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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Stepanski, Ricardo
Instalações Elétricas em BIM [livro eletrônico] / Ricardo Ribeiro Stepanski,
Luisa Ribeiro ; coordenação Luisa Ribeiro. -- Florianópolis, SC : Editora
EBPOS, 2024. -- (Master BIM : projeto, gestão e execução para arquitetura,
engenharia e construção civil)
PDF

Bibliografia.
ISBN 978-65-982303-6-4

1. Arquitetura 2. Building Information Modeling (BIM) 2. Construção civil 3.


Engenharia 4. Gerenciamento de projetos 5. Informação - Administração I.
Ribeiro, Luisa. II. Ribeiro, Luisa. III. Título IV. Série.

CDD-624-05
CDU-624-05

Editora EBPÓS
Av. Antônio Fidélis, 851, Quadra 115, Lote 04, Sala 02,
Parque Amazonia, Goiânia-GO CEP 74.840-090
editora@ebpos.com.br
Autores

Ricardo Ribeiro Stepanski


Pós-graduação em Sistemas de Alta Tensão. Graduação em
Engenharia Elétrica pela Unisul e Técnico em Eletrotécnica pelo
IFSC. Iniciou carreira pela Prosul, com projetos de iluminação
pública, redes de distribuição, edificações de grandes
empreendimentos e obras. Em 2015, trabalhou na multinacional
IDP, no qual desenvolveu projetos de escolas, hospitais, centro de
inovações, hotéis, hipermercados, centros logísticos e Shoppings.
Fundou a empresa BMT em 2018, com mais de 200 projetos já
realizados utilizando a metodologia BIM nos mais diversos setores
da engenharia e arquitetura.

Luisa Ribeiro
Master em Arquitetura & Lighting, IPOG. Graduada em Arquitetura
e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
com graduação sanduíche cursada na UNSW, em Sydney,
Austrália. Desde 2015 atua no desenvolvimento de projetos através
da metodologia BIM, com experiência em projetos residenciais,
comerciais e loteamentos, atuando principalmente nas áreas de
Arquitetura, Interiores, Iluminação e compatibilização de projetos.
Atualmente é sócia, diretora, arquiteta e BIM Manager da empresa
multidisciplinar BMT Arquitetura Engenharia & Tecnologia, empresa
multidisciplinar de projetos em BIM. Coordena as Pós-Graduações:
Master BIM, Industrialização da Construção, Projetos Hospitalares
e Estabelecimentos de Saúde com ênfase em BIM e Incorporação
na Construção Civil na Escola Brasileira de Pós-Graduação
(EBPÓS), onde também leciona como professora titular em
módulos de arquitetura com foco em metodologia BIM.
Índice

Capítulo 1: Integração dos Aspectos Elétricos no


Processo BIM....................................................................... 4
1.1 Introdução ................................................................... 4
1.2 BIM - Building Information Modeling ........................... 5
1.3. A Contribuição do BIM no Gerenciamento de
Mudanças ............................................................................ 16
1.4 Desafios da Integração Elétrica no BIM ................... 18
1.5 Estratégias para Coordenação Efetiva entre
Instalações Elétricas e outras Disciplinas no Projeto BIM .. 21
1.6 Modelagem Colaborativa .......................................... 25
1.7 Requisitos de um Projeto Elétrico............................. 26
1.8 Importância do Projeto Elétrico para a Edificação .... 27
1.9 Concepção e Etapas do Projeto ............................... 28
1.10 A Gestão Eficiente da Manutenção e Operação de
Sistemas Elétrico com o BIM .............................................. 30
1.11 Vantagens da Gestão com BIM após a Construção
............................................................................................ 30
1.12 Conclusão ............................................................... 33
Capítulo 2: Introdução aos Softwares para Elétrica ...... 35
2.1 Introdução ................................................................. 35
2.2 Autodesk REVIT MEP .............................................. 37
2.3 Qibuilder ................................................................... 38

1
2.4 Multiplus – PRO-Elétrica........................................... 40
2.5 ArchiCAD 2023 ......................................................... 41
2.6 Edificius - ACCA Software ........................................ 43
2.7 Softwares Auxiliares - DALUX, BIMCOLLAB, Areddo,
Trimble IFC.......................................................................... 45
2.8 Introdução ao Software Autodesk REVIT MEP ........ 47
2.9 O Papel do Autodesk Revit MEP no BIM ................. 48
2.10 Apresentação das Ferramentas ............................. 50
2.11 A Importância das Bibliotecas de Componentes Pré-
Fabricados na Modelagem de Sistemas MEP no Autodesk
Revit .................................................................................... 53
2.12 Conclusão ............................................................... 55
Capítulo 3: Modelagem de Instalações Elétricas ........... 57
3.1 Introdução ................................................................. 58
3.2 Tensões de Linha ..................................................... 59
3.3 Tensões de Fase ...................................................... 59
3.4 Sistema Monofásico ................................................. 60
3.5 Sistema Bifásico ....................................................... 60
3.6 Sistema Trifásico ...................................................... 61
3.7 Briefing...................................................................... 61
3.8 Pontos de Iluminação ............................................... 61
3.9 Pontos de Tomada ................................................... 62
3.10 Estrutura de Projeto Elétrico Residencial ............... 62
3.11 Introdução ao Projeto de Telecom.......................... 71
3.12 Medição Coletiva .................................................... 72

2
3.13 Medição Descentralizada ....................................... 73
3.14 Shaft ....................................................................... 74
3.15 Prumada ................................................................. 74
3.16 Estrutura Geral Telecom......................................... 75
3.17 Conclusão ............................................................... 77
Capítulo 4: Compatibilização e Subestação ................... 79
4.1 Introdução ................................................................. 79
4.2 Sistemas para Compatibilização .............................. 80
4.3 Subestação ............................................................... 85
4.4 Tipos de Subestação ................................................ 86
4.5 Equipamento de um Subestação.............................. 88
4.6 Conclusão ................................................................. 97
Capítulo 5: Gerador de Energia Solar ............................. 99
5.1 Introdução ................................................................. 99
5.2 Tipo de Gerador...................................................... 101
5.3 Introdução à Energia Solar Fotovoltaica................. 109
5.4 Tipos de Sistemas Fotovoltaicos ............................ 111
5.5 Equipamento Utilizados nos Geradores Fotovoltaicos
.......................................................................................... 115
5.6 Conclusão ............................................................... 121
Referências Bibliográficas ............................................. 123

3
Capítulo 1: Integração dos Aspectos
Elétricos no Processo BIM

Fonte: https://neoipsum.com.br/

1.1 Introdução

A indústria da construção sempre busca maneiras de


aprimorar seus processos e elevar a eficiência na concepção,
desenvolvimento e execução de projetos. Nesse contexto,
surge o Building Information Modeling, conhecido como BIM.
Este veio como um paradigma revolucionário atual que
redefine a forma como os empreendimentos projetados e de

4
engenharia são concebidos e gerenciados. Ao romper com as
restrições das abordagens experimentais em representações
bidimensionais e desenhos em papel, o BIM apresenta uma
visão inovadora que se baseia na criação, gerenciamento e
compartilhamento de informações digitais ao longo de todo o
ciclo de vida de uma construção. Esta nova abordagem não
possibilita apenas a criação de modelos tridimensionais
precisos, mas também incorpora uma camada de dados
inteligentes que impulsiona a tomada de decisões e a
colaboração efetiva entre as equipes envolvidas.
Exploraremos em detalhes os princípios e benefícios
fundamentais do BIM, destacando seu potencial
transformador na indústria da construção moderna.

1.2 BIM - Building Information Modeling

O Building Information Modeling (BIM) é um paradigma


revolucionário na indústria da construção que aborda a
concepção, desenvolvimento, construção e gerenciamento
de projetos de forma integrada e digitalizada. Em vez de
depender exclusivamente de representações bidimensionais
e documentos impressos, o BIM se baseia na criação e
gestão de modelos digitais tridimensionais que incorporam
informações inteligentes ao longo de todo o ciclo de vida de
uma edificação ou infraestrutura.
No cerne do conceito do BIM encontra-se o modelo
digital, que é muito mais do que apenas uma representação
visual em 3D. É um ambiente virtual onde são armazenados
dados e informações relevantes sobre cada componente de

5
um projeto, desde elementos projetados e instruídos até
sistemas mecânicos e elétricos. Esses modelos são criados
por meio de softwares BIM, como o Autodesk Revit,
QIBuilder, Múltiplos-Pro Elétrica e outros, que permitem a
criação e manipulação de elementos em três dimensões, bem
como a associação de atributos e informações adicionais.
Uma das características distintivas do BIM é a
capacidade de adicionar dados inteligentes aos elementos do
modelo. Isso significa que cada componente no modelo
possui informações descritas, como especificações técnicas,
fabricante, custo, prazo de vida útil, requisitos de manutenção
e muito mais. Essas informações fornecem uma base
contínua para a tomada de decisões decisivas em todas as
fases do projeto, desde o planejamento inicial até a operação
e manutenção contínua.
O BIM oferece uma série de benefícios
impressionantes. Em primeiro lugar, ele permite uma
visualização mais precisa e realista do projeto, o que auxilia
na comunicação entre os membros da equipe, stakeholders e
clientes. Além disso, o BIM facilita a detecção precoce de
conflitos e erros de projeto, retrabalhos e custos adicionais
durante a construção. A capacidade de simular diferentes
cenários e analisar o desempenho do projeto também
contribui para a otimização do design e a identificação de
soluções mais eficientes.
Além disso, o BIM promove uma colaboração
multidisciplinar. Como todos os envolvidos no projeto
acessam um único modelo centralizado e atualizado, a troca
de informações é facilitada, esperando a possibilidade de
desalinhamentos e conflitos entre diferentes equipes. Isso é
especialmente valioso em projetos complexos que envolvem

6
arquitetos, engenheiros civis, elétricos, mecânicos, gestores
de projeto e outras partes interessadas.
O uso do BIM não se limita apenas à fase de
construção. O modelo digital criado durante o projeto continua
a ser uma fonte valiosa de informações para a fase de
operação e manutenção do edifício. Isso permite um
gerenciamento mais eficiente e preciso da infraestrutura ao
longo do tempo, otimizando a manutenção, planejamento de
renovações e eventual descomissionamento.

1.2.1 Modelagem 3D

A evolução das tecnologias de design e construção


trouxe consigo uma mudança significativa na forma como
concebemos e visualizamos os sistemas elétricos. A
modelagem 3D, uma das inovações mais notáveis, trouxe
uma nova dimensão literalmente ao processo, permitindo a
representação visual dos sistemas em três dimensões. Essa
abordagem vai além das tradicionais plantas e cortes
bidimensionais, oferecendo uma compreensão mais profunda
e rica da disposição dos componentes, como tomadas,
interruptores, luminárias, painéis elétricos, cabos, dutos,
condutos e outros dispositivos elétricos.
Ao permitir que os sistemas elétricos sejam modelados
em 3D, os profissionais da construção ganham uma
perspectiva mais realista e detalhada do sistema como um
todo. Cada elemento pode ser representado com precisão em
relação ao espaço tridimensional em que se encontra. Isso

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resulta em uma visualização altamente acurada e completa
da disposição e confortável dos componentes.
Comparado às plantas tradicionais e cortes
bidimensionais, que muitas vezes podem ser difíceis de
interpretar e visualizar em sua totalidade, a modelagem 3D
oferece uma visão mais intuitiva e abrangente. Os
profissionais envolvidos no projeto podem observar
claramente como os sistemas se encaixam no contexto geral
da edificação, compreendendo a relação entre os diferentes
sistemas de um projeto.
A capacidade de visualizar os sistemas elétricos em 3D
não apenas ajuda na compreensão geral do projeto, mas
também traz benefícios práticos. Por exemplo, a detecção de
conflitos entre componentes, como tubulações que se
sobrepõem a outros elementos da construção, pode ser
identificada e resolvida antes mesmo do início da construção
física. Isso economiza tempo, recursos e minimiza erros
durante o processo de instalação real.
Além disso, a modelagem 3D facilita a comunicação
entre os membros da equipe, uma vez que todos podem
visualizar e entender claramente o projeto de maneira mais
objetiva. Decisões pesadas podem ser tomadas com base em
uma representação precisa e realista, levando a um processo
mais eficiente e a resultados finais de maior qualidade.

1.2.2 Detalhamento dos Componentes

Considerando os empreendimentos elétricos, a


especificação detalhada dos componentes revela uma

8
abordagem fundamental para aprimorar a precisão, a
eficiência e a colaboração ao longo de todo o ciclo de vida do
projeto.
Quando se trata de criar modelos digitais abrangentes,
o detalhamento minucioso dos componentes apresenta uma
série de vantagens importantes. Primeiramente, isso permite
uma visualização clara e precisa de como os diferentes
elementos interagem e funcionam dentro do sistema. Isso é
essencial para detectar possíveis conflitos, ineficiências ou
problemas de fluxo antes mesmo da implementação física,
economizando tempo e recursos valiosos.
Além disso, a inclusão de dados detalhados nos
modelos digitais oferece uma base sólida para análises e
simulações avançadas. Essas simulações podem antecipar o
comportamento do sistema sob várias condições, como
diferentes cargas de fluidos, pressões e cenários de uso. Isso
permite otimizar o projeto elétrico para melhor desempenho,
durabilidade e segurança.
No contexto da colaboração, a especificação detalhada
dos componentes também desempenha um papel
fundamental. Ao compartilhar modelos digitais ricos em
informações, todas as partes interessadas, desde
engenheiros e arquitetos até empresários e clientes, podem
compreender melhor o projeto. Isso facilita a comunicação
eficaz, a resolução de problemas e a tomada de decisões.
A medida que o projeto avança para a fase de
construção, a presença de dados detalhados dos
componentes simplifica o processo de aquisição de materiais
e equipamentos. Os fabricantes e fornecedores podem

9
entender exatamente quais especificações são necessárias,
erros e atrasos no fornecimento.
A especificação minuciosa de componentes no
contexto elétrico em um modelo BIM é um elemento essencial
para o sucesso do projeto. Ela contribui para a criação de
modelos digitais abrangentes e informativos, impulsionando a
precisão, a eficiência e a colaboração em todas as fases do
empreendimento. Com a complexidade crescente desses
sistemas, essa abordagem se torna ainda mais crucial para
garantir resultados bem-sucedidos e sustentáveis.

1.2.3 A Importância da Análise de Desempenho


nos Processos Elétricos com BIM

A indústria da construção civil está em constante


evolução, impulsionada pela demanda por projetos mais
eficientes, robustos e economicamente viáveis. Nesse
contexto, a metodologia BIM, que envolve a criação e
gerenciamento de informações digitais de um edifício ao
longo de seu ciclo de vida, emergiu como uma ferramenta
inovadora para aprimorar diversos aspectos do processo
construtivo. Entre as várias disciplinas que podem se
beneficiar do BIM, destaca-se a Análise de Desempenho nos
processos elétricos, que desempenham um papel
fundamental na eficiência operacional e na sustentabilidade
das edificações.

