então resolvi vir lhe chamar e vi
que suas unhas estavam precisando de cuidados, aí fui até em casa pegar
meus esmaltes. Tio Nico disse que o senhor ia preferir a cor rosa, então eu
pintei, ficou tão bonito. — Olhei para Nicolas, que estava sorrindo parado
na porta do meu quarto. Balancei a cabeça dizendo que ia ter volta, não
conseguia brigar com minha sobrinha. Nós que sempre fazíamos suas
vontades.
dessa cor. — Beijei sua bochecha e fui para o banheiro tomar um banho.
Olhei para minhas unhas e estavam todas borradas. Ainda bem que não foi
a sobrancelha. Teve uma vez, quando ela tinha cinco anos, encontrou o
fixamente, seus olhos azuis ficaram tão vivos que mudaram até de cor,
pareciam mais escuros. Meu corpo reagiu ao seu olhar, não entendi o que
todos vissem.
— Foi eu que fiz, tia Anne. — Maria falou com a voz toda cheia de
orgulho.
enquanto eles dormem? Primeiro, você tem que perguntar se eles querem.
— Átila disse em tom manso olhando com carinho para a pequena travessa,
disse que o risoto foi feito pela Anne, e que ela já estava pronta para casar.
ficamos responsáveis por lavar as louças; Camila foi colocar a Ana Júlia
— Você vai trabalhar amanhã com as unhas dessa cor? — Olhei para
um. Uma vez, cheguei bêbado em casa e dormi no sofá; quando acordei
— Você é mil e uma utilidades, hein, Anne? Me diz o que você não
— Eu não sei fazer bolo, todas às vezes que tentei fazer, saiu solado.
Então desisti.
— Vou aceitar que você limpe as minhas unhas, só porque estou com
preguiça. Ainda estou com sono. E com uma leve dor nas costas. —
minhas costas.
— Você é uma pilantra, isso sim. Fica falando que sabe fazer isso e
aquilo só para me levar pra sua casa. Pensa que não notei. — Disse,
encarando-a.
— Claro que não. Estou apenas dizendo que sei fazer. Você aceita,
ou não. Estou indo para minha casa. Vem comigo, ou não, Vinícius? —
Meu pau até vibrou dentro da cueca. Olhei para todos os lados e vi que não
para massagem. Fiquei pensando se era certo o que eu estava fazendo, ela
não era mais nenhuma criança e nem eu. Então relaxei e fiquei esperando
Nicolas era meu personal trainer e estava me ajudando muito; ele estava
ele ia para a escola, pois era professor de educação física das crianças;
estava indo ao vestiário para tomar um banho, pois ia direto para o hospital,
quando uma morena entrou com uma toalha em seu ombro e sua garrafinha
de água. Não deixei de reparar no seu belo corpo, era muito definido e ela
era muito bonita. Passei por ela e sorri, ela ficou me olhando. Ainda pensei
em voltar para talvez engatar numa conversa e chamar a bela jovem para
sair, mas estava sem tempo para flerte nesse momento, eu era uma cara
rabo de saia.
com suas tarefas distribuídas, começamos a trabalhar. Fui até a ala das
crianças que estavam internadas com câncer, elas faziam tratamentos ali
contávamos histórias. Tinha uma paciente que iria fazer quinze anos, e já
Fiquei no meio do corredor para que todas pudessem me ver, então comecei
O sapo não lava o pé. Não lava, porque não quer. Ele mora lá na
lagoa e não lava o pé, porque não quer. Mas que chulé!
jeito diferente, não podia negar que não fiquei nervoso, ela conseguia ver
minha alma machucada, tinha certeza disso. Passei por ela e parei, pois ela
cantar para eles. Dizem que quem canta os males espanta, fico muito feliz
em trazer um pouco de alegria para eles, que já sofrem tanto. Olha como
na história.
— É sério que acha que eu não sei essa piada? Desde meus cinco
participar. Vou até pesquisar algumas piadas para crianças. Também sei
umas piadas quentes, quer que eu te conte uma? Não precisa me responder
agora. Mas se quiser ouvir, você sabe onde eu moro. — Disse, piscando e
observando de longe... ela tinha jeito para alegrar a criançada. Mas também
fiquei interessado em saber das piadas quentes que ela disse que sabia.
conversar, ela estava me contando que sua mãe estava pretendendo vir nos
próximos dias para fazer exames de rotinas, pois passou mal em casa e
desmaiou batendo a cabeça. Onde eles viviam não tinha muitos recursos,
por isso ela viria para Limoeiro, pois ali o hospital realizava todos os tipos
triste, mas fiz de tudo para animá-la, tirei um chocolate de dentro do meu
bolso e dei para ela. Eu sempre comia um depois do almoço, mas naquele
momento resolvi dar o bombom para ela, que sorriu me encarando. Todas às
vezes que ela me olhava dessa forma meu coração disparava dentro do
peito.
rigorosa, fui vestir uma calça jeans hoje de manhã e não serviu, parece que
minha bunda aumentou de tamanho, a calça ficou engatada nela. Quase que
liguei para o bombeiro, mas por fim consegui tirar. — Disse, me fazendo
achar graça.
Por volta das vinte horas, eu ainda estava no trabalho, tive que ficar
mais um pouco, pois tinha ocorrido um acidente com um casal que estava
de carro chegando em Limoeiro, o homem teve escoriações pelo corpo e a
sala do raio-x tive que conversar com seu esposo e lhe dar notícias. Ele já
estava na enfermaria com curativos pelo corpo e usava uma tipoia, pois
— Não tente se mexer, porque vai piorar a dor. Só vim lhe trazer
informações sobre sua esposa. Ela está fazendo alguns exames agora, pois
está com suspeita de fraturas na costela. Tem algum familiar que deseja
momento era diferente, Anne era quase parte da família e eu temia por sua
reação. Naquela mesma tarde ainda estávamos falando sobre sua mãe...
quando ela soubesse que seus pais sofreram um acidente e, que sua mãe
Disquei seu número e logo ouvi sua voz ofegante. Fiquei pensando
no que ela estaria fazendo para estar daquele jeito. Mas logo voltei ao
— Bem que eu queria que fosse isso. Mas minha ligação é para você
por um instante.
estava mais calmo expliquei para o senhor João que conhecia sua filha, pois
ela morava perto da minha casa e que éramos colegas de trabalho. Ele ficou
Álvaro disse que a situação era como ele havia imaginado, dona Solange
teria que ficar internada até se recuperar, pois fraturou duas costelas e
estava com muita dor. Mas não precisaria passar por cirurgia; poderia tratar
Agradeci a Deus pela notícia boa. Fui avisar ao senhor João, que
sentiu o mesmo alívio que eu senti quando ouviu a notícia. Podia parecer
transparecer. Deixei o
Tinha acabado de sair do hospital, pois meu plantão tinha acabado.
conversamos com uma moça simpática, que nos atendeu muito bem. Após
como eu não tinha nada para fazer em casa e nem a Clara, resolvemos
de tênis, então fomos até o vestiário para trocar de roupas. A Denise seria
nossa instrutora. Começamos com um alongamento básico, depois fomos
aceleramos. Meu celular começou a tocar e peguei para atender, pois podia
ser minha mãe querendo avisar que ela e meu pai haviam chegado à cidade.
ligar? Quer ouvir minhas piadas quentes? — Falei, mas ele não riu. Por
atenção a sua conversa. Não sabia o que ele tinha para me contar, mas algo
começou a doer dentro do meu peito. Olhei para Clara, que estava em pé
me olhando.
— Aconteceu alguma coisa? De repente, suas feições mudaram. —
Ainda perguntei se eu tinha sido demitida, mas ele disse que não. Ele não
mentiria para mim. Agora estou pensando o que foi que eu fiz para ter que
trabalho. Após trocar de roupa, Clara também foi comigo; como eu estava
logo andando depressa para saber de uma vez o que tinha acontecido.
— Espera, Anne. Calma, amiga. Desse jeito você vai ter um treco.
— Ai, amiga, eu estou preocupada. Nem sei o que é, mas meu peito
já está doendo. Sou muito de sentir as coisas, e a voz do Vinícius não estava
esconda nada. Sei que, às vezes, eu converso demais com os outros, que os
idosos ficam falando que sou o melhor remédio que eles veem logo pela
manhã e eu já até disse que casaria com um deles, caso melhorasse logo,
mas faço isso para que eles se sintam bem, e é apenas brincadeira. Você
— Não é nada sobre isso, se acalme. Você falou com seus pais hoje?
