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Leitura: Aurora
09/2021
Aviso
Risque isso.
— Sim senhor.
— Não podemos fazer mais nada por ele. Nova York não
é mais segura para nós. Temos que ir embora, Maddox, e não
podemos mais voltar. — Ela me arrastou em direção ao nosso
velho Ford Mustang e me sentou no banco do passageiro. O
carro estava tão cheio de malas que eu não podia olhar pela
janela traseira.
— Você sempre é.
Mamãe deu a papai um olhar que não entendi.
Amo correu até nós, o suor voando por toda parte de seu
corpo brilhante.
Sinto sua falta. Se não tivesse tanto trabalho, iria até aí.
— Não.
— Onde?
— Acertei um deles.
— Foda-se, vadia.
— Não, ele não o faz. Isso é algo que todo mundo com
um pouco de cérebro sabe. — Não sabia se ela estava
mentindo. Ela tinha uma boa cara de pôquer. E era
definitivamente muito confiante para seu próprio bem.
— Estou indo!
Ela não disse nada, mas quase pude sentir seus olhos
furiosos no meu pescoço.
Não sabia que horas eram. Devo ter perdido meu relógio
como um dos meus sapatos em minha luta, mas horas devem
ter se passado desde que fui sequestrada. A ideia de que
estive desmaiada por horas enviou um calafrio pela minha
espinha, me perguntando o que aqueles animais fizeram
nesse ínterim.
— Temos um porão.
Maddox White.
— Mas não era por isso que você não conseguia tirar os
olhos de mim. Conheço a expressão que estava em seu rosto.
Você pode negar o quanto quiser, mas aposto que fantasiou
sobre mim depois daquele dia.
— Não.
— Oh, você não vai? Então teremos que fazer isso por
você, — Earl disse com um sorriso desagradável.
— Seu noivo?
— E?
Sabia que ela estava certa, mas não podia deixar que
nos considerasse aliados. Nós não éramos. Ela era a cativa e
filha do meu pior inimigo.
— Você os fez?
— Onde? — Perguntei.
— Seu pai.
— Isso é nojento.
— Ambos, — murmurei.
— Eu não.
— Branca de Neve?
Sem dúvida...
— Por quê?
— Sei?
Porra.
— Earl disse que vai falar com o seu velho. Esta pode
ser uma de nossas últimas noites juntos.
— De dar.
Não tinha certeza de por que fiz isso, mas pisei na cama
e olhei para Maddox.
O encarei.
Porra. Earl deve ter usado sua chave reserva para entrar
no meu quarto. Passei por um Cody sorridente e corri escada
acima, meu coração batendo forte. O que diabos ele
fez? Achei que Vitiello estava pronto para a
troca? Destranquei a porta e invadi o quarto. Respingos de
sangue cobriam o chão, levando ao pequeno banheiro. O
sangue nunca me incomodou. Depois da carnificina que
Vitiello causou diante dos meus olhos quando menino, estava
muito endurecido para ser incomodado por isso. E, no
entanto, a visão desses poucos respingos de sangue fez meu
coração disparar.
— Você deve ser trocada por seu pai, como te disse. Era
para acontecer esta semana.
— Feito, — disse.
Finalmente, seu olhar voltou para mim. O sorriso que
ela me deu foi amargo. — Isso era o que você queria,
hein? Trazer um Vitiello às lágrimas.
— Fique.
— O sequestro?
— Não, você não vai, — rosnei, mas tive que admitir que
me emocionou saber que este homem não tinha medo de
enfrentar meu pai. Eu só queria que houvesse uma chance
para nós, para os dois viverem.
— Durma, — murmurei.
Earl White
Presidente do Tartarus MC
— Aria...
1Um hellhound, cão do inferno ou cão negro, é um cão sobrenatural do folclore. Uma
grande variedade de cães infernais sobrenaturais ocorrem em mitologias de todo o
mundo, sendo notável, porém, na Inglaterra
Matteo cerrou os dentes e desviou o olhar, murmurando
algo sob sua respiração. Não tinha certeza se podia
falar. Minha fúria queimava muito intensamente.
— Você é um traidor!
— O que é?
— Diga-me.
— Muito mais.
Virei minha cabeça para o lado até poder ver tudo. Earl
destrancou a porta da gaiola e Cody tirou o outro cachorro da
gaiola. Earl libertou Satan. — Acho que nós dois sabemos
que deve que acabar assim. — O sorriso de Earl era cruel. Ele
trancou Satan na gaiola com Maddox, que se virou
lentamente pressionando suas costas contra as grades.
Não me mexi.
— Traí meus irmãos por você. Talvez morra por você
assim que seu pai colocar as mãos em mim.
— Agora ela.
Gritos soaram.
— E quanto a Satan?
— Não! — Gritei.
Olhei para meu tio. — Diga ao papai que ele não pode
matar Maddox.
Maddox.
— Quero um lembrete.
— Oh, Marci, estou tão feliz em ouvir sua voz. Mal posso
esperar para tê-la em meus braços.
— Obrigada, pai.
— Marci...
— Por favor.
2
a joia tocou minha orelha ainda sensível. — É bom que você
tenha mais furos na orelha.
Assenti. — Maddox.
— Podia controlar.
— Homens.
— Você cresceu.
— Sim.
… E Maddox.
— Pai, não.
— Ele vai sofrer, mas não pelas suas mãos, pai, — disse
com firmeza, forçando um sorriso, e me virei para
Maddox. Seu olhar mudou da lâmina brilhante para os meus
olhos. Como sempre acontecia, meu coração deu um salto
quando encontrei seu olhar. Este era o nosso momento da
verdade, o momento que provaria sua lealdade ou acabaria o
que nunca deveria acontecer. Não tinha certeza se meu
coração sobreviveria a este último.
Não era por isso que estávamos aqui agora, por que
matei a única figura paterna que conhecia desde que era um
garotinho. Eu não queria ver o lado ruim dele, e eu mesmo
tinha lado ruim o suficiente, então nunca ousei lançar meu
julgamento sobre outro ser humano. No entanto, Earl tinha
ido longe demais. Ele cruzou uma barreira que sempre
existiu, uma barreira que o levou e ao nosso clube por uma
estrada de onde não havia como voltar. Devíamos ter
percebido quando mais e mais membros se tornaram
nômades, muitos homens bons que o clube poderia ter usado
durante as votações.
— Me dê um segundo.
— Meu pai não confia em você. Ele não acha que você é
leal.
Aproximei-me, cada passo enviando uma pontada pelo
meu corpo. Estava quase certo de que tinha vários ossos
quebrados que precisavam de tratamento. — Não provei isso
quando traí o clube por você?
— Você.
— Você perdoou?
— Se eu soubesse qual é.
Capítulo 22
— Queimamos tudo.
Ele assentiu.
— Obrigado.
— Obrigada mãe.
Growl assentiu.
Continua em