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Instituto de Matemática - IM/UFRJ

Cálculo Diferencial e Integral I


Lista 9 - P3 - Resolução

Algumas identidades trigonométricas úteis


1. Identidade Trigonométrica Fundamental: sen2 (θ) + cos2 (θ) = 1

Divida os dois lados da equação na identidade fundamental por cos2 (θ):

2. tan2 (θ) + 1 = sec2 (θ)

Divida os dois lados da equação na identidade fundamental por sen2 (θ):

3. 1 + cot2 (θ) = csc2 (θ)

Com o seno da soma de dois arcos, é possível obter:

4. sen(2θ) = 2 sen(θ) cos(θ)

Com o cosseno da soma de dois arcos, e identidade fundamental, é possível obter:

5. cos(2θ) = 2 cos2 (θ) − 1

6. cos(2θ) = 1 − 2 sen2 (θ)

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Cálculo Diferencial e Integral I
Lista 9 - P3 - Resolução (continuação)

Questão 1:
Calcule as integrais.
Z 2
(a) x3 dx
0
Z 1
(b) (1 − 2y − 3y 2 ) dy
−1
Z 49 √
(c) t dt
0
Z 3
2
(d) dx
1 x3
Z π/4
(e) sec2 (θ) dθ
0
Z 1
(f) 2x dx
0
Z  
1
(g) z2 + 1 + 2
dz;
z +1
Z
(h) 1 + tg2 (s) ds;


Solução:
x4
(a) Pela regra das potências, uma primitiva de x3 é . Então, pelo TFC parte 2,
4
2 2
x4 24
Z
3
x dx = = =4.
0 4 0 4

(b) Pela regra das potências, uma primitiva de 1 − 2y − 3y 2 é y − y 2 − y 3 . Então, pelo


TFC parte 2,
Z 1 1
(1 − 2y − 3y 2 )dy = (y − y 2 − y 3 ) =2−0−2=0.
−1 −1

√ √ t3/2 2
(c) Como t = t1/2 , pela regra das potências, uma primitiva de té = t3/2 . Então,
3/2 3
pelo TFC parte 2,
Z 49 √ 49
2 2
tdt = t3/2 = 73 = 64 .
0 3 0 3

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Lista 9 - P3 - Resolução (continuação)

2 2 x−2
(d) Como = 2x −3
, pela regra das potências, uma primitiva de é . Então, pelo
x3 x3 −2
TFC parte 2,
Z 3 3
2 x−2 1 8
2 3
dx = =1− = .
1 x −2 1 9 9

(e) Como a derivada de tan(θ) = sec2 (θ), tan(θ) é uma primitiva para sec2 (θ). Então,
pelo TFC parte 2,
Z π/4 π/4
sec2 (θ)dθ = tan(θ) =1.
0 0

2x
(f) Pela regra das exponenciais, uma primitiva de 2x é . Então, pelo TFC parte 2,
ln(2)
1 1
2x
Z
x 2 1 1
2 dx = = − = .
0 ln(2) 0 ln(2) ln(2) ln(2)

1
(g) Como a integral é indefinida, buscamos a primitiva geral de z 2 +1+ . Pela regra
z2 +1
z3 1
das potências, + z é uma primitiva para z 2 + 1. Para 2 , devemos lembrar
3 z +1
1 1
que a derivada de arctan(x) = 2 . Logo, arctan(z) é uma primitiva para 2 .
x +1 z +1
Com isso,

z3
Z  
2 1
z +1+ 2 dz = + z + arctan(z) + C .
z +1 3

(h) Como 1 + tan2 (s) = sec2 (s), temos que


Z Z
1 + tan (s) ds = sec2 (s)ds = tan(s) + C .
2


Questão 2:
Aplique o Teorema Fundamental do Cálculo para determinar a derivada da função.
Z x
(a) g(x) = ln(t) dt
1
Z 7
(b) F (x) = sen(u7 ) du
x
Z 1
(c) h(t) = cos(x) dx
cos(t)

Solução:

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(a) Resolveremos essa questão aplicando a parte 1 do Teorema Fundamental do Cálculo


(TFC), que dizZque: se f (x) é contínua no intervalo [a, b], então para x ∈ [a, b] a
x
dF
função F (x) = f (t) dt é contínua em [a, b], é derivável em (a, b), e = f (x).
a dx
A função ln(x) é contínua (porque
Z x estamos em x > 1), então o TFC parte 1 pode
dg
ser aplicado. Como g(x) = ln(t) dt, o TFC nos diz que = ln(x), que é o que
1 dx
queríamos descobrir.

(b) Para poder aplicar o TFC parte 1, devemos inverter os limites de integração:
Z 7 Z x Z x 
7 7 7
F (x) = sen(u ) du = − sen(u ) du = − sen(u ) du .
x 7 7

Agora que
Z xescrevemos a integral no formato do TFC parte 1, temos que
 
F (x) = − sen(u7 ) du, e o TFC parte 1 nos diz que a derivada de F (x) em relação
7
a x (sua entrada/argumento) é a função no integrando. Ou seja: F ′ (x) = − sen(x7 ).

