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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA

Pré-Cálculo
Conjuntos e Funções

BELÉM
2024
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA

Hito Braga de Moraes


DIRETOR GERAL

Miércio Cardoso de Alcântara Neto


DIRETOR ADJUNTO

OFICINA DE NIVELAMENTO 2024

Pré-Cálculo
DISCENTES PARTICIPANTES

EQUIPE 2023.4
Gabrielle Nonato Dias Bacharelado em Engenharia da Computação

Genivaldo Charchar da Silva Bacharelado em Engenharia Elétrica

José Henrique Barbosa Pena Bacharelado em Engenharia da Computação

Kennedy da Silva Corrêa Bacharelado em Engenharia Biomédica

Lucas Yoshi Tsugawa Palheta Bacharelado em Engenharia Mecânica

Madjer Felipe Araújo da Costa Bacharelado em Engenharia Elétrica

Radijha Jennifer Nunes da Silva Bacharelado Engenharia Sanitária e Ambiental

Tsuyoshi Farias Yoshikawa Bacharelado em Engenharia Elétrica

Ytalo da Costa Silva Bacharelado em Engenharia Elétrica

EQUIPE 2024.2
Abraão Renato Mendes Pinheiro Bacharelado em Engenharia Elétrica

Arthur Augusto Santos Furtado Bacharelado em Engenharia Mecânica

Bianca Vitória Silva Pina Bacharelado em Engenharia Biomédica

Caio Tiago Rodrigues dos Santos Bacharelado em Engenharia da Computação

Desirée Xavier da Costa Bacharelado em Engenharia da Computação

Gabrielle Nonato Dias Bacharelado em Engenharia da Computação

Genivaldo Charchar da Silva Bacharelado Engenharia Elétrica

Júlia Emelin Zortéa Bacharelado em Engenharia Química

Kennedy da Silva Corrêa Bacharelado em Engenharia Biomédica

Madjer Felipe Araújo da Costa Bacharelado em Engenharia Elétrica

Manoel F Brito Domingues Cidon Bacharelado em Engenharia Elétrica

Renan da Silva Lima Bacharelado em Engenharia da Computação

Wander Gabriel Maciel da Costa Bacharelado em Engenharia Química

Ytalo da Costa Silva Bacharelado em Engenharia Elétrica


Sumário
1 Conjuntos 6
1.1 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.2 Descrição e Representação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3 Simbologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.4 Relações entre Conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.4.1 Relação de Pertinência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.4.2 Relação de Continência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.4.2.1 Subconjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.5 Casos particulares de conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.5.1 Conjunto vazio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.5.2 Conjunto unitário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.5.3 Conjunto universo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.6 Operações entre Conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.6.1 União de conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.6.2 Intersecção de conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.6.3 Diferenças entre conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.6.4 Conjunto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.7 Conjuntos numéricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.7.1 Conjunto dos Números Naturais (N) . . . . . . . . . . . . . 9
1.7.2 Conjunto dos Números Inteiros (Z) . . . . . . . . . . . . . . 10
1.7.3 Conjunto dos Números Racionais (Q) . . . . . . . . . . . . . 10
1.7.4 Conjunto dos Números Irracionais (I) . . . . . . . . . . . . . 10
1.7.5 Conjunto dos Números Reais (R) . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.7.6 Representação pelo Diagrama de Venn . . . . . . . . . . . . 10
1.8 Intervalos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.8.1 Intervalo Fechado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.8.2 Intervalo Aberto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.8.3 Intervalo Semiaberto ou Semifechado . . . . . . . . . . . . . 11
1.8.4 Operações com Intervalos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.8.4.1 União de Intervalos: . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.8.4.2 Diferença de Intervalos: . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.8.4.3 Interseção de Intervalos: . . . . . . . . . . . . . . . 14

2 Inequações 15
2.1 Definição de Inequação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.2 Conjunto Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.3 Propriedades da Desigualdade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.4 Inequações Simultâneas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

3 Funções 18
3.1 Conceitos Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.1.1 Definição de função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.1.2 Definição de domínio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
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3.1.3 Definição de contradomínio . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20


3.1.4 Definição de imagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.1.5 Teste da Reta Vertical . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.2 Classificações de Funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.2.1 Injetora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.2.2 Sobrejetora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.2.3 Bijetora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.3 Paridade de Funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.3.1 Função Par . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.3.2 Função Ímpar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.4 Funções Elementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.4.1 Função Afim ou do 1◦ grau . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.4.2 Função Quadrática ou do 2◦ grau . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.5 Funções Transcendentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.5.1 Função Exponencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.5.2 Função Logarítmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.6 Funções Hiperbólicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.6.1 Função Seno Hiperbólico: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.6.2 Função Cosseno Hiperbólico . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.6.3 Função Tangente Hiperbólica . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.7 Funções Trigonométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.7.1 Função Seno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.7.2 Função Cosseno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.7.3 Função Tangente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.7.4 Coeficientes nas funções trigonométricas . . . . . . . . . . . 41
3.8 Funções Mistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.8.1 Função Modular ou Módulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.8.2 Função Por Partes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
3.9 Função Composta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
3.10 Função Inversa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

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1 Conjuntos
1.1 Definição
Um conjunto é formado por elementos que possuem uma mesma caracterís-
tica.

1.2 Descrição e Representação


Para se descrever um conjunto, normalmente são utilizados as seguintes
notações.

1. Enumeração: Escreve-se entre chaves, e separados por vírgulas, os seus


elementos formadores do conjunto.
Exemplo: A = {a, b, c}, B = {1, 2, 3, 4, 5}, C = {2, 3, 5, 7, 11, ...}.

2. Compreensão: Escreve-se, entre chaves, uma característica comum a todos


os elementos formadores do conjunto.
Exemplo: A = {x| x é divisor inteiro de 7} = {7, 1, 1, 7}, B = {x| x é
vogal} = {a, e, i, o, u}.

3. O diagrama de Venn: Os conjuntos são representados por regiões planas


interiores a uma curva fechada e simples. Exemplo: A = {1, 2, 3, 4}

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1.3 Simbologia
A seguir, alguns símbolos utilizados no estudo de conjuntos numéricos.

Símbolos

• ∪ = União • 6⊂ = Não está contido

• ∩ = Interseção • ∈ = Pertence

• ⊃ = Contém • ∈
/ = Não pertence

• 6⊃ = Não contém • ∃ = Existe

• ⊂ = Está contido • 6 ∃ = Não existe

1.4 Relações entre Conjuntos


1.4.1 Relação de Pertinência
Um conjunto é composto por elementos. Quando o elemento está no con-
junto, dizemos que esse elemento pertence ao conjunto. O símbolo para representar
isso é ∈ (lê-se: pertence). Exemplo: x ∈ A (lê-se: x pertence a A).
Quando um elemento não está no conjunto, dizemos que esse elemento não
pertence ao conjunto. A não pertinência é representada por ∈, / por exemplo, x ∈/
A (lê-se: x não pertence a A).

Exemplo 1.1
Problema: Dado o conjunto A, formado por números naturais
ímpares menores que 12:

A = {1, 3, 5, 7, 9, 11}

Deste conjunto, podemos dizer que:

• O número 3 pertence ao conjunto A, ou seja, 3 ∈ A;

• O número 9 pertence ao conjunto A, ou seja, 9 ∈ A;

• O número 17 não pertence ao conjunto A, ou seja, 17 6∈ A;

• O número 1, 5 não pertence ao conjunto A, ou seja, 1, 5 6∈ A.

1.4.2 Relação de Continência


Dizemos que um conjunto A está contido no conjunto B quando todos os
elementos do conjunto A são também elementos do conjunto B. Podemos dizer
também que o conjunto B contém o conjunto A.

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1.4.2.1 Subconjuntos Se todo elemento de um conjunto A também for um


elemento de um conjunto B, então podemos dizer que A é um subconjunto de B.
Para indicar que A é subconjunto de B, escreve-se:
• A ⊂ B (lê-se: A está contido em B).
• B ⊃ A (lê-se: B contém em A).
• A é parte de B.
Caso o conjunto A não for subconjunto de B, escreve-se A 6⊆ B (lê-se: A
não está contido em B).

Exemplo 1.2

Problema: Dados os seguintes conjuntos H = {a, c, e}, I = {a, e}


e J = {c, e, h}. Podemos notar que:

• I está contido em H, ou que I é subconjunto de H, pois todos


os elementos do conjunto I estão presentes no conjunto H.
Logo, I ⊂ H;

• J não está contido em H, ou que J não é subconjunto de H,


pois há um elemento de J que não está em H. Logo, J 6⊂ H.

1.5 Casos particulares de conjuntos


1.5.1 Conjunto vazio
Um conjunto é conhecido como vazio quando ele não possui nenhum ele-
mento. Ele pode ser representado por { } ou pelo símbolo ∅.

1.5.2 Conjunto unitário


Conhecemos como conjunto unitário aquele que possui somente um único
elemento pertencente a ele - por exemplo, os conjuntos A = {0}, B = {1} e
C = {2}.

1.5.3 Conjunto universo


O conjunto universo é definido como o conjunto formado por todos os ele-
mentos que devem ser considerados para uma determinada situação. Todo elemento
pertence ao conjunto universo e todo conjunto está contido nele.

1.6 Operações entre Conjuntos


1.6.1 União de conjuntos
Conhecemos como união de dois (ou mais) conjuntos o conjunto formado
por todos os elementos de ambos. Para representar a união de dois conjuntos,
utilizamos a notação A ∪ B (lê-se: A união com B).

