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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

BIBLIOTECONOMIA I

IFRS – Campus Porto Alegre

Professor Geraldo Ribas Machado

Março de 2010

1
O que é estatística? Por quê
ela é importante?

Estatística é o estudo numérico dos fatos sociais.


(Lavoisier)
Tem por objetivo geral oferecer subsídios para a
tomada de decisão e o planejamento.
A utilização de métodos estatísticos adequados
oportuniza a validação ou a rejeição das hipóteses
formuladas na investigação científica.

2
Estatística aplicada à biblioteconomia
Os indicadores obtidos a partir de levantamentos
estatísticos acerca das atividades de uma biblioteca ou
serviço de informação são relevantes subsídios para
tomadas de decisão de bibliotecários e gestores de
informação.
Não basta coletar dados, é preciso dar sentido a eles.

Ao utilizar adequadas ferramentas estatísticas, é possível


avaliar o desempenho dos serviços oferecidos em uma
biblioteca, monitorando continuamente as características
determinantes de sua qualidade.

3
População e amostra
População - conjunto de indivíduos ou objetos com
características em comum. O tipo de levantamento que
abrange toda uma certa população em estudo chama-se
censo, exemplo característico da parte da estatística
denominada descritiva, pois envolve a busca, a
organização e a apresentação de informações de forma
resumida.
Amostra - uma parcela representativa de uma população,
a partir da qual os resultados dela obtidos são
generalizados para toda a população. O tipo de
levantamento neste caso chama-se amostragem,
caracterizando a parte da estatística classificada como
indutiva ou inferencial. 4
Censo x amostragem
É apropriado o uso do censo para os seguintes casos:
populações pequenas, levantamentos exaustivos (detalhados) e
para contagens populacionais.

Já o levantamento amostral é indicado para populações


muito grandes, por oferecer custo inferior ao do censo,
pela maior uniformidade nos métodos de trabalho e
quando for preciso a atualização periódica da amostra e
seus resultados.
No caso de pesquisas em geral, a amostragem, além de
ser o levantamento mais indicado, permite pré-determinar
margem de erro em torno das estatísticas obtidas.
5
Medidas estatísticas
As medidas populacionais são parâmetros
(representadas por letras gregas).
Exemplos: média aritmética é , desvio padrão é .
As medidas amostrais são intituladas estatísticas, e
servem para estimar conclusões para toda a
população.
Exemplos: média aritmética de uma amostra é X ,
desvio padrão amostral é S.

6
O uso da amostragem
Grande parte dos casos exige pesquisa por
amostragem, processo pelo qual medidas acerca de uma
parcela da população são induzidas (inferidas) para toda
a população (parâmetros).
Quando usar a amostragem:
- População infinita
- Facilidade de atualização (tempo)
- Menor custo (economia)
- Procedimentos padronizados
- Margem de erro pré-determinada

7
Exemplo de indução (proporções)
curva normal (Gauss)

95% de
confiança

p - erro p p + erro
30-3=27 30% 30+3=33

Em uma pesquisa pré-eleitoral, 30% dos eleitores votariam


no candidato A, com margem de erro de 3%.

Estima-se (induz-se), com 95% de confiança (certeza), que


a votação do candidato ficaria entre 27% e 33%. 8
Tipos de amostragem
Amostragem não-probabilística: não aleatória, intencional. Tipos: por
cotas (subgrupos) e por julgamento (populações pequenas). Em
pesquisas sociais, usam os critérios de saturação e diversificação.
Ex.: pesquisas destinadas a determinadas famílias de uma região, a
alguns indivíduos previamente escolhidos, etc.

Amostragem probabilística: pode-se determinar a


variabilidade amostral numa amostragem aleatória. Sempre
que possível, deve-se usar a amostragem aleatória com
técnicas estatísticas.

9
Tipos de amostragem aleatória
Amostragem aleatória simples – cada item da população em estudo tem a mesma chance de ser incluído na amostra.
Amostragem estratificada – divisão da população em subgrupos homogêneos, intitulados estratos, de forma que as
heterogeneidades populacionais sejam proporcionalmente retratadas na amostra. Ex.: pesquisas de opinião.
Amostragem sistemática – a coleta deve obedecer a uma freqüência periódica, de modo que o sistema inclua a
possibilidade de mudança de resultados entre as coletas. Ex.: controle estatístico de qualidade de serviços.
Amostragem por conglomerado – classificação da população tendo em vista a proximidade física, para fins de
constituir a amostra. Ex.: pesquisas por bairros, quarteirões.

