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POEMAS DISTANTES DE DIAS

VINDOUROS
POEMAS DISTANTES
DE DIAS VINDOUROS

RAUL ARAKE NOGUEIRA DE SÁ

1ª EDIÇÃO
PATROCINADORES:
À minha família
PREFÁCIO

É com imensa satisfação que tenho a honra de introduzir o


primeiro livro de Nogueira de Sá, um jovem talentoso e
querido amigo que conheci há alguns anos, graças à
amizade que mantive com seu pai, Getúlio. Naquela época,
Raul estava empenhado em realizar um sonho que era tão
grandioso quanto inspirador: comprar um piano. Sua paixão
pela música sempre foi evidente, mas o caminho para
alcançar esse objetivo não era convencional. Raul começou
a fazer e vender pães caseiros para juntar os recursos
necessários para adquirir o tão desejado instrumento.

Sua jornada, de um padeiro em busca de sua melodia,


acabou se tornando um conto de superação que tocou o
coração de muitos. Sua história foi contada em programas
de televisão e destacada em jornais de todo o Brasil.
Nogueira de Sá inspirou inúmeras pessoas a acreditarem em
seus sonhos e a seguirem seus corações, independentemente
dos desafios que a vida possa apresentar. Algo que nos uni,
porque esse também é o propósito da minha vida!

Hoje, ao folhear as páginas deste livro, testemunhamos


mais um capítulo emocionante da vida de Nogueiral. A
criação de uma obra poética não é tarefa fácil. É um
processo que demanda tempo, reflexão, criatividade e muita
emoção. Por meio de suas palavras, Nogueira nos convida a
mergulhar em sua alma, a conhecer seus sentimentos mais
profundos, suas alegrias e angústias, suas visões e
perspectivas sobre o mundo que o cerca.
Tenho plena certeza de que esta é apenas a primeira de
muitas obras que Nogueira de Sá compartilhará com o
mundo. Seu talento e paixão pela expressão artística são
evidentes, e sua habilidade de criar poesias que tocam a
alma é admirável.

Portanto, com grande entusiasmo, convido você a explorar


as páginas deste livro, a se perder nas palavras de Nogueira
e a se deixar levar pela profundidade de suas emoções.
Tenho certeza de que você encontrará aqui uma fonte de
inspiração, reflexão e beleza, assim como eu encontrei ao
longo de nossa amizade.

Nogueira de Sá é um exemplo vivo de que os sonhos


podem se tornar realidade, desde que acreditemos neles
com nossa alma, mente, coração; nosso tudo.

Parabéns, Nogueira, por esta conquista extraordinária.


Estamos ansiosos por todas as maravilhas que você ainda
tem a compartilhar conosco.

Filipe Masetti Leite - Cavaleiro das Américas


Escritor bestseller, Cineaste e Palestrante
RAUL é um ser humano fantástico em pleno
desenvolvimento e está se formando um artista completo,
como poucos.

Ele é um músico de ouvido absoluto, um escritor assíduo


desde os 10 anos de idade, um poeta por natureza, um ator e
produtor ávido por alcançar seu potencial e transformar seu
entorno.

Conheço ele desde o ventre da sua mãe e desde sempre foi


um ser humano “precoce”, sendo sempre pioneiro em tudo
o que faz.

O marco do lançamento deste livro não poderia ser


diferente e vem para confirmar tudo isso.

GETÚLIO SÁ
Administrador e Gestor Empresarial
Revoltar, levantar, desfrutar
Batem em mim os ponteiros do relógio.
Choram sobre mim os dias perdidos.
Lamentam meus olhos ao vê-los passar.
Encerram crepúsculos sob meu eucológio.

Tombam minhas dores em meu estrado,


Sob meus pés se escondem meus desejos.
Que Deus não me encontre neste estado,
Pois, se assim, ao final não haverá festejos.

Caem lágrimas ao vento,


Em vão me apressa o tempo.
Ah! se fosse feliz em outra era!
Ah! se enxergasse o que me espera!