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Representação pelo Diagrama de Venn:

1.6.2 Intersecção de conjuntos


A intersecção de dois (ou mais) conjuntos é formada pelos elementos que
pertencem a ambos ao mesmo tempo. A intersecção é representada por A ∩ B
(lê-se: A intersecção com B).
Representação pelo Diagrama de Venn:

1.6.3 Diferenças entre conjuntos


A diferença entre os conjuntos A e B é representada por A−B. Calcular
essa diferença é encontrar os elementos que pertencem exclusivamente ao conjunto
A, ou seja, pertencem ao A e não pertencem ao B.
Representação pelo Diagrama de Venn:

1.6.4 Conjunto complementar


O conjunto complementar é um caso especial de diferença entre dois con-
juntos. Dado um universo U , o conjunto complementar de A é denotado por AC
é igual a U − A, ou seja, o conjunto de elementos que estão no universo, mas não
pertencem ao conjunto A.

1.7 Conjuntos numéricos


1.7.1 Conjunto dos Números Naturais (N)
O conjunto dos números naturais é representado por N. Ele reúne os números
que usamos para contar e é infinito.
Exemplo: {1, 2, 3, ...}

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1.7.2 Conjunto dos Números Inteiros (Z)


O conjunto dos números inteiros é representado por Z. Reúne todos os
elementos dos números naturais (N) e seus opostos.
Exemplo: {..., −2, −1, 0, 1, 2, 3, ...}

1.7.3 Conjunto dos Números Racionais (Q)


O conjunto dos números racionais é representado por Q. Reúne todos os
números que podem ser escritos na forma p/q, sendo p e q números inteiros e q 6= 0.
Exemplo: {..., −0.2, −0.1, 0.1, 1, 1.1, 1.2, ...}

1.7.4 Conjunto dos Números Irracionais (I)


Reúne os números decimais não exatos com uma representação infinita e não
periódica.
Exemplo: {−3.14156, 1.126792, ...}

1.7.5 Conjunto dos Números Reais (R)


É representado por R. Esse conjunto é formado pelos números racionais (Q)
e irracionais (I);

1.7.6 Representação pelo Diagrama de Venn

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1.8 Intervalos
Intervalo significa que o conjunto possui cada número real entre dois ex-
tremos indicados, seja numérica ou geometricamente. Um intervalo será sempre
subconjunto dos números reais. Não é possível representar subconjuntos ou con-
juntos que não sejam reais (ou contidos nos reais) pela notação de intervalo.

1.8.1 Intervalo Fechado


Dizemos que um intervalo é fechado quando seus valores extremos podem
ser assumidos, a representação é:

x ∈ [a, b] = {x ∈ N|a ≤ x ≤ b}

A representação gráfica de um intervalo fechado pode se dar da seguinte


forma:

1.8.2 Intervalo Aberto


Dizemos que um intervalo é aberto quando seus valores extremos não podem
ser assumidos, a representação é:

x ∈]a, b[= {x ∈ N|a < x < b}


x ∈ (a, b) = {x ∈ N|a < x < b}

A representação gráfica de um intervalo aberto pode se dar da seguinte


forma:

1.8.3 Intervalo Semiaberto ou Semifechado


Dizemos que um intervalo é semiaberto ou semifechado quando um de seus
extremos são incluídos, ou seja:

[a, b[= {x ∈ N|a ≤ x < b}

]a, b] = (a, b] = {x ∈ N|a < x ≤ b}

E também com extremos ao infinito:

[a, +∞[= [a, +∞) = {x ∈ N|x ≥ a}

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] − ∞, a] = {x ∈ N|x ≤ a}

1.8.4 Operações com Intervalos


Pode-se assumir que, se um intervalo é um subconjunto dos números reais,
é possível realizar algumas operações entre intervalos, tais como união, interseção
e diferença de intervalos.
Para exemplificar as operações com intervalos, considere os seguintes inter-
valos reais:
A = {x ∈ R|1 ≤ x < 4}
B = {x ∈ R|x > 2}
C =]∞, 3]
Que os representando na forma geométrica, temos:

Lembre-se que, para realizar as operações entre intervalos:


1. Posicione a representação geométrica dos intervalos uma abaixo da outra.
Bem como, trace uma reta (abaixo de todas as outras) que representará o
resultado da operação.
2. Trace um pontilhado vertical na região de cada bolinha que representa os
valores de referência dos intervalos.
3. Realizar a operação de união, intersecção ou diferença, e por fim, representar
o resultado.

1.8.4.1 União de Intervalos: Vamos realizar a união dos intervalos A e B,


ou seja, A ∪ B. Para isso, faremos a representação geométrica dos intervalos e
traçaremos uma reta pontilhada vertical na região de cada valor de referência (ou
melhor, cada "bolinha").

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Pode-se perceber que os valores de A iniciam em 1, incluindo o próprio 1 e


vão até o 4 sem incluí-lo. Por sua vez, o intervalo B inicia em 2, sem incluí-lo, e
segue rumo ao mais infinito. Repare que apesar do 4 não fazer parte de A, ele faz
parte do intervalo B, da mesma forma que embora o valor 2 não faça parte de B, ele
faz parte do intervalo A. Como na operação da união, basta que o valor numérico
se localize em um dos intervalos para fazer parte da solução, o conjunto A B será
formado por todos os valores reais maiores ou iguais a 1.

Logo: A ∪ B = [−1, +∞) = {x ∈ R|x ≥ −1}

1.8.4.2 Diferença de Intervalos: Agora faremos a diferença entre os inter-


valos A e B, ou seja, A−B. Começaremos seguindo o mesmo passo do exemplo
anterior sobre união.

Para obtermos a diferença entre os intervalos A e B, basta descontarmos


ou removermos do intervalo A os valores que também pertencem ao intervalo B.
Observando a imagem acima, nós podemos perceber que os únicos valores de A
que também pertencem ao intervalo B são aqueles que se situam entre 2 e 4, sem
incluí-los, afinal o 4 não pertence ao intervalo A, enquanto o 2 não pertence ao
intervalo B. Por isso, vamos remover esses valores, e a região do intervalo A que
restar será o resultado da operação.

Logo: A−B = [−1, 2] = {x ∈ R| − 1 ≤ x ≤ 2}

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1.8.4.3 Interseção de Intervalos: Agora, vamos fazer a interseção do inter-


valo A com o B, ou seja, A ∩ B.

Podemos notar que, neste caso, os únicos valores que pertencem a ambos os
intervalos simultaneamente se situam entre 2 e 4, sem incluí-los, afinal, o valor 4
pertence apenas ao intervalo B, enquanto o valor 2 pertence apenas ao intervalo A.

Logo: A ∩ B =]2, 4[= (2, 4) = {x ∈ R|2 < x < 4}


Para fixar melhor essa parte, vamos fazer a intersecção do intervalo A com
o B e com o C, ou seja, A ∩ B ∩ C.

Observa-se que o único trecho de valores que pertence aos três conjuntos
simultaneamente é aquele que inicia no valor 2, sem incluí-lo, afinal este valor não
faz parte do intervalo B, e vai até o número 3, incluindo-o, já que 3 pertence aos
três intervalos simultaneamente.

Logo: A ∩ B ∩ C =]2, 3] = (2, 3] = {x ∈ R|2 < x ≤ 3}

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2 Inequações
2.1 Definição de Inequação
Inequação é uma expressão algébrica que contém sinal de desigualdade (<
; >; ≤; ≥). Ou seja, sentenças do formato:

f (x) > g(x)


f (x) < g(x)
f (x) ≥ g(x)
f (x) ≤ g(x)

Exemplos:

1) 3x − 5 < 2

2) x + 3 < 5x − 1

3) x2 − 3 ≥ 1

4) 13 ≥ 2x − 3 ≥ 5

5) x + 1 > 2x + 3 ≥ 3x + 6

2.2 Conjunto Solução


Ao conjunto S de todos os números reais x tais que f (x) > g(x) é uma
sentença verdadeira chamamos de conjunto solução da inequação.

Exemplo 2.1

A inequação 2x + 1 > x + 3 tem o conjunto solução S = {x ∈


R|x > 2}, isto é, para qualquer x0 ∈ S (ou seja, para qualquer
valor que pertença ao conjunto S) a sentença 2x0 + 1 > x0 + 3 é
verdadeira.

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Exemplo 2.2
Problema: Resolva, em R, a inequação:
x+2 x−1
− ≥x
3 2
Solução:
A inequação é equivalente àquela que se obtém multiplicando pelo
mmc(3, 2) = 6.

2(x + 2) − 3(x − 1) ≥ 6x

Efetuando as operações, temos:

−x + 7 ≥ 6x
−7x ≥ −7

Dividindo ambos os membros por −7 e lembrando que devemos


inverter a desigualdade, temos:

x≤1

Logo, o conjunto solução desta inequação é:

S = {∈ R|x ≤ 1}

2.3 Propriedades da Desigualdade


Sejam a, b, c e d números reais.

1) Somar ou subtrair um número qualquer em ambos os lados da inequação não


altera o sinal da mesma.

2) Multiplicar ou dividir ambos os lados da inequação por um número POSI-


TIVO não altera o sinal da mesma.

3) Multiplicar ou dividir ambos os lados da inequação por um número NEGA-


TIVO inverte o sinal da desigualdade.

4) |x| ≤ a ⇔ −a ≤ x ≤ a

5) |x| ≥ a ⇔ x ≥ a ou x ≤ −a

2.4 Inequações Simultâneas


A dupla desigualdade f (x) < g(x) < h(x) se decompõe em duas inequações
simultâneas, isto é, equivale a um sistema de duas equações em x, separadas pelo
conectivo e:

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f (x) < g(x) (1)

f (x) < g(x) < h(x) = e

g(x) < h(x) (2)

O conjunto solução da inequação simultânea será a intersecção do conjunto


solução de (1) e o conjunto solução de (2), S = S1 ∩ S2 .