10
Fonte: https://thorusengenharia.com.br/como-o-bim-pode-melhorar-a-eficiencia-
energetica-dos-edificios/

1.2.4 Análise de Desempenho

A busca pela sustentabilidade nos edifícios modernos


trouxe à tona a importância da eficiência elétrica como um
elemento imprescindível para o desenvolvimento urbano
responsável. Nesse contexto, a tecnologia BIM tem
representa um papel fundamental ao possibilitar análises de
desempenho dos sistemas elétricos, permitindo simulações
de picos de carga, falhas no sistema e manutenção
preventiva, por exemplo. Essa abordagem proporciona
inúmeras vantagens ao permitir a identificação de gargalos e
áreas de ineficiência, auxiliando os projetistas na tomada de
decisões para otimizar os projetos e buscar soluções
adequadas para as diversas situações que podem surgir.

11
A eficiência elétrica, quando considerada em projetos
de construção e engenharia, abrange não apenas a economia
de recursos naturais preciosos, mas também a redução do
consumo de energia e a minimização dos impactos
ambientais associados ao gerenciamento inadequado de
águas residuais. O BIM, com sua capacidade de modelagem
tridimensional e simulação, permite que os profissionais
visualizem e compreendam melhor a interação complexa
entre os sistemas elétricos e outros componentes da
edificação.
A capacidade de identificar possíveis gargalos e áreas
de ineficiência antes da construção é um grande trunfo
oferecido pelo BIM. Isso possibilita que os projetistas
experimentem diferentes cenários e avaliem soluções
alternativas para otimizar o desempenho elétrico do edifício.
Seja na seleção de equipamentos elétricos,
dimensionamento de circuitos e configuração do sistema, ou
em instalações de painéis solares, em busca de alternativas
mais sustentáveis. Dessa forma, as análises BIM capacitam
a tomada de decisões controladas que resultam em sistemas
elétricos mais eficientes e sustentáveis.
A eficiência elétrica é fundamental na busca pela
sustentabilidade dos edifícios, e o BIM surge como uma
ferramenta poderosa para alcançar esse objetivo. Através da
modelagem e simulação avançada, essa tecnologia capacita
os projetistas a realizar análises analíticas de desempenho
dos sistemas elétricos, identificando oportunidades de
melhoria e refinando projetos de maneira a minimizar o
desperdício de recursos naturais e energéticos. O resultado
disso é a melhoria na qualidade e confiabilidade dos sistemas
elétricos. Em um mundo onde a sustentabilidade é

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fundamental, a combinação da eficiência elétrica e do BIM se
destaca como um catalisador essencial para edifícios mais
responsáveis e ecologicamente conscientes.

1.2.5 Colaboração Multidisciplinar

A evolução dos métodos de planejamento e execução


de projetos trouxe consigo uma abordagem inovadora e
altamente eficaz: a colaboração multidisciplinar no âmbito do
BIM. Esse princípio transformador está redefinindo a maneira
como empreendimentos são concebidos, planejados e
realizados, trazendo uma integração inédita entre diferentes
áreas de atuação. A metodologia BIM atende a colaboração
entre equipes multidisciplinares, que se unem de maneira
sinérgica para criar projetos mais eficientes, precisos e
inteligentes.
Dentro do contexto do BIM, as equipes
multidisciplinares operam de forma coesa e colaborativa.
Essa abordagem rompe as barreiras tradicionais entre as
diferentes disciplinas envolvidas em um projeto, como
arquitetura, engenharia de estruturas, elétrica, mecânica, por
exemplo. A convergência de mentes diversificadas e
especializadas permite uma compreensão profunda e
abrangente de todas as nuances do projeto, desenvolvidas
em soluções mais bem elaboradas e eficazes.
A colaboração desde o início do processo de
planejamento resulta em edifícios e infraestruturas de alta
qualidade e com desempenho otimizado, evitando conflitos e
incompatibilidades posteriores no processo. Por exemplo, a

13
arquitetura pode influenciar o posicionamento de luminárias
elétricas, enquanto a engenharia estrutural deve levar em
consideração o dimensionamento de dutos elétricos.

1.2.6 Gerenciamento de Mudanças

Ao longo do ciclo de um projeto elétrico, assim como de


outras disciplinas, é inevitável que mudem de escopo. Essas
mudanças podem ser impulsionadas por uma série de
fatores, como ajustes nas necessidades do cliente,
descobertas durante uma fase de projeto ou novas
regulamentações que surgem ao longo do tempo. Gerenciar
essas mudanças de maneira eficiente é fundamental para o
sucesso do projeto, e é aí que entra a metodologia BIM
(Modelagem da Informação da Construção).
O BIM é uma abordagem colaborativa e tecnológica que
transformou a maneira como projetos são planejados,
projetados, construídos e operados. Uma das vantagens mais
notáveis do BIM é sua capacidade de manter um registro
detalhado de todas as revisões e atualizações realizadas ao
longo do projeto.
Ao usar o BIM em projetos elétricos, todas as partes
envolvidas, desde engenheiros e arquitetos até empreiteiros
e clientes, podem acessar o modelo digital compartilhado que
reflete as informações mais atualizadas do projeto. Qualquer
alteração de escopo é documentada dentro desse modelo,
permitindo que todos os interessados estejam cientes das
mudanças e de seus impactos.

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Essa capacidade de acompanhar mudanças no modelo
BIM é particularmente valiosa para o gerenciamento de
mudanças. As alterações podem ser claramente
identificadas, documentadas e comunicadas a todas as
partes interessadas. Isso evita a disseminação de
informações desatualizadas e reduz o risco de erros
causados por falta de sincronização. Além disso, o registro
detalhado das alterações ajuda a prevenir o retrabalho, uma
vez que as atualizações podem ser integradas de maneira
mais eficiente e precisa.

1.2.7 Complexidade dos Processos Elétricos

Os sistemas elétricos em edificações, assim como os


hidrossanitários, são intrincados, envolvendo uma variedade
de requisitos técnicos e regulatórios. Qualquer mudança, pelo
menos que seja, pode ter um impacto significativo em todo o
sistema. Erros no gerenciamento de mudanças podem
resultar em retrabalho, aumento de custos e atrasos na
construção.

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Fonte: https://rossot.com.br/projetos-eletricos-curitiba/

1.3. A Contribuição do BIM no


Gerenciamento de Mudanças

O BIM oferece uma abordagem colaborativa e em


tempo real para o projeto e construção de edificações. Isso é
especialmente favorável para o gerenciamento de mudanças
nos processos elétricos.

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1.3.1 Visualização e Simulação

Com a modelagem digital dos sistemas elétricos, os


interessados podem visualizar e simular diferentes cenários
antes de implementar qualquer mudança. Isso ajuda a
entender os impactos potenciais e a tomar decisões
decisivas.

1.3.2 Identificação Rápida de Conflitos

O BIM permite detectar rapidamente conflitos entre os


elementos do sistema elétrico e outras disciplinas, como
arquitetura e estrutura. Isso evita a ocorrência de erros que
poderiam passar despercebidos em fases posteriores do
projeto.

1.3.3 Atualizações em Tempo Real

Qualquer mudança feita no modelo BIM é refletida em


tempo real, garantindo que todos os envolvidos tenham
acesso às informações mais recentes. Isso reduz a
possibilidade de desentendimentos e erros decorrentes de
informações desatualizadas.

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Fonte: https://carluc.com.br/planejamento/compatibilizacao-de-projetos/

1.4 Desafios da Integração Elétrica no BIM

A Integração Elétrica no contexto do BIM é um avanço


promissor na indústria da construção, mas também enfrenta
uma série de desafios que precisam ser abordados para
garantir seu sucesso. Esses desafios destacam as
complexidades inerentes à incorporação de sistemas
elétricos em um modelo virtual abrangente.
Um dos principais desafios enfrentados pela Integração
Elétrica no BIM é a complexidade intrínseca dos sistemas
elétricos. Esses sistemas envolvem uma rede intrincada de
tubulações, conexões e dispositivos, que precisam ser
modelados de maneira precisa para garantir que a

18
representação virtual corresponda à realidade física. A
captura adequada desses detalhes requer expertise técnica e
conhecimento profundo das normas e regulamentações
locais.
Além disso, a falta de padronização na indústria de
construção é um obstáculo significativo. A ausência de
diretrizes universais para a representação dos sistemas
elétricos no BIM pode levar a inconsistências nos modelos,
dificultando a colaboração e a troca de informações entre
diferentes partes envolvidas no projeto. A harmonização de
padrões é essencial para facilitar a comunicação eficaz e a
coordenação entre equipes multidisciplinares.
A coordenação multidisciplinar é outro desafio notável.
A Integração Elétrica requer a colaboração de arquitetos,
engenheiros eletricistas, civis e outros profissionais, todos
trabalhando em seus respectivos modelos dentro do
ambiente BIM. A falta de uma plataforma unificada para
integrar esses modelos pode resultar em conflitos e erros de
coordenação, aumentando o risco de retrabalho durante a
fase de construção. A precisão e o detalhamento são
imperativos na Integração Elétrica no BIM. Pequenos erros
ou omissões na representação dos sistemas elétricos podem
ter implicações graves durante a construção e a operação do
edifício. Garantir que os dados inseridos no modelo sejam
precisos e atualizados requer um comprometimento contínuo
com a qualidade das informações.
A capacitação adequada dos profissionais é outro
desafio a ser superado. A adoção eficaz da Integração
Elétrica no BIM exige que os profissionais adquiram
habilidades específicas para modelagem e coordenação de
sistemas elétricos no ambiente virtual. O investimento em

19
treinamento é essencial para maximizar o potencial dessa
abordagem.
A interoperabilidade de software é uma preocupação
constante. Diferentes softwares BIM podem ter limitações na
representação de sistemas elétricos, dificultando a
transferência de dados entre plataformas. A busca por
soluções que permitam uma colaboração suave e a troca de
informações entre diferentes ferramentas é fundamental.
A resistência à mudança e os custos iniciais também
são desafios enfrentados na adoção da Integração Elétrica no
BIM. A indústria da construção muitas vezes é avessa a
mudanças em processos estabelecidos, e a implementação
de fluxos de trabalho baseados em BIM pode envolver
investimentos significativos em termos de tecnologia,
treinamento e ajustes organizacionais.
A Integração Elétrica no BIM oferece inúmeras
vantagens, mas não está isenta de desafios. A indústria da
construção precisa abordar essas complexidades de frente,
investindo em padronização, treinamento, colaboração e
tecnologias avançadas para garantir que a implementação
bem-sucedida resulte em edifícios mais eficientes,
sustentáveis e funcionais.

20
1.5 Estratégias para Coordenação Efetiva
entre Instalações Elétricas e outras Disciplinas
no Projeto BIM

A coordenação eficaz entre instalações elétricas com


outras disciplinas como arquitetura, hidrossanitário, estrutural
entre outros, é um elemento central para assegurar o êxito de
um projeto sem conflitos. Como resultado, todas as etapas
serão otimizadas, desde o conceito até a concretização na
construção física. Em um cenário onde o Building Information
Modeling (BIM) desempenha um papel proeminente, com
diversas disciplinas atuando simultaneamente no mesmo
modelo digital, a colaboração se torna alicerçada para
prevenir problemas futuros e aprimorar a eficiência do
empreendimento.
No âmbito da construção civil e do design arquitetônico,
a interdependência entre instalações elétricas, arquitetura e
estrutura é inegável. Enquanto a arquitetura dá forma à
estética e à funcionalidade do edifício, as instalações elétricas
garantem o suprimento de iluminação e energia. A estrutura,
por sua vez, sustenta todo o projeto. No entanto, as decisões
tomadas em cada uma dessas áreas podem influenciar
significativamente as outras, levando a conflitos potenciais e
ineficiências construtivas.
O advento do BIM revolucionou a maneira como os
projetos são concebidos e executados. Ao permitir que
diferentes disciplinas colaborem em um único modelo digital,
o BIM reduz as barreiras entre os tradicionalmente isolados
domínios de design. Essa abordagem oferece a oportunidade
de antecipar e resolver conflitos entre instalações elétricas,

21
arquitetura e estrutura antes que se manifestem no canteiro
de obras.
A colaboração dentro do contexto BIM também
favorece a eficiência do projeto. Alterações feitas em uma
área podem ser instantaneamente refletidas em todas as
disciplinas, evitando retrabalhos dispendiosos e
economizando tempo. Além disso, a visibilidade
compartilhada sobre todo o processo de design e construção
possibilita uma tomada de decisão mais informada e baseada
em dados.
A coordenação eficiente entre instalações elétricas,
com outras disciplinas é vital para o sucesso de um projeto
de construção. No ambiente BIM, onde a colaboração entre
disciplinas é incentivada e facilitada, a prevenção de conflitos
e a otimização do projeto ganham uma nova dimensão. Essa
abordagem não só beneficia a qualidade e o cronograma do
projeto, mas também contribui para a construção de edifícios
mais funcionais, sustentáveis e harmoniosamente integrados.

1.5.1 Importância da Coordenação entre


Disciplinas no BIM

A coordenação meticulosa entre as disciplinas de


instalações hidráulicas, arquitetura e estrutura, é uma
necessidade primordial no universo da construção e do
design de edifícios. A razão fundamental por trás dessa
imperativa é que essas disciplinas frequentemente
compartilham o mesmo espaço físico dentro de uma
edificação. Conflitos que emergem entre elementos como

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tubulações hidráulicas, características arquitetônicas e
elementos estruturais podem provocar não apenas
retrabalho, mas também desencadear atrasos significativos e
custos suplementares.
A abordagem tradicional de trabalhar de maneira
isolada, em compartimentos estanques, tornou-se obsoleta
no contexto atual de Modelagem da Informação da
Construção (BIM), no qual a colaboração e a integração se
transformam em princípios norteadores.

Fonte: De autoria própria

1.5.2 Estratégias de Coordenação Efetiva

O primeiro passo rumo a uma coordenação eficaz é


estabelecer canais de comunicação que sejam claros e
regulares entre as equipes responsáveis pelas instalações
hidráulicas, arquitetura e estrutura. A promoção de reuniões
periódicas e a utilização de plataformas digitais de

23
colaboração surgem como ferramentas indispensáveis para a
troca fluida de informações e a solução expedita de
problemas.
Nesse contexto, a revolução propiciada pela tecnologia
BIM oferece uma abordagem alternativa altamente benéfica.
A adoção do BIM possibilita que as informações e modelos
relevantes sejam centralizados e compartilhados de maneira
acessível por todas as partes envolvidas. Isso não somente
melhora a visibilidade do projeto como também aprimora a
capacidade de identificar, compreender e resolver conflitos
potenciais antes mesmo que se materializem no canteiro de
obras.
Além disso, a colaboração virtual, incentivada pelo BIM,
desafia a abordagem tradicional de "silos" disciplinares, na
qual cada equipe trabalha de forma isolada em sua própria
esfera de competência. No ambiente BIM, a integração é uma
força impulsionadora. A capacidade de visualizar, em tempo
real, as ramificações de decisões tomadas por diferentes
disciplinas ajuda a prevenir choques entre tubulações,
elementos estruturais e componentes arquitetônicos,
evitando retrabalho, atrasos e custos excedentes.
A coordenação efetiva entre instalações hidráulicas,
arquitetura e estrutura é um elemento-chave para a
viabilidade e o sucesso de projetos de construção. A
abordagem colaborativa promovida pelo BIM não apenas
alivia os desafios tradicionais de conflitos disciplinares, mas
também leva a um processo mais suave, eficiente e
econômico, resultando em edifícios construídos com maior
precisão e agilidade.

