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Wicked Dreams - Fallen Royals #1 - S.Massery
Wicked Dreams - Fallen Royals #1 - S.Massery
Continue.
Verdade impossível nº 1: Meus pais adotivos decidiram
que não queriam mais filhos.
Eu respiro fundo.
— Acho que não devo perguntar o que aconteceu com a
primeira.
— Ela envelheceu.
Eu sorrio de volta.
— Obrigada.
— Desculpe, desculpe.
Eu enrijeci.
— Obrigada.
— Quando eu começo?
Ficamos em silêncio.
Eu concordo.
Eu nunca respondi.
Eu: Sim.
Desconhecido: Cuidado.
Eu adiciono delineador.
— Obrigada.
Eu concordo.
— Ok.
— Certo.
Eu tremo.
— Tudo certo?
— Sim, senhora.
Ela me dá um sorriso.
Eu concordo.
— Obrigada.
Ela suspira.
— Certo. Siga-me.
Um rosto familiar.
— Obrigada, Caleb.
E então somos apenas Caleb e eu no escritório, o relógio
batendo alto na parede.
— Bem? — Eu pergunto.
Ele se vira e sai pela porta, levando o passe rosa com ele.
Eu me apresso para segui-lo, praticamente correndo após seus
passos rápidos. Quando estamos fora de vista do escritório, ele
se vira em minha direção. Sua repentina proximidade me faz
dar um passo para trás e eu olho em seus olhos. Minhas
omoplatas atingem os armários.
E com ódio.
— Senhorita Wolfe?
Eu empurro.
— Sim?
— Não senhora.
— Sim, senhora.
Mais risadas.
Eu afundo mais.
— Espere...
— Bem...
— Pergunta retórica.
Paramos em frente às portas da biblioteca. Elas estão
trancadas, mas ela saca uma chave e a abre, me conduzindo
para dentro, em seguida, a trava atrás de nós.
— Eu te disse. Rumores.
Ela bufa.
— Eu?
— Divertido.
Eu resmungo.
1Lacrosse é um esporte de equipe, jogado com um taco de lacrosse, que possui uma rede na ponta.
Os jogadores usam a cabeça do taco de lacrosse para carregar, passar, pegar e atirar a bola para o gol.
É praticado principalmente na costa leste dos Estados Unidos e Canadá e com origem nos povos
Nativos americanos.
— E agora Caleb está de olho em mim. — Eu pego meu
telefone, mostrando a Riley as mensagens. — Você sabe quem
pode ser?
— Obrigada.
— Eu preciso mostrar...
— Wolfe.
— Asher.
Eu bufo.
— Sim, ok.
— Margo?
— Aqui.
— Aquilo foi…
— Demais?
Eu estremeço.
— Sério?
Ugh.
— Segurança em números?
— Algo parecido. — Ela olha para minha programação e
me orienta na direção certa. Ela me deixa no corredor e sai
correndo.
Eu consigo sorrir.
Então sim. Novas botas estão na lista. Mas não digo isso
a Lenora. Eu joguei minhas botas na lixeira no estacionamento
da escola, e Robert não percebeu meus tênis nojentos quando
eu o encontrei perto do carro. Ele não parece notar muito.
Ela bufa.
Eu bufo.
— Não.
2 Iogurte gelado
Eu me viro no assento, olhando para a escada rolante.
Quatro garotos lindos apoiam-se nas grades, em várias poses,
durante a descida. Liam, Eli e Theo estão brincando... mas
Caleb já me encontrou.
De alguma forma.
— Aquela é...
— Ela e eu...
— Ela e Caleb?
— Eles costumavam namorar. — Diz ela, cobrindo a boca
com a mão enquanto mastiga. — Foi uma coisa rápida. Meio
não oficialmente, se você quer saber.
Eu mudo.
Tenho que esticar minha cabeça para trás para ver seu
rosto.
— Eu...
— Jesus.
— Implore.
Ele puxa meu braço para cima atrás das minhas costas,
até que estou dobrada na frente dele. Meu rosto está no nível
de sua virilha.
Conquistando ela.
Ele deve cair nessa merda. Ou ele está fazendo isso para
cravar outro prego no meu coração, porque todo o meu corpo
parece como se eu estivesse me afogando.
— Precisamos sair.
— O que aconteceu?
— Para você.
— Você disse?
Eu puxo meu livro, mas é inútil. Ele apoia seu peso sobre
ele, esmagando a lombada.
Talvez ele faça isso com você, Margo. Se você não o ouvir.
Ele ri.
— O que?
— O que...
Não.
— Teremos parceiros?
— Podemos escolher? — Outro pergunta.