— Hoje não. Mas o que meus pais têm a ver com isso? Pelo amor de
Deus, me conta logo. Já estou nervosa a ponto de sair correndo por esse
Entramos e logo vi um senhor deitado, não pude ver seu rosto, mas ao me
aproximar um pouco mais, eu o reconheci, era meu pai. Haviam faixas em
seus braços e pernas, ele estava abatido. Assim que seus olhos chorosos me
está sentindo dor? O que houve? Vocês não falaram nada sobre o horário
que viriam até a cidade. Eu disse que queria ser avisada. — Nem notei
abraçar, me pedindo para ficar calma, ou iria assustar o meu pai; disse que
Sentei na cama e abracei o meu pai, mas sem apertar muito; ele
chorava feito criança dizendo que a culpa era dele, pois minha mãe não
queria vir, mas ele achou melhor trazê-la, porque ela reclamava de muita
me leve para ver minha mãe. Eu não vou me perdoar se algo acontecer com
ela. Eu tinha que estar com eles. — Eu chorava de soluçar. Minha vontade
era sair por aquele hospital gritando por minha mãe, mas eu sabia que não
acalmar.
saldar com um boa noite. Vinícius explicou que minha mãe era a dona
— Então eles são seus pais? Bem que sua mãe falava muito o seu
nome, ela estava bem agitada. Demos um sedativo para ela dormir. Na hora
você pode ir vê-la. O caso do seu pai foi apenas escoriações, ele já pode ir
onde minha mãe estava. Ao entrar, fiquei parada olhando-a, ela estava
baixinho. Beijei sua testa e pedi perdão por não ter estado com ela nessa
hora. Vinicius a todo tempo me confortava dizendo que ia ficar tudo bem.
Em seguida, fui a sala onde meu pai estava para informá-lo que ele iria para
— Vou deixar você ir falar com seu pai. Qualquer coisa pode me
ligar. Se precisar de algo não hesite em me chamar, estou sempre aqui para
Após meu pai receber alta Clara me ajudou chamando um táxi. Eles
perderam as malas com as roupas, ainda bem que a bolsa que estava com os
ajudar. E foi isso que ele fez, me ajudou com meu pai, pois meu velho
estava com a perna machucada. Assim que entrei em casa deixei meu pai
respondeu que só mais tarde, já que ainda estava sonolento. Resolvi fazer
uma sopa e ligar para meus irmãos avisando do ocorrido. Eles deveriam
Guilherme, ele era mais tranquilo, diferente de Rodrigo, que já era muito
nervoso. Me certifiquei de que ele não estivesse dirigindo, assim que ele
disse que não, eu dei a notícia a ele. Obviamente que se preocupou muito e
perguntou como eles estavam. Após informar que nossos pais ficariam ali
comigo, ele disse que assim que estivessem de folga viriam até Limoeiro.
que não tinha como não se preocuparem, pois eram nossos pais. Me despedi
esfriando. Fui ver como meu pai estava, vi que ele ainda estava dormindo.
Então resolvi tomar um banho e trocar de roupas. Antes, pedi a Deus que
nos ajudasse a passar por mais esse problema. Éramos uma família unida e
eles já estavam muito bem, principalmente, seu pai. O senhor João era um
noite; passei a entender a quem Anne puxou. Já a dona Solange era mais
calada, porém, uma senhora bastante alegre. Durante os dias que eles
jantar no restaurante da dona Conceição; outro dia levei o senhor João para
pescar, ele gostou muito. Nosso último passeio foi na praia. À noite, eu
sempre ajudava Anne a trocar o curativo dos dois, me apeguei muito a eles.
Como os meus pais já eram falecidos há muito tempo, eu não imaginava o
quanto eles me faziam falta até conviver naqueles poucos dias com os pais
da Anne.
que a mãe ficasse, mas ela disse que gostava da casinha dela, mas prometeu
partiram. Anne estava arrumada para ir trabalhar, então decidi lhe dar uma
da academia e seu nome era Michele, decidi que a convidaria para tomar
uma cerveja. Desde que aconteceu o acidente com os pais de Anne, eu não
saí para nenhum canto a não ser para o trabalho e academia. Estava sem
sexo e estressado.
— Está pensando em que, Vinícius? Já estou sentada em cima da
moto e nada de você sair com ela. — Anne disse me tirando dos
pensamentos.
sabia o que estava acontecendo comigo, mas eu precisava fazer isso. Anne
tirou o capacete quando me viu sair da moto, não a esperei dizer nada e
avancei colocando minhas mãos em seu rosto e lhe beijando com tanta
vontade que meu peito subia e descia; minha língua entrou em sua boca,
brincar uma com a outra. Eu gostava dos beijos da Anne, gostava de transar
com ela, gostava de ouvir suas piadas sem graça, que me faziam sorrir só
pelo modo como ela contava. Mas eu não queria nada além disso.
— Que tal amanhã, na nossa folga, nós irmos até o riacho? Podemos
levar algo para comer. Amanhã não dá ninguém na hora que pretendo levá-
la. — Anne ficou me olhando com os olhos brilhando.
— Sim, faz tempo que não vou lá, nem me lembro da última vez que
ao hospital.
doutor Álvaro, pois uma das crianças tinha piorado e teria que ser entubado,
uma pena, já que ele tinha mostrado melhoras na semana passada. Após o
doutor Álvaro avaliar sua situação afirmou que era para eu cuidar da sua
transferência para UTI. A criança não poderia ser operada, pois não tinha
mais nada a ser feito, o seu estado era crítico. Conversei com os pais e eles
mais tarde eu iria ao bar do Manoel. Confirmei e ele disse que estava saindo
com uma colega de trabalho e que os dois iriam se encontrar lá, fiquei
curioso para saber quem era, mas ele disse que na hora eu saberia. Ele
que realizar exame de sangue e urina, então segui para o quarto para eu
anos, que deu entrada com infecção urinária grave, ele estava tomando
— Boa tarde. Hoje vamos colher sangue e depois o senhor vai fazer
novamente o exame de urina. Vamos orar para que o senhor esteja bem para
voltar pra casa. Tudo certo, senhor Galdino? — Ele balançou a cabeça,
concordando.
laboratório, pedi urgência, pois notei que a urina dele ainda estava muito
soro e o remédio, estava tudo certo. Já era noite e tinha mais um plantão
Anne avisando que estava a sua espera. Iríamos andando, pois de moto não
daria para ir até o local, já que era uma trilha. Anne saiu de sua casa
segurando uma bolsa com algumas coisas dentro. Peguei a pequena caixa
térmica e saímos.
Anne a descer uma pequena ladeira e logo avistamos o lugar que estava,
aquele era nosso lugar favorito. Deixei a caixa térmica em um canto, junto
sunga; Anne tirou o vestido que estava usando e por baixo dele vi que usava
Minhas mãos pararam em sua cintura e virei Anne para ficar de frente para
mim. Ataquei sua boca. Meu pau pulsava para ser liberto de dentro da
Tirei minha sunga e meu pau pulou para fora; desci a peça de baixo
suspendi Anne em meu colo fazendo meu pau entrar por completo em sua
Eu já estava próximo de gozar, mas queria que ela gozasse primeiro, porque
adorava vê-la fechar os olhos e observar a feição do seu rosto mudando para
boceta começou a apertar meu pau, então gozei também. Gozei gostoso
dentro dela. Eu queria mais, porém teríamos mais tempo. Anne saiu de
dentro da água; tirou uma toalha de dentro da sua bolsa e estendeu o tecido
entreguei uma para Anne, que logo abriu e tomou um gole. O Sol começou
Transamos de novo, dessa vez em cima da tolha; e quando deu nove horas
e voltamos para casa. Anne acenou para mim e entrou, fiz o mesmo e entrei
das vezes em que vim aqui, eu não te vi. Ou pode ser que ainda não era hora
completamente gelado.
vindo aqui ainda. Sou estudante de jornalismo e vim até Limoeiro para
sua ajuda para me informar sobre tudo. — Disse, levando o copo de chope a
todo mundo. Eu não tenho nada a reclamar, nasci aqui e moro na mesma
casa desde sempre. O que você quer saber, especificamente? — Ela se
ajeitou em seu assento e me olhou. Seus olhos eram claros, nem verdes e
nem azuis, mas eram bonitos. Seus lábios eram grossos, e ela tinha um
motel, o que realmente era estranho, ainda mais para mim, um pegador
nato.
também é meu irmão, se chama Nicolas. Mas devo ressaltar que o Átila é
meu chope.
— Percebi, pois tinha uma moça muito bonita com ele, além de duas
crianças. Eu não sou cega e a aliança dele não passa despercebida. Mas e
você? É casado, ou tem namorada?
— Nem uma coisa nem outra. Sou livre e não estou à procura. —
Levantei a mão para o rapaz. Nessa hora, entraram no bar, Anne, Clara e
vontade com ela chegando e me pegando com outra mulher no bar. Eles
algo como se fosse um segredo. Ela já estava muito animada. Notei que
Michele sorriu, me olhando. Com certeza ela mencionou algo sobre mim,
— Tudo esclarecido para você, seu idiota! Eu que sou burra mesmo.