Levanto meus olhos, manchados de dor,


Acalanto meu coração cheio de temor.
Este pobre mortal sacrificou sua memória,
Arrependido, reflete o que será sua história.
Vejo acordar o grande astro,

Receio já ter abandonado meu forte lastro,


Receio, ah!, ter perdido o rumo,
Esquecido o prumo, me entregado ao consumo!

Lamento. Em meu leito, lamento.


Em meu catre, espero por alento,
Ou quem sabe uma demão de calento,
Talvez até mesmo um belo valento.

Sim. Torna-se valente meu imo,


Reveste-se de bravura meu interior,
Para que me acorde o íntimo,
E me preencha outra

vez o vigor.
Levantam ânimos sob minha cabeça,
Alegram-se sonhos sob a aurora enaltecida.
Ah! Que Deus me encontre e não se aborreça,
Pois enfim a ele sujeito minha vida.

Jundiaí, julho 2023


Lá vem o Jovem

Lá vem o jovem muso


Semblante triste,
Honestidade em desuso.

Lá vem o jovem que insiste


Que Só lhe causa pudor
Seu espírito resiste.

Lá vem o jovem pecador


Seja frio, seja calor
Nunca solta sua própria dor.

Lá vem o jovem cabisbaixo


Sem fé, sem amor.
Sua ruína o conduz abaixo.

Lá vem o jovem guerreiro


Após tantas batalhas perdidas,
Vitórias sofridas, lições aprendidas,
Tornou-se tristonho feito o salgueiro.

Lá vem o jovem arrependido,


Sem esperança,
Sem bonança.
Que Deus lhe atenda o pedido.

Lá vem o jovem cansado,


Deprimido, detonado.
Seu pecado o consome,
E ele já não faz mais jus à seu nome.

Lá vem o jovem aprendiz,


A quem Deus amorosamente diz:
“Pare já, filho amado.
Isso lhe deixará abalado”
Porém a Deus ele não ouve,
Destrói sem dó sua alma,
Renuncia a todo prouve
E conduz sua vida sem calma.

Que sem demora chegue o dia


Rápido como a ventania,
Ligeiro como outono passageiro
Em que se possa dizer com maestria:
Lá vem o jovem confiante,
De andar altivo,
E alegria como dantes.

Lá vem o jovem esperançoso,


De semblante radiante
E sorriso que dá gozo.

Lá vem o jovem temente,


Que a Deus não ofende,
E aos homens não mente.

Lá vem ele,
Logo vem.
Ao dar atenção à voz da sabedoria,
Sua vida mudou com melhoria.
Lá vem ele
Logo vem.
Que chegue mais rápido!
É para seu próprio bem.

Jundiaí, Julho 2022


O Batel

Certa vez fui ao litoral,


Desci a imponente serra,
À qual não subiu Cabral,
Ali vi um pequeno batel
Ir embora ao o cair do sol.
Levava consigo todo o doce mel
Esperando encontrar peixes ao anzol.

Era a embarcação de um só homem


Conduzido às pressas por um medo,
Levianas preocupações que o consomem,
E um grande toque do enredo.

E somente a noite lhe ofereceu estadia


Ao abraço da covardia
Lhe foi fatal a ausência de brisa
Pois aquele batel do mar não vi retornar.

Guarujá, dezembro 2022


Outros, Outras, único

Outros loucos nos fizeram,


vazio pensamento,
Vida fútil atrás das telas.

Outros tantos nos moldaram,


iguais, ordinários Pautados em ideias
sem fundamento e Futuros irrealizáveis.

Outras poesias vazias


nos disseram que não existe
verdade alguma,Que a luz
é ponto de vista, quando
nos lançaram todos na escuridão.

Ali naquele poço, caí


sempre na mesma armadilha
Que eu mesmo ajudei a preparar.

Se foi ilusão ou sonho,


meus pés escaparam
Escaparam para uma ideia,
acariciaram as serras verdes
da minha terra de outrora.

Mas era tudo imaginação,


devaneios bobos de uma
mente em desordem.

Se a liberdade existe,
nos fizeram acreditar
que ela era a todos
livremente concedida,
Quando, na verdade, é guardada
com a mais doce violência
pela ditadura dos libertos.