10
Estratificação da amostra
Com base em estudos das características da população, devem
ser definidas as variáveis que constituem os subgrupos
homogêneos: em tese, as diferenças entre os grupos implicam
diferenças de opinião quanto ao tema pesquisado. Cada variável
deve ser dividida em suas respectivas classes.
1ª etapa: definição das variáveis de estratificação.
Ex.: idade, sexo, classe social
2ª etapa: definição do número de classes para cada variável
Ex.: idade 18 a 25, 26 a 35 e acima de 35 (3 classes); sexo
masc. e fem. (2 classes), classes sociais A/B, C, D/E (3 classes).
3ª etapa: número total de estratos = produto do número de
classes. Ex.: 3 x 2 x 3 = 18 estratos
Estrato 1: sexo masc., 18 a 25 anos, classe A/B
Estrato 2: sexo masc, 18 a 25 anos, classe C 11
Tamanho da amostra por estrato

A distribuição de questionários por estrato pode ser:


- Fixa: mesma quantidade para cada estrato, caso de
proporções populacionais similares.
Para o exemplo anterior, se o tamanho da amostra for
360, 20 questionários por estrato (360/18).
- Proporcional: assegura melhor representatividade
para populações heterogêneas.
Ex.: se o estrato 1 representa 10% da população, 36
questionários devem ser aplicados neste estrato para uma
amostra total de 360 (360 x 0,1 = 36).

12
Estratificação da amostra
Com base em estudos das características da população, devem
ser definidas as variáveis que constituem os subgrupos
homogêneos: em tese, as diferenças entre os grupos implicam
diferenças de opinião quanto ao tema pesquisado. Depois, cada
variável deve ser dividida em suas respectivas classes.
Ex.: A pesquisa Top of Mind, realizada pela Segmento Pesquisas com a
revista Amanhã, identifica as marcas mais lembradas pelos gaúchos.
variável classes população % nº de classes
16 a 24 24
idade 25 a 39 37 3
40 ou mais 39
masculino 48
sexo 2
feminino 52
A/B 27
classe social C 38 3 13
D/E 35
Cálculo do número de estratos
estratos % população amostra
sexo masc. idade 16 a 24 classe social A/B 3 36
sexo masc. idade 16 a 24 classe social C 5 60
sexo masc. idade 16 a 24 classe social D/E 7 84

Multiplica- sexo fem.. idade 16 a 24 classe social A/B    

ção dos sexo fem.. idade 16 a 24 classe social C    

nºs de sexo fem.. idade 16 a 24 classe social D/E    

classes. sexo masc. idade 25 a 39 classe social A/B    

Para o Ex. sexo masc. idade 25 a 39 classe social C    


anterior: sexo masc. idade 25 a 39 classe social D/E    
3x2x3= sexo fem.. idade 25 a 39 classe social A/B    
18 sexo fem.. idade 25 a 39 classe social C    
estratos. sexo fem.. idade 25 a 39 classe social D/E    
sexo masc. idade 40 oumais classe social A/B    
sexo masc. idade 40 oumais classe social C    
sexo masc. idade 40 oumais classe social D/E    
sexo fem.. idade 40 oumais classe social A/B    
sexo fem.. idade 40 oumais classe social C    
sexo fem.. idade 40 oumais classe social D/E   14 
total 100 1200
Tipos de variáveis
nominais (categóricas) – classificação
por atributos semelhantes. Ex.: sexo,
cor, área de estudo.
qualitativas por postos (ordinais) – ordenamento
do tipo primeiro lugar, segundo, etc.
variáveis
discretas - decorrem da contagem,
nºs inteiros como resultados: nº de
quantitativas pessoas, nº de espécies, nº de filhos,
nº de acertos.
contínuas – assumem qualquer valor
em um intervalo. Ex.: peso,
concentrações, etc.
Os valores numéricos é que variam na quantitativa, enquanto na
qualitativa é preciso atribuir números a características de natureza não
15
numérica.
Variáveis quantitativas em bibliotecas
São características numéricas a respeito dos mais
diferentes fenômenos que são observados no dia-a-dia de
uma biblioteca, que podem ser mensuradas.
Variáveis discretas - decorrem da contagem do número de
itens de uma população, assumindo números reais inteiros
como possíveis resultados. Ex.: número de sessões de cada
serviço por membro da população, número de documentos por
sessão em cada consulta por membro, número de
documentos em cada sessão em cada serviço.
Variáveis contínuas - que assumem inúmeros valores em
determinado intervalo. Ex.: custo por sessão para cada
serviços eletrônico, custo por documento consultado por cada
serviço, média de utilização dos terminais de informação,
tempo de consulta de documentos por usuário.
16
Distribuições de frequências
Tipo de série estatística em que os valores ou categorias da variável em estudo são
agrupados segundo seu número de ocorrências, em função das respectivas freqüências.