(c) Atenção ao significado das letras nessa questão. A função que temos interesse é h(t),
onde “t” está sendo usado como o símbolo que indica o argumento da função h (a
entrada). O símbolo x nessa questão é apenas a variável de integração (nos informa
o que está variando durante a integração).
Queremos descobrir h′ (t), ou seja, queremos a derivada da função h em relação ao seu
dh
argumento (t). Em outra notação, queremos .
dt
Iremos
Z resolver essa questão fazendo uso do TFC parte 2, que nos permite afirmar
b
que f (x) dx = F (b) − F (a) se f (x) for contínua em [a, b], onde F ′ (x) = f (x) (F é
a
uma primitiva de f ).
Z 1
Temos então que h(t) = cos(x) dx = P (1) − P cos(t) , onde P é uma primitiva

cos(t)
de cos(x) (não precisaremos descobrir a forma de P , mesmo que fosse fácil ou difícil
dh
fazer isso). Agora, para encontrar iremos derivar em relação a t:
dt
dh d  d  d 
= P (1) − P (cos(t)) = P (1) − P (cos(t)) .
dt dt dt dt
O símbolo P (1) significa um valor da função P quando sua entrada vale 1, logo P (1) é
d d
simplesmente uma constante, e portanto P (1) = 0. Para descobrir
 
P (cos(t))
dt dt
precisaremos da regra da cadeia: note que se trata de uma função composta, onde a
função “mais interna” é cos(t) e a função “mais externa” é P (□) (primeiro t passa em
cos(□), e depois o resultado cos(t) passa em P (□)). Aplicando a regra da cadeia:

d d
P (cos(t)) = P ′ (cos(t)) · cos(t) = P ′ (cos(t)) · (− sen(t))
 
dt dt

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Como P (□) é primitiva  de cos(□), sabemos que P (□) = cos(□), então temos que

P (cos(t)) = cos cos(t) . Finalmente descobrimos que:


dh d  d
P (cos(t)) = 0 − P ′ (cos(t)) · (− sen(t))

= P (1) −
dt dt dt
dh  
= − cos cos(t) · (− sen(t)) = cos cos(t) sen(t)
dt

Questão 3: Z
x
Seja S(x) = sen(πt2 /2) dt. Determine os pontos críticos de S(x).
0

Solução:

dS
(a) Pelo TFC parte 1, temos = sen(πx2 /2). Os pontos críticos de S são os valores de
dx
dS dS dS
x do domínio de S onde não existe ou onde = 0. Como = sen(πx2 /2), e
dx dx dx
dS dS
então existe para todo x real. Investigamos agora quando ocorre que = 0.
dx dx
Queremos sen(πx2 /2) = 0, o que ocorre quando πx2 /2 = kπ , com k ∈ {0, 1, 2, 3, . . .}.
Ou seja, igualamos a entrada/argumento da função seno aos múltiplos π, porque essas
são as situações em que a função seno retorna valor zero (note que usamos apenas os
múltiplos positivos porque necessariamente πx2 /2 é positivo). Logo:

πx2 /2 = kπ , com k ∈ {0, 1, 2, 3, . . .}



x = ± 2k , com k ∈ {0, 1, 2, 3, . . .}
√ √ √
Portanto os pontos críticos são os elementos de {0, ± 2, ± 4, ± 6, . . .}.

Questão 4:


(a) Verifique que 1 ≤ 1 + x4 ≤ 1 + x4 , ∀x ∈ R .
Z 1 √ 6
(b) Mostre que 1 ≤ 1 + x4 dx ≤ .
0 5

Solução:

(a) Para verificar (não provar), observe
√ que√ k é necessariamente
√ menor a k desde que
tenhamos k > 1. Além disso, 1 = 1 = 1 + 0 ≤ 1 + x para todo x.
4

Extra: caso queira provar o fato desse item, você poderia argumentar como abaixo.

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√ √
A primeira derivada de y garante que y é sempre crescente em x ∈ (0, +∞).
√ √
Assim, dado que 1 ≤ 1 + x4 em (0, ∞),√então 1 = 1 ≤ 1 + x4 , o que nos dá
a primeira desigualdade. Uma
√ vez que 1 + √ x4 > 0 pra todo x, multiplicamos a
primeira desigualdade por 1 + x , obtendo 1 + x4 ≤ 1 + x4 , que é a segunda
4

desigualdade.

(b) Primeiro vejamos a desigualdade à esquerda. Como 1 ≤ 1 + x4 para todo x, então
Z 1 Z 1√
1 dx ≤ 1 + x4 dx
0 0

1
Z 1 √
x 0
≤ 1 + x4 dx
0
Z 1 √
1≤ 1 + x4 dx
0


Para a segunda desigualdade, veja que o fato 1 + x4 ≤ 1 + x4 , ∀x ∈ R , implica em
Z 1√ Z 1
4
1 + x dx ≤ 1 + x4 dx
0 0
! 1
Z 1 √ x5
1 + x4 dx ≤ x+
0 5
0
Z 1 √ 6
1 + x4 dx ≤
0 5

Questão 5:
Use o método da substituição para calcular cada integral.
Z
(a) x sen(x2 ) dx
Z
3
(b) u2 eu du
Z
1
(c) dx
5 − 3x
Z √
(d) u 1 − u2 du
Z
(e) cos(x)esen(x) dx
Z
sen(x)
(f) dx
1 + cos2 (x)

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Z π2 √
cos( x)
(g) √ dx
π2
4
x
Z −6  
4 5
(h) − dx
−2 (1 + 2x)3 1 + 2x

Solução:

(a) Seja u = x2 . Então du = 2x dx =⇒ dx = du/2x. Daí


Z Z
2 1 1 1
sen(u) du = (− cos(u)) + c = − cos(x2 ) + c.

x sen(x ) dx =
2 2 2

(b) Seja x = u3 . Então dx = 3u2 du =⇒ du = dx/(3u2 ). Daí


Z Z
2 u3 1 1 1 3
u e du = ex dx = ex + c = eu + c.
3 3 3

(c) Seja u = 5 − 3x. Então du = −3 dx =⇒ dx = − du/3. Daí


Z Z
1 1 1 1 1
dx = − du = − ln |u| + c = − ln |5 − 3x| + c.
5 − 3x 3 u 3 3

(d) Seja x = 1 − u2 . Então dx = −2u du =⇒ du = − dx/2. Daí


Z √ 1
Z
1/2 1 x3/2 1 2 3/2
2
u 1 − u du = − x dx = − + c = − · 1 − u2 +c
2 2 3/2 2 3
1 3/2
= − 1 − u2 + c.
3

(e) Seja u = sen(x). Então du = cos(x) dx =⇒ dx = du/ cos(x). Daí


Z Z
sen(x)
cos(x)e dx = eu du = eu + c = esen(x) + c.