Exemplo 2.3
Problema: Resolver 3x + 2 < −x + 3 ≤ x + 4.
Solução:

(1) 3x + 2 < −x + 3 =⇒ 4x < 1 =⇒ x < 1


4

(2) −x + 3 ≤ x + 4 =⇒ −2x ≤ 1 =⇒ x ≥ − 12

Realizando a intersecção dos conjuntos x < 1


4
e x ≤ − 12 , temos:

Ou seja,
n 1 1o
S= x∈R − ≤x<
2 4

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3 Funções
Introdução
O progresso da civilização está baseado na observação de que alguns fenô-
menos estão relacionados. A agricultura, criada no início do período neolítico, só se
desenvolveu permitindo o armazenamento de alimentos e a consequente sedenta-
rização da população porque os nossos antepassados perceberam que o regime de
chuvas e a temperatura ambiente variavam de acordo com a época do ano (ainda
que o calendário só tenha sido inventado muito tempo depois, no século XXI a.C.).
Nesta seção, exploraremos as várias formas de expressar a interdependência de dois
fenômenos: tabelas, equações, gráficos etc. Entretanto, restringiremos nossa aná-
lise àqueles casos em que, conhecida uma grandeza, somos capazes de expressar
outra grandeza de forma única. Quando isso ocorre, dizemos que as grandezas
estão relacionadas por meio de uma função.

3.1 Conceitos Iniciais


3.1.1 Definição de função
Função é uma relação que associa cada elemento de um conjunto A (Domí-
nio) a um único elemento de outro conjunto B (Contradomínio). O conjunto dos
elementos do contradomínio que, de fato, se relacionam com o domínio é chamado
de imagem da função.

Figura 1: Função e não Função

Como toda função é uma relação binária de A em B, existe, geralmente, uma


sentença aberta y = f (x) que expressa a lei de correspondência entre os elementos
dos dois conjuntos. Ficando claro que x ∈ A ⊂ R e y ∈ B ⊂ R, sendo f uma
função de A em B.

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Observações
Neste texto, denotaremos o conjunto domínio de uma função f por Dom(f )
e o conjunto imagem de uma função f por Img(f ).

• x é denominada variável independente da função (varia sem depender de


nenhuma outra variável).

• y é chamada variável dependente da função (como y = f(x), temos que y


depende da variação da variável x).

Curiosidade 1
Representação Gráfica: A representação gráfica de uma função
é feita no plano cartesiano. Cada ponto no gráfico corresponde
a um par ordenado (x, y), onde x é um número do domínio e y é o
valor correspondente da função (imagem). Os eixos do plano carte-
siano são chamados de eixo das abscissas (x) e eixo das ordenadas
(y).

Esse sistema de coordenadas é utilizado para ilustrar a posição de


pontos no espaço e tem uma ampla aplicação em diversos campos,
notadamente na matemática e na cartografia

3.1.2 Definição de domínio


O domínio de uma função f é o conjunto dos possíveis valores da variável
independente.

Esses valores são os que fazem a função "funcionar"corretamente, ou seja,


não resultam em uma operação matemática indefinida.

19
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Exemplo 3.1
Por exemplo, na função:
1
f (x) =
x
O domínio dessa função seria o conjunto dos números reais (R)
exceto o zero, pois a divisão por zero é indefinida. Assim, a
representação do domínio dessa função seria dada como:

Dom(f ) = R − {0}

Portanto, o domínio é uma parte crucial para entender o compor-


tamento de uma função.

3.1.3 Definição de contradomínio


O contradomínio de uma função f é o conjunto que contém os valores da
variável dependente que podem ser relacionados a valores de domínio.

3.1.4 Definição de imagem


O conjunto imagem de uma função f é o conjunto dos valores da variável
dependente que são efetivamente assumidos pela função. O conjunto imagem pode
ser o próprio contradomínio ou um subconjunto dele.

Exemplo 3.2

Por exemplo, a função f (x) = x2 + 1.

Para encontrar a imagem da Como x2 é sempre positivo,


função é sempre útil plotar o x2 +1 sempre será positivo. As-
seu gráfico. sim, a imagem da função são
todos os reais maiores ou iguais
a 1.

Img(f ) = f (x) ≥ 1

Graficamente, é possível com-


provar essa afirmação. Sendo
o eixo y, eixo das ordenadas, a
imagem da função é facilmente
notada já que só exite gráfico a
partir do um.

20
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Exercício Proposto 3.1


Encontre o domínio da seguites funções:

a) f (x) = √36
x−2
b) f (x) = √7
x+2

Solução do item a):

Para resolver este problema pense da seguinte maneira: há e se


houver, qual ou quais são as limitações matemáticas dessa função?
Há alguma restrição matemática?

Note que a função em questão trata-se de um fração, o qual possui


um numerador e um denominador. Lembre-se que em uma fração
o denominador nunca poderá assumir valor igual a 0 (zero). E
mais, o denominador possui uma função raiz de grau 2, dessa
maneira, como se trata de uma função raiz de grau par, há uma
restrição no qual o radicando (os carinhas que ficam dentro da
raiz) não pode assumir valores menores que 0 (zero), ou seja,
valores negativos.

Assim, procedemos da seguinte forma:

Como o numerador não possui nenhuma restrição, pois se trata de


um número apenas, olhamos para o denominador, nesse caso, ele
não pode ser negativo nem igual a zero, ou seja,

x−2>0

Para satisfazer essas limitações

x>2

Portanto, o domínio dessa função são todos os números reais mai-


ores que 2. Podemos denotar da seguinte forma:

Dom(f ) = {x ∈ R|x > 2}

De posse dessas informações e solução, resolva o item b).

3.1.5 Teste da Reta Vertical


Uma curva no plano cartesiano nem sempre representa o gráfico de uma
função. Para verificar se uma curva representa, de fato, o gráfico de uma função,
usa-se o teste da reta vertical: uma curva no plano cartesiano é o gráfico de uma
função se e somente se nenhuma reta vertical intercepta a curva mais de uma vez.

21
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(a) Não é uma Função (b) É uma Função

Figura 2: Teste da Reta Vertical

Exercício Proposto 3.2


Utilizando o Teste da Reta Vertical, determine se as curvas abaixo
representam o gráfico de uma função.

3.2 Classificações de Funções


As funções possuem três classificações: Injetora, Sobrejetora ou Bije-
tora.

3.2.1 Injetora

Funções são injetoras ou injeti-


vas quando, para quaisquer elementos
x1 6= x2 , temos f (x1 ) 6= f (x2 ), ou seja,
são injetoras quando todos os elemen-
tos da imagem estão ligados a apenas
um elemento do domínio.

Função Injetora

22
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3.2.2 Sobrejetora

Funções são chamadas de Sobre-


jetora ou Sobrejetiva quando o contra-
domínio for o próprio conjunto imagem,
ou seja, quando todos os elementos do
contradomínio estiverem relacionados
com algum elemento do domínio.
Função Sobrejetora

3.2.3 Bijetora

Funções são chamadas de Bije-


tora ou Bijetiva quando elas são Inje-
tora e Sobrejetora ao mesmo tempo.

Função Bijetora

Curiosidade 2
Teste da Reta Horizontal: é um método usado para determinar
se uma função é injetora (ou seja, se é uma função um-para-um).

Para realizar o teste, você es- dois pontos.


boça o gráfico da função e traça Por outro lado, se para qual-
uma reta horizontal (paralela quer reta horizontal houver
ao eixo x). Se essa reta in- apenas um ponto que a inter-
tersectar a curva em dois ou secta, a função é considerada
mais pontos, a função não é in- injetora. Por exemplo, a fun-
jetora. Por exemplo, a função ção f (x) = x3 .
f (x) = x2 .

é injetora, pois, para qualquer


não é injetora, pois a reta ho- reta horizontal, há apenas um
rizontal intersecta a curva em ponto que a intersecta.

Esse teste é importante porque uma função é inversível somente


se cada entrada tem uma única saída. Ou seja, cada saída está
relacionada com exatamente uma entrada.

23
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3.3 Paridade de Funções


3.3.1 Função Par
A definição matemática de uma função par é f (−x) = f (x) para qualquer
valor de x. O exemplo mais simples é f (x) = |x|; f (3) = 3 e f (−3) = 3. Basica-
mente, a entrada oposta produz o mesmo resultado. Visualmente falando, o gráfico
é uma imagem espelhada no eixo y.

Figura 3: Função Par → f (x) = |x|

3.3.2 Função Ímpar


A definição de uma função ímpar é f (−x) = −f (x) para qualquer valor
de x. A entrada oposta produz o mesmo resultado, mas com sinal oposto. Esses
gráficos têm uma simetria de 180◦ na origem. Visualmente, se você o girar de
ponta-cabeça, ficará igual. Por exemplo, f (x) = x3 é uma função ímpar porque
f (3) = 27 e f (−3) = −27.

Figura 4: Função Ímpar → f (x) = x3

24
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3.4 Funções Elementares


3.4.1 Função Afim ou do 1◦ grau
Definição: Uma função f : R → R chama-se função afim quando existem
dois números reais A e B tal que

f (x) = Ax + B, ∀ x ∈ R

onde x e a variável independente, A e B são as constantes, com A 6= 0.

Domínio e Imagem: O domínio e imagem da função afim é o conjunto


dos números reais; isto é, Dom(f ) = R e Im(f ) = R.

Coeficientes e Equação da Reta: O coeficiente angular A tem um im-


portante papel na equação da reta: ele determina a sua inclinação. Já o valor do
coeficiente linear B determina o ponto em que a reta corta o eixo vertical; isto é,
y = B é o intercepto vertical.

Podemos obter a expressao algébrica de qualquer função linear (equação da


reta) se conhecermos as coordenadas de um ponto qualquer P1 (x1 , y1 ) e sua taxa
media de variação, isto é, o seu coeficiente angular A.

Se P (x, y) e um ponto genérico dessa função, então


∆y y − y0
A= =
∆x x − x0
de modo que
y − yo = A.(x − x0 )

Exemplo 3.3
Determine a expressão algébrica da função linear que
passa pelo ponto P (2, −1) e tem coeficiente angular A = 32 .
Solução: Substituindo os valores na equação da reta, obtemos

3
y − (−1) = (x − 2)
2

3x
y= −4
2

Assim, a função afim y = 3x


2
−4 tem coeficientes A = 3
2
e B = −4.