Mas tudo bem, pode comer quem você quiser, vou fazer o mesmo. Sou
livre, não é, mesmo? Sou jovem e bonita. Chega de ficar esperando um cara
— Vai com quem a uma hora dessas? Espera que vou pedir um táxi,
birrenta. Voltamos à estaca zero novamente. Sabia como no dia seguinte ela
para abrir. Era domingo e com certeza todos deveriam estar reunidos para
almoçar na casa da Camila. Eu tinha que pôr na minha cabeça que essas
pessoas não eram a minha família, que eles gostavam de mim, mas ficava
do Vinícius. Mas tinha prometido a mim mesma que nunca mais voltaria a
transar com ele. Eu precisava ter amor próprio, deixá-lo se envolver com
joguei no sofá.
— Por que está assim toda descabelada? Cadê aquela Anne vaidosa?
Aquela que já acorda toda perfeita? Não vai me dizer que todo esse
sofrimento é por conta de macho? Pior, que esse macho é meu cunhado
— É por causa dele mesmo. Mas fique sabendo que não é porque eu
não aguentei, falei um monte pra ele. Agora estou aqui, sofrendo. Será que
ele não tem coração? — Peguei a vasilha de sua mão, abri e fui pegar uma
colher. Voltei para o sofá e comecei a comer, era a lasanha especial da
Maria Flor.
Vinícius não sinta nada por você. Ele só não quer admitir, boba. — Camila
se chorava.
trabalho. Estou até pensando em sair dessa casa e alugar outro canto, não
quero mais olhar na cara dele, já basta no trabalho, porque sou obrigada.
você é a madrinha das minhas filhas e minha melhor amiga? Vem aqui,
amiga, eu sei o quanto dói sofrer por amor, mas você vai superar as
encontrar um homem lindo, que vai te fazer a mulher mais feliz desse
mundo. E se você não encontrar vai ser feliz sozinha, porque homem não é
esperar lá em casa. — Ela disse, se levantando, sem querer ouvir que eu não
maquiagem leve. Depois peguei meu celular, calcei minha rasteirinha e saí,
empurrando o carrinho.
— Está dormindo. Ele não dormiu muito bem a noite passada, Júlia
tiver a minha casa e minha vida financeira estabilizada. Ah, e casada, claro.
— Sou mãe de primeira viagem, mas o Átila já é mais experiente.
Têm coisas que eu não sei como fazer, então ele sempre está me ensinando.
portão.
você, que te respeita, e que te deu duas filhas perfeitas. Sua história daria
uma manta sobre a grama. Colocou o bebê conforto, com a Júlia, em cima
Era apenas um bebê, mas já era curiosa. Me sentei perto da Camila, que
tio Vini, ele estava tão tristinho, acho que ele está ficando doente. —
— Por que você acha que o tio Vini está doente, amor? Ele te disse
conversando. Tio Vini disse assim: Eu só posso estar doente, irmão, estou
me sentindo estranho, não consegui fazer nada com ela. Ele ia contar mais,
olharam e tio Vini disse que era assunto de adulto. — Maria comentou e se
sexta-feira no bar. Tomara que tenha brochado mesmo, e que nunca mais
levante. Deus me livre desejar o mal para os outros, mas Vinícius precisa de
— Maria Flor é muito curiosa, ela ouve tudo. Ainda bem que eles a
Acredita que um dia desses ela perguntou se o coração dói quando estamos
apaixonados por alguém? Átila só faltou infartar. Mas ela disse que ouviu
ainda tinha que passar meu jaleco e arrumar a casa. Como passei o dia todo
dormindo, não fiz nada, nem mesmo lavei minhas roupas. Ajudei Camila a
mim e abriu um sorriso falso, tão falso quanto ele. Fechei minha cara, em
seguida, entrei, batendo a porta. Poderia até estar agindo como uma
adolescente boba, mas estava no meu direito. Eu estava sofrendo por ele.
Já fazia, praticamente, quinze dias que Anne não falava comigo; no
odiando esse modo de ela me tratar. Estava sentindo falta das suas piadas e
das suas gargalhadas. Antes, almoçávamos juntos todos os dias, agora ela se
Certo dia, estava chovendo muito e me ofereci para dar uma carona a
ela, mas ela negou, disse que iria com um amigo. Fiquei pensando que
amigo seria esse... ela só podia estar inventando. Entretanto, descobri que
não era mentira, pois a vi entrando no carro do Ítalo, o anestesista.
Sinceramente, não gostei nada daquilo. Eu não sabia mais o que fazer para
ela voltar a falar comigo, Anne era muito teimosa e eu um cabeça dura.
Porém, ela tinha razão, eu tinha machucado seu coração, sentia esse peso na
por mim, eu deveria ter me afastado. Acabei a magoando e não sabia o que
Anne da mesma forma que era pra ser sincero com ela e me afastar, pois
Anne era uma garota legal, que merecia encontrar alguém que a amasse de
quando ela disse que Anne merecia alguém que a amasse. Quando
nós, porém Camila disse que não mandamos nos nossos sentimentos e não
ficou me olhando em confusão, já que fazia tempo que eu não aparecia ali.
Falei, reparando que a farmácia estava indo muito bem. Não faltava
que estou doente? O papai morreu de infarto, será que estou infartando? Às
vezes, sinto uma dor enorme no meu coração e fico bem inquieto —
Vinícius, isso é sério, cara, se você está sentindo algo, o melhor a se fazer é
Átila sorriu.
comentou.
sacudi a cabeça — Depois conheci uma mulher na academia e sai com ela
várias vezes. Anne me viu com ela no bar, e enxerguei a decepção no seu
rosto. Agora, ela não quer olhar na minha cara. Se fosse ao contrário, será
que eu teria gostado? — Falei, olhando para ele e esperando uma resposta.
— Lembra da nossa conversa após o almoço quando estávamos em
que não se amarraria em ninguém. Pois esse dia chegou! Se você está
meteu.
— Levei ela para jantar na cidade, depois fomos ao motel. Mas não
significa que você tem que fazer a mesma coisa. Faça o que você achar
Mas faça, porque você quer fazer, não porque acha que ela está saindo com
outro. Isso que você está sentindo é amor, paixão. — Disse, tocando meu
ombro.
— Obrigado, meu irmão. Foi bom vir aqui falar com você. Como
irmão mais novo, eu me senti perdido. Ainda bem que tenho vocês comigo,
ontem mesmo conversei com Nicolas. Vou pensar bem no que você me
disse. Quero ter certeza dos meus sentimentos, pode ser que seja apenas
como não estávamos mais ficando, eu estava sentindo sua falta, era isso.
Mas por que algo me dizia que não era apenas isso? Liguei a moto e fui
direto para a academia. Era quase sete da noite e meu turno no hospital
tinha terminado há algum tempo. Estava cansado, mas queria malhar, suar e
colocar todo esse estresse para fora. Ao chegar na academia fui direto trocar
de roupa; coloquei uma camiseta e uma bermuda, calcei meu tênis e deixei
bastante peso. Notei que tinha poucos alunos naquele horário. Fiz uma série
de exercício, que me deixou todo suado. Peguei minha garrafa de água e
aproximou de mim.
meu braço.
para acabar, mas com certeza irei conseguir. Até mais, Vini. — Disse e saiu
andando.
Nicolas, com as manias dele de dieta, não comprou carne, pois só comia
— Hoje não. Estou tão cansado que só quero a minha cama. Acabei
podemos marcar outro dia. — Ela fez um biquinho, que eu achei forçado.
— Poxa, Vini, naquele dia que você me levou ao motel, nós não
pois notei que você não estava bem, estava cansado. Aí agora vem com essa
desculpa? Estou quase acreditando que sou feia. — Quase revirei meus
Por alguns minutos fiquei tentando criar coragem para ligar a moto e
ir para casa. Será que se eu entrasse na academia e tentasse falar com Anne
alegando que não era nada daquilo que ela estava pensando, ela acreditaria?
pedir para o doutor Maurício me transferir para o município onde meus pais
nos tornamos amigos; um dia desses, ele me chamou para sair depois que
muito. Até pensei que ele estava interessado em mim, mas ele me confessou
que era gay, e que só queria uma companhia para sair. Fomos a boate na
ele; Ítalo fingia que era hétero e quando Vinícius ficava nos olhando, ele
passava a mão no meu rosto. Precisava admitir que estava adorando brincar
com a cara daquele idiota. Ele tentou falar comigo várias vezes, mas eu não
quis ouvir, tinha certeza de que se eu lhe desse ousadia, pararia em sua
tinha ido fazer compras, pois como fazia a maioria das minhas refeições no
hospital não costumava comprar muitas coisas. Estava andando com duas
pessoa, era aquele cara que tinha convidado eu e a Clara para irmos à sua
chácara naquela vez em que fiquei muito bêbada. Senti um frio na espinha,
mas continuei andando; estava usando legue com um top e o cara me olhava
disse enquanto corria atrás de mim. Senti um alívio enorme quando vi que
incomodando? Muito cuidado com esses dois caras, faz horas que eles estão
atrás de confusão por aqui. Agora vou voltar para o trabalho. — Declarou,
— Oi, tia Anne. Olha a plantinha que meu tio Nico me deu —
— Vai nascer uma linda flor, igual a você. Agora vou entrar, porque
Comecei uma faxina e coloquei uma música para me dar ânimo; tirei
os lençóis da cama para trocar. Já era quase sete da noite quando acabei.