As freqüências são dispostas em função de pontos


(variáveis discretas, ex.: nº de consulta por assunto), de
intervalos (variáveis contínuas, ex.: tempo de consulta,
custo, etc.), de categorias ou postos.
Se a distribuição de freqüência de uma variável em
estudo é conhecida ou suposta, é considerada
distribuição empírica de probabilidade, pois indica quais
valores são mais e quais são menos prováveis.
17
Distribuição de frequências para
variável qualitativa nominal
Tipos de usuários inscritos
Usuários inscritos por local
SABi - UFRGS - 2002
SABi - UFRGS - 2006
Espécie mil pessoas
Localização mil pessoas
Campus Central 8,7
Docentes 2,36
Campus do Vale 15,8 Alunos graduação 22,11
Campus Médico 3,5 Alunos pós-graduação 7,12
Outros 1,1 Alunos ed.bás.prof. 1,38
Fonte: Hipotética Servidores 1,34
Fonte: UFRGS

Em 2006, de um total de 29,1 mil usuários inscritos, 29,9% (8,7


x 100 / 29,1) corresponde a probabilidade de encontrar usuários
do campus central, assim como em 2002 64,4% das consultas
correspondiam a alunos da graduação (22,11 x 100 / 34,31).
18
Distribuição de frequências por ponto
Ex.: Com relação à variável número de dias, nos casos de
empréstimos de obras, a distribuição a seguir apresenta as
freqüências respectivas para os diferentes valores da variável.

Distribuição do número de dias para


empréstimo de obras - nov./2005
Número de dias freqüência
1 24
2 35
3 47
4 53
5 38
6 29
7 23
8 ou mais 18 19
Distribuição de frequências
por intervalo
Ex.: A distribuição abaixo apresenta a distribuição de tempos de
todos os usuários que consultaram material no mês de outubro de
2005. As freqüências estão associadas a intervalos.

Tempo de consulta local na


biblioteca A - out./2005
tempo (min) Número de consultas
até 30 36
30 a 60 48
60 a 90 65
90 a 120 50
120 a 150 39
acima de 150 26

20
Tipos de frequências
Distribuição do número de dias para empréstimo de obras - nov./2005
freqüências simples freqüências acumuladas
Nº de dias
absolutas relativas absolutas relativas
1 24 9 24 9,0
2 35 13 59 22,1
3 47 18 106 39,7
4 53 20 159 59,6
5 38 14 197 73,8
6 29 11 226 84,6
7 23 9 249 93,3
8 ou mais 18 7 267 100,0
total 267 100 - -

21
Séries estatísticas
Aquisição de materiais
SBU - Unicamp
ano unidades Podem ser somente históricas ou
1996 22892 conjugar duas ou mais variações
1997 25277 históricas, categóricas e
1998 23790 geográficas.
1999 14617
Fonte: Unicamp

Recursos humanos disponíveis


SABi - UFRGS - 1998-2002
Recursos humanos 1998 1999 2000 2001
Bibliotecários 85 79 75 75
Télcnico-administrativos 130 135 131 126
Bolsistas 89 115 - -
22
Gráficos de distribuições de
frequência por ponto

distribuição do número de dias de


empréstimos
53
47
35 38
29
24 23
18

1 2 3 4 5 6 7 8 ou
mais

23
Gráfico de distribuições de
frequência por intervalo

Tempo de consulta local - out./2005


65

48 50

36 39
26

até 30 30 a 60 60 a 90 90 a 120 120 a 150 acima de


150

24
Outros tipos de gráficos
Em colunas, para variações de gênero, espécie,
categoria ou tempo
Número de consultas por área do conhecimento na
biblioteca A - nov./2007