Neste ínterim, Me emancipam


no coração as palavras do Criador do riso,
completamente deleitantes,
que desatam as amarras
da armadilha que fiz para meu eu.

Daquele poço irei embora,


pois a verdade não tem várias faces,
e a luz nasce de um só porquê.

Deixarei os sonhos vazios de outrora,


pois tenho uma história para escrever.

Outros amores nos sussurram


que a noite é passageira, e logo vem
o amanhecer.

Outros poetas nos confessaram


que os ponteiros não retrocedem,
que é tesouro cada alvorecer.
Olhei para além de meus ombros
e não vi mais escuridão.

Foquei meu olhar no horizonte adiante


e brandei em exaltação.

Pois outros sábios me disseram


que Caminhos existem muitos,
mas somente um é Eternidade.

Jundiaí, dezembro 2022


Na rua, ontem

Ontem nos cruzamos na rua, lembra?


Seus olhos procuraram os meus,
E eu neguei, desviando a visão.

Seus passos calorosos me fizeram lembrar


Dos tempos em que dia após dia
Você à minha porta batia
E eu para ti abria.

A escravidão dos prazeres


Me fadigou o espírito, velho amigo.
O excesso de quereres
Me fez sozinho, e fiquei sem abrigo.

Quando seu abraço me procurou


Ontem, na rua, mais que amável,
Eu fugi com os ombros, amargurado.

Não mereço sua amizade, companheiro.

As minhas mãos eu sujei


Com o lodo brilhante, atraente, desejável,
Disfarçado de sonho,
Que você me pediu para não dar atenção.
Esse lodo, imundo, pútrido, se impregnou
Na palma de minha alma, me fez fútil
Como qualquer um daqueles pedestres,
Ontem, na rua. Lembra?
O riso abandonou meu rosto,
O ânimo desistiu de me acompanhar,
E a alegria julgou que eu já não valia
Mais a pena.

Só você ficou ali. Comigo.

Na minha frente, era você, de braços abertos,


Sorrindo, esperando que eu percebesse,
Alegre como sempre, amigo.

Porém a imundice pingava por meus dedos.


O pecado cheirava mal para além da minha carne.
A minha alma, abatida, se encontrava no chão,
Naquela calçada, fadigada.

Ela também estava por decidir abandonar-me.


Meu estado era de tamanha amargura
Que os pássaros combinaram de calarem-se,
Que os pedestres, correndo, foram embora.

Ontem. Na rua.
O vento, voraz, deixou a cena,
E, aproveitando, soprou todas as folhas
Para muito longe de mim.

As arvores, temerosas, arrancaram suas raízes


Da terra e fugiram para distante da minha imundice.

O céu, enraivecido, desceu de onde estava


E levou seu azul para além
De minha podridão.
O asfalto e a terra, junto com tudo
Que ainda havia ali, deixaram a realidade.
E eu me senti sem fundamentos, sem valores.

Ontem. Mas nem mais a rua comigo ficou.


A luz esvaiu-se, e eu me vi no escuro.
Sobrou somente você e seus braços abertos,
Que agora eu já não enxergava,
Tamanha era a escuridão.

Ali pude ouvir sua respiração.


Parecia um riso, um doce riso, envolvente.
E ouvia também seu coração,
Música para os ouvidos de um pobre abandonado.

Luz. De repente uma luz inundou tudo.


Brilhou como nunca antes ninguém viu.
Irradiou. Significou. Amou.

Era seu sorriso, amigo.


No escuro se mostrou abrigo.
E revelou novamente minha imundice.

Mas você ainda assim não foi embora.


Então toda a sujeira foi caindo.
O lodo impregnado em minha pele
Foi caindo, escorrendo, saindo para longe.
Pude mexer meus dedos outra vez.

Minha alma, antes no chão aborrecida,


Tomou fôlego, recuperou o vigor,
E foi se levantando outra vez ao meu coração.
A podridão abandonou meu ser,
Repudiou a luz que de ti irradiava
E deixou, finalmente, minha mente em paz.