24
1.6 Modelagem Colaborativa

Usar um único modelo BIM compartilhado por todas as


disciplinas permite uma visão abrangente do projeto. A
modelagem colaborativa evita duplicação de esforços e ajuda
a identificar conflitos mais cedo no processo.
Utilizar ferramentas de detecção de conflitos no
software BIM ajuda a identificar sobreposições e
interferências entre instalações hidráulicas, elementos
arquitetônicos e estruturais. Isso permite a resolução de
conflitos antes que eles cheguem ao canteiro de obras.
Identificar áreas onde é mais provável que ocorram
conflitos, como locais de grande concentração de tubulações
e passagens, e concentrar a atenção nesses pontos durante
a modelagem e revisão.
Estabelecer padrões e normas que todas as disciplinas
devem seguir para assegurar uma base comum para a
coordenação. Isso inclui diretrizes para dimensionamento de
tubulações, espaçamento entre elementos estruturais e
integração de elementos arquitetônicos.

25
Fonte: https://maisengenharia.altoqi.com.br/postagem/5-principais-normas-para-
projetos-eletricos/

1.7 Requisitos de um Projeto Elétrico

Um projeto elétrico bem executado é essencial para


garantir o funcionamento adequado, sejam pontos de
iluminação ou pontos elétricos em qualquer edificação ou
infraestrutura. Para assegurar a eficiência, a sustentabilidade
e a segurança desses sistemas, uma série de requisitos

26
específicos deve ser atendida durante o processo de
planejamento e execução.
Um dos requisitos primordiais é a conformidade com as
normas e regulamentos locais, regionais e nacionais. Isso
garante que o projeto esteja em linha com as diretrizes de
cada localidade. A adesão a esses padrões é indispensável
para evitar problemas legais futuros e garantir a segurança
dos ocupantes.
Cada componente do sistema elétrico, desde as
tubulações, disjuntores e condutores, deve ser dimensionado
de acordo com a demanda prevista. O dimensionamento
inadequado pode levar a problemas de desarme incorreto do
disjuntor ou até mesmo ocasionando um curto circuito,
podendo causar danos graves.

1.8 Importância do Projeto Elétrico para a


Edificação

O projeto elétrico é um dos pilares principais para o bom


funcionamento e a qualidade de qualquer edificação. Ele
engloba o planejamento e a concepção dos sistemas de
energia, que são vitais para a operação diária e o conforto
dos ocupantes. A importância desse tipo de projeto vai além
do simples fornecimento de energia, pois ele garante também
segurança, sustentabilidade e funcionalidade do edifício.
Um dos aspectos mais importantes do projeto elétrico é
a garantia de acesso à energia. Esses sistemas não apenas
fornecem uma condição básica de vida, mas também têm um

27
impacto direto na saúde e no bem-estar dos ocupantes da
edificação. Um projeto elétrico bem executado assegura que
a energia seja fornecida de forma adequada, contribuindo
para a qualidade do ambiente interno.

Fonte: https://www.msprojetosindustriais.com/projeto-eletrico

1.9 Concepção e Etapas do Projeto

A concepção de um projeto é um estágio fundamental


que marca o início de sua jornada. É nesse estágio que a
visão e a essência do projeto são definidas de forma clara e
abrangente. Através da concepção, os alicerces são

28
lançados, os objetivos são traçados e os caminhos a serem
percorridos começam a se delinear.
Nesse estágio inicial, ocorre um intenso diálogo entre
os diversos stakeholders envolvidos no projeto. Essas partes
interessadas representam uma variedade de perspectivas,
interesses e necessidades. Por meio de discussões
colaborativas, são identificadas as necessidades essenciais
do projeto, bem como suas limitações e potencialidades. As
metas são de maneira a fornecer uma direção clara para a
equipe do projeto, garantindo que todos estejam em relação
ao que se espera alcançar.
A concepção também é um período de exploração
criativa. Nesse estágio, as ideias fluem livremente, e
diferentes abordagens são consideradas para atender aos
requisitos e metas alcançáveis. A imaginação é um recurso
valioso, pois é durante essa fase que os conceitos iniciais
ganham forma e começam a ser moldados. Os membros da
equipe do projeto colaboram para desenvolver soluções
inovadoras e estratégias que possam ser integradas ao longo
do processo.
Uma parte crucial da concepção é a delimitação das
restrições do projeto. Isso envolve uma análise cuidadosa de
quais recursos estão disponíveis - seja em termos de tempo,
orçamento, tecnologia ou expertise. Compreender essas
restrições desde o início é vital para garantir que o projeto
seja viável e alcançável dentro dos parâmetros definidos.

29
1.10 A Gestão Eficiente da Manutenção e
Operação de Sistemas Elétrico com o BIM

A implementação do Building Information Modeling


(BIM) revolucionou a maneira como projetos de construção
são concebidos e executados, mas seu impacto vai além das
fases iniciais do ciclo de vida de um edifício. Uma das áreas
em que o BIM desempenha um papel vital é na gestão da
manutenção e operação de sistemas elétricos após a
construção, tornando-se uma ferramenta essencial para
otimizar a gestão pós-construção, garantindo um ambiente
eficiente, sustentável e operacionalmente eficaz.

1.11 Vantagens da Gestão com BIM após a


Construção

Após a conclusão da fase de construção, a jornada de


um edifício está apenas começando. A ênfase agora se
desloca para a operação e manutenção eficazes, onde a
sustentabilidade, funcionalidade e confiabilidade se tornam
os pilares centrais. Nesse cenário, os sistemas elétricos,
responsáveis pelo fornecimento de energia, ganham um
papel de destaque na manutenção do funcionamento
ininterrupto do edifício. E é aqui que o BIM entra em cena,
oferecendo uma plataforma digital repleta de informações
detalhadas sobre a infraestrutura do edifício e seus sistemas
elétricos. As vantagens são inúmeras e impactantes.

30
1.11.1 Acesso Rápido às Informações

A documentação detalhada armazenada no modelo


BIM facilita o acesso rápido às informações relevantes sobre
os sistemas do projeto. Isso é especialmente valioso para
equipes de manutenção que precisam localizar rapidamente
informações específicas para solucionar problemas.

1.11.2 Manutenção Preventiva

O BIM permite o agendamento e a realização eficaz de


manutenção preventiva. Com dados atualizados sobre os
sistemas elétricos, é possível prever problemas e agir antes
que eles se transformem em falhas críticas.

1.11.3 Planejamento de Atividades

As informações contidas no modelo BIM auxiliam na


elaboração de planos de manutenção e operação mais
eficazes. Os calendários de manutenção podem ser
sincronizados com o cronograma de uso do edifício,
minimizando interrupções.

31
1.11.4 Treinamento e Capacitação

O BIM também serve como uma ferramenta de


treinamento para a equipe de manutenção. A visualização em
3D dos sistemas elétricos ajuda a compreender a disposição
física dos componentes, simplificando a execução de tarefas
de manutenção.

1.11.5 Atualização Dinâmica

A medida que as modificações são feitas nos sistemas


ao longo do tempo, o BIM permite atualizações dinâmicas.
Essas mudanças são refletidas em tempo real no modelo,
garantindo que a documentação permaneça precisa.

1.11.6 Eficiência Sustentável e Tomada de


Decisões Informadas

Além de otimizar a operação e manutenção dos


sistemas elétricos, o BIM também desempenha um papel
importante na eficiência energética e na sustentabilidade. O
BIM ajuda a identificar áreas de melhoria e tomar decisões
informadas para aprimorar a eficiência do uso de água e
energia.

32
1.12 Conclusão

A introdução do Building Information Modeling (BIM)


representa um marco revolucionário, proporcionando uma
abordagem global e interdisciplinar que transcende as
fronteiras tradicionais. A análise de desempenho, ancorada
na tecnologia BIM, emerge como uma ferramenta
indispensável, permitindo a simulação e otimização de
sistemas elétricos com um nível de detalhamento e precisão
sem precedentes. Esta abordagem não apenas eleva a
eficiência operacional, mas também fortalece a resiliência e
sustentabilidade dos processos elétricos.
A importância do projeto elétrico na edificação é
sublinhada como um pilar fundamental na concepção de
espaços funcionais e seguros. A integração do projeto elétrico
em um ambiente BIM não apenas simplifica processos, mas
também promove uma colaboração sinérgica entre
disciplinas, garantindo uma harmonização entre sistemas
elétricos, estruturais e arquitetônicos. Essa integração não só
influencia a eficiência operacional, mas também a experiência
dos ocupantes e a eficiência energética da edificação.
A gestão eficiente da manutenção e operação de
sistemas elétricos, quando alinhada com a abordagem BIM,
transcende a simples correção de falhas, transformando-se
em uma estratégia proativa e preditiva. A modelagem da
informação da construção não apenas facilita a identificação
de problemas potenciais, mas também fornece dados
valiosos para otimizar a eficiência operacional ao longo do
ciclo de vida dos sistemas elétricos.

33
Em síntese, a convergência desses temas destaca não
apenas a relevância, mas a imperatividade de adotar
abordagens inovadoras, como o BIM, para enfrentar os
desafios e explorar as oportunidades na engenharia elétrica
e na construção civil. Ao adotar uma perspectiva orientada
para o futuro, a indústria pode moldar um ambiente construído
mais inteligente, eficiente e sustentável, onde a análise de
desempenho, o projeto elétrico integrado e a gestão eficiente
convergem para redefinir os padrões de excelência na
engenharia elétrica moderna.

Fonte: https://biblus.accasoftware.com/ptb/projeto-integrado-bim-mep-modalidades-
beneficios-e-solucoes/

34
Capítulo 2: Introdução aos Softwares para
Elétrica

Fonte: https://www.blog.leadenergy.com.br/software-de-gestao-de-energia-como-
escolhe/

2.1 Introdução

Na era moderna da engenharia elétrica, onde a


complexidade dos projetos exige precisão, eficiência e
integração, os softwares desempenham um papel crucial.
Estes são mais do que simples ferramentas; são aliados
poderosos na concepção, análise e execução de sistemas
elétricos. A tecnologia proporciona às mentes criativas da

35
engenharia elétrica uma plataforma para explorar, simular e
aprimorar projetos de maneiras inimagináveis no passado.
Os softwares para engenharia elétrica oferecem uma
gama diversificada de funcionalidades, desde a elaboração
de esquemas e diagramas até análises avançadas de
desempenho. Essas ferramentas não só aceleram o processo
de design, mas também garantem precisão e conformidade
com normas e regulamentos, essenciais para a segurança e
eficiência dos sistemas elétricos.
A evolução dos softwares para engenharia elétrica não
se limita apenas à automação de tarefas; ela abraça a
revolucionária abordagem BIM (Modelagem da Informação
da Construção), permitindo a integração perfeita entre
diferentes disciplinas em um projeto. A interoperabilidade
entre sistemas elétricos, estruturais e arquitetônicos está ao
alcance das pontas dos dedos, transformando a colaboração
interdisciplinar.
Contudo, essa revolução tecnológica também traz
consigo desafios. A necessidade de constante atualização, a
curva de aprendizado para dominar as complexas interfaces
e a interoperabilidade entre diferentes plataformas são
aspectos críticos a serem considerados. Além disso, é
fundamental compreender as limitações específicas de cada
software para explorar seu potencial ao máximo.
Para a elaboração de projetos, existem diferentes
softwares que utilizam essa ferramenta disponíveis no
mercado que iremos abordar a seguir.

36
2.2 Autodesk REVIT MEP

O software da Autodesk, centrado na tecnologia BIM


(Building Information Modeling), representa um avanço
significativo no universo dos projetos de instalações,
especialmente no que diz respeito às disciplinas elétrica,
hidráulica e mecânica. Com a incorporação do recurso MEP
(Mechanical, Electrical, Plumbing), esta ferramenta
proporciona aos projetistas uma plataforma versátil para a
criação de projetos em um nível de detalhamento notável.
O MEP, como parte integrante desse software, é uma
peça-chave que capacita profissionais das áreas elétrica,
hidráulica e mecânica a conceberem seus projetos de
maneira altamente detalhada. Seja ao trabalhar de forma
independente em uma disciplina específica ou colaborando
de maneira integrada com outros profissionais, o recurso
MEP atua como uma ponte virtual, unindo especialidades
distintas em um ambiente coeso.
Ao elaborar projetos elétricos, por exemplo, os
profissionais podem se beneficiar da capacidade do software
de modelar não apenas os componentes elétricos, mas
também integrá-los ao contexto geral da construção. Essa
abordagem global permite uma visualização tridimensional
que vai além da simples disposição de fios e equipamentos,
englobando a interação desses elementos com a estrutura
arquitetônica e outros sistemas, como o hidrossanitário e
mecânico.
A integração eficiente entre diferentes disciplinas
oferecida pelo software da Autodesk proporciona um
ambiente de trabalho colaborativo, onde as decisões em uma

37
área podem ser avaliadas em relação ao impacto em outras
disciplinas. A comunicação fluida entre os profissionais de
elétrica, hidráulica e mecânica torna-se essencial, resultando
em projetos mais eficientes, econômicos e sustentáveis.

Fonte: De autoria própria

2.3 Qibuilder

O software desenvolvido pela AltoQi se destaca como


uma ferramenta robusta na esfera da engenharia e
arquitetura, incorporando elementos de Modelagem BIM para
otimizar o processo de projeto. Reconhecido pela qualidade,
esse software oferece funcionalidades que aprimoram a
eficiência e a precisão nas etapas de planejamento e
execução de projetos.
Contudo, é importante ressaltar que, mesmo sendo
considerado um software de qualidade, ele apresenta
algumas limitações que podem impactar o fluxo de trabalho,

38
especialmente quando se trata da colaboração
interdisciplinar. Uma dessas limitações é evidenciada pela
ausência de atualização automática de alterações realizadas
por outras disciplinas no projeto.
Um exemplo concreto dessa limitação é a necessidade
de importar novamente o arquivo no formato IFC (Industry
Foundation Classes) para refletir as mudanças feitas por
outras disciplinas. Essa característica pode gerar desafios em
termos de sincronização e comunicação entre as diversas
equipes envolvidas no projeto, pois a falta de uma atualização
automática pode resultar em discrepâncias e
desalinhamentos ao longo do processo de desenvolvimento.
A importação repetida do IFC, embora possa resolver
as discrepâncias, introduz um elemento de manualidade no
processo, o que pode aumentar a possibilidade de erros e
demandar tempo adicional. Portanto, enquanto o software da
AltoQi oferece muitos benefícios, é essencial que os usuários
estejam cientes dessas limitações específicas, buscando
estratégias para mitigar seus impactos e otimizar a
colaboração entre as disciplinas envolvidas.

