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7 o Rei Sem Profissão
7 o Rei Sem Profissão
autor desconhecido
NARRADORA 1: Era uma vez um rei que havia esquecido o velho conselho dos sábios.
NARRADORA 2: O conselho dizia: “Aquele que nasce no conforto não sabe dar valor
ao que é conquistado com esforço”.
NARRADORA 1: Um dia, o rei viajava com sua filha e toda sua escolta de barco, para
visitar uma de suas terras mais distantes. Algumas horas se passaram calmamente
até que uma tempestade desabou dos céus...
NARRADORA 2: Foram sete dias de fúria da natureza, até que a tempestade passou.
O rei e sua filha conseguiram se salvar, e acabaram chegando a uma praia
desconhecida...
REI: Simples pescador, graças que apareceu. Sou o Rei das terras de Jiddah, muito
distantes daqui. Íamos visitar uma propriedade minha perto de Jizan, mas sofremos
um naufrágio. Precisamos retornar. Ordeno que me ajudem.
PRINCESA: Meu pai pediu para que nos ajudem a voltar para casa.
NARRADORA 2: O rei e sua filha, a princesa, ficaram alguns dias naquela praia com os
pescadores, comendo peixe...
PESCADORA 1: Ahn... Não sei bem como dizer... Nós não temos...
PESCADOR 2: O senhor deve entender. Somos muito pobres. Não temos mais
condições de ajudar...
REI: Claro, claro. Agradeço a vocês pela hospedagem e ajuda. Muito obrigado.
Vamos, filha.
REI (para um Comerciante): Boa tarde. Eu sou o Rei das terras de Jiddah e gostaria...
COMERCIANTE: Mas já não estão bastante acostumados a dormir no chão, não? (ri)
Saiam da minha loja!
REI: Queremos ao menos alguma coisa para matar a fome... Por favor!
PADEIRO: Mais um maluco pelas ruas... Leve esse pão e suma, vamos!
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REI: Eu sei... Sei... Governar.
PADEIRO: Eu tenho cara de que preciso de alguém que saiba governar? Preciso de
alguém que saiba fazer doces. Você sabe?
REI: Não...
REI (triste, falando para a Princesa): Filha... Estamos há três anos vivendo com
dificuldades, como o povo. Antes, éramos nobres e nunca percebemos isso. Hoje
tenho consciência, minha filha, mas quero que você também tenha!
PRINCESA: Sim, pai. E ser rei sem país é uma condição inútil.
REI: Sim, estamos vivendo de favor há três anos. Procuro por emprego esse tempo
todo. Mas não sei fazer nada. Não aprendi uma profissão.
PASTORA: Hum... Preciso de alguém que cuide de minhas ovelhas. Sabe cuidar de
ovelhas?
REI: Não...
PASTORA: Pelo menos você é honesto, não é mesmo? Por isso darei a você uma
oportunidade de ganhar a vida.
NARRADORA 1: E foi assim que o rei conseguiu, aos poucos, recuperar sua dignidade
trabalhando. Ainda sonhava com seu antigo reino, mas ganhava o suficiente para
viver de forma honesta e decente. Sua filha cresceu e se transformou numa moça
bela como uma fada...
PRINCESA: Pai... Eu estive pensando sobre esses anos todos... Nossa vida no palácio
era muito chata. Não acontecia nada. Aquela nossa viagem foi importante.
Perdemos muito, mas aprendemos muito também.
PRINCESA: E ainda assim, dependemos da boa ação dos outros. Se não fosse a
pastora, não teríamos esse trabalho e essa cabana.
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REI: É, sou muito grato a ela. Ensinou-me o que é realmente merecer algo por
esforço próprio.
PRINCESA: Pai... Hoje eu estava passando pelo bosque quando voltava para casa. Vi
um homem muito rico caçando ali por perto.
PRINCESA: Não sei. Usava roupas caras. Um turbante na cabeça. Bonito. Mas era tão
triste. Não sei dizer por quê. Ele me olhou por um longo tempo. Fiquei com medo.
MENSAGEIRO: Boa tarde. Sou o mensageiro do Sultão, dono dessas terras. Meu amo
e senhor pede a mão de sua filha em casamento.
REI: Bem, diga ao seu Sultão que ela não sairá daqui antes que ele me responda
algumas perguntas.
PRINCESA: Pai...
REI: O que ele sabe fazer, qual é sua profissão e como ele pode ganhar a vida.
MENSAGEIRO: Como?! Vocês do povo são todos ignorantes. Não entendem que um
rei, um sultão, não precisa ter profissão ou ocupação? Ele sabe governar reinos! Não
percebe, seu miserável, a honra que conquistou?
REI: Tudo que sei é que, a menos que o seu amo, sendo Sultão ou não, possa ganhar
a própria vida, não será marido para minha filha.
MENSAGEIRO: ... e o pai da moça me fez essas perguntas descabidas, exigindo uma
resposta... Mas não devemos nos preocupar com pessoas como essa gente, senhor.
Não sabem nada sobre as ocupações dos nobres.
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SULTÃO: Mas, ora... Que afronta!
SULTÃO: Mande que venha alguém aqui me aconselhar sobre qual profissão devo
aprender.
SULTÃO: Isso mesmo que você ouviu. E não faça nada com o pastor.
SULTÃO: Boa tarde. Sou o Sultão deste país e queria me casar com sua filha, se ela
me aceitar. Recebi a mensagem de que o senhor exige que seu futuro genro tenha
uma profissão. Por isso, aprendi tecelagem. Estes são alguns exemplos do meu
trabalho.
NARRADORA 1: O Sultão fez sinal para Mensageiro, que mostrou os tapetes. O Rei
analisou um deles.
REI: Quando o vender, quanto tempo poderá viver com o que conseguir ganhar?
REI: Você pode se casar com minha filha, se ela quiser aceitá-lo.
NARRADORA 2: Lá, ficou conhecido como um soberano bom e inteligente, que nunca
cansou de aconselhar a todos para que aprendessem e tivessem uma profissão.