Então meus olhos se encontraram


Com os seus, velho amigo. E você sorriu.
O fôlego de vida invadiu os pulmões
Da minha existência outra vez, e pude, com êxito,
Devolver o sorriso a ti.

Seus braços me envolveram num caloroso abraço.


Limpo, verdadeiramente limpo estava eu.
Chorei. Ali em seus braços eu chorei.
E lamentei por antes ter fugido
Da sua amizade, ter ignorado teu sorriso.

Lamentei todos os dias que estive longe,


Lamentei toda atenção que não te dei.
Estava eu faminto por alegria,
E ali fui saciado.

Estava sedento por gargalhar contigo,


E ali fui satisfeito. Ontem, na rua.
Você escutou todas as preces
Que eu deixei de fazer.

Você deu ouvidos a cada amém


Que eu deixei de rezar.
Ao olhar aquela cena, a luz voltou correndo,
E inundou as trevas por completo.

O chão retornou arrependido,


E preencheu meus fundamentos.

O céu, agora compadecido,


azulou o horizonte Novamente.
E as arvores se enraizaram, Aliviadas.

O vento trouxe de volta as folhas,


E os pedestres voltaram a se preocupar.
Os pássaros também decidiram cantar outra vez,
E minha alma se alegrou ao ouvi-los.

A alegria julgou que eu não estava perdido,


O ânimo sabia que deveria outra vez me acompanhar.
E o riso, ah sim, o riso adorou povoar novamente
Meus lábios.

Enxuguei as lágrimas e olhei para ti.


Você conseguiu o que queria. Sim, conseguiu.
Você me trouxe de volta para casa.
Me trouxe de volta para o lar.

Ali eu sorri, gargalhei, me alegrei.

E seu abraço proporcionou o mais gratificante


Descanso que eu jamais poderia ter imaginado.
Ontem. Na rua. Não precisa responder,
Pois eu sei que se lembra.

Jundiaí, janeiro 2023


Tempos atuais
Cada dia amanhece
Diferente do que foi ontem.
O passado se despede
E agora todos ignoram meu “amém”.

Em um mundo desatento,
Fico pensando que histórias vão contar.
Pois sem sombra de alento,
Reclamam que nada vai mudar.

O sol se levanta cedo,


Toma café sozinho à mesa.
Todos em seu próprio mundo,
Rezando para que ninguém os esqueça.

Garopaba, janeiro 2023


Solar do barão
Lá se vai meu jardim florido,
Onde plantava minhas rosas,
Onde colhia manhãs airosas,
Onde minha esperança havia florescido.

Lá se vai meu pomar abundante,


Onde amei a existência,
Onde o tempo era meu amante,
Onde cultivei a quintessência.

Lá se vai meu bosque primaveril,


Onde vivi meu riso juvenil,
Onde chorei meu pranto intenso,
Onde já deixei muito lenço.

Em meu interior clamam lágrimas


De um homem finito.
Choram infindáveis lástimas
De um coração aflito.

Caem sonhos de um homem morto,


Abatem-se destinos exultantes.
Óbito por enveredares torto,
Morte por caminhares errante.
Deixei flores de plástico
Em cima de minha própria lápide.
Recitei um poema escolástico,
Lamentei, pois sorvi o veneno da áspide.

Mas meu coração insiste em não esquecer,


Meu jardim insiste em permanecer.
Não me lembro o dia que morri,
Porém me lembro da razão pela qual nasci.

Vejo no horizonte a aurora que desponta,


Enxergo o futuro incerto,
Admiro a aquarela do destino,
Entendo o caminho que agora me aponta.

E voltem, retornem para mim


Minhas flores, meus amores, meu jardim.
Brilham, brilham mais que o sol nascente,
Choram, lágrimas alegres novamente!

Estive morto e hoje vivo,


Acabou-se a noite, findou-se o pranto.
Meu bem, outra vez me regozijo!

Respiro, e soa meu coração, acalanto, acalanto.