Fonte: De autoria própria

39
2.4 Multiplus – PRO-Elétrica

O PRO-Elétrica surge como uma ferramenta


abrangente e especializada, oferecendo soluções detalhadas
e dimensionadas para uma ampla gama de projetos elétricos.
Focado na elaboração de instalações em baixa tensão, SPDA
(Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas),
placas fotovoltaicas On-Grid, cabeamento estruturado,
loteamento com locação de postes, iluminação e automação
residencial, esse software se destaca como um recurso
multifuncional para profissionais da área.
Ao proporcionar uma plataforma unificada para projetos
elétricos, o PRO-Elétrica não apenas simplifica o processo de
design, mas também oferece uma abordagem abrangente
para atender às demandas diversificadas do setor. O
detalhamento e dimensionamento preciso das instalações
elétricas em baixa tensão refletem o compromisso do
software em assegurar a segurança e a eficiência operacional
dos sistemas.
A inclusão de recursos especializados, como SPDA e
instalação de placas fotovoltaicas On-Grid, destaca a
adaptabilidade do PRO-Elétrica às tendências emergentes de
sustentabilidade e energia renovável. Essa capacidade de
incorporar tecnologias avançadas na esfera elétrica
demonstra uma resposta proativa às mudanças no cenário da
Engenharia Elétrica.
Além disso, a integração de cabeamento estruturado,
loteamento com locação de postes, iluminação e automação
residencial revela a versatilidade do software em abordar
projetos complexos e diversificados. Ao fornecer uma solução

40
abrangente para necessidades variadas, o PRO-Elétrica se
posiciona como uma ferramenta essencial para profissionais
que buscam eficiência e excelência em seus projetos.
A capacidade de exportar projetos elétricos em 3D para
softwares BIM, através do módulo opcional de exportação
BIM/IFC ou REVIT, adiciona um componente inovador à
funcionalidade do PRO-Elétrica. Essa integração com o
ambiente BIM destaca a adaptabilidade do software às
demandas contemporâneas da indústria, onde a
interoperabilidade e a colaboração são essenciais para a
eficiência e a qualidade dos projetos.

Fonte: De autoria própria

2.5 ArchiCAD 2023

O ArchiCAD 2023 é uma potente ferramenta no cenário


da modelagem de informações da construção (BIM),
destacando-se por suas notáveis qualidades e pelo atrativo

41
custo-benefício que oferece. Reconhecido por sua eficácia no
domínio dos projetos arquitetônicos, o software apresenta um
conjunto robusto de ferramentas BIM que impulsionam a
eficiência e a precisão na concepção de edificações.
No entanto, quando se trata especificamente de
projetos elétricos, é relevante notar que o ArchiCAD 2023
está em constante desenvolvimento nessa área. Embora já
seja uma escolha consolidada para projetos arquitetônicos,
sua presença em projetos elétricos está em evolução,
sugerindo um potencial significativo para crescimento e
aprimoramento.
A força do ArchiCAD 2023 nas ferramentas BIM é uma
característica que reverbera em sua aplicabilidade e
versatilidade. Essas ferramentas proporcionam uma
modelagem tridimensional detalhada e integrada, facilitando
a visualização e análise abrangente dos projetos. Sua
vantagem em custo-benefício torna-o particularmente atrativo
para profissionais que buscam uma solução eficaz sem
comprometer a qualidade.
É válido destacar que, mesmo em fase de
desenvolvimento para projetos elétricos, o ArchiCAD 2023 já
se destaca como uma ferramenta promissora. Sua integração
BIM é um diferencial que promove a colaboração entre
diferentes disciplinas, potencialmente simplificando a
interação entre arquitetos e engenheiros elétricos durante o
processo de projeto.

42
Fonte: De autoria própria

2.6 Edificius - ACCA Software

O Edificius, desenvolvido pela ACCA Software, é uma


ferramenta em constante evolução, notadamente na criação
e desenvolvimento de suas próprias famílias. Embora ainda
esteja em fase de desenvolvimento nesse aspecto específico,
o software já exibe potencial promissor para se tornar uma
solução robusta para a criação e manipulação de famílias
exclusivas.
Uma característica distintiva do Edificius é sua
capacidade de importar famílias de outros softwares
renomados, como o Revit MEP. Essa funcionalidade oferece
aos usuários uma versatilidade notável, permitindo a
incorporação de elementos específicos de outros programas,
enriquecendo assim o leque de opções disponíveis no
Edificius.

43
Embora o software esteja em desenvolvimento no que
diz respeito às suas próprias famílias, a capacidade de
importar aquelas já estabelecidas em outros contextos
demonstra uma abordagem pragmática para atender às
necessidades dos usuários. Essa interoperabilidade fortalece
a aplicabilidade do Edificius, permitindo que profissionais
aproveitem recursos de diferentes plataformas sem
comprometer a integridade de seus projetos.
Ainda que em evolução, o Edificius se destaca como
uma ferramenta flexível e adaptável. A importação de famílias
de softwares consolidados sinaliza a disposição do programa
em se integrar a fluxos de trabalho já estabelecidos na
indústria, proporcionando uma transição suave para usuários
que possam estar familiarizados com outras plataformas.

Fonte: De autoria própria

44
2.7 Softwares Auxiliares - DALUX, BIMCOLLAB,
Areddo, Trimble IFC

Os softwares auxiliares DALUX, BIMCOLLAB, Areddo


e Trimble IFC são também peças fundamentais no panorama
da modelagem de informações da construção (BIM),
oferecendo recursos valiosos que ultrapassam a mera
visualização de arquivos IFC. Essas ferramentas destacam-
se por seu papel significativo na simplificação da
compatibilização de projetos e na promoção da colaboração
eficiente entre equipes multidisciplinares.
O DALUX, por exemplo, destaca-se por sua capacidade
de proporcionar uma visualização detalhada de modelos IFC.
Essa funcionalidade vai além do simples exame visual,
permitindo aos profissionais explorar e analisar projetos de
maneira mais aprofundada. A capacidade do DALUX de
oferecer uma experiência imersiva contribui
significativamente para a compreensão abrangente dos
projetos e para a detecção precoce de possíveis conflitos.
O BIMCOLLAB, por sua vez, facilita a compatibilização
de projetos e a interação entre diferentes disciplinas. Ao
permitir que equipes colaborem em um ambiente virtual
centralizado, esse software promove a identificação e
resolução eficiente de conflitos antes mesmo do início da
construção. Essa abordagem proativa contribui para evitar
retrabalhos e melhorar a eficiência operacional.
O Areddo destaca-se como uma ferramenta versátil que
vai além da visualização de IFC. Sua capacidade de integrar
diferentes disciplinas e fornecer uma plataforma para a
análise de dados contribui para a compatibilização eficiente e

45
a gestão integrada de projetos. Essa integração de recursos
posiciona o Areddo como um aliado valioso na busca pela
eficiência e qualidade na execução de projetos BIM.
Por fim, o Trimble IFC é uma ferramenta que
desempenha a facilitação da interoperabilidade entre
diferentes softwares, promovendo a troca de informações
sem perda de dados. Isso é essencial para garantir uma
integração suave entre as diversas disciplinas envolvidas em
um projeto, promovendo a compatibilização e a colaboração
efetiva.

46
Fonte: De autoria própria

2.8 Introdução ao Software Autodesk REVIT


MEP

O Autodesk Revit MEP destaca-se por ser dinâmico no


processo de modelagem BIM, revolucionando a forma como
projetos de engenharia, especialmente nos campos de
Mecânica, Elétrica e Hidráulica (MEP), são concebidos,
iniciados e gerenciados. O BIM é uma abordagem
colaborativa e baseada em dados para o design, construção
e operação de edifícios e infraestruturas, que visa aprimorar
a eficiência, a precisão e a integração em todo o ciclo de vida
do projeto.
Neste contexto, o Autodesk Revit MEP surge como uma
ferramenta essencial que permite aos profissionais criar
modelos de engenharia digital 3D ricos em informações e
dados específicos de sistemas MEP. Ele capacita equipes

47
multidisciplinares a colaborarem de maneira mais eficaz,
integrando seus respectivos projetos e compartilhando
informações precisas em tempo real. Diferentemente das
abordagens tradicionais adotadas em desenhos 2D, o Revit
MEP oferece uma representação virtual completa de todos os
sistemas MEP, permitindo uma visualização mais detalhada
e uma análise abrangente das externas entre esses sistemas.
Ao longo deste capítulo, exploraremos em profundidade
a ferramenta Autodesk Revit MEP no processo BIM.
Discutiremos como ele facilita a coordenação e colaboração
entre equipes, otimiza a detecção de conflitos, melhora a
eficiência do projeto e facilita a documentação detalhada.
Além disso, examinaremos como o Revit MEP contribuirá
para a tomada de decisões decisivas, uma análise de
desempenho e operação e manutenção eficaz de edifícios
após sua conclusão.

2.9 O Papel do Autodesk Revit MEP no BIM

No cenário contemporâneo da engenharia e da


arquitetura, a colaboração eficaz e a integração de disciplinas
são fundamentais para o sucesso de qualquer
empreendimento. Nesse contexto, o Autodesk Revit MEP se
destaca como uma ferramenta revolucionária que oferece
uma integração perfeita com outras disciplinas dentro de um
projeto BIM (Building Information Modeling). Essa integração
não apenas simplifica o processo de projeto e planejamento,
mas também reduz significativamente a possibilidade de

48
conflitos e discrepâncias que poderiam surgir durante a fase
de construção.
Uma das principais vantagens distintas do Autodesk
Revit MEP é a maneira como ele permite que arquitetos,
engenheiros de diversas especialidades e outros
profissionais trabalhem de maneira colaborativa em um único
modelo. Isso elimina a necessidade de projetar em silos
separados, onde cada disciplina cria seus próprios desenhos
sem considerar totalmente as outras. Ao invés disso, o
software fornece um ambiente virtual compartilhado onde
todos os elementos do projeto são reunidos e interagem de
forma coesa.
Essa integração facilita a identificação precoce de
conflitos e discrepâncias entre diferentes disciplinas. Por
exemplo, um engenheiro elétrico pode visualizar como suas
instalações interagem com a estrutura arquitetônica e os
sistemas de encanamento antes mesmo do início da
construção. Isso significa que problemas potenciais podem
ser resolvidos antes de se tornarem obstáculos reais no
canteiro de obras, economizando tempo, dinheiro e
minimizando continuamente.
Além disso, a integração fornecida pelo Autodesk Revit
MEP promove uma colaboração mais eficiente entre as
equipes de projeto. Comunicação e compartilhamento de
informações tornam-se mais suaves, uma vez que todos os
profissionais envolvidos podem acessar o mesmo modelo
centralizado. Isso ajuda a eliminar mal-entendidos e erros de
comunicação que poderiam ocorrer quando as informações
são compartilhadas em diferentes plataformas.

49
Fonte: https://utilizandobim.com/blog/vantagens-de-utilizar-bim/

2.10 Apresentação das Ferramentas

O Revit MEP não se limita apenas à criação de modelos


3D detalhados. Ele também oferece ferramentas de análise e
simulação que permitem aos engenheiros avaliar o
desempenho dos sistemas MEP. Isso inclui análises de fluxo
de ar, iluminação, aquecimento, resfriamento e muito mais.
Essas capacidades permitem otimizar o design dos sistemas
para atender a critérios de eficiência energética, conforto e
normas regulatórias.
Outro benefício fundamental do Autodesk Revit MEP é
a geração automática de documentação precisa a partir do
modelo 3D. Isso inclui plantas, cortes, elevações, tabelas de
quantidades e detalhamentos específicos dos sistemas. A
alteração de um elemento no modelo reflete-se

50
automaticamente na documentação, reduzindo erros e
economizando tempo.

Fonte: https://pt.geofumadas.com/sistemas-hidrosanit%C3%A1rios-bim-usando-o-
revit-mep/

2.10.1 Sistemas de HVAC (Aquecimento,


Ventilação e Ar-Condicionado)

• Criação de dutos, condutas flexíveis e conexões;


• Dimensionamento automático de dutos com base
em critérios de fluxo de ar;
• Geração de sistemas de ar centralizados ou
distribuídos;
• Simulação de carga térmica para determinar os
requisitos de resfriamento e aquecimento.

51
2.10.2 Sistemas Elétricos

• Criação de layouts de circuitos elétricos;


• Dimensionamento de fios e cabos com base na
carga elétrica;
• Colocação de dispositivos elétricos, tomadas e
painéis de distribuição;
• Análise de curto-circuito e coordenação
seletiva de dispositivos de proteção.

2.10.3 Sistemas Hidráulicos e Sanitários

• Projeto de tubulações de água, esgoto e


esgoto pluvial;
• Dimensionamento de tubulações com base na
demanda de água;
• Modelagem de dispositivos de encanamento,
como pias, vasos sanitários e chuveiros.

2.10.4 Ferramentas de Documentação

• Geração automática de desenhos de planta,


elevação e corte a partir do modelo 3D;
• Criação de listas de materiais e relatórios para
orçamentos;
• Anotações, tags e legendas para detalhamento
preciso.

52
2.10.5 Simulação e Análise

• Análise energética para avaliar o desempenho


térmico do edifício;
• Simulação de fluxo de ar para otimizar o
conforto do ambiente interno;
• Análise de iluminação para determinar a
distribuição de luz natural e artificial.

2.11 A Importância das Bibliotecas de


Componentes Pré-Fabricados na Modelagem de
Sistemas MEP no Autodesk Revit

A busca pela eficiência e precisão é um elemento


essencial em qualquer empreendimento de construção, onde
cada detalhe pode impactar significativamente o resultado
final. No contexto da modelagem de sistemas MEP
(Mecânica, Elétrica e Hidráulica) no Autodesk Revit, essa
busca pela excelência é ainda mais importante. As bibliotecas
de componentes pré-fabricados são uma ferramenta
indispensável nesse cenário, proporcionando uma
abordagem inovadora que facilita a realização de projetos
mais eficientes e precisos. Iremos explorar as nuances
dessas bibliotecas, compreendendo como elas se convertem
em um pilar vital do processo de projeto, e como o próprio
Revit, uma plataforma BIM de renome, capacita os projetistas
MEP ao canalizar essa funcionalidade, influenciando de
maneira positiva todo o cenário abrangente do BIM.