Peguei meu celular e liguei para minha mãe, ela me confirmou que chegaria
calça jeans, cintura alta, uma blusinha curta, que mostrava minha barriga,
calcei o tênis. Fiz uma maquiagem forte, coloquei batom vermelho, prendi
meu cabelo, peguei a minha bolsa e saí. Na hora, recebi uma mensagem do
lado, tranquei a porta e saí. Assim que estava saindo pelo portão, Vinícius
porta para mim; eu entrei e o esperei dar a volta no veículo para entrar
também. Vinícius continuou nos olhando; o vidro do carro era escuro, mas
para o Ítalo não ligar o carro ainda, porque era para o Vini acreditar que
direção. Depressa, Ítalo ligou o carro e saiu dali. Fiquei olhando o Vinícius
— Esse homem está com sangue nos olhos, ele vai me matar. A
demônio para conseguir ela de volta. Se prepara, porque ele virá com tudo.
— Ele não é violento, jamais vai brigar com você nos tapas. O
Eu já havia lido a história, mas seria a primeira vez que assistiria ao filme.
ter feito o que fez com a mocinha. Eles mereciam ser felizes. Soluçava
rapaz ao lado dele. Ele era inacreditável, era tão puto quanto meu vizinho.
números de telefones. Ele era rápido na paquera. Comi tanto sushi que
casa já era quase meia noite. No dia seguinte, cedo, eu teria que pegar
eu suava muito. Passei a mão na testa e notei que estava gelada. Me arrastei
profissional. Peguei meu celular e disquei seu número, mas apenas chamou.
Ele não atendeu. Droga! Saí de dentro de casa para ver se via algum táxi na
rua, mas era difícil quando um passava por ali, eles passavam mais na rua
do hospital. Já em frente de casa, tentei mais uma vez ligar para o senhor
Antônio, mas nada de ele atender. Meu Deus! A essa hora o ônibus que ia
até a rodoviária já havia passado. Me deu vontade de chorar. Ainda estava
Peguei meu celular e liguei para minha mãe, ela me disse que faltava
menos de meia hora para chegar. Falei que podia atrasar um pouco, pois não
estava conseguindo falar com o senhor do táxi que contratei para ir buscá-
la. Assim que me virei para entrar novamente, Vinícius saiu pelo portão em
quando ele falou comigo. Já fazia quase um mês que não falávamos um
com o outro.
chiclete; imaginei que seu hálito estava com gosto de menta. Notei que
Vinícius era tão bonito. Balancei minha cabeça, me negando a achá-lo lindo
pela manhã.
— Estou tentando ligar para o taxista que ia me levar até a
rodoviária para buscar minha mãe, mas ele não atende. Estou aqui na frente
assento e me entregando. Não era hora para agir com orgulho, pois minha
mãe já devia estar quase chegando. Mas eu não conseguiria subir em sua
moto sem lembrar das coisas que aconteceram e que nos distanciaram.
Antônio aparece, não quero te atrapalhar. Com certeza você tem hora
— Deixa de ser boba, Anne. Uma vez na vida aja como uma adulta,
ajuda. Não iria me sentir bem se passasse por você sem te oferecer uma
carona, poxa, e a rodoviária nem é tão longe assim. Posso te levar e ir
trabalhar sem problema algum. Sua mãe já deve ter chegado e não é bom
que ela fique te esperando, sozinha. Ela pode ser assaltada, pensa nela,
abraçando sua cintura, com certeza eu não iria dar uma de orgulhosa e
segurar no apoio da moto. Abracei sua cintura mesmo, sentindo seu cheiro.
Nem café tinha tomado, mas me senti enjoada de repente. Vinícius ligou a
estacionamento, desci e, ele logo desceu também. Achei que ele fosse
colocando os óculos escuros. Por que ele tinha que fazer isso? Algumas
mulheres passaram por nós, sorrindo para ele, que nem percebeu.
— Não precisa agradecer, você sabe que eu faria muito mais por
você. Acho que já está na hora de você parar de birra e voltar a falar
comigo. Sinto a sua falta. Você está namorando com aquele anestesista? —
— Tem razão, não é da minha conta. Você é livre e dona de si, não é
mesmo? — disse com desdém. Parei de andar e me virei olhando para ele.
chamou de infantil. Sobre sentir a minha falta, não minta, por favor. —
mim, a única coisa que sabe fazer é se afastar. Eu tenho culpa, sim, mas
você não olha na minha cara, não quer estar perto de mim. Eu já estou
cansado disso, sabia? Todas às vezes eu tentei conversar com você, porém
você não quis. — As pessoas que passavam perto de nós dois ficavam nos
um babaca. Quer saber a verdade? Eu me apaixonei por você sim. Por mais
que você me dissesse que nada, além de sexo, iria rolar entre a gente, eu me
apaixonei e fiquei esperando por quase um ano você dizer que também
estava apaixonado por mim, mas isso não aconteceu, e chega. Eu realmente
sua mão segurava na minha cintura tão forte que senti um pouco de dor. Eu
afastou e ficou me olhando com seus olhos negros, perdidos; sua respiração
quente saía de suas narinas, seus lábios se abriram, mas ele não conseguiu
dizer nada. Eu esperei para ver se ele confessaria algo, mas de sua boca só
discernir. Fiquei olhando para aquele homem alto e forte, que me deixou
forte dentro do peito que pensei que ele fosse parar a qualquer momento.
Após beijar Anne, eu desejei confessar que também estava sentindo algo
pisou em cima, sem dó nenhuma. Anne estava apaixonada por mim, ela
confessou. Minha única reação foi beijá-la. Eu não tinha como dizer em
palavras que estava sentindo a mesma coisa, por isso a beijei. Ela estava
namorando com aquele cara. Olhei no relógio e vi que estava quase na hora
infantil com câncer; não era dia de cantar músicas nem de contar histórias,
Pedrinho, um dos pacientes mais novos não estava nada bem; ele tinha
sobrinho para mim. Ele estava com quatro anos, e era uma criança muito
esperta; me chamava de tio Vini e dizia que quando crescesse queria ser
igual a mim.
sempre o deixava dessa forma, enjoado e ele passava o dia todo dormindo.
Mas naquele dia era diferente, porque ele estava sedado, já que estava
sentindo dor. Ao examiná-lo notei que sua barriga estava maior do que o
normal. Deixei-o com sua mãe e fui chamar o doutor Álvaro. Assim que
ficarem prontos.
prontos, levei até a sala do doutor Álvaro; ele me disse que já imaginava o
mais nada a se fazer, o que poderia ser feito, nós fizemos. Aquela notícia
havia acabado com o meu dia, eu não tive reação algum. Após o doutor
forte, mas quando o assunto era criança, eu não conseguia. Elas mereciam
tudo de bom dessa vida, mereciam viver, correr na rua, brincar e não
ficarem trancadas dentro de uma sala de hospital, nos seus melhores anos.
Lavei meu rosto e saí do banheiro. Todos os enfermeiros sentiram
andando em direção ao seu carro. Desci da minha moto e corri para tentar
alcançá-lo. Quando me viu, sua expressão mudou e ele ficou pálido. Eu não
iria arrumar briga, mas ia deixar bem claro que iria tentar reconquistar a
Anne.
Parei e fiquei olhando para ele, parecia que estava com medo de mim.
estava falando sério em reconquistar a Anne. Subi na moto e fui para casa,
nem pra academia fui. Meu celular começou a tocar quando ainda estava no
estacionamento e vi que era Michele. Não atendi. Liguei a moto e fui para
minha casa. Quando cheguei, cruzei com Átila, que estava chegando do
estava tudo bem. Depois de explicar tudo, fui para minha casa. Anne estava
onde almoçávamos aos domingos. Fui até a senhora, que sorriu feliz ao me
ver.
—Boa noite, dona Solange. Anne, Camila. Fez uma boa viagem? —
— Fiz sim, meu filho. Soube que foi você quem foi levar minha filha
deparar com Anne do lado de fora, segurando um prato com três fatias de
pizza. Seus olhos foram para minha barriga, mas não se demoraram muito,
insistiu. Disse que é para agradecer por você ter me levado na rodoviária.
— Pode deixar ali em cima da mesa, por favor? Estou com as mãos
frente.
ela, eu só vim deixar os pedaços de pizza, porque ela pediu, mas ela logo
vai sentir a minha falta.
— Não faça isso, você quer apenas me levar para sua cama. — Senti
— Não é isso. Quero que você saiba que eu quero tentar. Podemos
começar tudo de novo. O que acha de, no sábado, nós saímos para jantar?
de novo. Dessa vez será diferente. Nada desse negócio de ser somente sexo
que ele pense que estamos fazendo algo na casa de vocês. Você está,
praticamente sem roupas. Qualquer um que chegar aqui, vai pensar besteira.
— Então diz que aceita sair comigo. Um jantar e conversamos.
Simples assim.
— Não é tão simples assim. Preciso ir. Nos falamos outra hora.
