desenvolvimento humano

O MUNDO O mundo está mudando...

desenvolvimento humano

ESTÁ
A cada momento percebemos a vola lidade, a ambiguidade, a
complexidade e as inúmeras incertezas.
Será que estamos nos preparando para desaprender, aprender e
reaprender?
Agora é a hora!

MUDANDO...
Não há dúvida de que precisamos fazer do nosso mundo um lugar melhor
para todos nós, porque, embora as pessoas sejam bem diferentes, os direitos e
deveres são iguais.
Certamente precisamos alcançar melhores resultados, agirmos de
maneira colabora va para refazer, reformular, reconfigurar e, quem sabe,
reorganizar. Esse é um processo que começa com cada um de nós...
O tema do e-book foi escolhido o ano passado e de lá para cá o cenário
mudou, e o mundo VUCA se tornou uma Muvuca. O nosso desafio é transformar,
com muita sabedoria e discernimento, o que está à nossa volta, para dar passos
maiores.
A pandemia abriu portas e escancarou janelas para percebermos o que
podemos fazer e ainda não fizemos...
Existe uma ansiedade que se soma à esperança e à fé no que virá, um misto
de sensações; ao mesmo tempo existe a gra dão porque somos protagonistas
dessa história.
O e-book é exemplo de como a colaboração une pessoas de diferentes
áreas profissionais, vivências, crenças e valores diante de um obje vo único -
compar lhar experiência, conhecimento com os leitores.
Agradecemos a todos que colaboraram para que uma ideia da Simple You
se transformasse em realidade.
A Simple You acredita em um novo mundo melhor, mais saudável, mais
próspero, mais feliz, no qual o mantra será: “Somos todos um”.
Grande e carinhoso abraço a todos.
desenvolvimento humano
Dulce e Paulo
SUMÁRIO
 1
POR QUE VALE A PENA
APRENDER VÁRIOS IDIOMAS?
2
SAÚDE INTEGRATIVA E O
4 ALIMENTOS PRIMÁRIOS
3
O MUNDO ESTÁ MUDANDO
E AS PESSOAS NÃO PODEM
FICAR IMPASSÍVEIS
4
INNOVATE OR DIE

by Ana Zalcberg by Angela Duarte by Antonio C. D. Cabral by Antonio Roberto de Oliveira

5
O PAPEL DO MÉDICO
NA ERA DA (DES) INFORMAÇÃO
O QUE ESTÁ MUDANDO
by Barbara Labella
6
NO JORNALISMO?
7
COMO AS CIDADES/METRÓPOLES
SERÃO FORTALECIDAS
8
COMO A METODOLOGIA ÁGIL
IMPACTA NOS RESULTADOS
DA EMPRESA
by Barbara Cheffer by Caio Esteves by Carolina Leite

9
O QUE ESTÁ MUDANDO NO
MERCADO DE TRABALHO?
10 11 12
“HIGH-TOUCH” OU “HIGH-TECH”
NESSE NOVO MUNDO?
UMA FOTOGRAFIA
VENDE MAIS QUE MIL PALAVRAS
COMO DESENVOLVER
O MEU MELHOR?

by Cecilia Paiva by Claudemir Oliveira by Dionathan Santos by Estevão Lopes

 13 14 15 16
AS MUDANÇAS
NA ALIMENTAÇÃO
QUALQUER UM
PODE EMPREENDER?
UM OLHAR SOBRE O AUDIOVISUAL
NA ERA PÓS-DIGITAL E
A CONEXÃO COM ALGO MAIOR
COMO LIDAR COM AS
MÍDIAS SOCIAIS EM UM MUNDO
EM CONSTANTE MUDANÇA?
by Felisbela Pino by Fernando Rocha Giuliana Vivolo Aun by Herick Rocha

17 18 19 20
SORRIR – ALGO SIMPLES E
COM RESULTADOS EXTRAORDINÁRIOS
O HOME OFFICE E
A IMAGEM VIRTUAL
POR QUE NÃO CONSIGO ARRUMAR
MINHA VIDA FINANCEIRA?
GESTÃO DE PESSOAS:
COMO LIDAR COM MUDANÇAS?

by Jane More by Jaqueline Araujo by João Henrique Ribeiro by Luiz Garcia

21 22 23 24
COMO O STORYTELING IMPACTA
A MARCA NO MUNDO ON E OFF?
O MUNDO ESTÁ MUDANDO...
O QUE SIGNIFICA O COACHING
NESSE CENÁRIO COMPLEXO?
DANÇA - UMA TERAPIA
PARA O MUNDO VUCA
POR QUE PARA SER UM LÍDER
É PRECISO TER
MÚLTIPLAS INTELIGÊNCIAS?
by Marcos Hiller by Marisa Santos by Patricia Rozenbojm by Ricardo Dalbosco
25 26
QUAIS OS CAMINHOS PARA
LIDARMOS COM O NOVO?
COMUNICAÇÃO
NOS TEMPOS DE HOJE

by Rosana Bertozzi by Sandra Murad

IDEALIZADOR
 Somos profissionais que adoram criar e manter conexões com outras pessoas, independente de quem sejam, o que
pensem ou aonde estejam.

Despertamos pessoas para que possam compreender que problemas complexos, quando solucionados, se tornam simples
e fáceis ...

Valorizamos quem é cada pessoa, o que pode ser e fazer.

Estamos sempre ligados no mundo para trazer informações complexas de maneira simples e fácil.

Nos conectamos com pessoas de diferentes áreas de atuação, no Brasil e no mundo, e essa troca nos permite aprender,
reaprender e desaprender sempre...

Somos pessoas como você, temos momentos di ceis, algumas dúvidas, medo do futuro e precisamos tomar cuidado com a
zona de conforto. Ao mesmo tempo queremos estar próximos às pessoas que amamos, fazer o que gostamos, ter sucesso,
enfim sermos felizes...

Entendemos que para compreender e respeitar os diferentes pos de personalidades, tanto na vida, quanto na carreira, é
necessário o autoconhecimento e a flexibilidade.

Nos posicionamos para receber pessoas que não estão “acomodadas” e empresas disrup vas e ágeis.
desenvolvimento humano
Acreditamos que o desenvolvimento das pessoas e empresas é similar a uma equação:

AutoConhecimento + AutoDesenvolvimento - AutoSabotagem = RESULTADOS

Pilares:

PESSOAS INCLUSÃO CONEXÕES

O ser humano é e sempre será o Todos nós somos iguais e muito Mudam e movem o mundo off-line
centro de tudo. diferentes. e on-line
DULCE REGINA MIGLIORINI
Fonoaudióloga pela PUC-CAMP; consultora organizacional, roteirista, instrutora
de treinamento, publicitária, palestrante, escritora, professora convidada, master
coach e coolhunter e personal marke ng instructor.
Cofundadora da Karyon Consultora Empresarial e da Simple You Desenvolvimento
Humano, Pós- Graduada em Marke ng ESPM,especializada em Gestão de Marcas-
INSPER, Mastercoach ICA, Mestranda em Neuromarke ng – Florida Chris an
University - EUA.

contato@simpleyou.com.br (11) 99169-4865

PAULO MORETI
Publicitário pela FMU, gestor de marcas pessoais, palestrante, escritor, coach e
idealizador da metodologia Personal Branding Step by Step, pós- graduado em
Branding Innova on na Faculdade Rio Branco.
Cofundador da Element Publicidade e da Simple You Desenvolvimento Humano.
Mestrando em NeuroMarke ng pela Florida Chris an University - EUA
contato@simpleyou.com.br (11) 99456-2762
COLABORADORES
ANA ZALCBERG
Master em novas tecnologias para a comunicação e a educação, coach de vida,
apaixonada pela neurociência aplicada na educação, pelas pessoas e pelo
conhecimento. Diretora e criadora da metodologia espanhol fluente. Mais de 15
anos de experiência em treinamentos de idioma espanhol e inglês para execu vos
e profissionais brasileiros.
Cel/whatsapp: + 55 11 99494-1577
E-mail: anaz@espanhol-fluente.com
www.espanhol-fluente.com

ANGELA DUARTE
Economista formada pela Unicamp; especialização em Gestão de Empresas
pela FGV-CEAG. Experiência de 15 anos em empresas mul nacionais de
tecnologia, 8 anos dos quais em trabalho no exterior. Atua como Coach de
Saúde Integra va (Ins tute of Integra ve Nutri on, Inexh e Abracoaching);
Instrutora de yoga e meditação (Interna onal Yoga Alliance cursado em
Darjeeling, na Índia) e Terapeuta Integral (Reiki, Aromaterapia, PNL e
Biopscicologia).
ola@angiedupe.com.br

ANTONIO CARLOS DANTAS CABRAL

Engenheiro de Alimentos; Mestre em Embalagem de Alimentos; MBA em
Marke ng; Doutorado em Engenharia de Produção; Carreira em empresas de
grande porte e em ins tuições de ensino e pesquisa; Coordenador de cursos de
graduação e pós-graduação; Palestrante; Revisor de textos para publicações
técnicas.
acabral@packstrat.com.br
ANTONIO ROBERTO DE OLIVEIRA
Graduado em Desenho Industrial pela FAAP 1985; Mestre em Branding pela FAU-
USP/1999; Coordenador do NEW BRANDING INNOVATION MBA - Faculdades Rio
Branco; Docente em cursos de Pós-Graduação nas áreas de Branding, Marke ng,
Inovação, Design Thinking; Palestrante nacional e internacional; autor de diversos
ar gos técnicos e cien ficos, Revisor Técnico de diversos livros nas áreas de
branding, design e inovação; organizador de missões internacional para diversas
cidades europeias e Estados Unidos.
antonio.roberto@managic.org (11) 97782-8246

BÁRBARA LABELLA
Médica graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e
Infectologista pela mesma ins tuição. Mestranda pelo Departamento de
Molés as Infecciosas e Parasitárias - USP. Infectologista em dois hospitais em
São Paulo e pesquisadora colaboradora do Centro de Pesquisas Clínicas – USP.
labella.bh@gmail.com

BÁRBARA CHEFFER
Graduada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela Universidade
Anhembi Morumbi; especialista em Assessoria de Imprensa, Comunicação
Empresarial e Editoração. Sócia fundadora da empresa Phototexto Comunicação
& Imagem, que desenvolve projetos de assessoria de imprensa, produção de
conteúdo, comunicação interna e edição de revistas e materiais impressos.
barbara.cheffer@phototexto.com.br (11) 97353-1982
CAIO ESTEVES
Arquiteto e urbanista; Branding MBA; Especialista em place branding e
placemaking; Fundador da Places for Us; autor do livro Place Branding. Professor
das disciplinas de place branding e branding em diversos cursos de pós-graduação.
Palestrante internacional, colabora com diversos ins tutos, portais e publicações
no Brasil e no mundo.
caio@placeforus.com.br (11) 3495.8115

CAROLINA LEITE
Graduada em administração de empresas, Pós Graduada em Administração de
Empresas e Processos. Cer ficação Internacional em Ac on Learning Coach
para facilitação de resolução de problemas. Atualmente é gestora de Produtos
Digitais em Ins tuição Financeira.
carolfcl.leite@gmail.com

CECILIA PAIVA
Diretora da Brava Gente, Consultoria em Processos de RH, atuando com Busca e
Recolocação de Profissionais; Assessoria em Planejamento de RH Estratégico,
Desenvolvimento Humano e Coaching Execu vo. Ampla experiência com Startup
de empresas. Formada em Língua e Literatura Inglesas (PUC) e Execu ve Coaching
(Sociedade La no Americana de Coaching).
Brava Gente
cecilia@bravapar.com.br (11)98354-3547
CLAUDEMIR OLIVEIRA
PHD; Presidente e fundador do Seeds of Dreams Ins tute. Abriu o escritório da
Disney (divisão Parks & Resorts) no Brasil. Professor da pres giada Disney
University. Tem mestrado e doutorado com foco em Psicologia Posi va e é autor de
vários livros, incluindo as duas biografias sobre Walt e Roy Disney. Vive em Orlando,
Flórida.
claudemir@seedsofdreams.com.br

DIONATHAN SANTOS
Fotógrafo Publicitário; Palestrante Profissional, especialista em construção de
reputações digitais e soluções cria vas para negócios. 12 anos de fotografia
pelo mundo; pra ccioner em PNL, expedição de Negócios no Vale do Silício,
Orlando e Los Angeles, entre muitos dos melhores cursos de gestão e marke ng
de classe internacional.
dionathan@dionathsantos.com.br (51) 99327-7968

ESTEVÃO LOPES
Especialista em Desenvolvimento Humano; Administrador; Mestre em Business
Administra on in Neuromarke ng pela Florida Chris an University; Doutorando
em Business Administra on na Florida Chris an University; Palestrante e Master
Trainner em Alta Performance Pessoal e Corpora va (Sistema APPEC), Master
Coach e SOAR Prac oner.
estevao@estevaolopes.com (19) 9 8169-1433
FELISBELA PINO
Graduada em Administração de Empresas e Nutrição; Especialista em
Gastronomia e Gestão de Pessoas; Docente do Curso Técnico em Nutrição pelo
Senac. Atua como palestrante e assessoria em de serviços de alimentação.
felisbela.pino@gmail.com (11) 99625-8313 / (11) 3858-7019

FERNANDO ROCHA
Graduado em Administração de empresas, Especialista em Branding e Inovação e
Gestão de relacionamento com o cliente. Execu vo na área Financeira há 13 anos,
palestrante e consultor em Branding, Customer Experience e Liderança pela MCX
Consultoria.
fr@mcxconsultoria.com.br Whatsapp (11) 994884569

GIULIA AUN
Editora de Texto, Coordenadora de Pós-produção Audiovisual e Brander, Graduada
em Rádio e Televisão pela Universidade de São Paulo, Publicidade e Propaganda
pela Universidade Paulista, MBA em Branding Innova on pelas Faculdades
Integradas Rio Branco.
giuaun@gmail.com
HERICK CARRARO ROCHA
Publicitário especializado em Branding Digital. Responsável pelo posicionamento e
reestruturação de uma grande marca do ramo de telecomunicações em suas redes
sociais. Coordenador de Social Media, responsável pela experiência do usuário nas
redes sociais, da empresa 99 APP, a startup que tornou-se, oficialmente, o primeiro
unicórnio brasileiro.
herickc.rocha@gmail.com (11) 971205490

JANE BARTHOLOMEU MORETI

Cirurgiã den sta; especialista em Odontopediatria; Especialista em Ortopedia
Funcional dos Maxilares; Pós-graduada em Ortodon a; atua com a técnica HBTC
– Human Body Total Care.
janemore @hotmail.com (11) 3672-5230

JAQUELINE PLACERES DE ARAUJO

Graduada em Letras, com Habilitação em Tradução e Interpretação da Língua
Inglesa. Empreendedora. Consultora de imagem especializada em
comportamento corpora vo e inteligência social. Professora de cursos
presenciais e digitais, facilitadora de treinamentos, cer ficada e palestrante em
empresas e convenções. Autora de ar gos e entrevistas sobre imagem e
comportamento para sites, jornais, revistas e televisão. Ministra formação
própria para consultores de imagem.
www.olharestrategiadeimagem.com.br
instagram @jaquearaujoimagem e @olharimagem
JOÃO HENRIQUE RIBEIRO
Publicitário pela ESPM, mestre em Administração e Marke ng pela PUC São Paulo,
com ênfase em comportamento do consumo e prac oner em programação
neurolinguís ca cer ficado pela ACTIUS. Fez especializações no exterior, com
destaque de cursos na Walt Disney Company, UPW com Tony Robbins e Millionaire
Mind com T. Harv Eker. Fundador da Dolfyn Comunicação e Treinamento e sócio da
No Final das Contas
jhribeiro@nofinadascontas.com.br www.nofinaldascontas.com.br
(11) 98242 3000

LUIZ AUGUSTO CRUZ GARCIA

Graduado em Administração; MBA em Marke ng de Serviços. Experiência nas
áreas de Seguros, Segmentos, Canais de Atendimento, Marke ng e
Planejamento em ins tuições financeiras e administradora de cartão de
crédito. Gestão de Ciclo de Vida- planejamento e implantação das estratégias
de a vação, relacionamento, fidelização, régua de comunicação e retenção.
luiz.cruz.garcia@gmail.com

MARCOS HILLER
Graduado em Marke ng, com especialização na área de branding e mestrado em
comunicação e prá cas do consumo pela ESPM. Autor de 5 livros na área;
professor em escolas de negócio como ESPM, FIA USP, FGV, SENAC e UVV. Head de
Planejamento da True Stories, uma consultoria de posicionamento de marcas que
já conduziu projetos junto a clientes como Aché, Accor, Bayer, Ambev, Bauducco,
entre outros. Ministra palestras corpora vas sobre temas relacionados à consumo
e cultura digital.
marcos@truestories.com.br (11)199643 9888
MARISA DOS SANTOS
Graduada em Administração pela EAESP - FGV - Escola de Administração de
Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas; Especialização em Recursos
Humanos;
Atua na área de Recursos Humanos como consultora e Coaching Organizacional
(Execu ve Coaching)
marisadossantos@hotmail.com. (11) 97607-9595

PATRICIA ROZENBOJM
Graduada em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas;
Especializada em estratégia na gestão de relacionamento com o cliente; sócia
fundadora da empresa MPR Assessoria em Gestão de Negócios, Empresária
com mais de 30 anos de experiência profissional. Apaixonada por dança,
frequenta a Milena Malzoni Dance Center desde 2008.
prozenbojm@hotmail.com>

RICARDO DALBOSCO
Estrategista de marca pessoal para execu vos e execu vas, no Brasil e no exterior.
Mestre em Design e MBA em Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Varga
(FGV). Master em Programação Neurolinguís ca (PNL). Já atuou em mul nacionais
em 4 con nentes (África, América do Norte, América do Sul e Europa).
ricardo.dalbosco@quatenusonline.com.br
ROSANA BERTOZZI
Graduada em Psicologia e Marke ng. Atualmente cursando especialização em
Tanatologia. Profissional atuante em áreas de vendas e " business plan".
Desenvolvimento de programas de serviço ao cliente e "customer care". Membro
de CEMEFI (Centro Mexicano para la Filantropia), para temas relacionados a
Responsabilidade Social Empresarial.
rosanabertozzi08@gmail.com +52 (55) 5454–4513

SANDRA MURAD
Fonoaudióloga - formada pela PUC-SP; Mestre pela Fac. de Medicina da USP;
Especialista em audiologia; Atuação: comunicação, expressividade,
transtornos de aprendizagem, transtorno de processamento audi vo,
motricidade orofacial.
sandramq@uol.com.br
 desenvolvimento humano

1
POR QUE VALE A PENA
APRENDER VÁRIOS IDIOMAS?

by Ana Zalcberg

POR QUE VALE A PENA
APRENDER VÁRIOS IDIOMAS?
Você sabia que existem mais de
50 mil habilidades profissionais no
mundo? Parece inacreditável, mas um
levantamento realizado pelo LinkedIn
chegou a essa conclusão. Entre todas
essas habilidades, é possível iden ficar
aquelas que são tendência,
principalmente em uma projeção para
o futuro. E não podemos deixar de falar
dos idiomas, porque eles perpassam
todas essas habilidades.
No mundo globalizado, em que
as empresas vão muito além dos
limites do país em que atuam, falar
outros idiomas conecta pessoas e,
consequentemente, organizações, a
par r da aquisição dessa habilidade
técnica.
E m u m a n e g o c i a çã o, s e r
fluente na língua do seu interlocutor
significa mais desenvoltura e uma
sensação de pertencimento à equipe,
que garan rá a aquisição de outras
h a b i l i d a d e s e o e n ga j a m e nto
necessário para a obtenção dos
resultados esperados.
Temos assis do, por exemplo,
a uma expansão do Mercosul,
inclusive com a assinatura de novos
acordos, o que deve crescer ainda
mais, no futuro, dada a tendência de
g l o b a l i za çã o . I s s o re q u e r d o s
profissionais brasileiros uma fluência
no idioma espanhol.
Diversidade em equipes
internacionais apresenta novos
desafios aos profissionais
brasileiros
Uma realidade cada vez mais
frequente nas empresas, inclusive
nas nacionais, é contar com equipes
globais, formadas por profissionais
de diferentes países. Sem dúvida,
essa diversidade enriquece o
ambiente corpora vo. Uma pesquisa
realizada pela Randstad, consultoria
de recursos humanos, com 13.600
pessoas, em 34 países, revelou que
91% dos profissionais valorizam a
diversidade no ambiente de trabalho.
Nesse sen do, as empresas
começam a operar a par r de uma
ideia de mundo globalizado, em que a
organização não se limita ao país
onde está sediada. Clientes e
funcionários podem estar até em
outro con nente.
Por isso, a formação de
equipes extrapola o território
nacional. Ou seja, cada profissional,
com suas habilidades,
personalidades, experiências e
bagagem cultural próprias, consegue
somar e unir esforços rumo ao
alcance de um obje vo comum.
A criação de um me
internacional, inclusive, promove um
debate maior, a par r de diferentes
perspec vas, o que garante uma
melhor tomada de decisão.
Por toda essa riqueza que
cada membro da equipe é capaz de
acrescentar, hoje já não é mais tão
importante o que cada um faz ou os
resultados individuais. O trabalho em
grupo a par r da soma de talentos e
as metas alcançadas pelo me valem
muito mais. Isso tem muito a ver com
o que as novas gerações exigem, que
é essa busca por uma gra ficação
profissional plena.
Se por um lado ter um me
mul cultural contribui para o
sucesso, por outro esse po de
equipe exige de todos os envolvidos
uma série de cuidados. É
fundamental que um profissional
estrangeiro, antes de integrar um
grupo internacional de trabalho,
prepare-se para esse momento.
Um expatriado, por exemplo,
p re c i s a , a nte s m e s m o d e s u a
mudança, entender a cultura do país
para onde vai. Quando os
funcionários não estão familiarizados
com isso, há, inclusive, uma queda no
e n ga j a m e nto e n o s l u c ro s d a
empresa, segundo a EMDO,
consultoria empresarial
especializada em mobilidade.
Esse fator é tão importante
que algumas mul nacionais têm
convidado execu vos estrangeiros em
via de serem expatriados para uma
visita prévia ao país de des no. A
viagem é custeada pela organização
com o obje vo de que o funcionário
conheça e entenda o lugar onde vai
morar.
Uma questão crucial para um
trabalho produ vo em um me
internacional é o idioma. Falar bem a
língua do país de des no garan rá uma
comunicação sem ruído. Engana-se
quem pensa que falar inglês garante
trabalhar tranquilamente em qualquer
país. Ser fluente na língua local
significará mais desenvoltura, tanto no
trabalho quanto no dia a dia, e uma
sensação de pertencimento à equipe,
que garan rá o engajamento
necessário para a obtenção dos
resultados esperados do me.
Vale ressaltar que conhecer a
cultura e falar o idioma local não são
requisitos básico apenas para os
expatriados. Eles são extremamente
necessários para as equipes
mul culturais que trabalham a
distância, tendo em vista que língua e
cultura têm o poder de encurtar
barreiras sicas e comportamentais.
Elas conseguem também
garan r o traquejo necessário para
par cipar com desenvoltura de
momentos profissionais que
a c o n t e c e m fo ra d o a m b i e n t e
corpora vo, como almoços, festas ou
encontros informais. Conhecer a
c u l t u ra e o i d i o m a a j u d a rá o
profissional a saber o que falar, como
se comportar ou o que pedir em uma
refeição, por exemplo.
A diversidade nas empresas
veio para ficar. Quer preparar-se para
essa nova fase dentro das
organizações? Aprender uma língua
estrangeira e, aliado a isso, conhecer
a cultura de outros países certamente
vai ajudá-lo a abrir novas
oportunidades de carreira.
Não podemos nos esquecer
do quanto um idioma abre portas. Ele
que possibilita crescimento
profissional, novas amizades, contato
com outras culturas ou viagens
inesquecíveis. Portanto, vencer
qualquer po de bloqueio de
aprendizado é fundamental para
seguir em frente e aproveitar cada
uma dessas situações da melhor
maneira possível.
Vale ressaltar, ainda, o fato de
que aprender um idioma expande a
nossa mente, já que o cérebro cria
novas sinapses, durante o processo
de aprendizado, que funcionam
como uma ginás ca para o órgão.
A mudança de cenário
significa, também, que os líderes
precisarão adaptar suas próprias
habilidades relacionais e as de suas
equipes, para que permaneçam
compe vas. Será preciso que criem
um espaço de conexões, celebrando
a curiosidade e a experimentação, e
incen vando as equipes a saírem da
zona de conforto.
Para isso, serão fundamentais
conversas autên cas, honestas e
d i re ta s . A u t e n c i d a d e , a l i á s ,
construída por meio de
relacionamentos que promovam a
abertura, criem confiança e
es mulem a cooperação. Isso
também ajudará a garan r diálogos
frequentes entre os membros da
equipe, em um espaço no qual todos
possam dar e aceitar feedbacks
tranquilamente.
O idioma é capaz de fazer essa
conexão. Ele garante uma negociação
sem ruído, aproxima as pessoas a
par r do entendimento daquela
cultura e permite que esse
relacionamento se estenda para além
do ambiente profissional, como em
um almoço ou em uma conversa
informal.
Tu d o i s s o i m p a c t a n a
negociação, acredite! E o profissional
do futuro precisa estar antenado a
e s s a s m u d a n ça s e d i s p o sto a
d e s e nvo l ve r s u a s h a b i l i d a d e s
relacionais.
Globalização
O Interna onal Business
Report (IBR) 2019 mostrou que 32%
dos entrevistados destacaram como
outra grande mudança no mercado
de trabalho do futuro a globalização
de recursos como finanças,
propriedade intelectual e pessoas.
Sim, as pessoas farão parte
dessa globalização. Os colaboradores
não poderão limitar suas a vidades
em um território. Precisarão estar
preparados para fazer negócios em
qualquer parte do mundo.
Nesse sen do, as habilidades
relacionais serão cada vez mais
exigidas. Não bastará manter uma
boa comunicação apenas com a
equipe local. Será necessário também
relacionar-se com pessoas de outros
países, de outras culturas.