53
No universo da construção, a eficiência é sinônimo de
economia de tempo e recursos, enquanto a precisão é a
garantia de que os resultados finais se alinhem às
expectativas e normas. No entanto, a complexidade dos
sistemas MEP frequentemente desafia esses ideais. É aqui
que as bibliotecas de componentes pré-fabricados no
Autodesk Revit entram em cena. Elas oferecem um conjunto
variado de elementos meticulosamente projetados, prontos
para serem incorporados em projetos. Essa abordagem
acelera o processo de projeto, eliminando a necessidade de
criar cada elemento desde o início. A pré-configuração dos
componentes também assegura que eles estejam em
conformidade com normas e regulamentos, garantindo a
representação precisa e detalhada dos sistemas MEP.
As bibliotecas de componentes pré-fabricados não são
meramente uma adição ao processo de projeto MEP no Revit;
elas são um pilar vital que sustenta a eficácia e a qualidade
do processo. Ao oferecer uma ampla variedade de elementos
pré-configurados, desde componentes hidráulicos até
dispositivos elétricos e elementos de HVAC, essas bibliotecas
proporcionam aos projetistas uma base sólida para construir
seus projetos. Através dessa abordagem, o Revit MEP eleva
a modelagem MEP para um nível superior, simplificando a
complexidade por meio de uma seleção diversificada de
elementos prontos para uso.

54
2.12 Conclusão

Em síntese, os softwares destinados à Engenharia


Elétrica representam pilares fundamentais na modernização
e otimização dos processos nessa área. A evolução
constante dessas ferramentas proporciona aos profissionais
uma gama diversificada de recursos, desde a elaboração de
projetos detalhados até a análise de desempenho e a gestão
eficiente de sistemas elétricos.
A incursão do BIM nesse domínio demonstra não
apenas uma mudança tecnológica, mas uma transformação
paradigmática na abordagem da Engenharia Elétrica. A
capacidade de integrar disciplinas, colaborar em tempo real e
visualizar projetos em 3D acrescenta uma dimensão adicional
à concepção e execução de sistemas elétricos, redefinindo a
eficiência operacional e a qualidade dos resultados.
A diversidade de softwares, como o PRO-Elétrica,
ArchiCAD, Edificius, e outros, ilustra a adaptabilidade e
especialização dessas ferramentas para atender às
necessidades específicas dos projetos elétricos. Seja na
criação de instalações elétricas em baixa tensão, na
incorporação de tecnologias sustentáveis como placas
fotovoltaicas, ou na interoperabilidade com softwares BIM,
essas plataformas são recursos indispensáveis na caixa de
ferramentas de profissionais comprometidos com a
excelência na Engenharia Elétrica.
A capacidade de importar famílias de outros softwares,
como no caso do Edificius, e a presença de softwares
auxiliares como DALUX, BIMCOLLAB, Areddo, e Trimble IFC,
evidenciam a interconexão e colaboração entre diferentes

55
plataformas, fortalecendo a ideia de que a eficiência não
reside apenas na singularidade de uma ferramenta, mas na
habilidade de integrar múltiplos recursos para atingir os
objetivos desejados.
Assim, diante desse panorama dinâmico, a conclusão é
clara: os softwares para Engenharia Elétrica não são apenas
ferramentas, mas catalisadores de inovação, eficiência e
colaboração na concepção, implementação e gestão de
sistemas elétricos, abrindo caminho para uma era mais
inteligente, sustentável e interconectada na Engenharia
Elétrica moderna.

Fonte: https://www.bimexcellence.com.br/bim-projetos-eletricos

56
Capítulo 3: Modelagem de Instalações
Elétricas

Fonte: https://biblus.accasoftware.com/ptb/instalacoes-eletricas-modelagem-3d-
com-a-simplicidade-do-cad/

57
3.1 Introdução

As instalações elétricas são classificadas através da


sua tensão nominal (Volt), empregadas para caracterizar a
instalação, das quais os circuitos elétricos são mantidos por
correntes alternadas e corrente contínua. É considerada uma
instalação elétrica de baixa tensão aquela que possui
características de tensão nominal, com frequência de
corrente elétrica alternada menor ou igual a 1000 V e menor
ou igual a 1500 V com corrente contínua. São as instalações
frequentemente usadas em edificações residenciais,
estabelecimentos de uso público e instituições, trailers e
instalações associadas a esse gênero, assim como canteiros
de obras, feiras e outras instalações de ordem temporárias
(NBR 5410, 2004).
As instalações elétricas são divididas em três tipos:
industriais, prediais e comerciais. A principal distinção entre
esses departamentos é o grau da distribuição da potência
elétrica atribuída a cada um deles. A energia elétrica que
chega até o local de consumo vem distribuída através de três
fases distintas, sendo esta a forma trifásica, intercalada com
frequência estipulada de 60 ciclo/segundos em todo o
território nacional. A energia elétrica sai das subestações e
percorre um processo de distribuição, passando por
transformadores localizados em áreas específicas, para que,
deste modo, possa chegar até as residências as tensões
nominais de 127 V e 220 V, usadas para caracterizar os
circuitos elétricos no ponto de consumo (BORGES; GOMES,
2019).

58
Sabemos que cada concessionária de energia elétrica
realiza a distribuição de energia elétrica de acordo com o que
o ANEEL estipula para cada uma. São muitos os níveis de
tensão que podemos encontrar como por exemplo, tensões
220/127, 380/220, 440/220, entre outras (ELÉTRICA, 2023).

3.2 Tensões de Linha

Podemos definir que a tensão de linha é aquela tensão


medida em uma fase com relação a tensão de outra fase, ou
seja, a tensão de linha é diferença de potencial entre duas
fases. Desta forma a tensão de linha também é conhecida
como tensão fase-fase (ELÉTRICA, 2023).

3.3 Tensões de Fase

A tensão de fase é aquela tensão medida de uma fase


em relação ao neutro, ou seja, a tensão de fase é a diferença
de potencial entre fase e neutro. É importante destacar que
nem sempre um circuito trifásico terá o ponto de neutro, como
é o caso dos circuitos com fechamento em triângulo. Neste
caso a tensão de fase e tensão de linha possuem o mesmo
valor (ELÉTRICA, 2023).

59
3.4 Sistema Monofásico

Sistema monofásico a dois condutores (F-N) é o


sistema comumente utilizado em instalações residenciais
isoladas e em prédios comerciais e residenciais com um
número reduzido de unidades de consumo e de pequena
carga (MAMEDE FILHO, 2017).

Fonte: De autoria própria

3.5 Sistema Bifásico

A rede é construída por três condutores elétricos, dois


condutores de fase e um condutor neutro. Sistemas bifásicos
são aplicados para potências entre 15 e 25 kW
(DEMEI,2017).

60
3.6 Sistema Trifásico

Sistema trifásico a quatro condutores (3F-N) É o


sistema secundário de distribuição mais comumente
empregado nas instalações elétricas comerciais e industriais
de pequeno porte (MAMEDE FILHO, 2017).

3.7 Briefing

Essa etapa é essencial antes de iniciar a elaboração do


projeto elétrico. Isso permite identificar as características do
cliente e o que ele busca. Permite também identificar
características específicas do local onde o projeto vai ser
executado, que são imprescindíveis para a elaboração do
mesmo, como identificar se a entrada de energia no local vai
ser aérea ou subterrânea, por exemplo. Isso faz com que o
tempo de trabalho seja otimizado e direcionado para as
necessidades reais do empreendimento a ser projetado.

3.8 Pontos de Iluminação

Em cada cômodo ou dependência deve ser previsto


pelo menos um ponto de luz fixo no teto, comandado por
interruptor (NBR 5410,2004).

61
Em cômodos ou dependências com área superior a
6 m², deve ser prevista uma carga mínima de 100 VA para os
primeiros 6 m², acrescida de 60 VA para cada aumento de
4 m² inteiros (NBR 5410,2004).

3.9 Pontos de Tomada

Um ponto de tomada de 100 VA para cada 5 m, de


perímetro, se a área do cômodo ou dependência for superior
a 6 m², devendo esses pontos ser espaçados tão
uniformemente quanto possível (NBR 5410,2004).
Em cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço,
cozinha-área de serviço, lavanderias e locais análogos, deve
ser previsto no mínimo um ponto de tomada para cada 3,5 m,
sendo as 3 primeiras tomadas de 600 VA e os restante de
100 VA (NBR 5410,2004).

3.10 Estrutura de Projeto Elétrico


Residencial

A seguir, destacaremos os principais pontos para


elaborar a estrutura de um projeto elétrico residencial.

62
3.10.1 Distribuição de Pontos

Devemos considerar o número mínimo de pontos


recomendado pela NBR 5410, para iluminação e tomadas.
Para projetos comerciais, os pontos de iluminação e tomadas
muitas vezes já são definidos pelo arquiteto junto com o
proprietário. Para projetos residenciais se torna cada vez
mais comum os pontos serem definidos pelo projeto
arquitetônico.

3.10.2 Determinar Comando de Iluminação

Após a distribuição dos pontos de iluminação e dos


interruptores devemos definir os comandos para esta
iluminação. Estes comandos serão definidos por uma letra.
Para podermos entender melhor, a figura abaixo ilustra uma
planta baixa onde temos pontos de iluminação e interruptores
comandando estas iluminações.

63
Fonte: De autoria própria

3.10.3 Distribuição de Tomadas

Após a distribuição dos pontos de tomada, devemos


analisar os equipamentos que serão instalados para
considerarmos as potências de cada tomada, para fazer o
dimensionamento correto de disjuntor e condutor a ser
utilizado. Equipamentos com potências altas deverão ser
considerados de uso específico, por exemplo: chuveiro,
torneira elétrica, entre outros.

64
Tomadas de uso específico o disjuntor e o condutor
deverão ser dimensionados especificamente para o
equipamento que será instalado no local.
Na figura abaixo podemos observar a distribuição de
pontos de tomada para uma cozinha.

Fonte: De autoria própria

3.10.4 Dimensionamento de Circuitos

Para dimensionamento correto dos circuitos devemos


seguir os passos abaixo:

65
I. Critérios para a divisão de cargas entre os
circuitos elétricos;

II. Prever circuitos individualizados em função do


tipo de aparelhos que alimentam, como por
exemplo circuitos distintos para iluminação,
tomadas, motores etc.;

III. Dividir a carga de iluminação, se possível, em


vários circuitos, que atendem os vários ambientes
da edificação;

IV. Prever circuitos compatíveis com os terminais e


com as cargas dos aparelhos e tomadas que irão
ser atendidas;

V. Agrupar cargas nos circuitos de modo a respeitar


a máxima capacidade de condução de corrente
dos condutores e a queda de tensão admissível,
prevendo-se ainda uma margem de segurança
para acréscimos de carga (por exemplo de 20 %);

VI. Devem ser previstos circuitos independentes para


as cargas acima de 1500 VA;

VII. Determinação do disjuntor (A);

VIII. Determinação de bitola (mm²) utilizando a tabela


NBR 5410;

IX. Tipo de Instalação;

66
X. Tipo de isolação;

XI. Número de condutores carregados;

XII. Utilização de fatores de agrupamento (se


necessário) e temperatura; a título de exemplo de
agrupamentos: um circuito monofásico de
chuveiro de 6000 W, tensão de 220 V, com
FP = 1, com um eletroduto exclusivo em
alvenaria, dimensionar disjuntor e fiação
(considerar isolação em PVC e temperatura 40°C)

• FP = 1
• I = 6000/(220x1) = 27 A
• V = 220 V
• DISJUNTOR = 27< 32 A
• P= 5400 W I = ?
• FT = 0,87
• FCA = 1,00
• Método = B1

67
Fonte: ABNT – NBR 5410

 Disjuntor Selecionado = 32 A

Fonte: ABNT – NBR 5410

68
• Corrente Conduzida = IB x FCT x FCA
 Corrente Conduzida = 41 x 0,87 x 1 = 35,67 A
• Disjuntor 32 < 35,67 A
 Bitola Selecionada = 6 mm²

3.10.5 Interruptor Diferencial Residual

Dispositivo de seccionamento mecânico ou associação


de dispositivos destinada a provocar a abertura de contatos
quando a corrente diferencial residual atinge um valor dado
em condições especificadas (NBR 5410, 2004).
Os disjuntores termomagnéticos protegem as redes
contra sobrecargas e curtos-circuitos, e os interruptores
diferenciais residuais protegem as pessoas nos casos de
toques acidentais ou quando a circulação de corrente
diferencial residual ultrapassa um determinado valor. Os
disjuntores diferenciais residuais devem ser instalados depois
dos outros dispositivos de proteção do quadro de distribuição
(fusíveis e disjuntores)

3.10.6 Distribuição de Eletrodutos

Após a distribuição e definição de comando e circuitos


dos pontos de tomadas e iluminação podemos definir os
eletrodutos para alimentar os pontos até o quadro de
distribuição. Para tomadas de uso específico levar eletroduto
individual.

69
Segundo NBR 5410, a taxa de ocupação do eletroduto,
dada pelo quociente entre a soma das áreas das seções
transversais dos condutores previstos, calculadas com base
no diâmetro externo e na área útil da seção transversal do
eletroduto não deve ser superior a:

• 53% no caso de um condutor;


• 31% no caso de dois condutores;
• 40% no caso de três ou mais condutores.

3.10.7 Entrada de Energia

Para um projeto elétrico, é necessário verificar qual tipo


de entrada de energia iremos utilizar subterrânea ou aérea.
Para isso, precisamos de algumas informações como
endereço onde a residência será construída. Caso seja em
condomínios fechados onde não conseguimos verificar pelo
Google Maps qual tipo de distribuição de energia adotada no
local, deveremos solicitar ao proprietário ou fazer uma visita
no local para verificar.

70
Fonte: http://www.esof.com.br/sup/tec/eng.htm

3.11 Introdução ao Projeto de Telecom

Um projeto elétrico predial consiste em efetuar uma


análise criteriosa para eliminar todos os possíveis riscos que
uma instalação elétrica pode ter. Assim, o projeto elétrico
predial é fundamental para trazer ao empreendimento ou
edificação o necessário para o funcionamento da parte
elétrica sem colocar em perigo a estrutura do local e de seus
frequentadores.
Um bom projeto elétrico predial deve atender não
apenas as normas e especificações que esse tipo de trabalho
exige, mas também as particularidades de cada
planejamento. Além disso, um projeto elétrico predial leva em
consideração a durabilidade e a segurança da instalação,
bem como o conforto de seus clientes.

71
As instalações elétricas de um prédio são muito
complexas devido aos altos índices de consumo de energia,
à dispensação de muitos componentes elétricos e toda uma
estrutura que seja segura e eficaz. Por isso, antes de instalar
quadros de comando e distribuição de toda essa energia, é
realizado um projeto elétrico predial.

3.12 Medição Coletiva

A medição agrupada ou medição coletiva é o


fornecimento de energia elétrica que abriga em conjunto mais
de uma unidade consumidora como: condomínios, conjuntos
habitacionais, salas comerciais, edifícios e outros.