(f) Seja u = cos(x). Então du = − sen(x) dx =⇒ dx = − du/ sen(x), implicando


Z Z
sen(x) 1
2
dx = − du.
1 + cos (x) 1 + u2

Se lembrarmos que 1/(1 + u2 ) tem arctan(u) + c como primitiva, obtemos


Z
1
− du = −(arctan(u) + c1 ) = − arctan(cos(x)) + c2 ,
1 + u2
sendo c2 = −c1 .

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(g) Primeiro computamos uma primitiva √ para o integrando e em seguida a utilizamos para
obter a integral definida.
√ Seja u = x = x1/2 . Então du = (1/2)x−1/2 dx implica
dx = 2x1/2 du = 2 x du. Daí


Z Z
cos x
√ dx = 2 cos(u) du = 2 sen(u) + c = 2 sen x + c,
x

que é a primitiva que procurávamos. Usando a primitiva, obtemos


√ π2
2 sen x = 2 sen(π) − 2 sen(π/2) = −2.
π 2 /4

(h) Usando a propriedade das somas


Z −6   Z −6 Z −6
4 5 1 1
− dx = 4 dx − 5 dx.
−2 (1 + 2x)3 1 + 2x −2 (1 + 2x)
3
−2 1 + 2x

Seja u = 1 + 2x. Então du = 2 dx =⇒ dx = du/2. Fazendo as devidas substituições


na equação acima, obtemos
u=−11
u=−11 u=−11
4 u−2
Z Z  
4 −3 5 1 5
u du − du = − ln |u| =
2 u=−3 2 u=−3 u 2 (−2) 2
u=−3

  u=−11    
1 5 1 5 1 5
= − 2 − ln |u| = − − ln | − 11| − − − ln | − 3| =
u 2 (−11)2 2 (−3)2 2
u=−3

1 5 1 5 5 112
=− − ln(11) + + ln(3) = (ln 3 − ln 11) +
121 2 9 2 2 1089

Questão 6:
Seja g uma função com derivada contínua no intervalo [0, 1], tal que g(0) = 1 e g(1) = 3.
Calcule a integral Z 1
3x2 − g ′ (x) dx.

0

Solução:
Aplicamos a propriedade da soma e o teorema fundamental, obtendo
Z 1 Z 1 Z 1

2 2
g ′ (x) dx =

3x − g (x) dx = 3x dx −
0 0 0
  1
= x3 − g(x)

= (1 − 0) − g(1) − g(0) = 1 − (3 − 1) = 1 − 2 = −1.
0

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Questão 7:
Seja f uma função contínua no intervalo [1, 8] tal que
Z 8
f (x) dx = 6 .
1
Z 2
Calcule a integral x2 f (x3 ) dx .
1

Solução:
Seja F (x) uma primitiva de f (x). Então, o enunciado nos informa que
Z 8
f (x) dx = F (8) − F (1) = 6 ,
1

onde F é alguma primitiva de f .


du
Usando a substituição u = x3 , teremos du = 3x2 dx =⇒ dx = . Lembre-se de
3x2
ajustar os limites de integração para a nova variável!

(Início) Quando x = 1, u = x3 =⇒ u = 13 = 1
(Fim) Quando x = 2, u = x3 =⇒ u = 23 = 8

Então a integral se torna o seguinte:


Z 2 Z 8
1 8
Z
2 3 2 du 1 8 1 
x f (x ) dx = x f (u) 2 = f (u) du = · F (u) u=1 = F (8) − F (1)
1 1 3x 3 1 3 3
Z 2
1  1
E vimos acima que F (8) − F (1) = 6. Então x2 f (x3 ) dx = F (8) − F (1) = · (6) = 2
1 3 3

Questão 8:
Para as integrais abaixo, tente utilizar alguma identidade trigonométrica antes de resolver.
Z
(a) cos3 (x) dx
Z
(b) tan4 (x) dx

Solução:

(a) Observando que cos3 (x) = cos2 (x) cos(x) e lembrando que cos2 (x) = 1 − sen2 (x),
podemos escrever
Z Z
cos (x) dx = cos2 (x) cos(x) dx
3

Z
= (1 − sen2 (x)) cos(x) dx.

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Substituímos u = sen(x), observando que du = cos(x) dx. Daí


Z Z
1 1
(1 − sen (x)) cos(x) dx = (1 − u2 ) du = u − u3 + c = sen(x) − sen3 (x) + c.
2
3 3

(b) Observando que tan4 (x) = tan2 (x) tan2 (x) e lembrando que tan2 (x) = sec2 (x) − 1,
podemos escrever
Z Z
tan (x) dx = tan2 (x) tan2 (x) dx
4

Z
= (sec2 (x) − 1) tan2 (x) dx
Z Z
= tan (x) sec (x) dx − (sec2 (x) − 1) dx.
2 2

Substituímos u = tan(x), observando que du = sec2 (x) dx, e obtemos


Z Z Z Z
tan (x) sec (x) dx − (sec (x) − 1) dx = u du − (sec2 (x) − 1) dx
2 2 2 2

Por fim computamos as integrais, obtendo


Z Z
1 1
u du − (sec2 (x) − 1) dx = u3 + c1 − tan(x) + x + c2 = tan3 (x) − tan(x) + x + c,
2
3 3

lembrando que a derivada de tan(x) é sec2 (x).

