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1 Questão 1

Considere as afirmações abaixo acerca de determinação de órbita de dois corpos,


assinale a alternativa que corresponde à veracidade das afirmações, respectivamente.
(I) Determinar uma órbita consiste em conhecer os seus parâmetros orbitais a partir de
um conjunto de informações iniciais. No caso das órbitas de problemas de dois corpos,
isso corresponde a determinar 6 parâmetros, geralmente: semi eixo maior, excentricidade,
tempo de periastro, longitude celeste do nodo ascendente, inclinação e argumento de pe-
riastro. Verdadeira
(II) A fonte de informação para determinação dos elementos orbitais pode ser base-
ada em medidas de elementos teóricos ou dados medidos ou valores teóricos quaisquer.
No caso de medidas, uma forma usual consiste na observação vetorial 3D de posição e
velocidade num referencial inercial, geralmente o referencial celeste com origem fixa no
planeta. O conceito é simples, mas na prática é muito difícil medir com precisão a veloci-
dade inercial e a posição, de modo que o erro sobre os parâmetros orbitais seja pequeno.
Assim, embora o algoritmo clássico de determinação de órbita precise de somente um ve-
tor posição e um vetor velocidade, na prática, diversas medidas desses pares precisam ser
fornecidas, para a realização de cálculos de correção de erro. Verdadeira
(III) No algoritmo de determinação de órbita visto em aula, os dados de entrada de
velocidade e posição inerciais precisam estar escritos no referencial perifocal. Falsa
Os dados de entrada devem estar escritos no referencial celeste (inercial), e não no
perifocal.
(IV) O algoritmo apresentado em aula para determinação de órbita é suficientemente
genérico, sendo válido para qualquer órbita kepleriana. A única parte do processo que
precisa ser adaptada para cada um dos tipos de órbita é a determinação da anomalia
verdadeira, feita a partir das equações de propagação de órbita elíptica, hiperbólica ou
parabólica.Falsa
Correção
(V) No algoritmo de determinação de órbita visto em aula, para a determinação dos
ângulos de Euler ou orientação do referencial perifocal com respeito ao celeste, foram
utilizadas relações vetoriais gerais e matrizes de transformação de coordenadas, o que
tornou o processo genérico, independente da geometria da órbita específica. Verdadeira

2 Questão 2
Considere as afirmações abaixo acerca de sistemas de referência usados em mecânica
de voo aeroespacial, assinale a alternativa que corresponde à veracidade das afirmações,
respectivamente
(I) As coordenadas esféricas celestes são utilizadas para representar a posição de um
ponto móvel com respeito ao referencial celeste. São três coordenadas. Distância radial:
medida desde o centro de massa do planeta (origem do referencial celeste) até o ponto;
latitude celeste: ângulo formado entre o plano XY do referencial celeste e o vetor posição
do ponto com respeito à origem; longitude celeste: ângulo entre a projeção do referido
vetor posição sobre o plano XY e o eixo X. Verdadeira
(II) Para representar a velocidade de um ponto móvel com respeito ao referencial ce-
leste, é comum utilizar um sistema de referência local, onde se decompõe o vetor velo-
cidade em direções idealizadas. Este sistema local se desloca, com origem solidária no
ponto móvel. Uma das formas mais úteis de definir este sistema é a partir dos conceitos
de vertical local e horizontal local: um dos eixos aponta na direção vertical local (nadir do

