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Temas Abordados:
“No princípio”, quando Deus criou o Universo, ele criou tanto as criaturas
materiais quanto as espirituais. As criaturas espirituais mais perfeitas eram os anjos. Eles
receberam muitos dons e habilidades.
Entre todos os anjos, havia um que se destacava. Ele era o anjo mais bonito e
poderoso do Céu. Seu nome era Lúcifer (que significa “o portador da Luz”). Lúcifer e todos os
demais anjos viviam em paz e harmonia, até que Deus decidiu criar o Ser Humano.
Maravilhados, os anjos viram que Deus havia acabado de criar um ser parecido
com Ele próprio. Tinha sua Imagem e Semelhança. Ele criou o ser humano, que, diferentemente
de toda a Criação, era uma criatura tanto material quanto espiritual.
Nesse momento da História, a matéria e o espírito humanos viviam em perene
Unidade, sem jamais se separarem um do outro. Ou seja, não existia a morte. A morte humana
não fazia parte dos desígnios de Deus. Ele não desejou que sua Obra-Prima passasse pela morte.
Contudo, um anjo do Senhor, criado perfeitamente por Deus (detentor, portanto, de
livre arbítrio e de vontade própria), não concordou com a criação do Ser Humano. Esse anjo não
admitia que uma criatura inferior pudesse possuir a Imagem e a Semelhança de Deus, enquanto
que ele próprio não podia ser como o Homem. Ademais, Deus tinha dado tudo para o Homem,
todas as criaturas do Universo, constituindo-o rei e centro da Criação. E o anjo Lúcifer também
não concordou com isso, pois assim ele próprio teria que se colocar a serviço da humanidade.
Vaidoso como era, não admitia ser servo de ninguém.
Então, ele desejou ser o único a possuir intimidade com Deus (egoísmo). E, com o
tempo, começou a desejar que ele próprio fosse maior que Deus (soberba e vaidade). Orgulhoso
de seu poder e beleza, passou a exigir que os outros seres o adorassem e o servissem, pois no
fundo desejava igualar-se ou mesmo superar a Deus.
Invejoso e sequioso de poder, esse Anjo começou a fomentar uma guerra, a fim de
derrubar Deus de Seu trono, pois em seu íntimo não aceitava mais a Vontade de Deus, e queria
ir contra a criatura humana. Ele conseguiu aliciar 1/3 de todos os anjos do céu, convencendo-os
a aderir à sua empreitada maligna. Contudo, os outros anjos do céu lutaram contra os rebeldes e
impediram que seus desígnios se realizassem. Lúcifer e seu grupo de anjos rebeldes foram
expulsos do Céu. Tiveram suas “asas” retiradas, e passaram a viver privados da presença
Divina, por vontade própria, pois nunca admitiram estar errados e não irão nunca se arrepender
e voltar para Deus. Eles mesmos, ao serem derrotados, decidiram cortar todos os laços de
intimidade com o Criador. A Igreja ensina que a opção dos anjos caídos em serem contrários à
Vontade de Deus é uma decisão que eles não querem mudar, por isso não podem ser perdoados.
Não são perdoados, não por uma deficiência da misericórdia Divina, mas por eterna teimosia e
rebeldia dos próprios anjos pecadores.
Liderados por Lúcifer, passaram a perseguir a criatura humana, jurando a Deus que
tentariam, com todas as forças, destruir a dignidade dos seres humanos. Eles iriam tentar fazer
que os espíritos dos humanos abandonassem seus corpos, dilacerando a Unidade criada por
Deus entre a matéria e o espírito humanos.
Deus criou o Universo, e no centro da Criação colocou o Homem. O Homem era
coroa da Criação. Era o rei e Senhor de tudo, pois Deus permitiu que o homem desse nome a
todas as coisas, entregando-lhes todos os bens como presentes. Ele criou todo o Universo só
para dar de presente para o Ser Humano.
De fato, Deus deu tudo ao Homem. Contudo, reservou para Si mesmo uma única
árvore.
Lúcifer, consciente disso, viu nesse fato uma oportunidade única de jogar o Ser
Humano contra Deus, provando-Lhe que a criação da criatura humana tinha sido um erro, e que
ela não seria capaz de honrá-Lo.
Foi então que o anjo rebelde enganou o Homem, mentindo para ele sobre sua
natureza. Disse que ele não era perfeito e que Deus havia proibido de comer da Sua árvore, para
que não fossem iguais a Deus. Contudo, isso era uma mentira. Os seres Humanos já tinham sido
criados perfeitamente, e viviam perenemente, em perfeita unidade de corpo e espírito.
Só que o Homem deixou-se seduzir pelas mentiras do anjo rebelde, e desobedeceu
à ordem de Deus. De todos os bens que poderia possuir, o homem quis tomar posse daquele
único bem que Deus havia reservado para Si mesmo. Ou seja, o autor bíblico ensina que todo o
Mal se origina no desejo de possuir aquilo que não é seu. Esse desejo de ser ou ter algo mais do
que lhe é devido, chama-se SOBERBA.