Em meu interior escuto o sussurro da eternidade,
A voz que contém toda a verdade,
Calorosamente dizendo assim,
Porém de certa forma não só a mim:
Plante seu jardim,
Veja-o crescer.
Viva antes que seja o fim,
Ame antes que venha o anoitecer.

Jundiaí, junho 2023


Igreja matriz
À porta da catedral escrevo estes versos,
Em frente à vida ponho minha prece.
Deposito medos na minha alma imersos,
Em solidão meu espírito desfalece.

Deitam a porta do futuro meus sonhos,


Diante dessa tribulação tornam-se enfadonhos.
Lágrimas varrem meu espírito,
E eu me afogo em sonetos líricos.

Ajoelho perante o Eterno,


Derramo minhas dores sob Seu colo.
Em plenitude de espírito eu choro,
E Rezo para que se finde logo o inverno.

Jundiaí, abril 2023


AGORA, DESLEIXO
Tomar um livro em mãos e não lê-lo.
Encarar as letras de perto, porém distante.
Admirar flores sem realmente vê-las
Cheirar pétalas sem senti-las no âmago da alma.

Esquecer a alegria pendurada no guarda-roupa


Abandonar o ânimo na cama desarrumada pela manhã.
Derramar o espírito na pia de aço, deixar a alma vazia como
a caneca mal lavada ao lado.

Viver o dia sem de fato amá-lo.


Fingir amá-lo, sem de fato vivê-lo.
Tomar a vida em mãos e não tê-la por inteiro,
Encarar os detalhes de perto, porém ignorá-los.

Olhar a aurora sem realmente admira-la,


Sentir o frescor da manhã sem deixá-lo invadir o coração da
alma.

Abominar a excelência enquanto atende ao telefone,


Deixar legado algum enquanto ama o tempo mau
empregado.
Sacrificar memórias ao convidativo sofá, almofadas
tingidas de leite derramado.

Jundiaí, março 2023


Lamentum pátria

Por ti choro noite e dia.


Choro de forma fria.
Seja na revolta ventania,
Seja na tenra calmaria.

Por ti meu coração desfalece


Quando pensa, e não se esquece,
Que tempos de glória,
Enraizados em minha memória,
Jazem imortais no passado.

Mas, se no passado,
Sem dúvida Já está consumado,
Não existe mais,
Não há como voltar atrás.

Por ti Minh ‘alma clama.


Clama pelo que viestes a ser.
Clama pelo que virás a ser.
Clama pelo destino concreto
Nada incerto,
Do que minha pátria veio a escolher.

Jundiaí, novembro 2022


SONHOS IMPERFEITOS

Sonho cada dia, em sonho vivo.


Vivo um sonho vivo,
Cada dia habita em mim um vivo sonho.
Ainda noite, em sono sonho.

No meu sono, ganham vida os meus sonhos,


Alegra a alma que em vida ganho.
Se em vida, sonhar é insuficiente.
Alegra o homem, povoa a mente.

Contudo, sonhar é enfadonho,


Se, diante de mim, não se realizar o sonho.
Pois, ainda que se afaste a vida,
E eternamente me entregue à morte concebida,
Em minha lápide não se encontrarão os sonhos que tive,
Mas sim meus feitos, legado meu que ainda vive.

Valinhos, julho 2023


Alma em Mármore
Esculpida está minha alma
Em mármore de pedra polida.
Sua beleza cativa admiradores,
Mas ninguém se atreve a preenchê-la de amores
Com tristeza assiste o nascente e o poente,
Pois essa dor que agora sente
Se reduz a um pranto inconsciente.
Quem sabe com a próxima aurora
Venha, sem demora,
A amada que povoa seus sonhos.
Quando ela ao mármore tocar,
Minha alma irá à existência retornar.
Pois duas almas juntas amam mais a vida
Do que uma bela estátua de pedra polida.

Jundiaí, julho 2022


INTERLÚDIO ENTRE DOIS TEMPOS

Quão belos olhos tendes tu.


Faz-me delirar
Perdido neste olhar.
O mais puro canto, uirapuru,
Se faz ouvir no teu melodiar,
Que facilmente vem me cativar.
A aquarela da Aurora,
vibrante como o futuro,
Anuncia sem demora:
Longe de ti, me perco no escuro.