A Espanhol Fluente, há mais de

17 anos, trabalha nesse sen do mais
amplo da aprendizagem de uma nova
língua. Entendemos que um idioma é
uma habilidade técnica,
comportamental e social. Entre em
contato conosco e saiba mais sobre a
nossa metodologia.
 desenvolvimento humano

2
SAÚDE INTEGRATIVA E O
4 ALIMENTOS PRIMÁRIOS

by Angela Duarte

SAÚDE INTEGRATIVA E O
4 ALIMENTOS PRIMÁRIOS
Uma prova de que o mundo, sim,
está mudando é que a minha ocupação
atual não exis a há algumas décadas.
Entre outras formações, cer fiquei-me
como coach de saúde intera va, pelo
Ins tuto de Nutrição Integra va de
Nova Iorque. Nos Estados Unidos, os
médicos têm os coaches de saúde
c o m o p a r te d e s u a e q u i p e d e
profissionais, com o obje vo de ajudar
seus pacientes a implementarem
mudanças, em seu es lo de vida,
significa vas para seu processo de
c u ra . É o co a c h d e s a ú d e q u e
acompanha os pacientes entre as
consultas ao médico, ou previamente e
posteriormente a uma cirurgia, dando-
lhes suporte para que desenvolvam
novos hábitos, entre os mais comuns,
mudanças na alimentação,
incorporação de a vidade sica,
redução do estresse, melhora no
equilíbrio entre vida e trabalho,
relacionamentos etc.
Ainda vemos, em grande parte
dos casos, um sistema de saúde que
forma profissionais especialistas em
d o e n ça s , e n ã o e m s a ú d e o u
prevenção, seguidores de um
protocolo de tratamento que inclui
medicamentos alopá cos e cirurgias
que, em alguns casos, poderiam ser
evitadas.
Porém, uma prova de que o
mundo está mudando, é o
surgimento e o aumento da procura
de profissionais que priorizam a
prevenção de doenças e promovem a
mudança de hábitos, tratamentos
sem fármacos e com usos de
substâncias naturais, com foco no
paciente como um ser integral. Nessa
direção, além do exemplo do coach
de saúde já mencionado, temos
também nutricionistas funcionais,
p e r s o n a l t r a i n e r, t e r a p e u t a s
ayurvédicos, médicos homeopatas,
médicos da família, acupunturistas,
nutrólogos, médicos
ortomoleculares, naturólogos,
médicos de saúde corpo-mente e da
medicina do es lo de vida, entre
outros.
A visão que nhamos sobre
causa e consequência das doenças
também tem mudado. Antes
acreditávamos que muitas doenças
crônicas eram passadas de geração
para geração através dos genes, e que
éramos ví mas dessa herança sem
ter muito o que fazer. Hoje, através do
desenvolvimento da epigené ca,
sabemos que são nossas escolhas
que têm o poder de despertar ou
adormecer os genes que herdamos.
Passamos a ver a manifestação das
doenças não mais como casualidade
(fruto da herança gené ca), mas
como causalidade, fruto das escolhas
que fazemos todos os dias de nossas
v i d a s - d e s d e o a l i m e nto q u e
colocamos em nosso prato, até a
cidade que escolhemos morar e a
profissão que escolhemos exercer.
Sabemos, por exemplo, que
moradores de cidades com alto nível
de poluição do ar, como San ago do
Chile ou São Paulo, tendem a
despertar genes de doenças que são
sensíveis aos agentes poluentes
presentes no ar dessas cidades, o que
impacta na qualidade de vida e
longevidade de seus cidadãos. Muitas
vezes nos esquecemos de que a
cidade onde moramos é, sim, uma
escolha, que pode causar impacto
sobre a saúde e expecta va de vida
de cada um de nós e de nossas
famílias.
Mais fácil de perceber o impacto
sobre nossa saúde, do que a escolha
de profissão e cidade, estão as
escolhas alimentares. O mundo
mudou e com ele a forma como nos
alimentamos e produzimos
alimentos. A cadeia logís ca global se
desenvolveu a tal ponto que nos
permite consumir, no Brasil, desde
frutas tropicais originárias da Ásia, ao
salmão selvagem do Alasca. Nossa
geografia e clima foram modificados
pelo homem, como consequência da
produção de alimentos em larga
escala para alimentar uma população
global, faminta por novidade e
informação.
Graças à ciência e tecnologia,
descobrimos e consumimos os super
alimentos: produtos alimen cios
densamente nutri vos, que muitas
vezes são oferecidos em cápsulas de
suplementos a preço de ouro, como,
por exemplo, as microalgas spirulina e
chlorella, a astaxan na, o cogumelo
chaga, a goji berry, a maca peruana,
ashwagandha, chia, linhaça etc.
Mas, será que a natureza que criou
nosso organismo criaria o alimento
ideal para ele em outro con nente, de
di cil acesso ou rara disponibilidade?
Ou os bene cios desses super
alimentos se jus ficam porque sua
demanda também foi algo “criada"
pelo homem?
Reguladores do sono e dos
hormônios, fortalecedores do sistema
imunológico, adaptógenos que nos
ajudam a lidar com o estresse e a
a n s i e d a d e , d e s i ntox i ca nte s d e
químicos e metais pesados, poderosos
an -inflamatórios, an câncer e
an envelhecimento, esses são alguns
superalimentos considerados
benéficos, produzidos e às vezes
processados com alta tecnologia, que
prometem tratar de males que
acometem a sociedade moderna -
estressada, intoxicada, compe va,
globalizada, ansiosa e desequilibrada
emocionalmente.
Mas essa nova sociedade
também requer outras mudanças
que vão além do prato.
Dentro do conceito de Saúde
Intera va chamamos de Alimentos
Primários os seguintes 4 pilares:
Ocupação com propósito: pode
se tratar ou não de sua fonte de
renda, mas trata-se, essencialmente,
de você se colocar a serviço de
a vidades que estejam relacionadas
com seu posicionamento de vida e
alinhadas com seus valores.
A vidade Física: sem modismos,
ela tem que estar adaptada a seu
momento de vida e limitações sicas;
acima de tudo, deve ser regular e
prazerosa, defini vamente um hábito
sustentável no tempo.
Relacionamentos: assim como os
alimentos dos nossos pratos, os
relacionamentos podem ser
nutri vos ou intoxicantes. Eles
englobam não somente os parceiros
român cos, mas todas as pessoas
com quem nos relacionamos a maior
parte do tempo. Comunicação não-
violenta, escuta a va, empa a,
tolerância, respeito e compaixão
passam a ser ferramentas essenciais
para o convívio em sociedade.
Espiritualidade: pode consis r
em prá cas de introspecção como
silenciamento e meditação, prá cas
religiosas ou mesmo serviço
voluntário e desinteressado a
pessoas e seres vulneráveis. Trata-se
de a vidades que não colocam nosso
ego em destaque e que nos conectam
à n o s s a e s s ê n c i a co m o s e re s
humanos.
Mesmo que nos alimentemos do
melhor alimento do mundo, se esses
4 alimentos primários es verem
desequilibrados em nossas vidas,
iremos adoecer, inevitavelmente. Já
se comprovou cien ficamente que o
ser humano é capaz de gerar doenças
a par r de seus pensamentos e
emoções. Portanto, um es lo de vida
saudável e equilibrado pode ser o seu
melhor remédio ou as medidas
preven vas que lhe garan rão bem-
estar e longevidade.
O alimento que escolhemos
colocar em nosso prato influencia a
saúde do nosso corpo biológico - ou
podemos chamá-lo de corpo sico –
de modo a nutri-lo ou intoxicá-lo.
Os quatro alimentos primários
influenciam todas as camadas do ser
integral que somos: sica, mental,
s o c i a l , c u l t u ra l , e n e rg é c a e
espiritual.
O mundo está mudando, e as
soluções para os males que
acometem a nossa saúde, como seres
integrais que somos, é a integração
de conhecimentos milenares como o
yoga, ayurveda, acupuntura,
fitoterapia etc., com os avanços
tecnológicos da ciência e da medicina
que conquistamos nas úl mas
décadas, como a telemedicina,
próteses, cirurgias por câmeras,
entre vários outros. Sem ter que
escolher entre os dois, é integrando
nossa ancestralidade como raça
humana e nossos avanços rumo ao
futuro tecnológico que evoluiremos
h a r m o n i o s a m e nte d i a nte d a s
mudanças do mundo à nossa volta.
 desenvolvimento humano

3
O MUNDO ESTÁ MUDANDO
E AS PESSOAS NÃO PODEM FICAR IMPASSÍVEIS

by Antonio C. D. Cabral

O MUNDO ESTÁ MUDANDO
E AS PESSOAS NÃO PODEM
FICAR IMPASSÍVEIS
Olhar para o futuro próximo e para
o mais distante é um exercício que se
torna cada dia mais di cil. Os olhares
de perplexidade que as pessoas, pouco
tempo atrás, dirigiam às inovações,
menos frequentes à época, foram,
aparentemente, subs tuídos por uma
certa indiferença, como que a indagar:
só isso? Pensei que fosse algo
disrup vo- alguns afirmam.
Ao que parece, a velocidade com
que coisas novas surgem faz com que o
tempo reservado a “saborear ” o
objeto ou o serviço inusitado e dele se
“apossar” se esvaia como água entre
os dedos. Por exemplo, dá-se muito
valor a um celular novo até que um
novo modelo, mais sofis cado, seja
colocado nos pontos de venda. O
instante da compra parece superar a
posse propriamente dita. Não importa
que se desconheçam todos os
recursos do aparelho recém
adquirido. Afinal, provavelmente,
eles nunca serão usados. Por isso, a
velocidade com que as inovações
acontecem chega a ser proporcional à
indiferença dos potenciais
consumidores. “São tantas que não
dá tempo para cur r”, ouve-se.
Uma análise atenta dos ciclos de
vida das tecnologias está disponível
em h ps://www.gartner.com/en/
research/methodologies/gartner-
hype-cycle. É possível observar um
claro movimento de cada uma, ao se
comparar suas posições nas figuras
nos úl mos anos. Pode-se também
inferir que elas são “combinatórias” –
uma favorece a evolução da outra –,
fato que gera um avanço exponencial
de todas. A par r dessas
considerações chega-se à seguinte
conclusão: todos – leia-se todos -
precisam estudar e aprender muito
para tomar decisões a respeito do
futuro das empresas e das pessoas.
Nesse ponto, há que se citar os
“21 Desafios para o Século 21”, livro
escrito por Yuval Noah Harari, que
apresenta situações tecnológicas e
polí cas desafiadoras e aborda o
desespero, a esperança, a verdade e a
resiliência para os tempos vindouros.
O autor lança uma importante
provocação, ao especular que as
desigualdades não serão mais
restritas à posse de recursos
financeiros, mas, talvez, e
principalmente, à posse da
informação. Sim, diz ele, “os donos
dos dados serão os donos do futuro”.
Para Klaus Schwab, fundador do
Fórum Econômico Mundial, em seu
livro A Quarta Revolução Industrial,
em 2016, data da publicação, 17% da
população ainda não vivia a segunda
revolução (produção em massa), 50%
n ã o n h a c h e ga d o à te rc e i ra
(automação) e o mundo carecia de
uma narra va coerente para aceitar a
inevitável quarta, chamada também
de Manufatura Avançada ou
Indústria 4.0. Em outras palavras, na
forma de indagação: os ditos
“excluídos” ou os “perdedores” nas
palavras de Schwab ficarão para trás?
Não terão chance e ficarão à mercê
dos “donos dos dados”?
Um úl mo documento a ser
mencionado é o relatório “Jobs of
Tomorrow: Mapping Opportunity in
t h e N e w E c o n o m y ”, t a m b é m
publicado pelo Fórum Econômico
Mundial, que se baseia em dados das
plataformas LinkedIn, Burning Glass
Technologies e Coursera para agrupar
as 96 profissões do futuro em sete
clusters. O documento apresenta
uma equação simples para jus ficar
um crescimento apenas modesto do
mercado: os novos pos de trabalho,
somados às oportunidades advindas
de rotação nos ambientes internos
das empresas serão ligeiramente
superiores ao fe c hamento de
posições.
Esse é o cenário onde se
d e s e n ro l a m a s r e fl e xõ e s q u e
compõem este texto. Desafios,
turbulências e incertezas – COVID 19
é uma delas- exigirão das empresas e
das pessoas conhecimento,
competência e resiliência para
a ngirem seus obje vos. Não há como
escapar das mudanças que estão
acontecendo no mundo.
O que deve fazer o ser humano
para sobreviver e ter sucesso nesse
ambiente? Essa é a questão que deve
ser respondida.
Diz-se com frequência - sabedoria
popular? - que a evolução tecnológica
antecede a intelectual. Isso pode
explicar por que os homens tendem a
decifrar com mais facilidade os
aplica vos do seu celular do que as
amarguras do seu vizinho. Tornaram-
se menos humanos ou mais
tecnológicos?
Correr atrás da tecnologia requer
abandonar a tendência de
permanecerem presos às zonas de
conforto, em vez de aprenderem e
p ro g r e d i r e m . A o o p t a r e m p o r
permanecerem quietos, pode ser que
estejam seguindo à risca a máxima
popular “na dúvida, não faça”, que já
evitou tantos acidentes, mas, por
outro lado, tolheu muitos avanços
cien ficos e intelectuais que
requeriam um movimento ousado. É
essa espécie de jogo que está inserida
no co diano e sempre exige atenção
máxima para não se deixar levar pela
re p ro váv e l i n é rc i a , n e m p e l o
“procedimento bovino”.
O recomendável é que todos –
pessoas, empresas e nações - se
permitam um instante de reflexão
para, com a lucidez que deve ser
extrema tanto nos momentos de
crise como naqueles que antecedem
grandes transformações, lançar mão
do autoconhecimento – talvez nem
todos saibam o que é- para desenhar
suas estratégias. Esse é o chamado
“ponto zero”, caracterizado pela
concentração máxima antes do ro
de largada para a jornada rumo ao
Futuro 4.0, quando se imagina que as
relações serão mais consistentes
porque lastreadas na cooperação
entre organizações e nas experiências
pretéritas de cada um.
Essa jornada tem duas fases. A
primeira, adaptada às empresas
brasileiras, começa no mapeamento
dos processos – autoconhecimento -
e se encerra na digitalização, que é o
ponto de par da da segunda,
detalhada pela alemã ACATEC. No
ponto final, após no mínimo dez anos,
o s s i ste m a s p ro d u vo s s e rã o
autorregulados e os lotes de uma -
isso mesmo, uma - unidade serão
fabricados com o mesmo custo de
produção em massa.
Repete-se a pergunta inicial,
acrescida de outras. O que fazer para
sobreviver e ter sucesso nesse
ambiente? Quanto cada agente das
cadeias produ vas – empresas e
pessoas - tolera de mudanças no seu
co diano? Qual é o limite de
velocidade que resistem?
Duas sugestões de ação são
apresentadas, numa espécie de guia,
para que cada um encontre as suas
respostas.
A primeira é seguir uma
recomendação de Nonaka e
Takeuchi: criar Ambientes BA, reais
ou virtuais, caracterizados por breves
e m u i t o f re q u e n t e s re u n i õ e s
temá cas, de forma a eliminar a
“sabedoria do avestruz”, forçar o
autoconhecimento, compar lhar
(in)certezas e criar uma espiral de
crescimento intelectual que
beneficia a todos. Em síntese, é a
co n n u a c r i a çã o e ge stã o d o
conhecimento, tácito e explícito em
t o d o s o s n í v e i s d a s re l a ç õ e s
humanas: grupos familiares e de
amigos, associações de classe, e,
ampliando o espectro, empresas e
nações. Segundo Schwartzman, a
humanidade entra na “Era do
Conhecimento”, que é uma forma de
poder.
A segunda parte de um
pressuposto: empresas são feitas de
seres humanos e não de imóveis,
equipamentos e dinheiro. Portanto,
mapear os perfis das pessoas com
base nas numerosas ferramentas
disponíveis permi rá prepará-las
para enfrentar e aceitar mudanças
com mais facilidade. Formar grupos
co m p e rs o n a l i d a d e s
complementares pode significar mais
adição de valor aos seus produtos e
serviços e mais riqueza na vida
profissional e pessoal dos seus
integrantes.
Em síntese, pessoas conscientes,
nas posições corretas saberão
entender as mudanças e sobreviver
Cabe ainda uma provocação. Já
se fala na Sociedade 5.0, centrada no
ser humano, em que tecnologias e
inovações serão aproveitadas para
ajudar no seu avanço e não na sua
subs tuição por máquinas. Será
verdade? Já é tempo de desenhar
cenários e se preparar!
É, o mundo está mudando e as
pessoas não podem ficar impassíveis!
Referências
5 NONAKA, I; TAKEUCHI, H.
1 HARARI, Y.l N. 21 Lições para o
Século 21. Tradução Paulo Geiger. 1. Criação de conhecimento na
ed. São Paulo: Companhia das Letras, empresa: como as empresas
2018. japonesas geram a dinâmica da
inovação. Trad. de Ana Beatriz
2 S C H WA B, K . A Q u a r ta Rodrigues e Priscilla Mar ns Celeste.
Revolução Industrial. Tradução 3. ed. Rio de Janeiro, RJ: Campus,
Daniel Moreira Miranda. – São Paulo: 1997.
Edipro, 2016.
6 SCHWARTZMAN, S.
3 Jobs of Tomorrow: Mapping Universalidade e crise das
Opportunity in the New Economy.
universidades. Estudos Avançados
D i s p o n í v e l e m :
vol. 3, nº 5, São Paulo, Jan./Apr. 1989-
h ps://www.weforum.org/reports/j
h p://dx.doi.org/10.1590/S0103-
obs-of-tomorrow-mapping-
40141989000100004
opportunity-in-the-new-economy.
Acesso em: 3 maio 2020. 7 H A L É V Y, M . A E r a d o
Conhecimento. Princípios e reflexões
4 SCHUH,G; ANDERL, R;
sobre a revolução noé ca no século
G AU S E M E I E R , J ; H O M P E L , M ;
XXI. Tradutor: Roberto Leal. 1. Ed. São
WAHLSTER, W. Industrie 4.0 Maturity
Paulo, SP: UNESPO, 2010.
Index. Managing the Digital
Transforma on of Companies.
ACATECH STUDY. Na onal Academy
of Science and Engineering. 2017.
 desenvolvimento humano

4
INNOVATE OR DIE

by Antonio Roberto de Oliveira


INNOVATE OR DIE
Por que nunca parar de inovar?
Quem, algum dia, já não se
deparou com essa expressão Innovate
or Die? Já foram escritos diversos
ar gos sobre o tema, foi publicado um
livro com o mesmo tulo, foram
gravados videos e TED Talks te
chamando para inovar… Pois é, nesta
era da tecnologia exponencial, essa
frase nunca foi tão usada e tão
verdadeira. Mas antes de falarmos
sobre ela, é fundamental entendermos
o mundo em que estamos vivendo.
Mas o que são as tecnologias
exponenciais?
No livro BOLD: Oportunidades
Exponenciais, Um manual prá co para
transformar os maiores problemas do
mundo nas maiores oportunidades de
negócios... e causar impacto posi vo
na vida de bilhões, escrito por Peter
Diamandis & Steven Kotler, os autores
ex p l i c a m , d e fo r m a p rá c a e
inteligível, como as tecnologias
exponenciais funcionam. Para isso,
eles criaram os 6 Ds: digitalização,
decepção, disrupção,
desmone zação, desmaterialização e
democra zação:
1 - D I G I TA L I Z A Ç Ã O é a
transformação de algo analógico para
digital. Esse algo que ganha escala
com a velocidade de disseminação
que a internet proporciona. Os
maiores exemplos são os e-mails que
subs tuem as cartas, os boards de
colaboração que u lizam post-its
digitais, e a possibilidade de permi r
a colaboração de várias pessoas de
diferentes localidades em um espaço
virtual.
2 - DECEPÇÃO é o que sen mos
quando percebemos que, apesar de
as tecnologias já serem exponenciais,
ainda não entendemos como isso
funciona.
3 - DISRUPÇÃO acontece quando
os números daquela tecnologia —
d i s p a ra d o s p e l o c re s c i m e n t o
exponencial — começam a chamar a
atenção.
Fatores como inovação, menor
custo e efe vidade ajudam a afetar o
modelo vigente, a exemplo do que
destacamos a seguir:
A música, agora, é distribuída em
formado digital, em lojas virtuais
como iTunes, que vendem músicas
por streaming e não mais em CDs ou
álbuns;
Da mesma forma filmes, séries,
shows… também estão disponíveis,
por streaming, em aplica vos como
NetFlix, Globo Play, e Youtube;
Os telefones celulares são mais
usados para mandar mensagens de
texto, áudio ou vídeo por aplica vos
como Whatsapp, Skype do que para a
finalidade original, que era falar;
Além disso, poderemos ter
mudanças drás cas nesse cenário,
com a criação de um mercado
totalmente novo.
4 - DESMONETIZAÇÃO vem para
corroborar com o OpenSourcing,
tornando possível u lizar um serviço
digital sem precisar pagar por ele. A
maioria dos aplica vos do Google é
oferecido gratuitamente, nas funções
básicas.
5 - DESMATERIALIZAÇÃO se dá
quando a digitalização e a
miniaturização de sensores acaba
com a necessidade de termos
disposi vos dedicados a uma função
apenas. O smartphone representa
isso muito bem. Com ele, temos um
GPS, câmera digital, relógio, lanterna,
bússola, carteira, telefone e tantas
outras u lidades em um aparelho
que cabe no bolso.
6 - D E M O C R AT I Z A Ç Ã O d a
tecnologia ocorre quando todos,
independentemente de classe social,
beneficiam-se de suas vantagens.
Existe sempre um Smartphone que
cabe nas condições financeiras de um
indivíduo.
 Par ndo do pressuposto de que
estamos vivendo nesse mundo BOLD,
não faz mais sen do ficarmos parados
enquanto as coisas acontecem. Adoro
a analogia feita pelo meu grande amigo
Marty Neumeier, por meio da qual ele
compara o nosso tempo com uma
cachoeira. Para que possamos criar um
diferencial compe vo e conquistar
um espaço no mercado, devemos ser
tão rápidos quanto tentar subir contra
a queda de uma cachoeira. Se ficarmos
parados, com certeza seremos
empurrados para baixo; se tentarmos
subir muito devagar, seria o mesmo
que ficarmos parados. O negócio é
sermos muito rápidos e criarmos
estratégias para subir a cachoeira e
chegarmos no topo.
Mas por que nunca parar de
inovar?
Apesar das questões ligadas às
tecnologias exponenciais, o “non stop
i n n ova o n " é u m a q u e stã o d e
sobrevivência.
Trazendo a inovação para o
contexto empresarial e a
compe vidade de mercado,
chegamos ao Branding. Mas o que é
mesmo Branding? Bom, a minha
definição é: “Branding é um modelo
de gestão empresarial orientado pela
marca. Visa ao estabelecimento de
conexões emocionais entre a marca e
seus públicos, agregando valor para
ambos."
Já é senso comum que a inovação
é um atributo totalmente ligado às
marcas de sucesso nesse mercado
abarrotado de players de todos os
segmentos. As marcas de hoje
precisam gritar mais alto e realizar
mais, para chamar a atenção de seus
públicos estratégicos, e a inovação é a
única forma de a marca fazer isso.
Mas como chamar a atenção do
público sem gritar?
Sendo diferente, inovador, e
disrup vo.
O importante, nesse modelo, é
ter uma visão ampliada sobre a
marca, simplificar uma realidade
complexa, quebrar paradigmas e sair
da caixa para fazer o novo. Quem sai
da caixa tem mais chances de sucesso
do que aqueles que têm medo do
novo. O novo gera tensão, pois
pressupõe assumir riscos.
No ar go que escrevi para edição
14 da Branders Magazine, eu sugiro
que a empresa deve prestar atenção
ao cliente e entregar o que ele deseja.
O poder mudou do gestor do negócio
para o cliente da marca. O cliente
interno e o cliente externo
Agora, o que faz uma marca ser
disrup va?
Para se construir uma marca
disrup va eu criei o Brand Innova on
PAD, em que sugiro a adoção de 3
conceitos: Propósito, Diferenciação e
Estratégias ágeis.
1 - SER MOVIDA POR UM
PROPÓSITO - Segundo Simon Sinek,
autor do livro “Start with Why”, as
empresas de mais sucesso no
mercado, como a Apple, Google e a
Harley Davidson, explicam o seu
“porquê” de exis rem, o que a
maioria das pessoas e empresas não
faz. Elas descobriram que mostrar os
porquês de sua existência é o melhor
caminho para se construir a lealdade,
pois gera uma conexão mais forte e
duradoura.
O propósito é muito mais do que
um elemento estratégico, é ele que
torna uma marca relevante e
necessária para as pessoas. Uma
marca deve resolver um problema ou
atender a uma necessidade. Desse
modo ela cria conexões, lealdade e
afinidade com seus públicos. Em um
mundo no qual os consumidores
podem descobrir rapidamente se
uma marca está agindo de acordo
com sua promessa, é crucial que as
marcas sejam transparentes, criem
conexões e tenham uma forte
relevância com seus consumidores.
2 - SER ÁGIL E FLEXÍVEL - Hoje, o
ambiente corpora vo é pressionado
a ter uma ro na de trabalho ágil e
capaz de atender às demandas do
mercado com rapidez. Apesar de as
metodologias ágeis terem surgido
para acelerar o desenvolvimento de
s o wa re e ge re n c i a m e nto d e
projetos em TI, elas, inicialmente
usadas em startups, estão prontas
para serem aplicadas na maioria dos
negócios.
Os métodos ágeis dão às equipes
de uma empresa a capacidade para
atuar em qualquer ambiente, além de
potencializar a colaboração dos
funcionários. A colaboração reduz
custos e melhora a performance das
equipes. Falhas operacionais
ocorrerão com menor frequência,
reduzindo o grau de retrabalho no
setor. Além disso, o me tem mais
agilidade na resposta a mudanças e
uma postura menos rea va.
Os gestores tradicionais devem
parar de olhar o mundo pelo buraco da
fechadura e estar prontos para olhar a
marca de forma integral e flexível.
3 - TER UMA DIFERENCIAÇÃO
RADICAL. A diferenciação tradicional é
uma batalha di cil, pois as empresas
despendem muito esforço com
vantagens pouco compe vas. A
diferenciação radical, por outro lado,
encontra um espaço de mercado
totalmente novo, gerando lucros ao
longo de anos, em vez de meses.
O caminho mais rápido para um
diferencial radical é olhar para o que
os concorrentes fazem e fazer algo
radicalmente diferente. Ao encontrar
a "diferença radical" é possível
construir experiências de marca
memoráveis e obter a lealdade do
cliente.
Porém, a lealdade do cliente é
c o n q u i sta d a . C o m e ç a c o m a s
empresas sendo leais a ele - e não ao
contrário. Essa lealdade só se torna
mútua quando os clientes sentem
que conquistaram a lealdade que
recebem da empresa.
Você não pode agradar a todos.
Nem todos serão seus amigos. Em vez
de tentar agradar a todos- com o risco
de agradar a ninguém-, dê um passo à
frente e escolha uma diferença
radical para se destacar na mul dão.
Ser uma marca disrup va é ter
u m p ro p ó s i t o i n s p i ra d o r, s e r
diferente, assumir riscos e inovar
sempre.
 desenvolvimento humano