Anne saiu pela porta sem olhar para trás. Fiquei parado, me
culpando, pois percebi que já era tarde para reconquistar essa garota. Eu
estava gostando dela de verdade, e faria tudo diferente se ela me desse uma
chance.
Tinha acabado de deixar minha mãe na rodoviária, só estava
precisava desse tempo com ela. A levei para o cinema na cidade, nas
recomendações.
gosta de você de verdade. Dê uma chance a ele. Se você não ouvir o que ele
tem para dizer, como vai saber se ele está dizendo a verdade ou não? Te
amo, agora preciso ir. Seu pai e seus irmãos devem estar passando fome. —
Disse e me abraçou.
férias iria passar o mês todo com eles. Pensei que ela não tinha notado o
todos. Até confirmar as minhas suspeitas, estava evitando até falar com
disse que ele o procurou no hospital dizendo que iria me reconquistar e que
era para ele sair do seu caminho. Foi uma ameaça. Meu amigo me disse que
era para eu conversar e ouvir o que ele tinha a me dizer. Foi a segunda
surtar. Esses dias tentei falar com a Camila, mas ela estava à procura de
uma babá para ficar com as crianças, porque voltaria a trabalhar, já que sua
ônibus; assim que ela partiu, eu fui para o trabalho. Peguei o ônibus e me
sentei tirando o celular de dentro da bolsa para tentar falar com a Camila.
Ela me atendeu.
preocupada.
— Não, está tudo bem com ela. O assunto é sobre mim mesmo. Mais
verifiquei as alas as quais eu estava responsável fui até a sala das crianças.
Eu não tinha ensaiado nada, mas era boa em inventar. Antes mesmo de me
ainda sonhava que algum dia seria uma escritora famosa. Mas conforme o
tempo foi passando o meu amor pela enfermagem falou mais alto; eu amava
partir de agora, ela virá participar conosco todas as vezes. Hoje, ela vai
contar uma piada para vocês, e ela é uma muito boa nisso. — Vinícius disse
— Aposto como vocês não tinham ouvido essa ainda. Estão prontas?
também estava sorrindo. Doutor Álvaro entrou e pediu para falar com
vontade de comer nada. Bebi apenas o suco. Saí do refeitório e fui até o
banheiro, vomitei um pouco e me senti fraca. Passei uma água no rosto
o choro, era apenas uma criança, ele era tão bom e esperto.
fizeram de ruim para merecer isso? — Disse e, vi que seus olhos estavam
a ele.
— Estou indo dar conforto a mãe dele, ela deve estar inconsolável.
Era somente eles dois. Já falei com o doutor Maurício. — Avisou, saindo
dava para ver o amor que tinha por elas. Se eu estivesse mesmo grávida,
torcia para que ele entendesse que eu não fiquei grávida por querer. Sempre
comer alguma coisa, pois estava morrendo de fome. Enviei uma mensagem
para ela, que me disse que Júlia estava dormindo. Átila ainda não tinha
bati em sua porta, ela abriu. Fomos para seu quarto, porque Maria estava na
sala; ela estava de olho na televisão, mas com certeza estaria ouvindo a
aguentava mais.
— Tem certeza? Fez exames? Porque se não fez vai fazer agora e
parar de ficar desse jeito, sua expressão está igual a de uma pessoa que fez
alguma coisa de errado, e você não fez. Vou pegar alguns testes, espera. —
Se levantou da cama e foi até o banheiro. Depois voltou com mais de quatro
— Pedi para o Átila trazer, pois mês passado pensei que estivesse
grávida, mas não era gravidez. Eu estava muito enjoada e meus seios
naquele banheiro e faça esses quatros testes. Não aguento mais essa sua
cara de aflição.
Abracei Camila e entrei no banheiro. Fiz xixi e fiquei esperando o
resultado. Chamei Camila e pedi para que ela olhasse o resultado. Sua
ano, mas ele disse ao Átila que você está namorando o anestesista. — Que
fruta que eu gosto, ele lambe o caroço. — Falei, olhando para ela. — Mas,
se eu quiser, ele assume o meu filho. O Vinícius vai me odiar, amiga, tenho
certeza de que ele vai pensar que foi de propósito, mas não foi. Eu juro. —
ele vai te questionar e achar que você engravidou, porque quis, mas se ele
não quisesse correr o risco, ele que usasse camisinha. Também é dever do
homem se prevenir. Vocês vão conversar e tudo vai se resolver. Agora se
Agradeci a Camila por tudo e fui para minha casa pensar na minha
vida e no bebê que eu estava carregando dentro de mim, Vinícius não iria
em perder um paciente, ainda mais sendo uma criança. Assim que desliguei
a moto, olhei para a casa da Anne. Pensei em bater em sua porta para
conversar, eu estava precisando. Mas não quis forçar nada, entrei em casa e
fui para o banho. Não estava com fome, então me deitei logo na cama.
Demorei para pegar no sono, pois minha cabeça estava cheia. Após alguns
horas eram, ainda faltava uma hora para ir trabalhar. Fui para a cozinha
preparar algo para comer; peguei dois ovos, bacon e fritei. Depois fiz um
café e me sentei na mesa para comer. Nicolas saiu do quarto, me deu bom
— Hoje não tem aula. É reunião com os pais, mas vou estar na
escola. Depois vou para a academia trabalhar. E você, não vai trabalhar? —
era uma criança apenas. Às vezes, nós não damos valor ao que temos, à
não quer nem olhar na minha cara. E a nossa mãe sempre nos ensinou a
fazendo de tudo para reverter a situação com Anne. Descobri que estou
gostando muito dela, é pra valer. Mas é tarde, ela já está namorando com
outro.
Vini. Não desista no primeiro obstáculo. Fale com ela sério, mostre que
você realmente quer conversar. E se depois da conversa não tiver mais jeito,
meu ombro.
mais uma vez peço que me escute. Se você não quiser conversar comigo em
outro lugar, nós podemos conversar aqui mesmo. Temos uma hora de
almoço. Se depois da conversa, você não quiser mais falar comigo nem
minha casa hoje. Não quero ter essa conversa em público, prefiro que seja
comida, mas nada descia. Tomei o copo de suco e fui para a sala de
meu caminho.
Quando deu por volta das sete da noite, saí do hospital. Passei na
ela fosse gostar, Maria Flor sempre dizia que flores alegravam o dia.
escolhi uma bermuda com uma camiseta, penteei meus cabelos, que
estavam grandes, e esperei dar a hora exata de Anne tomar banho e comer
alguma coisa. Enviei uma mensagem avisando que estava indo. Peguei o
buquê e bati em sua porta. Quando abriu, ficou confusa, mas entreguei para
ela. Entrei, me sentando no sofá. Notei que sua expressão estava carregada
— Você precisa cortar esse cabelo, está enorme. Parece até outra
pessoa.
— A minha cabeleireira passou mais de quinze dias sem falar
comigo. E prometi a mim mesmo que só cortaria quando ela voltasse a falar
estava estranha.
pensei que nosso acordo sobre ser apenas sexo daria certo, e eu devia ter me
ainda não estava pronto. Eu fui egoísta, um escroto. Mereço tudo isso que
estou passando; mereço que você não olhe na minha cara, que me odeie
pelo resto da minha vida. Mereço ver outro cara te fazendo feliz. Mas, por
favor, só me diga que eu posso ter uma nova chance de fazer você feliz. Ou
será que descobri tarde demais que estou apaixonado por você? Me diga,
Anne. É tarde demais para nós dois? — Olhei dentro dos seus olhos e os vi
Não está fazendo isso apenas por egoísmo? Por que me viu com outra
— Eu não sou criança, e muito menos agiria dessa forma com você.
Sempre fui claro com meus sentimentos, e não seria agora que sairia
estou apaixonado, é porque estou. Eu já errei muito com você, e não erraria
novamente. Basta você me dar uma chance e juro que faço tudo diferente.
de ouvir. Não estou afirmando que você está mentindo, mas é difícil para
apaixonado.
Era sábado e eu estava me arrumando para ir jantar com Vinícius.
Naquela noite, não tive coragem de contar a ele que estava grávida. Fiquei
com medo. Sentia que a reação dele seria de duvidar de mim. Nunca pensei
em engravidar tão cedo, pois tinha apenas vinte e seis anos e queria estar,
deixei de tomar o meu anticoncepcional nos dias certos, mas tudo o que
aconteceu me fez esquecer. Camila disse que eu não tinha culpa nenhuma, e
que se ele não me quisesse depois que descobrisse seria um problema dele.
pálido. Assim que peguei minha bolsa para sair, Vinícius me mandou uma
lindo; usava uma camisa social branca com as mangas dobradas até o
cotovelo, uma calça jeans, azul, mas um pouco desbotada e uma sapatilha
Ele estava tão charmoso... as duas argolas em suas orelhas ficaram perfeitas
com seu visual. O pai do meu filho era o homem mais lindo que eu já vi na
vida. Ele ficou parado na porta, me avaliando da cabeça aos pés, com um
sorriso de lado. Meu estômago se revirou, mas consegui ficar firme e não
para eu entrar. Olhei para ele perguntando o porquê não íamos de moto.
