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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2024

Tema geral: O grande conflito

Lição 1 – 30 de março a 5 de abril

A guerra por trás de todas as guerras

Autor: Eleazar Domini

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Rosemara Santos

Introdução

O tema do grande conflito entre o bem e o mal é um dos mais fascinantes da Bíblia.
Na realidade, a Bíblia se divide em três partes: 1. Gênesis 1–2: Deus cria o mundo perfeito
e põe o ser humano para habitar nele. 2. Apocalipse 21–22: Deus recria o mundo perfeito e
põe de volta o ser humano para habitar nele. 3. Todo o restante entre Gênesis 3 e
Apocalipse 20 é o desenrolar do grande conflito, desde a queda do ser humano, sua
degradação total, a provisão feita por Deus para salvar o ser humano e o retorno de Cristo
dando fim ao mal e ao pecado.

Ainda estamos vivendo as experiências de um mundo entre Gênesis 3 e Apocalipse


20. Ainda vivemos num mundo de pecado, e o grande conflito se desenvolve em nossa
mente e em nosso coração. Isso ocorre porque em nós “por natureza, não existe qualquer
inimizade entre o ser humano pecador e o originador do pecado” (Ellen G. White, O
Grande Conflito [CPB, 2021], p. 422). Em Cristo, porém, tal “inimizade era em certo
sentido natural. [...] E nunca se desenvolveu a inimizade a ponto tão notável como quando
Cristo Se tornou habitante da Terra” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas [CPB, 2022],
v. 1, p. 215). Nessa grande batalha entre o bem e o mal, a cruz se torna o ápice, o ponto
mais alto do conflito. Ali, Cristo esmagou a cabeça da serpente e foi vitorioso. A vitória
Dele passa a ser a nossa vitória.

I – O problema do mal e a sua origem

Talvez uma das perguntas mais difíceis a ser respondida é: se Deus é bom, por que
existe o mal, ou por que Ele permite o mal? Pela descrição bíblica que temos de Deus, Ele é
amor. Logo, a existência do mal não poderia ser atribuída a Deus. Entretanto, sendo Deus
Onisciente, isto é, sabedor de todas as coisas, Ele sabia que Lúcifer seria o originador do
mal e do pecado. Por que, mesmo sabendo tudo, ainda assim Ele criou o anjo que se
rebelaria contra Ele e traria todo o mal que vemos ao nosso redor? A resposta a essa
pergunta não é simples porque envolve o caráter de Deus, Sua grandeza e a extrema
pequenez de nossa mente. Podemos, no entanto, ponderar uma resposta que seja
satisfatória, dentro das nossas limitações, tendo como ponto de análise o livre-arbítrio.
Sendo Deus coerente, é lógico afirmar que, ao criar Seus filhos com a capacidade de
escolha, isto é, com o livre-arbítrio, essa característica é inerente a Ele próprio. Tornemos
prático o argumento: imagine que Deus está criando os anjos. De repente, chega o momento
em que Ele irá criar Lúcifer. Então, Deus para e pondera: “Não vou criar esse anjo
querubim. Ele causará problemas, trará o pecado e a morte.” Quantos seres no Universo
saberiam dessa decisão? Nenhum! Os anjos não saberiam, os humanos não saberiam. Mas
Deus saberia! Ele mesmo teria conhecimento de que manipulou os resultados para tudo
ocorrer como Ele queria. Imagine ainda que logo após criar Adão, Deus vai fazer a mulher
e, novamente, pondera: “Não vou criar Eva. Essa mulher comerá do fruto, dará a seu
esposo e o pecado entrará no mundo. Depois terei que morrer por eles. Farei outra mulher.”
Quem saberia dessa decisão? Ninguém! Adão não saberia, os anjos não saberiam. Ninguém
saberia, a não ser Deus, Ele saberia! Saberia que manipulou os resultados para que tudo
ocorrese como Ele gostaria que acontecesse. Ou seja: “Livre-arbítrio para vocês, não para
Mim.” Se Deus manipulasse para que os resultados fossem sempre como Ele gostaria que
fossem, não seria livre-arbítrio da parte Dele, e Deus não pode ir contra Seu caráter. Deus
não é um ser que diz: “Faça o que Eu mando, mas não faça o que Eu faço.” O livre-arbítrio
concedido ao ser humano é o mesmo que permeia o caráter e as decisões de Deus. Por isso,
mesmo que pudesse dar errado, mesmo sabendo que daria errado, Ele não manipulou os
resultados para Seu benefício. Mesmo que nenhum ser do Universo soubesse, Ele saberia
que manipulou Suas criações para que fossem como Ele queria. Isso é contra Sua índole,
pois o livre-arbítrio também faz parte do caráter de Deus. Assim, Deus criou Lúcifer, o anjo
cobridor, com plenas capacidades de escolha. Deus não manipulou os resultados, e isso fez
com que um anjo puro tivesse a liberdade de escolher não mais servir a Deus. As decisões
de Lúcifer provam que Deus usa o princípio do livre-arbítrio para Si próprio, pois, sendo
capaz de manipular Suas criações, Ele nunca o fez. Isso não O torna responsável pelo mal,
mas mostra claramente que, como um Ser amoroso, Ele fez todas as Suas criaturas com o
poder de decidirem se O amariam e O serviriam ou não. Satanás é o originador do mal.

