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Agrupamento de Escolas de Arouca

Curso Profissional Técnico Auxiliar de Saúde

Esterilização em
Clínica Dentária
Relatório da visita à Clínica Dentária Fontes Mendes

Trabalho realizado por Márcia Brandão Nº18, 12ºE.

Disciplina: Higiene, Segurança e Cuidados Gerais

Docente: Professora Vera Noites

Arouca, janeiro 2019


Relatório da visita à Clínica Dentária Fontes Mendes

ÍNDICE

1. Introdução ............................................................................................................. 3

2. Tipologia do Material Clínico ................................................................................. 5

2.1. Material Clínico Próprio do Serviço de Odontologia Sujeito a Esterilização ... 7

2.2. Cuidados na Manipulação do Material Clínico ............................................. 16

2.2. Cuidados na Manipulação do Material Clínico em Cirurgias Orais............... 27

3. A Recolha e Transporte do Material Clínico ........................................................ 29

4. Fases da Esterilização ........................................................................................ 30

4.2. Lavagem do Material Clínico ........................................................................ 33

4.3. Inspeção do Material Clínico após a lavagem .............................................. 36

4.4. Esterilização do Material Clínico .................................................................. 36

4.5. Inspeção e Controlo da Esterilização ........................................................... 39

5. Armazenamento e Conservação do Material Clínico........................................... 41

6. Conclusão ........................................................................................................... 43

7. Webgrafia ............................................................................................................ 45

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Relatório da visita à Clínica Dentária Fontes Mendes

1. INTRODUÇÃO

Este relatório surge no âmbito da disciplina de Higiene, Segurança e


Cuidados Gerais, relativamente à visita sobre esterilização na Clínica Dentária
Fontes Mendes (inserido na unidade UFCD 6564 – Prevenção e controlo da
infeção: esterilização). Esta sessão ocorreu no dia 17 de janeiro de 2019 pelas
14:30 horas. Fomos acompanhadas pela professora da disciplina, Vera Noites, e
dirigimo-nos até à clínica a pé. Nela, fomos recebidas pela gestora de pacientes
desta unidade de saúde, a Dra. Ana Couto, que nos encaminhou até à
assistente dentária, Paula Soares, que foi a guia da visita. Todas as profissionais
de saúde nos receberam muito bem, foram muito prestáveis e esclareceram-nos
todas as dúvidas, não só sobre os cuidados a ter com o material clínico mas
também acerca do funcionamento do serviço.

O grande propósito desta visita foi para conhecermos os materiais clínicos


próprios do serviço de odontologia sujeitos a esterilização, bem como o processo
de recolha e transporte dos dispositivos contaminados, os cuidados que se
devem ter aquando a manipulação dos mesmos, as fases do processo de
esterilização dos materiais e qual o seu local de armazenamento numa clínica
dentária.

A importância da limpeza, desinfecção e esterilização dos materiais e


equipamentos de uma unidade de saúde é de extrema importância para reduzir
o número de microrganismos encontrados no ambiente de tratamento e,
simultaneamente reduzir o risco de contaminação cruzada no ambiente de
trabalho. Deste modo, garantimos uma proteção da saúde dos pacientes e da
equipa de saúde.

Esta clínica, especificamente, é maior do que as que estou acostumada a


frequentar e é bastante aconchegante, calorosa e moderna. A Clínica Fontes
Mendes (CDFM) é dividida em dois compartimentos: uma denominada de
“Espaço Saúde” e outra, a que visitamos, de “Reabilitação Oral”. Este último
compartimento era onde se encontrava a rececionista, que estava ligeiramente

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afastada de todas as salas de tratamentos. No geral, o espaço era subdividido


em 3 gabinetes – dois dos quais eram específicos para os pacientes serem
atendidos pelos médicos dentários (um ortodontista, um endodontista, três
generalistas e um cirurgião de estética) e o outro era dirigido à direcção da
clínica – numa sala para a gestora dos pacientes, numa sala de esterilização,
numa sala de Raio-X e numa outra sala reservada aos profissionais.