Gráfico: O gráfico da função afim é uma reta, pois sua inclinação é a mesma
em toda parte, e ela pode ser crescente (caso a taxa de crescimento seja maior que

25
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zero, ou seja, o coeficiente angular A seja positivo) ou decrescente (caso a taxa de


crescimento seja menor que zero, ou seja, o coeficiente angular A seja negativo) o
que pode ser observado por meio dos exemplos a seguir.

(a) Função Crescente (A > 0) (b) Função Decrescente (A < 0)

Figura 5: Crescimento e Decrescimento da Função Afim

Raíz: O valor de x para o qual a função f (x) = Ax + B se anula, ou seja,


para o qual f (x) = 0, denomina-se o zero, ou raiz, da função. Desse modo, a função
afim apresenta uma única raiz, ocorrendo em − B A
; isto é, x = − B
A
.

Exercício Proposto 3.3


Encontre a raíz das seguintes funções:

a) g(x) = 8x − 13 b) h(x) = −22x + 2

Solucão: perceba que para encontrar g(x) = 0 é possível ser en-


contrada realizando álgebra, de modo que:

0 = 8x − 13
−8x = −13

Portanto, temos que:


−13 13 B
x= = =−
−8 8 A

3.4.2 Função Quadrática ou do 2◦ grau


Definição: Uma função f : R → R chama-se função quadrática ou do 2◦
grau quando existem três números reais A, B e C. Tal que:

f (x) = Ax2 + Bx + C, ∀ x ∈ R

26
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Domínio e Imagem: O domínio e imagem da funcao quadrática é o con-


junto dos numeros reais; isto é, Dom(f ) = R e Im(f ) = R.

Gráfico: O gráfico da função quadrática é uma parábola que tem a conca-


vidade voltada para cima, caso A seja positivo, e concavidade voltada para baixo,
caso A seja negativo.

Figura 6: Concavidade da Função Quadrática

Raízes: Os zeros ou raízes da função quadrática f (x) = Ax2 + Bx + C


são os valores de x reais tal que f (x) = 0 e, portanto, as soluções da equação do
segundo grau
Ax2 + Bx + C = 0.
Utilizando a fórmula de Bháskara, temos:

−B ± ∆
x= , onde ∆ = B 2 − 4.A.C
2A
Desse modo, a função do segundo grau possui duas raízes reais. Observe que
que a existência de raízes reais
√ para a equação do segundo grau Ax + Bx + C = 0
2

fica condicionada ao fato de ∆ ∈ R. Assim, temos três casos a considerar:

• ∆ > 0, a equação apresentará duas raízes distintas que são:

√ √
−B + ∆ −B − ∆
x1 = e x2 =
2A 2A

• ∆ = 0, a equação apresentará duas raízes iguais que são:


B
x1 = x2 = −
2A

• ∆ < 0, considerando que nesse caso / R diremos que a equação não
∆ ∈
apresenta raízes reais.

27
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Curiosidade 3
Soma e Produto: Além de calcular as raízes de uma função
quadrática através da fórmula de Bháskara, a soma e produto, um
método que se mostra mais simples de encontrar as raízes através
do raciocínio lógico.

A definição de soma e produto é dada por:

B
x1 + x2 = −
A
C
x1 ∗ x2 =
A
Assim, as raízes da função quadrática serão números reais que
tornem ambas as igualdades verdadeiras.

Exercício Proposto 3.4


Dadas as funções quadráticas:

a) x2 − 8x + 15 b) −2x2 + 6x + 56

Determine as raízes por Soma e Produto.

Solução: b) pela definição de soma e produto, temos que:

(6)
x1 + x2 = −
(−2)
(56)
x1 ∗ x2 =
(−2)

Logo:

x1 + x2 = 3
x1 ∗ x2 = −28

Assim, conlcuímos que x1 = −4 e x2 = 7

Vértice da Parábola: O vértice V de uma parábola é representado pelo


de intersecção do eixo de simetria com a própria parábola. Dado por:
 
B ∆
V − ,−
2A 4A

Sendo a abscissa do vértice a média aritmética entre as raízes x1 e x2 , então:

28
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x1 + x2
XV =
2
√ √
−B+ ∆ −B− ∆
2A
+ 2A
XV =
2
B
XV = −
2A
A obtenção da ordenada do vértice YV , é feita substituindo o XV na função
quadrática y = Ax2 + Bx + C. Então:

 2  
B B
YV = A − +B − +C
2A 2A
(−B)2 − 4.A.C
YV = −
4A

YV = −
4A
Estando a concavidade da parábola voltada para cima (A > 0), a função
assume valor mínimo, que é o valor YV = − 4A

.

Estando a concavidade da parábola voltada para cima (A < 0), a função


assume valor máximo, que é o valor YV = − 4A

.

Figura 7: Valores máximo (A > 0) e mínimo (A < 0)

Observe que que o ponto de intersecção da curva com o eixo y tem como
coordenadas (0, C), ou seja, x = 0 e y = C.

Estudo dos Sinais da Função de Segundo Grau: Os sinais da função


quadrática f (x) = Ax2 + Bx + C são estudados através da análise do coeficiente A
e de ∆.

29
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• 1◦ caso: A > 0

• 2◦ caso: A < 0

Podemos reunir o 1◦ e o 2◦ na seguinte síntese:

• Para as raízes x1 e x2 a função assume valor zero;

• Para valores de x compreendidos entre as raízes, a função assume sinal con-


trário ao de A (ca);

• Para outros valores de x a função assume o mesmo sinal de A (ma).

Quando ∆ > 0, temos:

30
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Quando ∆ = 0, temos:

Quando ∆ < 0, temos:

Crescimento e Decrescimento de uma Função Quadrática: Em uma


parábola, a metade é crescente e a outra metade é decrescente, sendo que o cresci-
mento depende do valor de A.

• No caso de A > 0

• No caso de A < 0

31
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3.5 Funções Transcendentes


3.5.1 Função Exponencial
Definição: Dado um número real a, com a > 0 e a 6= 1, denominamos
função exponencial de base a a função

f (x) = ax

Exemplo 3.4
 x
• f (x) = 2x • f (x) =
1
2

Domínio e Imagem: O domínio da função exponencial é o conjunto dos


números reais R. O conjunto imagem é o conjunto dos números reais positivos sem
incluir o zero R∗+ .

Gráfico: Faremos o estudo do gráfico da função exponencial em dois casos.


• 1◦ caso: A base é um número real maior que um: a > 1.

• 2◦ caso: A base é um número real, maior que zero e menor que um: 0 < a < 1.

32
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Dos exemplos vistos, podemos tirar as seguintes conclusões:


• A curva da função f (x) = ax passa pelo ponto (0, 1).

• A função é crescente para a base a maior que 1 (a > 1).

• A função é decrescente para a base a maior que 0 e menor que 1 (0 < a < 1).

• A reta y = 0 (eixo x) é uma assíntota horizontal do gráfico.


Função Exponencial de Base Natural: Uma base amplamente usada
para a função exponencial (denominada base natural) é o número irracional e ≈
2, 7183, conhecido como número de Euler.

Exemplos:

• f (x) = ex • g(x) = e−x

Gráficos de f (x) e g(x)


20 y

15

10

5
f (x) = ex
g(x) = e−x
x
−3 −2 −1 1 2 3

3.5.2 Função Logarítmica


Definição: A partir do que foi visto a respeito dos logaritmos, podemos
definir o que segue.

Dado um número real b, com b > 0 e b 6= 1, denominamos função logarítmica


de base b a função definida por

f (x) = logb x
Domínio e Imagem: O domínio da função logarítmica consiste nos nú-
meros reais positivos, isto é, Dom(f ) = R∗+ = (0, +∞). Sua imagem consiste em
todos os reais, isto é, Img(f ) = R.

33
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Gráfico: Os gráficos das funções f (x) = log2 x e g(x) = log 1 x mostrados


2
na figura abaixo ilustram algumas características da função logarítmica.

Gráficos de f (x) e g(x)


y

x
1 2 3 4 5

−2

−4 log2 (x)
log 1 (x)
2

• O gráfico da função logarítmica f (x) = logb x é uma curva totalmente à


direita do eixo vertical.

• A reta x = 0 (eixo y) é uma assíntota vertical do gráfico.

• A curva intercepta o eixo x no ponto (1, 0).

• A função é crescente se b > 1.

• A função é decrescente se 0 < b < 1.

3.6 Funções Hiperbólicas


Primeiramente, antes de falarmos de funções hiperbólicas de fato, precisa-
mos entender que certas combinações das funções exponenciais ex e e−x surgem
frequentemente em matemática e suas aplicações. Elas são análogas, de muitas
maneiras, às funções trigonométricas e possuem a mesma relação com a hipérbole
que as funções trigonométricas têm com o círculo. Por essa razão são chamadas
coletivamente de funções hiperbólicas

3.6.1 Função Seno Hiperbólico:


Definição: A função seno hiperbólico é definida como f (x) = senh(x),
onde:

ex − e−x
senh(x) =
2

34
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O gráfico da função seno hiperbólico possui as seguintes propriedades, con-


forme a imagem do seu gráfico abaixo:

Função Seno Hiperbólico no intervalo [−2, 2]


y
1 x
2
e 3
senh(x)
− 12 e−x 2

1
x
−2 −1 1 2
−1

−2

−3

1 x 1
• A função senh(x) é a soma da função e com a função − e−x
2 2
• Tanto o conjunto imagem quanto o conjunto domínio são os números reais R.

• O sinal da função é positivo ∀ x > 0.

• O sinal da função é negativo ∀ x < 0.

• A função é crescente ∀ x ∈ R

• a função f (x) = senh(x) é uma função ímpar.