II – O conflito se desloca para a Terra

Com a capacidade de escolha dada a todas as suas criaturas, Deus permitiu que os
seres criados pudessem dizer não ao Seu amor. Sim, porque só ama realmente aquele que é
verdadeiramente livre para escolher amar. O amor não vêm por imposição. Assim, Deus
permitiu que um ser criado de maneira majestosa, e que era o mais exaltado entre os anjos,
rejeitasse Seu amor e Sua soberania. E então, o pecado veio à existência. No coração de um
ser puro e que servia diante do trono de Deus, a mancha do pecado passou a existir. Algo
inexplicável! Foi feito todo o possível para resgatar aquele anjo e os demais por ele
influenciados. Todos os recursos foram usados, até o dia em que houve batalha no Céu e o
diabo foi expulso juntamente com seus anjos. O grande conflito passa a ter novo palco,
nova arena, onde as batalhas seriam travadas: a Terra!

Ao introduzir o pecado na Terra, Satanás buscou implantar no coração do ser


humano o mesmo desejo que ele teve no Céu: ser igual a Deus. No momento em que tentou
Eva, ele disse: “os olhos de vocês se abrirão e, como Deus, vocês serão conhecedores do
bem e do mal”. Note que o mesmo desejo maligno de ser como Deus, de se igualar ao
Criador, ele insere no coração de Eva, que, por um momento, desconfiou de Deus e deu
crédito às palavras da serpente. Eva comeu o fruto e deu também a seu marido, e ele comeu
com ela. Adão e Eva se tornaram mais parecidos, porém, com a serpente. O jogo das
palavras hebraicas presentes no texto sugere exatamente isso. Ao se referir à serpente, o
livro de Gênesis diz que ela era arum (astuta). Essa é a mesma raiz da palavra que designa
o casal após comer o fruto, quando o texto diz que os olhos deles foram abertos e eles
perceberam que estavam arum (nu), ou no plural arumim (nus). No desejo de ser como
Deus, eles se tornaram mais parecidos com a serpente.

O salário do pecado é a morte. A boa notícia em meio ao caos em que os nossos


primeiros pais estavam, e no qual nos encontramos ainda hoje, é que o dom gratuito de
Deus é a vida eterna por meio de Jesus. Antes de Deus pronunciar as sentenças de
penalidades sobre Adão e Eva (note que Deus não lança maldição sobre o casal, como o faz
com a serpente e a Terra, apenas castigos), Ele primeiro pronuncia a solução para o
problema do pecado: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a Sua
semente; Esta te ferirá a cabeça, e tu Lhe ferirás o calcanhar.” Nessa primeira profecia da
Bíblia, Deus traçou diante dos olhos de Adão e Eva todo o grande conflito que estava
iniciando. Em um ato de amor, Deus colocou inimizade entre os descendentes de Eva e a
serpente, e tal inimizade atingiria seu clímax com o próprio Deus vindo como semente da
mulher e Se dando como sacrifício pelo ser humano, esmagando assim a cabeça da
serpente. Com Seu sacrifício, Cristo possibilitou que o homem pudesse voltar a ter a
imagem e semelhança de Deus, tal como era no Éden antes do pecado.