Jundiaí, novembro 2022


AGRADECIMENTOS

Durante os últimos anos, este livro foi um sonho alimentado por


muitos dias e muitas noites onde me indaguei com relação ao meu
futuro, ao meu próximo projeto. Então, após muita reflexão, poemas
começaram a surgir, e um atrás do outro foram geridos, em casa, em
viagens, em movimento.

Se não fosse por algumas pessoas, esta obra certamente ficaria


esquecida nas notas do celular ou em algum pequeno caderno dentro
de alguma pequena gaveta esquecida, e de lá não sairiam por muito
tempo.

Quando dizem “sonho que se sonha junto torna-se realidade”, não


estão apenas repetindo um bordão, porém falando a verdade. Quase
cometi o erro de sonhar sozinho, e se tivesse insistido neste erro este
livro jamais se materializaria em história, como um marco em minha
biografia, e nunca chagaria até você, exímio leitor. E graças às
pessoas que sonharam comigo, tudo isto pode tornar-se realidade.

A primeira pessoa que tenho a honra de conhecer e, portanto, de


agradecer é meu pai, Getúlio Sá. Ele me auxiliou com relação à lista
de funções a serem cumpridas para que meu sonho se concretizasse.
Agradeço imensamente à minha mãe, Meriele Sá, por todas as
palavras de amor e apoio, de incentivo e encorajamento.

Agradeço à Felipe Masseti Leite, por ser inspiração para uma geração,
e por ter me dado a honra de ter meu primeiro livro prefaciado por
ele.
Agradeço ao meu irmão Benjamim, talentoso nas artes, que ilustrou
cada um dos poemas desta coletânea.
Agradeço à Maurício Miura, que me auxiliou com toda a
documentação para publicação e divulgação.
Agradeço aos meus apoiadores Roberta Nogueira de Sá, da Nova
Conduta, que a todo momento me concede todo amor e incentivo
mesmo estando do outro lado do Atlantico; à Malu, da Mallu
Nogueira Paisagismo, e Douglas da Douglas Brandão Paisagismo,
que sempre acreditaram em mim; Eduardo Motta e sua esposa Marly,
que não se cansam de me incentivar; Carlos Luchinni e Silvia
Nogueira de Sá, querida “tia Viva”, que a muitos anos me motivam
sem cessar; eterna gratidão à Matheus Gueiros, Pollyana Amaral e
Palloma Gueiros, amigos que sempre presenteiam com momentos
regados de risos inesquecíveis; à Gil Magalhães do escritório Gil
Magalhães Sociedade de Advogados, pelo ânimo; Diogo Araújo, da
WCA Brasil, pelo apoio; Gabriel Borin, da Telashop, pela atenção e
apoio; à Maurício Rappa e família, pelas conversas e incentivos; à
equipe da Sá Metal Center, da SABBA Ambiental e da Holly House
Brasil pelas lições, motivações, e incentivo.

Agradeço, finalmente, à Escola Waldorf Livre Sofia, em Campinas,


casa de muitas boas memórias, onde passei a maior parte da minha
infância até o Ensino Médio e onde conheci a boa cultura, a boa
poesia, através de excelentes professores. Que a Livre Sofia continue
a formar personalidades influentes em seu próprio meio, com caráter
preparado para os mais variados desafios desta vida.

Finalmente, leitor, agradeço a você, por acreditar no meu trabalho.


Que a sua história seja repleta de vitórias, a fim de que seu legado
nesta terra seja admiravelmente belo.

Não poderia terminar esta obra de outra forma se não com uma destas
poesias pelas quais me apaixonei antes mesmo de serem escritas.
“Em meu interior escuto o sussurro da eternidade, A voz que contém
toda a verdade, calorosamente dizendo assim,
Porém de certa forma não só a mim:
Plante seu jardim,
Veja-o crescer.
Viva antes que seja o fim,
Ame antes que venha o anoitecer.”

Nogueira de Sá

-São Paulo, Outubro 2023

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