As minhas expectativas eram entusiasmantes e pretendia conhecer e


observar os corretos passos e procedimentos que os profissionais de saúde de
uma clínica dentária tomam antes de atenderem os seus pacientes. Também
pretendia ter um contacto com a realidade para ver na prática o que damos
teoricamente em contexto sala de aula.

A metodologia utilizada foi o recurso aos meus apontamentos retirados


aquando a visita, enriquecida com as pesquisas webgráficas e as fichas
informativas cedidas pela professora da disciplina.

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2. TIPOLOGIA DO MATERIAL CLÍNICO

Os materiais e os equipamentos de saúde são aparelhos, materiais ou


acessórios cujo uso ou aplicação se destina à defesa e proteção da saúde
individual ou coletiva, à higiene pessoal ou de ambientes, a fins diagnósticos e
analíticos, e, ainda, aos produtos dietéticos, óticos, de acústica médica,
odontológicos e veterinários.

Particularizando nos materiais odontológicos, toda a ciência que os envolve


requer um estudo da composição e propriedade dos materiais e a forma que
eles interagem com o ambiente no qual são colocados.

Nenhum material clínico próprio do serviço, incluindo os materiais


restauradores, é absolutamente seguro. A segurança é relativa, e a seleção e o
emprego dos dispositivos ou materiais odontológicos são baseados na
pressuposição de que os benefícios superem os riscos biológicos conhecidos
(não devem ser prejudiciais à polpa nem aos tecidos moles; não devem conter
substâncias tóxicas que possam ser libertadas e absorvidas pelo sistema
circulatório causando reação sistémica; devem ser livres de agentes que possam
causar reações alérgicas; não devem ter potencial cancerígeno).

No entanto, os materiais podem tornar-se potenciais veículos de transmissão


de microorganismos se a sua descontaminação for inadequada. Por este motivo,
os métodos de descontaminação devem estar bem definidos e o seu
cumprimento é da responsabilidade dos profissionais, especialmente dos
assistentes dentários.

Na descontaminação do material deve ter-se em conta o nível de risco que


ele apresenta, de acordo com a utilização que vai ter. Os materiais são
classificados em 3 níveis de risco de acordo com o tipo de descontaminação
necessária. No contexto de uma clínica dentária podem ser:

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Tipo de
Nível de Risco Exemplos
Descontaminação

Material Não Crítico – são todos


aqueles que entram em contacto A cadeira, a cuspideira, o
Limpeza ou desinfeção
apenas com a pele íntegra do tabuleiro, o balcão, o
de baixo ou médio nível.
paciente ou não chegam a entrar chão e o mobiliáio.
em contacto com ele.

Material Semi-Crítico – são


A lâmpada, as peças de
todos aqueles que se destinam Necessitam de
mão, a turbina, o
ao contacto com a pele não desinfeção de alto nível,
fotopolimerizador e os
íntegra do utente ou com ou esterilização.
aspiradores.
mucosas íntegras.

Material Crítico – são aqueles


destinados à penetração da pele Escavador, espátula,
e mucosas adjacentes, nos sonda, espelho, seringa,
Esterilização.
tecidos e no sistema vascular. pinça, brocas, tesouras,
Estes produtos têm um contacto escovas de polimento.
direto com o sangue.

Tabela 1- Níveis de risco e tipo de descontaminação dos materiais clínicos.

Os materiais clínicos podem, ainda, ser inseridos em dois grandes grupos de


acordo com a possibilidade, ou não, de serem reutilizados:

 Materiais de uso único – são dispositivos odontológicos que apenas


podem ser usados uma vez;
 Materiais reutilizáveis – são dispositivos odontológicos que podem ser
reutilizados a partir de técnicas viáveis, que garantam a segurança nos
subsequentes e não alterem as características funcionais e originais do produto.

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Existem vários materiais clínicos que, aquando o seu processo de conceção,


têm em conta a sua futura reutilização pelo que a escolha das matérias-primas e
do respetivo design é importante.