5
O PAPEL DO MÉDICO
NA ERA DA (DES) INFORMAÇÃO

by Barbara Labella

O PAPEL DO MÉDICO NA ERA
DA (DES) INFORMAÇÃO
Nunca vemos tanto acesso à
informação. Somos a geração com
mais facilidade em consumir e produzir
conteúdo, e, nesse sen do, a internet
tem um papel importan ssimo, haja
vista que conecta pessoas
geograficamente distanciadas, mas
ideologicamente afinadas.
Atualmente, qualquer um pode tornar-
se um influenciador em seu ambiente,
ou mesmo levar a sua ideia para o
outro lado do globo em questão de
segundos. Essa mudança de
perspec va impactou diversas áreas e,
aqui, refiro-me às novas nuances do
trabalho do médico.
Conhecimento traz
independência e a sua democra zação
é algo posi vo. Entretanto, como todo
tratamento que traz a cura, temos que
lidar também com os efeitos colaterais.
A nova era permite a disseminação de
informações falsas, incompletas ou
tendenciosas e, com frequência, elas
se disseminam mais rapidamente que
dados cien ficamente embasados;
por que isso ocorre? A ciência não
tem nada que ver com polí ca ou com
vontades, ela é neutra e pode ser,
muitas vezes, meio morna,
ponderada demais ou sem grandes
emoções. Enquanto existem
promessas e soluções milagrosas de
um lado (“emagreça 10kg em 20
dias”, “traga o seu amor de volta em 7
dias” ou “como blindar o seu corpo
contra o coronavírus”), existem, do
outro, os estudos cien ficos que
mostram que as discussões em saúde
não têm caminho fácil, curto ou
único.
Vamos imaginar a seguinte
situação: você é jovem, faz a vidades
sicas ro neiramente e tem uma
alimentação equilibrada, está se
sen ndo bem e passa por uma
avaliação médica de ro na. Os
resultados dos exames apontam que
os seus níveis de colesterol estão
pouco acima do limite definido pelo
laboratório; o seu médico sugere
observação e não prescreve
nenhuma medicação, apenas faz a
observação de que “você não faz
parte do grupo de risco”. Você se
sente inseguro e no mesmo dia, em
p e s q u i s a rá p i d a n a i n t e r n e t ,
descobre três medicamentos que
resolveriam seu problema, e recebe
no WhatsApp, um vídeo com receita
de chá de berinjela para diminuir o
colesterol. A sua desconfiança
aumenta ao conversar com o seu
colega de trabalho, que, mesmo com
exame de colesterol dentro dos
valores normais, foi orientado a
tomar medicação para baixar os
valores. É importante dizer que ele é
30 anos mais velho, tem diabetes,
hipertensão e dois infartos prévios. O
que está acontecendo? A medicina
não é uma só?
A pergunta que todo médico se
faz diariamente é: “Essa conduta
trará mais bene cios que male cios a
esse paciente?” O tempo todo
tomamos esses pos de decisões e
elas devem ter como base a ciência.
Nos úl mos anos, vem ganhando
força a Medicina Baseada em
Evidências, que é o uso consciente,
explícito e judicioso da melhor
evidência clínica disponível, como
decisão sobre o tratamento de um
paciente, integrado à experiência
clínica e aos desejos individuais do
paciente. Definir a conduta
exclusivamente com base no exame
(“colesterol”, no exemplo anterior)
pode nos conduzir a caminhos
ques onáveis.
H i sto r i ca m e nte , a re l a çã o
médico-paciente sempre foi
assimétrica e com altas doses de
paternalismo, com o especialista
sendo detentor do conhecimento e
definindo o melhor para o paciente
(“eu sei o que é melhor para essa
pessoa”), modelo que atualmente
não cabe mais. A palavra paciente
vem do la m pa entem e significa
aquele que sofre, que padece; pode
significar, ainda, aquele que sabe
esperar. Esse po de paciente já não
existe mais. Vem ganhando força um
outro perfil: o do indivíduo que não
mais espera o curso dos preciso conhecimento de qualidade.
acontecimentos, mas que ques ona, O médico, com sua experiência clínica
interage e assume a autoria de suas aliada a um olhar cuidadoso para o
escolhas. lado humano, além de entender
sobre a aplicabilidade das evidências,
A noção de que pessoas devem imbui-se de ferramentas e fortalece o
tomar as suas próprias decisões é boa, paciente como condutor de sua
mas a verdade é que nem todos são própria história.
qualificados para fazer um julgamento
cien fico. No cias verdadeiras são
acusadas de falsas e em meio a tantas
informações nunca es vemos tão
perdidos. A liberdade de escolha
pressupõe conhecimento das opções.
Cabe, assim, ao médico assumir esse
papel, fazendo uma curadoria da
informação. A arte de combinar teoria
com prá ca nunca teve que ser tão
aperfeiçoada.

Confiar na ciência é a única forma

de vencer supers ções, mas
acompanhá-la pode ser indigesto, pois
ela traz à tona informações que vão
contra as nossas crenças e nos leva por
caminhos que podem ser
desconfortáveis. Temos que estar
preparados para nos reinventar
diariamente à luz de novas
informações.

Para os indivíduos serem capazes

de fazer boas escolhas e terem mais
autonomia em relação à sua saúde é
 desenvolvimento humano

6
O QUE ESTÁ MUDANDO
NO JORNALISMO?

by Barbara Cheffer

O QUE ESTÁ MUDANDO
NO JORNALISMO?
O Jornalismo é uma área essencial
para a Democracia. Mas desde o seu
surgimento, por volta do século XVII,
essa a vidade tem passado por
constante transformação.
Inicialmente, nha caracterís cas
muito mais polí cas e literárias, sendo
di cil dis nguir fatos de opiniões. Com
o passar dos anos, criaram-se editorias
e a dis nção entre um ar go de
opinião e um texto informa vo ficou
mais clara, facilitando o entendimento
do público.
D e s d e e n tã o, o j o r n a l i s m o
acompanha o ritmo acelerado das
mudanças no mundo, principalmente
de algum tempo para cá, com o
surgimento da tecnologia e a
velocidade na disseminação da
informação. Não significa que seja algo
ruim, muito pelo contrário, afinal a
das nossas casas. A informação está
em toda parte e cabe a nós
escolhermos que conteúdo
consumir.
O jornalismo, em si, estará
realmente diferente? Acredito que
não. A essência da busca pela
verdade, em levar a informação de
forma clara e obje va ao público será
sempre premissa do jornalismo de
busca pela novidade, pelo que é qualidade. O que muda, na verdade,
no cia é o combus vel necessário são as ferramentas e os caminhos que
para ser fazer um jornalismo de os profissionais da imprensa devem
qualidade. Entramos na era digital! aprender e dominar. É preciso aceitar
Ficou clara a necessidade de estar e entender que o mundo é outro,
presente nas redes sociais e de com novas formas de consumo;
produzir conteúdo para disposi vos contudo, a busca pela no cia de
móveis. qualidade e pela verdade, isso nunca
irá mudar. E nem deve.
O que está mudando,
atualmente, no jornalismo - e que
precisamos ficar atentos - é a
velocidade com que as no cias são
transmi das, o pouco tempo que
temos para apuração dos fatos, a luta
contra as Fake News e com aqueles
influenciadores digitais que só se
preocupam em conquistar
seguidores. Com o mundo de
informações a apenas um clique, não
dependemos mais do jornal diário
que era deixado na soleira das portas
 desenvolvimento humano

7
COMO AS CIDADES/METRÓPOLES
SERÃO FORTALECIDAS

by Caio Esteves

COMO AS
CIDADES/METRÓPOLES
SERÃO FORTALECIDAS
Se o tulo desse meu curto texto
fosse uma pergunta, a resposta mais
honesta seria: não faço a menor ideia.
Neste momento, não faltam
aventureiros clarividentes, tudo
parece olhar para o futuro, como se, na
verdade, o mundo nunca vesse sido
assim. Pessoas e grupos de pessoas
vêm, sistema camente, tentando
entender, e por que não, prever o
futuro. Me incluo no grupo das
pessoas que têm certa desconfiança
com previsões, principalmente porque
grande parte dessas previsões usam o
passado para prever o futuro e como
vimos o problema; desse modo,
também, as soluções vêm desse
mesmo futuro incerto.
Mais do que tentar prever o
futuro, usarei este espaço para refle r
sobre as cidades e lugares, e entender
o que podemos fazer para nos
preparar melhor para os novos
eventos que certamente ocorrerão.
Uma das coisas que podemos
afirmar, com pouca chance de erro, é
que o mundo mudou, a vida mudou, o
comportamento mudou, e, pela
primeira vez, no mundo todo, de
ocidente a oriente, das Ilhas Faroé a
Fernando de Noronha, de Xangai a
Goiânia. Claro que já passamos por
c r i s e s m u n d i a i s , m a s s e m p re
limitadas a determinadas partes do
mundo- gripe espanhola, SARS, Peste,
1ª e 2ª guerras mundiais -, cujos
efeitos foram devastadores, mas com
uma diferença essencial- era possível,
de alguma forma, com mais ou
menos esforço, fugir delas. Pela
primeira vez o mundo globalizado
globalizou também uma crise
sanitária, a princípio democrá ca,
indiferente à sua situação
econômica, uma vez que você não
teria lá grande escapatória, mas que
se mostrou exatamente o contrário.
Ainda que não se possa fugir para um
outro lugar, foge-se para dentro de
casa, isola-se, bunkeriza-se e, nesse
momento, a crise se revela classista,
afinal o isolamento social tão
discu do é, infelizmente, uma
realidade para poucos.
É justamente esse isolamento
inédito que traz relevância ao nosso
tulo - como se comportarão as
cidades a par r de agora, o que
muda, será que muda?
O mundo tem dado algumas pistas
sobre esse novo comportamento, ou
novo normal.
Par cularmente, prefiro o termo
pós-normal, já que de normal não
temos absolutamente nada, neste
momento. Enquanto escrevo este
ar go olho pela janela da minha sala,
onde instalei uma mesa meio
esquecida aqui em casa e que tem me
servido de escritório durante o
isolamento social. Olho pela janela e
não reconheço a minha rua, talvez
minha impressão seja mais
impactante que a de tantas outras
pessoas. Moro no centro de São
Paulo, a cidade mais pulsante da
América do Sul, uma metrópole com
população maior do que a de muitos
países europeus. Não vejo ninguém.
Não vejo carros, ou melhor, vejo
alguns perdidos, mas uma pálida
porcentagem, em relação a um dia
normal. As pessoas que antes ba am
p e r n a fo ra m s u b s t u í d a s p o r
motoqueiros com sua garupa laranja,
vermelha, verde. A impressão que se
tem é de que o mundo inteiro acabou
e só os motoqueiros sobreviveram,
eles e os técnicos de telefonia,
internet e TV a cabo.
As cidades parecem ser o úl mo
lugar a se estar, nestes dias; uma
espécie de reedição da 2ª Revolução
Industrial, em que o aglomerado de
trabalhadores em grandes centros
co m o L o n d re s , e m co n d i çõ e s
sanitárias inadequadas em suas
residências junto às fábricas, criaram
uma primeira ideia de que a cidade
era “o mal”. O paraíso parecia, então,
ser a natureza, diametralmente oposta
à cidade, um lugar de paz, saúde e,
claro, distante daquele lugar terrível
chamado cidade.
De repente, tudo o que levamos
mais de cem anos para mudar havia ido
por água abaixo.
No tempo que nos separa da 2ª
Revolução Industrial, entendemos que
a cidade é o lugar do serendipity, termo
moderninho usado no universo da
inovação, que significa a importância
dos encontros felizes ao acaso;
traduzindo, é a ideia que permeia os
ambientes de coworking, por exemplo,
em que a pessoa ao seu lado na fila
para pegar uma cerveja pode ser o CEO
de uma empresa que, vejam só,
precisa exatamente do seus serviços. A
cidade nasce do encontro, nem
sempre feliz, e quase nunca ocasional.
É j u s ta m e n t e a q u a l i d a d e e a
quan dade desses encontros que
definem a própria ideia de cidade. A
ideia do encontro é central para
entendermos o poder das cidades, e
mais do que encontrar, conviver,
conviver com o outro, o diferente.
Esquecer isso é voltarmos às bolhas, a
bolha de riqueza dos condomínios
fechados de al ssimo padrão, as
bolhas de segurança dos shoppings
centers genéricos, a bolha de
isolamento no carro par cular e,
agora, temos o risco eminente de
mais uma bolha, a bolha da saúde.
Ainda que não retornemos às
bolhas, será preciso entender o novo
comportamento social e como ele
poderá mudar as cidades.
Certamente novos critérios surgirão.
A pandemia já aponta para uma
preocupação sanitária. Até dois
meses atrás, se você não vesse
alguma doença crônica, um filho
pequeno ou um parente idoso, ou
fosse você mesmo um idoso, a
qualidade e disponibilidade da rede
hospitalar não seria um critério que o
ajudaria a definir um lugar para morar
ou visitar, da mesma forma que a
o fe r ta d e á l co o l g e l p a s s a r i a
desapercebida por você ao entrar
numa loja de alguma cadeia de
hipermercados; o uso de máscaras,
descartáveis ou não, lhe pareceria um
exagero absurdo ao ser atendido em
alguma farmácia, pelo menos no
mundo ocidental.
A estrutura sanitária é um dos
principais temas a serem
inves gados nesse novo momento,
mas não menos importante são as
questões referentes ao convívio
social. Se a cidade é o “lugar do
encontro”, como fazer em um novo
momento no qual o encontro se
desmaterializou, se
desterritorializou? Esses dois
conceitos, embora sem grande
novidade, parecem ter tomado uma
nova dimensão no momento atual e
no futuro próximo.
Nossas relações se
desmaterializam quando
começamos a usar a tecnologia,
principalmente a tecnologia de
comunicação. Deixa de ser
necessária a presença para que a
interação social aconteça. Em dias de
teleconferências diárias, isso parece
uma verdade indiscu vel. O mesmo
se dá com o trabalho. Também não
era nenhuma novidade a
possibilidade de trabalho remoto, os
nômades digitais já o fazem há anos,
as startups nascem aqui e ali, muitas
veze s co m p e s s o a s d e p a í s e s
diferentes. Não é preciso mais estar
em um escritório para ser produ vo,
aliás, não é preciso nem mais
escritório, e, repito, não é de hoje. A
questão, aqui, é que várias empresas
e s e g m e n t o s s e re c u s ava m a
enfrentar a revolução digital,
contudo, o isolamento social imposto
p e l a p a n d e m i a a c e l e ro u e s s e
processo e atropelou os mais
conservadores e resistentes.
Talvez o ponto crucial para as
cidades seja a desterritorialização. Há
muito defendo que as interações
sociais se dão mais por iden ficação
do que por geografia. Você pode
morar em um condomínio com
outras trezentas pessoas e seu círculo
de amigos não ter absolutamente
ninguém da sua vizinhança ao mesmo
tempo em que você namora alguém
de São Petesburgo, que conheceu em
um intercâmbio na Europa, realizado
por uma empresa de origem Norte
Americana que você contratou em
São Paulo, pago por seus avós que
vivem no Uruguai. As cidades tendem
a sofrer com a desterrritorialização,
elas já sofrem, e ficará pior.
O que se viu foi o mundo todo
transformado em um não-lugar. O
termo foi criado por Marc Augé para
se referir à zona cinzenta entre espaço
e lugar, cuja diferença, segundo a
geografia humanista, é que o lugar é
um espaço dotado de significado pelo
ser humano, ou seja, um lugar, para ser
considerado como tal, precisa da
interação humana, ainda que
simbólica ou afe va. Não-lugares,
estão, nesse limbo, tem uso e função,
mas não significado suficiente para ser
um lugar de fato. Cabe aqui lembrar
que um lugar, na medida em que é
baseado nas relações simbólicas, pode
ser lugar para uma pessoa e espaço ou
não-lugar para outra pessoa.
Ao vermos as cidades
abandonadas, sem ninguém na rua,
sem turistas, sem moradores, sem
trabalhadores, temos a impressão de
se tratar de um não-lugar, um cenário,
agora perigoso, que tenho que
atravessar para conseguir comida,
uma versão pós-normal dos nossos
antepassados caçadores-coletores; a
diferença é que a ameaça não é mais o
imponente gre ou qualquer outro
predador, e sim um invisível e
microscópico vírus. Qual a graça de
Veneza sem pessoas e restaurantes, de
Paris sem pessoas e cafés, Barcelona
sem o movimento da cidade velha?
Tu d o s e t o r n a c e n á r i o , u m a
a rq u i te t u ra f r i a , b e l a , e u m a
paisagem inú l e triste.
Entretanto, mesmo diante do
cenário de catástrofe que vivemos, é
possível rar aprendizados.
Par cularmente odeio a ideia de
achar o lado bom em uma situação
em que, no mundo inteiro, pessoas
morrem aos montes. Contudo,
inegavelmente, é preciso olhar para
frente, inclusive, ou principalmente, a
fim de nos preparar para os próximos
problemas que virão.
Recentemente elenquei, para o
site O futuro das coisas, seis pontos
que deveriam ser considerados, pelas
cidades e lugares, no pós-normal. São
eles: transparência, colaboração,
iden dade e vocação, experiência
pós-desterritorialização, visão e
an fragilidade.
Pode parecer estranho que a
saúde não seja um desses itens. A
razão, porém, é bem simples; saúde,
como eu disse lá no começo do texto,
será algo básico, esperado,
necessário, vital, não se tratando
mais de um “diferencial”.
A saída para as cidades - falo isso
com bastante frequência - é se
tornarem mais cidade. É se
entenderem como o palco da vida, da
troca, do encontro, da
transformação, da oportunidade e,
por que não, do encantamento.
Ainda que para isso não seja preciso
uma presença sica, e é justamente aí
que o paradigma vira do avesso.
Eu não preciso mais estar na
cidade para viver a cidade, esse é o
grande ponto de virada.
Os seis elementos que mencionei
con nuam essenciais. É preciso
transparência, de dados, de
intenções, de propósito, de polí cas
públicas. A tecnologia estará cada vez
mais presente e, como sabemos, a
tecnologia odeia governos corruptos,
uma vez que eles não têm como se
esconder; portanto, transparência
tratará não só de uma relação mais
humana (colocando fim à discussão
de que tecnologia repele as relações
humanas), como também de
governos mais propensos à
legalidade.
A colaboração parte da ideia de
que os cidadãos não são mais meros
espectadores, mas atores nesse novo
cenário. Iden dade e vocação
con nuarão sendo os mo vos pelos
quais não só a comunidade se
ar cula, mas também os mo vos por
que escolhemos um ou outro lugar
para nos relacionar, ainda que
virtualmente.
A experiência pós-
desterritorialização exige um novo
olhar para os lugares, justamente
uma experiência virtual. Nesse
sen do, alguns lugares já saíram na
frente: a vanguardista Estonia, com o
programa e-citzen, por meio do qual
alguém pode se tornar um cidadão
digital do país, além de poder abrir
uma empresa em um país
pertencente à Comunidade Europeia,
de qualquer lugar do mundo. Mais
recentemente, as sempre brilhantes
Ilhas Faroé criaram uma forma de
visitar o país virtualmente, em que é
possível controlar os movimentos dos
moradores com uma câmera de vídeo
na cabeça, que percorrem o lugar
numa espécie de vídeo game.
Visão é outro tema central; é
preciso entender o que se quer
daquele lugar, qual a sua visão de
futuro, como o seu propósito,
iden dade e vocação se materializarão
em um futuro de curto, médio e longo
prazos.

Por fim, a an fragilidade. É preciso

desenvolver sistemas e ferramentas
capazes de lidar com os eventos
crí cos e não apenas sobreviver, como
aprender e evoluir com eles. Nesse
sen do, pensar em sistemas
an frágeis é pensar de forma sistêmica
nos cinco itens anteriores dessa lista.

