Você está na página 1de 69

Manual do Delegado teoria e prática 9th

Edition Gomes Amintas Vidal


Visit to download the full and correct content document:
https://ebookstep.com/product/manual-do-delegado-teoria-e-pratica-9th-edition-gome
s-amintas-vidal/
More products digital (pdf, epub, mobi) instant
download maybe you interests ...

Manual do Advogado Trabalhista teoria e prática Marcelo


Franco Antonio Borges De Figueiredo

https://ebookstep.com/product/manual-do-advogado-trabalhista-
teoria-e-pratica-marcelo-franco-antonio-borges-de-figueiredo/

Manual de Direito do Consumidor 9th Edition Antonio


Herman V. Benjamin

https://ebookstep.com/product/manual-de-direito-do-
consumidor-9th-edition-antonio-herman-v-benjamin/

Curso de Direito Empresarial teoria da empresa e


direito societário 3rd Edition Leonardo Gomes De Aquino

https://ebookstep.com/product/curso-de-direito-empresarial-
teoria-da-empresa-e-direito-societario-3rd-edition-leonardo-
gomes-de-aquino/

Teoria do Estado Filosofia Política e Teoria da


Democracia Em Portuguese do Brasil 5th Edition Eduardo
C. B. Bittar

https://ebookstep.com/product/teoria-do-estado-filosofia-
politica-e-teoria-da-democracia-em-portuguese-do-brasil-5th-
edition-eduardo-c-b-bittar/
Mircea Eliade e a Busca do Sagrado Fragmentos
Biográficos 1st Edition Antônio Vidal Nunes

https://ebookstep.com/product/mircea-eliade-e-a-busca-do-sagrado-
fragmentos-biograficos-1st-edition-antonio-vidal-nunes/

Manual de Teoria Geral do Direito Civil Ana Carolina


Brochado Teixeira Gustavo Pereira Leite Ribeiro

https://ebookstep.com/product/manual-de-teoria-geral-do-direito-
civil-ana-carolina-brochado-teixeira-gustavo-pereira-leite-
ribeiro/

Vade Mecum Delegado de Polícia Renee Do Ó Souza

https://ebookstep.com/product/vade-mecum-delegado-de-policia-
renee-do-o-souza/

Você Eu e os Robôs Pequeno Manual do Mundo Digital


Pequeno manual do mundo digital 1st Edition Martha
Gabriel

https://ebookstep.com/product/voce-eu-e-os-robos-pequeno-manual-
do-mundo-digital-pequeno-manual-do-mundo-digital-1st-edition-
martha-gabriel/

Do xadrez à cortesia Dworkin e a teoria do direito


contemporânea Ronaldo Porto Macedo Júnior

https://ebookstep.com/product/do-xadrez-a-cortesia-dworkin-e-a-
teoria-do-direito-contemporanea-ronaldo-porto-macedo-junior/
■ A EDITORA MÉTODO se responsabiliza pelos vícios do produto no que
concerne à sua edição (impressão e apresentação a fim de possibilitar ao
consumidor bem manuseá-lo e lê-lo). Nem a editora nem o autor assumem
qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoa ou bens,
decorrentes do uso da presente obra.
Todos os direitos reservados. Nos termos da Lei que resguarda os direitos
autorais, é proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por
qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos
xerográficos, fotocópia e gravação, sem permissão por escrito do autor e do
editor.

Impresso no Brasil – Printed in Brazil

■ Direitos exclusivos para o Brasil na língua portuguesa


Copyright © 2015 by
EDITORA MÉTODO LTDA.
Uma editora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional
Rua Dona Brígida, 701, Vila Mariana – 04111-081 – São Paulo – SP
Tel.: (11) 5080-0770 / (21) 3543-0770 – Fax: (11) 5080-0714
metodo@grupogen.com.br | www.editorametodo.com.br

■ O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de


qualquer forma utilizada poderá requerer a apreensão dos exemplares
reproduzidos ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização
cabível (art. 102 da Lei n. 9.610, de 19.02.1998).
Quem vender, expuser à venda, ocultar, adquirir, distribuir, tiver em depósito ou
utilizar obra ou fonograma reproduzidos com fraude, com a finalidade de
vender, obter ganho, vantagem, proveito, lucro direto ou indireto, para si ou
para outrem, será solidariamente responsável com o contrafator, nos termos
dos artigos precedentes, respondendo como contrafatores o importador e o
distribuidor em caso de reprodução no exterior (art. 104 da Lei n. 9.610/98).

■ Capa: Rafael Molotievschi


Produção digital: Geethik
■ CIP – Brasil. Catalogação na fonte.
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.

G612n

Gomes, Amintas Vidal


Manual do Delegado – Teoria e Prática / Amintas Vidal Gomes. – 9. ed.
rev., atual. e ampl. / Rodolfo Queiroz Laterza. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2015.

ISBN 978-85-309-6350-7

1. Direito - Manuais, guias etc. 2. Delegados de polícia - Brasil - Manuais,


guias etc. 3. Processo penal - Manuais, guias etc. 4. Prevenção do crime -
Brasil. 5. Policiais - Brasil - Manuais, guias etc. I. Laterza, Rodolfo Queiroz. II.
Título.

11-1750. CDU: 34(81)

Até a 5.ª edição esta obra foi publicada sob o título “Novo Manual do
Delegado”.
Consagro este livro – nesta edição da melhor de minhas
publicações – à memória de meus honrados pais, Coronel
Francisco Otaviano Gomes e Amasile Vidal Gomes.

Àquelas autoridades policiais deste Estado que vêm


desempenhando suas funções dentro das rígidas normas
da propriedade e com zelo, energia e sensatez – as minhas
respeitosas homenagens.
NOTA DO ATUALIZADOR À 9ª EDIÇÃO

O desafio de manter uma obra atualizada e revisada com rigor científico


e técnico é proporcional à imensa mutabilidade de nosso ordenamento
jurídico, constantemente sujeito a alterações legislativas que promovem
novas implicações nas esferas dos direitos do indivíduo e suas relações com
o Estado brasileiro.
É cediço que o desenvolvimento de uma nação e da sociedade que a
compõe deriva de duas premissas fundamentais: estabilidade jurídica e
segurança institucional. Estados com baixo êxito nesses postulados
imprescindíveis se tornam submetidos a crises institucionais e sociais que
podem resultar em verdadeiras anomias, lamentavelmente ignoradas pelas
elites dirigentes se deparam com suas consequências. Por isso, mais que
buscar a edição desenfreada de novos diplomas legais, precisamos
primeiramente consolidar nosso sistema jurídico, até para que se possa
formular um diagnóstico melhor de quais são as lacunas vigentes no perene
desafio de construção de nossa instável democracia.
E tal reflexão se aplica ao operador do Sistema de Justiça Criminal mais
sujeito a essas mudanças: o delegado de polícia, responsável pelo controle
preliminar da legalidade de qualquer ocorrência jurídico-penal e sua
valoração jurídica. O cenário institucional atual obriga todo operador
jurídico a constantemente se atualizar, sem prejuízo da importância de se
buscar a consolidação de todo arcabouço legal já estabelecido. Sem esse
rigor na aplicação efetiva da legislação, continuaremos a ver não o
aperfeiçoamento do Sistema de Persecução Penal, mas seremos aplicadores
mecanicistas de novidades legislativas pouco racionais ou técnicas,
apropriadas por discursos meramente contextuais de uma política criminal
cada vez mais imediatista e disfuncional.
Apesar dessa análise crítica, rigorosamente atentamos para os trabalhos
de atualização, trazendo as importantes novidades jurídicas trazidas pelas
Leis 12.830/2013 (investigação criminal conduzida pelo delegado de
polícia), 12.846/2013 (intitulada “Lei Anticorrupção”, tratando da
responsabilização administrativa e penal objetivas das pessoas jurídicas
envolvidas em atos de corrupção com o Poder Público), 12.850/2013
(organizações criminosas) e 13.060/2014 (uso de armas de fogo e não letais
pelas forças policiais). Inúmeras considerações doutrinárias e
jurisprudenciais incrementaram a compreensão dos temas, extremamente
diversificados em seus fundamentos.
Mais uma vez, vale ser enaltecida toda a seriedade do GEN, cujos
profissionais sempre agem com extrema atenção e dedicação no logro de
um trabalho de qualidade sempre impecável e altivo.
Destacamos, como sempre, que o apoio moral e constante de pessoas de
inestimável consideração foi providencial para o êxito de nossa missão:
Maria Queiroz da Silva, minha avó e inestimável referência; Leo Carlos da
Silva, avô e inseparável apoiador, que, infelizmente, partiu deixando
enorme legado e saudade; meu primo-irmão Gabriel Canedo; familiares;
aos louvados e honrados amigos Dr. Patrick Berriel e Dr. Luis Gustavo
Trotta, sem os quais esta obra não seria possível; Dr. Sérgio Niemeyer, a
quem devo humildemente esta oportunidade; Luis Carlos Bastos, eterna
referência pessoal; aos inúmeros amigos delegados de polícia de todo o
Brasil, cuja imensa lista tornaria impossível sua menção neste espaço; a
todos os policiais, advogados, juízes e promotores que participaram de
nossa jornada profissional com compreensão, apoio, respeito e resultante
camaradagem; ao amor da minha vida, Geiza Carla, a quem dedico todos os
meus sentimentos de paixão e amor.
Por fim, meus votos de que esta nova edição venha a enriquecer os
trabalhos de todos os profissionais de segurança pública e do Sistema de
Justiça, além de contribuir com uma persecução penal efetiva, racional e
equilibrada com os direitos fundamentais, com a necessária importância de
termos forças policiais independentes, técnicas, valorizadas e vinculadas à
finalidade maior de servir à sociedade, sem ingerências discricionárias de
natureza política ou eleitoral e sem discriminação institucional que tanto
avilta injustamente nossas instituições.