Quando um produto é concebido como reutilizável é necessário que o


fabricante forneça informações relativamente ao processo de reutilização mais
adequado, incluindo as várias etapas de limpeza, desinfeção, armazenamento,
método de esterilização e o número de vezes que esse material pode ser
reutilizado. Só desta forma é garantida a validação do processo.

Todos os dispositivos odontológicos reutilizáveis sujos devem ser vistos


como estando contaminados, constituindo um perigo potencial para os seus
manuseadores até estarem convenientemente descontaminados. Assim, importa
que sejam rigidamente controlados a fim de se reduzirem ao mínimo os riscos
associados à sua reutilização. O reprocessamento dos materiais clínicos (que é
desde o momento em que são transportados para a sala de esterilização, até
serem armazenados após limpeza, desinfeção e esterilização) é uma atividade
de risco, pelo que, as unidades de saúde (como as clínicas dentárias) devem
estar dotadas de estruturas adequadas e de profissionais com competência,
para garantir a melhor qualidade do reprocessamento ao longo de todo o
circuito, até à sua utilização no doente.

2.1. MATERIAL CLÍNICO PRÓPRIO DO SERVIÇO DE ODONTOLOGIA

SUJEITO A ESTERILIZAÇÃO

A esterilização de materiais clínicos é a total eliminação da vida


microbiológica destes materiais, sendo superior e diferente da limpeza e da
descontaminação. Por exemplo, uma tesoura cirúrgica pode ser lavada, e estará
apenas limpa; para ser esterilizada é necessário que seja submetida a uma
determinada temperatura e pressão durante um determinado tempo, destruindo
todas as suas bactérias, esporos, vírus e fungos.

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E para que seja possível obter um produto final de qualidade, o processo de


esterilização deve ser constantemente monitorizado em todas as suas etapas
por meio de indicadores. Estes podem ser físicos, químicos e biológicos. Estes
indicadores são, ainda, condicionados por dois fatores: físicos e/ou químicos.

A escolha da técnica de esterilização mais adequada para cada caso


depende do tipo de material que deverá passar pelo processo, da carga
microbiana envolvida e de outras condições para o emprego do método, pois
cada alternativa apresenta um conjunto de vantagens a serem consideradas nos
critérios de avaliação de custos, eficiência, agilidade, disponibilidade de espaço
e segurança.

Indicadores físicos - são dispositivos incorporados nas autoclaves, tais


como termómetros, manómetros, relógios, sensores de carga, entre outros, que
durante o processo de esterilização permitem ao operador saber se foram
alcançados os parâmetros necessários para o processo. Esta monitorização é
realizada automaticamente pela autoclave em todos os ciclos, controlando o seu
funcionamento. Se os monitores indicarem qualquer falha no funcionamento,
toda a carga deve ser considerada de não estéril e a autoclave só deverá ser
reutilizada após a resolução do problema pelos técnicos competentes. Tal caso
aconteceu na nossa visita, pois a Paula referiu que a autoclave que utilizam teve
de ser arranjado, estando lá uma de substituição.

Indicadores químicos - são substâncias químicas fixadas em suportes de


papel que quando expostas ao processo de esterilização sofrem uma reação
química que faz com que o seu aspeto se altere. Estas substâncias permitem o
controlo de um ou mais parâmetros do processo de esterilização e são
desenhados para reagirem somente quando expostos a determinadas condições
químicas específicas. Os indicadores devem ser impressos em tinta não tóxica,
de fácil leitura e interpretação e inalteráveis no tempo. A literatura consultada é
unânime relativamente à classificação dos indicadores químicos em seis
classes:

 Classe I – são indicadores do processo, que nos permitem dizer se


determinada embalagem foi ou não submetida ao processo de esterilização. São
usados no exterior da embalagem.