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ponto móvel ao centro do planeta, ou zenith do centro do planeta ao ponto móvel); outro
eixo é normal à vertical local e aponta no sentido progressivo da órbita, estando contido no
plano formado pela vertical local e o eixo Z do referencial celeste; o terceiro eixo completa
o sistema cartesiano ortogonal de mão direita. Os dois últimos eixos formam o plano hori-
zontal local. Os nomes x, y e z são atrelados a estes eixos, em qualquer ordem que seja
adequada ao analista, alguns exemplos de nomenclatura são: sistema norte, leste, baixo,
onde x aponta para o norte, y para o leste e z para baixo; sistema leste, norte, cima, onde
x aponta para cima, y para o leste e z para o norte. Verdadeira
(III) No referencial local vertical, local horizontal (LVLH), a velocidade inercial pode ser
decomposta em coordenadas esféricas, onde as suas componentes são: magnitude: mó-
dulo do vetor velocidade; azimute: ângulo entre o vetor velocidade e o eixo do plano ho-
rizontal que aponta para o norte; elevação: ângulo entre o vetor velocidade e o eixo do
plano horizontal que aponta para o leste. Falsa
Correção
(IV) O referencial fixo no planeta e não inercial, pois tem suas direções fixas ao planeta,
o qual é girante. A origem é a mesma do referencial celeste, o eixo Z aponta para o seu
polo norte, os eixos X e Y estão no plano equatorial. O eixo X é convencionado para
os fins de navegação planetária, definindo o conceito de longitude primária, que é aquela
que possui longitude planetária nula. Os demais meridianos têm longitude medida com
respeito ao meridiano primário. No caso da Terra, o meridiano primário é o meridiano de
Greenwich. Verdadeira

3 Questão 3
(I) A perturbação gravitacional do terceiro corpo sobre uma órbita de dois corpos é
modelada de maneira similar à perturbação gravitacional de um corpo primário não esfé-
rico. Ou seja, utiliza-se o método da aceleração perturbativa, calculando-a a partir de um
potencial gravitacional perturbativo. Verdadeira
(II) No estudo de voo interplanetário, geralmente é suficiente considerar o efeito do
terceiro corpo, desprezando-se o impacto gravitacional dos demais. Isto porque, em de-
terminado intervalo de tempo, dificilmente o veículo espacial experimenta uma atração
gravitacional significativa de mais do que 2 primários. Verdadeira
(III) O problema de 2 corpos perturbado por terceiro corpo carece de uma solução ana-
lítica. Por tal razão, métodos aproximados são usados, que visam fornecer um resultado
fisicamente relevante, com erro tolerável. Um dos métodos mais intuitivos envolve o con-
ceito de esfera de influência e a aproximação por seções cônicas. A esfera de influência
associa uma região esférica a cada primário (planeta por exemplo), tal que dentro desta
região a magnitude de sua força gravitacional é maior que a magnitude da força gravitaci-
onal de outros astros. No caso da navegação interplanetária no sistema solar, geralmente
o terceiro corpo de maior impacto é o Sol. Fora da esfera de influência de um determinado
planeta, a gravidade do Sol é predominante. Verdadeira
(IV) O conceito de esfera de influência é bem simples, sendo aplicado até mesmo em
estudos básicos de astronomia. Mas é preciso tomar cuidado com detalhes. Por exemplo,
o tamanho da uma esfera de influência depende da massa do veículo espacial. Mas,
felizmente, para a maioria dos casos práticos que se tem interesse, a massa do veículo
espacial é muito pequena quando comparada a qualquer um dos primários (por exemplo
Terra e Sol, ou Lua e Terra), isso leva a uma solução para o cálculo da esfera de influência
que só depende das massas e distâncias entre os primários. Verdadeira
(V) Em um sistema de dois corpos perturbado por um terceiro, pode-se estudar a re-

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lação entre a aceleração provocada pelo primeiro sobre o segundo e a perturbação do
terceiro sobre o segundo. Este tipo de estudo é simplificado pelo fato de só depender
das distâncias envolvidas e massas, não dependendo da posição do segundo corpo com
respeito ao primeiro, ou seja, na posição do segundo em sua órbita ao redor do primeiro.
Falsa
Correção