3.6.2 Função Cosseno Hiperbólico


Definição: A função cosseno hiperbólico é definida como f (x) = cosh(x),
onde:

ex + e−x
cosh(x) =
2

O gráfico da função cosseno hiperbólico possui as seguintes propriedades,


conforme a imagem do seu gráfico abaixo:

35
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Função Cosseno Hiperbólico no intervalo [−2, 2]


y
1 x 3.5
2
e
cosh(x)
1 −x
e 3
2

2.5

1.5

0.5
x
−2 −1 1 2

1 x 1
• A função cosh(x) é a soma da função e com a função e−x
2 2
• O domínio do cosseno hiperbólico é todo o conjunto dos números reais R

• A imagem do cosseno hiperbólico é Imgf = [1, +∞)

• O sinal da função é positivo ∀ x ∈ R.

• A função é decrescente ∀ x < 0

• A função é crescente ∀ x > 0

• a função f (x) = senh(x) é uma função par.

3.6.3 Função Tangente Hiperbólica


Definição: A função Tangente hiperbólica é definida como f (x) = tgh(x),
onde:

senh(x) ex − e−x
tgh(x) = = x
cosh(x) e + e−x

36
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Exercício Proposto 3.5


Demonstre o porquê da igualdade acima ser válida.

Solução:

senh(x)
tgh(x) =
cosh(x)
ex − e−x
tgh(x) = x 2 −x
e +e
2

Aplicando a propriedade aritmética de divisão de frações:

e − e−x
 x  
2
tgh(x) =
2 ex + e−x

Aplicando a propriedade aritmética de multiplicação de frações:

e − e−x
 x  
2
tgh(x) =
ex + e−x 2

Assim:
ex − e−x
tgh(x) =
ex + e−x

O gráfico da função tangente hiperbólica possui as seguintes propriedades,


conforme a imagem do seu gráfico abaixo:

Função Tangente Hiperbólica no intervalo [−6, 6]


1 y
tgh(x)

0.5

x
−6 −4 −2 2 4 6

−0.5

−1

37
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• O domínio da tangente hiperbólica é todo o conjunto dos números reais R .

• A imagem da tangente hiperbólica é Imgf = (−1, 1) .

• O sinal da função é positivo ∀ x > 0 .

• O sinal da função é negativo ∀ x < 0.

• A função é crescente ∀ x ∈ R

• A função possui duas assíntotas horizontais y = ±1

• a função f (x) = tgh(x) é uma função ímpar.

Curiosidade 4
As funções hiperbólicas satisfazem diversas identidades que são
análogas às bem conhecidas identidades trigonométricas. Podendo
ser listadas algumas como:

• cosh2 (x) − senh2 (x) = 1

• 1 − tgh2 (x) = sech2 (x)

• senh(x + y) = senh(x)cosh(y) + senh(y)cosh(x)

• cosh(x + y) = cosh(x)cosh(y) + senh(x)senh(y)

Exercício Proposto 3.6


Demonstre as identidades:

a) cosh2 (x) − senh2 (x) = 1 b) 1 − tgh2 (x) = sech2 (x)

Solução do exercício a) :
2  x 2
ex + e−x e − e−x

2 2
cosh (x) − senh (x) = −
2 2
−2x
2x
e +2+e e − 2 + e−2x
2x
cosh2 (x) − senh2 (x) = −
4 4
4
cosh2 (x) − senh2 (x) =
4
2 2
cosh (x) − senh (x) = 1

Curiosidade 5
As aplicações na ciência e engenharia ocorrem sempre que uma
entidade, como a luz, a velocidade, a eletricidade ou a radioativi-
dade, é gradualmente absorvida ou extinguida, pois o decaimento
pode ser representado por funções hiperbólicas.

38
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3.7 Funções Trigonométricas


Nesta seção, definiremos três funções trigonométricas. Assumimos que x é
um número real através do qual é possível associar um ângulo no ciclo trigonomé-
trico cuja medida é x rad (radiano).

3.7.1 Função Seno


A função seno é definida como:

f (x) = sen(x)

O gráfico da função seno possui as seguintes propriedades, conforme a ima-


gem do seu gráfico abaixo.

Função Seno no intervalo [0, 2π]


1 y

0.5

x (rad)
π π 3π 2π
2 2

−0.5

sin(x)
−1

• O conjunto imagem é o intervalo [1, 1], uma vez que, sobre o ciclo trigonomé-
trico, os valores de sen(x) oscilam entre −1 e 1.
• O sinal da função muda à medida que o ponto no ciclo muda de quadrante,
uma vez que o seno de um ângulo é a ordenada da extremidade desse ângulo.
Assim, sen(x) > 0 no 1◦ e 2◦ quadrantes e sen(x) < 0 no 3◦ e 4◦ quadrantes.

• A função seno é crescente no 1◦ e 4◦ quadrantes e decrescente no 2◦ e 3◦


quadrantes.
• Uma vez que os valores de sen(x) começam a se repetir depois de 2π rad, ou
seja, sen(x ± 2π) = sen(x), a função é dita periódica, e seu período é 2π
rad. O período define o tamanho do intervalo em que a função descreve um
ciclo completo.
• A curva correspondente ao gráfico da função seno é conhecida como senoide.

39
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3.7.2 Função Cosseno


A função cosseno é definida por:

f (x) = cos(x)

O gráfico da função cosseno possui as seguintes propriedades, conforme a


imagem do seu gráfico abaixo.

Funcão Cosseno no intervalo: [0, 2π]


1 y

0.5

x (rad)
π π 3π 2π
2 2

−0.5

cos(x)
−1

• O conjunto imagem é o intervalo [1, 1], uma vez que, sobre o ciclo trigonomé-
trico, os valores de sen(x) oscilam entre −1 e 1.

• O sinal da função muda à medida que o ponto no ciclo muda de quadrante,


uma vez que o seno de um ângulo é a ordenada da extremidade desse ângulo.
Assim, cos(x) > 0 no 1◦ e 4◦ quadrantes e cos(x) < 0 no 2◦ e 3◦ quadrantes.

• A função cosseno é crescente no 3◦ e 4◦ quadrantes e decrescente no 1◦ e 2◦


quadrantes.

• Uma vez que os valores de cos(x) começam a se repetir depois de 2π rad, ou


seja, cos(x ± 2π) = cos(x), a função é dita periódica, e seu período é 2π rad.
O período define o tamanho do intervalo em que a função descreve um ciclo
completo.

3.7.3 Função Tangente


A função tangente é definida por:

sen(x)
f (x) = tg(x) = cos(x)

40
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O gráfico da função tangente possui as seguintes propriedades, conforme a


imagem do seu gráfico abaixo.

y
150

100

50
x (rad)
π π 3π 2π
2 2
−50

−100

−150

• Uma vez que tg(x) = sen(x)


cos(x)
, a função não está definida nos valores de x para
os quais cos(x) = 0, isto é, {± π2 , ± 3π
2
, ± 5π
2
, · · · }. Assim, Dom(f ) = R −
{ π2 + kπ | k ∈ Z}. Observe, no gráfico acima, as descontinuidades em x = π2
e x = 3π2
.
• Nos pontos de descontinuidade, a função tende a ±∞. Assim, a função possui
assíntotas verticais nesses pontos.
• O sinal da função muda à medida que o ponto no ciclo muda de quadrante,
uma vez que tanto o seno quanto o cosseno mudam de sinal. Assim, tg(x) > 0
no 1◦ e 3◦ quadrantes e tg(x) < 0 no 2◦ e 4◦ quadrantes.
• A função tg(x) e sempre crescente nos intervalos entre as descontinuidades.
• Uma vez que os valores de tg(x) começam a se repetir depois de 2π rad, ou
seja, tg(x ± 2π) = tg(x), a função é dita periódica e seu período é 2π rad.
• Geometricamente, a tangente representa a inclinação da reta que une os pon-
tos O(0, 0) e P (cos(x), sen(x)).

3.7.4 Coeficientes nas funções trigonométricas


As funções trigonométricas também apresentam coeficientes que atuam so-
bre elas. Iremos generalizar utilizando a função seno, mas o mesmo serve para
função cosseno, tangente e entre as outras diversas funções trigonométricas. Seja a
seguinte função:

f (x) = a + bsen(cx + d)

Sendo a, b, c e d números reais com b e c 6= 0 e d podendo estar em graus (0 )


ou em radianos (rad). Graficamente esses coeficientes atuam da seguinte maneira:

41
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Coeficiente a: Quando esse coeficiente é alterado, ou seja, quando a 6= 0,


ocorre um deslocamento em relação ao eixo vertical. Quando a é positivo, ocorre
um deslocamento para cima, e quando a é negativo, ocorre um deslocamento para
baixo. Por exemplo, quando a = 1 e quando a = −1.

Função Seno (a > 0) Função Seno (a = 0) Função Seno (a < 0)

2 y 2 y 2 y
1 1 1
x x x
−π − π2 π π −π − π2 π π −π − π2 π π
−1 2 −1 2 −1 2

−2 1 + Sen(x)
−2 Sen(x)
−2 −1 + Sen(x)

Coeficiente b: Enquanto o coeficiente a provoca uma deslocamento vertical,


o coeficiente b, quando diferente de 1 (b 6= 1) provoca uma mudança de amplitude
(o gráfico cresce ou diminui na sua "altura"). Quando b é maior que 1, ocorre
um aumento de amplitude, já quando b é menor que 1, ocorre uma diminuição de
amplitude. Vejamos o exemplo em que b = 2 e b = 12 .

Função Seno (b > 1) Função Seno (b = 1) Função Seno (b < 1)

2 y 2 y 2 y
1 1 1
x x x
−π π
−−1 π π −π π
−−1 π π −π π
−−1 π π
2 2 2 2 2 2
1
−2
2Sen(x)
−2
Sen(x)
−2
2
Sen(x)

O coeficiente b também pode provocar a inversão do gráfico em relação ao


eixo x, caso seja negativo. Por exemplo, quando b = −2 e b = − 12 .