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 Classe II – são indicadores usados em provas específicas, como é o caso


do teste Bowie-DicK - este permite avaliar a eficácia da remoção de ar das
autoclaves. Está preconizado o uso diário antes do primeiro ciclo de esterilização
e após qualquer manutenção preventiva ou corretiva.
 Classe III – são indicadores de um só parâmetro (temperatura).
 Classe IV – são indicadores de multiparâmetros (temperatura e tempo).
 Classe V – são indicadores integradores, estão desenhados para reagir a
todos os parâmetros do processo de esterilização: temperatura, tempo e vapor
dentro de um intervalo específico do ciclo.
 Classe VI – são indicadores emuladores ou de simulação, reagem tal
como o anterior a todos os parâmetros do processo de esterilização, aquando
95% do ciclo está concluído.

Dos indicadores descritos, os correntemente utilizados são os de Classe I, II


e VI que permitem identificar da embalagem, testar a eficácia do esterilizador e o
processo de esterilização. Na monitorização da esterilização os indicadores de
maior confiabilidade são de Classe V e VI por testarem todos os parâmetros
conferindo segurança da efetividade do ciclo, embora não permitam a
contraprova como os indicadores biológicos.

Indicadores biológicos (não é usado na CDFM) - consistem na utilização de


esporos bacterianos não patogénicos de alta resistência, sendo no caso das
autoclaves utilizado o bacilo Gram-positivo esporulado Geobacillus
sterothermophilus, uma vez que estes se destinam a demonstrar se as
condições são adequadas para conseguir a esterilização. É aconselhada a
utilização dos indicadores biológicos semanalmente no caso das autoclaves e
sempre que o equipamento for reparado, bem como na utilização de material
para implantes ou próteses e nos ciclos de esterilização por óxido de etileno.

A esterilização por fatores/meios físicos é obtida através de:

 Calor húmido – pode ser realizado na autoclave (vapor sob pressão) e por
fervura (no entanto, não inactiva endósporos e alguns virús);

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 Calor seco – pode ser realizada por ar quente (170ºC, 2h), por
incineração ou por chama (não é usado na CDFM);
 Filtração (não é usado na CDFM);
 Radiação ionizante – é utilizada os raios gama e raios X de alta energia
(não é usado na CDFM);
 Radiação não-ionizante – é utilizada os raios ultravioleta e microondas
(não é usado na CDFM).

A esterilização por meios químicos é obtida através de:

 Formaldeído – tem função fungicida, viruscida e bactericida. Se agir por


18 horas tem ação esporicida (não é usado na CDFM);
 Glutaraldeído – tem potente ação biocida, é bactericida, virucida,
fungicida e esporicida (não é usado na CDFM);
 Óxido de etileno – é empregado na esterilização de produtos médico-
hospitalares que não podem ser expostos ao calor ou a agentes esterilizantes
líquidos (não é usado na CDFM);
 Ácido peracético – tem ação esporicida em temperaturas baixas e mesmo
em presença de matéria orgânica; os materiais esterilizados por este meio
devem ser utilizados imediatamente (não é usado na CDFM);
 Plasma de peróxido de hidrogénio – este processo pode ser aplicado em
materiais como alumínio, bronze, látex, cloreto de polivinila, silicone, aço
inoxidável, teflon, borracha, fibras ópticas, materiais elétricos e outros (não é
usado na CDFM).

No ciclo de esterilização da Clínica Dentária Fontes Mendes está


padronizado a esterilização a vapor na autoclave de 134ºC e a utilização de
indicador químico classe VI. Este é o método de esterilização existente mais
comumente utilizado devido ao baixo custo, alta eficácia germicida e rapidez do
ciclo.

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Na autoclave, os microrganismos são destruídos pela ação combinada da


temperatura, pressão e humidade que promovem a termocoagulação e a
desnaturação das proteínas da estrutura genética celular. Também a redução da
carga microbiana obtém-se pela inativação das células devido à coagulação das
proteínas causada pela ação do calor, pressão e temperatura. O vapor atua
como agente esterilizante ao fornecer a humidade necessária para a destruição
dos microrganismos e a temperatura faz com que o processo se realize de forma
mais rápida.