Rodolfo Queiroz Laterza


rodolfolaterza@gmail.com
PREFÁCIO I

Rodolfo Queiroz Laterza, Delegado de Polícia, professor, proficiente,


profundo estudioso das ciências penais e processuais penais, autodidata e,
acima de tudo, homem de grande estofo moral e de conduta ilibada.
As suas raízes cariocas e suas ideologias o encaminharam para o serviço
público e para servir à sociedade no momento em que ela mais clama por
justiça e segurança pública.
Projetou-se no Rio de Janeiro como Inspetor da Polícia Civil, tarefa
árdua e pesarosa naquele Estado.
Quando o conhecemos nos bancos da pós-graduação em Direito Penal e
Direito Processual Penal, no ano de 2004, a sua capacidade e suas
colocações em sala de aula despertavam atenção dos colegas e dos
professores.
Naquela época, Rodolfo Queiroz Laterza já se destacava em seu
trabalho, pois, apesar da pouca idade, tinha todos os sestros positivos e
cultura jurídica para se tornar um Delegado de Polícia brilhante e
competente, já que esta é sua vocação.
No esforço pela justiça, agiu em seu labor com intuito de trazer a
criminalidade para patamares toleráveis, sempre embasado nas ciências
penais, buscando incansavelmente a coleta de indícios que dariam alicerce a
ação penal. Investigador implacável e totalmente operacional, é, ainda, sem
sombra de dúvida, uma fonte inesgotável de sabedoria jurídica.
A sua atuação na fase inquisitorial vem pautada nas garantias
fundamentais, na dignidade da pessoa humana e, acima de tudo, no respeito
àquele que se vê envolvido em um inquérito policial, pois é na fase
investigativa que se tem o contato direto com os indícios, e, por diversas
vezes, com o suposto criminoso.
Quando recebemos o convite do dileto amigo para prefaciar esta
eminente obra, ficamos realmente honrados, tendo em vista a qualidade e
robustez do trabalho e de sua revisão e atualização.
Este Manual, confeccionado originalmente pelo falecido Delegado de
Polícia Amintas Vidal Gomes, ganhou nova roupagem com a revisão e
atualização de Rodolfo Queiroz Laterza, pois traz temas atuais, uma vez
que os Direitos Penal e Processual Penal não são estáticos e devem sempre
acompanhar a evolução da sociedade. Por tais razões que se tornam
imperiosas a revisão e atualização da presente obra por este culto Delegado
de Polícia.
Este trabalho se presta não só a Delegados de Polícia ou àqueles que
sonham com a tão honrosa profissão, mas se torna necessária aos
profissionais do direito que atuam na fase inquisitorial, tanto na defesa
quanto na acusação.
Este opulento Manual do Delegado se destaca pelas brilhantes
atualizações, tendo em vista a evolução da sociedade, dos meios de
investigação e apuração de delitos, com reflexos de ordem operacional
Policial e na legislação atual, sem se distanciar da jurisprudência dos
Tribunais Superiores e da dogmática atual, com a filtragem abalizadora da
Carta da República.
Oportuna a dissertação no tocante ao instituto da delação premiada,
compulsando a legislação vigente, uma vez que vem sendo muito utilizada
nos dias atuais para elucidação de atividades criminosas.
Quando tanto se fala em direitos humanos e na garantia da eficácia do
processo penal, esta edição disseca o Programa de Proteção a Testemunhas,
sua composição, aplicabilidade e alterações práticas no curso do programa –
tema tão delicado e muito carente de doutrina e apontamentos.
Em interceptações telefônicas, de forma profícua, analisa toda a
legislação pertinente, abordando-a, assim como a necessidade ou não de
transcrições dos diálogos, de fundamentação das decisões judiciais que
autorizam a medida extrema, e escutas ambientais, o que enriquece a
atualização.
Com o notório aperfeiçoamento das organizações criminosas, mormente
a ocultação e a dissimulação das atividades ilícitas, tornam-se necessárias
em certos casos, com o desiderato de combater a criminalidade, a infiltração
policial e a ação controlada. Temas intrigantes e desafiadores analisados
pelo atualizador, que abordou, ainda, a conduta criminal do agente
infiltrado.
Trata, ademais, da quebra de sigilo bancário e fiscal, e controle externo
da atividade policial vem abalizado de farta jurisprudência. Em perícias,
ressalta a importância de a Autoridade Policial ter o contato visual e direto
com o local do crime, e enfatiza um estudo necessário sobre a análise de
manchas de sangue.
O trabalho de revisão e atualização demonstra que Rodolfo Queiroz
Laterza é um delegado extremamente preparado para a missão à qual foi
convidado, o que nos permite dizer que este compêndio é necessário para
todos aqueles que atuam na área criminal (delegados de polícia,
investigadores, Magistrados, advogados criminais, promotores e estudiosos
da área).

Patrick de Oliveira Berriel


Advogado Criminal

Luis Gustavo Trotta


Advogado Cível e Criminal
PREFÁCIO II

Sentimo-nos honrados com o convite para prefaciar esta fantástica obra.


A exuberância qualitativa do trabalho de revisão e atualização não
surpreende, pois conhecemos o Professor e Delegado de Polícia Rodolfo
Laterza e temos acompanhado a sua revelação como um desses raros
cultores do direito.
Homem de rara inteligência, autodidata, idealista e sempre infatigável
na busca do justo reconhecimento da dignidade profissional do delegado de
polícia, o Prof. Rodolfo, privando-se dos momentos de convívio familiar,
nos intervalos da grande labuta diária com uma infinidade de inquéritos
policiais, brindou as tradições literárias brasileiras com um legado
impagável.
Este Manual, escrito originariamente pelo saudoso Delegado de Polícia
mineiro Amintas Vidal Gomes, sempre foi nobre referência entre todos os
operadores do Direito.
O destino conspirou e o Manual do Delegado uniu dois artesãos da
marcha redentora pela dignidade de todos os delegados de polícia: Amintas
Vidal Gomes e Rodolfo Queiroz Laterza.
A obra revisada e atualizada consagra definitivamente este Manual
como o mais importante compêndio jurídico do Brasil a tratar de tão
empolgante temática quando se afigura a fase primeira da persecução penal,
impondo-se como bibliografia obrigatória de todos os delegados de polícia,
magistrados, promotores de justiça, professores, advogados e estudantes da
ciência jurídica.
A revisão deu integralidade magnífica à obra original, ao acrescentar
enfoques atualizadíssimos, dentre os quais destacam-se as lições relativas
aos direitos fundamentais, criminologia e perícia.
A seleção de modelos práticos revela o brilhantismo da revisão,
apresentando peças de qualidade incomparável e que certamente proverão
com o mais alto padrão os inquéritos policiais a que forem incorporados.
O presente Manual, ora revisto e atualizado, reúne todos os assuntos de
polícia judiciária em suas principais divisões, perpassando aspectos
históricos e criminológicos, relacionando o tema com outros ramos do
direito e de outras ciências, fazendo aprofundada análise da complexa
atividade do delegado de polícia, agora sob um olhar mais abrangente e
interdisciplinar.
A obra expurga a limitada noção de que ao delegado de polícia caberia
tão somente invocar uma ordem jurídica caudalosa e brutalmente
formalista. Nesse sentido, a revisão tem como um de seus mais valiosos
méritos destacar a autoridade de polícia judiciária como um profissional do
direito de quem se requer esmero e domínio sobre diversas ciências,
situando definitivamente o delegado de polícia como sujeito ativo exclusivo
da atividade investigatória, eis que este é, entre todos os demais operadores
de segurança pública e do direito, o único profissional genuinamente
habilitado para atuar no manejo seguro de todas as complexidades que
envolvem tão sensível atividade estatal.
Concluo esse breve prefácio homenageando a todos que de alguma
maneira participaram da construção, revisão e atualização dessa inestimável
obra literária, registrando nossa gratidão pela distinção com que fomos
presenteados, permitindo-nos escrever esse despretensioso vestíbulo.
Christian Robert de Rios
Delegado de Polícia – Estado do Espírito Santo

Lorenzo Pazolini
Delegado de Polícia – Estado do Espírito Santo
PREFÁCIO III

Atualmente, vivemos em uma sociedade em que a população clama por


segurança. Há uma rivalidade corporativa para se definir quem, de fato,
possui atribuição de polícia judiciária neste país, ou seja, quem tem a
prerrogativa estatal para investigar. Entretanto, mais importante do que
brigar para se decidir qual instituição é a mais relevante e qual possui mais
atribuições, é que se defina e organize todo o aparato do Estado para que
funcione de maneira integrada e eficiente, garantindo-se, assim, uma melhor
prestação do serviço público em prol da sociedade.
Os delegados de polícia, por meio da Polícia Judiciária, têm a
importante missão de iniciar todo o processo persecutório punitivo do
Estado contra indivíduos que cometeram ilícitos penais. Debate antigo é o
que situa o Inquérito Policial como sendo apenas um procedimento
administrativo ou um procedimento pré-processual. Todavia, isso não é o
mais importante, pois o precípuo é se entender que o Inquérito Policial é a
fase na qual não seria justo julgar ou condenar alguém, mas apenas ir em
busca da verdade dos fatos com lastro probatório que possa permitir que se
acuse um cidadão de maneira formal, e se busque a sua condenação. Assim,
de uma maneira mais lacônica, é neste procedimento intitulado Inquérito
Policial que se tem o início de toda a Justiça Penal de um Estado
Democrático de Direito.
Manual do Delegado visa a subsidiar a aplicação do Direito pelas
Autoridades Policiais e seus auxiliares, além de reconhecer em definitivo o
status jurídico da carreira de Delegado de Polícia como garantidor dos
direitos fundamentais dos sujeitos passivos da investigação. Dessa forma, a
atividade policial poderá se desenvolver de uma maneira muito mais justa,
eficaz e consentânea com um Estado Democrático de Direito.
Esta obra vem para preencher uma lacuna no meio jurídico e
revolucionar o meio acadêmico, tratando de um tema polêmico, de grande
relevância social e de grande escassez literária, o que proporcionará uma
visão teórica e prática de todas as questões atinentes ao dia a dia das
Autoridades Policiais. Além disso, catalisará uma visão sistêmica das
funções desenvolvidas pelas Polícias Civil e Militar, quebrando mitos e
paradigmas.
O leitor não mais olhará a autoridade policial como um inquisidor, que
objetiva exclusivamente a repressão ao suspeito. Seu papel é outro, cabe a
ele a função de fornecer elementos informativos tanto para a acusação
quanto para a defesa, atuando de maneira imparcial e preservando os
direitos envolvidos na investigação criminal.
Por isso é que se louva a publicação desta obra, que trará grande
contribuição para a sociedade e, de uma maneira particular, para os
operadores do Direito, que vislumbrarão na Polícia Judiciária e na figura do
Delegado de Polícia um dos mecanismos mais importantes para a
elaboração e execução de Políticas Criminais.
O atualizador, oriundo da Polícia Civil do Rio de Janeiro, ingressou nos
quadros da Polícia Civil do Espírito Santo como Delegado de Polícia em
2007, trazendo consigo uma vasta bagagem de conhecimento jurídico e
prático sobre o tema e abrilhantando concomitantemente os quadros da
Instituição.
Há que se enfatizar a enorme admiração e respeito que passamos a
nutrir pelo profissional e estudioso Rodolfo Laterza desde o momento em
que o conhecemos, na apresentação para cursar a Academia da Polícia Civil
do Espírito Santo, demonstrando ser uma pessoa íntegra, batalhadora,
humilde, calcada em princípios éticos e morais que atualmente se fazem
carentes em nossa sociedade.
Certo é que esta obra servirá de apoio aos aplicadores do direito e a
todos aqueles que se interessam pelo tema.