III – A batalha permanece no coração

Após a Sua morte e ressurreição, Jesus subiu ao Céu como nosso Sumo Sacerdote.
Ali, Ele foi aceito pelo Pai e aplicou os méritos de Seu sacrifício em favor do ser humano.
Tudo o que era necessário para que a raça humana fosse salva foi feito por Cristo na cruz.
Conquanto Jesus tenha sido mais que vitorioso na cruz do Calvário, Ele sabia que o grande
conflito ainda continuaria se desenvolvendo no coração do ser humano. Aceitar os méritos
do sacrifício de Cristo ou rejeitá-lo tem sido a batalha de cada filho de Adão por mais de
dois mil anos. Por isso, além da aplicação dos próprios méritos no Seu ofício sacerdotal,
Cristo foi além e enviou o divino Consolador, a terceira Pessoa da Divindade, cujo trabalho
é essencialmente na mente de cada um de nós, nos convencendo do pecado, da justiça e do
juízo.

Conclusão

O grande conflito que se iniciou no Céu foi transferido para a Terra, se desenrola em
nosso coração e logo mais terá seu fim. Muito em breve ouviremos de Deus: “O grande
conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está
purificado. Uma única pulsação de harmonia e felicidade vibra por toda a vasta criação.
Daquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço
infinito. Desde o minúsculo átomo até o maior dos mundos, todas as coisas, animadas e
inanimadas, em sua serena beleza e perfeita alegria, declaram que Deus é amor” (Ellen G.
White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 560). Preparemo-nos para esse grandioso
momento!

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: O Pr. Eleazar Domini é mestre em
Teologia e apresentador do canal “Fala sério, pastor”, no YouTube. Serve à Igreja
Adventista há mais de 14 anos e atuou em diferentes funções. Atualmente, exerce sua
atividade como pastor nas igrejas de Danbury e Waterbury, Connecticut – EUA. É casado
com Gisele Domini, farmacêutica, e é pai de Hannah e Isabella.
Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2024
Tema Geral: O grande conflito
Lição 2 – 6 a 13 de abril
A questão central: amor ou egoísmo?