O indicador químico que altera de cor caso a esterilização seja bem-


sucedida, situa-se na manga e consiste numa tira de papel laminado. Quando
isso acontece, a cor inicial cor-de-rosa passa a castanho (Fig.1). Caso fosse
utilizado o óxido de etileno, a tira de papel verde reagiria e passaria a outra cor.

Fig. 1 - Indicador químico: em baixo, material não esterilizado; em cima, material esterilizado.

Após cada atendimento nos gabinetes da clínica (seja consulta normal ou


cirurgia), os instrumentos deverão ser higienizados e esterilizados de acordo
com o risco que os mesmos apresentam, para uma futura reutilização.

A Paula mostrou-nos alguns dos materiais clínicos sujeitos a esterilização


desta unidade de saúde:

 Kit – composto por espelho, sonda e pinça (Fig. 2);

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Espelho

Pinça

Sonda

Fig. 2 - Kit odontológico esterilizado.

 Escavador (Fig. 3);

Fig. 3 – Escavador odontológico. Fonte:


http://www.dentalparametro.com/produto/instrumentais/escavador-de-dentina-quinelato/

 Espátula (Fig. 4);

Fig. 4 - Espátulas odontológicas. Fonte:


http://www.restaurarconservar.com/Espatula-dentista

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 Brocas (Fig. 5);

Fig. 5 - Brocas odontológicas esterilizadas.

 Seringa (Fig. 6);

Fig. 6 - Seringa odontológica esterilizada.

 Tesoura (Fig. 7);

Fig. 7 - Tesoura odontológica esterilizada.

 Escovas de polimento (esterilizadas individualmente) – (Fig. 8);

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Fig. 8 - Escovas de polimento odontológicas esterilizadas.

 Kit de implantes (necessitam de ser bem limpos devido às diversas


fendas) – (Fig. 9);

Fig. 9 - Kit de implantes odontológicos esterilizado.

 Chaves de implantes (Fig. 10);

Fig. 10 - Chaves de implantes odontológicos esterilizadas.

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 Papel de alumínio (para proteger a lâmpada nas cirurgias) – (Fig. 11);

Fig. 11 - Papel de alumínio esterilizado.

 Compressas (Fig. 12);

Fig. 12 - Compressa esterilizada.

 Bisturi (Fig. 13);

Fig. 13 - Bisturi odontológico.

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 Alicate (Fig. 14);

Fig. 14 - Alicate odontológico.

 Entre outros…

2.2. CUIDADOS NA MANIPULAÇÃO DO MATERIAL CLÍNICO

Os profissionais odontólogos são suscetíveis a inúmeras doenças durante a


manipulação do material clínico e, por isso, o mecanismo mais efetivo para a
proteção é o oferecido pelos equipamentos de proteção individual (EPI’s).

Considera-se Equipamento de Proteção Individual todos os dispositivos ou


produtos, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de
riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

Os EPI’s utilizados no serviço de odontologia são, habitualmente, o gorro, os


óculos de protecção, a máscara, o avental ou a roupa própria do consultório
(farda), as luvas, as sapatilhas ou sapatos de uso exclusivo no consultório, não
só para o médico dentista como também para os auxiliares.

No entanto, a Paula descarta o uso de dois dos EPI’s necessários, o gorro e


os óculos de protecção. Para compensar o não uso do gorro, a assistente tem
sempre o cabelo bem apanhado, mas já com os protetores oculares, a Paula
despreza o uso deste EPI porque afirma sentir-se melhor a trabalhar sem ele.

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De facto, a utilização dos equipamentos de proteção individual asseguram a


efetividade do controlo das infecções e favorecem a disseminação de infeções
entre os próprios pacientes, a equipa de trabalho e os seus familiares. Por isso,
é necessário que toda a equipa esteja integrada, devidamente informada e
paramentada, para que a cadeia assética não seja interrompida em nenhum
momento.

O uso do conjunto de todos os EPI’s tem como principal objetivo a proteção


do profissional e do paciente. No entanto, cada EPI individual tem características
e funções diferentes e muito importantes:

 Gorro (não é usado na CDFM)

O gorro (Fig. 15) é uma barreira mecânica contra a possibilidade de


contaminação por secreções, aerossóis e produtos. Este EPI evita a queda de
cabelos do profissional nas áreas de procedimento e também favorece a
proteção da boca do paciente da microflora dos cabelos do profissional.