72
Fonte: https://projetosrevit.com.br/coletivo-energia-ate-24-medidores-light-revit/

3.13 Medição Descentralizada

A medição descentralizada tem a utilização de


medidores eletrônicos que são mais avançados e precisos.
Além disso, eles utilizam tecnologia eletrônica para medir e
exibir o consumo de energia. Os medidores eletrônicos
geralmente têm recursos adicionais, tais como a capacidade
de armazenar dados históricos de consumo e se comunicar
remotamente com as empresas de serviços públicos para
leitura e faturamento automáticos.

73
3.14 Shaft

O shaft é uma abertura vertical na alvenaria para


facilitar a passagem de tubulações e instalações verticais.
Nas construções prediais, a arquitetura já prevê shafts para
algumas disciplinas onde poderão passar suas infra
estruturas para chegar até os apartamentos.

Fonte 1: https://web.facebook.com/Cimetech/posts/1516900901738615/
Fonte 2: https://engeprev.com/firestop-protecao-passiva-incendio/shaft/

3.15 Prumada

Prumadas elétricas para apartamentos refere-se ao


trajeto vertical dos circuitos que alimentam as unidades
privativas, partindo do centro de medição do condomínio,
geralmente localizado no térreo ou subsolo, e seguindo por

74
meio de eletrodutos ou shafts até o quadro de distribuição
interno de cada unidade.

3.16 Estrutura Geral Telecom

Para o projeto de telecom, terá sua entrada específica


até o distribuidor geral de onde sairá os eletrodutos para os
schafts até as caixas de passagem em cada andar e assim
poder fazer a distribuição até os apartamentos.
Para dimensionar o eletroduto de entrada e as caixa de
passagem subterrâneas, podemos seguir a tabela abaixo:

75
Fonte: De autoria própria

Para dimensionar o quadro de distribuidor geral e as


caixas de passagem a serem colocados em cada andar,
podemos seguir as tabelas abaixo.

76
Fonte: De autoria própria

3.17 Conclusão

A modelagem de instalações elétricas se estabelece


como um pilar essencial na moderna Engenharia Elétrica,
trazendo consigo um conjunto de ferramentas e abordagens
que revolucionam a concepção, análise e implementação de
sistemas elétricos. A adoção de técnicas avançadas, como a
Modelagem da Informação da Construção (BIM), impulsiona
a eficiência operacional, promove a colaboração
interdisciplinar e eleva a qualidade dos projetos elétricos.
Ao longo dessa jornada, softwares especializados,
como PRO-Elétrica, ArchiCAD, Edificius, e outros, emergem
como aliados poderosos. Desde a criação detalhada de
instalações em baixa tensão até a integração com tecnologias
sustentáveis e a interoperabilidade com softwares BIM, essas
plataformas oferecem uma gama diversificada de recursos,

77
proporcionando aos profissionais a flexibilidade necessária
para atender às demandas específicas dos projetos elétricos.
A integração de softwares auxiliares, como DALUX,
BIMCOLLAB, Areddo e Trimble IFC, destaca a importância
da visualização, compatibilização e colaboração em tempo
real. Essas ferramentas não apenas simplificam o processo
de projeto, mas também fortalecem a capacidade de equipes
multidisciplinares trabalharem de forma sinérgica,
identificando e resolvendo potenciais conflitos antes mesmo
da execução física.
A conclusão é clara: a modelagem de instalações
elétricas transcende a simples representação gráfica. Ela se
torna uma narrativa dinâmica, incorporando dados, análises
de desempenho e a capacidade de prever, adaptar e inovar.
Em um mundo onde a eficiência, sustentabilidade e
colaboração são imperativos, a modelagem de instalações
elétricas surge como um catalisador para uma Engenharia
Elétrica mais inteligente, eficiente e conectada. Essa
evolução contínua redefine não apenas a maneira como
concebemos projetos elétricos, mas também como moldamos
o futuro da engenharia elétrica.

Fonte: http://www.adengenharia.eng.br/projetos.php

78
Capítulo 4: Compatibilização e Subestação

Fonte: https://carluc.com.br/planejamento/compatibilizacao-de-projetos/

4.1 Introdução

No universo complexo da engenharia e arquitetura, a


compatibilização se destaca como uma prática essencial para
o sucesso de projetos multidisciplinares. Na busca pela
integração perfeita entre diversas disciplinas, desde
estruturas até sistemas elétricos e hidráulicos, a

79
compatibilização visa eliminar conflitos, otimizar recursos e
garantir a eficiência operacional de empreendimentos.
A engenharia e a arquitetura contemporâneas têm
evoluído para abraçar a interdisciplinaridade, exigindo uma
abordagem abrangente na qual cada elemento do projeto
deve ser meticulosamente alinhado para evitar
incompatibilidades que possam comprometer o desempenho
global. A compatibilização não apenas simplifica processos,
mas também assegura a entrega de espaços funcionais e
eficientes.
Dentro desse panorama, a instalação elétrica
desempenha um papel crucial. As subestações, por
conseguinte, destacam-se como elementos fundamentais
nesse intricado quebra-cabeças. Responsáveis pela
transformação e distribuição de energia elétrica em diferentes
níveis de tensão, as subestações representam infraestruturas
críticas que demandam uma abordagem especializada e
integrada para sua incorporação harmoniosa em projetos
arquitetônicos e de engenharia.

4.2 Sistemas para Compatibilização

A realização bem-sucedida de um projeto elétrico


demanda uma abordagem integrada que transcenda as
fronteiras tradicionais da Engenharia Elétrica. Nesse
contexto, a compatibilização se revela como uma ferramenta
indispensável, unindo diferentes disciplinas para criar um
sistema coeso e eficiente. A colaboração entre especialistas

80
em elétrica, arquitetura, estrutural, climatização, prevenção
contra incêndios e hidrossanitário, é essencial para garantir a
harmonia entre todos os componentes de uma edificação.
Ao contemplar o projeto elétrico em conjunto com
outras disciplinas, a arquitetura se revela como um ponto
crucial de convergência. A disposição de espaços, aberturas
e estruturas arquitetônicas influencia diretamente a
distribuição dos sistemas elétricos, tornando imprescindível a
cooperação entre os profissionais envolvidos. A
compatibilização com a disciplina estrutural também se faz
vital, pois afeta não apenas o layout elétrico, mas também a
segurança e estabilidade da edificação como um todo.
A climatização é outra peça-chave no quebra-cabeças
da compatibilização. A distribuição eficiente de equipamentos
de ar-condicionado e a consideração das cargas térmicas
impactam diretamente nas demandas elétricas do projeto. A
coordenação com sistemas de prevenção contra incêndios é
indispensável para garantir a segurança operacional e a
conformidade com normas e regulamentos de segurança.
A disciplina hidrossanitária não deve ser negligenciada,
pois as instalações hidráulicas podem influenciar a
localização de pontos elétricos e equipamentos sensíveis à
umidade. Portanto, a troca de informações entre engenheiros
elétricos e hidrossanitários é vital para evitar conflitos e
garantir um ambiente seguro e funcional.
Dessa forma, a compatibilização supera a mera
sobreposição de disciplinas, transformando-se em um diálogo
constante entre especialistas. A busca por eficiência
energética, segurança e funcionalidade exige uma
abordagem integrada desde a concepção do projeto. Ao

81
promover a interdisciplinaridade, a compatibilização não
apenas simplifica processos, mas também assegura a
entrega de soluções elétricas alinhadas com as necessidades
e características específicas de cada empreendimento.

Fonte: Eng. Tiago Fernandes Costa, 2013

82
4.2.1 Compatibilização com Projeto
Arquitetônico

Para realizar o projeto executivo do projeto elétrico,


precisamos validar alguns pontos com o projeto arquitetônico
que podem impactar relativamente em outras disciplinas,
como posição do quadro de medição, das caixas de
passagem, dos schafts disponíveis para a execução da
infraestrutura de entrada de energia elétrica e de entrada de
telecom.

4.2.2 Compatibilização com Projeto Estrutural

É importante a compatibilização entre projeto elétrico e


projeto estrutural, onde é necessário observar se os pontos
elétricos como interruptores, tomadas, caixas de passagem,
quadro de distribuição entre outros, não estejam em conflito
com algum elemento do projeto estrutural, como vigas e
pilares.

4.2.3 Compatibilização com Projeto


Climatização

A definição do projeto de climatização é importante para


o projeto elétrico para compatibilizar onde serão alimentados
os evaporadores, condensadores e as renovações de ar.
Também teremos a informação das potências das máquinas

83
a serem instalados, o que pode impactar significativamente
na entrada de energia, devido ao aumento de carga que o
sistema de climatização pode empregar ao empreendimento.

4.2.4 Compatibilização com Projeto Preventivo

A definição onde serão necessários colocar os pontos


do projeto preventivo como Bombas de SHP, alarmes,
sinalização de emergência, luminária de emergência, é
importante pois no projeto elétrico precisamos alimentar com
um ponto de tomada simples assim compatibilizando os dois
projetos.

4.2.5 Compatibilização com Projeto


Hidrossanitário

Para a compatibilização do projeto hidrossanitário é


necessário analisar se houve a necessidade de uma ETE,
estação elevatória, bombas de cisterna, pressurizadores,
boiler e aquecedores a gás. Devemos analisar a potência de
cada equipamento para dimensionar corretamente os
circuitos de alimentação dos equipamentos, principalmente
para o boiler se houver, pois este equipamento tende a ter
uma potência maior, caso seja utilizado um boiler com apoio
elétrico.

84
4.3 Subestação

As subestações podem ter diversas funções no Sistema


Elétrico de Potência. Na geração são utilizadas subestações
elevadoras de tensão para adequar a tensão para a
transmissão de energia. Já na transmissão, podem ser
reguladoras e conversoras.
Geralmente na distribuição, a grande maioria são
subestações abaixadoras. As subestações abaixadoras estão
presentes em indústrias, redes subterrâneas, grandes
consumidores de cargas e na rede de distribuição aérea.
(PAIVA, 2022)
Nas subestações são encontrados equipamentos de
transformação como transformadores de potência e
transformadores para instrumentos. Segundo Oliveira (2017),
são transformadores para instrumentos o transformador de
corrente (TC) e o transformador de potencial (TP), com a
finalidade de reduzir a corrente ou a tensão respectivamente
a níveis compatíveis com os valores de suprimento de relés e
medidores.
Para atuação mais segura e funcional, as SE’s devem
possuir equipamentos de manobra como disjuntores e chaves
seccionadoras, além de equipamentos de proteção como
para-raios, aterramento e relés de proteção (PAIVA, 2022).
Sempre que precisarmos implementar uma subestação
devemos considerar os espaços destinados a ela, para que
atendam as normas da concessionária da região que for
instalada.

85
4.4 Tipos de Subestação

A maioria das subestações particulares são


alimentadas em média tensão, ou tensão de distribuição
primária (13,8 kV ou 34,5 kV). As subestações também se
classificam quanto à sua instalação, sendo a subestação ao
tempo aquelas cujo transformador é instalado em poste ou
mancal sujeito às condições desfavoráveis de temperatura,
clima e poluição exigindo manutenção mais frequente. (CEB
DISTRIBUIÇÃO S.A., 2013)
As subestações abrigadas são instaladas em cômodo
construídos para este fim, não sujeitas a intempéries e
projetadas conforme as normas das concessionárias. Já as
subestações blindadas são completamente protegidas e
isoladas em óleo ou em gás (ar comprimido ou SF6). (PAIVA,
2022)

4.4.1 Subestação Aérea

São assim consideradas as subestações cujo


transformador está fixado em torre ou plataforma e, em geral,
são fabricadas em concreto armado, aço ou madeira.
Todas as partes vivas não protegidas devem estar
situadas, no mínimo, a 5 m acima do piso. Quando não for
possível observar a altura mínima de 5 m para as partes
vivas, pode ser tolerado o limite de 3,5 m, desde que o local
seja provido de um sistema de proteção de tela metálica ou
equivalente, devidamente ligado à terra, com as seguintes
características. (MAMEDE FILHO, 2017)

86
Na figura abaixo podemos observar um exemplo de
medição com transformador em poste até 300 kVA com
entrada subterrânea medição em BT.

Fonte: CELESC - N3210002

4.4.2 Subestação Abrigada

De acordo com Mamede Filho (2017), neste tipo de


subestação os equipamentos estão instalados em
dependências protegidas das intempéries, chamadas de
cubículos, cabines ou postos. Podem ser construídos em
edificações de alvenaria ou de invólucro metálico.
As subestações em alvenaria geralmente são
construídas em concreto armado, e são as mais utilizadas

87
pelas fábricas, estabelecimentos comerciais e condomínios
residenciais. No entanto, esse tipo de construção necessita
de uma área relativamente maior que as subestações
compactas metálicas para sua construção. Em contrapartida,
apresentam custo reduzido, facilidade na montagem e na
manutenção. No seu interior as subestações em alvenarias
apresentam compartimentos com finalidades específicas.
(BELLEZA,2021)
Na figura abaixo, podemos observar um exemplo de
subestação de medição com transformação até 300 kVA com
entrada e saída subterrânea e medição em BT em
subestação abrigada.

Fonte: CELESC - N3210002

4.5 Equipamento de um Subestação

Uma subestação acomoda basicamente equipamentos


e instrumentos de medição e proteção, para que a tensão e
corrente sejam modificadas a valores admissíveis para o
funcionamento das cargas da instalação elétrica. Esses

88
equipamentos são distribuídos numa sequência adequada
para sua operação de maneira segura. Os equipamentos e
instrumentos instalados em uma subestação são os
seguintes: (BELLEZA,2021)
• Mufla;
• Para-raios;
• Transformador de corrente – TC;
• Transformador de potencial – TP;
• Disjuntor;
• Relé;
• Chave seccionadora;
• Transformador de potência.