— Porque o céu está ficando escuro, acho que vai chover mais tarde
carro
estava preocupada, mas ele percebeu. Disse que eu estava estranha, mais
calada e, às vezes, muito pensativa. Mas eu disse que poderia ser a TPM.
refeição? — Olhei para ele e disse que se ele quisesse poderia pedir para
ele, pois eu queria um suco de laranja com bastante gelo. Ele franziu a testa
e chamou o garçom.
estava frio e eu tinha certeza de que já estava chovendo. Não sabia se iria
meu nervosismo.
não invadir sua privacidade, mas você anda pensativa e nervosa. Sei que
alguma coisa está te deixando assim. Pode me dizer o que está acontecendo,
triste.
Veio aqui hoje para me dizer que vai se casar e que é para eu seguir minha
onde transamos pela última vez. Nunca tive nada com o Ítalo, ele é só um
— Eu nunca disse que estava namorando com ele. Você que tirou
deu conselhos e me sempre me fazia sorrir. E acredite, ele foi a pessoa que
mais me incentivou a te dar uma chance, de te ouvir. Estou aqui, porque ele
me deu conselhos. Estou aqui para te ouvir, mas também quero te dizer que
você não é obrigado a nada só porque estou grávida. Podemos muito bem
— Você não tem noção do quanto está sendo difícil para mim te
tinha dezessete anos, me apaixonei por uma garota que tinha acabado de
chegar na cidade; por sorte, ela foi para a mesma turma que eu. Eu nunca
imaginei que amar alguém pudesse doer tanto e que também pudesse ser a
melhor sensação do mundo. Isis foi o meu céu e inferno ao mesmo tempo,
ela conseguiu tudo de mim. E quando pensei que ela era só minha, me
enganei totalmente; ela poderia até ter sido minha, mas foi de outros garotos
também. Quando eu a peguei com dois caras em sua cama, prometi a mim
mesmo que jamais confiaria em outra mulher novamente. Mas então você
confessou aquilo.
— Você ouviu meu xingamento? Mas você disse que não tinha
— Garota, você fala tão, mais tão alto que se eu estivesse na minha
casa, teria te escutado. Você xingou a minha mãe, que já está no céu. Mas
relacionar com alguém e já descubro que vou ser pai. — Tocou na minha
Maria Flor. Eu não estou preparada para ser mãe. Não sei cuidar nem de
mim, imagina de um bebê? E você ainda ama essa tal de Isis? — Eu sabia
prometi a mim mesmo que nunca mais deixaria uma mulher brincar
comigo, por isso não quis relacionamento sério com ninguém. Isso é
passado, agora temos que falar no nosso futuro. Estou disposto a ter um
nova ainda nem viajei para conhecer o mundo. Agora vou ser mãe.
brincando.
brilhando.
lambia e chupava sua boceta doce. Ela já tinha gozado três vezes na minha
seu corpo, enterrando todo meu pau dentro dela, que gemia o meu nome.
sintonia pareciam uma canção. Assim que gozei saí de dentro dela devagar
e fui distribuindo beijos por toda sua barriga lisa até chegar em seu ventre
onde nosso filho estava sendo formado. Parei um minuto e fiquei olhando
considerava como minhas filhas. Mas agora sabendo que seria pai a
sensação era completamente diferente. Com certeza faria de tudo para que
meu filho fosse feliz, ele seria a criança mais amada desse mundo. Olhei
para Anne e percebi que dormia; peguei a coberta da cama e coloquei sobre
a coberta cair revelando seu corpo nu. Olhei para ela, admirando sua beleza;
Anne era tão linda... para falar a verdade, eu não poderia ter escolhido
pessoa melhor para ser a mãe dos meus filhos. Olha... eu já mencionando
mudam!
que estava muito cansada depois de ter gozado várias vezes. Mas
precisamos ir. Na hora do almoço quero dar a notícia para meus irmãos
sobre o fato de eu ser pai. Com certeza a Camila já deve saber, né? — Anne
— Claro que sabe, ela é minha melhor amiga. Ítalo também sabe.
Foi Camila quem me deu os testes para fazer, e todos deram positivos. Mas
ela não contou pra ninguém. Vou tomar um banho, estou toda dolorida. —
banheiro.
— Problema seu, ele é meu amigo e vai ser padrinho do nosso filho.
— Quase, ele é gay. E não precisa ter ciúmes dele. E nem o ameaçar.
ela me fez comprar pastel com caldo de cana que um senhor estava
apetite... ainda disse que faltou maionese e catchup. Quem que come pastel
trás e dormiu. Que legal! Não teria ninguém para conversar. Liguei o rádio
numa estação em que estava tocando uma música que conhecia, fiquei
cantarolando baixo para não acordar Anne. Como o trânsito não estava
beijos pelo seu pescoço... ela ficou toda manhosa. Em seguida, beijei seus
lábios, que se abriram para receber minha língua, senti o gosto do pastel de
puxando minha cabeça para beijar minha boca novamente. Enquanto ela
— Tio Vini? É o senhor que está dentro do carro com a tia Anne?
calça.
dentro do carro. — Anne disse para a pequena curiosa, que ficou parada me
esperando descer.
você é a primeira pessoa a ficar sabendo. Não conte para ninguém, porque
chegaram a brilhar.
— Eu não vou contar. Vocês sabiam que agora eu e minha irmã Júlia
vamos ter uma babá? O nome dela é Sarah. Mamãe disse que ela vem nos
hospital estão precisando dela. Eu acho que a Júlia vai chorar muito
parando em frente a porta da casa dela; Átila estava com a Júlia no colo
dando mamadeira. Entrei para entregar a chave do seu carro e agradecer.
Assim que a pequena me viu parou de mamar e sorriu para mim, beijei seu
trocar de roupas. Porém assim que terminasse, eu iria para sua casa. Aos
poucos levaria minhas roupas sem que ela percebesse. Após tomar banho,
— Não consigo mais ficar longe de você. Vou dormir aqui, e não
adianta dizer que não. — Me sentei no sofá e a puxei para meu colo, que
mandou mensagem. Estou indo agora antes que eu durma, estou morrendo
todos estavam felizes, até Júlia começou a gritar, feliz. Maria flor nos
olhava de forma cúmplice, ela estava doida para falar que eu estava
bateram palmas. Maria Flor disse que já sabia, pois contei a ela primeiro,
porém pedi segredo, por isso ela não podia contar para ninguém. Rimos e
está grávida, soube ontem. Confesso que estou morrendo de medo, mas me
sinto feliz em saber que vou ser pai. — Meus irmãos se entreolharam,
felicidade. Não via a hora de ver meu filho nascer. Olhei para Anne e a
consulta com a obstetra do hospital para aquele dia, fazia quase uma
preocupado.
— Estou nervosa. Minha mãe teve gêmeos, então tenho uma grande
— Vire essa boca pra lá, Vinícius! Minha vagina não vai passar dois
ela me disse que meu peso estava normal, mas que, provavelmente deveria
engordar ao menos dez quilos. Disse também que minha alimentação podia
tinha caso de pessoas com hipertensão na família teria que tomar cuidado.
Percebi que Vinicius anotava tudo o que ela falava, certamente ele iria
se meu parto seria normal e, claro o que mais estava tirando meu sono: se
e fomos fazer. Eu estava tão ansiosa que me deu vontade de fazer xixi,
pequeno monitor. Sons altos começaram a ecoar, olhei para o Vinícius, que
Anne. Está tudo bem com o bebê, ele está se formando perfeitamente bem e
vai ser grande — disse.
A minha vagina vai sofrer para expulsar esse bebê enorme de dentro
de mim.
mas ainda sentia bastante sono. Após a consulta, saí do consultório e fui
mudou para minha casa. Admitia que estava sendo bom passar todo o
tempo com ele. Quando estava estressada, ele comprava todos os doces que
de dizer que o amava, mas não disse por medo de não ouvir de volta. Não
sabia dizer se ele já me amava, mas sentia que ele gostava muito de mim.
levar meus pais para jantar pra comunicar que iríamos ter um filho. No
começo, com certeza meu pai iria estranhar, mas sabia que ele ficaria muito
feliz por ser avô. Minha mãe, como era dramática, ficou toda preocupada
achando que tinha acontecido alguma coisa, mas a tranquilizei dizendo que
disse isso, porque ela não podia ficar preocupada, ou sua pressão subia e ela
passava mal. Ficou acertado de eles virem no final de semana. Eles iriam
ficar na casa do Nicolas. Por falar nele, eu desconfiava que ele estava
para Vinicius, que me disse que ele era muito reservado, e que se ele
estivesse interessado teria que travar uma luta árdua para convidá-la para
sair. Soube que ele já foi noivo, mas não deu certo, por isso se tornou tão
reservado... esses irmãos são cheios de traumas. Estava deitada quando ouvi
— Abre — pediu.