— Pare. — Eu assobio.
— Me faça parar.
Os alunos riem.
— Margo?
Ela se inclina.
Ela cantarola.
— Como poderia?
Eu rio.
— Yum.
— Nojenta.
Eu ri.
— Combinado.
— Flertando como...
— Ele é...
Ela suspira.
— Sentir... o quê?
Eu murmuro.
— Podemos ir a um jogo de futebol. — Ela oferece. — É
uma boa introdução à loucura, e acho que seus jogos começam
nesta sexta-feira.
— Isto deve ser divertido. Além disso, Caleb não estará lá.
Riley ri.
— Ótima pergunta.
Ele olha para ela, mas seu olhar muda de volta para mim.
Seus olhos azuis marcam um buraco em minha alma.
— O que?
Ele sorri.
— Ridículo.
— Sim.
— Como?
— Solte-me.
Isso dói. Não sei bem porque dói, porque tudo o mais que
ele fez comigo tem sido muito pior.
Faz referência a um meme conhecido nos EUA, é uma pergunta retórica usada por uma pessoa que
sente que está recebendo menos atenção ou consideração do que outra pessoa.
Ele acena para um dos alunos, um menino menor que
passava despercebido na maior parte do tempo. Tim? Tom? O
garoto pega uma pilha de telas de 15 x 15 cm e passa ao redor.
E quando eu termino?
Bem, é um autorretrato.
Margo geme.
— Assustada?
— Não.
— Por quê?
— Sim.
Ele se abaixa.
Ela empalidece.
— O que?
Para o pior?
— Bem?
— O que?
Ele bufa.
Esse lugar…
— Caleb pare.
— O que aconteceu?
— Caleb.
A cozinha.
— De você?
— Encharcada.
— Foda-se.
Lamento ter ficado ansiosa por voltar para Rose Hill. Não
com um monstro como líder da escola.
Ninguém está em casa quando eu chego lá. Eles
mencionaram onde esconderam a chave reserva, mas ainda
levo um minuto para encontrá-la e entrar.
— Ligada, Margo?
— Acorde.
Eu acordo assustada, deitada de costas com a mão dentro
da bermuda do pijama.
Ai meu Deus.
Isso é inaceitável.
Desconfortável.
Eu concordo.
— Com fome?
— Morrendo. — Eu digo, mudando meu peso. Ela tem
sido legal – ambos têm sido. No entanto, o sonho, além das
experiências anteriores com famílias adotivas, me faz sentir
particularmente inconstante. No passado, se eu perdesse o
jantar? Que pena. Ficaria com fome.
— Eu guardo.
Lenora sorri.
Eu congelo.
— Eu?
Cozinhamos para sobreviver. Sei fazer arroz e frango,
carne moída e macarrão. Como diluir uma lata de sopa para
durar mais de três dias... mas cozinhar, assim? Nunca.
Eu engulo.
Ela sorri.
— Gostaria disso.
— Oh. — Eu consigo.
Eu fungo.
— Saia. — Eu estalo.
Volto para a porta, pronta para abri-la e exigir que ele
saia, mas de repente ele está me empurrando contra a porta.
Ele se inclina para mim, seus braços de cada lado da minha
cabeça, me prendendo.
— Não.
— Não?
— Por quê?
— Ele levou?
Mais ou menos.
Ela tosse.
— Duvido.
Eu bufo.
Ela suspira.
Ela bufa.
— Uau.
— Sim.
— Como você…
Eu me sento
Riley geme.
Riley suspira.
Ela bufa.
— Você tinha mau gosto aos nove anos.
Ela se anima.
Silêncio.
Choque.
— O que? Quem?
Eu encolho os ombros.
— Ah, você está certa. Está bem. Margo pode vir sentar-
se comigo. — Ele empurra o queixo para a mesa ao lado, onde
seus três amigos e outros caras estão esparramados.
Savannah empalidece.
— Não há...
— Mova-se.
Eu me levanto da mesa.
— De acordo. Caramba.
— Sim. Caramba.
— Não?
Eu encolho os ombros.
— Não.
— Nós dois sabemos que tudo que você fez foi abrir uma
lata de minhocas para mim — digo, colocando o último dos
meus papéis na minha bolsa. — Antes, era principalmente só
você. Agora é você e elas, e depois serão todos os outros
também.
— Desculpe-me?
— Eu não sei.
Bom.
Inseparáveis.
Eu passo o resto da aula olhando para a parte de trás de
sua cabeça, imaginando o que está acontecendo naquele
pequeno cérebro dela. Querendo saber sobre a próxima bomba
que ela vai lançar.
— Porque….
