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Teoremas de Green, Stokes e Gauss

por

Milton Procpio de Borba


Estes teoremas reduzem o trabalho quando fazemos algumas integrais demoradas. O Teorema de Green, transforma uma integral dupla (no plano XoY, por exemplo) numa integral de linha (contorno da regio de integrao) ou vice-versa. Consideremos uma regio R regular limitada pelas curvas C1: y = f(x) e C2: y = g(x) , ambas definidas para x entre x = a e x = b . Para cada funo U( x , y ), temos que

b g( x) yU ( x , y )dydx = U ( x , y )dy dx = R f x ) y a (

[U ( x, g( x)) U ( x, f ( x))]dx
a

Ento, por trocas de sinais, conseguimos -

yU ( x, y)dydx = U ( x, f ( x))dx + U ( x, g ( x ))dx = U ( x, y)dx + U ( x, y)dx ,


a b
C1 C2

ou seja:

U ( x, y )dydx = U ( x, y)dx
y R
C

, com C = C1 C2

De modo anlogo, se R tambm for regular limitada pelas curvas C3: x = p(y) e C4: x = q(y) , ambas definidas para y entre y = c e y = d , para cada funo V( x , y ), temos que

xV ( x, y)dxdy = [V (q) V ( p)]dy =

C4

V ( x, y)dy + V ( x, y)dy ,
C3

ou seja:

V ( x, y)dxdy = V ( x, y)dy
x R
C

. com C = C3 C4

Quando R no for regular nas duas direes (OX e OY), podemos divid-la em regies assim regulares. Numa s equao, temos o enunciado do

Teorema de Green
Se U , V , xV e xV forem contnuas numa regio R (do plano XoY), ento

( V U )dxdy = (Udx + Vdy ) = [U ,V ] .dS ,


x y R
C C

com C = fronteira de R, de forma que R fique na esquerda quando percorremos C no sentido de integrao. Exemplo: Seja a funo F( x , y ) = [ x + 2y2 , x2 +3y ] e a curva C dada pelo bordo do quadrado [ 0 , 1 ]2, z = 0. Calcule a integral de linha

F .dS para a curva orientada no sentido anti-horrio.


C

Soluo (sem usar o Teorema de Green): Parametrizando os segmentos: C1 : [ t , 0 ] , 0 t 1 C2 : [ 1 , t ] , 0 t 1 C3 : [ 1 t , 1 ] , 0 t 1 C4 : [ 0 , 1 t ] , 0 t 1 Calculando os vetores tangentes: dS1 : [ 1 , 0 ] dt , 0 t 1 dS2 : [ 0 , 1 ] dt , 0 t 1 dS3 : [1 , 0 ] dt , 0 t 1 dS4 : [ 0 , 1 ] dt , 0 t 1 Calculando a funo em cada parte da curva: C1: F.dS = ( x + 2y2)dt = t.dt , 0 t 1 C2: f( t ) = (x + 3y)dt = (1 + 3t)dt , 0 t 1
2

Calculando cada integral: t 2 F .dS = = 1/2 C 1 2 0 3t 2 CF .dS = t + 2 = 5/2 2 0 t 2 F .dS = 3t = -5/2 C 3 2 0 3t 2 F .dS = 3t = -3/2 C 4 2 0
1 1 1 1

C3: f( t ) = - ( x + 2y )dt = (t 3)dt , 0 t 1


2

C4: f( t ) = - (x2 + 3y)dt = (3t 3)dt, 0 t 1 Resposta: CF .dS = -1

Soluo (usando o Teorema de Green):

[x + 2 y

, x 2 + 3 y ] .dS =
1 0

( 2 x 4 y) dxdy =
R

(2 x 4 y) dxdy = [ x
1 1 1 0 0 0

4 xy 0 dy =

[1 4 y ]
0

dy = y 2 y 2 0 = - 1

======================= Voltar ======================= Uma generalizao do Teorema de Green, o

Teorema de Stokes
( o Teorema de Green um caso particular do Teorema de Stokes ). Se C ( uma curva fechada no R3 ) a fronteira de uma superfcie S ento para cada campo vetorial F = [ F1 , F2 , F3 ], temos que

F . dS = rot ( F ) . dA
C S

(que justifica o nome circulao) A regio R fique na esquerda quando percorremos C no sentido de integrao.

Numa dimenso maior, temos o Teorema da Divergncia, ou o

Teorema de Gauss
( no trata de curvas-superfcies, mas superfcie-volume ) Se S ( superfcie fechada no R3 ) a fronteira de uma regio D, ento para cada campo vetorial F = [ F1 , F2 , F3 ], temos que

F . dA = D div( F ) dxdydz
S

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