Autor: Eleazar Domini


Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Esther Fernandes
Introdução
Muito se fala sobre o amor. Poetas, escritores e apaixonados já tentaram o
descrever. Alguns chegam a traçar paralelos antitéticos tentando estabelecer qual seria o
sentimento ou atitude antagônico ao amor: desprezo, indiferença, ódio. A verdade é que o
egoísmo afigura entre os principais rivais do amor. Sim, porque o maior ato de amor já feito
pela humanidade foi de doação: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho
unigênito, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo
3:16). O ato de doar está intimamente ligado à expressão máxima de amor. Lemos no texto
que Deus amou tanto, de tal maneira, que deu. Portanto o egoísmo representa todo
sentimento e atitude contrários à doação e é o rival do amor por excelência.
Muitos não têm a dimensão do problema do egoísmo, não fazem ideia de quão
profundas raízes ele pode estabelecer no coração humano. Há alguns que vivem uma vida
de egoísmo sem saber, imaginando estar fazendo um serviço para Deus: “O egoísmo
humano, escondido no coração, permanece visível nos livros do Céu. Ali estão registrados
deveres não cumpridos para com o semelhante e o modo como os preceitos do Salvador
foram esquecidos. Ali se verá quantas vezes foram cedidos a Satanás o tempo, o
pensamento e a força que pertenciam a Cristo. Triste é o relato que os anjos levam para o
Céu. Seres inteligentes que se declaram seguidores de Cristo estão submersos na
preocupação em adquirir bens mundanos ou usufruir prazeres terrenos. Dinheiro, tempo e
força são sacrificados na ostentação e condescendência próprias; mas são poucos os
momentos dedicados à prece, ao exame das Escrituras, à humilhação da alma e à confissão
do pecado” (O Grande Conflito, p. 408 [487, 488]).
I – O amor manifesto no livre-arbítrio
Uma das premissas básicas do amor de Deus é a liberdade que Ele concede a Suas
criaturas. Isso ficou evidente nas ações da nação de Israel ao longo da história. Inúmeras
oportunidades foram dadas por Deus para que houvesse sincero arrependimento, confissão
e mudança de comportamento. Entretanto, Israel sempre andava por caminhos tortuosos. A
culminância da rebeldia da nação israelita ocorreu com a morte de Cristo, já finalizando o
período das 70 semanas dadas por Deus àquela nação, conforme o livro de Daniel.
Durante Seu ministério, Cristo pregou e tentou alcançar e salvar todos os que se
achegavam a Ele. E foi justamente nesse contexto que Ele alertou Seus discípulos das
terríveis assolações que estavam por vir sobre Jerusalém. Ao ser completamente devastada
no ano 70 d.C., com milhares de mortos entre homens, mulheres e crianças,
questionamentos acerca do amor de Deus podem ter sido feitos. Tais questionamentos se
desfazem diante do livre-arbítrio. Ao rejeitar a Cristo e Suas advertências, os judeus se
colocaram numa posição em que não podiam escapar das consequências de tal rejeição. O
livre-arbítrio nos permite escolher de que lado queremos seguir, mas não nos isenta das
consequências das decisões tomadas. Os discípulos de Jesus, ao perceberem os sinais dados
por Ele, fugiram de Jerusalém a tempo e salvaram sua vida, ao passo que aqueles que
rejeitaram o Mestre não perceberam quando o mal sobreveio e foram destruídos. Deus
sofreu com Seu povo porque jamais Se alegra com a morte de alguém, mas não pôde fazer
nada para livrá-lo. O meio de livramento, a forma de escape foi concedida anos antes
através das orientações dadas por Jesus no Monte das Oliveiras, mas Cristo tinha sido
rejeitado. Agora, as consequências da rejeição foram inevitáveis.
II – O amor manifesto no sacrifício
É interessante notar o amor de Deus ao proteger e livrar Seus filhos da destruição de
Jerusalém. Mas o que dizer das perseguições sofridas por eles nos anos que se seguiram?
Deus os desamparou? Se a destruição de Jerusalém, com milhares de judeus mortos, foi
resultado da rejeição de Jesus por parte deles, o que dizer dos milhares de cristãos
perseguidos e mortos, não somente por judeus, mas pelo Império Romano?
A grande verdade é que a desobediência e rejeição às ordens divinas trazem
consequências catastróficas, sendo a pior delas a morte eterna. Ser perseguido e morto por
desobedecer a Deus é ruim, mas nada comparável à perda da vida eterna. Ao mesmo tempo,
seguir as ordens de Deus e obedecer à Sua vontade não é garantia de vida sem sofrimentos,
mas a aceitação da graça e dos méritos de Cristo em nosso favor nos garante a vida eterna,
que faz com que os sofrimentos desse mundo sejam bem menores do que o eterno peso de
glória a ser revelado em nós. Ao falar sobre a as perseguições sofridas, o apóstolo Paulo