Mas para cumprir a finalidade a que se destina, o gorro deve ser


preferencialmente descartável e quando apresenta-se sujo com material
orgânico, deve ser substituído. Este deve cobrir todo o cabelo e as orelhas do
profissional

Fig. 15 - Touca odontológica feminina. Fonte:


https://lista.mercadolivre.com.br/touca-odontologica-
feminina#!messageGeolocation

 Óculos de protecção

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O uso dos óculos de proteção (Fig. 16) também é muito importante,


principalmente nas manobras em que há produção de aerossóis, visto que a
conjuntiva do olho apresenta menos barreira de proteção que a pele.

Para além dos óculos protegerem contra os aerossóis, também protegem os


olhos dos respingos de produtos químicos utilizados durante os procedimentos
odontológicos e de material biológico (saliva, sangue).

Os óculos de protecção que a Paula nos mostrou foram apenas dois: um que
o médico dentista utiliza denominado de viseira (Fig. 17) e outro que é utilizado
pelo paciente aquando o branqueamento dentário (Fig. 18).

Fig. 17 - Óculos de proteção Fig. 16 – Óculos para o paciente que é


odontológicos Fig. 18 - Viseiras sujeito a um branqueamento dentário.

odontológicas.

 Máscara

A odontologia é uma das profissões em que a distância entre paciente e


profissional é reduzida, portanto, o uso de máscara descartável com paredes
duplas ou triplas (Fig. 19) é fundamental para a proteção contra a inalação ou
ingestão de aerossóis pelos profissionais e na transmissão de microorganismos
para o paciente. Durante os procedimentos dentais, alguns microorganismos da
cavidade oral e do trato respiratório podem ser desalojados, possibilitando, desta
forma, a transmissão de doenças tais como a tuberculose, pneumonia, gripe,
infecções de pele e oftalmológicas

Portanto, sempre que as máscaras se apresentarem húmidas, devem ser


substituídas pois tornam-se permeáveis, tornando possível a contaminação.

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Desta forma, a máscara deve ser substituída pelo profissional e equipe auxiliar
sempre que apresentar sujeira visível ou estiver húmida, não necessitando pois,
ser substituída para cada cliente atendido (orientação válida para atendimentos
semi-críticos).

Fig. 19 - Assistente dentária com máscara.

Os óculos e máscara devem se adaptar de maneira confortável ao rosto do


profissional, permitindo a respiração normal e sem irritar a pele. Portanto, é
importante que vários modelos sejam experimentados, de modo a verificar o
mais adequado para cada tipo de rosto.

 Luvas

A utilização de luvas (Fig. 20) de forma habitual é recomendada como


método de proteção à saúde dos profissionais e dos pacientes. Este EPI deve
ser utilizado em todos os procedimentos, não existindo motivo ou manobra
clínica que possa ser realizada sem a proteção oferecida por esta barreira física,
pois muitos estudos demonstram que a saliva do paciente é disseminada por
todas as partes do consultório, produzindo focos de infecção no telefone, na
gaveta, maçaneta da porta, na agenda e em todas as demais partes tocadas
pelo profissional, durante ou após o atendimento. As luvas diminuem os riscos

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de contaminação, por isso, devem ser usadas sempre que houver contato com
instrumentos/equipamentos ou com superfícies possivelmente contaminadas por
sangue e/ou saliva.

Não basta, no entanto, apenas usar luvas para impedir a disseminação de


infeções. O profissional deve habituar-se a lavar as mãos enluvadas ou a calçar
uma sobre luva, para a realização de tarefas paralelas.

É necessário que as luvas sejam trocadas pela assistente dentária após a


manipulação dos materiais contaminados e ao fim de cada consulta.

Fig. 20 - Luvas descartáveis utilziadas pelos profissionais da clínica.