Ele geme.
— Com Margo?
— Foda-se, cara.
Porra.
Eu ri.
— Foda-se.
— Você brigou?
Caleb ri.
Eu murmuro.
Eu empurro.
— Não. — Eu minto. — Por quê?
— Eu vou te levar.
— E quanto a Savannah?
Eu suspiro.
Ele murmura.
Ugh.
— Bem.
Eu tremo.
Isso deixa Liam, aquele com quem Caleb brigou, na
verdade.
Perfeito.
— Obrigada.
Antecipação?
Medo?
— Quer dirigir?
— Não.
Sua mão toca minha coxa. Ele levanta a mão com o dedo,
um sorriso diabólico no rosto. Ainda estamos na garagem.
Meus pais adotivos estão bem ali, provavelmente espiando pela
janela.
Eu tremo.
— Margo.
— Sério?
Como é?
Eu franzo a testa.
— Você me enganou.
Ou demônios.
Ele ri.
Eu estremeço.
— Fale.
Eu respiro fundo.
Ele concorda.
Ele se inclina.
Eu enrijeci.
— Caleb...
Ele sorri.
Eu sei.
— A única diferença entre agora e então? — Ele destranca
seu carro. No silêncio, ele sorri para mim. — Vá em frente,
pergunte.
— Qual é a diferença?
— Margo.
— Quero dizer...
Savannah funga.
— Isso é de Caleb?
— Então. Margo.
— Liam.
Eu enrijeci.
— Ponha-me no chão!
Oh Deus. A festa.
— Ponha-me no chão.
Ele ri, e o som passa direto por mim. Ele se inclina para
frente, me soltando, e eu caio de costas na grama. O golpe é
chocante. O orvalho frio penetra em meu jeans e nas costas do
meu suéter, a grama pinicando meus antebraços.
— Entre.
— Você não toca nele. — Ele está bem atrás de mim. Seus
braços deslizam em volta da minha cintura, seus dedos se
entrelaçando no meu abdômen. Ele me segura de costas e sua
respiração atinge meu pescoço.
— Eu não ia. — Mentirosa. Não era esse o meu plano?
Usar um menino contra ele? Teria sido Liam. Inferno, teria sido
qualquer um que pudesse enfrentar Caleb por uma fração de
segundo.
Eu não deveria.
— Caleb.
Como todas as outras vezes que ele fez isso com você.
— Ok.
Eu me enrolo na poltrona.
Eu estremeço.
Eu concordo.
Ele concorda.
— Margo me diga!
Por que?
— Por que? — Mamãe grita.
Eu tremo.
E pintar.
— Eu gosto disso.
— Desacelere.
Eu me contorço.
Ele sorri.
Ele está me queimando. Cada vez que olho para ele, algo
em meu peito cede. Eu fico olhando para o rosto dele. A
sobrancelha forte, o cabelo escuro que se ergue para cima e é
curto nas laterais. Seus olhos azuis frios. Lábios carnudos –
bem, eu sei tudo sobre esses lábios.
— Você está olhando. — Ele murmura.
Eu me sacudo.
Eu me ilumino.
Como posso saber o que dar se não sei o que ele quer?
— Nunca?
— Nunca. — Ele diz. — Três…
— Dois…
— U...
Eu não teria imaginado que faria com que ele fizesse isso.
Que dizer a verdade iria desbloquear um favor. Um grande
favor.
Eu cantarolo.
— Ok.
— Ir? Mas…
Ele bufa.
— Sim senhor.
Eu pulo.
— Hã?
Eu concordo.
Sim, ok.
Robert ri.
— Às vezes.
— Margo.
Ele bufa.
— Caleb...
— E aí?
— Que tipo?
— O que?
Minhas coisas.
— Caleb.
Meu presente.
Seus olhos vão dos meus lábios aos meus olhos e voltam,
em fúria ardente.
— Não.
Eu não tive muita interação com Caleb até os cinco anos
de idade. Nós íamos para a mesma pré-escola e eu o tinha visto
na minha classe do jardim de infância, mas meninos eram...
meninos. Minha mãe me puxou para fora do meu quarto um
dia e me levou através da grama até a casa dos Asher, e eu
finalmente falei com Caleb.
— Olá, Caleb.
— Por que?
— O que é isso?
— O que?
— Beijo?
— Eles fazem?
— Eu não sinto...
— Bem.
— Eu acabei de dizer...
— Ele não te fez a porra de uma pergunta, cara. — Eli se
encaixa. — Se você quer mijar e ficar de mau humor no canto,
tudo bem. Vamos deixar você em paz.
— Não.
Eu resmungo.
— Vou atender.