356 378
319
287 300

outras da terra sociais exatas humanas


25
Outros tipos de gráficos
Em barras: sem variação de tempo

Número de consultas por área - nov./2007

humanas 378

exatas 356

sociais 319

da terra 300

outras 287

26
Outros tipos de gráficos
Em setores (pizza, torta): para proporções

Número de consultas por área do


conhecimento
outras humanas
18% 23%

da terra
18%
exatas
22%
sociais
19%

27
Outros tipos de gráficos

Em linha, para casos com variação histórica

Número de consultas locais nas biblioteca


A e B - jan.-dez./2005

800 biblioteca A biblioteca B

600
400
200
0
jan. fev. mar abr mai jun jul ago set out nov dez

28
A pesquisa científica
Uma pesquisa é um procedimento científico que
tem como objetivo proporcionar respostas aos
problemas formulados, às chamadas hipóteses.
A investigação científica toma por referência
concepções teórico-metodológicas consagradas para
a produção de novos conhecimentos.
Para tanto, o pesquisador precisa planejar e
executar a sua pesquisa levando-se em conta os
objetivos relacionados ao tema, ou problema de
pesquisa, bem como as características
determinantes do fenômeno em estudo.
29
Estágios da pesquisa
Definição do problema, hipóteses e objetivos
Objetivos principal e específicos
Hipótese de pesquisa
Planejamento
Fonte de dados
Método de coleta
Determinação da população, amostra, tipo de amostragem
Execução da pesquisa
Coleta de dados (campo)
Organização e análise
Apresentação (comunicação, divulgação)
Relatório, publicação, dissertação, tese
30
Projeto de pesquisa

Versão preliminar do trabalho que vai ser


realizado, é a descrição de sua estrutura.
É a intenção formal de executar a pesquisa.
Trata-se de um plano de trabalho visando a
solucionar o problema que motivou o ato de
investigar, que permitirá verificar as hipóteses
formuladas.
Projetos não contêm conclusão.
31
Outros tipos de trabalhos científicos
Tese – investigação original sobre tema delimitado com contribuição real
para a área, como requisito para título de doutor.
Dissertação – reúne, analisa e interpreta informações evidenciando
conhecimento e capacidade de sistematização, para título de mestre.
Trabalhos acadêmicos – documento que apresenta resultados de forma
integrada com a disciplina/curso, com orientação.
Relatório de estágio – relato completo e objetivo do cumprimento de
estágio curricular (com experiências, objetivos, técnicas utilizadas, etc).
Artigo científico – parte de uma publicação que apresenta e discute
idéias, métodos, técnicas, processos e resultados na área do
conhecimento em destaque.
Trabalho escolar – sem compromisso com normas (resumos, análises,
questionários, tarefas).
Monografia – documento constituído de uma ó parte ou de um número
preestabelecido de partes que se complementam.
32
A escolha do tema
O tema escolhido deve representar uma questão
relevante e pertinente, a partir do qual possam se
construir as hipóteses a serem verificadas pela
pesquisa científica.
Deve ser compatível aos recursos disponíveis, ao
tempo, à qualificação dos pesquisadores e não ser
muito abrangente.
Em geral a escolha pelo pesquisador não é neutra,
ela se dá por um sistema de valores e convicções do
indivíduo que o escolhe.

33
O problema de pesquisa

Depois de definido o tema, levanta-se uma questão para


ser respondida através de uma hipótese, que será
confirmada ou negada através do trabalho de pesquisa.

A identificação do problema deve nortear todo o


trabalho de pesquisa, pois será a base da investigação
para a qual se busca uma solução.

O problema é uma questão que implica uma dificuldade


pra a qual deverá ser encontrada uma resposta.

34
Determinação dos objetivos

Objetivo geral: de caráter genérico e em sintonia


com a natureza do tema, deve delimitar o que o
pesquisador deseja descobrir ou revelar.