Função Seno (b < 1) Função Seno (b = 1) Função Seno (b < 1)

2 y 2 y 2 y
1 1 1
x x x
−π π
−−1 π π −π π
−−1 π π −π π
−−1 π π
2 2 2 2 2 2
1
−2
−2Sen(x)
−2
Sen(x)
−2
− 2 Sen(x)

Coeficiente c: Esse coeficiente provoca no gráfico uma alteração no período


da função trigonométrica quando o mesmo é diferente de 1 (c 6= 1), em outras pa-
lavras, provoca uma alteração na frequência angular (oscilação) da função. Se c for
maior que 1, há um aumento na oscilação, mas caso c seja menor que 1, verifica-se
uma diminuição da oscilação. Vejamos quando c = 2 e c = 12 .

42
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Função Seno (c = 2) Função Seno (c = 1) Função Seno (c = 12 )

2 y 2 y 2 y
1 1 1
x x x
−π π
−−1 π π −π π
−−1 π π −π − π2 π π
2 2 2 2 −1 2
−2
Sen(2x)
−2
Sen(x)
−2 Sen( 1
2
x)

Vejamos o comportamento do gráfico caso o coeficiente c seja negativo.

Função Seno (c = −2) Função Seno (c = 1) Função Seno (c = − 12 )

2 y 2 y 2 y
1 1 1
x x x
−π π
−−1 π π −π π
−−1 π π −π − π2 π π
2 2 2 2 −1 2
−2
Sen(−2x)
−2
Sen(x) Sen(− 1
−2 2 x)

Nesse caso, como a função seno é uma função ímpar, ou seja,


f (−x) = −f (x)
f (x) = sen(x)
f (−x) = sen(−x) = −sen(x) = −f (x)
a mudança do coeficiente c para negativo, implica na inversão do gráfico
em relação ao eixo x, assim como o coeficiente b quando também é negativo, mas
continua provocando uma alteração na oscilação.

Curiosidade 6
Período e Frequência: Na Física, os conceitos de frequência e
período estão intrinsecamente ligados. Eles se referem a fenômenos
que ocorrem de forma recorrente. O período representa o intervalo
de tempo necessário para a ocorrência de uma repetição, enquanto
a frequência indica a quantidade de vezes que um fenômeno se
repete por unidade de tempo. A unidade de medida da frequência
é o Hertz (Hz) e do período é o segundo (s).

A fórmula que expressa a relação entre essas duas grandezas é


f = T1 , onde f representa a frequência e T o período.

No caso do coeficiente c descrito acima, c = w, onde w é a frequên-


cia angular definida como w = 2πf . Assim, c = 2πf .
Como f = T1

2π 2π
c= ∴T =
T c

43
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Coeficiente d: Por sua vez, o coeficiente d, quando diferente de 0 (d 6= 0),


provoca um deslocamento no eixo horizontal (movendo o gráfico para frente ou para
trás), podendo ser em radianos ou em graus. Por exemplo, caso d = π2 e d = − π2 .

Função Seno (d > 0) Função Seno (d = 0) Função Seno (d < 0)

2 y 2 y 2 y
1 1 1
x x x
−π π
−−1 π π −π π
−−1 π π −π π
−−1 π π
2 2 2 2 2 2

−2
Sen(x + π/2)
−2
Sen(x)
−2
Sen(x − π/2)

Em outras palavras, quando d = π2 ocorreu um deslocamento de π2 radianos


ou 900 , movendo o gráfico para a direita, podendo ser interpretado como um
atraso. Já quando d = − π2 ocorreu um deslocamento de − π2 radianos ou −900 ,
movendo o gráfico para a esquerda, podendo ser interpretado como um avanço.

Exercício Proposto 3.6

Identifique os coeficientes e esboce o gráfico das seguintes funções trigonomé-


tricas:

a) f (x) = −1 + 2sen(−2x + π/2)

b) f (x) = 1 − 2cos(2x − 2π)

Solução do item a):


Primeiramente identificaremos os coeficientes, para assim, esboçar o gráfico.
Neste item, comparando com a equação a seguir, temos os seguintes coefici-
entes:

f (x) = a + bsen(cx + d)

π
a = −1 b=2 c = −2 d= 2

Faremos a seguinte sequência de operação gráfica promovida por cada


coeficiente: d −→ c −→ b −→ a.

Primeiramente o coeficiente d. Como d = π2 , ou seja, d é positivo, há um


deslocamento para a esquerda de π2 (rad) no gráfico da função "pura"f (x) =
sen(x).

44
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Função Seno (d = 0) Função Seno (d = π2 )


3 y 3 y
2 2
1 1
x x
−π − π2 π π −π − π2 π π
2 2
−1 −1
−2 −2
Sen(x) Sen(x + π2 )
−3 −3

A primeira operação foi feita. A seguir, o coeficiente c promove uma alteração


de oscilação na função, como c = −2, (negativo e maior que 1 em módulo),
ocorrerá um aumento de oscilação, mas não uma inversão do gráfico* em
relação ao eixo x, mesmo c sendo negativo, pois há uma combinação de
operação com o coeficiente d (que um provoca descolamento horizontal).
Para saber a o novo período de oscilação. Utilizamos da seguinte fórmula:

T =
c
Onde T é o novo período e c = 2 em módulo. Substituindo na equação acima,
obtemos:

T = ∴T =π
2
Sabendo que o período da função seno é de 2π rad para uma onda completa.
Logo, sendo o novo período igual a π, significa que em 2π teremos duas ondas
completas. Ou seja, se diminuímos o período, aumentamos a frequência, nesse
caso, duplicamos a frequência, o que resulta no seguinte gráfico.

(c = 0, d = π2 ) (c = −2, d = π2 )
3 y 3 y
2 2
1 1
x x
−π − π2 π π −π − π2 π π
2 2
−1 −1
−2 −2
Sen(x + π2 ) Sen(−2x + π2 )
−3 −3

Por sua vez, o coeficiente b provoca uma alteração de amplitude, nesse caso,
um aumento de amplitude (b = 2). Assim os extremos verticais do gráfico
atingem −2 e 2.

45
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(b = 1, c = −2, d = π2 ) (b = 2, c = −2, d = π2 )
3 y 3 y
2 2
1 1
x x
−π − π2 π π −π − π2 π π
2 2
−1 −1
−2 −2
Sen(−2x + π2 ) 2Sen(−2x + π2 )
−3 −3

E por fim, o coeficiente a promove um deslocamento na vertical do gráfico.


Sendo nesse caso, o deslocamento para baixo, de uma unidade (a = −1).
Veja assim, o resultado final da sequência operacional gráfica promovida pela
utilização dos coeficientes.

(a = 0, b = 2, c = −2, d = π2 ) (a = −1, b = 2, c = −2, d = π2 )


3 y 3 y
2 2
1 1
x x
−π − π2 π π −π − π2 π π
2 2
−1 −1
−2 −2
2Sen(−2x + π2 ) −1 + 2Sen(−2x + π2 )
−3 −3

Utilizando a resolução e as informações acima, resolva o item b.

*Essa inversão no gráfico devido o coeficiente c, em relação ao eixo x, só


ocorre se a função em questão é uma função ímpar sem acréscimo de um
deslocamento horizontal (provocado pelo coeficiente d). Caso a função em
questão seja uma função par, a inversão também não ocorrerá, por exemplo
a função cosseno.

3.8 Funções Mistas


Consistem na junção de várias classes de funções.

Exemplo:

46
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Figura 8: f (x) = x2 · x3 · ln(x) · tg(x) · 19

3.8.1 Função Modular ou Módulo


Definição: Chama-se função modular a função f : R → R dada pela lei

f (x) = |x|, ∀ x ∈ R

Utilizando o conceito de módulo de um número real, a função modular pode


ser assim caracterizada:
(
x, se x ≥ 0
f (x) =
−x, se x < 0

Domínio e Imagem: O domínio da função módulo são todos os R e o


conjunto imagem da função modular é R+ , isto é, a função f (x) = |x| assume
somente valores reais não negativos.

Exemplo 3.5
( √
x5 , se x ≥ 0
3

• g(x) = | x5 | =
3

− x5 , se x < 0
3

(
7x − 7 , se x ≥ 1
• h(x) = |7x − 7| =
−(7x − 7), se x < 1

Nota: Perceba que na função g(x), toma-se como referência o


ponto x = 0, enquanto que na função h(x), toma-se como referência
o ponto x = 1, pois são os pontos é que analisa-se a alternância de
sinal na imagem da função contida no interior do módulo.

Gráfico: Para construir o gráfico da função modular, procedemos assim:


• 1◦ : Construímos o gráfico da função f (x) = x, mas só consideramos a parte
em que x ≥ 0;
• 2◦ : Construímos o gráfico da função f (x) = −x, mas só consideramos a parte
em que x < 0;

47
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• 3◦ : Reunimos os dois gráficos anteriores. E assim, é perceptível que o gráfico


da função modular é simétrico em relação ao eixo y.

3.8.2 Função Por Partes


Definição: Possuem fórmulas distintas em diferentes partes de seus domí-
nios. Tais funções são chamadas funções definidas por partes.

Exemplo 3.6
Uma função f é definida por:
(
1 − x, se x ≤ −1
f (x) =
x2 , se x > −1

Gráfico: Para esboçar um gráfico de uma função definida por partes, faz-se
necessário localizar os pontos do domínio onde o comportamento é alterado, para
que assim defina-se até que ponto ela se comporta de certa maneira até sofrer uma
mudança.

Exercício Proposto 3.7

Usando como base a função f do exemplo anterior, avalie f (−2),


f (−1), f (0), f (1) e esboçe o gráfico.

Solução: Lembre-se de que toda função é uma regra. Para


esta função em particular a regra é a seguinte: primeiro olhe para
o valor da entrada x. Se acontecer de x ≤ −1 , então o valor de
f (x) é 1 − x. Por outro lado, se x > −1, então o valor de f (x) é
x2 .