João Francisco Filho


Delegado de Polícia – Estado do Espírito Santo

Diego Marques Yamashita


Delegado de Polícia – Estado do Espírito Santo

Ícaro Ruginski Borges Nascimento da Silva


Delegado de Polícia – Estado do Espírito Santo
PREFÁCIO IV

Nos últimos anos, tem-se observado uma crescente atuação dos


Delegados de Polícia, fruto da Constituição Federal de 1988, que, ao
reestruturar as Polícias Judiciárias, conferiu aos ocupantes do cargo a
possibilidade de conciliar o respeito aos direitos fundamentais com o
conhecimento dos limites e possibilidades das suas atribuições.
O livro Manual do Delegado: Teoria e Prática, atualizado pelo amigo
Rodolfo Queiroz Laterza, se insere nesse contexto e, há anos, serve como
referência para uma adequada atuação dos Delegados de Polícia no Estado
Democrático de Direito. Repensar o funcionamento do inquérito policial e
conciliar a natural tensão entre investigação criminal e direitos
fundamentais foram os desafios enfrentados nas edições anteriores e que,
mais uma vez, estão presentes nesta publicação.
Não só o cuidado com a teoria, mas, principalmente, o aprofundamento
da prática policial, mostra a capacidade do autor em trabalhar com o que há
de mais adequado à atuação constitucional do Delegado de Polícia e da
Polícia Judiciária. Rodolfo Queiroz Laterza, responsável por liderar grandes
operações policiais no Estado do Espírito Santo, entrega aos seus leitores
uma obra que é reflexo da sua história e das investigações que presidiu.
É por isso que a obra pertence a um nobre rol de raros livros no
mercado editorial que tratam do cargo de Delegado de Polícia e que,
efetivamente, são escritos por profissionais da classe comprometidos com o
respeito às normas constitucionais. Ir além do senso comum jurídico e dos
corriqueiros manuais de direito processual penal, escritos por profissionais
sem contato com o cotidiano da atividade policial, é a grande virtude desta
obra, reflexo da experiência e da capacidade intelectual do autor.
Elaborado em uma linguagem clara e objetiva, destina-se aos
operadores do Direito para uma consulta especializada e aos graduandos de
Direito para imersão e percepção no Direito Penal e Processual Penal. Em
síntese, agrega grande número de informações e reúne todos os predicados
que se espera de uma grande obra literária.
Ao amigo Rodolfo Queiroz Laterza fica nosso agradecimento pelo
convite para a elaboração deste prefácio e a certeza de que a essa edição
sucederão inúmeras outras. Afinal, como diria Ronald Dworkin, a doutrina
é o prólogo silencioso de qualquer veredicto, qualidade já alcançada pelo
autor que há anos influencia a comunidade jurídica brasileira.

Vitória, 14 de fevereiro de 2015.

Bruno Taufner Zanotti


Delegado de Polícia. Doutorando e Mestre em Direitos e Garantias
Fundamentais pela Faculdade de Direito de Vitória (FDV).
Especialista em Direito Público pela FDV. Professor de Direito
Constitucional e Direito Processual Penal. Professor do MBA em
Direito Público da FGV-RJ. Professor do Curso de Pós-Graduação
Lato Sensu da Associação Espírito-Santense do Ministério Público.
Autor de diversas obras, sendo uma delas a referencial obra “Delegado
de Polícia em ação: teoria e prática no Estado Democrático de
Direito”. Cofundador do site www.pensodireito.com.br e colunista do
site www.delegados.com.br.

Sérgio do Nascimento Lucas


Delegado de Polícia. Ex-Presidente do Sindicato dos Delegados de
Polícia do Espírito Santo (2010-2013). Ex-Presidente da Associação
dos Delegados de Polícia do Espírito Santo – ADEPOL-ES (2008-
2010; 2013-2014).

Nota da Editora: o Acordo Ortográfico foi aplicado integralmente nesta obra.


SUMÁRIO

I. POLÍCIA
– Definição, divisão
– Discriminações
– Poder de polícia

II. DIREITOS INDIVIDUAIS


– Direitos e garantias individuais
– Inviolabilidade do domicílio
– Sentido jurídico do vocábulo “noite”
– Direito de reunião
– Habeas corpus
– Mandado de segurança
Formulário
– Ofício contendo informações requisitadas para instrução de processo de habeas
corpus
Modelo 1
– Ofício contendo informações requisitadas para instrução de processo de
mandado de segurança
Modelo 2

III. CIRCUNSCRIÇÃO E ATRIBUIÇÃO DAS AUTORIDADES POLICIAIS


– Circunscrição e atribuição
– Impedimento e suspeição

IV. CRIMES DE AÇÃO PÚBLICA – CRIMES DE AÇÃO PRIVADA


– Auto de corpo de delito – laudo de exame pericial
- A) Crimes previstos no Código Penal sobre os quais não pode ser instaurado
inquérito senão mediante REPRESENTAÇÃO do ofendido ou de quem
tenha qualidade para representá-la
- B) Crimes previstos no Código Penal sobre os quais não pode ser instaurado
inquérito senão mediante QUEIXA do ofendido ou de quem tenha
qualidade para representá-lo
- C) Crimes sobre os quais não pode ser instaurado inquérito, senão mediante
REQUISIÇÃO do Ministro da Justiça
- D) Ação penal nas contravenções

V. INQUÉRITO POLICIAL
– Disposições do Código de Processo Penal
– Conceito – o inquérito não pode ser abolido
– Nem sempre é obrigatório o inquérito
– Aspectos fundamentais da Lei 12.830/2013
– Considerações sobre a natureza jurídica dos atos de transferência
– Ocorrência de ilegalidade no ato de remoção sem fundamentação
– A obrigatoriedade de fundamentação no indiciamento
– Prova de alegações
– Provas ilícitas na investigação criminal
– Normas gerais
– Trancamento de inquérito
– Restauração de autos de inquéritos extraviados ou destruídos

Formulário
Modelo 3

VI. COMO SE INICIA O INQUÉRITO


– Disposições do Código de Processo Penal
– Como se inicia o inquérito nos delitos de ação pública
– 1 – Início de inquérito de livre-iniciativa da autoridade
- Crimes mais comuns que admitem inquérito de livre-iniciativa da
autoridade
- Inquéritos solicitados por ofício
- Inquéritos solicitados por escrito
- Notitia criminis
- Portaria inicial

Formulário
Modelo 4 – Portaria
Modelo 5 – Portaria
Modelo 6 – Portaria
Modelo 7 – Portaria
Modelo 8 – Portaria
Modelo 8.1 – Portaria
Modelo 8.2 – Portaria
– 2 – Início do inquérito mediante requisição da autoridade judiciária ou do
Ministério Público
Modelo 8.3 – Portaria
– 3 – Início de inquérito mediante representação do ofendido ou de quem tenha
qualidade para representá-lo
– Representação
- Termo de representação – Termo de ratificação
– Retratação
– Quem tem qualidade para representar os incapazes
– Curador especial
– Orientação sobre a representação
- Prazo para a representação
Formulário
Modelo 9 – Representação
Modelo 10
Modelo 11 – Representação
Modelo 12
Modelo 13 – Termo de ratificação de representação
Modelo 14 – Portaria
Modelo 15 – Termo de representação
– Ofício ao juiz sobre nomeação de curador especial
Modelo 16
– 4 – Início de inquérito mediante auto de prisão em flagrante
– 5 – Início de inquérito mediante requisição do Ministro da Justiça
– Como se inicia inquérito nos crimes de ação privada
Formulário
Modelo 17 – Queixa

VII. INSPEÇÃO DE LOCAIS DE CRIMES


– Disposições do Código de Processo Penal
– Local de crime – trabalhos
– A palavra dos processualistas
– Preleção do Prof. Marc Bischoff
– Considerações finais

Formulário
Modelo 18 – Auto de inspeção de local de crime e de corpo de delito

Formulário
Modelo 19 – Auto de inspeção de local de crime e apreensão
– Anexo I

VIII. CORPO DE DELITO E PERÍCIAS EM GERAL – NORMAS GERAIS


– Disposições do Código de Processo Penal
– Corpo de delito, sua relevância
– Corpo de delito direto e corpo de delito indireto
– O exame de corpo de delito pode realizar-se em qualquer dia e a qualquer hora
– Auto de corpo de delito – laudo de exame pericial
– Desenhos e fotografias
– Escolha e nomeação de peritos – disciplina – sanções penais – compromisso
– Os que não podem ser peritos
– Quesitos
– Concessão de prazo aos peritos
– Divergência entre os peritos
– Inobservância de formalidades – omissões, obscuridades, contradições
Formulário
– Despachos nomeando peritos para auto de corpo de delito
Modelo 20
Modelo 21
Modelo 22
Modelo 23 – Auto de corpo de delito
Modelo 24 – Auto de compromisso aos peritos
Modelo 24.1 – Laudo pericial – peritos ad hoc
Modelo 24.2 – Termo de nomeação de perito ad hoc
Modelo 25 – Auto de apresentação de laudo
Modelo 26 – Laudo de exame pericial
– Divergência entre os peritos
Modelo 27
Modelo 28 – Auto de corpo de delito (ou do que for)
Modelo 29
Modelo 30
Modelo 31
– Omissões, obscuridades ou contradições em laudos
Modelo 32

IX. CORPO DE DELITO E PERÍCIAS EM GERAL – LIGEIROS


APONTAMENTOS SOBRE MEDICINA LEGAL
– Instrumentos vulnerantes
– Lesões corporais
– Morte
– Morte aparente
– Provas de morte
– Docimasia pulmonar hidrostática
– Diferença entre as lesões ocasionadas em vida e as produzidas depois da morte
– Conservação de cadáveres
– Perícia de sangue
– Colheita de sangue em locais de crime
– A importância do exame de DNA na investigação
Formulário
Modelo 33 – Ata de formolização de cadáver
Esquemas anatomotopográficos
Face anterior do corpo
Face posterior do corpo
Face lateral do corpo
Face lateral da cabeça
Orelha
Face palmar da mão
Face dorsal da mão
Esqueleto