Diabinho tortuoso.
— Bem…
— Má ideia, Sav.
— Nós...
Eu sigo em frente. A satisfação se espalha por mim
quando ela dá um passo rápido para trás, depois outro.
— Eu sinto muito...
Ela engasga.
— O que?
Eu ri.
— Eu gostaria de saber.
Eu me contorço.
— Não.
— Sim.
— Eu diria que ele vai mudar, mas ele foi mal com você,
certo? Talvez seja melhor que você tenha escapado da atenção
dele por enquanto.
— Sim, talvez.
E Caleb...
Ele está sorrindo para ela. Ela tem uma mão enrolada em
torno de seu braço, e seus dedos agarram seus bíceps.
— Bem-vinda de volta.
Ela me dispensa.
— Absurdo. Estou feliz por você estar de volta. Você foi
reintroduzida? Você viu Sav... — Sua sobrancelha
perfeitamente esculpida sobe. — Oh, isso não é uma cara feliz
em nossa querida amiga.
— O que?
Eu engulo.
— Para...
— Sim.
Ela ri.
— Você fez este certo. Você pode ver o azul e o verde, mas
também há o espaço do meio onde se torna uma cor
inteiramente nova.
Eu concordo.
— Claro.
— Eu estava perto.
— Como o impressionismo.
Ele ri.
Eu penso nisso.
Eu coro.
— Talvez.
Interessante.
E talvez…
— Margo?
— Oops.
Eu me animei.
— Na hora certa.
É azul claro.
Eu sorrio.
— Isso é bom.
— Sim, senhora.
— Eu sou indesejado?
— Não.
Eu o observo com cautela. Ele se levanta, tirando os
sapatos. Ele puxa a ponta do meu edredom e desliza para
baixo.
Eu começo.
— Não me teste.
— Foi meu...
— Não fale.
— Eu...
— Você...
— Goze para mim. — Ele rosna. Ele bate seus lábios nos
meus e dá um tapinha no meu clitóris, forte o suficiente para
parecer um tapa.
Eu pulo, gemendo em sua boca quando o orgasmo me
atinge. Meu núcleo pulsa em torno de seus dedos.
Tudo.
— Chupe.
Ele sorri.
Eu congelo.
Eu franzo a testa.
— Apenas durma.
— Falar sobre...
Ela engasga.
— Com licença?
— Ele... — é mau.
Eu encolho os ombros.
— Ah não.
Ele zomba.
— Eh, acho que quero saber por que Ian conseguiu uma
reação tão visceral de você. Deus sabe que Caleb está tentando
fazer o mesmo há semanas.
— Sua mãe.
Eu me endireito e o encaro.
Eu me afasto dele.
— Acompanhada?
Eu bufo.
Eu me endireito.
Ele bufa.
— Eu?
Eu me inclino.
Ele pisca.
Silêncio mortal.
Ele sorri.
— De modo nenhum.
— É triste, sabe?
Eu recuo.
Ela continua:
— Fique.
Ele me encara.
Caleb: Me responda.
Caleb: Eu sei que você está lendo isso. Você não vai gostar
da alternativa.
Eu o fiz assim?
Caleb: Combinado.
— Sim.
Eu coro.
Eu levanto um ombro.
Eu respiro fundo.
— Eu não sei.
Está abandonado.
— Depois de você.
Nunca Amelie.
É um desastre. Vandalizado.
Há uma lâmpada quebrada no chão ao lado da cama,
quebrada em três pedaços. A lâmpada está quebrada.
Roupas... em todos os lugares. Parece que um furacão passou
pela sala.
Eu viro.
— O que?
— Vá em frente.
Eu entro e inalo.
Quando eu tinha doze anos, tive pesadelos sobre estar
trancada neste quarto. No sonho, eu batia meus punhos
contra a porta até que eles estivessem ensanguentados e
machucados. Depois que Caleb me segue, movendo-se um
pouco mais devagar do que eu prefiro, fecho a porta.
E treze.
E quatorze.
Mas…
— Eu sei partes.
— Ei.
— Respire.
— E daí?
Eu bufo.
— Oh vamos lá.
Eu engulo.
— Entre, amor.
Eu gemo.
— Ela vai me matar por entrar com você. Até por falar
com você. Você tem evitado ela por dias! Por quê?
Sem dúvida.
Eu provavelmente poderia dizer não – para ignorar a raiva
ciumenta – e deixar por isso mesmo.
— Você vai?
— Vamos descobrir.
— Caleb Asher, que porra é essa?
Miséria.