O Ser Humano já possuía todos os bens do Universo ao seu dispor. Os animais e a
natureza lhe serviam. Até mesmo aos anjos, o Senhor deu ordens para que protegessem e
auxiliassem os homens. Contudo, o Ser Humano, enganado pela serpente, desejou ter/ser algo
mais.
Foi assim que o Mal entrou na História. A partir do momento em que o Homem
desobedeceu a Deus, e desviou-se do caminho que Ele havia planejado para o ser humano, a
morte entrou na realidade humana. Como consequência desse “pecado original”, toda a raça
humana deveria agora passar pela experiência da Morte. Pois já não havia mais perfeita Unidade
entre matéria e espírito. Em razão do poder devastador do pecado, o espírito humano iria
gradativamente abandonar seu corpo, até que enfim se separassem. Estando sem espírito, o
corpo humano voltaria ao pó da matéria. É a morte. Portanto, o Mal e a Morte não são criações
de Deus, mas consequências de nossos pecados, de nossa Soberba e de nossa vaidade.
Deus, ao ver que o Mal tinha entrado na História, irou-se contra a serpente. Ele
resolveu dar um castigo ao anjo rebelde, tirou toda a glória que havia dado a Lúcifer, inclusive
seu nome, passando a chamá-lo de Satanás (termo hebraico que significa “inimigo”), por ter
tentado destruir o Ser Humano.
Na bíblia, Deus castigou a serpente, dizendo que seu plano maléfico não iria
prevalecer. Isso pode ser considerado um castigo, aos olhos do anjo rebelde, pois ele é
realmente rebelde e quer sempre ir contra os desígnios de Deus. Como falamos, não a
possibilidade de arrependimento da parte dos anjos caídos. Sua decisão em desobedecer a Deus
é eterna e não mudará. É nesse sentido que não se constata na Bíblia algum tipo de promessa de
salvação aos anjos caídos. Porque isso seria irrelevante. Os anjos caídos não aceitariam a
proposta. Aos olhos desses anjos, a Vontade de Deus será sempre um castigo para eles.
Contudo, com relação ao homem, quando fala que o homem foi “expulso do
paraíso”, não significa que foi um castigo de Deus. Trata-se da consequência natural do pecado.
O pecado tem o poder de retirar o ser humano do seu estado de plena Graça. A “expulsão do
paraíso”, a necessidade do trabalho para o próprio sustento e, por fim, a morte são
consequências do Mal que o próprio Homem praticou, e não um castigo de Deus. Parece um
castigo, mas não é. Isso porque podemos olhar pelo outro lado, outro ponto de vista, coisa que
os anjos rebeldes não querem fazer.
A Sagrada Escritura, nesse ponto, registra a História por um ponto de vista
humano. Aos olhos do Homem, pareceu-lhe que sofria um castigo. Mas se estudarmos com
mais cuidado, e tentarmos enxergar o fato pelo ponto de vista de Deus (e não do Homem),
veremos que Ele sempre amou o ser humano.
Por exemplo: se um pai diz ao seu filho para que ele não brinque com fogo, senão
ele se queimará, e o filho mexe no fogo e se queima, parecerá à criança que seu pai lhe jogou
uma praga ou um castigo. Isso porque a criança ainda não tem a maturidade mental
desenvolvida. Mas não foi assim. Queimar-se foi uma consequência natural da desobediência da
criança. O pai, mesmo entre lições de moral, de sermão e de aparente ira, sempre correrá para
socorrer seu filho e tentar cancelar os efeitos causados pelo fogo.
Foi justamente isso que aconteceu na relação entre Deus e o Homem, após o
pecado original. Apesar do Mal cometido pelo Homem, Deus não quis castigar e abandonar sua
criatura amada à morte. Deus vê no Ser Humano a figura de um filho. Portanto, por Amor, ao
invés de retirar do homem a dignidade que lhe restava, prometeu-lhe restaurar, um dia, toda a
sua Glória, salvando-o da mácula do pecado.
Deus não abandonou a criatura humana em um estado de mácula. Ele traçou um
“Plano de Salvação”, que irá devolver a dignidade de “filhos de Deus” aos humanos.
Na História antiga, o Senhor prometeu que formaria um Povo. Esse povo seria
escolhido para levar a Salvação aos homens. Desse povo sairia Aquele que esmagaria
definitivamente a cabeça da serpente (Gen 3, 14-15), dando um basta à morte.
Portanto, as promessas feitas por Deus no Gênesis abrangem tanto os fatos do
Antigo Testamento (promessa da formação do Povo de Deus e da terra prometida), quanto dos
fatos do Novo Testamento (promessa da chegada do messias que colocaria um fim à morte,
derrotando de uma vez por todas o poder do pecado sobre o homem).
Cada pessoa, seja ela quem for, é chamada por Deus para viver as duas vocações
gerais (de vida e de santidade), bem como uma vocação específica e pessoal, que diz respeito ao
seu próprio propósito de existência, e que dará um sentido para sua vida.
A história do povo de Deus é a nossa própria história, e Deus está aqui e agora
agindo, assim como esteve agindo desde o princípio. Deus age e se revela em nossas vidas
pessoais da mesma forma como agiu e se revelou na história dos povos antigos.
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