escreveu: “A nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um eterno peso de
glória, acima de toda comparação” (2Co 4:17). Veja o que Paulo chamou de leve e
momentânea tribulação: “São ministros de Cristo? Falando como se estivesse fora de mim,
afirmo que sou ainda mais: em trabalhos, muito mais; em prisões, muito mais; em açoites,
sem medida; em perigos de morte, muitas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus quarenta
açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas. Uma vez fui apedrejado. Três vezes
naufraguei. Fiquei uma noite e um dia boiando em alto mar. Em viagens, muitas vezes; em
perigos de rios, em perigos de assaltantes, em perigos entre patrícios, em perigos entre
gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre
falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns,
muitas vezes; em frio e nudez. Além das coisas exteriores, ainda pesa sobre mim
diariamente a preocupação com todas as igrejas” (2Co 11:23-28). Tudo isso foi para Paulo
como uma leve e momentânea tribulação.
Por que algumas pessoas são livres da morte e outras não? Por que uns tiveram a
vida poupada por um milagre divino ao passo que outros deram a vida como um sacrifício
diante dos inimigos? Não temos todas as respostas para perguntas tão importantes como
essas, mas sabemos que o Deus que livrou uns e outros não concederá a vida eterna a todos
que O aceitaram.
III – Amor: a marca do verdadeiro discípulo
Ao longo dos séculos, Satanás tem tentado destruir os filhos de Deus, assim como
tem tentado impedir a expansão da pregação do evangelho ao mundo. Seus esforços sempre
foram fracassados. A princípio, ele estabeleceu a perseguição, a tortura e a morte na
tentativa de fazer com que o medo da perseguição minasse o desejo das pessoas de se
tornarem cristãs e pregassem o evangelho. O resultado foi exatamente o oposto do que
havia sido esperado pelo inimigo: o cristianismo cresceu assustadoramente nos primeiros
séculos. A imagem do Cristo ressurreto na mente dos discípulos, impulsionou-os a pregar a
mensagem ao custo da própria vida. Quanto mais cristãos morriam, mais cristãos
apareciam. O sangue deles era como sementes em solo fértil.
Uma das características mais fortes que trouxe sucesso à pregação do evangelho foi
a unidade em amor que havia entre os primeiros conversos. A igreja cresceu por viver
aquilo que havia sido dado por Cristo a eles como uma ordenança: “Nisto todos conhecerão
que vocês são Meus discípulos: se tiverem amor uns aos outros” (Jo 13:35). Os primeiros
cristãos não somente pregavam sobre o amor, eles viviam o amor e isso fez toda a
diferença. Hoje não é diferente. Quando a igreja experimentar viver o que os primeiros
cristãos viveram, passaremos pelas mesmas perseguições, mas veremos os mesmos
milagres acontecerem, milhares se convertendo em um só dia e Cristo finalmente voltando
nas nuvens do Céu.
Conclusão
Deus nunca prometeu que no mundo não passaríamos por tribulações. Ele prometeu
estar conosco em cada uma delas. Deus livrou os amigos de Daniel da fornalha, mas não
livrou milhares de cristãos de serem queimados vivos nas arenas romanas; Ele livrou
Daniel na cova dos leões, mas não livrou milhares de cristãos dos leões nos coliseus
romanos; livrou João de ser queimado vivo num tacho de óleo fervendo, mas não livrou
Paulo de ser decapitado, nem Pedro de ser crucificado de cabeça para baixo. Sabe o que
todos eles têm em comum? Todos estavam dispostos a obedecer a Deus, não importando as
consequências, como se evidencia na fala dos jovens hebreus: “Sadraque, Mesaque e
Abede-Nego responderam ao rei: ‘Ó Nabucodonosor, quanto a isto não precisamos nem
responder. Se o nosso Deus, a quem servimos, quiser livrar-nos, ele nos livrará da fornalha
de fogo ardente e das suas mãos, ó rei. E mesmo que ele não nos livre, fique sabendo, ó rei,
que não prestaremos culto aos seus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que o
senhor levantou’” (Dn 3:16-18). A obediência deles não estava condicionada a uma
resposta positiva de Deus quanto ao livramento da morte, mas à confiança de que Deus,
livrando naquele momento ou não, certamente lhes daria a coroa da vida eterna no fim. A
confiança deles estava no mundo vindouro, no amanhã da vida eterna. Que essa seja a
nossa esperança hoje.
Conheça o autor dos comentários deste trimestre: O Pr. Eleazar Domini é mestre
em Teologia e apresentador do canal “Fala sério, pastor”, no YouTube. Serve à Igreja
Adventista há mais de 14 anos e atuou em diferentes funções. Atualmente, exerce sua
atividade como pastor nas igrejas de Danbury e Waterbury, Connecticut – EUA. É casado
com Gisele Domini, farmacêutica, e é pai de Hannah e Isabella.

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