Puxei o laço para abrir a caixinha e vi que dentro dela tinha um par
homem, mas ele estava se saindo um ótimo pai. Olhei para ele, emocionada.
caixinha.
não comprava, porque não tinha filhos. Agora vou ser pai, e quando a vi
vendendo achei tão lindo, que resolvi encomendar. — Disse, tirando os
homem tomando banho, era alto e viril. Ele sorriu quando percebeu meu
— Por que você não vem tomar banho comigo? Depois podemos
dentro da minha boca. Ergui meu olhar e percebi que Vinícius estava de
olhos fechados, gemendo. Senti o exato momento em que ele iria gozar,
então comecei a chupar mais rápido, seu gozo forte e quente foi fundo na
minha garganta; senti suas mãos pegando em meu braço e seus lábios
expressões. Fazíamos sexo todos os dias, mas era sempre diferente; cada dia
que passava, eu sentia que ele estava mais ligado a mim, a forma como me
direção. Eu só queria que ele dissesse que me amava. Mas ele deu um beijo
mesa com mais duas pessoas; quando olhou para meu namorado, sorriu, se
viesse com aquela voz melosa pedindo para conhecer mais a cidade. Porque
já teve tempo suficiente para saber onde ficava tudo, inclusive, a vergonha
tendo alguma coisa, em seguida, foi atrás de mim falando que Vinícius era
namorada. Estou indo para a academia em outro horário, essa semana não
fui, porque tive que ficar cuidando dela, pois está enjoando muito. Os
primeiros meses de gravidez são sempre difíceis. — Ele disse e a perua
Nos sentamos à mesa e fiquei olhando para ele, que deu de ombros.
está me vendo, vou partir para a ignorância — falei, bem séria. Ele riu,
brincando com o perigo. Afinal, ele não sabia, mas fiz um ano de defesa
pessoal.
— Caramba! Você fica tão linda brava. Não precisa se estressar com
isso, você sabe que quando afirmei um compromisso com você é pra valer.
Fiquei olhando para ele e sorri, contente. Vinícius fazia de tudo para
me ver bem. Ele podia não ter dito que me amava com suas palavras, mas
entrada no hospital com suspeita de aborto, então fui para a sala onde a
chamava Isis Lacerda. Poderia ser apena uma coincidência, ou não. Por um
breve momento, fiquei parado tentando fazer com que minhas pernas
como você está. Sente dor? — Olhei para o soro, que já estava quase
acabando.
hora. Era ela, a garota por qual fui apaixonado na adolescência, a que
quebrou meu coração. Fingi que não a reconheci e fiquei olhando para sua
Bárbara? Nossa! Você está tão mudado, está mais bonito de quando era
adolescente. A minha mãe disse que você tinha se tornado enfermeiro e até
me mostrou fotos suas quando vim visitá-la pela última vez. Como você
— Vendo você hoje, e dessa forma... sequer percebe que seu ato
mudou toda minha vida. Mudou minha forma de ver as mulheres. Por anos,
me blindei para não me apaixonar por ninguém. O que você fez mexeu
muito comigo e me machucou bastante. — Falei, verificando o acesso do
soro.
— Sério que fiz isso tudo com você? Meu Deus! Eu não imaginava,
até porque éramos tão novos, tínhamos tanta vida pela frente... Me perdoe.
eu que tinha outra visão do amor, achava que eu e você éramos para
de assunto.
— Tem sim, o meu marido já deve ter chegado. — Disse baixo, acho
perto da cama, depois ajudei Isis a se sentar. Deixei a paciente na sala e saí
— Parecia que você conhecia aquela mulher, notei que ela te olhava
de maneira diferente. Não estou com ciúmes não, só achei estranho mesmo.
brincou comigo. Acredita que ela não sabia que tinha me machucado? Eu
era muito ingênuo mesmo por achar que já sabia sobre o amor aos dezessete
anos de idade. Passei metade dos anos fugindo do amor. Até você aparecer.
dormia na casa dela, já tinha até algumas peças de roupas em seu roupeiro.
meses, mas sua barriga ainda não aparecia, eu estava ansioso para vê-la
com a barriga enorme. Precisava admitir que estava bastante feliz; em
Tínhamos contado aos pais de Anne que ela estava grávida; o senhor João
perguntou se íamos nos casar. Eu disse que se fosse por mim já estávamos
casados. Mas Anne não queria; afirmava que ainda estávamos na fase do
namoro, e que casar não mudaria nada. Disse que o que valia era o fato de
estarmos juntos e que iríamos criar nosso filho com todo amor. Casar era
apenas um status. Fiquei olhando aquela mulher, ela era bem jovem, mas
tinha muita maturidade. A cada dia eu aprendia muito com ela. Suspirei,
completamente fascinado.
casa, já que seus pais estavam em Limoeiro e ficaram na casa dela. Entrei
filme.
— Os pais dela estão lá. Além disso, Anne não se sente bem
dormir aqui.
te amar de volta, se não deu certo com uma, acho válido sofrer, mas se
fechar para novos amores ou paixões, como eu fiz só nos faz perder a
oportunidade de conhecer pessoas bacanas. Mas acho que não era hora de
por você, meu irmão, espero que seja para sempre, você e ela. Anne faz
muito bem a você, e ela é uma garota especial, não a perca nunca — falou.
seu coração, você sim, é um cara que merece muito. Quando ela aparecer,
por favor, não faça que nem eu, não deixe ela escapar. — Falei tocando o
olhos, mas o sono não veio. Minha mente imaginava, eu, Anne e nosso
apaixonei fiz logo um filho. Minha vizinha se tornou o amor da minha vida
Sete meses depois....
décima vez, eu estava enorme, tudo em mim estava enorme. Meus seios,
Não estava sentindo os sinais para ter meu bebê de parto normal, e já
fazia uma semana que esperava para dar à luz; fiz um exame de ultrassom
no dia anterior e precisava me internar para fazer uma cesariana. Eu não
queria, queria ter meu filho de parto normal, mas ele não queria vir desse
— Por que está chorando, amor? Está sentindo dor? Temos que nos
uma boba.
doem. Meu quadril triplicou de tamanho e - minha coluna parece que vai
quebrar a qualquer momento. Ainda vou ter que fazer uma cesariana. Por
que nosso filho não quer nascer de parto normal? Fiz todos os exercícios
mas medo que você achasse que era muito cedo para falar. E hoje, eu te
amo muito mais do que antes; amo você com essa barriga enorme, com
essas estrias nos seios que você tanto tenta esconder de mim sempre que
fazemos amor no claro. Amo o seu corpo como está. Sei que não quer fazer
uma cesariana, porque vai ficar com a cicatriz da cirurgia. Acha que eu vou
ligar para as marcas do seu corpo? Mas eu te digo, eu não ligo. Amo você
você com tudo; com as gordurinhas a mais, com seu mau humor, quando
dormir na casa do Nicolas. Amo você para sempre. Você quer casar
comigo? — Ele tirou uma caixinha do bolso do seu moletom, abriu e tirou
amo quando você me faz enxergar que sou a mulher mais linda desse
do Nicolas, você sempre diz que me ama nos piores momentos da minha
para a maternidade.
Vinícius comprou um carro, pois não dava mais para sair de moto.
Eu sabia o quanto tinha sido difícil para ele vender sua moto a fim de dar de
já tinham sido avisados e chegariam no outro dia. Minha mãe disse que
ficaria comigo por uma semana para cuidar de mim, pois Vinícius teria que
tranquilizando, dizendo que iria dar tudo certo, que nosso filho iria nascer
saudável e que eu era muito forte. Afirmou que estaria ao meu lado me
dando apoio.
estava filmando tudo, ele estava tão emocionado quanto eu. Nosso filho era
bem deles dois. Eram meus meninos, e eu os amava mais que tudo.
Alguns meses depois...
entrar na igreja. Nosso filho estava com quatro meses e entraria com ela.
Nosso pequeno Davi era tão esperto, pelos poucos meses que tinha, já fazia
uma bagunça. Quando eu saía para trabalhar, ele ficava chorando, quando
eu chegava, ele fazia a maior festa. Olhei para Átila, Nicolas e Ítalo, sim, o
Ítalo, ele era um dos padrinhos, Anne disse que só casava se ele fosse
convidado. Claro que eu não tinha nenhuma raiva dele, mas não éramos tão
amigos como ele era da minha mulher. Mas eu gostava dele. Átila se
nos braços, ela era uma garota de vinte anos e tinha o olhar muito triste;
outro dia chegou com uma marca roxa nos braços, mas disse que caiu.
Camila descobriu que a mãe da garota já era morta; ela morava com o
braços dados com o pai e segurando nosso filho nos braços, ele usava um
tinha um filho lindo e a mulher mais gostosa desse mundo. Minha sobrinha
Maria Flor era a dama de honra, e sorria para todos enquanto jogava pétalas
de rosas pelo chão. O pai de Anne me entregou sua filha e nos desejou toda
a felicidade do mundo; beijei meu filho, que foi com o avô. De frente para o
casamento.
esposo?
esposa? — Olhei para o amor da minha vida e respondi com todas as letras.