Para tentar resumir, as cidades

deverão levar suas experiências,
iden dades e vocações para um nível
“fisital” (palavrinha da moda que une
sico e digital) como nunca antes visto.
A revolução digital chegou de forma
irrefreável às cidades e lugares; ignorá-
la será ignorar a própria sobrevivência.
Para nós, usuários, resta-nos entender
o momento e sonhar em conhecer
lugares longínquos, talvez inacessíveis,
sem sair do lugar.
 desenvolvimento humano

8
COMO A METODOLOGIA ÁGIL
IMPACTA NOS RESULTADOS DA EMPRESA

by Carolina Leite

COMO A METODOLOGIA ÁGIL
IMPACTA NOS RESULTADOS
DA EMPRESA
Retrabalho, longos períodos de
desenvolvimento de produto, altos
inves mentos são algumas das
preocupações que dão arrepios em
qualquer execu vo ou gestor de
empresa. Buscar metodologias que
minimizem esses riscos é uma das
tarefas de maior atenção, atualmente,
e talvez seja por isso que a
metodologia Ágil vem ganhando cada
vez mais espaço na execução de
p ro j e t o s , d e s e nv o l v i m e n t o d e
so ware e tornou-se vocabulário
recorrente entre líderes, empresários
e execu vos.
Não tenho a pretensão de explicar
o conceito de Agilidade, mas pretendo
tão somente retratá-lo da maneira
como o vejo e vivencio. Então, vamos
lá!
P a r a c o n t e x t u a l i z a r,
lembraremos primeiramente o
conceito do método mais
“tradicional” denominado cascata ou
waterfall, no qual cada etapa do
projeto só pode ser iniciada depois
que a anterior tenha sido totalmente
concluída, o que torna, muitas vezes,
o processo muito longo e moroso.
Normalmente, nesse po de
m eto d o l o g i a , a s e m p re s a s s ó
recebem o feedback do cliente
quando o produto é entregue. Nesse
cenário, existe uma chance maior de
o produto não ser exatamente o que o
cliente esperava e parte do
inves mento e tempo do me de
desenvolvimento serem perdidos
com ajustes e retrabalho.
Quase como antagonista a esse
modelo, temos a metodologia Ágil,
que é mais contemporânea e
normalmente atende melhor às
demandas, levando em consideração
a vola lidade dos mercados.
A metodologia Ágil surgiu em
2001, por meio de alguns
programadores de so ware, com o
obje vo de desburocra zar o modo
como desenvolvimento de projetos
eram realizados. O foco principal dos
frameworks ágeis é a possibilidade de
agregar valor em várias etapas do
processo de criação do produto,
corrigindo e aprimorando suas
funcionalidades à medida que ele é
testado e u lizado pelo cliente.
Urgência, rapidez, qualidade e
usabilidade são palavras triviais, em
nosso dia a dia, mas que desejamos
como caracterís cas dos produtos ou
serviços que adquirimos. Com acesso
à informação a qualquer momento,
todos nós queremos que um bem ou
serviço comprado seja
disponibilizado no tempo que
precisamos, com qualidade e sem
que necessitemos, para desfrutá-lo,
ler um manual de dez páginas sobre o
item, pois podemos mudar de ideia a
qualquer momento.
Diante dessa vola lidade faz-se
necessário pensar em produto ou
serviço que entenda sobre a real
necessidade dos clientes. Parece
simples e fácil, porém, quando
saímos da reflexão e par mos para a
ação, entender os clientes e o
contexto das suas jornadas, descobrir
qual o problema a ser resolvido e
elaborar o melhor produto requer
uma definição mais apurada. Embora
seja complexo construir ou melhorar
um serviço/produtos, existem, hoje,
inúmeros frameworks que facilitam
alcançar o resultado esperado.
A metodologia Ágil auxilia muito
a mi gar os riscos da vola lidade,
pois uma de suas premissas é definir
um MVP (mínimo produto viável),
testar e validar o produto e, a par r da
usabilidade dos clientes, aprimorá-lo
e construir novas funcionalidades,
trazendo resultados em um curto
espaço de tempo. A metodologia Ágil
possui quatro valores muito fortes
que direcionam e auxiliam as
empresas a manter esse propósito de
entrega. São eles:
 Indivíduos e interações mais que
processos e ferramentas: a
comunicação entre os mes de
desenvolvimento, produtos e áreas
parceiras é essencial e mantém o
grupo sempre alinhado. Por isso, é
recomendado que todos os
par cipantes diretos da construção do
produto fiquem alocados no mesmo
espaço sico.
So ware em funcionamento
mais que documentação abrangente:
a documentação do produto é
i m p o r ta nte m a s n ã o p o d e s e r
priorizada em detrimento do
funcionamento do produto. Os
clientes esperam resultado e produtos
que funcionem. Por isso, é primordial o
conceito de MVP, testes e melhoria
con nua do produto. Assim, o cliente
consegue dar um feedback de cada
interação e uso desde a primeira
versão do produto.
Colaboração com o cliente mais
que negociação de contratos: o papel
do cliente é mais do que contratar e
p a ga r p e l o p ro d u t o . E l e p o d e
par cipar das tomadas de decisões e
os feedbacks dele auxiliam a criar o
roadmap de novas funcionalidades do
produto.
Responder a mudanças mais e u lizar os recursos do método
que seguir um plano: a velocidade escolhido em sua totalidade, seja ele
c o m q u e a s i n fo r m a ç õ e s s ã o qual for.
compar lhadas, trafegam e se
Concluo este texto enfa zando
sobrepõe fazem com que a
que o primordial não é a metodologia
vola dade não seja mais uma
escolhida e aplicada pela empresa
refe rê n c i a u s a d a s o m e nte n o
para desenvolver e criar seus
mercado de inves mentos e
produtos, pois cada uma terá uma
economia. Um elemento que pode
adaptação mais apropriada,
mudar com facilidade e frequência é
dependendo do modelo de negócio.
a opinião, o desejo do cliente sobre
O principal é que a empresa saiba
um determinado item ou serviço.
fazer as perguntas certas, aprofunde-
Nesse contexto, a flexibilidade do
se nas necessidades do cliente e o
me permite que o produto
ouça, de fato, a fim de construir e
acompanhe e atenda às necessidades
encaminhar o processo para a
do momento.
demanda real do cliente, e não para o
que a empresa “imagina” que o
Entendo que prá cas como o
cliente precisa.
método Ágil não sejam apenas de
extrema importância para a eficiência
nas empresas, mas também vitais.
O método Ágil, assim como
qualquer outra metodologia, é
composto de uma série de premissas
que demandam uma cultura
organizacional propensa e
determinada a vivenciar esse
modelo. Mesmo que essa não seja a
metodologia escolhida pela sua
organização, o importante é entender
 desenvolvimento humano

9
O QUE ESTÁ MUDANDO NO
MERCADO DE TRABALHO?

by Cecilia Paiva

O QUE ESTÁ MUDANDO NO
MERCADO DE TRABALHO?
Enfrentamos, na atualidade, um
cenário de transição no mercado de
trabalho. Empresas e profissionais têm
se adequado aos avanços
te c n o l ó g i co s , à s m u d a n ça s n o
comportamento do consumidor, aos
novos modelos de negócios, ciclos de
mudanças cada vez mais curtos, à
globalização. Novas empresas nascem
a cada dia e empresas mais tradicionais
buscam modernização.
No contexto de um país com
problemas econômicos, as empresas
tendem a concentrar sua energia nos
processos de revisão de recursos, com
foco na redução de custos e aumento
de produ vidade, exigindo um
profissional que atenda a múl plos
papéis dentro da organização.
Os modelos an gos de gestão
passam a ficar menos aderentes, nas
empresas, e a humanização das
organizações torna-se uma postura
essencial no mundo dos negócios e
mercado de trabalho.
Nos úl mos anos, as mudanças
foram bem impactantes: queda nas
contratações, alterações nas formas
de contratações, terceirizações, o
aumento do empreendedorismo.
Isso tudo tem exigido um profissional
cada vez mais diferenciado na sua
área específica de atuação, devendo
somar, às suas especialidades, um rol
de competências.
Surge a necessidade de um
profissional mais flexível, cria vo e
preparado para empresas menos
e st r u t u ra d a s e e m c o n sta n t e
mutação.
As empresas passam a
demandar, em suas requisições, um
olhar especial para as competências
emocionais/comportamentais, que
ultrapassam a capacidade técnica:
autoconhecimento, capacidade de
lidar com o outro, proa vidade, visão
e atuação sistêmica, flexibilidade. O
profissional precisar buscar novos
conceitos para ir além e acompanhar
os períodos de mudanças, que estão
cada vez mais curtos.
O mercado de trabalho exige
cada vez mais competências
comportamentais, para que o
colaborador se adeque às
transformações organizacionais:
estar pronto para atender novos
desafios, novas áreas, trazer novas
ideias, fazer uso da cria vidade e,
fundamentalmente, desenvolver a
comunicação, o relacionamento, a
capacidade de criação, ou seja, estar
sempre atento ao seu
desenvolvimento pessoal.
Na atualidade, o profissional
mais disputado no mercado é aquele
que tem visão generalista, que
desenvolve mul tarefas, adapta-se
com facilidade, é tecnicamente
capacitado, antenado nos avanços
te c n o l ó g i co s e p o s s u i g ra n d e
competência emocional. É desejado
que esse profissional saiba fazer o
equilíbrio entre o profissional e o ser
humano.
Os profissionais mais jovens vêm
p a ra o m e rca d o co m o s s e u s
propósitos. São capacitados, com
bom repertório para conduzir áreas e
negócios. Não têm medo de
empreender. Defendem suas ideias,
desenvolvem soluções, produtos e
serviços inovadores. São mais
flexíveis, dinâmicos, lidam bem com
instabilidade e migram de uma
carreira para outra em busca de
novos desafios.
Os profissionais mais
experientes, nem sempre estão
preparados para assumirem papéis
além da sua especialidade, são
menos flexíveis, não lidam tão bem
com a instabilidade, muitas vezes
acomodam-se nas suas posições e, na
maioria das vezes, não vislumbram
fazer algo diferente do que sempre
fizeram. Pron dão para a mudanças e
para o reposicionamento pessoal
frente às transformações
organizacionais e sociais nem sempre
estão em seu repertório. Para esses, o
processo de ajuste ao novo cenário
demanda muito mais tempo. Assim
como exigia o mercado, es veram ao
longo dos anos com o olhar mais
voltado ao desenvolvimento de suas
competências técnicas, o que,
entretanto, con nua sendo muito
valorizado pelos empregadores.
N ã o b a sta i d e n fi ca r s e o
profissional possui a experiência
desejada. Se o candidato não ver o
comportamento alinhado ao perfil da
empresa, em pouco tempo sua
subs tuição será inevitável.
Inevitável também será a busca por
uma nova oportunidade, se o
profissional não se sen r inserido no
contexto da empresa.

Em meio a tantas mudanças de Os empregadores estão a cada

comportamento, tanto de empresas
quanto de profissionais, o
selecionador passa a ter o grande
desafio de encontrar a pessoa certa
para o perfil específico de uma
determinada empresa.
dia mais exigentes, buscando
profissionais que façam a diferença,
com caracterís cas comportamentais
que se adaptem à nova realidade,
passando para o selecionador o
grande desafio de iden ficá-los.

O selecionador precisa ter o

“olhar” bem afinado em relação ao
público requisitante. Há que entender
a cultura da empresa, que fase dessa
mudança de modelo de gestão ela
vivencia, o perfil do me, enfim, esse
selecionador não precisará apenas
analisar competências técnicas ou
comportamentais a serem exploradas
nos perfis dos candidatos, mas
também deverá iden ficar o nível de
adesão à cultura e valores da empresa
e da área demandante.
 desenvolvimento humano

10
“HIGH-TOUCH” OU “HIGH-TECH”
NESSE NOVO MUNDO?

by Claudemir Oliveira

“HIGH-TOUCH” OU
“HIGH-TECH” NESSE NOVO
MUNDO?
Durante meus 15 anos de trabalho
para The Walt Disney Company
(divisão Parks & Resorts), pude estudar
a fundo os conceitos “high-touch”
(conexão emocional) e “high-tech”
(conexão tecnológica) nas empresas.
Nos úl mos anos, há muitos
inves mentos voltados para o lado
tecnológico. Veja o caso dos bancos.
Quem aqui pode ques onar os
avanços de seus aplica vos e de seus
serviços online? Agora, que po de
interação “high-touch” existe entre os
bancos e seus clientes? Eu, por
exemplo, não consigo falar com a
gerente da conta de minha empresa há
anos. Vou repe r: há anos. O aspecto
tecnológico me resolve muitas coisas,
mas há uma falta de conexão com o
cliente, do ponto de vista humano
mesmo.
A Disney, onde trabalhei durante
15 anos - fui também professor da
Disney University-, realizou pesquisas
que mostram que os convidados
(como a Disney chama os clientes)
afirmam que não voltam para os
parques pelas atrações, mas pelos
“cast members” (como são chamados
os colaboradores). Veja que lindo. Os
clientes da Disney não voltam lá pelas
atrações, pelos parques, pelo “high-
tech”, mas pelas pessoas que
trabalham na empresa. Não é
fantás co?
Outros exemplos. O melhor e
mais luxuoso hotel do mundo NÃO
vale nada se não ver serviço.
Engana-se quem acha que vamos
apenas pela cama confortável, piso
de mármore impecável e visual. Nós
vamos lá pelas PESSOAS. Engana-se
quem acha que hotel está no ramo de
hotelaria. O melhor restaurante do
mundo NÃO vale nada se não ver
serviço. Engana-se quem acha que
vamos lá somente pela comida e pelo
ambiente com música. Engana-se
quem acha que restaurante está no
negócio de alimentos e bebidas. Nós
queremos muito mais: queremos
uma experiência. Queremos
interagir. Engana-se quem acha que
uma loja s i ca ve n d e a p e n a s
produtos.
Durante meu mestrado e
doutorado, na área de psicologia,
deparei-me com um dado
interessante e que tem tudo a ver
com o tema deste capítulo. No livro
“The Heart & Soul of Change – What
Works in Therapy”, em uma tradução
livre, “Coração e Alma de Mudança –
O que Funciona em Terapia”, Mark A.
Hubble, Barry L. Duncan e Sco D.
Miller explicam que as técnicas
terapêu cas representam apenas
15% no processo da cura do cliente. O
relacionamento e a confiança
estabelecida entre terapeuta e
cliente é infinitamente mais
importante. Claudemir, o que isso
tem a ver com um mundo em
mutação, com atendimento ao
cliente? Não é apenas o “high-tech”
do produto que você tem na loja, não
é apenas o “high-tech” das atrações
que você tem em seu parque, mas,
principalmente, o relacionamento
criado entre sua empresa e seus
clientes. Li, outro dia, que o processo
de compras é 95% subconsciente. O
“high-touch” (conexão emocional)
cai como uma luva dentro desse
contexto de encantamento ao
cliente.
“As pessoas podem esquecer o
que dizemos; podem lembrar o que
mostramos, mas elas nunca se
esquecerão da forma como as
tratamos, da forma como as fizemos
sen r.” Estas frases são atribuídas a
vários autores, entre eles, Frank A.
Pa erson Jr., Maya Angelou, Carl W.
Buehner, Carol Buchner, Don Asle ,
Jerry Johnston... Alguém copiou
alguém, com certeza. Em nenhum
desses autores, vi essa parte que eu
acrescentei ao texto (podem lembrar
o que mostramos). Eu poderia
resumir as frases em três palavras:
fala-imagem-sen mento. Não é o
que você me diz. Não é o que você me
mostra. É como você me faz sen r. pasmem, 65% por INDIFERENÇA de
Procuramos muito mais que apenas quem os atende.
palavras e imagens. Queremos nos
A tecnologia, como já afirmei,
sen r humanos. É o “high-touch” a
ajuda, sim, mas o clique no
que tenho me referido aqui.
computador não tem um sorriso, não
David Aaker, conhecido autor de tem um contato emocional. É apenas
branding e mestre em falar sobre uma transação. No mundo do futuro
Brand Equity, diz que "uma marca é será necessário o equilíbrio entre
uma jornada, uma revelação que tecnologia e conexão humana.
evolui com base em percepções e
experiências que o cliente tem todas às
vezes que estabelece uma conexão
com a marca”. O que isso significa para
o tema deste capítulo? Que um cliente
pode ser atraído em um primeiro
momento pelo preço ou pelo “high-
tech”, mas se sua jornada inteira não
for sa sfatória, no segundo momento
ele já não terá uma adesão garan da.

Para terminar, alguns dados pelos

quais acredito que atendimento ao
cliente é vital. A American Society for
Quality – ASQ (Associação Americana
de Qualidade) indica as principais
razões por que perdemos nossos
clientes: 1% por falecimento; 5% por
mudança de endereço; 5% por
relações comerciais; 10% por
melhores vantagens dos concorrentes;
14% por reclamações não atendidas e,
 desenvolvimento humano

11
UMA FOTOGRAFIA
VENDE MAIS QUE MIL PALAVRAS

by Dionathan Santos

UMA FOTOGRAFIA VENDE
MAIS QUE MIL PALAVRAS
A importância da fotografia que te
representa nas mídias sociais.
Você já se perguntou por que
fulano tem mais facilidade em se
conectar com as pessoas do que você?
Julga, antecipadamente, que isso faz
com que ele tenha mais clientes
devido a essa facilidade de conexões?
Bom, essa facilidade de se conectar
não se deve apenas ao fato de fulano
seja mais comunica vo do que você.
Claro que isso ajuda, porém, a grande
questão é que fulano sabe vender a
sua imagem e, melhor, ele sabe onde
quer chegar e como chegar, ou seja, há
uma estratégia por trás de tudo isso.
Essa estratégia inicia e termina
c o m u m a ú n i c a q u e s tã o - u m a
fotografia. Ao mesmo tempo que é
fácil de entender, é complexo, né?
Então eu vou explicar. Chamo-me
Dionathan Santos, sou fotógrafo e
publicitário, e com o passar dos anos
estudei sobre programação
neurolinguís ca e coach. Hoje
consigo mesclar tudo isso para poder
explicar por que a fotografia é uma
das respostas para essa grande
questão.
“Tudo acontece para acabar em
uma fotografia”. Com essa frase do
meu colega fotógrafo Plínio Ricardo
eu inicio a construção deste novo
pensamento em sua mente.
Analisando friamente essa citação,
parece meio doido, né? Porém, ela é a
mais pura verdade e por estarmos
sempre no automá co e, muitas
vezes, sem uma estratégia, não nos
damos conta do quanto profunda é
essa frase.
O que nos representa nas redes
s o c i a i s ? S i m , m u i t a s v e ze s a
fotografia tem o poder de, em 3
segundos, alguém criar um pré-
julgamento sobre você. Já parou para
pensar em como está sua foto de
avatar? O que subje vamente ela
está comunicando? Essa
comunicação se conecta quando as
pessoas te conhecem?
Agora chega de perguntas e
vamos às respostas. Uma fotografia
de avatar em qualquer rede social,
s e j a Fa c e b o o k , I n s ta g ra m o u
WhatsApp (vai depender de qual
você mais u liza para se comunicar)
representa algumas coisas, mesmo
que você não tenha a consciência
disso.
● Foto com a família: A família em
primeiro plano. Isso é bom para um
profissional, se ele trabalhar com algo
relacionado a famílias, como, por
exemplo, um psicólogo especializado
em crianças e famílias. Isso vai criar
uma conexão entre os clientes que
necessitam desse po de serviço.
● Foto com o cachorro:
Representa que é uma pessoa
solteira, que por determinadas
situações prefere os animais às
pessoas. Isso é perfeito para quem é
veterinário. Há uma conexão direta
com a necessidade de “cuidados com
os animais”, além de representar
comprome mento, uma vez que um
cachorro necessita de cuidados
diários.
● Foto na balada com bebida na
mão: Representa uma pessoa cujo
principal foco, no momento, é
aproveitar a vida e conhecer novas
pessoas. Foto perfeita para quem
quer trabalhar com atendimento ao
público em bares, casas noturnas,
barbearias, promotor de produtos
descolados.
● Foto com o seu “amor ”:
Representa que o amor está no ar e
que há uma necessidade de estarem
sempre juntos e dividirem tudo de
suas vidas. Perfeito para aqueles que
tocam um negócio juntos, em família.
Usei esses quatro exemplos que
geram debates, e que muitas vezes
são taxados como impróprios para
uso profissional. Porém, a questão é a
estratégia que pode estar por trás da
foto. Porém, é muito importante se
preocupar com a qualidade da foto, já
que isso representa, de forma
subje va, o quanto você se preocupa
com o profissionalismo. Não que ela
realmente o represente, porém,
lembre-se de que sua foto estabelece
um primeiro contato e, muitas vezes, é
a primeira impressão que fica.
Con nuemos:

● Foto em um ponto turís co

famoso no exterior: Perfeito para
agentes de viagens e para empresários
que necessitam “credibilizar” seu
negócio como próspero e, de forma
inconsciente, que as pessoas desejem
também estar lá.

● Foto em estúdio, de braços

cruzados: Representa o profissional
que se preocupa com sua imagem, e,
automa camente, reflete no
desenvolvimento do seu trabalho.

Mas isso não quer dizer que se

você fizer uma foto em estúdio essa
questão está resolvida. Você pode até
ir a um estúdio, porém há outras
preocupações que necessitam de
atenção.
 desenvolvimento humano

12
COMO DESENVOLVER
O MEU MELHOR?

by Estevão Lopes

COMO DESENVOLVER
O MEU MELHOR?
Meu nome é Estevão Lopes,
trabalho com desenvolvimento de
equipes há mais de 20 anos. Durante
18 anos trabalhei na IBM, sendo que
15 deles foi como gestor de pessoas,
liderando equipes pequenas e até
mesmo grandes, com mais de 500
profissionais. Nos úl mos 7 anos tenho
me dedicado ao aprofundamento da
área de alta performance, tanto no
aspecto pessoal, como no profissional.
Atualmente trabalho como
especialista em desenvolvimento
humano, prestando consultorias e
treinamentos para várias empresas.
Nos úl mos anos ve o privilégio
de treinar diversos profissionais; a
maioria deles me pergunta sobre qual
o segredo para conseguirem o seu
melhor e a ngirem a alta
performance. Talvez você também se
pergunte como conseguir a ngir sua
melhor performance no trabalho ou
nos seus relacionamentos. Convido
você a ler as próximas páginas, para
trabalharmos alguns conceitos
importantes que podem ajudá-lo
muito nesse assunto.
Para conseguir desenvolver o seu
melhor, primeiramente precisamos
entender o que é Alta Performance.
Para muitos significa se destacar no
ambiente de trabalho, ser o melhor
profissional da empresa ou do
departamento. Para outros, será
es pular metas ousadas e conseguir
a ngi-las, diferenciando-se das
outras pessoas que estão ao redor.
Gosto de pensar na Alta
Pe r fo r m a n c e co m o a l g o m a i s
simples. Para mim, um es lo de vida
com Alta Performance, pessoal ou
profissional, passa por um processo
de autoconhecimento, iden ficando
quem eu sou na minha essência,
quais os pontos fortes que podem ser
potencializados e os pontos fracos
que devem ser trabalhados. Feito
isso, nunca devo olhar para o lado.
Isso mesmo, eu nunca devo me
comparar com as pessoas que estão
ao meu redor, na tenta va de ser
melhor do que elas. Todos nós somos
únicos, neste mundo, e nunca haverá
alguém como você. Isso entendido,
chegou a hora de olhar para si e
buscar ser apenas 1% melhor, hoje,
do que foi ontem. É acordar todos os
dias com esse pensamento, pois,
assim fazendo, ao longo de 30 dias
você será 30% melhor, e ao final de
um ano você pode chegar a uma
performance 365% melhor.
Costumo perguntar, em meus
treinamentos, quem se considera
capaz de aumentar sua performance
em 50% no dia seguinte, na vida
profissional e/ou pessoal. Poucas
pessoas levantam suas mãos, mas
quando pergunto quem consegue ser
1% melhor, 100% das pessoas o
fazem. O fato é que todos nós
conseguimos ser 1% melhor no
trabalho, no nosso relacionamento
familiar, na sociedade e essa ação
começa a gerar uma mudança de
pensamento e de comportamentos
que nos impulsionam a dar o nosso
melhor em todas as áreas da vida,
chegando, desse modo, ao
a ngimento da Alta Performance.
Outro ponto muito importante é
entender que todos nós recebemos
uma máquina poderosa, quando
nascemos, e somos responsáveis por
cuidar dela até o final de nossas vidas.
Essa máquina é o nosso corpo, que é
comandado pela nossa mente. Se
nossa máquina não es ver
funcionando bem, dificilmente
vamos conseguir a ngir a Alta
Performance. Corpo e mente estão
completamente ligados. Não adianta
eu apenas querer ter Alta
Performance mental, se o meu sico
não está preparado para isso. O meu
corpo pode não responder bem e
meu cérebro não estará pronto para
dar o melhor.
Três pontos muito importantes
nesse processo: sono, alimentação e
exercício sico. Se não formos
disciplinados e focados em cuidar
dessa parte tão importante, acabamos
negligenciando fatores de extrema
importância para a ngirmos a nossa
melhor performance.
Lembro-me de certa ocasião em
que comecei a descuidar da minha
alimentação e da prá ca de exercícios
sicos. Isso me levou a ganhar alguns
quilos a mais e me lembro de que
nessa época sen minha performance
ca i n d o d ra s ca m e nte . S e m p re
consegui passar mais de 8 horas em
sala, ministrando treinamento;
chegava ao final do dia me sen ndo
com disposição para pra car esportes,
dar tempo de qualidade para minha
família e conseguia me sen r forte e
realizado. Nessa época em que
descuidei da alimentação e do meu
sico, fui percebendo que ao final dos
treinamentos me sen a como se
vesse saído de uma luta, não
encontrava disposição para fazer
absolutamente nada a não ser sentar
na frente da TV com um pote de
sorvete na mão, sa sfazendo, assim, a
minha zona de conforto.
O cérebro é o órgão responsável
pelo gerenciamento de todo o nosso
corpo e 25% de toda energia corporal
é consumida por ele. Por isso, um dos
seus obje vos é economizar energia,
fazendo aquilo que já é conhecido.
Quando buscamos um novo
aprendizado e uma mudança de
ro na, há uma demanda maior de
energia e o cérebro vai nos tentar
puxar para a zona de conforto, ao
buscar apenas aquilo que já sabemos
e que nos dá prazer imediato. Por
isso, todo ser humano tem uma
tendência a buscar a zona de
conforto. Mas lembre-se de uma
coisa: zona de conforto é o pior lugar
para se estar. É nela que excelentes
profissionais perdem seus empregos,
que casamentos se acabam; é na zona
de conforto que pais e filhos se
distanciam; é a zona de conforto que
l e va p e s s o a s p a ra u m a b a i xa
performance.
O cérebro é uma ferramenta
fa ntá s ca . Q u a nto m a i s vo c ê
es mulá-lo, mais ele vai se
desenvolver com novos aprendizados
e novos caminhos neurais. A par r do
momento que você desenvolve novos
hábitos saudáveis de boa
alimentação, exercício sico e
disciplina no sono, o cérebro prepara
todo o seu organismo para o
a ngimento da alta performance.
Uma vez que você tem a máquina
(Corpo) preparada, agora é hora de
trabalhar a mente.
Existe um estudo muito
interessante de Shizard Chamine no
qual o autor aborda a Inteligência
Posi va. Ele mostra a importância de
você trabalhar a sua mente para
deixá-la no modo posi vo. Chamine
aponta, em seu livro “Inteligência
Posi va”, que apenas 20% das
equipes e dos indivíduos alcançam
seu verdadeiro potencial, mas que é
possível, a qualquer pessoa,
trabalhar a sua mente para o
a ngimento da Alta Performance,
m u d a n d o a fo r m a d e p e n s a r,
buscando ver os momentos e
situações por meio de um olhar
posi vo.
Gosto muito de uma história
contada pelo meu mentor, Dr. Athony
Por glia , de um jovem e um senhor
que estavam pescando em um píer
no mar. O senhor estava com seu
equipamento simples de pesca e o
jovem com um equipamento
moderno, mas, apesar dos seus
aparatos modernos, ele não
conseguia pegar muitos peixes.
Aquele senhor rapidamente pegou
um peixe enorme e quando viu o
tamanho do peixe, ficou bravo e o
devolveu ao mar. Logo em seguida,
ele novamente pegou outro peixe,
mas dessa vez um pequeno. Todo
feliz, ele colocou aquele peixe na sua
geladeira de isopor. Intrigado com
aquela cena, o jovem perguntou para
aquele senhor por que ele havia
devolvido o peixe grande e guardara o
peixe pequeno com um sorriso no
rosto. Foi quando o mesmo senhor
abriu o sorriso e disse: “Eu moro
sozinho e tenho uma frigideira muito
pequena em casa. Se eu levar o peixe
grande, não vai caber na minha
frigideira e vai estragar. Esse pequeno
cabe na minha frigideira e é suficiente
para saciar minha fome.”
Fica aqui uma dica importante.
Busque sempre es mular o seu
cérebro, amplie sua “frigideira”
buscando novos conhecimentos,
novos aprendizados, criando hábitos
saudáveis que vão preparar o seu
s i co p a ra A l ta Pe r fo r m a n c e .
Gerencie bem seus pensamentos e
você vai perceber que resultados
maiores irão acontecer em sua vida.
Para finalizar, coloque a gra dão
no processo! É comum encontrar, em
meus treinamentos, pessoas com um
potencial enorme, mas que estão
desperdiçando energia e desgastando
o emocional, ansiosos com aquilo que
ainda não têm. Estão mais
preocupadas em ter um salário
melhor, ter uma posição de destaque
na empresa, ter um carro de luxo, uma
casa mais bonita ao invés de serem
gratas por aquilo que elas já possuem.
diretoria. Primeiro seja grato pelo seu
casamento, pois isso vai levá-lo a ser
feliz no seu relacionamento conjugal
e, desse modo, suas ações vão
contribuir para que seu casamento se
torne muito melhor.
Termino dizendo que a gra dão é
o princípio para o a ngimento do seu
melhor! Sou grato a você que leu até
o final este texto e desejo-lhe muito
sucesso em todas as áreas de sua
vida.