4 Questão 4
Considere as afirmações abaixo acerca de manobras orbitais, assinale a alternativa
que corresponde à veracidade das afirmações, respectivamente.
(I) Em uma manobra mono impulsiva, as órbitas inicial e final se interceptam no ponto
de aplicação do impulso. Assim, se é desejada uma nova órbita que não intercepta a
primeira, ao usar esta técnica, é necessário aplicar mais de um impulso. Verdadeira
(II) Além das manobras impulsivas, existem as de baixo empuxo, onde um propulsor
é acionado continuamente, com tração relativamente baixa, por um tempo longo. Neste
tipo de manobra, geram-se órbitas inicial e final que não se interceptam, mesmo com a
aplicação de um único pulso (muito longo) de tração. Verdadeira
(III) Em manobras impulsivas, a maior magnitude da velocidade final, para a mesma
magnitude de impulso de velocidade (mesmo consumo de propelente) é obtida quando o
impulso de velocidade e a velocidade orbital são colineares. Devido a isso, manobras com
impulso colinear à velocidade orbital são consideradas ótimas. Verdadeira
(IV) As manobras ótimas de transferência entre órbitas elípticas coplanares envolvem
a menor magnitude de impulsos de velocidade quando estes são tangenciais à órbita. No
caso de órbita inicial circular, qualquer ponto dela pode ser escolhido para aplicação do
impulso tangencial. Entretanto, na órbita elíptica final, existem somente dois pontos onde
os impulsos tangenciais podem ser aplicados: apoastro ou periastro. Verdadeira
(V) Em manobras bi impulsivas, a menor elipse de transferência entre duas órbitas
elípticas sempre vai ocorrer do apoastro da órbita inicial para o apoastro da órbita final.
Falsa
Correção

5 Questão 5
Considere as 4 afirmações abaixo acerca de energia mecânica, campo gravitacional e
conceitos correlatos. Assinale a alternativa que corresponde à veracidade das afirmações
respectivamente.
(I) O campo gravitacional é um tipo de campo conservativo. Para este caso, é mais
comum expressar a força por unidade de massa, g, ao invés da força em si, como o
gradiente da função atração gravitacional. Falsa
Correção
(II) Em um campo conservativo, a energia total E é constante. (V) Como a energia é
uma quantidade escalar, por mais sofisticada que seja a trajetória tridimensional de uma
partícula, caso ela esteja sujeita à ação de um campo conservativo, é possível determinar
um parâmetro escalar constante ao longo do seu movimento. Verdadeira
(III) A energia potencial de um sistema de partículas é definida como: a soma da ener-
gia potencial associada às forças externas. As forças internas não são consideradas, pois
o seu efeito resultante é nulo, de acordo com a terceira lei de Newton. Falsa

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Correção
(IV) A energia total de um sistema de partículas é dada da mesma forma que para uma
única partícula: E = T + V , ou seja, a soma das energias cinética e potencial. Verdadeira

6 Questão 6
Considere as afirmações abaixo acerca do problema de 2 corpos, assinale a alternativa
que corresponde à veracidade das afirmações, respectivamente.
(I) Os coeficientes de Lagrange servem para determinar posição e velocidade, em qual-
quer órbita do problema de dois corpos, a partir de uma condição inicial de posição e velo-
cidade no referencial peri focal e da anomalia verdadeira no ponto desejado. Verdadeira
(II) A matriz associada ao método dos coeficientes de Lagrange é chamada de matriz
de transição de estado(state transition matrix), ela é calculada em função das anomalias
verdadeiras inicial e final, sendo daí que vem o seu nome, por depender dessas duas
condições. Verdadeira
(III) Os elementos da matriz de transição de estado são chamados de coeficientes de
Lagrange. Eles dependem das constantes excentricidade e, parâmetro p e quantidade
de movimento angular específica h, além dos valores iniciais da anomalia verdadeira e
da distância radial r. Eles também dependem do valor da distância radial no ponto de
interesse. Verdadeira
(IV) O método dos coeficientes de Lagrange acaba tendo pouca aplicação prática, por
possuir uma incógnita da definição destes coeficientes, a distância radial r. Isso faz com
que o método tenha que ser resolvido de maneira recursiva. Falsa
Correção