4.5.1 Mufla

A mufla, também conhecido como terminal polimérico,


é um dispositivo utilizado para isolar um condutor isolado ao
se conectar com outro condutor nu (barramento) ou terminais
de conexão de um equipamento (transformador). As muflas
podem ser fabricadas para a sua utilização tanto em
instalações abrigadas quanto expostas ao ar livre,
dependendo de sua estrutura construtiva. (TEIXEIRA
JUNIOR, 2004)

89
Fonte: https://www.mdpolicabos.com/muflas-e-terminais-e-terminal-mufla/

4.5.2 Para-Raios

O SPDA (Sistema de Proteção Contra Descarga


Atmosférica) tem como finalidade interceptar descargas
atmosféricas que atingem diretamente a parte superior da
estrutura ou suas laterais, fazendo com que a corrente gerada
pela descarga flua direto para a terra, evitando danificações
do sistema elétrico e ricos para as pessoas. (MAMEDE
FILHO, 2017)

90
Fonte: https://prdengenharia.com.br/spda

4.5.3 Transformador de Corrente – TC

O transformador de corrente é um equipamento que


transformar correntes elevadas que circulam no seu
enrolamento primário devido à corrente de carga do circuito
ao qual está conectado, em pequenas correntes (geralmente
5 A). No seu enrolamento secundário, permite a aferição da
corrente a valores compatíveis com os instrumentos de
medição (faturamento de energia) e de proteção (relé).
(MARDEGAN, 2020)

91
Fonte: https://tamurabrasil.com/conteudo/2023/07/03/o-que-e-um-tc-transformador-
de-corrente/

4.5.3 Transformador de Potencial – TP

É um dispositivo que reduz a tensão da rede em que


estão ligados permitindo que os instrumentos de medição e
proteção sejam projetados com tamanhos reduzidos e menor
nível de isolação. Os TP's podem ser divididos em
Transformadores de Potencial Indutivo e Transformadores de
Potencial Capacitivo. (CAMARGO, 2015)

92
Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/diferen%C3%A7a-entre-tp-capacitivo-e-
indutivo-mesh-engenharia/?originalSubdomain=pt

4.5.4 Disjuntor

São equipamentos de proteção responsáveis pelas


manobras do sistema, s interrompendo ou restabelecendo a
carga da instalação elétrica geral. As manobras são
realizadas em função de operação ou proteção contra
defeitos. A atuação do disjuntor pode ser de forma manual ou
por meio de outro elemento de proteção, podendo ser diretos
ou indiretos. (CREDER, 2016)

93
Fonte: https://riocontrol.com.br/produto/mini-disjuntor-unipolar-mdw-c-fab-weg/

4.5.5 Relé

Para realizar a proteção da subestação de energia


elétrica são empregados relés de proteção em conjunto com
disjuntores. O relé detecta a ocorrência do defeito e envia um
comando para o disjuntor seccionar a instalação elétrica.
Com o avanço tecnológico, os relés passaram a ser
dispositivos totalmente digitais, formados de circuitos
eletrônicos acompanhados de chips de alta velocidade de
processamento. Estes novos dispositivos oferecem as mais
diversas formas de proteção aos sistemas elétricos, como de
sobrecarga, curto-circuito, sobretensão, subtensão, entre
outros. (MAMEDE FILHO, 2016)

94
Fonte: https://daeletrica.com.br/

4.5.6 Chave Seccionadora

É um dispositivo de manobra constituído de três


lâminas móveis, movimentadas simultaneamente através de
um eixo rotativo acionado através de um bastão ou manopla,
onde tanto a parte fixa como a parte móvel são sustentados
por isoladores. Este dispositivo permite realizar a abertura e
fechamento das lâminas de fases em circuitos sem carga.
(BARROS,2015)

95
4.5.7 Transformador de Potência

O transformador é uma máquina elétrica estática que


permite elevar ou baixar a tensão e a corrente através da
transferência de energia elétrica do enrolamento primário
para o enrolamento secundário ou terciário se existir, por
meio da indução eletromagnética, mantendo a mesma
frequência de entrada. O transformador é constituído de dois
elementos fundamentais, as bobinas (primária e secundária)
e o núcleo constituído de chapas de material ferromagnético.
(BARROS,2015)
Os transformadores das subestações de consumidores
podem ser de dois tipos construtivos, os a óleo e a seco. Os
a óleo permitem isolar e refrigerar os enrolamentos da
máquina através do seu líquido isolante. Já os a seco, são
revestidos por uma resina isolante de epóxi e refrigerados por
meio do ar que circula nas bobinas. (BARROS,2015)

Fonte: https://www.elektrontransformadores.com.br/imagens/thumbs/tipos-
de-transformadores.jpg

96
4.6 Conclusão

A compatibilização na engenharia e arquitetura, aliada


à abordagem específica das subestações, culmina em uma
conclusão que destaca a essencialidade desses processos
para o sucesso e eficiência em projetos elétricos complexos.
A compatibilização, ao unir disciplinas como
arquitetura, estrutura, climatização, prevenção contra
incêndios e hidrossanitário, surge como um ponto focal na
busca pela harmonia entre diferentes sistemas e
componentes de uma edificação. Essa integração não
apenas simplifica processos, mas também promove uma
colaboração sinérgica entre profissionais, resultando em
projetos mais coesos, seguros e eficientes.
No contexto das subestações, a conclusão recai sobre
a importância crítica dessas instalações para a confiabilidade
e estabilidade do fornecimento de energia elétrica. As
subestações são os hubs que permitem a transmissão
eficiente de eletricidade, desempenhando um papel vital na
garantia da distribuição adequada de energia. Sua concepção
e implementação demandam uma abordagem minuciosa,
levando em consideração não apenas a funcionalidade
técnica, mas também os aspectos normativos, de segurança
e ambientais.
A eficácia da compatibilização e o papel central das
subestações permanecem como elementos vitais na
infraestrutura elétrica global. O sucesso reside na habilidade
de equilibrar a complexidade técnica com uma visão
unificada, garantindo a funcionalidade, segurança e
sustentabilidade de nossos sistemas elétricos.

97
Fonte: https://www.bnsengenharia.com/post/projeto-de-
subesta%C3%A7%C3%A3o-padr%C3%A3o-coelba-homologado-conhe%C3%A7a-
tudo-sobre-este-projeto-salvador

98
Capítulo 5: Gerador de Energia Solar

Fonte: https://pisonprojetos.com.br/como-funciona-um-gerador-de-energia-solar/

5.1 Introdução

Denomina-se gerador elétrico todo dispositivo que


separa cargas elétricas positivas e negativas, mantendo entre
elas uma diferença de potencial. O gerador, em suma,
converte qualquer tipo de energia em energia elétrica. (ZUIM,
2011)

99
É um equipamento que possui um motor (diesel,
gasolina ou gás) de reconhecida performance, acoplado a um
gerador de moderna tecnologia e montado sobre base
metálica, com acionamento manual ou automático.
(GALDINO, 2011)
Normalmente os referidos geradores de energia são
utilizados apenas em caso de emergências pontuais,
podendo ser de propriedade dos próprios lojistas ou dos
Shoppings Centers. Os geradores podem ser alocados na
parte exterior do empreendimento, no subsolo ou aterradas,
conforme capacidade, utilidade, propriedade e destinação do
aparelho. (ANDRADE, 2020)
Nos últimos anos muitas indústrias, não estão utilizando
os geradores apenas para emergências pontuais. Estão
utilizando para reduzir o custo com energia elétrica,
colocando os geradores para operar em horários de pico,
onde os gastos com o gerador são menores que o consumo
de energia da concessionária.
Por exemplo, se você analisar a curva de utilização
típica de uma concessionária, notará um pico no período
entre o final do horário comercial e o início da noite, o que
ocorre porque um grande número de consumidores
residenciais chega em casa neste horário e começa utilizar a
energia de forma mais intensiva. Neste momento, a maioria
das pessoas utiliza chuveiro elétrico, televisão, aparelho de
som e deixa um número razoável de lâmpadas acesas. Em
suma, neste momento os consumidores privados utilizam
vários dispositivos elétricos ao mesmo tempo. (MASSERONI
& OLIVEIRA, 2012)

100
Assim, optar pelo desligamento da energia proveniente
da rede concessionária nos horários de pico, substituindo por
grupos geradores diesel, pode ser um grande negócio e trazer
uma redução considerável nos gastos com energia elétrica e
praticamente financiando a compra do equipamento.
(MASSERONI & OLIVEIRA, 2012)

5.2 Tipo de Gerador

Temos dois tipos de gerador: o aberto e o carenado. O


aberto, se colocado ao tempo aberto, precisará de uma casa
de gerador. Já o carenado pode ser colocado em áreas
externas sem abrigo, porém o custo é maior.

5.2.1 Gerador Aberto

Os grupos geradores abertos são projetados para


instalação em sala abrigada, podendo receber tratamento
acústico específico. (STEMAC, 2023)

101
Fonte: https://www.shopcoopera.com.br/gerador-de-energia-a-diesel-geraforte--
aberto-750kva-242815/p

5.2.2 Gerador Carenado

Os geradores carenados são revestidos por uma


estrutura de metal que os protege. É uma proteção contra
chuvas, sol, vento e umidade. Assim, é possível que a
instalação do equipamento possa ser feita em áreas externas.
(GERADORES,2023)
A estrutura de metal dos geradores carenados
silenciados é revestida por uma manta termoacústica, com a
finalidade de atender locais onde o conforto acústico deve ser
preservado. O ruído é mantido entre 65 db e 80 db em uma
distância de raio de até um metro do gerador.
(GERADORES,2023)

102
Portanto, todo gerador silenciado é um gerador
carenado, porém nem todo gerador carenado é um gerador
silenciado. Para diferenciar os dois modelos, verifique se
existe a manta termoacústica. Se houver, o modelo é
silenciado. (GERADORES,2023)
Na figura abaixo podemos observar um modelo de
gerador carenado.

Fonte: GALDINO, 2011, p. 4.

5.2.3 Sala com Isolamento Acústico para


Gerador

Máquinas que utilizam combustíveis fósseis (diesel, gás


natural, gasolina, etc.) como o caso de um GMG a OD emitem

103
ruídos em seu funcionamento devido a queima do
combustível e ao atrito mecânico entre seus componentes.
Essa queima e atrito geram também calor excessivo, fazendo
assim necessário um sistema de arrefecimento, como a
aplicação de exaustores e ventiladores, estes últimos, por sua
vez, contribuem com a poluição sonora. (GONÇALVES
FILHO et al. 2014)
O ruído é definido pelo Decreto Nº 33868 de 22/08/2012
como sendo qualquer som ou vibração que cause ou possa
causar perturbações ao sossego público ou produza efeitos
psicológicos ou fisiológicos negativos em seres humanos e
animais. (GONÇALVES FILHO et al. 2014)
Os níveis máximos de ruído, em decibéis, aceitáveis por
área são definidos pela norma ABNT NBR10151/1999.

Fonte: ABNT NBR-10151/1999

Cada gerador emite um ruído diferente dependendo de


sua potência. Para prevermos corretamente uma sala
acústica para gerador, devemos saber qual gerador será
utilizado e qual área será utilizado. (GONÇALVES FILHO et
al. 2014)

104
Na figura abaixo podemos observar um exemplo de
sala de gerador com isolamento acústico.

Fonte: Teoria Engenharia Acústica

5.2.4 Gerador a Diesel

O gerador de energia a diesel é um equipamento


utilizado para gerar energia em aparelhos de grande porte
que necessitam de energia constante. Seu mecanismo
funciona da seguinte maneira: o ar contido no gerador é
comprimido para, em seguida, ser injetado ao diesel. O
processo irá gerar um calor intenso, o combustível irá entrar
em combustão. Daí o gerador conseguirá realizar o seu
trabalho normalmente. (DCML, 2023)
O gerador transforma a energia elétrica necessária para
ser distribuída de acordo com as necessidades de
abastecimento do local ou aparelhos conectados ao gerador.
(DCML, 2023)
Ao utilizar um gerador a diesel em horário de pico com
a finalidade de economizar na conta de energia, devemos
prever um tanque de óleo para suprir esta necessidade. Caso

105
seja para utilizar apenas em emergências, não será
necessário o tanque de óleo, pois o gerador possui um tanque
que irá suprir essa necessidade.

5.2.5 Gerador a Gás

Sendo o gás natural um dos mais utilizados no Brasil, a


eletricidade é produzida a partir da sua queima. O gerador a
gás funciona com o ciclo do tipo Otto de combustão interna,
onde gás é queimado para gerar energia mecânica, que é
convertida em energia elétrica através do alternador. A
quantidade de energia produzida pelo gerador depende dos
componentes e da quantidade de combustível utilizado.
(GENERAC, 2023)

5.2.6 Gerador a Biogás

Na geração de energia com biogás, ocorre a conversão


da energia química do gás em energia mecânica por meio de
um processo controlado de combustão. Essa energia
mecânica ativa um gerador que produz energia elétrica. O
biogás também pode ser usado em caldeiras por meio de sua
queima direta para a cogeração de energia. (ECYCLE, 2023)

106
5.2.7 Tanque Óleo Diesel

Para armazenagem deste tipo de líquido, a


PETROBRÁS recomenda manter o produto em local fresco,
seco e bem ventilado, distante de fontes de calor e ignição. É
imprescindível manter os recipientes bem fechados e
devidamente identificados. O local de armazenamento deve
ter piso impermeável, com dique de contenção e uma bacia
de contenção para reter o óleo diesel em caso de vazamento.
(GONÇALVES FILHO et al. 2014)
Antes de ser utilizado para o fim desejado, o diesel deve
ser acondicionado de forma que esteja disponível para
eventuais necessidades. Para isso, devem ser tomadas
algumas providências quanto ao armazenamento deste
combustível para garantir a segurança das pessoas e do
ambiente em que o líquido está presente. Os cuidados que
devem ser tomados são descritos pelas normas
regulamentadoras NR 20, NBR 15461 e NPT 025.
(GONÇALVES FILHO et al. 2014)
O posicionamento do tanque deve acatar ao disposto
na tabela da NR 20. Na tabela abaixo podemos observar a
distância de segurança de líquidos classe III-B.

107
Fonte: NR 20/1978

5.2.8 Quadro de Transferência

O quadro de transferência automático de cargas


elétricas de partida e parada do motor é parte integrante dos
grupos geradores automáticos. Geralmente montados em
caixas metálicas moldadas, são responsáveis por quando a
energia da rede estiver anormal, reconhecendo a falta da
energia de rede. Assim, o quadro de transferência automático
aciona o motor gerador, transferindo a carga da rede para o
gerador. Quando a energia da rede voltar ao normal, o quadro
de transferência automático irá reconhecer a chegada da
energia da rede e transferirá a carga do gerador para rede
fazendo o motor gerador parar. (SILVA, 2017)
Primeiramente, será analisado o funcionamento do
sistema durante a partida. Num primeiro momento é realizado
o paralelismo e sincronismo entre os geradores.
Os GMG’s são estartados e pré-determinados através
da parametrização para atingir os níveis de tensão e
frequência (60 Hz). Posteriormente o relé de check de

108
sincronismo avalia se as frequências, ângulos de fase e
tensão estão iguais, permitindo o acionamento do disjuntor de
interligação dos GMG’s. Como os geradores estão a vazio,
pois o disjuntor do quadro de transferência automático (QTA)
que faz o paralelismo com o disjuntor de AT do ramal de
alimentação da concessionária está desligado, o sincronismo
dos geradores é feito de forma muito rápida, em menos de
100 ms. (GONÇALVES FILHO et al. 2014)

5.3 Introdução à Energia Solar Fotovoltaica

O Brasil é um país que além de ser rico em recursos


naturais possui um enorme potencial de energia solar, pois
tem uma localização privilegiada próximo aos trópicos e
possui uma grande radiação solar durante a maior parte do
ano. (BRUM, 2013)
A operação de um sistema de energia fotovoltaica,
também conhecido como sistema solar. É um sistema que
gera energia elétrica através da radiação solar. Esse sistema
consegue fazer com que o próprio consumidor de energia
elétrica consiga gerar sua própria energia. Isso é feito por
meio de sua capacidade de captação de energia solar, que é
obtida pela conversão de radiação solar em energia elétrica
por meio de uso de placas feitas de materiais
semicondutores. (LANA,2020)
O sistema fotovoltaico é definido como conjunto de
equipamentos agrupados onde a finalidade é transformar a
energia solar em energia elétrica, disponibilizando-a para

109
utilização em correntes contínuas ou alternadas, tanto em
períodos onde há incidência solar ou não. (PORTAL SOLAR,
2018)
Um projeto fotovoltaico pode ser dimensionado de
acordo com as necessidades específicas de energia, desde
sistemas residenciais pequenos até usinas solares em larga
escala.
Para a construção de um sistema fotovoltaico, é
necessário interligar um ou mais módulos fotovoltaicos e um
conjunto de equipamentos complementares, como baterias,
controladores de carga, inversores e outros equipamentos de
proteção. (NEO SOLAR,2014)
É importante, considerar o espaço a ser destinado para
a instalação dos painéis fotovoltaicos, para que possamos
realizar uma compatibilização com outras disciplinas. Para
isso, realizamos um cálculo onde iremos determinar a
quantidade de placas necessárias para suprir nossas
necessidades e com isso poderemos saber a área ocupada
para esta operação.