Já ouvi muitas pessoas dizendo:

“porque quando eu alcançar a posição
de diretor, aí eu vou poder fazer mais
pela empresa e vou me sen r feliz e
realizado”; “Porque quando eu ver o
casamento dos sonhos, aí eu vou fazer
mais pelo meu cônjuge e vou me sen r
feliz e realizado.”

Acredito que o processo é inverso.

Primeiro seja grato pela sua vida, hoje,
pois, sendo grato pelo seu trabalho,
você vai condicionar sua mente para
fazer ações melhores que irão leva-lo a
um sen mento de alegria e realização,
e isso vai conduzi-lo ao cargo de
 desenvolvimento humano

13
AS MUDANÇAS
NA ALIMENTAÇÃO

by Felisbela Pino

AS MUDANÇAS
NA ALIMENTAÇÃO
A alimentação acompanha o
Homem desde a sua existência na
terra; na verdade, confunde-se com a
própria história da humanidade.
Alimentar-se, muito mais que uma
forma de trazer combus vel ao corpo,
traduz a cultura de um povo.
Alimentação e nutrição são
diferentes; a primeira refere-se apenas
ao ato de comer, enquanto a outra é a
forma pela qual esse alimento é
processado e chega às nossas células,
exercendo o seu papel de acordo com
os nutrientes presentes, e tem sido
assunto constante na mídia, nas rodas
de conversa, em casa, com amigos, nas
lives atuais. O estudo da Nutrição, no
entanto, é rela vamente recente. A
primeira formação universitária foi
criada em 1939 e a profissão de
nutricionista, regulamentada apenas
em 1967, uma profissão bastante
jovem quando comparada a outras da
área da saúde.
Falar de alimentação é tratar de
uma necessidade básica do ser
humano, mas que não abrange tão
somente a sua saúde sica.
Alimentar-se é um ato social,
emocional, econômico. O alimento
está presente inclusive nas religiões,
interfere na polí ca, no comércio, nas
relações internacionais. Aliás, nunca
houve tantos programas televisivos e
tantas pessoas que discutem o
assunto; paradoxalmente, nunca
houve tantos erros alimentares e
tantas doenças derivadas de uma
nutrição inadequada. Doenças que
acome am, basicamente, pessoas
em idades mais maduras, hoje são
tratadas nas crianças e adolescentes,
como as dislipidemias e doenças
cardiovasculares, entre outras.
Através da alimentação se
escreve a história das populações,
bem diria o Brasil, descoberto na
época das grandes navegações, estas
impulsionadas, principalmente, pelo
comércio de especiarias.
Inicialmente, as pessoas
plantavam e colhiam seu próprio
alimento e o escambo entre as
famílias garan a a alimentação da
comunidade. As a vidades agrícolas
de pequenos produtores imperava,
numa cultura de subsistência, o que
ainda ocorre em algumas regiões,
dada a extensão do nosso país.
Por sua vez, a revolução
industrial mudou as caracterís cas
dos processos produ vos, inclusive a
maneira de gerenciar a alimentação.
O trabalho da mulher fora do lar
trouxe outras nuances à mesa. Os
produtos industrializados e de rápido
preparo passam a fazer parte de uma
ro na cada vez mais constante. O que
hoje se busca é retomar tudo o que
foi deixado pra trás. O Guia Alimentar
para população brasileira, publicado
em 2014 pelo Ministério da Saúde,
preconiza, prioritariamente, a
u lização dos alimentos in natura ou
minimamente processados, em
subs tuição aos que são processados
e ultraprocessados. Outra orientação
é a de se retomarem hábitos e
a tudes como os de se sentar à mesa
e fazer as refeições em família; o
simples é o melhor, as hortas
comunitárias nos prédios e até em
vasos, nos apartamentos, é
amplamente es mulado.
A nutrição comportamental
defende o que, na verdade, nunca
deveria se ter perdido - o prazer de
estar à mesa e desfrutar com calma e
atenção aquilo que se come.
O Confort Food busca a memória
emocional da comida de infância em
contraposição à pressa desenfreada
de correr e correr, caracterizada pelos
fast foods, e jus ficada pela falta de
tempo e pelo grande volume de
afazeres.
Aí, de uma hora para outra, a
teoria “O dia em que a terra parou”,
do saudoso Raul Seixas, aplica-se e
nos fez parar e repensar. Nos idos dos
anos 80, quando Raul desenvolvia sua
“profecia”, as empresas de prestação
de serviço iniciavam fortemente sua
jornada no mercado de refeições
cole vas; hoje, com a terra parada,
precisam rever como manter o
segmento de food service, expressão
que define o mercado de alimentação
fora do lar e que movimentou, em
2019, cerca de 14 milhões de refeições
por dia, segundo a Aberc (Associação
Brasileira das Empresas de Refeições
Cole vas). As refeições fora de casa
cresceram 140% no Brasil, isto é,
bares e restaurantes geram cerca de
450 mil novos empregos por ano,
segundo a Abrasel (Associação
Brasileira de Bares e Restaurantes). O
mercado de alimentos e bebidas
representa 10,1% do PIB nacional. A
Abrasel es ma que o food service seja
2 , 7 % d e s s e m o nta nte . O n ovo
momento tende a mudar esses
números gerando impactos sociais e
econômicos de grande monta.
Como nunca, neste momento, as
questões higiênico-sanitárias que
garantam a segurança dos alimentos
será foco de todos os consumidores;
estes irão atrás do que comiam na
infância, que lhes traz carinho e
segurança, e, desse modo, ao
retornarem à vida social, não serão
mais tão arrojados, não farão tantas
experiências, pois o conhecido será
mais gostoso e seguro. Segurança e
cria vidade serão as palavras chave,
sem deixar de lado, contudo, as
tecnologias e a aplicação de
processos adequados.
Durante anos de atuação em
re sta u ra nte s i n s t u c i o n a i s , a
discussão sobre a lavagem das mãos
com os colaboradores permeou todo
trabalho; hoje, é uma obrigação e
pode significar a vida. O novo
restaurante terá forte foco em
higiene e manipulação de alimentos,
com aplicação efe va da legislação
sanitária. As ações voltadas a essa
questão deverão ser divulgadas, pois
definirão a escolha de locais para
comer.
No dia em que a terra parou, a
vida con nuou. Todos precisam se
reinventar, criar, buscar soluções. O
segmento de delivery de alimentos,
por exemplo, deu um grande salto,
bem como os respec vos aplica vos
Ficar em casa retomou o
despertar da cozinha e o ato de
cozinhar em família, inclusive, como terapia e uma forma de manter a
a vidade lúdica para as crianças, sanidade mental em meio às diversas
ocupando seu tempo e buscando e intensas a vidades profissionais,
controlar- se é que seja possível- toda hoje exercidas remotamente. Que tal
a sua energia latente. você experimentar?
As receitas da vovó saíram das
gavetas para uma produção
desenfreada, buscando conforto,
alegria, saudosismo e uma melhor
nutrição - ou não -, pois as pessoas
comem sem limites para preencher
u m va z i o q u e n ã o é fo m e . A
obesidade hoje já é tratada como
uma doença endêmica e está
associada, não somente à
alimentação, mas a um conjunto de
fatores que definem o es lo de vida.
Nesse estado de isolamento há uma
tendência a comer mais do que o
necessário, é preciso estar vigilante
Ficar em casa faz rever
processos, quebrar paradigmas,
rever dogmas, ressignificar
momentos, desenvolver a
inteligência emocional, o posi vismo
e a centralização. Por que não fazer
isso através do ato de cozinhar de
forma saudável, conhecendo novos
ingredientes e técnicas culinárias?
Confidencio que essa tem sido minha
 desenvolvimento humano

14QUALQUER UM
PODE EMPREENDER?

by Fernando Rocha

QUALQUER UM
PODE EMPREENDER?
Prezados Leitores!
Recebi a tarefa extremamente
di cil de responder a essa questão de
forma obje va; para isso, vou recorrer
a fatos e histórias vividas nos úl mos
dois anos.
Fato é que, se me fizessem a
pergunta em 2018, minha resposta
seria categórica: NÃO.
Mas, isso não significa que minha
resposta, hoje, em fevereiro de 2020,
seja um categórico SIM.
Quero fazer algumas
contextualizações para que,
mergulhando no que é empreender,
tenhamos juntos uma reflexão com
base na qual você re suas conclusões
no fim do texto.
Primeira reflexão: o significado
das palavras Empreender e
Empreendedor.
1. Empreender: conseguir ou
tentar fazer (algo muito di cil); tentar
empreender um trabalho
excessivamente perigoso.
2. Empreendedor: pessoa que
empreende/que decide fazer algo
di cil ou trabalhoso.
Algo muito interessante em uma
pesquisa sobre palavras é analisar
outros fatores e contextos que muitas
vezes não pensamos em nosso dia a
dia.
Para empreender, existem alguns
sinônimos muito interessantes:
Experimentar, Começar, Iniciar,
Executar e Resolver. escuta a va permite uma análise das
“dores” reais por que as pessoas
Para empreendedor, temos
passam para adquirirem
alguns antônimos, também
interessantes: Preguiçoso, Malandro
produtos/serviços; o empreendedor
atento irá se esforçar para desenhar
e Ocioso.
uma solução.
O certo é que o empreendedor
De outro modo, os antônimos
precisa ter o faro aguçado para
nos deixam certos de que a preguiça e
algumas coisas:
ociosidade não são caracterís cas de
1. Problemas! Como assim, ter um empreendedor; ter esses hábitos,
eu diria, já eliminam uma pessoa
faro aguçado para problemas? Sim, é
desta proposta de vida: ser
determinante, pois nos problemas
empreendedor.
estão as grandes oportunidades de
mudança, disrupção, quebra de MAS... Nem tudo está perdido!
paradigmas e eliminação do Status Quero convidá-lo(a) a fazer uma
Quo. breve reflexão comigo!
2. Pessoas! As pessoas são o Primeiramente, onde quer que
bem mais valioso que podemos ter na você esteja, pare por um instante,
vida. Fazer network, conhecer novas respire fundo e calmamente, expire o
pessoas, novas realidades, novos ar dos seus pulmões bem devagar!
pensamentos são fontes inesgotáveis Agora me responda a uma pergunta:
para iden ficação de necessidades Você teria capacidades para correr
da sociedade e, como
empreendedor, atuar para atender a
essas demandas.
3. Escuta a va! Esta prá ca é
determinante para se entender
amigos, clientes, consumidores,
chefes e as pessoas em geral. Ter uma
uma maratona?
Acredito que, com raras exceções,
poucos poderiam responder que SIM.
Dentro dessas exceções que
responderam SIM, muitos diriam
“posso, mas não quero”, ainda outros
diriam “sim, se for a Maratona de
Boston eu correria com o maior
prazer”, e haveria aqueles que diriam
“sim, está nos meus planos a maratona
de Londres deste ano, mas hoje não”.
E você, Fernando, teria
capacidades para correr uma
maratona? Minha resposta conteria
diversas outras questões:
1. Quanto tempo tenho para me
preparar?
2. Onde será a prova? O percurso
é plano? Qual o horário da largada?
3. Quantos postos de hidratação
haverá, ao longo da prova? Haverá
banheiro para uma possível
emergência?
4. Tem medalha/troféu, se eu
concluir?
5. Terá marcador de ritmo?
Quantos par cipantes terão para a
prova?
6. Quais as expecta vas para a
condição climá ca do dia da prova?
Qual será a estação do ano?
São diversos os ques onamentos
que devemos fazer para responder à
s i m p l e s p e r g u n t a “ Vo c ê t e m
ca p a c i d a d e s p a ra co r re r u m a
maratona?”
Outra pergunta que faço é:
“Qualquer pessoa pode correr uma
m a rato n a ? ” M u i to s afi r m a rã o
categoricamente que não! Outros
responderão categoricamente que
sim!
Qual dessas respostas estará
errada? Alguma delas está errada?
Nenhuma delas ou as duas?
Dificilmente chegaremos a uma
resposta.
Pa ra s e g u i r e s s e s e g u n d o
raciocínio, quero trazer a origem da
palavra empreendedor, que surgiu na
França, no século XVIII.
E nt re p re n e u r : A q u e l e q u e
assume riscos e começa algo novo!
Posteriormente, a palavra foi
levado para o Inglês:
Entrepreneurship: Aquele que
a s s u m e r i s c o s fi n a n c e i ro s n a
esperança de lucros.
Trago, para finalizar e refle r,
outro significado:
Empreendedorismo: vocação,
ap dão ou habilidade de
d e s c o n s t r u i r, d e g e r e n c i a r e
desenvolver projetos, a vidades ou
negócios
Fazendo um apanhado de toda a
nossa reflexão até aqui, faço mais
uma pergunta: Qualquer um pode
empreender?
Para chegar à resposta, eu faria
mais alguns ques onamentos:
1. Empreender é tentar fazer
algo muito di cil, por definição;
qualquer um está disposto a sair da
zona de conforto?
2. Empreender é correr riscos
financeiros na esperança de ter lucro
futuro. Qualquer um está disposto a
viver na esperança de lucros futuros?
Sendo assim, na maratona e no
empreendedorismo nem todos estão
dispostos a pagar o preço para correr
42 quilômetros, e está tudo bem.
Uma reflexão que sempre faço é
esta: o mundo não precisa ser
formado apenas de empreendedores
e de líderes. É fundamental que cada
um tenha o desejo de se
autoconhecer; existem pessoas com
qualificações técnicas maravilhosas e
que, entretanto, se elevadas a um
cargo de liderança poderão ter sua
paixão e suas capacidades de criação
prejudicadas. Da mesma forma,
empreender também pode ser
frustrante.
O Empreendedorismo é
efe vamente um chamado, uma
vocação que pode ser inata a uma
pessoa, mas que também pode ser
trabalhada; do mesmo modo que em
u m a m a rato n a , vo c ê p o d e s e
preparar com tempo para encarar o
desafio de empreender.
O grande detalhe é que nossa
sociedade, hoje hiperconectada,
poderá, enquanto você se prepara, já
ter criado a solução que você estava
imaginando.
 Diante de toda essa abordagem
que faço, quero ser honesto com
vocês. Até agosto de 2018 eu jamais
havia sonhado em ser um
empreendedor. Diversas pessoas,
incluindo minha esposa,
desacreditavam quando eu afirmava
que empreender não era para minha
pessoa.
Mas, como para uma maratona,
iniciei um processo de preparação, de
a u to co n h e c i m e nto e d e b u s ca
determinada por uma oportunidade
de empreender.
O divisor de águas foi o MBA
Branding Innova on, com meus
queridos amigos de turma – seria
injusto citar só um deles – e grande
parte dos professores do curso, dos
quais vou destacar os que despertaram
em mim a vocação para o
empreendedorismo: Dulce Regina,
Carla Link, Paulo More e Antonio
Roberto.
Ressalto, aqui, dois elementos
sobre os quais já falei anteriormente:
PESSOAS E ESCUTA ATIVA.
· Pessoas:
Nós cansamos de ouvir, nos
úl mos anos, a palavra mindset. Eu a
traduzo de uma forma muito simples
e prá ca: mudar o mindset significa
você entender que pode aprender
com QUALQUER PESSOA, ou seja,
você passa a assumir que o contato
com qualquer ser humano é uma
oportunidade de aprendizado. Dessa
forma, você elimina a ideia de que
para aprender algo você precisa ouvir
alguém que saiba mais que você.
O empreendedor precisa se
disponibilizar a acatar essa ideia. Vou
adicionar, por conta própria, dois
s i n ô n i m o s p a ra e m p r e e n d e r :
network e parceria. Empreender não
é ser o Super Man, não é ser herói.
Entender e iden ficar parcerias é
determinante para o seu sucesso
como empreendedor.
· Escuta A va:
Meu processo de empreendedor
começou por este mo vo: escuta
a va. Na empresa em que sou gestor,
iden ficamos alguns problemas
ligados à qualidade de atendimento,
reclamações, e ouvir consumidores e
o me permi u que eu iniciasse o
“intraempreendedorismo”. Criar uma
solução para esse problema, com as
seguintes condições: você não pode
contratar ninguém, você não pode
adquirir nenhum equipamento
tecnológico e não há ferramentas
para você usar como solução.
O intrae m pre e nde dorism o
iniciou aí: na escuta a va das dores
dos clientes!
Do intraempreendedorismo
nasceu, efe vamente, o
empreendedorismo impulsionado
pelas aulas do Paulo More .
Pode parecer banal, mas meu
primeiro empreendimento foi a
criação de conteúdo online via
Linkedin, abordando os temas de
Liderança e Customer Experience.
Aqui dedico uma atenção
especial a este conceito:
Empreendedor - pessoa que decide
fazer algo di cil ou trabalhoso.
Minha ro na era de enfrentar
três horas diárias de trânsito, jornada
de oito horas de trabalho, MBA; dar
atenção à esposa, a duas filhas, à
música (sim, sou violonista e tenho
esse compromisso também), além de
desenvolver uma visão de negócio
para empreender: trazer conteúdo
sobre a vida real de um líder que
deseja efe vamente sair da zona de
conforto e abraçar o Customer
experience como um modelo de
gestão para seu negócios. Como
disse, empreender é fazer algo di cil.
Foram várias horas da noite e
madrugada u lizadas para a criação
desse conteúdo. Valeram muito a
pena!
Esses ar gos abriram portas que
eu jamais imaginei que cruzaria.
F o r a m d i v e r s o s
reconhecimentos, na minha gestão,
por causa da mudança gerada na
equipe, decorrente do
intraempreendedorismo.
C o m o e m p r e e n d e d o r,
efe vamente me tornei colunista e
palestrante da primeira e maior
comunidade do Brasil sobre
Customer Experience os Amigos do
CX. Mais recentemente, fui
convidado para ser Head de
Conteúdo e consultor em estratégia
de marca, liderança e Customer
experience da Metamorphosis CX,
uma empresa de consultoria em
Customer Experience. Nessa empresa
os desafios estão apenas começando;
j u nta m e nte co m a E l l e n F ro ta
fundamos o CXnaReal, uma empresa,
também, de treinamento e conteúdo
sobre Customer Experience, na qual
atuamos com palestras, podcast e
canal no Youtube e demais redes
sociais.
Ouço, com certa frequência,
perguntarem-me: como é possível
fazer tudo isso? Da mesma forma que
este texto foi escrito, com muita
determinação- agora são 24h19min de
um sábado.
Para caminharmos para o
encerramento: Qualquer um pode
empreender?
SIM, qualquer um pode. Mas que
fique claro, não é mamão com açúcar.
Não é mel na chupeta. Exige
dedicação, muita dedicação!
Ao criar este texto, trabalhar a
diferença entre os termos
e m p re e n d e r, e m p re e n d e d o r e
empreendedorismo me fez pensar
muito na elaboração de uma resposta
conclusiva ao tulo do texto. Das três
palavras, o significado de a pagar o pre ço para se r um
empreendedorismo foi o que mais empreendedor?
me chamou atenção: VOCAÇÃO OU
Pra que, na resposta, o
HABILIDADE DE DESCONTRUIR...
autoconhecimento, seja honesto
Reconheço que a primeira consigo mesmo e responda de forma
desconstrução começa em nosso genuína e sincera: Eu posso ser um
interior e é a mais necessária. empreendedor?
Uma frase que me encanta diz:
“ Ev o l u a t a n t o q u e o s o u t r o s
precisarão conhecer você de novo.”
As pessoas que conheceram o
Fernando, em 2020, jamais
pensariam que eu já fui avesso ao
e m p re e n d e d o r i s m o ; h o j e n ã o
consigo me ver de outro modo que
não seja empreendendo.
Tenha um olhar singelo e honesto
com as pessoas, seja transparente!
Procure problemas para solucionar
de forma genuína! Pra que a escuta
a va com todas as pessoas; essa
prá ca permi rá que você encontre
oportunidades onde muitos só veem
murmuração.
Sim, é possível que qualquer um
seja empreendedor! Mas tem um
preço a pagar! Reformule a pergunta
para você mesmo: eu estou disposto
 desenvolvimento humano

15
UM OLHAR SOBRE O AUDIOVISUAL
NA ERA PÓS-DIGITAL E
A CONEXÃO COM ALGO MAIOR

by Giuliana Vivolo Aun


UM OLHAR SOBRE O
AUDIOVISUAL NA ERA
PÓS-DIGITAL E A CONEXÃO
COM ALGO MAIOR
Atuo em um ramo no qual, de uma
hora para outra, todos os profissionais
passaram a atuar: o Audiovisual. Nesse
contex to, desde um professor,
passando pelo médico, o mecânico, a
boleira, o lojista, o advogado, a
manicure, a especialista em finanças, o
youtuber, a influencer, só para traçar
um panorama geral, todos hoje
p ro d u ze m s e u s m ate r i a i s . S ã o
roteiristas, atores, produtores e
diretores de seus próprios conteúdos.
Nesse contexto, como fica o
profissional de audiovisual dessa nova
era? Primeiramente ele tem que se
reinventar, fazer cursos, inovar e
entender que a complexidade de um
estúdio com 30, 40, 50 e mais pessoas
irá diminuir, cada vez mais, e, para
alguns setores, deixará de exis r do
modo como acontece hoje. O que
puder ser produzido com uma equipe
reduzida, em prazo curto e com
conteúdo atra vo, mas igualmente
sedutor, mais sucesso e capacidade
de viabilização terá, inclusive
comercialmente falando.
Obviamente, superproduções de
filmes, séries, jogos, showbusiness
con nuarão tendo seus espaços, mas
as produções menores tendem a se
m u l p l i c a r, ga n h a r m e rc a d o s
específicos e não depender mais das
emissoras broadcas ng para
exis rem.
Alguns exemplos podem ser
mencionados: existem
comentaristas, humoristas, atores e
chefes de cozinha que trabalhavam
como convidados das grandes
emissoras e hoje possuem seus
próprios canais, não dependem mais
delas para aparecer e se destacar.
Desse modo, eles ganham mais
independência, conquistam marcas
inves doras que apostam
diretamente neles e são muito mais
l i v re s p a ra a p re s e n ta r o q u e
quiserem. A liberdade e a autonomia
são as grandes transformações que a
era digital, democrá ca e
compar lhada trouxe para nossos
dias. Contudo, cada um se torna
totalmente responsável pelo que
produz e dissemina nas redes.
Mesmo com a expansão das
produções caseiras, há um enorme
potencial para a área de áudio e
vídeo. Se em cada canto do mundo
existe alguém querendo fazer
negócio e se divulgar, de pequenas,
médias e grandes empresas, há uma
imensa oportunidade de se produzir
com qualidade técnica e editorial
para um público cada vez maior. Não
existem mais limites para esse setor;
será que vai ser possível convencer
aqueles que estão fazendo vídeos
domés cos e despretensiosos de que
eles devem inves r para se
sobressair? Esse é, sem dúvida, um
dos grandes desafios dessa área:
como con nuar exis ndo se um
celular com um microfone opera
muitas produções com pouco esforço
e capital muito menor?
Quando percebi, em mim, um
desejo de mudança, já que a dinâmica
no dia a dia, ao longo de dez anos,
nha-se tornado repe va e pouco
desafiadora, busquei novos
caminhos, que nunca haviam saído
do meu radar desde a faculdade. Só
estavam adormecidos. Afinal eu
cursei publicidade, além de rádio e
t e l e v i s ã o, fo q u e i m i n h a v i d a
profissional em uma emissora de TV
educa va e ve um reencontro com a
publicidade através do curso de
gestão de marcas. Esse curso deu
uma reviravolta na minha história,
desde a possibilidade de trabalhar
com marcas, com foco em pequenos
negócios, até amplificar a visão de
que toda gestão de excelência tem
estar focada nas pessoas, nos seus
desejos, necessidades, sen dos e
possibilidades. Todas as disciplinas
trabalhavam o humano como agente
elementar do sistema e a tecnologia
apenas como ferramenta. Tudo que
se imaginar que as máquinas
resolvem, só fará sen do se for para
ajudar a solucionar os problemas da
humanidade. Essa ideia está cada vez
mais disseminada, mas sinto que ainda
falta, nas organizações, inves mento,
foco e confiança nas pessoas; sair de
um plano ideal, das palestras e dos
organogramas e se tornar prá ca na
realidade co diana.
infinitos “eus”, eu com todos os
outros. O meu fortalecimento é
importante para aprender sempre e
sou convicta de que não faço nada
sozinha. Estou numa imensa rede e
tenho a missão de ser melhor para
mim e para os outros, em todas as
pontas e pontes desta vida.