— Aceito.
— As alianças? — O padre perguntou e Maria entregou para ele. Em
seguida, ele que nos entregou. Coloquei no dedo de Anne, e depois ela
colocou no meu.
Assim que o padre nos deu permissão, eu beijei minha esposa com
que eu teria muitos problemas pela frente. Ela fala alto, tem a risada mais
espelho dizendo que está feia. Mas ela mal sabe que é a mulher mais linda
desse mundo. Ela me deu o meu maior presente, o nosso filho, o nosso
meu esposo. Ele tem essa cara de bravo, mas é a pessoa mais sensível que
dia em que você jogou lama em mim, quis te matar, mas quando você me
ofereceu sua tolha para eu enxugar meu rosto, desisti no mesmo instante.
maravilhoso para nosso filho. E será meu amor para sempre. Eu te amo,
fim
Camila Milani tinha um passado triste e conturbado. Depois que
traição do noivo com sua melhor amiga, decidiu se mudar para outra
conheceu uma linda garotinha chamada Maria Flor, que mexeu com seu
sentia sempre que via o pai da menina... Átila, que também era seu vizinho.
farmácia do bairro em que morava. Viúvo, e pai da pequena Maria Flor, não
gravidez era de risco e que isso poderia acontecer por conta da eclampsia
devido à pressão alta. Nós fizemos de tudo, pois nossa vontade era de
dizer nada, meu coração batia tão forte dentro do peito que, por um instante,
pensei que infartaria a qualquer momento; a dor que eu estava sentindo era
uma das mais dolorosas. Perdi as forças das pernas e caí de joelhos no chão,
lamentando por ter perdido a mulher que mais amava no mundo. Meus
pais tinham mais três casas no mesmo quintal, em Limoeiro, que eles
com a Aurora; Nicolas passou a morar em uma das casas com Vinícius,
nós logo soubemos que sua gestação seria de risco devido à pressão alta.
toda deitada, idas e vindas ao hospital, ela nunca deixou de sorrir, sempre
irmãos tiveram a ideia de fazer um chá de bebê e alguns dos nossos amigos
trouxeram presentes para nossa filha. Quando ela soube que estava
sei lá o quê, ela nem viu nossa afilha nascer, mas a amava com todas as suas
forças. Os médicos tiveram que fazer o parto às pressas com apenas oito
meses de gestação, uma cesariana de risco. Aurora sempre repetia que era
para eu escolher nossa filha, caso tivesse que optar por uma das duas.
Minha esposa não resistiu e se foi para sempre, deixando um pedaço seu
velório da filha, não quiseram saber da neta, pois achavam que eu e minha
filha tivemos culpa pela morte da filha deles. Eu era um jovem de vinte e
seis anos, e tive que deixar minha dor de lado para ser o melhor pai do
Maria Flor ainda ficou internada na Maternidade por mais dois meses, e eu
não deixei de ir visitá-la um dia sequer. Fui pai canguru, pois minha bebê
precisava ser aquecida. Aquele ser indefeso não sabia, mas era tudo o que
no dia em que me formei em pediatria. Desde pequena esse foi meu sonho;
passei a vida inteira vendo a dedicação dos meus pais, ele era clínico geral e
minha mãe sua secretária. Desde sempre, eles foram meus exemplos, não só
na vida, mas também no amor. Meu pai era uma pessoa muito amorosa, e
foram raras as vezes em que o vi brigando com alguém ou chamando a
atenção.
Primeiro, nós nos tornamos amigos. Eu, ele e minha melhor amiga éramos
inseparáveis, às vezes, ele ligava pra Carla para pedir conselhos e os dois
de noivado, senti que Carla ficou um pouco distante de mim, ela alegava
que estava estudando muito. E como eu também estava nem liguei para seu
distanciamento.
semana, eu havia ligado para ele, mas senti que ele estava um tanto
estressado. Supus que seria por causa das provas finais que estava fazendo,
cinco horas da tarde e fui direto para sua casa. Dona Andrea, sua mãe,
abraço nela, e entrei. Como eu já sabia onde era o quarto do meu noivo,
caminhei pelo corredor. Assim que coloquei a mão na maçaneta da porta
para abri-la, ouvi vozes descontroladas, era Carla. Será que eles estavam
fossem um casal. Algo dentro de mim apitou em alerta. Será que estavam
— Eu não vou abortar nosso filho, Pedro. Não fiz essa criança
disse que ia terminar tudo com ela. Camila não entende você e, eu sei tudo
o que você gosta. Sei, praticamente, tudo sobre você. Sua mãe me adora,
chute no saco do meu ex-noivo traidor. Não fiz escândalos, porque nunca
passei com o carro por cima dele, porque ele não valia o meu réu primário.
dando ordem para a empregada não deixar Pedro entrar. Não queria nem
olhar para a cara dele. Tinha certeza de que ele viria atrás de mim querendo
Carla era minha melhor amiga e, eu sempre contei pra ela tudo sobre o
Pedro, desde nossas brigas até quando fazíamos as pazes. Quando ele me
pediu em casamento, ela me disse que era muito cedo para nos casarmos,
não entendi nada na época, mas agora estava tudo muito claro, ela estava
quem era.
ia te contar tudo, mas só depois que estivéssemos casados. Não vou mais
mentir para você. Fui fraco sim, admito. Mas o importante é que estou
assumindo. Carla também tem sua parcela de culpa, porque sempre deu em
cima de mim. Quando fui estudar na casa dela, ela me ofereceu uma taça de
vinho e rolou, mas foi só uma vez, vida, duas ou três vezes apenas. — De
— Não amor, não vou mais mentir para você. Eu e ela estávamos
cama andando de um lado para outro, furiosa por ouvir da boca do homem,
que eu tinha depositado toda a minha confiança e todo meu amor, que ele
deles. Seus cabelos estavam bagunçados e ele estava muito triste, mas nada
do que ele dissesse me faria voltar atrás da minha palavra. Eu não gostava
de mentiras.
me traiu. Como que vou me casar com um homem que vai ter um filho com
hora que ia fechando a porta, meus pais apareceram. Minha mãe com a cara
dizendo que vocês dois estavam brigando. Logo vocês, que nunca brigam.
Alguém pode me explicar? — Todos entraram no meu quarto, esperei o
— Advinha quem vai ser pai? Mas eu não serei a mãe. — Meus pais
ela está grávida dele! — Contei, soluçando. Meu pai olhou para o Pedro
verdade, meu pai era a calmaria em pessoa. Mas quando se tratava de mim,
O interrompi:
visitando sua amante e seu filho? Acha que filhos são erros para corrigir de
com você mesmo assim, não poderei fazer nada. Mas tenho certeza de que
isso não irá acontecer, pelo que conheço da minha filha, você a magoou
muito.
tudo pronto. E agora? Minha filha... pensa bem. — Olhei para minha mãe
aos convidados que não vai mais haver casamento? As coisas não são tão
simples assim.
— Avisando! Vou começar agora mesmo. Desmarcar buffet, salão de
achar ruim.
— Me perdoa. Eu te amo.
Agora.
Pedro saiu e minha mãe foi atrás dele. Meu pai ficou me olhando e,
eu corri para seus braços e comecei a chorar. Eu queria ir para bem longe,
pediatra.
— Pai me ajuda a conseguir um trabalho no hospital daquele seu
Meu pai sorriu e tirou o telefone do bolso ligando para seu amigo,
falou comigo.
conseguir me ajudar. —, mas você sabe que nesse hospital, o trabalho será
dobrado..., porém, acredito que vai ser muito bom para você adquirir
conte comigo sempre. Maurício disse que vai alugar uma casa para você na
cidadezinha, já que ele conhece o dono. Você vai estar em boas mãos.
adormeci.
Depois de uma semana, consegui desmarcar tudo relacionado ao
minha parte. Não queria mais nenhum vínculo com ele. Ele ainda tentou me
fazer mudar de ideia, mas fui firme. Tive um embate com minha mãe, ela
queria enfiar na minha cabeça que eu deveria pensar mais e que poderia
assim. Eu, de verdade, preferi não brigar mais com ela, sabia que ela
sempre foi apaixonada por Pedro Henrique e que tentou de todas as formas
não se envolver com ele, porque sabia que ele me amava, mas que errou e
só queria meu perdão. Ela iria embora para a casa dos pais e ia criar o filho
sozinha. Ainda aconselhei a cobra, disse que se a criança tinha pai era a
obrigação dele sustentar o filho. Não conseguia perdoar nenhum dos dois,
minha vida era paz e sossego, bem longe de São Carlos. Eu já tinha
embarcaria mais a noite. Meu pai me deu todo o apoio, e minha mãe achava
que eu estava fugindo. Não vi mais o Pedro, ele entendeu que nada do que
Vinícius e Anne faça você se apaixonar. Se ainda não leu o primeiro livro
capítulos!!!
O livro três tem previsão para ser lançado final de junho. Beijos!!!!!
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