• Uma vez que −2 ≤ −1 , temos f (−2) = 1 − (−2) = 3.

• Uma vez que −1 ≤ −1 , temos f (−1) = 1 − (−1) = 2.

• Uma vez que 0 > −1 , temos f (0) = 02 = 0.

• Uma vez que 1 > −1 , temos f (1) = 12 = 1.

48
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Gráfico da função f no intervalo [-2,2]


4 y

x
−2 −1 1 2

Curiosidade 7
A partir da definição de uma função composta, percebe-se que a
função modular define-se como uma função por partes que apre-
senta a imagem somente em seu valo absoluto.

3.9 Função Composta


Considere a função f dada por

y = f (x) = 23x−1 .

Podemos entender a função f como o encadeamento de duas funções: uma


função exponencial (y = 2u ) com uma função linear (u = 3x − 1). Para calcularmos
o valor de y = f (2), por exemplo, podemos primeiro calcular u = 3.2 − 1 = 5 e,
em seguida, y = 25 = 32. Esse tipo de encadeamento é denominado composição de
funções.

Definição: Dadas as funções f e g, a composição de f e g, denotada por


f ◦ g, é a função definida por (f ◦ g)(x) = f (g(x)).

No exemplo apresentado, podemos considerar a função f como sendo a com-


posição da função y = f (u) = 2u , com u = g(x) = 3x − 1.

Em termos das transformações efetuadas sobre um número x, uma função


simples pode ser vista como

f : x → f (x),

enquanto uma composição de funções pode ser vista como

f ◦ g : x → g(x) → f (g(x)).

49
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Exemplo 3.7

Sejam f (x) = x − 1 e g(x) = x1 . Determine as expressões
algébricas de h(x) = (f ◦ g)(x) e i(x) = (g ◦ f )(x)
Solução:
  r
1 1
h(x) = (f ◦ g)(x) = f (g(x)) = f = −1
x x

√ 1
i(x) = (g ◦ f )(x) = g(f (x)) = g( x − 1) = √
x−1

Teorema: Sejam as funções f e g, e a sua composição f ◦ g. O domínio de


f ◦ g, denotado por Dom(f ◦ g), é o conjuntos dos valores de x no domínio de g
tais que g(x) está no domínio de f :
Dom(f ◦ g) = {x ∈ Dom(g) | g(x) ∈ Dom(f )}
Podemos entender esse resultado se considerarmos que, inicialmente, x deve
estar no domínio de g uma vez que se deve calcular u = g(x). Mas, como devemos
calcular f (g(x)), os valores de g(x) devem também pertencer ao domínio de f .

Muitas vezes, é mais simples determinar o domínio de uma função composta


observando a sua expressão algébrica antes de qualquer simplificação. Por exemplo,
ao observarmos atentamente a expressao algébrica da função h.
r
1
h(x) = (f ◦ g)(x) = − 1,
x
percebemos que:
• x não pode ser igual a 0, pois não está definido, uma vez que o denominador
de uma fração não pode ser igual a 0, por ser uma indeterminação;
• x não pode ser negativo, pois resultaria na divisão com um número positivo
(a constante 1), resultando na soma de um número negativo com −1, o que
continuaria negativo no radicando, valor este que não estaria contido nos reais
R;
• x não pode maior que 1, pois a divisão apresentaria um número menor que
1, que somado com −1 resultaria num valor negativo no radicando, algo que
não estaria contido nos reais R;
• x deve ser, portanto, positivo e menor ou igual a 1.
Observações:
• Em relação à operação de composição, podemos também compor uma função
com ela mesma ou envolver na composição qualquer número de funções.
• Uma observação importante sobre a composição de funções é que ela não é
comutativa, isto é, em geral, f ◦ g =
6 g ◦ f.

50
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3.10 Função Inversa


Definição: Uma função g é dita a função inversa da função f se (f ◦
g)(x) = x para todo x ∈ Dom(g) e (g ◦ f )(x) = x para todo x ∈ Dom(f ).

De uma maneira simples, pode-se dizer que o termo "inversa"e utilizado para
descrever funções que "desfazem"o efeito de uma sobre a outra. A função inversa
de f (x) e representada por f −1 (x) e não deve ser confundida com f (x)
1
.

Curiosidade 8

O recíproco 1
f (x)
, pode, todavia, ser escrito como [f (x)]−1

Existência de Inversa: Nem toda função tem inversa. Para que uma
função possua inversa, é necessário que a f seja bijetora, ou seja, só existe função
inversa de funções bijetoras.

Curiosidade 9
A busca por uma função inversa é tradicionalmente associada a
funções bijetoras, aquelas que são injetoras e sobrejetoras. No
entanto, em alguns casos, é possível encontrar uma função inversa
mesmo quando a função original não é bijetora, desde que seu
domínio seja restringido.

Se uma função não é bijetora, significa que para alguns valores


do contradomínio, pode haver mais de um valor correspondente
no domínio, ou alguns valores do contradomínio podem não ter
correspondência. Para lidar com isso, ao restringir o domínio
da função original a um subconjunto onde a função é injetora
(ou seja, cada valor do domínio tem um único correspondente
no contradomínio), torna-se possível encontrar uma função inversa.

A restrição do domínio muitas vezes é feita considerando apenas


uma parte específica da função original, onde ela é injetora. Isso
pode ser feito identificando intervalos ou subconjuntos nos quais
a função é estritamente crescente ou estritamente decrescente.

Ressaltando: a função inversa encontrada pode ser válida apenas


no intervalo restrito considerado.

51
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Exemplo 3.8
Seja:

f (x) = x2

Determine a sua inversa.

Solução: aara determinar a inversa f −1 (x) de maneira "convenci-


onal", vê-se que não é possível, uma vez que f (x) = f (−x) ∀ x ∈ R,
por f ser uma função par, tornando a função não injetora e,
consequentemente, não bijetora. No entando, caso Domf seja
restringido a R+ , temos que:

f −1 (x) = x

Gráfico: O domínio de f −1 (x) é igual à imagem de f , e vice-versa. Assim,


se o gráfico de f passa pelo ponto (a, b), então o gráfico de f −1 passa pelo ponto
(b, a). Dessa forma, o gráfico de f −1 é uma reflexão do gráfico de f em relação à
reta y = x. Isso está ilustrado na figura a seguir, uma vez que as funções f (x) = 2x
e g(x) = log2 x são inversas uma da outra.

Gráfico das funções f (x) = 2x e g(x) = log2 x


4 y

x
−2 −1 1 2 3

−2

−4
log2 (x)
2x
−6

De uma maneira geral, as funções f (x) = bx e g(x) = logb x são inversas


uma da outra, e, portanto, as expressões

g(f (x)) = logb (bx ) = x e f (g(x)) = blogb x = x,

são válidas para qualquer b > 0 e b 6= 1.

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Exercícios
Questões de Conjuntos
Exercício 1
Considerando os conjuntos A = {0, 5, 10, 15, 20, 25, 30} e B = {0, 10, 20, 30},
responda com verdadeiro (V) ou falso (F).

a) ( ) Ambos são subconjuntos dos números Reais.

b) ( ) B contém A.

c) ( ) B está contido em A.

d) ( ) os elementos de A são somente os múltiplos de 5 no intervalo ]0, 30[.

e) ( ) A − B = {5, 15, 25}.

f) ( ) B é um subconjunto de A, assim como A é um subconjunto de B

Exercício 2
Sendo A = {1, 2}, B = {2, 3}, C = {1, 3, 4}, D = {1, 2, 3, 4}, classifique em V
ou F cada sentença abaixo e justifique.

a) ( ) A está contido em D.

b) ( ) A está contido em B.

c) ( ) B está contido em C.

d) ( ) D contém B.

e) ( ) C é igual a D.

f) ( ) A não está contido em C.

Exercício 3
Realize as operações A ∪ B, A − B e A ∩ B entre os seguintes conjuntos:

a) A = {0, 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27, 30} e B = {0, 6, 12, 18, 24, 30}

b) A = {61, 67, 71, 73, 79, 83, 89} e B = {63, 67, 71, 73, 79, 83, 89, 91}

c) A = {11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37} e B = {7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37}

d) A = {89, 91, 93, 95, 97, 99} e B = {93, 95, 97, 101, 103, 105}

e) A = {111, 113, 115, 117, 119, 121} e B = {113, 115, 117, 119, 123, 125}

53
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Exercício 4
Considerando o conjunto dos números reais, faça a representação dos intervalos
fazendo uso de sua simbologia.

a) intervalo fechado em 3 e aberto em 15.

b) intervalo aberto em −5 e fechado em 4, união com números maiores que


23.

c) intervalo dos números reais menores que zero.

d) 81 < x ≤ 101 e x < 27

e) a ≤ x < b, onde a e b são as raízes de f (x) = x2 − 10x + 9

Exercício 5
Diga se é verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma dessas sentenças abaixo.

a) ( ) 0 ∈ {0, 1, 2, 3, 4} f) ( ) a ∈ {a, {a}}.


b) ( ) {a} ∈
/ {a, b}
g) ( ) {a} ∈ {a, {a}}.
c) ( ) ∅ ∈
/ {0}
h) ( ) ∅ ∈ {∅, {a}}.
d) ( ) 0 ∈ ∅.
e) ( ) 0 ∈ {0, 1, 2, 3, 4}. i) ( ) {a, b} ∈ {a, b, c, d}.