Objetivos específicos: vinculados ao objetivo


principal, dizem respeito às variáveis que serão
monitoradas no levantamento.

No transcorrer dos trabalhos, podem se alterar,


suprimir ou mesmo acrescentar objetivos
estabelecidos previamente.

35
Formulação de hipóteses

São os questionamentos construídos previamente


acerca do problema de pesquisa.

Os resultados apurados a partir da metodologia


empregada devem permitir que se aceitem ou
rejeitem as hipóteses formuladas.

No início da investigação o pesquisador deve


elaborar hipóteses, exceto nos estudos de caráter
exploratório e descritivo.

36
Determinação da metodologia
da pesquisa
Após a formulação do problema de pesquisa, da
determinação das hipóteses e da definição dos
objetivos, o planejamento da metodologia da deve
determinar:
-O tipo de pesquisa: se qualitativa ou
quantitativa, se exploratória, descritiva,
experimental, caso, etc.
-Método e técnica de coleta de dados.
-A população, o tamanho da amostra e o
processo de amostragem.
-O Planejamento da coleta de dados.
37
Tipos de pesquisa
Quanto a natureza:

Pesquisa básica: objetiva gerar conhecimentos


novos úteis para o avanço da ciência sem
aplicação prática prevista. Abrange interesses
universais.

Pesquisa aplicada: objetiva gerar conhecimentos


para aplicação prática dirigidos à solução de
problemas específicos. Abrange interesses
locais.
38
Tipos de pesquisa
Quanto a forma de abordagem do problema:

Pesquisa quantitativa: busca traduzir em números


opiniões e características de variáveis para classificá-las
e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas
estatísticas

Pesquisa qualitativa: aborda relações dinâmicas entre o


mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável
entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que
não pode ser traduzido em números. Não requer o uso de
métodos e técnicas estatísticas.
39
Pesquisa “quali-quanti”

A integração da pesquisa quantitativa e qualitativa


permite que o pesquisador faça um cruzamento de suas
conclusões de modo a ter maior confiança em que seus
dados não são produto de um determinado procedimento
específico ou de alguma situação particular.
Ele não se limita ao que pode ser colocado em uma
entrevista – pode entrevistar repetidamente, pode aplicar
questionários, pode investigar diferentes questões em
diferentes ocasiões, pode utilizar fontes documentais e
dados estatísticos. (Goldenberg, 1999)

40
Tipos de pesquisa
Quanto aos seus objetivos

Pesquisa Exploratória: familiarizar com o problema torná-lo ou a


construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico,
entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o
problema pesquisado, análise de exemplos.
Pesquisa Descritiva: descrever as características de determinada
população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre
variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de
dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral,
a forma de levantamento.
Pesquisa Explicativa: identificar os fatores que determinam ou
contribuem para a ocorrência dos fenômenos. aprofunda o
conhecimento da realidade porque explica o “porquê” das coisas.
41
Tipos de pesquisa
Quanto aos procedimentos técnicos:

Pesquisa Bibliográfica: elaborada a partir de material já


publicado (livros, artigos de periódicos, material na internet)
Pesquisa Documental: elaborada a partir de materiais que não
receberam tratamento analítico
Pesquisa Experimental: determina-se um objeto de estudo,
selecionam-se as variáveis que o influenciam, definem-se as
formas de controle e de observação dos efeitos que a variável
produz no objeto.
Levantamento: envolve a interrogação direta das pessoas cujo
comportamento se deseja conhecer
Estudo de caso: o estudo profundo e exaustivo de um objeto
para amplo e detalhado conhecimento
42
Método e técnica de coleta de dados
Depende dos objetivos das pesquisa, associados ao tema:

Levantamentos bibliográficos, documentais, estatísticas


Entrevistas com especialistas
Observação direta
Entrevistas pessoais
Entrevistas por telefone
Questionário enviado pelo correio (pode ser eletrônico)
Questionários distribuídos pessoalmente
Estudos em laboratório
Estudo de casos
43
Instrumentos da pesquisa
quantitativa
Questionários fechados – em que as opções são
previamente estabelecidas, podendo ser respondidos
pessoalmente ou não
Survey – levantamento em ciências sociais sobre
comportamento humano parecido com o censo, mas
amostral
Métodos estatísticos – aplicados a variáveis, oportunizam
aceitar ou rejeitar hipóteses e subsidiam a interpretação e
a conclusão na pesquisa
44
Instrumentos da pesquisa
qualitativa
Observação densa do real (etnografia)
Observação participante
Questionários semi-estruturados ou
abertos
Entrevistas
Grupos focais