Questão 9:
Calcule o volume do sólido de revolução obtido pela rotação da região R delimitada pelas curvas
dadas em cada item. Faça um esboço da região R utilizada para a construção do sólido.

(a) y 2 = 2x + 4 e x − y + 2 = 0, girando em torno do eixo x;



2y
(b) x = 2 , x = 0 e y = 1, girando em torno do eixo y.
y +1

Solução:

(a) Igualando as equações que descrevem as curvas obtemos os pontos de interseção, ou


seja, se fizermos y = x + 2 e substituirmos na primeira equação obtemos

(x + 2)2 = 2x + 4
x2 + 4x + 4 = 2x + 4
x2 + 2x = 0

Ou seja x = 0 e x = −2, e nessas coordenadas de x as coordenadas correspondentes


de y são, y = 2 e y = 0, respectivamente. Logo as curvas interceptam-se nos pontos
(−2, 0) e (0, 2). A região R encontra se na figura a seguir:

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x
−2

O volume do anel circular formado pela rotação de um pequeno retângulo compreen-


dido entre as curvas é
√ 
∆V = π ( 2x + 4)2 − (x + 2)2 ∆x

Assim,

Z 0 h√ i Z 0
2 2
−x2 − 2x dx

V = π ( 2x + 4) − (x + 2) dx = π
−2 −2
 3  x=0
(−2)3
 
x 2 2
= π − −x =π + (−2)
3 x=−2 3
 
8 4
= π 4− = π
3 3

4
O volume do sólido de revolução é, então, π unidades cúbicas.
3

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(b) Um esboço da região R limitada pelas curvas é dada na figura abaixo:

1
R

O volume do disco circular formado pela rotação de um pequeno retângulo compre-


endido entre a função e o eixo y é
 √ 2
2y
∆V = π 2
∆y
y +1

Assim, o volume é dado por

Z 1  √ 2
2y
V = π 2
dy
0 y +1
Z 1
2y
= π dy
0 (y 2 + 1)2
y=1
−π
= 2
y +1 y=0

π π
= − +π =
2 2

Questão 10:
Faça um esboço do triângulo com vértices (1, 1), (1, 2) e (2, 2). Determine o volume dos sólidos
obtidos com a rotação das regiões em torno dos seguintes eixos:

(a) reta x = 2;

(b) reta y = 1.

Solução:

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2
R

x
1 2

(a) Usando funções da forma x = f (y), teremos as distâncias em relação ao eixo de


rotação x = 2. O volume do anel circular formado pela rotação de um pequeno
retângulo compreendido entre as funções é

∆V = π (2 − 1)2 − (2 − y)2 ∆y


Assim,
Z 2 Z 2
2
V =π 1 − (2 − y) dy = π −3 + 4y − y 2 dy
1 1
y=2
4y 2 y 3
 

= π −3y + − =
2 3 3
y=1

(b) Usando funções da forma y = f (x), teremos as distâncias em relação ao eixo de


rotação y = 1. O volume do anel circular formado pela rotação de um pequeno
retângulo compreendido entre as funções é

∆V = π (2 − 1)2 − (x − 1)2 ∆x


Assim,
Z 2 Z 2
2
V =π 1 − (x − 1) dx = π −x2 + 2x dx
1 1
x=2
x3
 

=π − + x2 =
3 3
x=1

Questão 11:
Encontre o volume do sólido S, sabendo que

• a base de S é a região delimitada pela parábola y = 1 − x2 e pelo eixo x;

• as seções transversais perpendiculares ao eixo y são quadradas.

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Solução:
Abaixo está uma imagem do sólido S. Para melhor visualização, é possível interagir com
o objeto neste link: https://www.geogebra.org/m/mcreq9pr

Considere a região limitada pela parábola y = 1 − x2 e o eixo x. A questão nos diz


para tratar essa região como base do sólido. Vemos então que estamos com y compreendido
entre 0 e 1.
Para cada valor de y, uma seção transversal perpendicular ao eixo y fará um segmento de
reta que liga (−x, y) a (x, y). Portanto, fará um segmento de comprimento 2x. O enunciado
nos diz que as seções formam quadrados: imagine que o segmento de comprimento 2x é o
lado de um quadrado que se estende para fora do plano xy (ou seja, na direção z). A área
desse quadrado é então (2x)2 .
Para uma certa seção transversal em um y específico, podemos multiplicar a área (2x)2 da
seção por uma espessura ∆y, para obtermos um pequeno volume. A soma desses pequenos
volumes ao longo de y nos dá uma aproximação do volume do sólido. No limite de usarmos
∆y cada vez menor, a aproximação melhora até convergir para o volume do sólido S.
Ou seja, acabamos de descrever a ideia por trás da seguinte integral:

Z 1
V = (2x)2 dy
0

Como y = 1 − x2 =⇒ x = 1 − y (comprimento, positivo)


p

1
1 1
y2
Z Z  
2
V = (2x) dy =⇒ 4(1 − y) dy = 4 y − =2
0 0 2
0

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Questão 12:
Use as ideias de cálculo de volume por meio de integrais para encontrar uma expressão para o
volume de um tronco de cone circular reto com altura h, raio da base inferior R e raio de base
superior r.