Quando ele está com raiva de mim, ele fica físico. Suas
mãos na minha pele. Sua língua na minha boca. Cada
centímetro dele era construído para me punir. E por esse
motivo, não posso suportar a ideia de ele tocá-la – mesmo que
seja de raiva.
Ex-rainha.
— Você veio com Caleb? Achei que você disse que não
queria...
— Ei. — Liam sorri para nós. — Vocês dois são uma coisa
agora?
— O que?
— Sim senhor.
Caleb grunhe.
— Okay, certo.
Caleb dá de ombros.
Ele ri.
Bonner dá de ombros.
Eu espero.
Caleb ri.
— Com o que?
— Nós.
Ele sorri.
Eu mudo.
— Parece inevitável.
Assim não.
— Acho que você vai fazer coisas sujas com sua nova
namorada. — Eli ri.
— Entre.
Ele me olha.
— Minha casa.
Meu passado.
Seu.
Eu me afasto dele.
Ele ri.
— Não me agradeça.
Eu franzi a testa.
Ele sorri.
Mais.
Eu coro.
Caleb ri.
— Fica... maior?
— Caleb!
O calor me inunda.
— Eu perdi a ação.
Riley ri.
Eu encolho os ombros.
Riley estremece.
Vou tomar outro gole, mas meu copo está vazio. Quando
isso aconteceu?
— Margo?
— Não.
Ele exala.
— Apenas o quê?
— Lavar o dia de hoje.
— Já me machuquei mais.
— Se você vomitar…
— Margo?
Caleb sorri.
— Eu...
Eu encolho os ombros.
— Há dois de você.
Ele se afasta.
— E um pouco de refrigerante.
— Só uma soneca.
— O que...
— Você estava fora — ele murmura. — E não podemos
esperar mais, a menos que você queira ficar de castigo por uma
eternidade.
— Eu não estou?
Eu me encolho.
— Uh-oh.
Ele se levanta e se aproxima, e eu aperto meu punho com
mais força na camisa de Caleb.
— Saia — eu estalo.
— Mas...
Eu resmungo.
— Porra, não.
Eli ri.
Eli empalidece.
— Porra.
Fim de jogo.
Minha assistente social, Ângela, está na cozinha quando
desço as escadas.
— Mas…
— Ângela...
Eu suspiro.
Angela ri.
— Pergunte.
Eu sorrio.
— Bem, não está bem, você pode fazer de novo. Mas você
está admitindo um erro, e nós apreciamos isso.
Eu aceno rapidamente.
— Compreendo. Obrigada.
Todos nós nos levantamos e eu me retiro para o meu
quarto. Eles poderiam ter me enchido com tarefas... cortado o
wi-fi... um monte de coisas. Eu coloco meu café na mesa e olho
ao redor, maravilhada – de novo – com o luxo desta casa.
Oh Deus.
— Eu sinto muito.
O engraçado é que não iria nem voltar para ele. Ele seria
elogiado como o cara que conseguiu alguma ação da pária
bêbada. E eu... eu sou a pária bêbada nesse cenário.
Penso em implorar ao Desconhecido para excluí-lo. Mas
quanto mais penso nisso, mais sei que é uma má ideia. Eles
estavam em busca de sangue antes mesmo de eu começar a ir
para Emery-Rose. E agora eles finalmente têm uma lâmina
afiada o suficiente para cortar.
Eu suspiro de alívio.
Eu sei.
— Isso é bom.
Eu caio na cama.
Não adianta discutir com ela. Claire com uma ideia é uma
garota em pé de guerra.
Eu recuo.
— Eu não recebi.
— Ele é…
Ele não para até que esteja bem na nossa frente. Ele me
puxa pelos pulsos, embora eu não tenha certeza se posso ficar
de pé. Meus joelhos vacilam.
— Eu não posso...
— Eu sei.
Caleb se vira para mim, batendo sob meu queixo até que
eu encontre seu olhar.
Eu concordo.
— Certo.
— Oops.
— Você parece…
Eu suspiro.
Eu recuo.
Ele exala.
— Obrigada, Robert.
Eu estremeço.
Robert ri.
— Tenho certeza de que não foi nada com que você não
pudesse lidar.
— Sente.
Ele concorda.
— O q…
Uma escolha.
Ou a felicidade.
Eu tremo.
— Assombrado?
Dor e prazer.
Completamente.
De forma selvagem.
— Caleb...
— Não se preocupe, amor... — diz ele — tenho a sensação
de que você vai gostar do que está por vir.
— Me veja.
— Caleb...
Eu quebro.
— Você é linda.
— Eu preciso de um favor.
