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É interessante notar que a vida de Arguedas vai diretamente ao encontro de suas obras.
Não é mais um escritor que fala sobre o que nunca viu. Ele vivencia a história, convive
com os personagens. Sua obra é autobiográfica. Tinha apenas três anos quando perdeu
a mãe. Passou, então, a acompanhar o pai nas viagens pelo interior peruano. Foi a partir
do segundo casamento do pai que Arguedas teve contato com os índios. Sua madrasta o
mandava comer e dormir na cozinha junto aos índios. O que era a princípio castigo
acabou abrindo portas para os estudos de Arguedas. Como ele dizia:
“Yo soy hechura de mi madrasta [...] Nunca poderei agradecer suficientemente à minha
madrasta tal castigo, pois foi nessa cozinha que conheci os índios, onde comecei a amá-
los”.
A produção intelectual de Arguedas, pela qual ele recebeu diversos prêmios, é extensa.
Além de obras de ficção, contos, ensaios e artigos sobre o idioma quéchua, ela inclui, a
mitologia pré-hispânica, o folclore, a educação popular e outros elementos da cultura
peruana.
Como escritor, Arguedas tentou registrar o mundo andino em que crescera, com sua
língua, sua cultura e sua religiosidade. Suas obras retratam um país dividido em duas
culturas: a quéchua dos Andes e a européia das cidades. Seu primeiro livro reúne contos
que descrevem a vida numa vila peruana. Essas histórias exemplificam um problema de
sua narrativa: como encontrar uma linguagem que permita que os personagens indígenas
se expressem em espanhol sem soar falso? Arguedas resolve o problema usando uma
"língua inventada" que é predominantemente espanhola, mas tem ritmo quéchua.
Arguedas vive uma contradição. Às vezes, orgulha-se de suas obras, diz acreditar no
valor cultural delas e sugere ter ajudado a unir as duas nações. Em outras ocasiões,
entretanto, oferece uma versão menos eufórica do encontro cultural. Ainda em 1950, por
exemplo, perguntava-se em que língua devia escrever:
¿En castellano? ¿Después de haberlo aprendido, amado y vivido a través del dulce y
palpitante quechua? Fue aquel un trance al parecer insoluble. Escribí el primer relato en el
castellano más correcto y "literario" de que podía disponer. [...] Pero yo detestaba cada
vez más aquellas páginas. [...] Bajo un falso lenguaje se mostraba un mundo como
inventado, [...] un mundo "literario", en que la palabra ha consumido a la obra.
Bibliografia:
http://www.assirio.pt/autor.php?id=1446&i=Z#livros
http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-
BR&sl=en&u=http://www.mnsu.edu/emuseum/information/biography/abcde/arguedas_jose
_maria.html&sa=X&oi=translate&resnum=5&ct=result&prev=/search%3Fq%3DJos%25C3
%25A9%2BMaria%2BArguedas%26hl%3Dpt-BR
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142005000300009 - 59k –
Fernando Ortiz
Bibliografia básica:
www.fundacionfernandoortiz.org/fortiz.htm
www.britannica.com/EBchecked/topic/848801/Fernando-Ortiz
www.library.miami.edu/chc/sitting.html