45
Planejamento da coleta de dados

Deve prever:

Recursos humanos suficientes


Equipamentos e sistemas necessários
Cronograma de atividades
Orçamento de despesas
Controle da coleta de dados

46
Método e técnica de coleta de dados

Depende dos objetivos das pesquisa, associados ao tema:

Levantamentos bibliográficos, documentais, estatísticas


Entrevistas com especialistas
Observação direta
Entrevistas pessoais
Entrevistas por telefone
Questionário enviado pelo correio (pode ser eletrônico)
Questionários distribuídos pessoalmente
Estudos em laboratório
Estudo de casos
47
Questionários com perguntas
fechadas
Composição:

Dados de identificação
Solicitação para cooperar e agradecimento
Instruções para a sua utilização
Perguntas com as respectivas formas de
registrar respostas
Dados para classificar sócio-economicamente o
respondente (quando for importante)
48
A elaboração do questionário

Especificar que tipo de informação deverá ser obtida, em


função dos objetivos preestabelecidos e das relações entre
as variáveis a serem investigadas.
Determinar o tipo de questionário (grau de estruturação, se
haverá perguntas abertas) e o método de coleta de dados
(telefone, correio, internet, via entrevistador).
.
Definir o tipo de resposta fechada: dicotômica, escala ou
escolha múltipla.
Fase qualitativa: elaboração e aplicação de questionário
aberto a uma amostra arbitrada, para subsidiar as opções
oferecidas no fechado.
49
A elaboração do questionário
A sequência das perguntas: do geral ao mais específico,
numa ordem lógica; perguntas sobre mesmo tópico devem
estar juntas.
O tipo de perguntas e forma de resposta: perguntas abertas
às vezes são importantes, mas são de difícil tabulação e
análise estatística.
.
A forma da pergunta: simples e diretas, evitar perguntas
que induzam a resposta.
Pré-teste: junto a uma pequena amostra, para identificar
eventuais problemas.

50
Questões com respostas
dicotômicas
São de uso muito restrito pois apenas se aplicam
a características binomiais mutuamente excludentes.
- Uso adequado:
Você já ouviu falar do produto A?
( ) sim ( ) não
- Uso inadequado:
Você gostou da aula de hoje?
( ) sim ( ) não

51
Questões de múltipla escolha
Devem ser oferecidas todas as possibilidades para o
respondente se manifestar.
Exemplo de opções : avaliação de evento sobre educação
( ) organização ( ) conteúdo da palestra ( ) recursos
empregados ( ) pontualidade ( ) programa ....
Pergunta: marque um X no fator que você considera como
mais crítico. Problema: o respondente considera que houve vários
fatores críticos.
Pergunta: assinale os fatores que você considerou positivos.
Problema: certamente o respondente não considera os itens
escolhidos como de igual importância.

52
Escalas para questões fechadas
Escala ordinal de ranking: 1 é o item mais importante, 2 o segundo e
3 o terceiro na escala de importância.
Importância absoluta: 5 é muito importante, 4 importante, até 1 que é
fraca ou sem importância.
Escala diferencial semântico: de 0 (péssimo) a 10 (excelente, o
respondente assinala um X para fazer uma avaliação.
Escala de Likert: o respondente marca um X para “plenamente”, “em
grande parte”, “em pequena parte”, “em nenhuma parte”, para
expressar satisfação.
Escala de frequência: opções do tipo “sempre”, “muitas vezes”,
“poucas vezes”, “nunca”.
Escala gráfica: respondente escolhe, por exemplo, “careta” triste ou
sorridente para expressar nível de satisfação.
53
Escalas para questões fechadas
1) Escala ordinal de ranking
Marque 1 para o item mais importante, 2 para o segundo mais
importante e 3 para o terceiro.
A( ) B( ) C( ) D( ) E( ) F( )
Na tabulação, cada item assinalado com 1 tem peso 3,
cada 2 tem peso 2 e cada fator marcado como 3 tem peso 1.