Solução:

R
(x, f (x))

x
x h

Considere a seção do tronco de cone no plano xy. Observamos um segmento de reta


indo de (0, R) até (h, r). A função f (x) cujo gráfico é esse segmento pode ser obtida via
semelhança de triângulos (ou calculando sua inclinação e montando a equação da reta):

R−r
f (x) = (h − x) + r
h
Se rotacionarmos essa seção ao redor do eixo x, obtemos o sólido desejado. Com o
método dos discos, o volume desse sólido é obtido pela seguinte integral:

h π  2
R−r
Z Z
2
V = π f (x) dx = π (h − x) + r dx
0 0 h
R−r R−r
u= (h − x) + r =⇒ du = − dx
h h
Z r  Z R Z R
h 2 πh 2 πh
V =π − u du = u du = u2 du
R R − r R − r r R − r r

πh
V = (R3 − r3 )
3(R − r)

Questão 13:
Calcule as integrais indefinidas.
Z Z Z Z
(a) r/2
re dr; (b) p5 ln(p)dp; (c) 2
t sec (2t)dt; (d) ln2 (x)dx.

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Solução:
(a) Lembrando que a fórmula da integração por partes pode ser escrita como
Z Z
u dv = uv − v du,

declaramos u = r =⇒ du = dr e dv = er/2 dr =⇒ v = 2er/2 . É útil organizar as


partes e suas derivadas numa tabela como esta:

u=r dv = er/2 dr
du = dr v = 2er/2

Assim,
Z Z
r/2 r/2
re dr = 2re − 2er/2 dr

= 2rer/2 − 4er/2 + c
= er/2 (2r − 4) + c

(b) Organizando as partes numa tabela, obtemos

u = ln p dv = p5 dp
du = p1 dp v = 16 p6

Assim,
Z Z
5 1 6 1 61
p ln p dp = p ln p − p dp
6 6 p
1 6 1 p6
= p ln p − +c
6 66
p6 ln p 1
= − p6 + c.
6 36

(c) Substituímos u = 2t =⇒ du = 2 dt =⇒ dt = du/2 e obtemos


Z Z
2 1
tsec (2t) dt = u sec2 (u) du.
4
Agora escolhemos as partes e as organizamos na tabela

r = u ds = sec2 (u) du
dr = du s = tan(u)

Assim,
Z  Z 
1 2 1
u sec (u) du = u tan(u) − tan(u) du .
4 4

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Lista 9 - P3 - Resolução (continuação)

Uma primitiva para para tan(u) = sen(u)/ cos(u) pode ser obtida com a substituição
v = cos(u) =⇒ dv = − sen(u) du, que implica
Z Z
dv
− tan(u) du = = ln | cos(u)| + c.
v
Logo,
Z
1 1
u sec2 (u) du = (u tan(u) + ln | cos(u)| + c) .
4 4
Retornando à variável original, obtemos
Z
t 1
t sec2 (2t) dt = tan(2t) + ln | cos(2t)| + c.
2 4

(d) Escolhemos as partes

u = ln2 x dv = dx
du = x2 ln x dx v = x

e escrevemos
Z Z
2 2 2
ln x dx = x ln x − x ln x dx
x
Z
= x ln2 x − 2 ln x dx.

Novamente, aplicamos a integração por partes na integral de ln x, escolhendo

u = ln x dv = dx
du = x1 dx v = x

e escrevemos
Z Z
1
ln x dx = x ln x − x dx
x
Z
= x ln x − dx

= x ln x − x + c1 .

Retornando à integral original, obtemos


Z Z
2 2
ln x dx = x ln x − 2 ln x dx

= x ln2 x − 2(x ln x − x + c1 )
= x ln2 x − 2x ln x + 2x + c.

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Questão 14:
Primeiramente faça uma substituição e então use integração por partes para calcular a integral.
Z π Z
(a) ecos(t)
sen(2t)dt. (b) cos(ln(x))dx;
0

Solução:
(a) Com a seguinte fórmula de ângulo duplo sen 2t = 2 sen t cos t , reescrevemos
Z
cos t
e sen 2t dt = 2 ecos t sen t cos t dt.

Agora substituímos u = cos t =⇒ du = − sen t dt =⇒ dt = − du/ sen t, obtendo


Z Z
cos t
2 e sen t cos t dt = −2 ueu dt.

Escolhemos as partes nesta tabela

r = u ds = eu du
dr = du s = eu

e, assim, obtemos
Z  Z 
u u u
−2 ue du = −2 ue − e du

= −2 (ueu − eu + c1 )
= −2eu (u − 1) + −2c1
= 2eu (1 − u) + c.
Por fim, substituindo de volta na integral original, obtemos
Z π π
ecos t sen 2t dt = 2ecos t (1 − cos t) = 2e−1 (1 + 1) − 2(0) = 4e−1 .
0 0

(b) Começamos com a substituição u = ln x =⇒ du = 1/x dx =⇒ dx = x du. Observe


que se u = ln x, então eu = x. Logo, conseguimos reescrever a integral como
Z
(cos u)eu du (1)

e agora aplicamos a regra da integração por partes, fazendo as escolhas na tabela

r = eu ds = cos u du
dr = eu du s = sen u

Assim, obtemos Z Z
u u
(cos u)e du = sen ue − (sen u)eu du

e então aplicamos novamente a integração por partes nesta última integral, fazendo
as escolhas na tabela

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r = eu ds = sen u du
dr = eu du s = − cos u

obtendo Z Z
u u
(sen u)e du = −(cos u)e + (cos u)eu du,

notando que a integral de (cos u)eu é exatamente a integral que obtivemos na Equa-
ção 1. Em outras palavras, obtivemos
Z Z
(cos u)e du = (sen u)e − (sen u)eu du
u u

 Z 
u u u
= (sen u)e − −(cos u)e + (cos u)e du
Z
= (sen u)e + (cos u)e − (cos u)eu du.
u u

Coletando a integral de (cos u)eu no lado esquerdo, obtemos


Z
2 (cos u)eu du = (sen u)eu + (cos u)eu
eu
Z
(cos u)eu du = (sen u + cos u) + c.
2
Retornando à variável original, obtemos

eln x
Z
(cos u)eu du = (sen ln x + cos ln x) + c
2
x
= (sen(ln x) + cos(ln x)) + c.
2