Questões de Intervalos e Inequações


Exercício 6
Esboce a representação do intervalo.

a) [ 53, 76 )
b) ( −3, 98 ] ∪ ( 203, 274 ]
c) [ −65, −20 ) ∪ ( 3, +∞ )
d) ( −∞, 7 ) ∪ ( 22, 31 ) ∪ ( 31, 61 ]
e) [ 746, 881 ) ∪ ( 881, 975 ]
f) ( 112, 223 ] ∪ [ 554, 776 ) ∪ ( 777, 800 ] ∪ ( 814, 916 )
g) −83 ≤ x ≤ 30
h) 67 < x < 421
i) −279 ≤ x < 1

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j) ( −∞, 17 ) ∪ ( 17, +∞ )

Exercício 7
Resolva a desigualdade indicada e represente a solução em termos de interva-
los.

a) −4 < 5 − 3x ≤ 17

b) x(x − 1)(x + 2) > 0

c) x2 < 2x + 8

d) |x − 4| < 3
2x − 3
e) ≤1
x+1

Exercício 8
Escreva na forma de intervalo cada representação geométrica dada abaixo:

Exercício 9
Dados os conjuntos abaixo, expresse-os na forma de intervalo e na forma
geométrica:

a) {x ∈ R | 6 ≤ x ≤ 10}

b) {x ∈ R | − 1 < x ≤ 5}

c) {x ∈ R | x ≥ −4}

d) {x ∈ R | x < 1}

55
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Pré-Cálculo

Exercício 10
Dados os intervalos abaixo, expresse-os na forma geométrica:
 
1
a) , +∞
2
b) ( 0, 7 )

c) ( −∞, 3 )

d) ( −6, +∞ )

Exercício 11
Resolva as seguintes inequações. Escreva sua resposta usando a notação de
intervalos.

a) −x + 5 ≥ x − 3 g) |x − 4| < 3
b) 3 − x > 2x + 18 x+2 x+1
h) − ≥x
c) 4x − 2(−3x + 1) < 4 − (5 − x) 3 2

d) x2 < 2x + 8 i) (3x − 2)2 − (3x − 1)2 ≥ (x +


2)2 − (x + 1)2
e) 5x − (x + 3)2 ≥ −(2x + 9) − x2
2x − 3 5 − 3x 1
f) (x + 1)2 − (x − 1)2 < 8 j) − < 3x −
2 3 6

Questões de Funções
Exercício 12
Seja a função f : R 7→ R definida por f (x) = 2x. Então, f (a + 1) − f (a) é
igual a:

Exercício 13
Determine as raízes reais das funções:

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a) y = x2 − 3x + 2 h) y = − x2 + 3x − 4
√ 1
b) y = − x2 + 7x − 12 i) y = x2 − 2x +
2
c) y = 3x2 − 7x + 2 √ √
j) y = x2 + (1 − 3)x + 3
d) y = x2 − 2x + 2 k) y = 2x2 − 4x
e) y = x2 + 4x + 4 l) y = −3x2 + 6
f) y = x2 − 2x − 1 m) y = 4x2 + 3

g) y = x2 − 3x + 2 n) y = −5x2

Exercício 14
Analise a função a seguir:

sabendo que f (x) = ax2 + bx + c, assinale a alternativa correta.

a) a > 0 ; b > 0 ; c > 0.

b) a < 0 ; b = 0 ; c > 0.

c) a > 0 ; b < 0 ; c = 0.

d) a < 0 ; b > 0 ; c > 0.

e) a > 0 ; b < 0 ; c < 0.

Exercício 15
Faça um esboço das seguintes funções.

a) f (x) = 5x − 4

57
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b) g(x) = 8x ∗ (x − 3)

c) h(x) = sen(2x), onde 0 ≤ x ≤ 2π



d) p(x) = x
−2x + 1
e) q(x) =
sen2 (x) + cos2 (x)
s
1 − cos2 (x)
f) u(x) =
1 − sen2 (x)

Exercício 16
Encontre o domínio da função.

a) f (x) = 3x5 − 4x + 6x3 + 8


1
b) g(x) =
x

c) h(x) = x

d) p(x) = 3
x
2x + 1
e) q(x) =
x + x2 − 2
√5
x
f) u(x) =
x+1
√ √
g) v(x) = 4 4 − x2 − 6 1 − x

Exercício 17
Seja (
1 − x2 , se x ≤ 0
f (x) =
2x + 1, se x > 0

a) Calcule f (−8)

b) Calcule f (−7)

c) Calcule f (0)

d) Calcule f (1)

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e) Calcule f (9)

f) Esboce o gráfico de f

Exercício 18
Seja f (x) = x2 + 2x − 1 e g(x) = 2x − 3, encontre cada uma das seguintes
funções.

a) (f ◦ g)(x)

b) (g ◦ f )(x)

c) (g ◦ g ◦ g)(x)

d) (f ◦ f )(x)

e) (f ◦ g ◦ f )(x)

f) (g ◦ g ◦ f )(x)

Exercício 19
f (x + h) − f (x)
Simplifique , (h 6= 0) sendo f (x):
h
a) f (x) = 1 − x

b) f (x) = 2x + 1

c) f (x) = x2 − 1

d) f (x) = x2 − x

Exercício 20
√ x+3
Considere as funções f (x) = 1 + x2 , g(x) = 1 + x e h(x) = . Coloque
x2 + 7
em ordem crescente os valores:

f (g(−1)) , f (h(5)) , g(f (2)) , g(h(0)) , h(f (2)) , h(g(3))

Exercício 21
A figura abaixo mostra um esboço do gráfico da função y = ax + b, com
a, b ∈ R, a > 0, a 6= 1 e b 6= 0.Determine o valor de a2 − b2 .

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Exercício 22
Uma função que avalia a evolução de uma cultura de bactérias é dada por
f (t) = 203t , com t dado em horas. Assim, qual o valor de t para que tenhamos
f (t) = 1620?

Exercício 23
As funções
r f e g de A = {x√∈ R| − 1 ≤ x ≤ 0 ou x > 1} em R, definidas por:
x+1 x+1
f (x) = e g(x) = √ são iguais? Justifique.
x2 − x x2 − x

Exercício 24
Determine a paridade da função

a) f (x) = x − 5 e) q(x) = sen(x2 )

b) g(x) = x2 − 9 f) u(x) = ex

c) h(x) = x2 + 2x − 9 g) v(x) = ex
2

d) p(x) = sen2 (x) h) w(x) = 2x5 + x3 − x

Exercício 25
Encontre o valor numérico de cada expressão.

a) senh(0) f) senh(2)

b) cosh(0) g) senh(0)

c) tgh(0) h) cosh(3)

d) tgh(1) i) cosh(ln(3))

e) senh(ln(2)) j) sech(0)

Exercício 26
Demonstre a paridade das funções hiperbólicas:

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a) senh(x) b) cosh(x) c) tgh(x)

Exercício 27
Demonstre a a identidade:

a) cosh(x) + senh(x) = ex

b) cosh(x) − senh(x) = e−x

c) cotgh2 (x) − 1 = cossech2 (x)

Exercício 28
Encontre o valor dos coeficientes angulares das retas de cada função afim:

20 y

15

10

5
(−5, 0)
x
−6 −4 −2 2

−5

y
8

2 6
( , 0)
7 x
−0.5 0.5 1 1.5
−2

−4

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y
8
(− , 0)
25 x
−0.5 −0.4 −0.3 −0.2 −0.1 0.1 0.2

−5
(0, −8)

−10

y
5
13
( , 0)
42 x
0.1 0.2 0.3 0.4 0.5

−5

−10
(0, −13)

−15

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Gabarito
1. V, F, V, F, V, F b) x1 = 3 e x2 = 4

2. V, F, F, V, F, V 14. d)

3. a) A ∪ B = {0, 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27, 30} 16. a) R


A − B = {3, 9, 15, 21, 27}
A ∩ B = {0, 6, 12, 18, 24, 30} b) R − {0}

b) A ∪ B = {61, 63, 67, 71, 73, 79, 83, 89, 91} c) R+


A − B = {61} d) R
A ∩ B = {67, 71, 73, 79, 83, 89}
e) ] − ∞, −2 [ ∪ ] 1, +∞ [ ou
4. a) [ 3, 15 [ ou [ 3, 15 ) ( −∞, −2 ) ∪ ( 1, +∞ )

b) ] − 5, 4 ] ∪ ] 23, +∞ [ ou f) R − {−1}
( −5, 4 ] ∪ ( 23, +∞ ) g) [ −2, 1 ]
c) ] − ∞, 0 [ ou ( −∞, 0 )
17. a) −63
5. V, F, F, F, V, V, V, V, F
b) −48
7. a) [ −4, 3 [ ou [ −4, 3 ) c) 1
b) ] − 2, 0 [ ∪ ] 1, +∞ [ ou d) 3
( −2, 0 ) ∪ ( 1, +∞ )
e) 19
8. a) ] − 2, 3 ] ou (2, 3 ]
18. a) 4x2 − 8x + 2
b) [ 4, +∞ ) ou [ 4, +∞ [
b) 2x2 + 4x − 5
c) ( −∞, −5 ) ou ] − ∞, −5 [
d) ( 0, 1 ) ou ] 0, 1 [ 19. a) −1
b) 2
9. a) [ 6, 10 ]
c) 2x
b) ( −1, 5 ] ou ] − 1, 5 ]
d) 2x + h − 1
c) [ −4, ∞ ) ou [ −4, +∞ [
d) ( −∞, 1 ) ou ] − ∞, 1 [ 20. h(f (2)) < h(g(3)) < f (g(−1)) <
f (h(5)) < g(h(0)) < g(f (2))
11. a) S = {x ≤ 4}
b) S = {x < −5} 21. −1
1 1 4
n o
c) S = x < 22. t = + log20 (3)
9 3 3
d) S = {−2 < x < 4}
23. Sim
e) S = {x ≥ 0}
f) S = {x < 2} a) Nem par, Nem ímpar

g) S = {7 > x > 1} b) Par


n 1
o c) Nem par, Nem ímpar
h) S = x ≤
7
d) Par
i) S = {x ≤ 0}
e) Par
j) S = {x > −3}
f) Nem par, Nem ímpar
12. 2 g) Par
13. a) x1 = 1 e x2 = 2 h) Ímpar

63

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