Uma vez que Caleb voltou para a escola, ele fez um show
ao ser extremamente legal comigo. Ele olhou de relance para
qualquer pessoa que viu fazendo comentários rudes. Só isso
pareceu sufocar a maior parte do bullying. Foi uma reviravolta
estranha, considerando como deixamos as coisas na segunda
à tarde. Metade de mim esperava que ele fingisse que eu não
existia e me jogasse para os lobos, por mais clichê que pareça.
— Bastante fácil.
Eu não sento.
Eu fungo.
Eu concordo.
— Sim.
Eu empalideço.
Ela bufa.
— Brincadeira, claro. Humor. Posso dar um passe para
você...
Amy suspira.
Eu sorrio.
— Parece bom.
Riley bufa.
— Tímidas.
— Sim, isso.
— Isso é incrível.
— Quem é?
— Claire! — Eu grito.
Riley bufa.
Ela diz:
— Você não contou a ela sobre nenhuma das coisas
ruins.
Eu encolho os ombros.
— Certo.
Caleb.
Ele pisca.
— Você não quer me dizer onde você foi? Dois podem jogar
esse jogo, amor.
Robert pigarreou.
— Pronta?
Ele não vai me dizer. Tento não deixar isso doer muito.
Ela sorri.
— Sério?
— Sim. Você tem sido boa e não queríamos tornar isso
uma coisa prolongada. Além disso, é seu último ano. Você deve
se divertir com seus amigos.
— Obrigada.
Eu sorrio.
— É um encontro.
— Te vejo amanhã.
— Mãe. — Eu choro.
— Margo.
— Margo!
— Pare. — Eu gemo.
— Acorde!
Não sei que perguntas fazer, no entanto. Não sei por onde
começar a procurar Amberly Wolfe.
— Não.
Eu pergunto:
Ele sorri.
Isso é diferente.
— Hum...
Ela sorri.
Ela sorri.
— Parece bom.
— Eu tenho um substituto.
— Você também manteve minha calcinha rasgada. — eu
digo. — Você gosta de manter pequenos troféus de suas
conquistas?
Ele ri.
— Você vem?
Ai meu Deus. Vou ter que rezar para que Lenora não
tenha percebido.
Deixo a janela aberta, coloco um moletom e desço as
escadas. Eu poderia usar de uma distração e um filme parece
perfeito.
Eu paro do lado de fora do motel. O letreiro de néon Sem
Vagas pisca esporadicamente. Há luzes acesas em metade dos
quartos a esta hora da noite. Ela poderia estar em qualquer
um deles. Foram necessárias apenas algumas ligações para
descobrir qual motel ela reservou. Ligações que fiz antes de
aparecer na casa de Margo.
E a compulsão voltou.
— E você sabe?
Eu suspiro.
Eu ri.
— Vá embora, Page.
— Caleb?
5
— Achei que fosse você. — Ela se aproxima, arrastando
os pés.
Impressões de mãos.
Ela sorri.
— Eu te perguntei isso.
Eu encolho os ombros.
Ódio.
— Para lhe dizer que você precisa sair de Rose Hill. Esta
noite.
Ela estremece.
Valores.
Eu concordo.
Ela funga.
— Oh, hum...
Lenora ri.
Ele concorda.
— Já reparei.
Ele acena.
— Porque é indulgente.
— Ah.
E daí se não for bonito? Ele não é bonito – não por dentro.
Ele está quebrado, assim como eu. Surge na forma como as
cores se chocam na página. Sigo o conselho de Robert e refaço
o cenário. Os azuis e roxos que eu tinha originalmente pintado,
tentando dar uma aparência bonita, não funcionam.
Eu me viro.
Eu sorrio.
— Sim.
— Cadê?
— Escondendo-se de sua intromissão. — Retruco. Eu tiro
meu cabelo do rosto e suspiro. — E aí?
— Eu disse isso?
Tento passar por ele, mas ele se move rápido demais. Ele
me enquadra contra a parede, fora da vista de Robert. Eu sei
que ele está bisbilhotando do outro lado da parede.
— Não. — Eu respiro.
Ele cantarola.
— Como?
Eu pisco.
— Eu não danço.
— Venha comigo.
— Caleb...
Caleb ri.
Caleb me olha.
Bastardo.
— Sim…
Robert pigarreou.
Robert murmura.
Eu encolho os ombros.
— Eu costumava assistir todos os eventos do feriado na
TV. A iluminação das árvores e os desfiles...
— Caleb. — eu estalo.
— Pare.
— Divirta-se.
Eu paro.
— Claro.
— Como o quê?
Eu encolho os ombros.
Eu sei bem.
— Podemos encontrar máscaras complementares. — Diz
ele. — Algo adequado para...