Questão 15:
Suponha que, para uma função f , as derivadas fZ′ e f ′′ sejam contínuas. Se f (0) = 1, f (2) = 3,
2
f ′ (0) = 5 e f ′ (2) = 7, determine o valor de I = 3xf ′′ (x)dx.
0

Solução:
Faremos integração por partes. Escolhemos as partes nesta tabela:

u = x dv = f ′′ (x) dx
du = dx v = f ′ (x)

Então:
Z Z
′′ ′
3xf (x) dx = 3xf (x) − 3f ′ (x) dx

= 3xf ′ (x) − 3f (x),

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o que, junto com as informações dadas no problema, nos permite deduzir


Z 2
2
3xf ′′ (x) dx = 3xf ′ (x) − 3f (x) 0
0
= 3 · 2 · f ′ (2) − 3f (2) − 3 · 0 · f ′ (0) − 3f (0)
 

= (6 · 7 − 3 · 3) − (0 − 3 · 1) = 36.

Questão 16:
Calcule as seguintes integrais usando substituição trigonométrica.
Para o item (a), utilize x = sen(θ) e depois alguma identidade trigonométrica para resolver
a integral; lembre-se de voltar para a variável x ao final. Para o item (b), use a mesma ideia
do item (a), mas note que será preciso usar outra substituição.
Z
1
(a) √ dx.
x2 1 − x2
Z 4 √
5 25x2 − 4
(b) dx.
2
5
x

Solução:

(a) Seja x = sen θ. Então x2 = sen2 θ. Uma vez que 1 − cos2 θ = sen2 θ, então
√ √ √
1 − x2 = 1 − sen2 θ = 1 − 1 + cos2 θ = | cos θ| = cos θ

porque o domínio de 1 − x2 nos garante que θ ∈ [−π/2, π/2], intervalo em que
cos θ > 0 e, por isso, | cos θ| = cos θ.
Sendo x = sen θ, então dx = cos θ dθ. Logo,
Z Z Z
1 cos θdθ
√ dx = 2 θ cos θ
= csc2 θ dθ = − cot θ + c.
2
x 1−x 2 sen

Se x = sen θ, então o cateto oposto√ao ângulo θ tem tamanho


√ x e a hipotenusa é
1. Logo, o √cateto adjacente a θ é 1 − x e tan θ = x/ 1 − x2 , implicando que
2

− cot θ = − 1 − x2 /x. Portanto,



1 − x2
Z
1
√ dx = − cot θ + c = − + c.
x2 1 − x2 x

(b) O radical do integrando pode ser posto na forma x2 − a2 , ou seja,
Z √ Z p 2
25x2 − 4 x − (2/5)2
dx = 5 dx
x x
quando então podemos usar a substituição x = a sec θ, no intuito de fazermos aparecer
sec2 (θ) − 1 = tan2 (θ) e assim podermos nos livrar da raiz quadrada.

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Seja x = (2/5) sec θ, logo dx = (2/5) sec θ tan θ dθ. Fazendo a substituição de x no
radicando, obtemos
 2  2  2  2  2
2 2 2 2 2 2 2
x − = sec θ − = sec θ −
5 5 5 5 5
 2  2  2
2 2 2 2 2
= (sec θ − 1) = tan θ = tan θ ,
5 5 5

o que nos permite eliminar o radical no integrando porque


s  2 s 2
2 2 2
x2 − = tan θ = tan θ .
5 5 5

Observe também que a função (2/5) tan θ é sempre positiva no intervalo de integração
[2/5, 4/5], implicando |(2/5) tan θ| = (2/5) tan θ. Logo,
Z p 2
x − (2/5)2
Z
(2/5) tan θ
5 dx = 5 (2/5) sec θ tan θ dθ
x (2/5) sec θ
Z Z
10
= tan θ dθ = 2 sec2 θ − 1 dθ = 2(tan θ − θ) + c.
2
5

Veja que x = 2/5 e x = 4/5 implica em θ = 0 e θ = π/3, respectivamente. Computa-


mos: √
π/3 π
2(tan θ − θ) =2 3− .
0 3

Questão 17:
Com o método de frações parciais, é possível decompor as funções racionais em parcelas mais
simples, como indicado em cada caso abaixo. Encontre o valor das constantes (A , B , C), e
depois resolva as integrais.
Z
1
(a) Resolva 2
dx , sabendo que:
x − 7x + 10
1 1 A B
= = + .
x2 − 7x + 10 (x − 2)(x − 5) x−2 x−5

Z
1
(b) Resolva dx , sabendo que:
(x + 1)(x2 + 1)
1 A Bx + C
2
= + 2 .
(x + 1)(x + 1) x+1 x +1

Solução:

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(a) Sabemos que:

1 1 A B A(x − 5) + B(x − 2)
= = + =
x2 − 7x + 10 (x − 2)(x − 5) x−2 x−5 (x − 2)(x − 5)
Onde A e B são constantes a determinar. Para que estas duas frações sejam iguais,
seus numeradores precisam ser iguais, logo temos que:

1 = Ax − 5A + Bx − 2B ⇒ 1 = (A + B)x − 5A − 2B
(
A+B =0
−5A − 2B = 1

1 1
Resolvendo este sistema, vamos obter A = − eB= .
3 3
Portanto, a integral pode ser reescrita da seguinte maneira:

− 13 1
Z Z Z
1 3
dx = dx + dx =
x2 − 7x + 10 x−2 x−5

ln (|x − 5|) ln (|x − 2|)


= − +c
3 3
(b) Sabemos que:

1 A Bx + C A(x2 + 1) + (Bx + C)(x + 1)


= + =
(x + 1)(x2 + 1) x+1 x2 + 1 (x + 1)(x2 + 1)
Onde A, B e C são constantes a determinar. Para que estas duas frações sejam iguais,
seus numeradores precisam ser iguais, logo temos que:

1 = Ax2 + A + Bx2 + Bx + Cx + C ⇒ 1 = (A + B)x2 + (B + C)x + A + C



A + B = 0

B+C =0

A+C =1

1 1 1
Resolvendo este sistema, vamos obter A = , B = − e C = .
2 2 2
Portanto, a integral pode ser reescrita da seguinte maneira:

1
− x2 + 12
Z Z Z
1 2
dx = dx + dx ⇒
(x + 1)(x2 + 1) x+1 x2 + 1

−x + 1
Z Z Z Z
1 1 1 ln (|x + 1|) 1 x 1 1
dx + 2
dx = − 2
dx + dx
2 x+1 2 x +1 2 2 x +1 2 x2 +1

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Para resolver a primeira destas integrais restantes, fazemos u = x2 +1, logo du = 2xdx.
Portanto, a integral pode ser reescrita da seguinte forma:

du
ln (|x2 + 1|)
Z
1 2 ln (|u|)
− =− +c=− +c
2 u 4 4
arctan (x)
Por outro lado, a última integral nos leva a . Concluímos que a solução é:
2
ln (|x + 1|) ln (x2 + 1) arctan (x)
− + +c
2 4 2

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Questão 18:
Para cada integral imprópria abaixo, veja se diverge ou converge. Se convergir, encontre o
valor.
Z π/2 Z ∞ Z 1
cos(x) −x2 1
(a) dx; (b) xe dx; (c) dx;
4
−1 x
p
0 1 − sen(x) −∞

Solução:

cos (x) π
(a) Podemos verificar que a função p é descontínua em x = (teríamos di-
1 − sen(x) 2
visão por zero). Calculemos sua primitiva por substituição, fazendo u = 1 − sen (x).
du
Consequentemente, temos du = − cos (x)dx, e então dx =
− cos(x)
Alterando os limites de integração, temos que quando x = 0 ⇒ u = 1 − sen(0) = 1 e
quando x = π/2 ⇒ u = 1 − sen(π/2) = 0
Agora calculamos a integral:
Z π/2 Z 0 Z 0 Z 1
cos(x) cos(x) du 1 1
p dx = √ =− √ du = √ du =
0 1 − sen(x) 1 u − cos(x) 1 u 0 u
 
1
Z 1
1 √  √ √
= lim+ √ du = lim 2 u  = lim 2 1 − 2 t = 2
t→0 t u t→0+ t→0+
t

(b) Podemos tratar esta integral utilizando limites da seguinte maneira (a escolha do zero
é arbitrária):
Z ∞ Z ∞ Z 0 Z 0 Z t
−x2 −x2 −x2 −x2 2
xe dx = xe dx + xe dx = lim xe dx + lim xe−x dx
−∞ 0 −∞ t→−∞ t t→∞ 0

Vamos resolver cada integral individualmente e depois somamos seus resultados. As


duas integrais precisam convergir separadamente. Comecemos por:
Z 0
2
lim xe−x dx
t→−∞ t

Para resolver esta integral, precisamos da regra da substituição. Seja u = −x2 , logo
du
du = −2x dx. E isto implica que − = x dx. Reescrevendo a integral, temos:
2
eu
Z  
u du
e · − =−
2 2
Retornando à variável x, temos:

2
e−x 1
− = − x2
2 2e

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Aplicando os limites de integração, temos:

0
1 1 1
− x2 =− 2 − −
2e 2e0 2et2
t

Lembrando que queremos o limite desta expressão quando t → −∞. Portanto, temos:
 
1 1 1
lim − 02 + t2 =−
t→−∞ 2e 2e 2
A outra integral é bem semelhante a esta, mudando apenas seus limites de integração.
Nesta segunda integral, temos:

t
1 1 1
− x2 =− 2 − −
2e 2et 2e02
0

Lembrando que queremos o limite desta expressão quando t → ∞. Portanto, temos:


 
1 1 1
lim − t2 + 02 =
t→∞ 2e 2e 2
1 1
Concluímos então, que a resposta final é − + = 0. Portanto a integral converge
2 2
para 0.

(c) Verificamos que existe um ponto de descontinuidade em x = 0. Por definição, temos:


Z 1 Z 0 Z 1
1 1 1
dx = dx + dx
−1 x4 −1 x4 0 x4

Por um lado, temos:


t
Z 0 Z t  
1 1 1 1 1
dx = lim− dx = lim− − 3 = lim− − + = +∞
−1 x4 t→0 −1 x 4 t→0 3x t→0 3(t)3 3(−1)3
−1

Z 1
1
Isso já seria o suficiente para dizer que a integral dx não converge! Façamos o
−1 x4
cálculo da outra integral para treinar:
1
Z 1 Z 1  
1 1 1 1 1
dx = lim+ dx = lim+ − 3 = lim− − + = +∞
0 x4 t→0 t x 4 t→0 3x t→0 3(1)3 3(t)3
t

Então também poderíamos ter concluído a partir disso que a integral da questão
diverge.

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Questão 19:
Responda cada item, justificando.
Z a
(a) Para cada a > 0, calcule o valor de P (a) = x3 dx;
−a

(b) Calcule lim P (a);


a→+∞
Z +∞
(c) Podemos dizer que a integral x3 dx é convergente? Por quê?
−∞

Solução:

x4
(a) Pela regra das potências, uma primitiva de x3 é . Então, pelo TFC parte 2,
4
a a
x4 a4 (−a)4
Z
3
P (a) = x dx = = − =0.
−a 4 −a 4 4

Ou seja P (a) é uma função constante no valor zero para qualquer entrada a > 0.