X. CORPO DE DELITO E PERÍCIAS EM GERAL


– Perícias médico-legais
– Quesitos para perícias médico-legais no vivo e no cadáver
- Quesitos de lesão corporal
Modelo 34
– Homicídio
- Quesitos de homicídio
Modelo 35
– Quesitos de infanticídio
Modelo 36
– Aborto criminoso
- Quesitos de aborto
Modelo 37
Modelo 38
– Quesitos de conjunção carnal
Modelo 39
– Quesitos sobre ato libidinoso
Modelo 40
– Exame de idade
- Quesitos de exame de idade
Modelo 41
– Quesitos de perigo de contágio de moléstia grave
- A) Exame da vítima
Modelo 42
- B) Exame do indiciado
Modelo 43
– Quesitos de perigo de contágio venéreo
- A) Exame da vítima
Modelo 44
- B) Exame do indiciado
Modelo 45
– Quesitos de gravidez
Modelo 46
– Quesitos de parto suposto
Modelo 47
– Quesitos de embriaguez
- A) Art. 62 da Lei das Contravenções Penais
Modelo 48
- B) Art. 28, n. II, e parágrafos, do Código Penal
Modelo 49
– Quesitos de acidente de trabalho
- A) Caso de morte
Modelo 50
- B) Caso de incapacidade
Modelo 50-A
– Quesitos de exame complementar
Modelo 51
– Quesitos de exame de puérpera
Modelo 52
– Quesitos de exame de idade
Modelo 53
– Quesitos de exame de sanidade mental
Modelo 54
– Perícia em caso de suspeita de morte por envenenamento (exame de vísceras)
– Quesitos de exame toxicológico
Modelo 55
– Ofício encaminhando material para exame químico-legal
Modelo 56
– Quesitos para perícias médico-legais ou relacionadas com a medicina legal e
referentes a crimes contra a Saúde Pública
- Quesitos de envenenamento de água potável
Modelo 56-A
- Quesitos de corrupção ou poluição de água potável
Modelo 56-B
- Quesitos de envenenamento de substância alimentícia ou medicinal
Modelo 56-C
- Quesitos de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância
ou produtos alimentícios ou produto destinado a fins terapêuticos ou
medicinais
Modelo 56-D
- Quesitos de alteração de substância ou produtos alimentícios ou produto
destinado a fins terapêuticos ou medicinais (artigos 272 e 273 do Código
Penal)
Modelo 56-E
- Quesitos de emprego de processo proibido ou de substância não permitida
Modelo 56-F
- Quesitos de exame de invólucro ou recipiente com falsa indicação
Modelo 56-G
- Quesitos de fabricação, venda etc., de coisa ou substância nociva à saúde
Modelo 56-H
- Quesitos específicos para a realização de exame de substância ou produto
destinado a fins terapêuticos ou medicinais falsificados, corrompidos,
adulterados ou alterados (artigo 273 do CP)
Modelo 56-I
- Quesitos de exame de medicamento em desacordo com receita médica
Modelo 56-J
- Quesitos de exame de substância entorpecente ou capaz de determinar
dependência física ou psíquica
Modelo 56-K
- Quesitos de exame de insumo, matéria-prima ou produto químico destinado
à preparação de drogas (entorpecentes, estupefacientes ou psicotrópicos)
Modelo 56-L
– Reconhecimento de cadáver
– Regras processuais sobre exame cadavérico, necropsia e exumação
- Laudos periciais
- Modelo de requisição de exumação para descoberta de causa mortis
Modelo 56-M
- Laudo de lesão corporal
Modelo 57
- Laudo de conjunção carnal
Modelo 58
- Laudo de homicídio (necropsia)
Modelo 59
- Laudo de infanticídio (necropsia)
Modelo 60
Formulário de autos
Modelo 61 – Auto de achada de cadáver
Modelo 62 – Auto de reconhecimento de cadáver
Modelo 63 – Auto de exumação e reconhecimento
Modelo 64 – Auto de exame cadavérico
Modelo 65 – Auto de exumação, reconhecimento e necropsia

XI. CORPO DE DELITO E PERÍCIAS EM GERAL – OUTRAS PERÍCIAS


(CORPO DE DELITO)
– Falsificação de documento público ou particular
- Quesitos de falsificação documental
Modelo 66
- Modelos de despachos sobre reconhecimento de documento
Modelo 67
Modelo 68
Modelo 69 – Auto de reconhecimento de escrito (ou de assinatura ou de
escrito e assinatura)
- Despacho ordenando tomada em auto de letra ou assinatura
Modelo 70
Modelo 71 – Auto de tomada de letra autêntica (ou de assinatura
autêntica)
– Quesitos para diversos exames de corpo de delito
Modelo 71-A – Supressão em papéis públicos de carimbo ou sinal
Modelo 72 – Furto qualificado
Modelo 73 – Alteração de limites
Modelo 74 – Usurpação de águas
Modelo 75 – Supressão ou alteração de marca de animais
Modelo 76 – Dano
Modelo 77 – Incêndio
Modelo 78 – Explosão
Modelo 79 – Inundação
Modelo 80 – Perigo de inundação
Modelo 80-A – Desabamento ou desmoronamento
Modelo 81 – Perigo de desastre ferroviário
Modelo 82 – Falsificação de moeda
Modelo 83
Modelo 84
Modelo 84-A – Petrechos para fabricação de moeda

XII. CORPO DE DELITO E PERÍCIAS EM GERAL – PERÍCIAS NÃO


CONSTITUINDO CORPO DE DELITO
– Exames não destinados a provar existência de infração penal
– Despachos ordenando exames periciais
Modelo 85
Modelo 86
Modelo 87
Modelo 88
– Exame pericial para comprovação da autoria de escrito ou de assinatura
– Breve estudo sobre as armas de fogo e munições
- Armas de fogo – conceito e tipos
- Unidades de munição
- Calibres das armas de fogo
- Considerações sobre os movimentos do projétil na trajetória
- Identificação individual de projéteis e estojos
– Lesões causadas por projéteis de arma de fogo
- Quesitos de exame de armas e instrumentos utilizados na prática de infração
Modelo 89
Modelo 90
Modelo 91
- Quesitos de exame de arma no caso de delito de porte de arma de uso
permitido (previsto no artigo 14, da Lei n. 10.826/2003)
Modelo 92
- Quesitos de exame de instrumento próprio para prática de furto
Modelo 93
- Perícias balísticas
Modelo 94 – Ofício requisitando exame balístico

XIII. EXAME DE CORPO DE DELITO E PERÍCIAS EM GERAL – AVALIAÇÃO


– Coisas sujeitas à avaliação

Formulário
Modelo 95 – Auto de avaliação
Modelo 96 – Auto de avaliação indireta
Modelo 97 – Laudo de avaliação indireta

XIV. OFENDIDO
– Disposições do Código de Processo Penal
– Quando é dispensável ou indispensável a oitiva
– Casos de oitiva urgente
– Advertência aos requerentes de inquérito
– Crimes simulados
– Tomada de declarações
– Intérprete – como proceder no caso de mudez, surdez ou surdo-mudez
– Apreensão da vítima
– Intimação

Formulário
Modelo 98 – Termo de declarações

XV. INDICIADO
– Disposições do Código de Processo Penal
– Importância do interrogatório
– Interrogatório
– Vida pregressa
– Gravação
– Comprovação testemunhal das declarações
– Intimação
– Desobediência à intimação e condução coercitiva
– Intimação de indiciado residente fora
– Desconhecimento da língua nacional – casos de mudez, surdez ou surdo-mudez,
real ou simulada
– Apresentação espontânea do criminoso, seguida de confissão
– A delação premiada – aspectos legais e investigatórios

Formulário
Modelo 99 – Despacho mandando intimar o indiciado
Modelo 100
Modelo 101 – Mandado de intimação
Modelo 101.1 – Mandado de intimação
– Ofício a chefe de repartição
Modelo 102
– Ofício requisitando militar
Modelo 103
– Despacho mandando conduzir coercitivamente o indiciado (nos casos de
descumprimento injustificado de ordem legal que caracterize o crime de
desobediência)
Modelo 104
– Mandado de condução coercitiva de indiciado (nos casos de descumprimento
injustificado de ordem legal que caracterize o crime de desobediência)
Modelo 105 – Mandado
Modelo 106 – Termo de declarações
Modelo 106.1 – Termo de declaração que presta
Modelo 106.2 – Termo de declarações
Modelo 107
– Despacho nomeando curador
Modelo 108
– Declarações com interferência de curador
Modelo 109 – Termo de declarações
– Termo de apresentação espontânea e confissão do criminoso (para o caso de
crime de autoria desconhecida)
Modelo 110 – Termo de apresentação espontânea e confissão
– Termo de apresentação espontânea e confissão do criminoso (para o caso de
crime de autoria imputada a inocente)
Modelo 111 – Termo de apresentação espontânea e confissão

XVI. TESTEMUNHA
– Disposições do Código de Processo Penal
– Testemunha, sua classificação
– Quem pode recusar-se a depor
– Quem é proibido de depor
– Testemunha informante
– Inquirição
– Intervenção de intérprete
– Intimação – requisição
– Intimação por mandado
– Condução coercitiva
– Intimação de funcionário público
– Requisição de militares
– Breves considerações aos programas de proteção às testemunhas

Formulário
– Despachos ordenando intimação de testemunhas
Modelo 112
Modelo 113
– Impresso para intimação
Modelo 114
Modelo 115 – Certidão
– Comprovante de estada de testemunha na delegacia
Modelo 116
– Mandado de intimação de testemunha
Modelo 117 – Mandado
Modelo 118 – Certidão
– Comunicação a chefe de repartição
Modelo 119
– Requisição de militar para depor
Modelo 120
Modelo 121 – Promoção
– Despacho sobre condução de testemunha desobediente
Modelo 122
Modelo 123 – Certidão
– Ordem para cumprimento do mandado judicial de condução de testemunha
desobediente
Modelo 124 – Mandado
Modelo 125 – Certidão
Modelo 126 – Assentada
– Ofício solicitando tomada de depoimento
Modelo 127-A
– Ofício solicitando inclusão de pessoa ameaçada ou violentada ao Programa de
Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas – PROVITA
Modelo 127-B

XVII. RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS


– Disposições do Código de Processo Penal
– Reconhecimento de pessoas
– Reconhecimento de coisas
– Reconhecimento por fotografia
Formulário
– Despacho sobre reconhecimento
Modelo 128
Modelo 129
Modelo 130
Modelo 131
- A) Auto de reconhecimento, por um só reconhecedor, de pessoa posta ao
lado de outras
Modelo 132 – Auto de reconhecimento
- B) Auto de reconhecimento, por diversos reconhecedores, de pessoa posta ao
lado de outras
Modelo 133 – Auto de reconhecimento
- C) Auto de reconhecimento de pessoa isoladamente posta à frente do
reconhecedor
Modelo 134 – Auto de reconhecimento
Modelo 134.1 – Auto de reconhecimento de pessoa
– Auto de reconhecimento de coisas
Modelo 135 – Auto de reconhecimento
Modelo 135.1 – Auto de reconhecimento de objeto
– Auto de reconhecimento por fotografia
Modelo 136

XVIII. ACAREAÇÃO
– Disposições do Código de Processo Penal
– Acareação
– Acareação indireta
Formulário
Modelo 137 – Termo de acareação
– Ofício sobre acareação indireta de indiciados
Modelo 138