7 Questão 7
Considere as afirmações abaixo acerca de órbitas perturbadas, assinale a alternativa
que corresponde à veracidade das afirmações, respectivamente.
(I) Se um planeta possui achatamento nos polos, com sua massa distribuída de maneira
assimétrica, o seu modelo gravitacional é dado por uma expansão em série do potencial
gravitacional, o qual é escrito em termos das constantes de Jeffery. O termo principal
da solução é a gravidade de planeta esférico, idêntica à de massa pontual utilizada na
solução do problema de dois corpos. Os termos extras constituem perturbações gravitaci-
onais, que podem ser representadas na forma de uma aceleração perturbativa nas órbitas
Keplerianas. Verdadeira
(II) Na técnica da aceleração perturbativa, os efeitos de achatamento dos polos, mode-
lados pelas constantes de Jeffery, geram uma equação diferencial. Ela possui uma solução
homogênea, que é aquela associada ao problema de dois corpos clássico. Para o caso
tridimensional, essa solução é dada em função dos 3 parâmetros orbitais que identificam
a órbita no plano orbital, mais 3 ângulos de Euler que representam a orientação tridimen-
sional da órbita. Verdadeira
(III) O cálculo do efeito das perturbações gravitacionais sobre as órbitas Keplerianas
ideais se dá por meio de uma equação diferencial perturbativa, a qual determina o efeito
dos termos gravitacionais adicionais sobre os parâmetros orbitais. A partir dessa equação
genérica, é possível determinar uma equação diferencial para a variação de cada parâme-
tro orbital em função da perturbação, modelada pelo potencial gravitacional e constantes
de Jeffery. Verdadeira

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(IV) A partir das equações diferenciais parciais, que identificam a taxa de variação dos
parâmetros orbitais em função das constantes de Jeffery, foram apresentadas no curso
as derivadas médias, ao longo da órbita, dos parâmetros orbitais. A partir delas, verifica-
se que a primeira constante de Jeffery não nula (J2) tem impacto sobre a alteração da
geometria da órbita: variação do semi eixo maior e excentricidade. Falsa
Correção
(V) Quando constantes de Jeffery de alta ordem (J3 ou superior) são consideradas,
ocorre mudança de direção da órbita: argumento do periastro (ω ), e longitude celeste do
nodo ascendente (Ω). A variação do argumento do periastro está associada à mudança
de direção da linha de apsides. A variação da longitude celeste do nodo ascendente está
associada à mudança de direção da linha dos nodos. As derivadas médias e e Ω são
funções harmônicas (senos), o que significa que essas variações são periódicas. Falsa
Correção

8 Questão 8
Considere as afirmações abaixo acerca da propagação de órbita do problema de 2
corpos, assinale a alternativa que corresponde à veracidade das afirmações, respectiva-
mente.
(I) O método dos coeficientes de Lagrange fornece uma propagação geométrica da
órbita, onde a trajetória e a velocidade são determinados em função de uma condição
inicial e da anomalia verdadeira. Verdadeira
(II) Para realizar a propagação temporal da órbita, é necessário encontrar uma equa-
ção diferencial que determine o tempo em função da anomalia verdadeira. A equação
responsável por isso é genérica e vale para qualquer tipo de órbita do problema de dois
corpos. A equação é não linear e pode ser resolvida por integração, método da separação
de variáveis, resultando em equações algébricas para cada tipo de órbita. Verdadeira
(III) No caso de órbita elíptica, a equação diferencial de propagação de órbita, quando
resolvida, dá origem à equação de Kepler, uma relação algébrica muito simples, que rela-
ciona a anomalia média com a anomalia verdadeira. Falsa
Correção
(IV) A anomalia excêntrica é utilizada durante o processo de dedução da equação de
Kepler. Ela é uma solução aproximada, com erro pequeno somente para órbitas de baixa
excentricidade, ou seja, próximas de órbitas circulares. Falsa
Correção
(V) A equação de Kepler para propagação de uma órbita elíptica foi resolvida, por muito
tempo, por métodos numéricos. Mas, graças à evolução do cálculo diferencial e integral,
hoje ela possui uma solução algébrica relativamente simples. Falsa
Correção