Fonte:https://www.neosolar.com.br/aprenda/saiba-mais/sistemas-de-energia-solar-
fotovoltaica-e-seus-componentes

110
5.4 Tipos de Sistemas Fotovoltaicos

Existem dois tipos de sistema fotovoltaico, que são


classificados como autônomo e/ou interligado a rede.

5.4.1 Sistema Fotovoltaico Interligado à Rede


(On-Grid)

É um sistema que trabalha em simultâneo com a rede


elétrica da distribuidora de energia. O painel fotovoltaico gera
energia elétrica em corrente contínua e, após convertê-la
para corrente alternada, é injetada na rede de energia
elétrica. Tal conversão se dá pela utilização do inversor de
frequência, que realiza a interface entre o painel e a rede
elétrica. (PEREIRA & OLIVEIRA, 2013)
Este tipo de sistema funciona por meio do painel
fotovoltaico, doravante FV, que tem a função de gerar energia
elétrica em corrente contínua (CC), convertê-la em corrente
alternada (CA) e injetá-la na rede de energia elétrica. A
interface entre o painel e a rede elétrica se dá através do
inversor de frequência. (ALVES, 2019)
Sendo assim, o sistema on-grid necessita da rede para
funcionar. Se ocorrer uma queda de energia, o sistema será
desligado imediatamente, não sendo utilizado como sistema
de backup. Isso é necessário, pois caso precise de
manutenção a rede não deve estar eletrificada e também
serve para proteger o arranjo fotovoltaico, que não pode
funcionar de forma isolada. (BIGGI, 2013)

111
O sistema on-grid (grid-tie) possui inversores mais
sofisticados que os inversores utilizados no sistema
autônomo, pois são eles que administram todo o sistema. Os
atuais inversores grid-tie, em sua maioria, possuem um
seguidor do ponto de máxima potência (MPPT), o que
possibilita o maior aproveitamento da capacidade de geração
do arranjo fotovoltaico ao qual está interligado. (BIGGI, 2013)
A rede elétrica atua como uma carga, absorvendo a
energia elétrica gerada, pois não precisam de sistemas de
armazenamento (controladores de carga e baterias). O
sistema tem a sua eficiência diretamente ligada a eficiência
dos inversores. Portanto quanto maior for a eficácia do
inversor, melhor será a capacidade de aproveitamento
inserido na rede de distribuição. (CRESESB, 2006)
Devido os sistemas on-grid serem ligados à rede de
distribuição elétrica das concessionárias, a sua utilização
deve ser regularizada pelos órgãos responsáveis. No Brasil,
o órgão responsável é a Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL), que aprovou em abril de 2012 uma nova Resolução
Normativa, criando a regulamentação essencial para ser
seguida pelos consumidores que tenham interesse em ligar
seus geradores de energia solar às redes tradicionais.
(BIGGI, 2013)
Na figura abaixo podemos verificar o funcionamento de
um sistema On-Grid.

112
Fonte: (MORAES, 2020).

5.4.2 Sistemas Fotovoltaicos Autônomos (Off-


Grid)

Os sistemas OFF-Grid são conhecidos como sistemas


isolados. Também são conhecidos como sistemas não
conectados à rede elétrica. Estes sistemas trabalham de
forma autônoma, isto é, não trabalham em paralelo com a
rede elétrica convencional (ALVES, 2019).
O Sistema Fotovoltaico Autônomo depende somente da
radiação solar para produzir energia elétrica através dos
painéis fotovoltaicos. No geral, essa alternativa possui um
sistema de armazenamento de energia integrado por diversas
baterias, onde dependendo da aplicação, precisa de
controladores de carga e inversores de corrente contínua
(CC)/corrente alternada (CA). (PORTAL SOLAR, 2011)

113
Segundo o Centro de Referência em Energia Solar e
Eólica (CRESESB), os sistemas são duradouros e exigem
pouca manutenção. Em geral, aplica-se uma garantia de 20
anos aos módulos fotovoltaicos. A vida útil de dispositivos
eletrônicos, inversores e controladores de carga é superior a
10 anos. As baterias têm a vida útil estimada mais baixa e
são, portanto, o ponto fraco do sistema. Porém, se
dimensionados corretamente, podem durar entre 4 e 5 anos.
(CRESESB, 2006)
Sendo assim, os sistemas OFF-Grid são sistemas
desconectados ou isolados que não dependem da rede da
concessionária para gerar energia elétrica. No período
noturno, os sistemas não produzem energia, e para esse
período, os sistemas OFF-Grid possuem um sistema de
armazenamento de energia, por meio da utilização de
baterias. (ALVES, 2019)
Na figura abaixo podemos verificar o funcionamento de
um sistema OFF-Grid.

Fonte: (SUNERGIA, 2018)

114
5.5 Equipamento Utilizados nos Geradores
Fotovoltaicos

Para o desenvolvimento de um sistema fotovoltaico, é


necessário a instalação de equipamentos auxiliares em
conjunto com os módulos. Esses componentes funcionam
principalmente no processo de armazenamento e distribuição
da energia elétrica gerada, sendo diferenciados de acordo
com o tipo de sistema implantado: on-grid ou off-grid.
(ALMEIDA, 2016)

5.5.1 Painel Fotovoltaico

Painéis ou módulos solares são os principais


componentes do sistema de geração de energia fotovoltaica.
Estes consistem em uma série de células fotovoltaicas
eletricamente conectadas em série e/ou paralelo dependendo
das tensões e/ou correntes especificadas no projeto. O
conjunto desses módulos é denominado gerador fotovoltaico
e representa a primeira parte do sistema, ou seja, são
responsáveis pelo processo de captação da radiação solar e
conversão em energia elétrica. (PEREIRA & OLIVEIRA,
2011)
Assim, o conjunto de células forma um módulo e o
conjunto de módulos forma um painel. (CRESESB, 2006)

115
5.5.2 Inversor

O inversor fotovoltaico transforma a energia em CC


para CA, pois a maioria dos aparelhos eletrônicos utilizam
CA, para que essa energia possa ser usada em unidades
consumidoras residenciais ou mesmo comerciais. Este
equipamento é capaz de deixar a tensão e a frequência
compatíveis com a rede elétrica da concessionária ao qual o
sistema está interligado. (ALVES, 2019)
O inversor é um equipamento essencial em um sistema
fotovoltaico devido a sua eficiência. A qualidade do inversor
está diretamente ligada à eficiência do sistema. É neste
equipamento que está uma das parcelas mais altas do
investimento total na montagem de um sistema fotovoltaico.
(PORTAL SOLAR, 2011)
Conforme INMETRO (2011), os inversores para serem
aplicados em sistemas fotovoltaicos devem apresentar forma
de onda senoidal pura. A eficiência superior a 85%, na faixa
entre 50% e 100% da potência nominal e distorção harmônica
total (DHT) menor que 5% em qualquer potência de operação.

5.5.3 Medidor Bidirecional

O medidor bidirecional tem a função de monitorar a


energia consumida da rede, bem como a energia injetada na
rede. Caso o sistema produza menos energia elétrica do que
a consumida no momento, a rede pública fornece
automaticamente o necessário para que não falte energia ao

116
consumidor. De maneira contrária e complementar, se o
sistema produzir mais energia do que a necessária, a energia
excedente será injetada na rede elétrica da concessionária.
Portanto neste caso, o medidor bidirecional registra essa
energia e o consumidor/produtor fica com saldo positivo na
conta mensal de energia. Este valor restante será abatido
automaticamente caso o cliente necessite utilizar novamente
a energia da rede.
O medidor de energia bidirecional registra a energia
consumida e excedente para equilibrar os créditos no final do
mês. Isso permite que o consumidor mude para a rede e
reduza sua conta de luz, pois o excesso de energia produzida
e não consumida vai para a rede, gerando créditos e
economia no final do mês. (ALVES, 2019)

5.5.4 Bateria

A energia produzida por um sistema fotovoltaico pode


variar devido à proporção da radiação solar. Ocorre uma
limitação na geração de energia no período noturno e
também no início da manhã ou ao fim da tarde. O nível de
energia elétrica gerados nesses períodos é muito baixo. Da
mesma forma ocorre também nos dias em que há ameaças
de chuvas. No período perto do meio-dia, a geração de
energia está no seu pico maior. No entanto, a maior parte do
emprego de sistemas isolados precisa que a energia elétrica
esteja sempre disponível, especialmente à noite para
iluminação. (ALVARENGA, 2001)

117
Por isso, nos sistemas isolados há a necessidade de
utilização de alguma forma de armazenamento de energia.
Este armazenamento pode ser realizado por meio de
baterias, a fim de que o consumidor possa utilizar aparelhos
elétricos.
A principal função da bateria, em um sistema de
geração fotovoltaico off-grid, é armazenar a energia que se
produz. O maior problema das fontes secundárias de energia
como a energia solar, está exatamente em dizer que o
consumo não se dá de fato no período da geração. (NEO
SOLAR, 2014)
Atualmente há vários os tipos de baterias existentes no
mercado, porém por motivos econômicos, as baterias
chumbo ácidas ainda são as mais empregadas para fins
fotovoltaicos, ainda que outros tipos apresentem maior
eficiência e vida útil, a exemplo do Níquel-Cádmio, do íon de
Lítio, entre outros. (ALVES, 2019)

5.5.5 Controlador

Também chamado de regulador de carga, este


componente é geralmente utilizado em sistemas off-grid, ou
seja, que empregam o uso de baterias para o armazenamento
de energia. (ALMEIDA, 2016)
Os controladores servem para proteger a bateria ou o
banco de bateria contra sobrecarga ou descarga profunda. O
controlador de carga é usado em sistemas pequenos, em que
os aparelhos utilizados são de baixa tensão e corrente
contínua (CC). Em sistemas isolados, esses controladores de

118
carga não devem falhar, pois podem haver danos
irreversíveis. Além disso, devem ser projetados de acordo
com as características dos diferentes tipos de baterias.
Quando a bateria atinge plena carga, os controladores devem
desconectar o gerador fotovoltaico. Também podem
interromper o fornecimento de energia se o estado de carga
da bateria atingir um nível mínimo de segurança. Assim, há o
aumento de vida útil das baterias. O ajuste dos parâmetros,
bem como a escolha do método de controle devem ser
adequados aos diferentes tipos de baterias. (ALVES, 2019)

5.5.6 Dimensionamento Projeto Fotovoltaico

Para dimensionarmos um projeto fotovoltaico devemos


seguir os seguintes passos.

• Passo 1 - Reduzir 100KWh e dividir por 30 dias;

• Passo 2 - Definir a irradiação. Os dados da


irradiação podem ser retirados do site da
LABREN (http://labren.ccst.inpe.br/);

• Passo 3 - Dividir o consumo médio diário por


irradiação e rendimento do sistema (80%).

Para melhor entendimento, iremos realizar um exemplo


onde o consumo mensal histórico é de 517 KWh e a

119
irradiação é de 4,5 KWh/m². Considerar painéis com
capacidade máxima de geração de 330 W. Com estes dados,
é possível determinar a quantidade de placas a serem
utilizadas para suprir nossa necessidade, podendo também
calcular a área de ocupação para os sistemas.

• Passo 1 - (517-100)/30 = 13,9 KWh/dia

• Passo 2 - 4,5 kwh/m²

• Passo 3 - 13,9/(4,5 x 0,8) = 3,86 kW


 Utilizar painéis de 330 W
 Dimensões do Painel: 1960 x 992 x 40 mm
 Número de painéis = 3860/330 = 11,7 (12
painéis)
 POTÊNCIA TOTAL = 12 x 330 = 3960 kWp

Considerando que uma placa de 330 W ocupa na faixa


de 2 m², pelo nosso cálculo precisaremos de pelo menos 12
painéis, assim tendo uma área ocupada de 24 m².

120
5.6 Conclusão

A integração do gerador de energia solar no contexto


da arquitetura e engenharia representa não apenas uma
evolução técnica, mas uma mudança fundamental na
abordagem para projetos sustentáveis e eficientes.
Destacamos o papel central dessa tecnologia inovadora na
criação de edificações e infraestruturas mais inteligentes e
ecologicamente conscientes.
Ao incorporar geradores de energia solar em projetos
arquitetônicos e de engenharia, estabelecemos uma simbiose
entre design funcional e responsabilidade ambiental. Esses
sistemas não apenas atendem às demandas crescentes por
fontes de energia limpa, mas também se integram
harmoniosamente aos elementos arquitetônicos,
maximizando a eficiência energética sem comprometer a
estética e a funcionalidade.
Ressaltamos a versatilidade do gerador de energia
solar, que pode ser integrado de diversas formas, desde
painéis fotovoltaicos em fachadas e telhados até soluções
mais inovadoras incorporadas a elementos estruturais. Essa
adaptabilidade permite que arquitetos e engenheiros
explorem novas possibilidades de design enquanto avançam
em direção a ambientes construídos mais sustentáveis.
No âmbito da engenharia, reforçamos a importância
estratégica dos geradores de energia solar para promover a
resiliência e a eficiência nos sistemas de energia. A redução
da dependência de fontes não renováveis, aliada à
capacidade de armazenamento e distribuição eficiente,

121
transforma o gerador solar em um componente vital na busca
por soluções energéticas mais equilibradas e eficazes.
Em síntese, o gerador de energia solar no contexto da
arquitetura e engenharia destaca a transição rumo a um
futuro mais sustentável e inovador. Essa tecnologia não
apenas redefine a maneira como concebemos edificações,
mas também contribui para um cenário energético global
mais limpo e sustentável. O gerador de energia solar não é
apenas uma solução técnica; é um catalisador para uma
revolução positiva na forma como construímos e alimentamos
o nosso mundo.

Fontes: https://www.jmecosolar.com.br/kit-gerador-de-energia-solar-60wp-gera-ate-
160whdia

https://loja.opussolar.com.br/produto/kit-solar-on-grid-8-intelbras-535w-micro-
inversor-deye-sun-2000g3-428-kwp-2/

122
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