Foi também nesse curso de

branding que trabalhei e passei a
inves r em autoconhecimento. Foi um
despertar de diversos potenciais: um
novo posicionamento na minha
empresa, passei a realizar parcerias de
novos projetos individuais, “vôos” com
locuções e atuações cênicas que não
ousava fazer antes, importantes laços
no âmbito profissional e de fortes
amizades. Através de uma dessas
intensas conexões, iniciei o
desenvolvimento de uma prá ca nova,
para mim, mas milenar como bene cio
à sociedade - a meditação. Com ela eu
conheci um olhar para dentro, para ser
melhor, para respirar melhor. Uma
d e s co b e r ta d e u m a p e rc e p çã o
fundamental do que é saúde: conectar
corpo, mente, emoções e espírito, e
não deixar os cuidados soltos, sempre
fragmentados e a cura incompleta e
capenga. Tudo está interligado, eu com
 desenvolvimento humano

16
COMO LIDAR COM AS MÍDIAS SOCIAIS EM
UM MUNDO EM CONSTANTE MUDANÇA?

by Herick Rocha

COMO LIDAR COM AS MÍDIAS
SOCIAIS EM UM MUNDO EM
CONSTANTE MUDANÇA?
Imagine viver em um mundo que
não seja conectado, cujo acesso à
informação seja restrito e di cil. Para
muitos é algo inimaginável, pois a
realidade atualmente é totalmente
outra. Nos dias atuais é bem comum, e
aposto que a grande maioria das
pessoas já se deparou com as
seguintes situações: rando uma foto
da comida antes de comer; chegando
em algum lugar, a primeira coisa que
faz é um check-in; a primeira coisa que
faz, ao acordar, é ver as no ficações no
celular; ou, até mesmo registrando um
momento ao invés de vivenciá-lo.
Esses são apenas alguns exemplos de
como a internet mudou hábitos, ro na
e a vida. Com a popularização das
mídias sociais e dos smartphones, hoje
já temos mais de um aparelho por
pessoa no mundo, e a tendência é que
isso aumente cada vez mais. Em um
mundo conectado e em processo de
evolução constante, grande parte das
pessoas têm dificuldade de
acompanhar as mudanças. Não é
preciso que fiquem bitoladas por
conta disso, mas também não é ideal
que sejam alienadas.
A rapidez com que essa evolução
comportamental vem acontecendo é
tão surpreendente que faz com que
mudanças significa vas e
inesperadas aconteçam como se
fosse algo corriqueiro e natural. Cada
nova geração que surge é mais
sedenta de mudanças e dessa
velocidade na evolução
comportamental. Um exemplo, é que
nossos avós jamais imaginariam que
poderíamos pedir comida, carro,
pagar contas e até arrumar
namorado(a) pelo celular; já a
geração atual não imagina viver sem
essas facilidades e nenhuma nova
tecnologia a assusta, pois as pessoas
se adaptam com extrema facilidade.
Mas não são apenas os jovens
que estão se adaptando; as empresas
de tecnologia estão cada vez mais
inovando e se aperfeiçoando para
suprir essa necessidade de
mudanças, e qualquer alteração
vinda desse meio afeta diretamente a
ro na, a forma de falar, pensar e agir.
Pessoas e marcas que ganharam
notoriedade nas mídias sociais
também são responsáveis por alterar
o comportamento da sociedade; são
inúmeros os casos de personalidades
que lançaram uma moda/tendência
que obteve projeção mundial. Há que
se ter muita responsabilidade, pois,
ao mesmo tempo que existem
pessoas que usam essa influência
para o bem, há quem, mo vado por
esse grande alcance, queira apenas
se promover e levar vantagem em
cima dos outros.
Com toda essa evolução, o
grande diferencial para uma marca,
seja ela pessoal ou profissional, é
estar bem consolidada para passar
pelas mudanças e se adequar às
novas tendências. Quando menciono
estar consolidada, refiro-me a um
posicionamento de marca bem
estabelecido, com iden dade verbal
e visual, com seus valores bem
esclarecidos e alinhados com sua
personalidade.
Ao pensar em iden dade verbal,
tenha em mente também qual é o seu
tom de voz e se você irá responder de
modo formal ou coloquial, no
feminino ou no masculino, em 1ª ou
3ª pessoa, do plural ou do singular.
Iden dade verbal, muito mais do que
apenas palavras que você usará,
reforça seu posicionamento e
transmite seus atributos. Por isso,
independentemente do canal, da
mídia social, ou de qual seja o ponto
de contato com seu cliente/parceiro,
sua iden dade verbal deve ser a
mesma e estar bem alinhada.
Falando um pouco sobre
iden dade visual, é necessário que as
pessoas, no primeiro momento que
têm contato com algo relacionado à
sua marca, já iden fiquem que aquela
é sua imagem. Se essa iden dade
visual for bem elaborada, mais do que
ficar na cabeça das pessoas, ela vai
passar atributos da sua marca, como
confiança, qualidade, entre outros, e
isso pode aumentar seu engajamento
e até a saúde da sua marca.
Esses dois fatores, iden dade
visual e verbal, podem ser
determinantes do sucesso, mas eles
devem ter base em seu público alvo,
pois diante de tantas possibilidades,
saber com quem você quer falar,
conhecer bem esse seu público, tanto
direto quanto indireto, o nicho e o sub-
nicho em que irá atuar, já será um
diferencial.
Essa possibilidade de se posicionar
como quiser, dizendo o que pensa e
sente de qualquer maneira,
“protegido” por uma tela, traz
segurança e poder ilusórios para as
pessoas, e pode ser muito prejudicial a
elas. Cada dia mais expostas e com
necessidade de se expor, pessoas
perdem o emprego, amigos, até
mesmo familiares por causa de
comentários e posicionamentos em
redes sociais. Logo, é preciso muito
cuidado com o que você está não sabem u lizá-las da melhor
produzindo de conteúdo, seja por maneira possível, como diria o
vídeo, foto, comentário ou qualquer filósofo Mário Sérgio Cortella: “Não
outra mídia. Da mesma forma, é de basta ter informação, é preciso saber
suma importância você avaliar o que o que fazer com ela”.
está consumindo, pois a
Diante dessa abordagem,
disseminação da informação, graças
devemos ter ciência de tudo que está
às novas tecnologias, é a grande
acontecendo, ficar antenados e
responsável pela audiência das
preparados para as mudanças. Não
famosas Fake News, além de ter
podemos ser alienados e achar que
provocado aumento de golpes nas
essa evolução não impactará nossa
novas mídias.
vida, pois, mesmo sem a nossa
O escritor italiano Umberto Eco vontade, em algum momento
foi enfá co em dizer que “As mídias teremos que encará-la e precisamos
sociais deram o direito à fala a legião estar prontos para isso. Havemos,
de imbecis que, anteriormente, porém, que ter cautela e bom senso
falavam só no bar, depois de uma taça no consumo de todas essas
d e v i n h o, s e m ca u s a r d a n o à informações; assim como tudo na
cole vidade. Diziam imediatamente vida, o excesso de Mídias Sociais
a eles para calar a boca, enquanto também pode trazer problemas.
agora eles têm o mesmo direito à fala
que um ganhador do Prêmio Nobel.”
O escritor é um dos principais crí cos
dessa disseminação exagerada da
informação. Até certo ponto ele tem
razão, pois o volume de dados criado
nos úl mos dois anos é maior do que
a quan dade produzida em toda a
história da humanidade, o que pode
representar que as pessoas têm
acesso a muitas informações, mas
 desenvolvimento humano

17
SORRIR – ALGO SIMPLES E
COM RESULTADOS EXTRAORDINÁRIOS

by Jane More

SORRIR – ALGO SIMPLES E
COM RESULTADOS
EXTRAORDINÁRIOS
“O sorriso é algo que vai além de
uma simples expressão facial.
É mais do que isto, vem de dentro,
vem da alma.”
Kennedy Assis
A essência do sorriso vai além do
que imaginamos. No campo da
psicologia, a concepção que a
expressão facial tem sobre as emoções
é chamada de “hipótese de feedback
facial” e essa expressão influencia a
experiência emocional.
A mente e o corpo interagem para
moldar nossa experiência consciente
de emoção.
A expressão emocional é um dos
meios de comunicação primordiais do
ser humano, sendo um recurso que
garante a própria sobrevivência.
Verdadeiro ou falso, amigável ou
assustador, o es lo não faz muita
diferença, o fato é que o sorriso
sempre serviu como forma de
comunicação e talvez a maneira não
verbal mais rápida e eficiente de fazer
contato.
Bene cios por trás de um sorriso:
é comprovado que sorrir mais nos dá
uma grande sensação de bem-estar,
pois, ao sorrir, liberamos endorfina
em nosso organismo, que é o
hormônio responsável por nos
proporcionar felicidade, bom humor
e prazer, e ao mesmo tempo combate
hormônios responsáveis pelas
sensações de estresse, como é o caso
do cor sol e adrenalina.
Ao todo, quando sorrimos, nova perspec va no campo da
trabalhamos simultaneamente 17 psicologia – a Psicologia Posi va ou
músculos do nosso corpo, o que “ Ps i c o l o g i a d o S o r r i s o ”, e o s
proporciona uma sensação de resultados ob dos demonstraram
relaxamento, livrando-nos da tensão
que sen mos de forma quase que
que o indivíduo que sorri mais e
cul va suas emoções posi vas agrega
imediata. para si melhor qualidade de vida, pois
fortalece seus recursos intelectuais,
Há um efeito benéfico para o
sicos e sociais.
nosso sistema cardiovascular, já que
sorrir relaxa as artérias, melhora o Isso não acontece somente de
fluxo sanguíneo e isso beneficia a maneira individual; no universo
reação imunológica. corpora vo, o sorriso espontâneo e
natural maximiza a credibilidade
Ou seja, sorrir é um verdadeiro
profissional, demonstra
remédio, capaz de aumentar a
recep vidade, promove melhores
autoes ma, melhorar
condições para o trabalho em grupo,
relacionamentos, fortalecer os elos
aproxima e atrai clientes, e influencia
que criamos com as pessoas ao nosso
diretamente no aumento da
redor, tornando-nos cada vez mais
sa sfação e produ vidade.
resilientes e com a inteligência
emocional bem desenvolvida. O seu estado de espírito é capaz
de transformar o ambiente em que
Mar n Seligman, professor da
você está inserido, portanto, cuide do
Faculdade da Pensilvânia,
seu sorriso e expresse o melhor de
comprovou cien ficamente os
você através dele.
bene cios de a tudes mais posi vas,
como é o caso do sorriso, e como elas
influenciam o ser humano em
direção ao equilíbrio sico, mental e
emocional.
O seu estudo deu origem a uma
 desenvolvimento humano

18
O HOME OFFICE E
A IMAGEM VIRTUAL

by Jaqueline Araujo

O HOME OFFICE E
A IMAGEM VIRTUAL
Quando a OMS, Organização
Mundial da Saúde, declarou, em março
de 2020, a pandemia de coronavírus,
não sabíamos exatamente o que isso
poderia representar em termos
prá cos. Dias depois, ao ter início a
quarentena no Brasil, passamos aos
poucos a assimilar isso em nossas
ro nas, basicamente através da
inclusão de normas de convívio não
pra cadas até então – o
distanciamento social, novos
protocolos de higiene e a adesão
irrestrita ao home office, ou trabalho
remoto. Mas a pergunta que ecoa em
nossas mentes e em conversas
(virtuais) é: até quando? Não tenho
conhecimento técnico suficiente para
analisar os dois primeiros, mas posso
afirmar que o home office,
defini vamente, fará parte do que vem
sendo chamado de “o novo normal”.
O Home Office existe desde
muito antes do que podemos
imaginar. A Revolução Industrial
marcou a ida dos trabalhadores para
as fábricas, mas, até então, era
corriqueiro ter-se uma loja ou oficina
no térreo e morar no andar superior
ou no fundo das casas. Com o avanço
da tecnologia, as pessoas
entenderam que poderiam, sim,
trabalhar de casa e em muitos lugares
isso já era prá ca-comum. No Brasil, o
que mais víamos era um dia na
semana de flexibilização para o home
office, mas com o isolamento social e
a impossibilidade de se manter
trabalhos não essenciais, não houve
outra saída senão aderir ao trabalho
remoto. E o que nossa imagem tem a
ver com tudo isso?
Não existe uma dissociação de
nossa iden dade e nossa imagem.
Enquanto a iden dade é algo
acessível apenas a cada indivíduo,
nossa imagem é formada a todo
momento, sempre que temos uma
interação com qualquer pessoa, seja
presencial ou virtual. Muitas pessoas
já estavam acostumadas a ouvir esse
termo e entender suas implicações,
há tempos. Em meus treinamentos,
sempre demonstrei a importância do
cuidado com a imagem virtual que,
até então, estava presente em nossas
manifestações nas redes sociais,
trocas de mensagens por aplica vo e
envio de e-mails. Mas na quarentena
nossa imagem virtual foi colocada à
prova e tem gerado no mínimo
desconfortos entre empregadores,
funcionários e colegas. O mo vo? A
quan dade gigantesca de reuniões,
treinamentos e ligações (os “calls”)
que u lizam aplica vos com
exposição de nossa imagem e do local
onde estamos. Mas quais seriam os
novos cuidados impostos por essa
condição?
1. Preparar-se para o trabalho
con nua sendo primordial
Home office não significa acordar
e abrir o notebook na cama, ainda de
pijama. Enquanto os dress codes
podem - e devem - ser flexibilizados,
colocar uma roupa adequada ao
trabalho e pentear o cabelo irá, senão
impactar posi vamente na
autoes ma e no desempenho de
quem se arruma, no mínimo
demonstrar respeito com quem está
do outro lado da câmera. A roupa do
home office requer conforto e
adequação. A decisão de se arrumar
a p e n a s d a c i n t u ra p a ra c i m a
demanda um esforço ainda maior de
se lembrar desse fato ao ter que se
levantar durante a reunião para pegar
algo. Nada do que eu menciono aqui
é lenda ou suposição! Em menos de
dois meses já v e m o s vá r i o s
exemplos de colaboradores que
foram repreendidos pelos chefes
porque – acredite - estavam de
pijama, e outras tantas pessoas de
saia justa, por mostrarem mais do
que gostariam, ao se levantar da
cadeira antes do fim de uma ligação.
2. Estar atento ao seu cenário e
entorno
 O home office imposto durante a
quarentena trouxe com ele a questão
da vulnerabilidade. Muitas pessoas
não têm com quem deixar seus filhos
o u a n i m a i s d e e s m a çã o, q u e
precisam de cuidado e atenção.
Interrupções podem acontecer com
qualquer pessoa, a qualquer
momento, e isso só nos torna mais
humanos! Porém, essas interrupções
não devem impossibilitar o trabalho.
Escolher o melhor horário também faz
parte dessa nova car lha, assim como
saber lidar com imprevistos de
maneira equilibrada.
Além disto, precisamos entender
que o cenário em que estamos nestes
momentos também diz muito sobre
nós. Não vemos tempo de nos
preparar para um escritório formal em
casa, mas precisamos considerar se os
livros, o quadro ou qualquer que seja a
decoração de fundo estão dentro do
que queremos transmi r, ou se ainda
não vai gerar mais interesse do que o
conteúdo de nossa fala. Na dúvida,
opte por uma parede neutra. E não se
esqueça de garan r que sua conexão
não irá deixá-lo na mão, na úl ma
hora!
3. Cuidado com a postura
A altura da cadeira, da mesa e do
notebook não são apenas questões
de saúde. Sentar-se escorregado na
cadeira pode demonstrar desleixo,
falta de interesse ou de atenção.
4. Cuide de sua aparência e
expressões
Claramente, nosso rosto é o que
temos de maior exposição, neste
momento, seja para pensar em ves r
algo que nos valoriza, como nossas
melhores cores ou um acessório
interessante, seja para transmi r o
que sen mos através de nossas
expressões faciais. Não é fácil, mas
este é um momento de estarmos
mais atentos às caras e bocas que
tanto fazemos no dia-a-dia. Pelo
menos agora podemos nos observar
no vídeo. Sobre o que usar, uma
camisa ou blusa normalmente basta.
Na dúvida, opte por cores lisas, que
realcem sua beleza natural. A
iluminação também é um
componente importante. Se puder
estar próximo de uma janela, procure
se posicionar de frente ou no máximo
de lado para sua luz. Se não ver essa
possibilidade, vale pensar em inves r
nos ring lights.
5. Evite barulhos
Sons de digitação, amassar papel
ou ecos ficam amplificados no vídeo
ou telefone. Acessórios barulhentos,
como pulseiras ou brincos, também
não ajudam. Em alguns casos, vale
deixar seu áudio mudo em alguns
momentos, se for o caso. Mas,
defini vamente, não fale ao telefone
do banheiro – o som é inconfundível!
6. Cuidados pessoais
Embora não seja estritamente
necessário estar maquiada, no caso
das mulheres, estar com o visual em
dia sempre irá depor ao nosso favor.
Na quarentena, não podemos
frequentar salões, mas unhas curtas
e limpas (elas sempre acabam
aparecendo) e um cabelo limpo e
penteado não devem ser esquecidos.
Para as mulheres que lutam contra os
fios brancos aparentes, há opções de
maquiagem em spray removível à
venda online, em farmácias e lojas de
cosmé cos enquanto não chega o dia
da ntura. E jamais acredite que este
é um momento ideal para checar se
sua pele está em dia com uma
limpeza – já houve o caso de um
par cipante espremer espinhas
durante uma reunião.
7. Atenção e presença
Mais do que nunca, estar atento
e 100% presente é fundamental. O
canal virtual, por si só, traz uma
dificuldade maior de transmi r
empa a, atenção, cuidado, ou seja,
procure não fazer outra a vidade
durante as reuniões online, como
conferir o Whats App ou mesmo
comer. Se poderá ficar com fome,
cer fique-se de fazer um lanche
antes.
8. Autoconhecimento
O autoconhecimento é um
inves mento que sempre trará
incalculável retorno; nossa aparência
e comportamento nos denunciam o
tempo todo! Não será hora de
aprendermos a u lizar mais
ferramentas para causar as sensações
e percepções que gostaríamos? Não
s e rá h o ra d e a p r e n d e r m o s a
transmi r quem verdadeiramente
somos através de nossa imagem, seja
ela presencial ou virtual?
 Este ar go não se dispõe a ser um
manual com respostas prontas, mas,
quem sabe, refle r mais sobre as
marcas que deixamos nos outros
também não possa se tornar “o novo
normal”.
 desenvolvimento humano