9 Questão 9
Considere as afirmações abaixo acerca do problema de 2 corpos, assinale a alternativa
que corresponde à veracidade das afirmações, respectivamente.
(I) Em uma órbita elíptica, o apoastro é a posição na qual a anomalia verdadeira é nula.
O periastro é a posição na qual a anomalia verdadeira é π rad. Falsa
Correção

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(II) Em uma órbita elíptica, o semi eixo menor “b” é a distância da órbita até a linha de
apsides no momento em que a anomalia verdadeira é π/2 rad ou 3π/2 rad. Falsa
Correção
(III) Em uma órbita parabólica, não é possível definir o periastro. Falsa
Correção
(IV) Em uma órbita hiperbólica, os semi eixos maior e menor não são definidos em
função das assíntotas e do periastro. Verdadeira
(V) O vetor velocidade é mais comumente decomposto num sistema de eixos polares
que se move ao longo da órbita, uma componente é radial e a outra é tangencial à órbita,
na direção progressiva da mesma. Falsa
Correção

10 Questão 10
Considere as afirmações abaixo acerca da propagação de órbita do problema de 2
corpos, assinale a alternativa que corresponde à veracidade das afirmações, respectiva-
mente.
(I) A solução da equação diferencial de propagação de órbita, para o caso parabólico,
é feita pelo método da separação de variáveis. Integrando a equação resultante, obtém-se
uma relação algébrica envolvendo a anomalia verdadeira e o tempo. Verdadeira
(II) Na solução algébrica de propagação de órbita parabólica, define-se o conceito de
anomalia média parabólica. Ela é calculada a partir do tempo decorrido desde o periastro
e de parâmetros da órbita. Verdadeira
(III) De maneira análoga ao caso da órbita hiperbólica, a relação algébrica de propa-
gação da órbita parabólica é transformada. Troca-se a anomalia verdadeira pela anomalia
parabólica. A equação resultante relaciona, então, a anomalia média parabólica e a ano-
malia parabólica. Ela se chama equação de Barker. Falsa
Correção
(IV) A equação algébrica de propagação da órbita parabólica não possui solução ana-
lítica, devendo ser resolvida numericamente. Falsa
Correção
(V) A solução de anomalia verdadeira encontrada para a propagação de órbita parabó-
lica é dupla, correspondendo aos dois ramos da parábola. Ou seja, para um dado intervalo
de tempo desde o periastro, encontram-se dois valores de anomalia verdadeira que satis-
fazem a propagação. Falsa
Correção

11 Questão 11
Considere as afirmações abaixo acerca do problema de N corpos e integrais de mo-
vimento, assinale a alternativa que corresponde à veracidade das afirmações, respectiva-
mente.
(I) O problema da atração gravitacional mútua de um número N de corpos é um clás-
sico da Física, Matemática e Astronomia, sendo investigado por importantes Físicos e
Matemáticos ao longo da História. Este problema consiste em estudar o movimento de
corpos suficientemente afastados, tais que possam ser considerados partículas. Assume-
se que a força gravitacional é a única forma de interação entre os corpos e que o sistema é
isolado, de modo que forças externas ao conjunto de N corpos sejam insignificantes. Esta