— Lacrosse. — Murmuro.
— Sim.
— Certo.
Na verdade não.
Eu resmungo.
— Cadê?
— Sério?
— Fora.
— Isso é suborno?
Ele pisca.
— Seu pai...
— Sente.
— Como?
— Eu só...
— Não.
— Tudo bem.
— Eu...
— Você as cobriu.
— Pronta?
A pizza estava deliciosa. A lanchonete era fofa. A cidade é
incrivelmente grande e assustadora e tudo o que eu poderia ter
imaginado.
— Divertiram-se?
Caleb sorri.
— Foi refrescante.
O motorista sorri.
— Claro, senhor.
— Quem é Tobias?
Ele me encara.
Ele gosta da minha mão nele. Nós fizemos sexo, ele caiu
em cima de mim, mas eu nunca... toquei nele assim. Eu sou
egoísta?
Eu congelo.
— O que?
Por quê?
Eu estou chorando?
Ele exala.
— Ok, Margo.
Eu suspiro e me aproximo. Eu ainda me sinto quebrada.
— Absolutamente.
Eu gemo.
— Não.
Eli resmunga.
Caramba.
— Não.
Ele suspira, mas posso dizer que ele está gostando disso.
Meu estômago se revira.
Traidora.
— Certo.
Ele me solta.
— Eu não sei.
— Sete.
Eu recuo.
Ele ri. Ele solta meu queixo e eu viro meu rosto para o
lado. Não quero ver a loucura em seu rosto. Sua mão envolve
minha garganta.
Déjà vu.
Ian suspira.
— O que aconteceu?
Eu não consigo me mover. Meus músculos estão
travados, rígidos. Meu estômago está em agonia, e minha
garganta também. Eu não conseguia nem puxar minha manga
para cobrir a evidência da crueldade mais perceptível de Ian.
Ou uma sanguessuga.
Eu pisco furiosamente.
— Apenas espere.
Eu concordo.
— Margo.
Ele recua.
E.
Eu.
Puxo.
Ele franze a testa, mas pela primeira vez, ele não discute.
Ele vai até sua cômoda, procurando em uma gaveta por meio
segundo antes de voltar com uma camiseta e um short.
Ele sorri.
— Na verdade, liguei para Eli. Ele vai fazer Riley falar com
Lenora. Mas eu disse a Robert na escola que você e eu íamos
embora.
Ele pisca.
— O que?
Eu me afasto.
— Eu não posso...
— Eu não sei o que você pensa que não pode fazer. — Ele
rosna.
Ele sorri.
— Isso importa?
Não.
Eu estremeço. Eu tive.
— Cama. — Ele olha incisivamente para o colchão.
Eu engulo.
Eu consigo sorrir.
— Obrigada.
— Sofá? Sopa?
Eu estremeço.
— Entendi.
A médica sorri.
Eu resmungo.
Eu consigo sorrir.
— Eu sei isso.
Claramente.
Eu começo a rir.
Ele sorri.
— Você vai?
Ele ri.
— Não.
Caleb se levanta.
Eu encolho os ombros.
— Igual.
Tudo dói.
— Ok.
Eu me levanto.
Eu pulo.
— O que?
Ele sorri.
Eu gemo.
— Seja específica.
— Isto?
— Isto?
— Caleb...
Eu estremeço.
Três dedos.
Erro.
Desgraçado.
— Eu...
— Deite.
Ele me observa.
— Obrigada. — Eu murmuro.
— Pelo quê?
Finalmente acabou.
— O que?
Ian se vira.
Eli nos conduz pelo pátio, para a casa verde. Liam e Theo
seguem logo atrás de Ian, e eu desacelero meu ritmo. Eu aperto
minha mandíbula. Não se trata de violência – trata-se de
assustá-lo profundamente, para que ele nunca pense em
Margo da maneira errada.
Eu suspiro.
— Porra...
— Cala. A. Boca.
Ele me encara.
Eu aperto até que Ian agarra meus pulsos. Ele não pode
me soltar.
Ele sorri. Seus dentes estão tingidos de vermelho.
— Eu sei.
— Eu sei.
Ele grunhe.
Vou para o carro e entro. Faltar não é algo que faço com
frequência, mas ninguém diz nada. Alguns outros alunos se
entregam aos mesmos luxos. Theo poderia enviar sua prova
final e ainda assim obter A's.
Ele ri.
A manobrar melhor.
Mesmo que ela esteja dormindo, posso dizer que ela não
está tendo um sonho bom.
Quase digo a ela que cuidaram de Ian, mas não quero que
ela se estresse com isso. Como ele disse: nunca foi sobre ela.
Era eu.