XIX. RECONSTITUIÇÃO DE CRIME


– Disposições do Código de Processo Penal
– Definição – Considerações gerais

Formulário
Modelo 139 – Auto de reconstituição de crime

XX. BUSCA E APREENSÃO


– Disposições do Código de Processo Penal
– Definições
– Busca ex officio ou a requerimento
– Busca domiciliar
– Busca em repartições públicas
– Busca pessoal
– Apreensão sem busca
– Apreensão em território de circunscrição alheia
– Vedada a apreensão de cartas fechadas
– Arrecadação de coisas adquiridas com os proventos da infração
Formulário
– Modelos de despachos mandando lavrar auto de apreensão
Modelo 140
Modelo 141
Modelo 142
Modelo 143
Modelo 144 – Auto de apreensão
Modelo 144.1 – Auto de apreensão
Modelo 144.2 – Auto de apreensão
– Auto de apreensão de coisa apresentada por pessoa estranha à polícia
Modelo 145 – Auto de apresentação e apreensão
– Auto de apreensão de coisa arrecadada por pessoa estranha à polícia
Modelo 145.1 – Auto de apresentação e apreensão
– Auto de apreensão de coisa arrecadada por policial
Modelo 146 – Auto de apresentação e apreensão
– Modelos de despachos ordenando expedir mandado de busca e apreensão
Modelo 147
Modelo 148
Modelo 149 – Auto de apreensão
Modelo 150 – Auto de busca e apreensão
Modelo 151
Modelo 152
– Auto de busca e apreensão realizada pela própria autoridade
Modelo 153 – Auto de busca e apreensão
Modelo 153.1 – Auto circunstanciado de cumprimento de mandado
de busca e apreensão
Modelo 154 – Auto de arrecadação
Modelo 155 – Representação de busca e apreensão domiciliar
(investigações de tráfico ilícito de drogas)

XXI. SEQUESTRO DE BENS


– Disposições do Código de Processo Penal
– Definição
– O sequestro não se confunde com a apreensão
– Representação
– Arrecadação de proventos da infração
Formulário
Modelo 156 – Representação sobre sequestro de bens
Modelo 156.1 – Representação (Sequestro de bens)

XXII. DESTINO DAS COISAS APREENDIDAS


– Disposições do Código de Processo Penal
– Normas gerais
– Coisas que não podem ser restituídas pela polícia
– Restituição
– Depósito
Formulário
Modelo 157 – Despacho ordenando restituição
Modelo 158 – Termo de restituição
Modelo 159 – Despacho nomeando depositário
Modelo 160 – Termo de depósito
– Termo de depósito de coisa deteriorável
Modelo 161

XXIII. DOCUMENTOS
– Disposições do Código de Processo Penal
– O que são documentos
– Cabe à autoridade providenciar, de livre-iniciativa, a juntada de documentos
– É facultado às partes apresentar documentos

XXIV. INTÉRPRETE – TRADUTOR


– Disposições do Código de Processo Penal
– Intérprete
– Quem não pode ser intérprete
Formulário
– Despachos nomeando intérprete
Modelo 162
Modelo 163
Modelo 164 – Termo de compromisso ao intérprete
– Termo de depoimento
Modelo 165
– Termo de declarações do indiciado colhidas por intermédio de intérprete
Modelo 166 – Termo de declarações
– Termo de declarações do indiciado colhidas por intermédio de intérprete
Modelo 167
– Tradutor
Formulário
– Despacho nomeando tradutor
Modelo 168
Modelo 169 – Termo de compromisso ao tradutor
– Ofício apresentando tradução de documento
Modelo 170

XXV. PRISÃO
– Disposições do Código de Processo Penal
– Preceitos constitucionais
– Desobediência, resistência, emprego de força
– Prisão com busca domiciliar
– Prisão fora do território jurisdicional
– Recaptura de réus evadidos
– Emprego de algemas
– Recolhimento de presos
– Prisão especial
– Prisão de parlamentares
– Imunidades diplomáticas
– Apresentação espontânea do criminoso
Formulário
– Mandado de prisão do Juízo
Modelo 171 – Mandado de prisão
– Mandado policial de prisão, reproduzindo o judicial (Código de Processo, art.
297)
Modelo 172 – Declaração de prisão
Modelo 173
Modelo 174 – Declaração
Modelo 175 – Auto de prisão
– Recibo de entrega de preso
Modelo 176
– Ofício apresentado ao juiz, criminoso preso sem exibição de mandado
Modelo 177
– Guia para apresentação à cadeia, de réu preso em virtude de mandado
Modelo 178
– Ofício ao Juiz enviando mandado cumprido
Modelo 179
– Auto de prisão de réu que, perseguido, passar para território de outra jurisdição
Modelo 180 – Auto de prisão
– Ofício solicitando prisão
Modelo 181
– Prisão com entrada à força em casa (Código de Processo, art. 263)
Modelo 182 – Auto de prisão
Modelo 183 – Auto de prisão
Modelo 184 – Auto de prisão
Modelo 185 – Auto de prisão
– Resistência (Código de Processo, arts. 284 e 292)
Modelo 186 – Auto de resistência e prisão
Modelo 187 – Auto de resistência

XXVI. PRISÃO EM FLAGRANTE


– Disposições do Código de Processo Penal
– Quem pode e quem deve prender em flagrante
– O que é flagrante delito
– Outras situações – flagrante preparado, esperado, forjado e retardado
– Lavratura do auto de prisão em flagrante
– Prazo para lavratura do auto
– Condutor
– Número de testemunhas
– Interrogatório do conduzido
– Recolhimento à prisão – soltura do autuado por ser insubsistente o auto lavrado
– Liberdade provisória
– Auto de prisão em flagrante sem testemunhas da infração
– Escrivão ad hoc – escrevente
– Nota de culpa
– Flagrante por infração praticada na presença da autoridade ou contra esta
– Auto de prisão em flagrante por crime de ação privada ou de ação pública
condicionada
– Falta de autoridade no lugar da prisão
– Advogado
– Obrigatoriedade de comunicação à Defensoria no caso de o conduzido não ser
assistido por advogado
– Obrigatoriedade de comunicação ao Ministério Público e à família do preso ou
pessoa por ele indicada
– Prazo para remessa dos autos

Formulário
Modelo 188 – Auto de prisão em flagrante
– Interrupção da lavratura do auto
Modelo 189
– Encerramento do auto sem o interrogatório
Modelo 190
– Auto de interrogatório de preso em flagrante realizado perante as mesmas
pessoas que no auto de prisão figuraram como condutor e testemunhas
Modelo 191 – Auto de interrogatório de preso autuado em flagrante
– Auto de interrogatório de preso em flagrante realizado perante testemunhas
diferentes das que foram ouvidas no auto de prisão
Modelo 192 – Auto de interrogatório de preso autuado em flagrante
– Auto de prisão em flagrante sem testemunha da infração
Modelo 193 – Auto de prisão em flagrante
– Auto de prisão em flagrante efetuada pela própria autoridade
Modelo 194 – Auto de prisão em flagrante
– Despachos em que o Delegado de Polícia determina a liberação do conduzido
com relaxamento da prisão mandando pôr em liberdade a pessoa detida ou
autuada, ou ainda determinando seu recolhimento à prisão
– Despacho de liberação do conduzido quando não há situação de flagrante delito
conforme previsto no artigo 302, I, II, III e IV
Modelo 195 – Auto de prisão em flagrante de delito
– Despacho de liberação do conduzido nos casos de atipicidade da conduta (dano
culposo praticado por civil)
Modelo 196
Modelo 197
– Auto lavrado com assistência de defensor ou curador
Modelo 198 – Auto de prisão em flagrante
– Auto lavrado sem assistência de defensor
Modelo 199 – Auto de prisão em flagrante
– Nota de culpa
Modelo 200
– Termo de declaração de domicílio
Modelo 201
– Guia para recolhimento de preso
Modelo 202
– Recibo de entrega de preso
Modelo 203
– Nota de culpa
Modelo 204
– Recibo da nota de culpa
Modelo 205
– Ofício apresentando a comando de batalhão um oficial preso em flagrante
Modelo 206
– Comunicação ao Juízo
Modelo 207
– Comunicação do auto de prisão em flagrante ao juiz (sem indicação de
necessidade de conversão em prisão preventiva)
Modelo 207.1
– Comunicação do auto de prisão em flagrante ao defensor público
Modelo 207.2
– Comunicação do auto de prisão em flagrante ao promotor de justiça
Modelo 207.3

XXVII. PRISÃO PREVENTIVA E MEDIDAS CAUTELARES SUBSTITUTIVAS


À PRISÃO
– Disposições do Código de Processo Penal
– Medida excepcional
– Representação da autoridade policial
– Renovação de requerimento indeferido
– Revogação da prisão preventiva
Another random document with
no related content on Scribd:
LIBRO SÉPTIMO
NIGROMANCIA

Están prontos los caballos para la fuga en el rancho de Ticomaipú


El Coronelito de la Gándara cena con Niño Filomeno. Sobre los
términos de la colación, manda llamar a sus hijos el ranchero. Niña
Laurita, con reservada tristeza, sale a buscarlos, y acude, brincante, la
muchachada, sin atender a la madre, que asombra el gesto con un
dedo en los labios. El patrón también sentía cubierta su fortaleza con
una nube de duelo: Tenía los ojos en los manteles: No miraba ni a la
mujer ni a los hijos: Recobrándose, levantó la frente con austera
entereza.

II

Los chamacos, en el círculo de la lámpara, repentinamente mudos


sentían el aura de una adivinación telepática:
—Hijos, he trabajado para dejaros alguna hacienda y quitaros de los
caminos de la pobreza: Yo los he caminado, y no los quisiera para
ustedes. Hasta hoy esta ha sido la directriz de mi vida, y vean cómo
hoy he mudado de pensamiento. Mi padre no me dejó riqueza, pero me
dejó un nombre tan honrado como el primero, y esta herencia quiero yo
dejarles. Espero que ustedes la tendrán en mayor aprecio que todo e
oro del mundo, y si así no fuese, me ocasionarían un gran sonrojo.
Se oyó el gemido de la niña ranchera:
—¡Siempre nos dejas, Filomeno!
El patrón, con el gesto apagó la pregunta. La rueda de sus hijos en
torno de la mesa tenía un brillo emocionado en los ojos, pero no
lloraba:
—A vuestra mamasita pido que tenga ánimo para escuchar lo que
me falta. He creído hasta hoy que podía ser un buen ciudadano
trabajando por acrecentarles la hacienda, sin sacrificar cosa ninguna a
servicio de la Patria. Pero hoy me acusa mi conciencia, y no quiero
avergonzarme mañana, ni que ustedes se avergüencen de su padre.
Sollozó la niña ranchera:
—¡Desde ya te pasas a la bola revolucionaria!
—Con este compañero.
El Coronelito de la Gándara se levantó, alardoso, tendiéndole los
brazos:
—¡Eres un patricio espartano, y no me rajo!
Suspiraba la ranchera:
—¿Y si hallas la muerte, Filomeno?
—Tú cuidarás de educar a los chamacos y de recordarles que su
padre murió por la Patria.
La mujer presentía imágenes tumultuosas de la revolución. Muertes
incendios, suplicios y, remota, como una divinidad implacable, la momia
del Tirano.