(b) Queremos calcular o seguinte limite:

lim P (a) = lim 0 = 0


a→+∞ a→+∞

Z +∞ Z w Z +∞
(c) Não. Por definição, a integral x dx só é convergente se
3
x dx e
3
x3 dx
−∞ −∞ w
convergirem separadamente para algum w (qualquer, arbitrário). Mas nenhuma das
duas converge.

Questão 20:
Usando critérios de comparação, determine se as integrais a seguir são convergentes ou diver-
gentes:
Z ∞
3x
Z ∞ √
(a) 5+7
dx; (b) e −x
cos2
( x2 + 1)dx;
1 x 0

Solução:

(a) Vamos construir uma desigualdade para aplicar o critério de comparação para inte-
grais. Sabemos que:
∀x > 0, x5 + 7 > x5

E isto implica que:


1 1
< 5
x5 +7 x

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Multiplicando toda esta desigualdade por 3x, e notando que x > 1 na integração (logo
3x > 0), temos que:
3x 3
<
x5 + 7 x4
O critério de comparação de integrais nos diz que, numa desigualdade da forma
0 ≤ f (x) ≤ g(x), se g(x) converge, então f (x) também converge. Vamos então calcu-
3
lar a integral de 1 a t quando t → ∞ de 4 .
x
t
Z ∞ Z t  
3 3 3 1 1
dx = lim dx = lim − 3 = lim − 3+ 3 =1
1 x4 t→∞ 1 x 4 t→∞ 3x t→∞ t 1
1
∞ Z
3x 3 3
Como 5
< 4
, ∀x ∈ [0, ∞) e dx converge, então pelo critério de compa-
x +7 xZ 1 x4

3x
ração, temos que dx converge.
1 x5 + 7
(b) Vamos construir uma desigualdade para aplicar o critério de comparação para inte-
grais. Sabemos que:

∀x ∈ R, −1 ≤ cos ( x2 + 1) ≤ 1

Além disso, também sabemos que:



∀x ∈ R, 0 ≤ cos2 ( x2 + 1) ≤ 1

Multiplicando toda esta desigualdade por e−x (que sempre é positivo), temos:

0 ≤ e−x cos2 ( x2 + 1) ≤ e−x

O critério de comparação de integrais nos diz que, numa desigualdade da forma


0 ≤ f (x) ≤ g(x), se g(x) converge, então f (x) também converge. Vamos então calcu-
lar a integral de 0 a t quando t → ∞ de e−x .

t
Z ∞ Z t  
−x −x −x 1 1
e dx = lim e dx = lim −e = lim − t + 0 = 1
0 t→∞ 0 t→∞ t→∞ e e
0
Z ∞

Como 0 ≤ e cos ( x + 1) ≤ e , ∀x ∈ [0, ∞) e
−x 2 2 −x
e−x dx converge, então pelo
0
Z ∞ √
critério de comparação, temos que −x 2
e cos ( x2 + 1) dx converge.
0

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Gabarito
2
x4 24
1. (a) = =4
4 0 4
1
(b) (y − y 2 − y 3 ) =2−0−2=0
−1
49
2 2 686
(c) t3/2 = 73 =
3 0 3 3
−2 3
x 1 8
(d) 2 =1− =
−2 1 9 9
π/4
(e) tan(θ) =1
0
1
2x 2 1 1
(f) = − =
ln(2) 0 ln(2) ln(2) ln(2)
3
z
(g) + z + arctan(z) + C
3
(h) tan x + C

2. (a) g ′ (x) = ln(x);


(b) F ′ (x) − sen(x7 );
(c) h′ (t) = cos cos(t) sen(t);


√ √ √
3. Pontos críticos: {0, ± 2, ± 4, ± 6, . . .}

4. Dica: faça a integral de 1 + x4 no mesmo intervalo.


1
5. (a) − cos(x2 ) + C
2
u3
e
(b) +C
3
ln |5 − 3x|
(c) − +C
3
1
(d) − (1 − u2 )3/2 + C
3
(e) e + C = esen(x) + C
u

(f) − arctan cos(x) + C




π √ π2
(g) 2 sen(u) = 2 sen ( x) 2
= −2
u= π2 x= π4
 
1 −11 1 2 2
(h) (−2u−2 − 5 ln |u|) = − − 5 ln 11 + + 5 ln 3
2 −3 2 121 9
6. -1

7. 2
1
8. (a) sen(x) − sen3 (x) + C
3

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tan3 (x)
(b) − tan(x) + x + C
3

9. (a) V =
3
π
(b) V =
2

10. (a) V =
3

(b) V =
3
R1
11. V = 0 A(y)dy = 2
πh πh 2
12. V = (R3 − r3 ) = (R + Rr + r2 )
3(R − r) 3
13. (a) er/2 (2r − 4) + C
p6 ln(p) p6
(b) − +C
6 36
2t tan(2t) − ln | sec(2t)|
(c) +C
4
(d) x ln2 (x) − 2x ln(x) + 2x + C
4
14. (a)
e
x
(b)
 
sen ln(x) + cos ln(x) + C
2
15. I = 36

1 − x2
16. (a) − +C
x
 π3 √ 2π
(b) 2 tan(θ) − θ =2 3−
0 3
ln (|x − 5|) ln (|x − 2|)
17. (a) −
3 3
ln (|x + 1|) ln (x2 + 1) arctan (x)
(b) − +
2 4 2
18. (a) Converge para 2.
(b) Converge para 0.
(c) Diverge.
19. (a) 0
(b) 0
Z +∞ Z a Z +∞
(c) Não. Por definição, a integral x dx só é convergente se
3
x dx e
3
x3 dx
−∞ −∞ a
convergirem (separadamente) para algum a: nenhuma das duas converge.
20. (a) Converge.
(b) Converge.

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