Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Condutividade Térmica e Sua Correlação Com a Temperatura e a Massa Específica Volumétrica de Materiais Refratarios Silico-Aluminosos e Aluminosos
Condutividade Térmica e Sua Correlação Com a Temperatura e a Massa Específica Volumétrica de Materiais Refratarios Silico-Aluminosos e Aluminosos
Condutividade Térmica e Sua Correlação Com a Temperatura e a Massa Específica Volumétrica de Materiais Refratarios Silico-Aluminosos e Aluminosos
Resumo Abstract
Neste trabalho foram estudadas as correlações existentes Thermal conductivity was correlated to the properties of
entre a condutividade térmica e as características físicas commercial refractory materials with bulk densities in the
de materiais refratários comerciais com massa específica range of 0.55 g/cm3 and 3.14 g/cm3 and the total porosity
volumétrica na faixa entre 0,55 g/cm 3 e 3,14 g/cm 3 e between 15% and 81%. An empirical model correlating the
porosidade total compreendida entre 15% e 81%. É apre- thermal conductivity as a function of bulk density and
sentado e discutido um modelo empírico que correlaciona temperature is presented and discussed. The proposed model
a condutividade térmica como função da massa específica provides a very fast route to estimate the thermal
volumétrica, fornecendo assim uma forma rápida para es- conductivity of refractories within the variation range of
timar a condutividade térmica de materiais refratários em alumina content, bulk density and total porosity employed
função da temperatura (dentro da faixa de variação de teor in this work. In order to apply the model, the only required
de alumina, massa específica e porosidade empregados nes- property is the bulk density, which is commonly evaluated
te trabalho). Tal correlação é possível conhecendo-se ape- by the quality control during refractory production.
nas a massa específica volumétrica que é comumente ava- Statistical analysis are employed to validate the proposed
liada no controle de qualidade durante a produção de re- empirical model.
fratários. Análises estatísticas são apresentadas para a vali-
dação do modelo proposto. Keywords: refractory materials, thermal conductivity.
Nomenclatura Al2O3 SiO 2 Fe2O3 Álcalis CaO P2O5 TiO2 MgO Composição química (%-em peso)
I1 35,81 34,31 5,07 3,16 14,19 0,09 1,33 6,05 Nomenclatura Al2O3 SiO2 Fe2O3 Álcalis CaO P2O5 TiO2 MgO
I2-1000 ºC 36,24 35,74 5,62 1,71 11,45 0,09 0,71 8,43 C1 52,86 40,10 2,05 1,43 1,82 0,02 1,55 0,18
I2-600 ºC 36,24 35,74 5,62 1,71 11,45 0,09 0,71 8,43 C2 64,54 28,55 1,90 1,16 1,39 0,35 1,97 0,14
I3 36,33 40,15 5,30 2,65 11,34 0,12 1,25 2,85 C3-600 ºC 76,44 18,51 1,43 0,22 1,80 traços 1,55 0,06
I4 40,10 42,51 2,35 1,59 9,96 0,06 1,39 2,05 C3-800 ºC 76,44 18,51 1,43 0,22 1,80 traços 1,55 0,06
I5-1000 ºC 41,85 47,67 2,23 1,94 4,43 0,02 1,44 0,44 C3-1000 ºC 76,44 18,51 1,43 0,22 1,80 traços 1,55 0,06
I5-600 ºC 41,85 47,67 2,23 1,94 4,43 0,02 1,44 0,44 C3-1280 ºC 76,44 18,51 1,43 0,22 1,80 traços 1,55 0,06
I6 52,19 34,29 2,04 1,51 7,61 0,17 1,82 0,36 C4 82,68 12,74 1,68 0,10 0,85 0,02 1,93 traços
Álcalis: K2O + Na2O C5 89,59 6,71 0,38 0,31 1,37 traços 1,52 0,13
na qual, x = .
(B)
O valor da função Ei(x) necessário para o cálculo de k pode ser
aproximado numericamente. Conhecendo-se os valores de
temperatura nos tempos t e 2t é possível estimar o valor da função
(C) Ei(x) através da razão:
p2 = n 1 . T 2 + n 2 . T + n 3 (I)
Nas quais:
T: temperatura (ºC);
m1, m 2, m 3, n 1, n 2 e n3 são constantes a serem determinadas.
ln k = ( m1 . T2 + m2 . T + m3) . ρv + n1 . T2 + n2 . T + n 3 (J)
: média dos dados observados; e Tabela V: Características físicas dos materiais refratários densos.
[Table V: Physical characteristics for the dense refractory materials].
N: número total de dados experimentais = 259.