III

Ante la reja nocturna, fragante de albahacón, refrenaba su parejeño


Zacarías el Cruzado: Apareciose en súbita galopada, sobresaltando la
nocharniega cadencia campañera:
—¡Vuelo, vuelo, mi Coronelito! La chinita fue delatada. Ya la pagó e
fregado gachupín. ¡Vuelo, vuelo!
Zacarías refrenaba el caballo, y la oscura expresión del semblante y
el sofoco de la voz metía, afanoso, por los hierros. En la sala, todas las
figuras se movieron unánimes hacia la reja. Interrogó el Coronelito:
—¿Pues qué se pasó?
—La tormentona más negra de mi vida. ¡De estrella pendeja fueron
los brillos de la tumbaguita! ¡Vuelo, vuelo, que traigo perro sobre los
rastros, mi Coronelito!

IV

La niña ranchera abraza al marido, en el fondo de la sala, y lloriquea


la tropa de chamacos encandillándose a la falda de la madre. Hipando
su grito, irrumpe por una puerta la abuela carcamana:
—¿Perché questa follia? Se il Filomeno trova fortuna nella
rivoluzione potrá diventar un Garibaldi. ¡Non mi spaventar i bambini!
El Cruzado miraba por los hierros, la figura toda en sombra. El ojo
enorme del caballo recibía por veces una luz en el juego de las siluetas
que accionaban cortando el círculo del candil. Zacarías aún terciaba
sobre la silla el saco con el niño muerto. En la sala, el grupo familia
rodeaba al patrón. La madre, uno por uno, levantaba a los hijos
pasándoles a los brazos del padre. Consideró Zacarías, con dejo
apagado:
—¡Son pidazos del corazón!

Chino Viejo acercó los caballos, y los ecos de la galopada rodaron


por la nocturna campaña. Zacarías en el primer sofreno, al meterse po
un vado, apareó su montura con la del Coronelito:
—¡Se chinga Banderitas! Tenemos un auxiliar muy grande. ¡Aquí va
conmigo!
El Coronelito le miró, sospechándole borracho:
—¿Qué dices, manís?
—La reliquia de mi chamaco. Una carnicería que los chanchos me
han dejado. Va en este alforjín.
El Coronel le tendió la mano:
—-Me ocasiona un verdadero sentimiento, Zacarías. ¿Y cómo no
has dado sepultura a esos restos?
—A su hora.
—No me parece bien.
—Esta reliquia nos sirve de salvoconducto.
—¡Es una creencia rutinaria!
—¡Mi jefecito, que lo cuente el chingado gachupín!
—¿Qué has hecho?
—Guindarlo. No pedía menos satisfacción esta carnicería de m
chamaco.
—Hay que darle sepultura.
—Cuando estemos a salvo.
—¡Y parecía muy vivo, el cabroncito!
—¡Cuanti menos, para su padre!
Q U I N TA PA R T E
S A NTA MÓ NI C A
LIBRO PRIMERO
BOLETO DE SOMBRA

El Fuerte de Santa Mónica, que en las luchas revolucionarias sirvió


tantas veces como prisión de reos políticos, tenía una pavorosa
leyenda de aguas empozoñadas, mazmorras con reptiles, cadenas
garfios y cepos de tormento. Estas fábulas, que databan de la
dominación española, habían ganado mucho valimiento en la tiranía
del General Santos Banderas. Todas las tardes en el foso del baluarte
cuando las cornetas tocaban fajina, era pasada por las armas alguna
cuerda de revolucionarios. Se fusilaba sin otro proceso que una orden
secreta del Tirano.

II

Nachito y el estudiante traspasaron la poterna, entre la escolta de


soldados. El Alcaide los acogió sin otro trámite que el parte verba
depuesto por un sargento, y enviado desde la cantina por el Mayor de
Valle. Al cruzar la poterna, los dos esposados alzaron la cabeza para
hundir una larga mirada en el azul remoto y luminoso del cielo. E
Alcaide de Santa Mónica, Coronel Irineo Castañón, aparece en las
relaciones de aquel tiempo como uno de los más crueles sicarios de la
Tiranía: Era un viejo sanguinario y potroso que fumaba en cachimba y
arrastraba una pata de palo. Con la bragueta desabrochada, jocoso y
cruel, dio entrada a los dos prisioneros:
—¡Me felicito de recibir a una gente tan seleccionada!
Nachito acogió el sarcasmo con falsa risa de dientes y quiso
explicarse:
—Se padece una ofuscación, mi Coronelito.
El Coronel Irineo Castañón vaciaba la cachimba golpeando sobre la
pata de palo:
—A mí en eso ninguna cosa me va. Los procesos, si hay lugar, los
instruye el Licenciadito Carballeda. Ahora, como aún se trata de una
simple detención, van a tener por suyo todo el recinto murado.
Agradeció Nachito con otra sonrisa cumplimentera y acabó
moqueando:
—¡Es un puro sonambulismo este fregado!
El Cabo de Vara, en el sombrizo de la puerta, hacía sonar la pretina
de sus llaves: Era mulato, muy escueto, con automatismo de fantoche
Se cubría con un chafado kepis francés, llevaba pantalones colorados
de uniforme, y guayabera rabona muy sudada: Los zapatos de charol
viejos y tilingos, traía picados en los juanetes. El Alcaide le advirtió
jovial:
—Don Trini, a estos dos flautistas vea de suministrarles boleto de
preferencia.
—No habrá queja. Si vienen provisorios se les dará luneta de
muralla.
Don Trini, cumplida la fórmula del cacheo, condujo a los presos po
un bovedizo con fusiles en armario: Al final, abrió una reja y los soltó
entre murallas:
—Pueden pasearse a su gusto.
Nachito, siempre cumplimentero y servil, rasgó la boca:
—¡Muchísimas gracias, Don Trini!
Don Trini, con absoluta indiferencia, batió la reja, haciendo rechina
cerrojos y llaves: Gritó alejándose:
—Hay cantina, si algo desean y quieren pagarlo.

III

Nachito, suspirando, leía en el muro los grafitos carcelarios


decorados con fálicos trofeos. Tras de Nachito, el taciturno estudiante
liaba el cigarro: Tenía en los ojos una chispa burlona, y en la boca
prieta, color de moras, un rictus de compasión altanera. Esparcidos y
solitarios paseaban algunos presos. Se oía el hervidero de las olas
como si estuviesen socavando el cimiento. Las ortigas lozaneaban en
los rincones sombríos, y en la azul transparencia aleteaba una
bandada de zopilotes, pájaros negros. Nachito, finchándose en e
pando compás de las zancas, miró con reproche al estudiante:
—Ese mutismo es impropio para dar ánimos al compañero, y hasta
puede ser una falta de generosidad. ¿Cómo es su gracia, amigo?
—Marco Aurelio.
—¡Marquito, qué será de nosotros!
—¡Pues, y quién sabe!
—¡Esto impone! ¡Se oye el farollón de las olas!... Parece que
estamos en un barco.
El Fuerte de Santa Mónica, castillote teatral con defensas del tiempo
de los virreyes, erguíase sobre los arrecifes de la costa, frente al vasto
mar ecuatorial, caliginoso, de ciclones y calmas. En la barbacana
algunos morteros antiguos, roídos de lepra por el salitre, se alineaban
moteados con las camisas de los presos tendidas a secar: Un viejo
sentado sobre el cantil frente al mar inmenso, ponía remiendos a la
frazada de su camastro. En el más erguido baluarte cazaba lagartijas
un gato, y pelotones de soldados hacían ejercicios en Punta Serpiente.

IV

Hilo de la muralla, la curva espumosa de las olas balanceaba una


ringla de cadáveres. Vientres inflados, livideces tumefactas. Algunos
prisioneros, con grito de motín, trepaban al baluarte. Las olas mecían
los cadáveres ciñéndolos al costado de la muralla, y el cielo alto
llameante, cobijaba un astroso vuelo de zopilotes, en la crue
indiferencia de su turquesa. El preso que ponía remiendos en la
frazada de su camastro quebró el hilo, y con la hebra en el bezo
murmuró leperón y sarcástico:
—¡Los chingados tiburones ya se aburren de tanta carne
revolucionaria, y todavía no se satisface el cabrón Banderas! ¡Puta
madre!
El rostro de cordobán, burilado de arrugas, tenía un gesto estoico
La rasura de la barba, crecida y cenicienta, daba a su natural adusto un
cierto aire funerario. Nachito y Marco Aurelio caminaron inciertos, como
viajeros extraviados: Nachito, si algún preso cruzaba por su vera
apartábase solícito y abría paso con una sonrisa amistosa. Llegaron a
baluarte y se asomaron a mirar el mar alegre de luces mañaneras
nigromántico con la fúnebre ringla balanceándose en las verdosas
espumas de la resaca. Entre los presos que coronaban el baluarte
acrecía la zaloma de motín con airados gestos y erguir de brazos
Nachito se aleló de espanto:
—¿Son náufragos?
El viejo de la frazada le miró despreciándole:
—Son los compañeros recién ultimados en Foso-Palmitos.
Interrogó el estudiante:
—¿No se les enterraba?
—¡Qué va! Se les tiraba al mar. Pero visto cómo a los tiburones ya
les estomaga la carne revolucionaria, tendrán que darnos tierra a los
que estamos esperando vez.
Tenía una risa rabiosa y amarga. Nachito cerró los ojos:
—¿Es de muerte su sentencia, mi viejo?
—¿Pues conoce otra penalidad más clemente el Tigre de
Zamalpoa? ¡De muerte! ¡Y no me arrugo ni me rajo! ¡Abajo el Tirano!
Los prisioneros encaramados en el baluarte, hundían las miradas en
los disipados verdes que formaba la resaca entre los contrafuertes de
la muralla. El grupo tenía una frenética palpitación, una brama, un
clamoreo de denuestos. El Doctor Alfredo Sánchez Ocaña, poeta y
libelista, famoso tribuno revolucionario, se encrespó con el brazo
tendido en arenga, bajo la mirada retinta del centinela que paseaba en
la poterna con el fusil terciado:
—¡Héroes de la libertad! ¡Mártires de la más noble causa! ¡Vuestros
nombres escritos con letras de oro, fulgirán en las páginas de nuestra
Historia! ¡Hermanos, los que van a morir os rinden un saludo, y os
presentan armas!
Se arrancó el jipi con un gran gesto, y todos le imitaron. El centinela
amartilló el fusil:
—¡Atrás! No hay orden para demorar en el baluarte.
Le apostrofó el Doctor Sánchez Ocaña:
—¡Vil esclavo!
Una barca tripulada por carabineros de mar, arriando vela
maniobraba para recoger los cadáveres. Embarcó siete. Y como los
prisioneros en creciente motín no desalojaban el baluarte, salió la
guardia y sonaron cornetas.