— Sim.
— Quem?
Eu balancei minha cabeça.
— Não, Margo.
Eu resmungo.
— O que há de errado?
Ela concorda.
Lenora sorri.
— O que mais?
Riley ri.
Eu expiro.
— Está bem.
Está perfeito.
— Não.
— Você... não?
Eu me olho no espelho.
Isso é muito.
Eu me contorço.
Eu começo a recusar.
— Claire...
Culpa.
— Certo.
— Eu não percebi...
— O que?
— Eu o reconheci.
— Hã? De onde?
— Isso é estranho.
Ela encolhe os ombros.
— Sim. — Eu me endireito.
Riley e eu rimos.
Eu estremeço.
Ela pisca.
Eu amo isso.
Eu digo isso a ela, e ela começa a rir.
Riley estremece.
Lenora pisca.
— Quando sairemos?
Ela ri.
— Longa história.
— Sua vez.
— Divirta-se.
— Faça.
Ela concorda.
— Por favor.
Ele grunhe.
Ele sorri para mim e aperta uma vez. Seu terno é escuro,
azul escuro. E a gravata dele? Fiada em dourado neutro e azul
royal. É sutil o suficiente para escapar da atenção à primeira
vista. Mas tenho a sensação de que nós dois juntos vamos
trazer a cor para fora.
Muito justo.
Eu coro.
— Sim.
Droga.
Eu concordo.
Robert sorri.
— Nós iremos!
— Oh Deus.
— Abra.
— Abra.
Riley e Eli saem. Não sei por que estou nervosa, mas
minha frequência cardíaca disparou.
— Você...
— Você as consertou?
— Eu estarei aí.
Ele me impede.
Claire.
Deve ser ruim se Claire está disposta a viajar até Rose Hill
para me dizer algo. Ruim ou bom, eu acho. Minha aposta é no
primeiro. E quando penso isso, meu estômago se revira.
Claire suspira.
— Tudo bem, e?
— Para quê?
Eu aceno, enfática.
Ele sorri.
— Se você insiste.
Ele pega minha mão, entrelaçando nossos dedos, e me
puxa para cima. Eu chego mais perto de sua altura em meus
saltos, mas ele ainda consegue se sentir maior. Infinitamente
mais imponente.
— Fofo. — Eu digo.
— Uau.
— Vale a pena.
— Quarto?
Ele troca sua língua por dedos, e sua boca volta ao meu
clitóris, mordendo e sugando.
Ele sorri.
Quem diria que duas semanas era muito tempo para ficar
sem sexo? E não apenas sexo – qualquer orgasmo. Meu
estômago ainda está machucado, mas não dói muito mais. A
ordem limitada de atividades fez maravilhas.
— Sim. — Eu gerencio.
— Fique nua.
Eu engulo em seco.
Mais?
Último andar.
O reflexo de Caleb aparece atrás de mim novamente. Ele
usa o pé para ampliar minha postura e me inclina para frente.
Eu automaticamente coloco minhas mãos na janela para
manter o equilíbrio.
Eu mordo meu lábio com mais força. Ele não pode vencer
isso também.
— Beije-me. — Eu digo.
Ele olha para a mesa de cabeceira. Eu não sei por que ele
faz isso – nós dois já sabemos que não há mais preservativos.
Ele faz uma carranca naquela direção. Para mim, ele diz:
— Se vista.
— Eu preciso levá-la.
— Ok.
— O que?
Eu encolho os ombros.
— Estava na bolsinha com a minha identidade. Talvez na
sala de estar?
Ela muda.
Ah não.
— Hum... há um vídeo.
Oh não.
Não digo a ela que sei que há um vídeo. Isso abriria uma
lata de vermes totalmente diferente – principalmente porque,
embora ela soubesse que recebi uma mensagem estranha
quando comecei, não contei a ela sobre nenhuma das
mensagens a seguir.
Ela hesita.
Eu concordo.
— Sim. Eu só...
Ela sorri.
— Sim.
Certo?
— O que...
— Continue. Andando. — Eu não consigo respirar. Estou
esperando automaticamente o pior. Eu não deveria, porque é
Caleb. O homem que me lembrou que éramos falsos casados,
que me lembrou que eu o amava quando criança. Quem...
Riley se vira.
— Aquele é...
Ele geme.
— Nada.
Silêncio.
— Foi cocaína?
Lenora lamenta.
É um som assustador. Calafrios explodem em meu corpo
e eu realmente, realmente desejo não poder ouvir. Eu adoraria
nada mais do que limpar esse barulho do meu cérebro.
Já ouvi o suficiente.
É isso aí.
Caleb apenas...