19
POR QUE NÃO CONSIGO ARRUMAR
MINHA VIDA FINANCEIRA?

by João Henrique Ribeiro


POR QUE NÃO CONSIGO
ARRUMAR MINHA VIDA
FINANCEIRA?
Na maioria das conversas que
tenho – e olha que tem muita gente
que me procura para falar sobre
finanças pessoais –, uma queixa
recorrente é justamente referente à
dificuldade de se arrumar a vida
financeira. O que eu quero aqui, neste
texto, é listar os principais mo vos,
tudo aquilo que contribui para a
bagunça, e, muitas vezes, o caos
financeiro em que boa parte dos
brasileiros vive hoje.
A culpa é da crise
Uma das técnicas que u lizamos é
d e vo l ve r a p e rg u nta a o n o s s o
interlocutor, com uma provocação. A
ideia é provocar a reflexão, que é um
dos caminhos muito eficazes para o
autoconhecimento e que também nos
ajuda a perceber como ele, o outro, se
percebe com relação ao dinheiro.
É b a sta nte co m u m q u e a s
pessoas coloquem a culpa na crise
que o país atravessa. É verdade que a
situação de algumas pessoas se
deteriorou por causa da crise, do
desemprego, da inflação. Mas boa
parte das pessoas nunca teve
organização em suas finanças.
Mesmo em momentos em que
estavam empregadas e ganhando
bem.
Então, a reflexão aqui para você,
caro leitor, é justamente essa. A crise
é a única culpada? Em outros
momentos da sua vida você teve
t ra n q u i l i d a d e o u o rga n i za çã o
financeira?
Nossa experiência mostra que a
crise é apenas um elemento a mais
no caos financeiro que muitas
pessoas atravessam.
Para onde vai seu dinheiro
O próximo e muito importante
passo para compreender como você
chegou até este momento financeiro
da sua vida é refle r se você sabe
exatamente para onde vai seu rico
dinheirinho. Muitas pessoas sabem,
em linhas gerais, com o que gastam,
mas não têm controle no detalhe.
Sempre pergunto para meu
interlocutor se ele já teve aquela
sensação de ter uma nota de R$ 50 ou
R$ 100 na carteira, gastar R$ 3 ou R$ 4
com um cafezinho, por exemplo, e
depois parecer que o restante do
dinheiro – que era a maior parte –
simplesmente ter sumido. A cabeça
d o m e u i nte r l o c u to r s e a g i ta
nervosamente em sinal afirma vo.
Parece que ao “abrir” uma nota
grande, o dinheiro cria asas e some.
Essa é a importância de controlar
os detalhes das despesas. Se ver o
hábito e a disciplina de anotar tudo o
que gasta, cada centavo de real,
garanto que você vai levar um susto
no final do mês. As pequenas
despesas despercebidas viram um
montante considerável, no final de
um mês ou de um ano.
Lembra-se do ditado “O diabo
mora nos detalhes”?
O an doto?
Controle, disciplina e uma boa
fe r ra m e nta . E x i ste m d i ve rs a s
soluções disponíveis na Internet, que
podem ser acessadas facilmente de
qualquer lugar, ou ao menos um bom
aplica vo para o celular, haja vista
que, hoje, sempre estamos com
nossos smartphones à mão, não é
mesmo? Logo depois de uma compra
ou despesa, saque o todo poderoso
do bolso e anote.
O ideal é que essa ferramenta já
contenha algum po de
categorização e que você já atribua
aquela despesa a uma categoria, para
que saiba quais são as que estão
consumindo seus recursos.
Sugerimos aqui seis categorias
que englobam pra camente todas as
despesas que fazemos no dia a dia.
São elas:
 . Necessidades essenciais
. Tranquilidade financeira
. Fazer pelo outro
. Diversão
. Compras de longo prazo
. Desenvolvimento pessoal
Mas, como saber quanto gastar
em cada categoria?
Está aqui uma resposta que faz
toda a diferença na sua vida financeira:
depois de controlar suas despesas por
uns 2 ou 3 meses, você conhecerá seus
padrões de comportamento
financeiro, por onde tem ido seu
dinheiro e com o que tem gasto seus
recursos.
Se você transformar tudo em
percentual, verá que parte vai para
suas necessidades essenciais – aquelas
despesas sem as quais sua vida fica
mais di cil ou até impossível; parte
será gasto com diversão de um modo
geral – o cinema, o chopp ou balada, o
churrasco de fim de semana e assim
por diante; uma parte vai para as
c o m p ra s q u e v o c ê d e v e rá t e r
planejado com alguma antecedência
– a compra de uma TV ou celular
novos, a troca da geladeira, a
prestação da viagem de férias etc.;
outra parte que você pode
discriminar (ou ao menos deveria) diz
respeito às despesas com seu
desenvolvimento pessoal – o curso de
inglês ou informá ca, a terapia ou
academia, a compra de um livro
técnico são exemplos dessa parte das
despesas.
Idealmente, na nossa
metodologia, você deveria ter gasto
algum dinheiro, de alguma forma,
ajudando alguém – aquele estagiário
que precisa de um papo sobre sua
carreira, um amigo que passa por
dificuldades e quer conversar, ou,
ainda, despesas que você tem
quando leva aquela a idosa para
almoçar - com o propósito de fazer o
bem.
Pode ser que você encontre
despesas que não se enquadram em
nenhuma categoria: aquela compra
do fone de ouvido que você nem
precisava, mas deu uma vontade de
comprar; aquele sapato novo da
coleção que acabou de sair ou ainda
aquele que acabou de entrar em
promoção, mesmo que você nem
es vesse pensando em comprá-lo
naquele momento. Sim, meu amigo
ou amiga leitora, estamos falando das
famigeradas compras por impulso.
Impulso que não impulsiona
Você sabia que as compras por
impulso representam algo como 1% a
3% de todas as compras que fazemos,
mas que o dinheiro gasto com elas
pode chegar a 25% da nossa receita?
Pois é. Comprar por impulso pode ser
um dos mo vos que estão
bagunçando suas finanças pessoais. É
o po de despesa que só impulsiona
seu endividamento.
Não estamos falando, aqui, para
você deixar de comprar algum item
pelo prazer de comprar. O que
estamos propondo é que esses gastos
também sejam pensados,
planejados.
Quem se prepara não se
preocupa. Se você reservar um
dinheiro para essas compras, você
pode escolher quando fazer e o que
comprar. Mas não será surpreendido
pela fatura do cartão, que fugiu do
controle.
Fácil falar, di cil fazer
Pode ser que a essa altura você
esteja falando exatamente isto: “é
fácil falar ou escrever essas coisas;
aposto que ele não faz; ainda que
faça, ele não está na minha pele para
saber como as coisas são por aqui!”
Acredite, amigo ou amiga leitora,
eu já es ve bem aí, com as contas
desequilibradas ou desajustadas,
nesse caos que talvez você esteja
vivendo, e sem saber por onde
começar.
Antes de mais nada, cuidado com
os sabotadores! Você pode ter
zilhões de desculpas para não
começar a organizar sua vida
financeira. E são desculpas mesmo!
Desde a falta de tempo, que vem
junto com o pensamento: “quando
esse cara imagina que vou ficar
a l i m e nta n d o p l a n i l h a s o u u m
aplica vo de celular com as minhas
despesas? Trabalho 15 horas por dia e
não tenho tempo pra nada!” Típico
sabotador de tempo. Se você criar o
hábito de lançar suas despesas
quando elas acontecem, não gastará
mais do que alguns segundos para
atualizar. Aposto que você gasta bem
mais o que isso no WhatsApp, por
exemplo. E, convenhamos, nem
sempre com coisas úteis.
Q u e r ve r o u t ro s a b o ta d o r ?
“Nossa, que cha ce ficar fazendo
contas e olhando para planilhas. Aliás,
eu nem sei muito bem como isso
funciona. Isso não é para mim!” Este é
o sabotador da dificuldade. E, mais
uma vez, digo que é apenas uma
questão de hábito, de querer fazer.
Poderia ficar listando outros
tantos sabotadores.
Mas o que eu gostaria, por agora, é
ajudá-lo a perceber como os
sabotadores funcionam. É como uma
voz bem baixinha que começa a
conversar com você e tenta impedi-lo
de fazer algo novo. Não estou falando
apenas de finanças pessoais. Repare
como essa voz interior vive lhe dando
conselhos ou desencorajando você de
fazer algumas coisas. Pois bem, essa é a
função dela.
Alguém soprou no meu ouvido
Essa voz tem a função de evitar
que você se afaste da sua zona de
conforto. Fazer o que você está
acostumado a fazer é bem mais
seguro. Essa voz quer proteger você.
Não brigue com ela...
O legal é que você pode mostrar a
ela que novas coisas, novos hábitos
podem ser tão seguros, e ainda gerar
bene cios enormes para sua vida.
Então, vença a inércia! Diga à voz que
você agradece pela preocupação,
mas que só dessa vez você vai tentar.
E faça!
Anote as despesas, invista um
tempo para olhar suas contas todos
os dias, compare com o que deveria
estar gastando e aprenda a se
conhecer.
Passados alguns dias, e com
alguns resultados posi vos do novo
comportamento, esse novo hábito se
tornará ro neiro, de tal modo que,
quando você deixar de fazer, a tal voz
sussurrante vai lembrá-lo: “você não
está esquecendo de nada?”
Essa é uma das maneiras mais
e fi c a ze s d e i n s ta l a r u m n o v o
comportamento. Insista!
Ah, para reconhecer esses
sabotadores, desconfie das verdades
absolutas que o guiam. Não tenho
tempo. Não sei fazer. Vou deixar para
outro dia, e outras mais.
O próximo passo: ajustar
Pois bem. Você já se convenceu
de que a crise não é a única culpada.
Já sabe que parte da
responsabilidade é sua e que precisa
vencer a inércia. Já baixou um
aplica vo e está controlando suas
despesas no detalhe. Parabéns! Olhe
quanta coisa você já fez para arrumar
sua vida financeira. Falta só ...
arrumar! Vamos lá?
Ajustes não são restrições.
Nosso cérebro não gosta de
restrições, de privações. Ele vai tentar
demovê-lo de qualquer ideia que seja
restri va, porque ele acha que
“vocês” vão sofrer. E ele não quer
isso.
Mas quem falou em restrição?
Ajustes são correções que fazemos
em várias áreas da nossa vida, para
termos ganhos, bene cios e
melhorias.
Se você par r dessa ideia e se
convencer dela, aceitará os ajustes
como uma etapa de correção, com
enormes ganhos posteriores.
Uma ideia importante que você
deve aceitar é a de que pagar juros
não é saudável, não faz bem e, no
longo prazo, pode lhe trazer grandes
complicações. Então, um ajuste
necessário para melhorar sua vida é
parar de pagar juros.
Aqui vão algumas dicas para
auxiliá-lo nesse processo.
Como você já tem controle dos
seus gastos, pode (re)ver todas as
despesas que fazem que o levam a
pagar juros; nesse caso, valerá a
pena:
a) Renegociar – bater na porta
do credor e solicitar redução dos
juros, afinal as taxas estão caindo.
b) Trocar por uma despesa que
não cobre juros ou que tenha juros
mais baixos – se a dívida está em um
banco ou é um emprés mo, ou ainda
cartão de crédito, troque a dívida. O
cheque especial e o cartão de crédito
estão entre as taxas mais altas. Um
emprés mo consignado, por exemplo,
oferece taxas menores. Pegue este
úl mo para pagar os primeiros.
c) Momentaneamente, reduzir
suas despesas com diversão, com
compras de longo prazo ou
desenvolvimento pessoal, para se
livrar rapidamente dos juros – aqui
estão alguns ajustes.
Para cada categoria, você deve
fazer a seguinte análise, por exemplo:
quais despesas com necessidades
essenciais podem ser alteradas? Eu
preciso do plano atual de celular ou TV
a cabo? No extremo, e dependendo de
sua situação financeira, você pode
chegar à conclusão de que não precisa
ou não deve morar onde mora, que
pode fazer ajustes nesse item,
também. Eu mesmo sempre faço essas
análises. Mesmo quando a situação
não é de desequilíbrio. Porque o
obje vo é ter tranquilidade financeira.
Então, fazer ajustes deveria se tornar
um hábito.
Que tal trocar a diversão atual por
algo mais em conta? Às vezes, um
piquenique no parque vale mais do
que um passeio no shopping ou uma
tarde de compras. Acredite!
Como arrumar sua vida
financeira?
A resposta é simples, mas não é
rasa. Em outras palavras, dá trabalho,
porque envolve autoconhecimento e
as pessoas não estão muito
acostumadas a olhar para dentro de
s i . Pa s s a p o r c o nv e n c e r- s e a
promover mudanças de hábitos e
comportamentos. Passa por reflexões
sobre es lo de vida e consumo. E
passa por ajustes, pelas conversas
i nte r n a s , p e l a co n s c i ê n c i a d a
necessidade de mudanças.
Falando assim, parece complexo,
di cil e até meio assustador. Deixe-
me melhorar as coisas.
1. Tenha a disciplina de controlar
suas despesas no detalhe. Escolha
uma ferramenta para isso.
2. Compare como suas despesas
estão hoje em relação a como
d e ve r i a m s e r p a ra l h e t ra ze r
tranquilidade financeira. Existem
muitas metodologias para isso. Nós
temos uma que é sensacional!
Convido você a conhecer nosso site.
3. P ro m o v a a j u s t e s . O n d e
houver desequilíbrio, mude. Não é
restrição. É ajuste, e isso é muito
bom!
4. Pare de pagar juros, ou tente
diminuir o que paga. O obje vo é
parar de pagar juros o quanto antes.
Comece a recebê-los! O dinheiro
precisa trabalhar para você!
5. Planeje as compras por
impulso. Parece contraditório, pois,
se são planejadas, não deveriam ser
impulso! A ideia aqui é estar
preparado, com dinheiro no bolso,
para quando quiser comprar algo fora
do comum.
O caminho é a mudança de
comportamento financeiro. Não se
trata de ganhar mais ou gastar
menos. Trata-se, isso sim, de fazer
melhores escolhas, de preparar-se. O
problema da falta de dinheiro, por
incrível que pareça, não reside no
bolso. A dor no bolso é consequência
e não a causa!
 desenvolvimento humano

20
GESTÃO DE PESSOAS:
COMO LIDAR COM MUDANÇAS?

by Luiz Garcia

GESTÃO DE PESSOAS:
COMO LIDAR COM
MUDANÇAS?
Hoje é dia 28/04/2020 e posso
afirmar que nesses úl mos 45 dias,
devido à pandemia e ao isolamento,
meu modo de trabalho, gestão e
relacionamento com meu me/pares
mudou muito.
Desde o dia 10/03 estou
trabalhando remota e intensamente.
Foi bem di cil a adaptação,
principalmente nos primeiros dias, por
não ter costume de trabalhar de casa e
ainda ter que cuidar dos filhos, pois a
escola deu férias de 30 dias. Como se
adaptar a esse novo cenário, definir o
melhor modelo de gestão com o
me/regras de trabalho e convivência
co m a fa m í l i a e m ca s a ? E s s a s
perguntas foram essenciais para
definir o meu planejamento e criar
ro na, comigo, minha família e com
meu me.
A p r i m e i ra c o i s a fo i c r i a r
disciplina e fazer acordo com o me e
família, tais como, tomar banho logo
cedo, “ rar o pijama” (risos), definir
local de trabalho confortável,
silencioso, agendar call diário com o
me e definir ferramenta de trabalho,
o Microso Team. Em relação às
chamadas, o combinado foi manter
contato visual, ou seja, deixarmos a
c â m e r a d o Te a m s l i g a d a ,
principalmente para manter
aproximação, como uma forma de
perceber que todos estão juntos e
trabalhando, de se manter mo vado,
de sen r e transmi r segurança.
Outros acordos importantes com
o me: paralisar as a vidades por
volta do meio-dia e retornar às 14
horas, para que as pessoas consigam
preparar o almoço da família; call relações de trabalho. Não está sendo
semanal, com cada membro da fácil, porém, tenho certeza de que
equipe, para falarmos de assuntos vamos sair fortalecidos e mais unidos.
diversos, ao qual denominamos A pergunta que fica: como vai ser a
“Hora do Café”, e posso afirmar que
tem feito a diferença, principalmente
volta? Tenho certeza, também, de
que a forma de trabalhar vai mudar,
como forma de acolher as pessoas,
ajudar a gerenciar ansiedades e
irá forçar as empresas a adotarem
novos hábitos e repensarem os
p re o c u p a çõ e s , co m c l a reza e modelos de negócios e gestão. Na
transparência nas conversas sobre o minha visão, fica claro que o modelo
cenário, e, ainda, para diminuir a de gestão tradicional irá reduzir
sensação de distanciamento; sempre dras camente, ganhando cada vez
que possível, fazemos intervalos mais espaço a forma de trabalhar
entre uma reunião e outra, para através de Squads que promoverão o
tomar café/água e movimentar o empoderamento dos mes, darão
corpo. maior autonomia para tomada de
decisões, definição de prioridades,
Em relação aos meus pares e
tudo alinhado, certamente, com os
gestores, diariamente nos reunimos obje vos macros da empresa.
ao final do dia para comentar sobre as
evoluções das a vidades, pontos de
atenção do negócio, alinhamento e,
principalmente, as preocupações
individuais com cada membro das
equipes. Esse momento com os pares
tem fortalecido muito o
re l a c i o n a m e n t o, a e m p a a e
amizade.
Esse período tem proporcionado
diversas reflexões, angús as e nos
tem feito repensar sobre a forma e
 desenvolvimento humano

21
COMO O STORYTELING IMPACTA
A MARCA NO MUNDO ON E OFF?

by Marcos Hiller

COMO O STORYTELING
IMPACTA A MARCA NO
MUNDO ON E OFF?
Vivemos, hoje, em um mundo
conectado e norteado pela constante
interrupção. Ao mesmo tempo em que
estamos hiperconectados, somos
interrompidos, a todo momento, por
histórias, toques, no ficações, pop-
ups, sirenes e alarmes. Estamos em um
mundo veloz, sinté co e ansioso,
regido, agora, por 280 caracteres.
Concentrar-se por mais de 20 minutos
em uma única a vidade é tarefa para
poucos. Os jovens, ou os chamados
na vos digitais, só conseguem ser
cria vos com 32 abas abertas em suas
telas, com a TV ligada, passando o
dedo pelos Stories do Instagram,
jogando e com Spo fy no ouvido. Eu,
que nasci no de 1978, sinto-me meio
privilegiado, pois nasci em uma era
analógica e estamos migrando para
uma era mais digital. Essas novas
gerações de jovens já nasceram
d e n t ro d o p ro c e s s o d i g i ta l e
incorporam plenamente essas
tecnologias, e as colam ao corpo
como um elemento a mais de suas
roupas: calças, jaquetas e mochilas
são fabricados com lugar para o
celular. A moda faz com que a
corporabilidade abrigue as
tecnologias. Quando chego diante da
porta de um shopping e ela se abre
sozinha, ou quando abro meu carro
como o botãozinho e o bip do
chaveiro, não é o chaveiro que está
abrindo a porta, é meu corpo, é uma
extensão do meu braço, como se eu
fosse Anakin Skywalker, provido de
uma força sobrenatural.
Estamos entrando de forma
contundente numa nova cultura do
espetáculo, em uma nova
configuração da economia,
sociedade, polí ca e vida co diana,
que envolve novas formas culturais e
de novos modelos de experiência. “A
chamada era da informação é, na
realidade, a era do excesso de
informação”, disse, com muita
serenidade, o professor e filósofo
Paulo Vaz, pesquisador da UFRJ, há
10 anos. Nosso cérebro e nossa
cognição simplesmente não dão
conta de tamanho volume de
informação que nos tenta impactar
por dia. Por exemplo, um exemplar da
edição de domingo do The New York
Times contém mais informação do
que a absorvida ao longo da vida por
um indivíduo culto no século XVIII.
Todo o tempo estamos diante de
telas sensíveis ao toque, de painéis
futuristas, de tecnologias touch-
screen, e entramos no epicentro da
era do consumo simbólico e na era
das histórias. Vive-se em um mundo
de histórias que se iniciam e não
finalizam, e cada vez mais interligado
por intercâmbios de uma natureza
essencialmente mercadológica.
Todos os lugares se convertem em
espaços de compra e venda. As
sociedades vivem hoje um processo
de reorganização, sobretudo no
âmbito cultural, social, econômico e
polí co, e fica muito evidente como
esses fenômenos tecnológicos, como
a explosão de redes sociais, por
exemplo, aceleram a dinâmica das
relações - posso postar tudo que eu
quiser, onde eu quiser, na hora que
quiser e, claro, contar ou consumir a
história que eu quiser. Não queremos
mais estar sucumbidos na
impessoalidade da massa, pois agora
cada um de nós quer estar conectado
apenas com pessoas e marcas que
ajam como nós e que nos ofereçam
boas histórias. Estamos inseridos no
chamado Turbocapitalismo, uma
saborosa mistura de Blade Runner
com uma medida de Jetsons, com 2
xícaras de Segredo do Abismo, 3
colheres de Avatar, uma pitada de
Matrix e um toque final de Avengers.
E é dentro desse contexto dinâmico,
não-linear, incompleto, mutável,
hesitante e veloz que devemos criar
histórias sobre a nossa marca, tanto
no mundo on quanto no off.
Vive-se hoje em um verdadeiro
universo de ficção cien fica, em que
as máquinas falam e os homens se
comunicam (entre si e com as marcas)
por meio de próteses ar ficiais - disse
certa vez Lucien Sfez, um pres giado
teórico do campo da comunicação.
Conversamos com as marcas. Marca é
gente, hoje em dia. Relacionamo-nos
com empresas, gostamos de algumas
marcas, e não gostamos de outras. As
marcas são astutas e criam “personas”
para conversar conosco. Seja o
pinguim do Ponto Frio quando tudo
era mato no Twi er, seja a charmosa a
simpár ca Magalu hoje em dia. Nesse
sen do, a marca contar histórias
torna-se uma das estratégias mais
f u n d a m e nta i s . M a rca s co nta m
histórias para a gente, há décadas. Essa
ficha caiu para os redatores de
agências e marqueteiros há anos. O
fato é que contar histórias sobre uma
marca é tá ca discursiva que faz com
que a mensagem seja mais bem
recebida, capturada e memorizada.
Simples assim.
Com números de vendas
exponenciais, os chamados gadgets
como smartphones, tablets, laptops
e tc . ra p i d a m e nte s e to r n a ra m
indispensáveis na vida atual e se
tornam um dos principais espaços para
consumirmos boas histórias. Erick
Felinto, um aclamado teórico da
comunicação, professor da UERJ,
obser vou que quando alguém
compra um iPhone, por exemplo, está
não apenas adquirindo um aparato
tecnológico, como também
vivenciando certo es lo de vida
(digital) e se inscrevendo num
imaginário tecnológico que enfa za
as ideias de inovação, elegância e
dis nção econômica. A compra de
um iPhone nos ajuda a contar
histórias, ou seja, ajuda-nos a contar
para o mundo quem somos, quem
não somos e quem gostaríamos de
ser. O iPhone, por meio de sua
publicidade, conta uma história
muito sexy para a gente. Felinto usou
o exemplo do iPhone, mas podemos
citar quaisquer outras marcas como
Heineken, Ne lix, Facebook, Nestlé,
Gille e, Instagram, Melissa, Adidas,
Trident, Shell e tantas outras que nos
ajudam a construir essas narra vas
em nosso dia-a-dia. E é por meio do
consumo de marcas no dia-a-dia que
construímos nossa iden dade, nosso
es lo de vida e o nosso estar no
mundo. Desse modo, entende-se que
as iden dades são fortemente
moduladas pelo aspecto simbólico
das marcas de bens de consumo aos
quais se tem acesso. música, filmes; consumimos modos
de ser, es los de vida; consumimos a
A marca se torna algo amplo e
vida das outras pessoas. Consumimos
complexo. E ao analisarmos o nosso
redes sociais online boa parte de
redor, a nossa vida, a atual cena
nosso dia; ao passarmos o dedo por
digital e forma como nos
melines de Instagram e Facebook,
relacionamos com marcas e,
por exemplo, estamos ali
sobretudo, as nossas onipresentes
consumindo narra vas de marcas e
melines, passamos a perceber os
de pessoas, e criando, ali, jogos
fenômenos do consumo como uma
discursivos envolventes que nos
série de comportamentos que
i n s c r e v e m n o s m a i s d i v e rs o s
coletam e expandem, no âmbito
imaginários. E, claro, ali consumimos
privado dos es los de vida, as
marcas. Consumimos a sensação de
mudanças culturais da sociedade em
pessoas ao consumirem coisas.
seu conjunto, pois, por intermédio da
Quando consumimos uma obra de
narra vas do consumo, nós
arte, consumimos o rastro do gesto
reparamos e reconfiguramos nossos
do ar sta, disse Arnaldo Antunes em
modos de ser e de estar no mundo.
seu mais recente documentário
Claro que as marcas sabem nos
autobiográfico no Ne lix. Eu amei.
seduzir com suas histórias e criam
Assista!
elementos essenciais em todo esse
processo. E quando digo consumo,
aqui, não me refiro apenas a
consumir coisas tangíveis, ou à
compra de mercadorias.
Consumimos o tempo todo,
consumimos coisas, sim, também,
claro. Consumimos um sapato, uma
bolsa, mas consumimos também
Ne lix; consumimos uma viagem
(nossa ou de terceiros); consumimos
histórias, narra vas, um fes val de
 desenvolvimento humano

22
O MUNDO ESTÁ MUDANDO...
O QUE SIGNIFICA O COACHING
NESSE CENÁRIO COMPLEXO?

by Marisa Santos

O MUNDO ESTÁ MUDANDO...
O QUE SIGNIFICA O COACHING
NESSE CENÁRIO COMPLEXO?
O mundo está mudando e ...
sempre esteve.
Já passamos por mudanças
radicais e menos radicais, e elas
sempre se apresentam como ameaças
e/ou oportunidades.
Certamente, uma situação nova
causa medo, curiosidade, fuga, buscas
por soluções ... um repertório imenso
de sen mentos, emoções e reações! E
é sempre assim.
Pergunta-se, constantemente: O
q u e i n o va r p a ra re s p o n d e r à s
demandas desses novos tempos?
Podemos nos ques onar: Fazer o novo
ou fazer o que deveríamos ter feito e
não fizemos? Essa pergunta abrange
desde grandes mudanças mundiais até
as mudanças individuais.
O Coaching Organizacional é um
processo de coautoria entre Coach e
Coachee (o profissional que está
recebendo o coaching). É a
e st r u t u ra çã o co n j u nta co m o
Coachee, de respostas exclusivas e
individuais, incluindo o
equacionamento de suas dúvidas.
Isso é novo para cada indivíduo,
sempre.
Nas empresas e organizações,
questões relevantes sobre liderança e
suas bases, comunicação e é ca,
permanecem.
Quando não foi necessário - ou a
melhor alterna va - ser empá co e
tratar cada membro da equipe de
forma individual e exclusiva para
co m b i n a r e a l ca n ça r m eta s e
resultados? Quando não foi Fazendo analogia com o Coach de
necessário - ou a melhor alterna va - esportes, ir à organização (presencial
estar sempre se atualizando ou ou virtualmente) é “entrar em
campo”. Todas as questões pessoais
aprimorando os conhecimentos
técnicos, de gestão e,
p r i n c i p a l m e n t e , d e
são consideradas: saúde, vida
amorosa, situação financeira, etc.
autoconhecimento? Questões psicológicas, se necessário,
são endereçadas aos especialistas
Não há nada de novo nisso. psicólogos, mas o foco é a “par da”.
Quem entra em campo e joga é o
O que podemos fazer nesse
coachee! Como “jogador”, ele deve
contexto de constantes mudanças
estudar e conhecer as dificuldades da
para alcançarmos nossos obje vos?
par da, definir com o coach
Como o coaching pode contribuir?
estratégia e tá cas, e deve treinar
muito!
O Coaching será mais efe vo na
medida em que for uma coautoria
O coach precisa ter vivência
com o Coachee, das estratégias e
s i g n i fi c a v a d o “c a m p o ”, d e
tá cas de resolução de problemas,
“par das” e “campeonatos”. O
bem como do acompanhamento do
“jogador” sabe que aquela par da
treino das mesmas. Não é só
também é um treino para o
solucionar intelectualmente e/ou
Campeonato. Seu obje vo é vencer!
mesmo emocionalmente os
Não é necessariamente ser melhor
problemas organizacionais, mas
que outro; “vencer o Campeonato” é
também aplicar as soluções com
cada dia ser melhor!
supervisão.
As grandes questões
O acompanhamento da prá ca
organizacionais, em sua maioria,
de tudo que foi estratégica e
con nuam as mesmas; as
ta camente cocriado com o coachee
recomendações gerais, em sua
permite ajustes e correções que
essência, também.
viabilizam o alcance dos resultados
desejados. Não há nada de novo a ser construído
em termos de recomendação geral,
mas muito, em termos de
recomendações individuais, e aí está a
contribuição diferenciada do Coaching
Organizacional. Por ele ser
extremamente personalizado, permite
construções de soluções mais efe vas,
na medida em que são criadas com o
próprio profissional que está em busca
das mesmas. As soluções serão mais
bem aplicadas na medida em que
forem acompanhadas por meio do
Coaching, que promoverá os ajustes
e/ou reforços devidos.