V
Nachito, tomado de alferecía, se agarraba al brazo del estudiante:
—¡Nos hemos fregado!
El viejo de la manta le miró despacio, el belfo mecido por una risa de
cabrío:
—No merita tanto atribulo esta vida pendeja.
Nachito ahiló la voz en el hipo de un sollozo:
—¡Muy triste morir inocente! ¡Me condenan las apariencias!
Y el viejo, con burlona mueca de escarnio, seguía martillando:
—¿No sos revolucionario? Pues sin merecerlo vas vos a tener el fin
de los hombres honrados.
Nachito, relajándose en una congoja, tendía los ojos suplicantes a
preso, que, con el ceño fruncido y la manta tendida sobre las piernas
se había puesto a estudiar la geometría de un remiendo. Nachito
intentó congraciarse la voluntad de aquel viejo de cordobán: El azar los
reunía bajo la higuera, en un rincón del patio:
—Nunca he sido simpatizante con el ideario de la revolución y lo
deploro, comprendo que son ustedes héroes con un puesto en la
Historia: Mártires de la Idea. ¡Sabe, amigo, que habla muy lindo e
Doctor Sánchez Ocaña!
Hízole coro el estudiante, con sombrío apasionamiento:
—En el campo revolucionario militan las mejores cabezas de la
República.
Aduló Nachito:
—¡Las mejores!
Y el viejo de la frazada, lentamente, mientras enhebra, desdeñoso y
arisco comentaba:
—Pues, manifiestamente, para enterarse no hay cosa como visita
Santa Mónica. A lo que se colige, el chamaco tampoco es
revolucionario.
Declaró Marco Aurelio con firmeza:
—Y me arrepiento de no haberlo sido, y lo seré, si alguna vez me
veo fuera de estos muros.
El viejo, anudando la hebra, reía con su risa de cabra:
—De buenos propósitos está empedrado el Infierno.
Marco Aurelio miró al viejo conspirador y juzgó tan cuerdas sus
palabras, que no sintió el ultraje: Le sonaban como algo lógico e
irremediable en aquella cárcel de reos políticos, orgullosos de morir.
VI

El tumbo del mar batía la muralla, y el oboe de las olas cantaba e


triunfo de la muerte. Los pájaros negros hacían círculos en el remoto
azul, y sobre el losado del patio se pintaba la sombra fugitiva de
aleteo. Marco Aurelio sentía la humillación de su vivir, arremansado en
la falda materna, absurdo, inconsciente como las actitudes de esos
muñecos olvidados tras de los juegos: Como un oprobio remordíale su
indiferencia política. Aquellos muros, cárcel de exaltados
revolucionarios, le atribulaban y acrecían el sentimiento mezquino de
su vida, infantilizada entre ternuras familiares y estudios pedantes, con
premios en las aulas. Confuso atendía al viejo que entraba y sacaba la
aguja de lezna:
—¿Venís vos a la sombra por incidencia justificada, o por espiar lo
que se conversa? Eso, amigo, es bueno ponerlo en claro. Recorra las
cuadras y vea si encuentra algún fiador. ¿No dice que es estudiante?
Pues aquí no faltan universitarios. Si quiere tener amigos en esta
mazmorra, busque modo de justificarse. Los revolucionarios platónicos
merecen poca confianza.
El estudiante había palidecido intensamente. Nachito, con ojos de
perro, imploraba clemencia:
—A mí también me tenía horrorizado Tirano Banderas: ¡Muy po
demás sanguinario! Pero no era fácil romper la cadena. Yo para volinas
no valgo, y ¿adónde iba que me recibiesen si soy inútil para ganarme
los fríjoles? El Generalito me daba un hueso que roer y se divertía
choteándome. En el fondo parecía apreciarme. ¿Qué está mal, que soy
un pendejo, que aquello era por demás, que tiene sus fueros la
dignidad humana? Corriente. Pero hay que reflexionar lo que es un
hombre privado del albedrío por ley de herencia. ¡Mi papá, un
alcohólico! ¡Mi mamá, con desvarío histérico! El Generalito, a pesar de
sus escarnios, se divertía oyéndome decir jangadas. No me faltaban
envidiosos. ¡Y ahora caer de tan alto!
Marco Aurelio y el viejo conspirador oían callados y por veces se
miraban. Concluyó el viejo:
—¡Hay sujetos más ruines que putas!
Se ahogaba Nachito.
—¡Todo acabó! El último escarnio supera la raya. Nunca llegó a
tanto. Divertirse fusilando a un desgraciado huérfano, es propio de
Nerón. Marquito, y usted amigo, yo les agradecería que luego me
ultimasen. Sufro demasiado. ¡Qué me vale vivir unas horas, si todo e
gusto me lo mata este chingado sobresalto! Conozco mi fin, tuve un
aviso de las ánimas. Porque en este fregado ilusorio andan las
Benditas. Marquito, dame cachete, indúltame de este suplicio nervioso
Hago renuncia de la vida por anticipado. Vos, mi viejo, ¿qué hacés que
no me sangrás con esa lezna remendona? Mero mero, pasame las
entretelas. Amigos, ¿qué dicen? Si temen complicaciones, háganme e
servicio de consolarme de alguna manera.

VII

El planto pusilánime y versátil de aquel badulaque aparejaba un


gesto ambiguo de compasión y desdén en la cara funeraria del viejo
conspirador y en la insomne palidez del estudiante. La mengua de
aquel bufón en desgracia tenía cierta solemnidad grotesca como los
entierros de mojiganga con que fina el antruejo. Los zopilotes abatían
sus alas tiñosas sobre la higuera.
LIBRO SEGUNDO
EL NÚMERO TRES

El calabozo número tres era una cuadra con altas luces enrejadas
mal oliente de alcohol, sudor y tabaco. Colgaban en calle, a uno y otro
lateral, las hamacas de los presos, reos políticos en su mayor cuento
sin que faltasen en aquel rancho el ladrón encanecido, ni el idiota
sanguinario, ni el rufo valiente, ni el hipócrita desalmado. Por hacerles
a los políticos más atribulada la cárcel, les befaba con estas compañías
el de la pata de palo, Coronel Irineo Castañón. La luz polvorienta y alta
de las rejas resbalaba por la cal sucia de los muros, y la expresión
macilenta de los encarcelados hallaba una suprema valoración en
aquella luz árida y desolada. El Doctor Sánchez Ocaña, declamatorio
verboso, con el puño de la camisa fuera de la manga, el brazo siempre
en tribuno arrebato, engolaba elocuentes apóstrofes contra la tiranía:
—El funesto fénix del absolutismo colonial, renace de sus cenizas
aventadas a los cuatro vientos, concitando las sombras y los manes de
los augustos libertadores. Augustos, sí, y el ejemplo de sus vidas debe
servirnos de luminar en estas horas, que acaso son las últimas que nos
resta vivir. El mar devuelve a la tierra sus héroes, los voraces
monstruos de las azules minas se muestran más piadosos que e
general Santos Banderas... Nuestros ojos...
Se interrumpía. Llegaba por el corredor la pata de palo. El alcaide
cruzó fumando en cachimba, y poco a poco extinguiose el alerta de su
paso cojitranco.

II

Un preso, que leía tendido en su hamaca, sacó a luz, de nuevo, e


libro que había ocultado. De la hamaca vecina le interrogó la sombra
de Don Roque Cepeda:
—¿Siempre con las Evasiones Célebres?
—Hay que estudiar los clásicos.
—¡Mucho le intriga esa lectura! ¿Sueña usted con evadirse?
—Pues quién sabe.
—¡Ya estaría bueno, podérsela jugar al Coronelito Pata de Palo!
Cerró el libro con un suspiro el que leía:
—No hay que pensarlo. Posiblemente a usted y a mí nos fusilan
esta tarde.
Denegó con ardiente convicción Don Roque:
—A usted, no sé... Pero yo estoy seguro de ver el triunfo de la
Revolución. Acaso más tarde me cueste la vida. Acaso. Se cumple
siempre el Destino.
—Indudablemente. ¿Pero usted conoce su Destino?
—Mi fin no está en Santa Mónica. Tengo encima el medio siglo, aún
no hice nada, he sido un soñador y forzosamente debo regenerarme
actuando en la vida del pueblo, y moriré después de haberle
regenerado.
Hablaba con esa luz fervorosa de los agonizantes, confortados po
la fe de una vida futura, cuando reciben la Eucaristía. Su cabeza
tostada de santo campesino erguíase sobre la almohada como en una
resurrección, y todo el bulto de su figura exprimíase bajo el sabani
como bajo un sudario. El otro prisionero le miró con amistosa expresión
de burla y duda:
—¡Quisiera tener su fe, Don Roque! Pero me temo que nos fusilen
juntos en Foso-Palmitos.
—Mi destino es otro. Y usted déjese de cavilaciones lúgubres y siga
soñando con evadirse.
—Somos muy opuestos. Usted, pasivamente, espera que una fuerza
desconocida le abra las rejas. Yo hago planes para fugarme y trabajo
en ello sin echar de la imaginación el presentimiento de mi fin próximo
A lo más hondo esta idea me trabaja, y solamente, por no capitular
sigo el acecho de una ocasión que no espero.
—El Destino se vence si para combatirle sabemos reunir nuestras
fuerzas espirituales. En nosotros existen fuerzas latentes
potencialidades que desconocemos. Para el estado de conciencia en
que usted se halla, yo le recomendaría otra lectura más espiritual que
esas Evasiones Célebres. Voy a procurarle El Sendero Teosófico: Le
abrirá horizontes desconocidos.
—Recién le platicaba que somos muy opuestos. Las complejidades
de sus autores me dejan frío. Será que no tengo espíritu religioso. Eso
debe ser. Para mí todo acaba en Foso-Palmitos.
—Pues reconociéndose tan carente de espíritu religioso, usted será
siempre un revolucionario muy mediocre. Hay que considerar la vida
como una simiente sagrada que se nos da para que la hagamos
fructificar en beneficio de todos los hombres. El revolucionario es un
vidente.
—Hasta ahí llego.
—¿Y de quién recibimos esta existencia que tiene un sentido
determinado? ¿Quién la sella con esa obligación? ¿Podemos
impunemente traicionarla? ¿Concibe usted que no haya una sanción?
—¿Después de la muerte?
—Después de la muerte.
—Esas preguntas, yo me abstengo de resolverlas.
—Acaso porque no se las formula con bastante ahínco.
—Acaso.
—¿Y el enigma, tampoco le anonada?
—Procuro olvidarlo.
—¿Y puede?
—He podido.
—¿Y al presente?
—La cárcel siempre es contagiosa... Y si continúa usted
platicándome como lo hace, acabará por hacerme rezar un Credo.
—Si le enoja dejaré el tema.
—Don Roque, sus enseñanzas no pueden serme sino muy gratas
Pero entre flores tan doctas me ha puesto usted un rejón que aún me
escuece. ¿Por qué juzga que mi actuación revolucionaria será siempre
mediocre? ¿Qué relaciones establece usted entre la conciencia
religiosa y los ideales políticos?
—¡Mi viejo, son la misma cosa!
—¿La misma cosa? Podrá ser. Yo no lo veo.
—Hágase usted más meditativo y comprenderá muchas verdades
que solo así le serán reveladas.
—Cada persona es un mundo, y nosotros dos somos muy diversos
Don Roque, usted vuela muy remontado, y yo camino por los suelos
pero el calificativo que me ha puesto de mediocre revolucionario es una
ofuscación que usted padece. La religión es ajena a nuestras luchas
políticas.
—A ninguno de nuestros actos puede ser ajena la intuición de
eternidad. Solamente los hombres que alumbran todos sus pasos con
esa antorcha logran el culto de la Historia. La intuición de eternidad
trascendida es la conciencia religiosa: Y en nuestro ideario, la piedra
angular, la redención del indio, es un sentimiento fundamentalmente
cristiano.
—Libertad, Igualdad, Fraternidad, me parece que fueron los tópicos
de la Revolución Francesa. Don Roque, somos muy buenos amigos
pero sin poder entendernos. ¿No predicó el ateísmo la Revolución
Francesa? Marat, Danton, Robespierre...
—Espíritus profundamente religiosos, aun cuando lo ignorasen
algunas veces.
—¡Santa ignorancia! Don Roque, concédame usted esa categoría
para sacarme el rejón que me ha puesto.
—No me guarde rencor, se la concedo.
Se dieron la mano, y par a par en las hamacas, quedaron un buen
espacio silenciosos. En el fondo de la cuadra, entre un grupo de
prisioneros, seguía perorando el Doctor Sánchez Ocaña. El gárrulo flui
de tropos y metáforas resaltaba su frío amaneramiento en el ambiente
pesado de sudor, aguardiente y tabaco del calabozo número tres.