2) Importância absoluta
Ex.: avaliação de evento – muito bom (MB) vale 4, bom (B) 3,
regular (R) vale 2 e péssimo (P) 1.
Preparação MB B R P
iniciativa para realização
horário de realização
época de realização
local do evento
54
Escalas para questões fechadas

concordo parcialmente

discordo parcialmente
concordo totalmente

discordo totalmente
3) Escala de Likert: atribuição de
grau de satisfação, concordância

Enxergo claramente os benefícios do produto


O produto atende às minhas necessidades
O produto apresenta algo novo em relação aos existentes
O preço está adequado ao que o produto oferece
O produto está adequado ao meu estilo de vida

4) Escala de freqüência: para expressar


periodicidade
Ex.: Você costuma preparar as aulas?
( ) sempre ( ) muitas vezes ( ) poucas vezes
( ) raramente ( ) nunca
55
Escalas para questões fechadas
5) Grau de importância
Exemplo 1 pouco importante muito importante
caracerística 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A
B
C

pouco importância importância importância


Exemplo 2
importante moderada grande muito grande
caracerística 0,5 1 1,5 2
A
B
C

6) Escala gráfica

56
Medidas de tendência central
Média aritmética simples - aplica-se a dados em série ou
em rol (relação crescente ou decrescente), não dispostos
em distribuição de freqüências
x1  ...  xn 1 n
X
n

n
 xi
i 1

Média aritmética ponderada - para casos de valores


agrupados em distribuições de freqüências
K

f1 X 1 .... f K X K i=1  fi X i
X  K
f1 .... f K  fi
i 1
57
Medidas de tendência central
Mediana - principal medida do grupo das separatrizes;
divide uma amostra em duas partes iguais: metade
abaixo e metade acima da mediana.
Para dados em série, Md será o valor do meio, após
ordenados em rol (crescente ou decrescente).
Em alguns casos, quando a distribuição ou série for
muito assimétrica, a Md pode ser mais útil por não se
influenciar por dados atípicos (muito altos ou muito
baixos).
Ex.: Para a série 1 – 4 – 5 – 7 – 10 - 15 – 15
Md = 7
58
Medidas de tendência central
Quartil (Q), Decil (D), Centil (C) - as separatrizes que
dividem uma amostra em quatro, dez e cem partes
iguais, respectivamente, são quartil, decil e centil
(percentil)
Moda - medida que se sobressai pela sua freqüência
com relação às demais; as séries poderão ter uma
moda (unimodal), duas modas (bimodal) ou nenhuma
(amodal).

59
Introdução à probabilidade
Há dois métodos de calcular probabilidades: o método
clássico, que considera que o espaço amostral tem resultados
igualmente prováveis, e o método empírico, que leva em
conta a freqüência relativa da ocorrência de um evento a
partir de um experimento que repita várias provas.
resultados associados a “A”
P (A) =   método clássico
todos os resultados possíveis
 Ex.: probabilidade de ocorrer cara na moeda = 1/2 = 0,5 ou 50%

resultados associados a “A” método empírico


P (A) =
todos os resultados do experimento
Ex.: se 5 têm 18 anos dentre 50 alunos, probabilidade de
ocorrer idade 18 ao escolher 1 aleatoriamente é 5/50 =
0,1 ou 10% 60
Probabilidade
Espaço Amostral (S) - conjunto de eventos, ou seja, conjunto
de todos os resultados possíveis de um experimento. A
probabilidade do espaço amostral é sempre igual a 1 ou a
100%, isto é, P(S) = 1.
Eventos – resultados de um experimento aleatório, ou seja,
sobconjuntos do espaço amostral
Eventos complementares – todos os resultados de um
experimento, totalizam 1 (100%)
Eventos mutuamente excludentes – não podem ocorrer
simultaneamente
Eventos independentes – a ocorrência de um não influi sobre
a de outro
Eventos não mutuamente excludentes – ocorrência conjunta
possível
61
Probabilidade empírica
Nº de dias de atraso freqüência
0 10
1 18
2 8
3 2
4 2
5 ou mais 0
total 40