Nomenclatura ρg ρv ρa ρr PA PT
O coeficiente de correlação linear ao quadrado para os ajustes reali- (g/cm ) (g/cm ) (g/cm ) (g/cm )
3 3 3 3
(%) (%)
zados em cada uma das temperatura individuais será denominado r 2, ao D01 1,94 1,99 2,63 3,20 24,03 37,64
passo que quando o ajuste envolver todos os pontos experimentais o
coeficiente de correlação linear ao quadrado será denotado r2global. D02 1,90 1,92 2,77 2,87 30,59 33,09
Visando a linearização do modelo, dadas as vantagens inerentes, a D03 2,24 2,31 2,82 2,91 18,15 20,50
resposta ajustada foi ln k. Contudo, a obtenção da expressão geral deseja-
D04 2,06 2,12 2,80 3,31 24,45 35,98
da para k em função de ρv e T pôde ser obtida facilmente, resultando em:
D05 2,28 2,30 2,89 2,97 20,19 22,45
k = exp [( m1 . T2 + m2 . T + m3) . ρv + n1 . T2 + n2 . T + n 3 ] (L) D06 2,18 2,25 2,96 3,35 24,08 30,83
Para avaliar o espalhamento dos dados experimentais em rela- D07-P 2,29 2,30 3,09 3,15 25,78 27,23
ção ao ajuste, calculou-se o erro percentual através da equação D07-S 2,43 2,49 3,11 3,19 20,07 21,90
(M) e o erro percentual médio através da equação (N)
D08 2,14 2,17 3,14 3,25 30,94 33,31
(M) D09 2,20 2,21 2,99 3,14 25,92 29,38
D10 2,52 2,55 3,12 3,25 18,36 21,39
D11-P 2,53 2,58 3,04 3,13 15,31 17,59
(N) D11-S 2,58 2,59 3,07 3,14 15,75 17,49
D12 2,10 2,13 3,17 3,56 32,85 40,12
Nas quais:
D13 2,47 2,51 3,19 3,25 21,37 23,51
ku: u-ésimo valor de condutividade observado
: u-ésimo valor de condutividade predito pelo modelo. D14-P 2,69 2,74 3,44 3,52 20,23 22,19
ε: erro percentual; D14-S 2,77 2,82 3,43 3,50 17,92 19,60
: erro percentual médio; D15 2,88 2,87 3,60 3,63 20,17 20,89
Nomenclatura ρg ρv ρa ρr PA PT
(g/cm ) (g/cm ) (g/cm ) (g/cm ) (%)
3 3 3 3
(%)
C1 2,25 2,27 2,71 2,85 16,21 20,28
C2 2,32 2,36 2,90 3,12 18,82 24,62
C3-600 ºC 2,61 2,66 3,02 3,21 12,07 17,19
C3-800 ºC 2,60 2,67 3,07 3,23 13,18 17,42
C3-1000 ºC 2,60 2,63 3,03 3,25 12,99 18,91
C3-1280 ºC 2,61 2,62 3,08 3,27 14,82 19,60
C4 2,68 2,74 3,37 3,52 18,74 22,33
C5 3,07 3,14 3,72 3,81 15,44 17,50
Todos os ajustes de k em função de ρv apresentaram tendência quadamente descrito através de um polinômio de segundo grau,
exponencial e r2 ≥ 0,95, exceto para T = 1200 ºC. Os refratários com coeficiente de correlação linear ao quadrado, r 2 ≥ 0,99. Desta
isolantes utilizados neste trabalho (Tabela I) apresentaram forma, os parâmetros p1 e p2 puderam ser expressos por:
temperatura máxima de uso inferior a 1200 ºC. Deste modo, a curva
de 1200 ºC (Fig. 4-c) apresenta um número menor de pontos e um p1 = 4,095 . 10-7 . T2 - 9,277 . 10-3 . T + 1,555; r 2 = 0,997 (S)
coeficiente de correlação linear ao quadrado menor que o obtido
nas demais temperaturas. Por esse motivo, durante o ajuste dos p2 = 4,908 . 10-7 . T2 - 1,5437 . 10-3 . T - 2,892; r 2 = 0,992 (T)
parâmetros p1 e p2 em função da temperatura, não foram utilizados
os dados referentes à temperatura de 1200 ºC. A Tabela VII A expressão geral que correlaciona o logaritmo da condutividade
apresenta, para cada uma das temperaturas de ensaio, o número de térmica com a massa específica volumétrica e a temperatura é obti-
pontos experimentais, os coeficientes de ajustados (p1 e p2) e o da substituindo-se as equações (S) e (T) na equação geral (G).
coeficiente de correlação linear ao quadrado obtido.
A partir dos dados da Tabela VII, exceto 1200 ºC, foram ajustados os ln k = (4,0947 . 10-7 . T2 - 9,277 .T + 1,5549) . ρv -
parâmetros p1 e p2 em relação a temperatura, como apresentado pela Fig. 5. 4,9084 . 10-7 + T2 + 1,543 . 10-3 .T - 2,8915 (U)
Como pode ser observado na Fig. 5, o comportamento tanto do
parâmetro p1 quanto do p2 em relação à temperatura pode ser ade- A avaliação da adequação do modelo foi realizada na equação
(V)
T (ºC) Número de pontos p1 p2 r2
25 37 1,5434 -2,8880 0,9634 (25 ºC ≤ T ≤ 1200 ºC)
200 41 1,3666 -2,5465 0,9751
400 41 1,2487 -2,3477 0,9818
600 38 1,1534 -2,1637 0,9799
800 37 1,0814 -1,9965 0,9794
1000 36 1,0305 -1,8177 0,9491
1200 29 0,7923 -1,2708 0,8716
Numero total de pontos = 259