III

Don Roque Cepeda convocaba en torno de su hamaca un grupo


atento a las lecciones de ilusionada esperanza que vertía con apagado
murmullo y clara sonrisa seráfica. Don Roque era profundamente
religioso, con una religión forjada de intuiciones místicas y máximas
indostánicas: Vivía en un pasmo ardiente, y su peregrinación por los
caminos del mundo se le aparecía colmada de obligaciones arcanas
ineludibles como las órbitas estelares: Adepto de las doctrinas
teosóficas, buscaba en la íntima hondura de su conciencia un enlace
con la conciencia del Universo: La responsabilidad eterna de las
acciones humanas le asombraba con el vasto soplo de un aliento
divino. Para Don Roque los hombres eran ángeles desterrados: Reos
de un crimen celeste indultaban su culpa teologal por los caminos de
tiempo, que son los caminos del mundo. Las humanas vidas con todos
sus pasos, con todas sus horas, promovían resonancias eternas que
sellaba la muerte con un círculo de infinitas responsabilidades. Las
almas, al despojarse de la envoltura terrenal, actuaban su pasado
mundano en límpida y hermética visión de conciencias puras. Y este
círculo de eterna contemplación —gozoso o doloroso— era el fin
inmóvil de los destinos humanos, y la redención del ángel en destierro
La peregrinación por el limo de las formas, sellaba un número sagrado
Cada vida, la más humilde, era creadora de un mundo, y al pasar bajo
el arco de la muerte, la conciencia cíclica de esta creación se
posesionaba del alma, y el alma, prisionera en su centro, devenía
contemplativa y extática. Don Roque era varón de muy varias y
desconcertantes lecturas, que por el sendero teosófico lindaban con la
cábala, el ocultismo y la filosofía alejandrina. Andaba sobre los
cincuenta años. Las cejas, muy negras, ponían un trazo de austera
energía bajo la frente ancha, pulida calva de santo románico. El cuerpo
mostraba la firme estructura del esqueleto, la fortaleza dramática de
olivo y de la vid. Su predicación revolucionaria tenía una luz de sendero
matinal y sagrado.
LIBRO TERCERO
CARCELERAS

Bajo la luz de una reja, hacían corro jugando a los naipes hasta
ocho o diez prisioneros. Chucho el Roto tiraba la carta: Era un bigardo
famoso por muchos robos cuatreros, plagios de ricos hacendados
asaltos de diligencias, crímenes, desacatos, estropicios, majezas
amores y celos sangrientos. Tiraba despacio: Tenía las manos enjutas
la mejilla con la cicatriz de un tajo y una mella de tres dientes. En e
juego de albures, hacían rueda presos de muy distinta condición
Apuntaban en el mismo naipe charros y doctores, guerrilleros y
rondines. Nachito Veguillas estaba presente: Aún no jugaba, pero
ponía el ojo en la pinta y con una mano en el bolso se tanteaba la
plata. Vino una sota y comentó, arrobándose:
—¡No falla ninguna!
Volviose y tributó una sonrisa al caviloso jugador vecino, que
permaneció indiferente: Era un espectro vestido con fláccido saco de
dril que le colgaba como de una escarpia. Nachito recaló su atención a
la baraja: Con súbito impulso sacó la mano con un puñado de soles, y
los echó sobre la pulgona frazada que en las cárceles hace las veces
del tapete verde:
—Van diez soles en el pendejo monarca.
Advirtió el Roto:
—Ha doblado.
—Mata la pinta.
—¡Va!
El Roto corrió la puerta y vino de patas el rey de bastos. Nachito
ilusionado con la ganancia cobró y de lleno metiose en los albures. Po
veces se levantaba un borrascón de voces, disputando algún lance
Nachito tenía siempre el santo de cara, y viéndole ganar el caviloso
espectro hepático le pagó la remota sonrisa dirigiéndole un gesto
fláccido de mala fortuna. Nachito, con una mirada, le entregó su
atribulado corazón:
—En nuestra lamentosa situación, ganar o perder no hace
diferencia. Foso-Palmitos a todos iguala.
El otro denegó con su gesto fláccido y amarillo de vejiga
desinflándose:
—Mientras hay vida, la plata es un factor muy importante. ¡Hay que
considerarlo así!
Nachito suspiró:
—¿A un reo de muerte qué consuelo puede darle la plata?
—Cuando menos, este del juego para poder olvidarse... La plata
hasta el último momento, es un factor indispensable.
—¿Su sentencia también es de muerte, hermano?
—¡Pues y quién sabe!
—¿No se fusila a todos por igual?
—¡Pues y quién sabe!
—Me abre usted un rayo de luz. Voy a meter cincuenta soles en e
entrés.
Nachito ganó la puesta, y el otro arrugó la cara con su gesto
fláccido:
—¿Y le sopla siempre la misma racha?
—No me quejo.
—¿Quiere que hagamos una fragata de cinco soles? Usted la
gobierna como le plazca.
—Cinco golpes.
—Como le plazca.
—Vamos en la sota.
—¿Le gusta esa carta?
—Es el juego.
—Quebrará.
—Pues en ella vamos.
El Roto tiraba lentamente, y corrida la pinta para que todos la
viesen, quedábase un momento con la mano en alto. Vino la sota
Nachito cobró, y repartida en las dos manos la columna de soles
cuchicheó con el amarillo compadre:
—¿Qué le decía?
—¡Parece que las ve!
—Ahora nos toca en el siete.
—¿Pues qué juego lleva?
—Gusto y contragusto. Antes jugué la que me gustaba y ahora
corresponde el siete, que no me incita ni me dice nada.
—Gusto y contra gusto llama usted a ese juego. ¡Lo desconocía!
—Mero, mero, acabo de descubrirlo.
—Ahora perdemos.
—Mire el siete en puerta.
—¡En los días de mi vida he visto suerte tan continuada!
—Vamos al tercer golpe en el caballo.
—¿Le gusta?
—Le estoy agradecido. ¡Ya hemos ganado!
—Debemos repartir.
—Vamos a darle los cinco golpes.
—Perdemos.
—O ganamos. La carta del gusto es el cinco, nos corresponde la de
contragusto.
—¡Juego chocante! Reserve la mitad, amigo.
—No reservo nada. Ochenta soles lleva el tres.
—No sale.
—Alguna vez debe quebrar.
—Retírese.
Chucho el Roto, con un ojo en el naipe, medía la diferencia entre las
dos cartas del albur. Silbó despectivo:
—Psss... Van igualadas.
Posando la baraja sobre la manta, se enjugó la frente con un vistoso
pañuelo de seda. Percibiendo a los jugadores atentos, comenzó a tira
con una mueca de sorna y la cara torcida bajo la cicatriz. Vino el tres
que jugaba Nachito. Palpitó a su lado el espectro:
—¡Hemos ganado!
Reclamó Nachito batiendo con los nudillos en la manta:
—Ciento sesenta soles.
Chucho el Roto, al pagarle le clavó los ojos, con mofa procaz:
—Otro menos pendejo, con esa suerte, había desbancado. ¡Ni que
un ángel se las soplase a la oreja!
Nachito, con gesto de bonachón asentimiento, apilaba el dinero y
hacía sus gracias.
—¡Cua! ¡Cua!
Y murmuraba desabrido un titulado Capitán Viguri:
—¡Siempre la Virgen se le aparece a los pastores!
Y Nachito, al mismo tiempo tenía en la oreja el soplo del hepático
espectro:
—Debemos repartir.
Denegó Nachito con un frunce triste en la boca:
—Después del quinto golpe.
—Es una imprudencia.
—Si perdemos, por otro lado nos vendrá la compensación. ¿Quién
sabe? ¡Hasta pudieran no fusilarnos! Si ganamos es que tenemos la
contraria en Foso-Palmitos.
—Déjese, amigo, de macanas y no tiente la suerte.
—Vamos con la sota.
—Es una carta fregada.
—Pues moriremos en ella. Amigo tallador, ciento sesenta soles en la
sota.
Respondió el Roto:
—¡Van!
Se almibaró Nachito:
—Muchas gracias.
Y repuso el tahúr, con su mueca leperona:
—¡Son las que me cuelgan!
Volvió la baraja, y apareció la sota en puerta, con lo cual moviose un
murmullo entre los jugadores. Nachito estaba pálido y le temblaban las
manos:
—Hubiera querido perder esta carta. ¡Ay, amigo, nos tiran la
contraria en Foso-Palmitos!
Alentó el espectro con expresión mortecina:
—Por ahora vamos cobrando.
—Son ciento veintisiete soles por barba.
—¡La puerta nos ha chingado!
—Más debió chingarnos. En una situación tan lamentosa, es de muy
mal augurio ganar en el juego.
—Pues déjele la plata al Roto.
—No es precisamente la contraria.
—¿Va usted a seguir jugando?
—Hasta perder. Solo así podre tranquilizar mi ánimo.
—Pues yo voy a tomar el aire. Muchas gracias por su ayuda y
reconózcame como un servidor: Bernardino Arias.

Você também pode gostar