O Coaching Organizacional torna-se,

assim, um processo facilitador das
profissões e carreiras. Possibilita que o
profissional enfrente com mais
facilidade o seu dia a dia e seus
desafios, em quaisquer tempos.
 desenvolvimento humano

23
DANÇA - UMA TERAPIA
PARA O MUNDO VUCA

by Patricia Rozenbojm

DANÇA - UMA TERAPIA
PARA O MUNDO VUCA
Dançar é uma terapia para o corpo
e para a alma!
Interessante, quando paramos
para analisar o mundo vuca com suas
principais caracterís cas, que definem
este mundo atual em que vivemos, e
vemos como a dança é uma forma
espetacular de lidar com cada uma
delas.
Em uma análise inicial, por pior
que tenha sido um determinado dia,
mesmo com o corpo moído, com toda
a tensão co diana, com milhões de
afazeres, problemas diversos a se
resolver, enfim, por maior que seja a
COMPLEXIDADE, ou a INCERTEZA do
m o m e nto, m e s m o v i ve n d o e m
cenários repletos de AMBIGUIDADES e
VOLATILIDADES, entrar em uma sala
para fazer uma aula de dança traz uma
paz, uma felicidade, um prazer que
s u p e ra m q u a l q u e r o b stá c u l o .
Quando o corpo dança, os olhos da
razão se fecham e o cérebro pode
enfim descansar um pouco.
No mundo vuca, a vola lidade é
enorme. Nunca sabemos o que está
por vir ou como encarar o
inesperado. A dança nos mostra
exatamente como lidar com isso;
nunca sabemos, enquanto condutor,
como o conduzido irá reagir, e o
conduzido também não tem com
prever o passo que será pedido pelo
condutor. Essa troca de surpresas é
mágica. Na verdade é um diálogo,
quase como um jogo de perguntas e
respostas. Você sente a condução e
responde com o seu próprio passo. O
corpo vira, imediatamente, um
instrumento da alma e com ele
podemos expressar tudo o que
sen mos.
Cada mudança de ritmo, cada
nova cadência, cada parceiro trazem
inúmeras incertezas. Incerta se torna
a nossa capacidade de compreender,
no caso de conduzido, o que está
sendo pedido, mas também no caso
do condutor, se está sabendo pedir
corretamente. Nem sempre são
ob dos os efeitos esperados em uma
mudança de direção, de velocidade
ou de movimento. Mas, exatamente
por serem as respostas tão
imprevisíveis é que a dança se
transforma em algo tão leve e
d i ve r d o ! N o m u n d o v u ca a s
incertezas são constantes; aparecem
sempre novos paradigmas. Dançar
transforma, quase que
instantaneamente, erros e
dificuldades em superações e alegria.
A paciência é primordial na
dança! É um treino constante da
nossa capacidade de lidar com as
ambiguidades. Mas é também
encantador e fascinante. Em uma
aula de dança pouco importa o
gênero, a idade, a cor da pele, o grau
de instrução, a religião ou a situação
financeira. Menos ainda importa se é
gordo, magro, alto, baixo, bonito ou
fe i o , t a m p o u c o i m p o r t a m o s
obje vos de vida, no que se acredita
ou se deixa de acreditar! Na dança
todos são condutores ou conduzidos,
portanto, qualquer outra
ambiguidade é completamente
desprezível. Naquele momento o que
importa é a conexão entre os
parceiros, a musicalidade, a entrega
no abraço, a clareza com que um
corpo pede e o outro responde.
Claro que as diferenças são
enormes e a complexidade de
entender cada par cularidade do
parceiro de dança é um exercício
constante de resiliência. Saber se
adaptar a cada situação, ritmo,
parceiro e ambiente são
fundamentais no aprendizado. A cada
passo aprendido, a cada nova figura
executada, a cada floreio, a sensação
de superação é elevada de forma
incrivelmente prazerosa! Adquirir
essa flexibilidade para aceitar os
limites de cada um, saber lidar com as
próprias dificuldades e também com
as dificuldades do outro, dividir as
conquistas com o parceiro ou o grupo
traz segurança, autoes ma,
mo vação, desinibição, coragem e
uma dose extra de felicidade e bem-
estar.
A o d a n ça r, o u v i r a m ú s i ca ,
aprender algo novo, ou até mesmo
melhorar algo que já se sabe, evolui-se
como indivíduo, permite
experimentar, ceder, respeitar e
superar os limites.
Além de uma incontestável e
benéfica a vidade sica, há também o
lado social. A sociabilidade cons tui o
ser humano do início ao fim de sua
vida. Relacionar-se com outras pessoas
é uma necessidade constante para o
bem-estar psíquico e também sico.
Te m o s e m n o s s a e s s ê n c i a a
necessidade de compar lhar, de nos
sen rmos parte de algo. Sem falar que
a construção desses laços com pessoas
tão dis ntas faz com tenhamos uma
mente muito mais aberta e nos
tornemos também pessoas melhores.
Dançando, deixamos o mundo lá
fora e vivenciamos experiências
diversas de forma agradável. É como se
abríssemos passagem para fluxos
nunca antes sen dos.
Ao dançarmos um Bolero medo, a midez e se lançarem sem
vivemos um momento sofis cado, qualquer preconceito ao
terno e român co. Paira uma classe e desconhecido mundo da dança serão
muito requinte no ar. No Forró, a vencedores, pois a sensação de
sensação é de uma alegria conquista é inigualável! Ficamos
contagiante e muita descontração. O embriagados de alegria, tornamo-
Samba, com a sua malemolência, é nos melhores e nos superamos!
pura euforia, sorriso e alto-astral. Já a
Para mim, a dança é a melhor
Salsa é o ritmo mais caliente, com
forma de preparação para enfrentar a
uma pitada generosa de feminilidade
vida! Consigo me fortalecer, evoluir
em seus floreios. O Tango nos remete
como pessoa, ir além dos meus
um pouco à introspecção; é elegante,
limites, quebrar paradigmas e, acima
sen mental e passional. No Zouk a
de tudo, acreditar que tudo é
sensualidade aflora. Com seus
possível. É minha válvula de escape
movimentos suaves, fluidos e
com resultados melhores do que
sensuais é capaz de romper a censura
qualquer terapia!
comportamental até dos mais
midos ou conservadores. Enfim, parafraseando Hans Bos,
"Quando eu danço não posso julgar,
Enfim, cada ritmo nos remete a
não posso odiar, não posso me
u m a s e n s a çã o d i fe re nte , m a s
separar da vida. Eu só posso ser feliz e
qualquer um nos faz transbordar de
completo."
felicidade.
A dança nos proporciona um
bem-estar absoluto. É claro que isso
não vem de graça. É preciso muita
concentração, disciplina,
coordenação, treino e fôlego. Mesmo
aqueles que se consideram nascidos
com dois pés esquerdos, ao se
desafiarem, ao deixarem de lado o
 desenvolvimento humano

24
POR QUE PARA SER UM LÍDER É PRECISO
TER MÚLTIPLAS INTELIGÊNCIAS?

by Ricardo Dalbosco

POR QUE PARA SER UM LÍDER
É PRECISO TER MÚLTIPLAS
INTELIGÊNCIAS?
O sucesso de uma empresa
depende muito de seus colaboradores
e de como eles são gerenciados. É
assim desde a época de Júlio César. A
diferença é que, antes, o conceito de
liderança era outro. Um bom líder era
aquele profissional que acabava
impondo suas opiniões e, na maioria
das vezes, era temido pela equipe.
Ainda bem que os valores e
conceitos no mercado mudam. Hoje, o
que você precisa fazer para ser
considerado um líder de respeito é
totalmente oposto ao que faziam os
líderes an gos. Você precisa mo var a
sua equipe.
Acontece que para isso é
necessário que você conheça não
a p e n a s to d o s o s p ro c e s s o s d a
empresa, mas também saiba lidar com
situações dis ntas e colaboradores
com caracterís cas diferentes. Ou
seja, você precisa ter múl plas
inteligências para gerir sua equipe e
torná-la cada vez mais unida,
integrada e com vontade de buscar
conhecimento e resultados. Comecei
a entender a importância de ter várias
capacidades intelectuais quando
aprendi minha primeira lição sobre
mul disciplinaridade. O mais curioso
é como isso aconteceu: preparando
hambúrgueres, acredita?
Em 2004 eu par cipei de um
programa para trabalhar nos Estados
Unidos. Precisava pagar a faculdade e
queria realizar o meu sonho de
conhecer o Havaí. Fiz a inscrição e fui
em frente. Lá, trabalhei em quatro
empregos ao mesmo tempo, um
deles era no McDonald's. Não sabia
falar inglês e, obviamente, não
consegui me qualificar para o cargo
de atendente. Sem o idioma na ponta
da língua não nha como ficar na
linha de frente de toda a operação,
concorda?
O fato de não ter sido escolhido
para atender os clientes diretamente
não foi nega vo. Na verdade, foi bem
o contrário. Acabei passando por
todas as outras funções dentro do
McDonald's e isso me fez abrir a
cabeça e perceber que o
atendimento no caixa era apenas
uma parte do processo. O Dalbosco
d o p r i m e i ro d i a p e n s ava n o s
hambúrgueres apenas como o
produto final; já o Dalbosco do final
passou a entender que, quanto mais
habilidades e conhecimento
vermos, melhor será o nosso
trabalho.
O que fez a minha visão mudar
não foi o hambúrguer. Ele con nuava
o mesmo. Eu é que estava diferente.
Ao exercer diferentes funções, com
novos desafios e metas, pude
e xe r c i t a r o s m e u s e s l o s d e
inteligência. Foi uma grande escola
sobre como seguir processos para
garan r um padrão de entrega ao
cliente.
Mas além disso, foi uma
excelente maneira de perceber e
analisar as capacidades intelectuais
que, posteriormente, fariam parte da
minha marca pessoal, principalmente
como líder. Como? Vou dar dois
exemplos:
1- O fato de não ter o domínio do
idioma aflorou a minha habilidade de
lidar com outras pessoas por meio de
uma comunicação não verbal. Hoje
consigo ter a sensibilidade de
perceber o que os meus mentorados
estão sen ndo e suas intenções na
construção de suas marcas pessoais;
2 - Como trabalhei na etapa de
montagem dos lanches, evoluí ainda
mais o meu raciocínio lógico e
cálculos matemá cos, para cumprir
as demandas no tempo e qualidade
exigidos. Eu precisava prestar
atenção na minha tarefa, para fazer
bem feito, e no que os outros estavam
fazendo. Éramos uma equipe. Se
alguém demorasse para cortar o
tomate, grelhar o hambúrguer ou
embalar o pão, o processo daria
errado. O cliente receberia um empresas, equipes e concorrentes
produto frio ou até mesmo sem algum como um líder de referência.
ingrediente, concorda?

Essas são apenas duas

inteligências que o ser humano possui,
que se desenvolvem com o tempo e
que fazem com que você não seja um
líder míope, como costumo chamar. Se
você souber fazer apenas uma coisa,
ter apenas uma fonte de inteligência,
muito provavelmente não será um
líder eficaz e de sucesso. Os
hambúrgueres permi ram que eu
vesse a experiência de funcionário,
passasse por processos e serviços
diversos, vesse contato com vários
d o c u m e n t o s e i n fo r m a ç õ e s , e
pensasse em como buscar inovação.
Passar por essas etapas foi apenas uma
parte. No fim, o meu maior ganho foi
aprender que para ser um bom líder é
preciso ter uma visão holís ca daquilo
que você gerencia.

Se você quiser ser um líder de

d e sta q u e n o m e rca d o, p re c i s a
começar a desenvolver as múl plas
inteligências que tem. São elas que
farão parte da sua marca pessoal. São
elas que irão ajudá-lo a criar o seu
espaço no mercado e a ser visto pelas
 desenvolvimento humano

25
QUAIS OS CAMINHOS PARA
LIDARMOS COM O NOVO?

by Rosana Bertozzi

QUAIS OS CAMINHOS PARA
LIDARMOS COM O NOVO?
A par r do tema central deste e-
book, “o mundo está mudando”,
começo minhas considerações, todas
n a p r i m e i ra p e s s o a d o p l u ra l ,
intencionalmente, com o único
propósito de sen r-me incluída em
cada contexto.
Aproveito este momento de
“pausa” humana por fatores alheios à
nossa vontade (COVID19) para
contribuir com algumas ideias e
ques onamentos, sem a intenção de
encontrar soluções, mas de es mular
nossa cria vidade, nossa humanidade.
MUDANÇA traz consigo
movimento, portanto conecta todo o
planeta, afetando especialmente os
seres vivos. O mundo respira, TUDO se
move, é uma condição inerente deste
planeta. Mesmo sem ter consciência
ou controle, nosso corpo funciona,
inspira, expira, nosso coração pulsa;
os mares se agitam, as gotas de chuva
caem, os vulcões entram em erupção,
a terra treme com os grandes
terremotos; bebês nascem, flores
crescem, as estações desfilam
durante o ano, os pássaros se
reproduzem, as bactérias e os vírus se
proliferam nessa eterna sinfonia…
Parece poé co, mas é a mais pura
versão da realidade. É dentro desse
contexto que desfrutamos nossa
ex i stê n c i a , e , co m o p o d e m o s
constatar, controlamos apenas uma
pequena parte de todo esse
movimento, apesar de vivermos com
a ilusão de que “tudo está sob
controle”.
Entre humanos temos uma ação
m a i s d i re ta , a l te ra m o s n o s s a
realidade, deslocamo-nos, atuamos
todo o tempo. Transformamos
nossas relações, criamos situações,
projetos, construímos, interagimos
com o meio ambiente. Muitas vezes
somos protagonistas; outras, simples
espectadores. Sem dúvida, um dos
cenários que predomina em nossas
vidas é o da vida profissional, no qual
podemos ser responsáveis por
muitas ações.
O novo século, cheio de
inovações tecnológicas, chegou
prometendo comodidade e melhor
qualidade de vidas, mas, ao mesmo
tempo, comprometeu nossa relação
com o tempo, cada vez mais escasso,
ou mais saturado de a vidades
impostas por normas ditadas por
uma sociedade que ainda não
aprendeu a encontrar alterna vas
mais flexíveis para a subsistência. No
mundo ocidental, especialmente
depois da Revolução Industrial,
passamos a desenvolver uma relação
dicotômica com o trabalho; por um
lado, a sa sfação de nossas
necessidades, por outro, o sacri cio
das horas intermináveis de a vidades
laborais. Ainda trabalhamos sob um
esquema dar winiano, em que
sempre vence o mais forte, o que no
mundo do trabalho nem sempre está
vinculado à meritocracia. Além disso,
nossos modelos empresariais ainda
u lizam sistemas de gestão bastante
patriarcal, apesar de mais de um
século de luta pela equidade de
gênero. Como nota de
esclarecimento, tudo isso ocorre em
um ambiente supostamente
controlado pelo homem.
Creio que grande parte de nós,
profissionais de diferentes áreas,
temos uma série de dúvidas sobre o
nosso grau de sa sfação com o
trabalho, desempenho e
desenvolvimento profissional. A
numerosa oferta de cursos de
formação, treinamentos e diferentes
formas de atualização nem sempre
consegue atender a nossos anseios,
e, na maioria das vezes, acabamos
postergando para depois a resposta
principal do que deveria ser tema
central em nossas carreiras: como
sen r-se “feliz” no trabalho em meio
de tantas mudanças?
A resposta vem acompanhada de
outras perguntas sobre como lidar
com tanta inconstância, mudanças,
imprevistos, dúvidas, incertezas,
quando o mercado nos exige
exatamente o contrário:
planejamento, metas racionalmente
estabelecidas, ações programadas.
Parte da solução começa com a ordem
que estabelecemos para lidar com essa
vola lidade. Nesse caso, “a ordem dos
fatores altera o produto”, ou seja, as
respostas não serão encontradas no
a m b i e n t e e x t e r n o, e m n o s s o s
companheiros, professores, líderes, ou
mesmo no acúmulo de conhecimento
técnico. As respostas de como
gerenciar mudanças só poderá ser
encontrada dentro de cada um de nós;
é necessário distrair-nos menos com o
que nos rodeia e estar mais atentos a
nossos mecanismos e ferramentas
emocionais. Para explorar este mundo
pouco consciente, temos,
obrigatoriamente, que dedicar um
tempo real, digo real, pois não se trata
de um modismo, mas da criação do
hábito saudável de cul var nossa vida
interior, aprofundar-nos em nossos
desejos mais ín mos, nossos planos
inconfessáveis, nos caminhos que
podem trazer maior “realização” do
SER, além das necessidades de
sobrevivência, as econômicas. pertencimento, de dignidade; com
esse compromisso pessoal
Desenvolver profissionais, em
poderemos construir sociedades
nossos tempos, con nua
mais bem preparadas para um
representando um grande desafio em mundo em constante mudança.
que a tônica, além da qualificação
técnica apreciada há muitas décadas,
deve estar associada a ap dões
pessoais cada vez mais
imprescindíveis e necessárias neste
mundo volá l e mutante.
Concluindo, comento que dentro
desse cenário complexo a melhor
forma de sobreVIVER con nua sendo
através do desenvolvimento de nossa
flexibilidade, adaptabilidade e
resiliência, e, por mais “român co”
que possa parecer, colocar o coração
onde temos o cérebro nos faz ser
mais felizes com o que trabalhamos e
é de fundamental importância, pois,
apesar dos diferentes modelos
sociopolí cos, todos os seres
humanos temos a necessidade de
transcender. Abraham Maslow e sua
teoria de sa sfação das necessidades
humanas con nuam vigentes. O
único caminho que nos leva à
transcendência é o contato ín mo
com nós mesmos, um trabalho
interno diário. Isso nos traz sen do de
 desenvolvimento humano

26COMUNICAÇÃO
NOS TEMPOS DE HOJE

by Sandra Murad

COMUNICAÇÃO NOS
TEMPOS DE HOJE
Para falarmos sobre a
comunicação de hoje, primeiramente
temos que entender a comunicação
como um processo pelo qual a
informação é codificada e transmi da
de um emissor a um receptor por meio
de um canal ou veículo.
A origem dos meios de
comunicação veio da necessidade
humana de se expressar. Na Pré-
História, os homens faziam desenhos
nas paredes das cavernas, a arte
rupestre, que já mostrava a
importância da comunicação em suas
vidas, por meio da qual eles
expressavam seus sen mentos ou
alertavam o perigo próximo. Com o
surgimento da escrita e do alfabeto, o
homem desenvolveu maneiras de
expandir seu conhecimento e criar
uma cultura.
A comunicação humana nos
permi u criar culturas, crenças,
tradições que são passadas de
geração a geração, e desenvolver
relações interpessoais,
diferentemente dos animais.
A liderança, ato de influenciar as
pessoas, é construída por meio de
uma comunicação segura e
respeitosa, na qual exista uma
conexão verdadeira com o outro. A
nossa comunicação é capaz de mudar
a forma como o outro se comporta,
tanto no contexto corpora vo quanto
educacional.
Em tempos passados, u lizava-se
uma mesma estratégia para a ngir
um determinado obje vo, sem
importar o fato de que os indivíduos
têm habilidades e competências
diferentes. O autoritarismo, a
liderança por meio do poder, da
hierarquia e do medo eram
frequentemente u lizados, tanto no
meio educacional quanto no
profissional. Esse po de
relacionamento, com o passar do
tempo, mostrou-se ineficaz e nada
saudável.
Hoje sabemos que há
necessidade de que o foco sejam as
competências e habilidades
individuais para, a par r daí,
a ngirmos o obje vo esperado. Os
erros come dos pelos indivíduos
passaram a ser observados de forma
mais natural, como um mecanismo
de aprendizagem. As relações
humanas passaram a ser mais
valorizadas. Percebemos a
importância de ouvir o que o outro
tem a nos dizer, entender suas
necessidades e, dessa forma,
encaminhar a nossa fala. A habilidade
de escuta é indispensável para gerar
o diálogo. Há necessidade de sermos
flexíveis, de criarmos novas
estratégias.
A comunicação não é apenas o
ato de transmi r uma informação. Ela
tem que ser efe va, temos que
garan r que seja compreendida. É
importante lembrar que o ato de se
comunicar é uma habilidade e que
todas as habilidades podem e devem
ser trabalhadas. Saber o que falar,
como falar e que po de linguagem
cada meio de comunicação requer é
fundamental.
To r n o u - s e n e c e s s á r i o o
desenvolvimento de uma
comunicação asser va e efe va nos
diferentes meios: corpora vos,
fa m i l i a r e n o re l a c i o n a m e nto
i nte r p e s s o a l . M e n s a g e n s m a l
compreendidas frequentemente
geram conflitos. O fonoaudiólogo é o
profissional apto a trabalhar todos
esses aspectos para uma boa
comunicação.
A va l o r i za ç ã o d e u m b o m
comunicador no mundo corpora vo
aumentou consideravelmente a
procura do aprimoramento
comunica vo efetuado pelo
fonoaudiólogo.
Quando falamos em boa
comunicação, temos que lembrar
que ela engloba tanto os aspectos
verbais quanto os não verbaisEsses
recursos têm que ser bem u lizados
para se obter uma comunicação
efe va e asser va, tão importante nos
dias de hoje. Falhas comunica vas
podem gerar sérios problemas.
Entender as regras para uma boa
comunicação é essencial em qualquer
situação comunica va: regras
grama cais, saber ouvir, respeito, ser
flexível com relação à mudança de
paradigmas, necessidade de ter
consciência corporal e
autoconhecimento.
A comunicação efe va é aquela
que produz um efeito real, com
o b j e v o s c l a ro s , b o a d i c ç ã o e
vocabulários adequados. Ela não deve
ser passiva (não age e não reage) e nem
rea va (reage e não age).
A comunicação deve ser
asser va, isto é, obje va, sincera,
empá ca, não imposta e que permita
relações constru vas.
Surge, desse modo, a
necessidade de desenvolver a
autopercepção a metacognição e
entender como você está se
construindo como um bom falante.
Com o desenvolvimento da
tecnologia e o avanço do mundo
digital, a dinâmica do mundo mudou
e surgiu a necessidade da adequação
de um novo po de linguagem e de
estratégias para o desenvolvimento
da aprendizagem e para a adequação
no mundo corpora vo.
Inicialmente encarada apenas
como ferramenta, a tecnologia
passou também a interferir na forma
como o indivíduo percebe o mundo,
como ele se expressa, interage e ao
m e sm o te m po o m odifi ca. As
informações são acessadas
rapidamente, as respostas devem ser
mais imediatas. Há necessidade de
constante atualização.
O modo como nos posicionamos
diante dessas mudanças influencia
diferentemente nossas vidas. As
pessoas mudaram, o mundo mudou.
Surgiu a necessidade de revermos
nossos conceitos, nossas crenças e
nossos propósitos de vida. A era
digital propiciou a criação de uma
cultura de aprendizado, e a busca de
soluções cria vas e estratégias
inovadoras.
No meio corpora vo, a era digital
gerou mudança na forma de atuação
dos profissionais. As reuniões,
anteriormente presenciais, na maior
p a r t e d a s v e ze s , p a s s a ra m a
acontecer online. As trocas de
mensagens por WhatsApp, e-mails
ficaram frequentes e, dessa forma, a
demanda de resoluções mais rápidas
também se tornou necessária.
Pa ra c a d a d i fe r e n t e m e i o
comunica vo temos técnicas
diferentes que auxiliam na melhor
performance comunica va.
A linguagem u lizada em
videoconferências deve ser mais
clara, mais bem ar culada, com
velocidade e intensidade adequadas
para facilitar a compreensão da
mensagem. Temos que ter cuidado
com o aspecto não verbal da
comunicação. Com a expressão facial,
o olhar, a ves menta, o ambiente e
temos que manter nosso foco no
emissor. Qualquer falha em um
desses aspectos pode comprometer
a compreensão.
Com relação às mensagens
escritas, elas devem ser o mais
obje vas possível, pois não podem
deixar dúvidas a respeito daquilo que
se quer transmi r. Mensagens
gravadas não devem ser longas, pois comunicação, a voz e o aprendizado,
diminuem a possibilidade de u lizando estratégias adequadas,
compreensão. mo vação constante e orientações
per nentes. Podemos construir
No desenvolvimento da novas redes neurais e traçar um
aprendizagem, o fonoaudiólogo, como caminho diferente na vida do
mentor, desenvolve estratégias para indivíduo.
desenvolver as habilidades
prejudicadas do indivíduo, por meio de O mundo mudou, as pessoas
jogos ou desafios que o mo vem, que mudaram; a facilidade em adquirir
desenvolvam seu pensamento lógico, novas informações es mula a busca
s u a c r i a v i d a d e e v o n ta d e d e pelo novo saber e torna o profissional
aprender. mais par cipa vo, intera vo e
capacitado a ajudar aqueles que
Estudos comprovam que nosso necessitam. .
cérebro apresenta plas cidade
neuronal, isto é, a capacidade de
desenvolver novas redes neurais. Essa
descoberta foi de grande importância
em vários aspectos. Indivíduos que
an gamente apresentavam distúrbios
de fala ou de aprendizagem severos
eram considerados incapazes de se
desenvolver. Com a quebra desse
paradigma, sabemos que todos somos
capazes de aprender algo,
dependendo do grau de
comprome mento e de quanto está
sendo es mulado.

Como fonoaudióloga, acredito

que sempre podemos melhorar a
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