Com base no experimento, a probabilidade de não ocorrer


nenhum dia de atraso nas devoluções dos empréstimos de
obras é 25% (10/40), assim como a de ocorrer 2 dois dias
de atraso é de 20% (8/40).
Pelo método clássico, as probabilidades não se alteram
em função dos experimentos.
62
Principais regras de probabilidade

P(A ou B) = P(A) + P(B), para eventos


mutuamente excludentes
P(A e B) = P(A) x P(B), para eventos
independentes
P(A ou B) = P(A) + P(B) - P(A e B), para
eventos não mutuamente excludentes
Probabilidade condicional P(A /B) = P(A  B) /
P(B), isto é, probabilidade de A ocorrer dado que
B já ocorreu.

63
Probabilidade
Experimento: inscrição de três usuários numa biblioteca,
sendo P(A) = probabilidade de ser do sexo feminino e
P(O) de ser do sexo masculino
Levando-se em conta mesmas probabilidades (50%), o
espaço amostral do experimento será dado por:
S = { AAA, OOO, AOO, OAO, OOA, OAA, AOA, AAO }
Exclusão: em cada inscrição A exclui B e cada uma
das oito formulações exclui as outras
Complementaridade: ocorrer inscrições do mesmo
sexo (2/8) complementa sexos diferentes (6/8)
Independência: cada inscrição é independente com
relação ao anterior (como cara e coroa na moeda)

64
Regras de probabilidade
Exemplo: 57 amostras de material das áreas humanas
(22) e exatas (35) de bibliotecas de um mesmo grupo:
Área de conhecimento Biblioteca A Biblioteca B Total
Humanas 10 12 22
Exatas 15 20 35
Total 25 32 57

Retirando-se 2 amostras ao acaso, sem reposição, qual é a


probabilidade de que:
a) as 2 sejam das humanas: 22/57 x 21/56
b) apenas 1 seja das humanas: (22/57 x 35/56) + (35/57 x 22/56)
c) no máximo 1 das humanas: (22/57 x 35/56) + (35/57 x 22/56) +
(35/57 x 34/56)
d) as 2 das humanas, desde que da biblioteca A: 10/25 x 9/24
65
Distribuições de probabilidade
Distribuições discretas, para calcular a probabilidade de X = 0, 1,
2, ...., n. Ex.: probabilidade de que de 10 microcomputadores do
departamento administrativo de uma biblioteca 9 sejam
considerados aceitáveis pelos critérios da qualidade.
Principais distribuições discretas : Binomial, Poisson,
Hipergeométrica.
Distribuições contínuas, para calcular a probabilidade de
ocorrência de intervalos entre valores da variável X. Ex.:
probabilidade de executar uma atividade entre 10 e 15 min.
Principais distribuições contínuas: Normal (Curva de
Gauss), Uniforme, Exponencial, Weibull.

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Distribuição Binomial
O experimento deve proporcionar dois tipos de eventos
possível, que se excluem: ocorrer ou não certo resultado.

P( x )    p (1  p)
x
n x n x
 
n
x 
n!
x!( n  x )!
n = tentativas; x = sucessos; p = probabilidade de ocorrer 1
sucesso; q = probabilidade de não ocorrer 1 sucesso (1 – p)
Pressupõe-se independência entre as tentativas, ou seja, a
cada tentativa é como se não tivesse ocorrido nenhuma.
Excetuando-se populações muito grandes, o modelo Binomial
não se aplica a experimentos sem reposição, casos em que
deve ser utilizada a distribuição Hipergeométrica.
67
Distribuição binomial

Exemplo: A Biblioteca XYZ afirma que 93% das obras


emprestadas durante o ano retornam ao acervo.
Sendo A retornar e B não retornar, P(A) = 0,93, P(B) = 0,07.

Uma amostra de 4 casos foi escolhida ao acaso. A


probabilidade de que 1 obra não retorne será dada por:

BAAA ou ABAA ou AABA ou AAAB, ou seja 0,07 x 0,93 x


0,93 x 0,93 = 0,07 x (0,93)³ x 4 combinações = 0,2252
(22,52%)
4
Pela fórmula: ( ) x 0,07 x (0,93)³ = 0,2252
1

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