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formulação é muito importante para estudar sistemas planetários, tais como o sistema So-
lar. Também se aplica ao movimento de satélites naturais ou artificiais. Apesar de árduos
trabalhos realizados por importantes físicos e matemáticos, o problema de N corpos não
possui solução analítica. Mas, ele provê as bases para o desenvolvimento de casos mais
simples e muito úteis, tais como o problema de 2 corpos e o problema de 3 corpos res-
trito, sendo que o primeiro possui solução analítica e o segundo soluções aproximadas.
Verdadeira
(II) As relações de conservação, tais como a da energia mecânica, fornecem vínculos
importantes ao problema de N corpos. Uma relação escalar, tal como a da conservação
da energia mecânica, reduz a ordem do sistema de equações diferenciais em uma uni-
dade. Assim, o problema inicial de 6N incógnitas passa a possuir 6N − 1. Este tipo de
propriedade é muito importante em problemas complexos como este, pois quando a or-
dem do sistema de equações diferenciais é reduzida, sua solução analítica pode se tornar
mais factível. Na resolução de um sistema de equações diferenciais, o efeito de obter uma
equação algébrica com a propriedade descrita (um cálculo entre as variáveis de estudo) é
equivalente a resolver uma integral de uma variável de estado. Por isso, sempre que uma
propriedade como esta é obtida, a grandeza que apresenta valor constante é chamada de
integral do movimento. Verdadeira
(III) A quantidade de momento angular de um problema de N corpos é uma integral
de movimento, ela estabelece uma relação vetorial que resulta em 3 equações algébricas
vinculantes das variáveis de estado. Ela está associada com a quantidade de movimento
angular de uma partícula tomada como referência no problema (o primário). Falsa
Correção
(IV) No problema de N corpos, a quantidade de movimento linear se conserva, pois a
força externa resultante é nula. Como a quantidade de movimento linear resultante é es-
crita em termos da quantidade de movimento linear do centro de massa, tem-se a mesma
é constante. Isso estabelece 3 vínculos algébricos entre as 6N componentes de veloci-
dade inercial do sistema, a partir da definição de velocidade do centro de massa. Assim, a
velocidade do centro de massa também é uma integral do movimento. Falsa
Correção
(V) No problema de N corpos, a posição do centro de massa também é uma integral
do movimento. Mediante as hipóteses do problema, a trajetória do centro de massa é um
movimento retilíneo uniforme tridimensional, dado pela equação de uma reta onde o tempo
é o parâmetro independente. Esta equação vetorial estabelece 3 equações algébricas
vinculantes das variáveis de estado, no caso as 3N coordenadas de posição. Verdadeira

12 Questão 12
Considere as afirmações abaixo acerca de elementos orbitais, assinale a alternativa
que corresponde à veracidade das afirmações, respectivamente.
(I) Em um problema de dois corpos, uma trajetória no plano orbital pode ser descrita
completamente a partir de um conjunto de e parâmetros denominados "elementos orbi-
tais". Não existe um único conjunto de elementos orbitais, alguns exemplos são: semi eixo
maior, excentricidade e tempo de periastro; distância radial, anomalia verdadeira e tempo
de periastro; magnitude da velocidade, ângulo de trajetória e tempo de periastro; distân-
cia radial no tempo de referência t0 , variação da anomalia verdadeira desde o tempo t0 ,
intervalo de tempo desde t0 . Verdadeira
(II) Apesar de três parâmetros serem suficientes para caracterizar uma órbita no plano
orbital, a solução do movimento relativo no problema de dois corpos depende de 6 integrais

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do movimento, resultando em 6 parâmetros que caracterizam a trajetória para um obser-
vador fora do plano orbital. Para fazer isso, é necessário definir referenciam o plano orbital
com respeito solar, que orientem o plano orbital com respeito a uma referência inercial
inequívoca. Verdadeira
(III) Quando se estuda órbitas próximas ao planeta Terra, costuma-se adotar o refe-
rencial celeste, o qual é chamado, em inglês, de ECI (Earth Centered Inertial). Ele é um
referencial aproximadamente inercial, pois a sua origem possui aceleração, enquanto que
suas direções são inerciais. Verdadeira
(IV) No referencial celeste, sua principal orientação espacial é dada pelo respectivo
eixo X , o qual aponta na direção do equinócio vernal. O eixo Z é normal ao plano da
órbita da Terra em relação ao Sol. O eixo Y completa o sistema cartesiano ortogonal de
mão direita, estando contido no plano orbital da Terra, chamado de equador celeste. Falsa
Correção
(V) Em função do referencial celeste, são definidos os elementos orbitais Ω, i, e ω ,
responsáveis por orientar o referencial perifocal com repeito ao inercial. Ω é a longitude
celeste do nodo ascendente, i é a inclinação da órbita e ω o argumento do apoastro. Falsa
Correção

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