 Farda:

As roupas dos profissionais (Fig. 21) devem ser lavadas em separado, e


antes deste procedimento, devem ser desinfetadas em solução de hipoclorito de
sódio (lixívia) a 1%, por 30 minutos, na diluição de 5/1. Os sapatos ou sapatilhas
devem igualmente ser higienizados com frequência e têm de ser de usadas
unicamente na unidade de saúde.

Os profissionais que possuem o hábito de circular em ambientes públicos


com as mesmas roupas usadas durante os atendimentos clínicos, funcionam
como verdadeiros transportadores de microorganismos, colocando em risco a
saúde de sua própria família.

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A farda deve ser de tecido claro e confortável, podendo ser de pano ou


descartável para os procedimentos que envolvam o atendimento a pacientes e
impermeável nos procedimentos de limpeza e desinfecção de artigos,
equipamentos ou ambientes. Deve ser usado fechado durante todos os
procedimentos.

Fig. 21 - Farda da assistente dentária.

No entanto, não são só os EPI’s que protegem os pacientes e os


profissionais das infecções cruzadas. É igualmente necessário que existam
cuidados de higiene ao nível dos espaços e equipamentos. No final de cada dia,
é da responsabilidade da Paula realizar uma limpeza, desinfeção e esterilização
de tudo o que possa estar contaminado. No entanto, entre as consultas
(normais), a assistente toma alguns cuidados ao nível da higienização dos
espaços e equipamentos.

Por isso, no fim de cada atendimento a Paula utiliza um spray desinfectante


(Fig.22) para limpar, com um pano, todos as superfícies e materiais não críticos:

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Fig. 22 - Spray desinfetante.

 O cadeira odontológica (Fig. 23);

Fig. 23 - Cadeira odontológico a ser desinfetado pela assistente.

 A Cuspideira (Fig. 24);

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Fig. 24 – Cuspideira odontológica.

 Tabuleiro (ocasionalmente é que coloca a esterilizar, uma vez que o


material é colocado sobre este por cima de um papel, não havendo contacto
direto entre o material e o tabuleiro) – (Fig. 25);

Fig. 25 - Tabuleiro com desinfetante.

As outras superfícies não críticas, como o balcão, o chão e o mobiliário são


higienizadas somente ao final do dia.

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Relativamente aos materiais semicríticos, a Paula utiliza umas toalhitas


desinfetantes de alto nível (Fig. 26), no fim de qualquer consulta normal para:

Fig. 26 - Toalhitas desinfetantes de alto nível.

 Lâmpada/Refletor (Fig. 27);

Fig. 27 - Refletor de clínica dentária. Fonte:


https://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-m%C3%A3o-do-dentista-que-
guarda-l%C3%A2mpada-na-cl%C3%ADnica-de-um-dentista-image60852777

 Peças de Mão e turbina (Fig. 28);

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Peças de
Mão
Turbina

Fig. 28 – Peças de mão e turbina odontológicas.

 Fotopolimerizador (Fig. 29);

Fig. 29 - Fotopolimerizador.

Os aspiradores (canos que sugam a saliva), também são materiais


semicríticos e são desinfetados somente ao final do dia. Para a sua desinfecção,
é necessário encher um bidão específico até 2 litros com um produto altamente
desinfetante (Fig. 30).

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Fig. 30 - Produto desinfetante para os aspiradores odontológicos.

Seguidamente, insere-se os aspiradores nas protuberâncias próprias de um


garrafão e estes aspiram 1 litro do líquido total, parando automaticamente assim
que o atinge (Fig. 31). O outro litro é despejado na cuspideira.

Fig. 31 - Aspiradores odontológicos a aspirarem o produto desinfetante.

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Globalmente, todos os materiais críticos necessitam de uma esterilização e,


por isso, é necessário cumprir algumas regras aquando a manipulação dos
mesmos, nomeadamente:

 Realizar uma higienização prévia das mãos com água e sabão;


 Trabalhar num ambiente limpo, seco, calmo e sem correntes de ar;
 Trabalhar de frente para o material; 
 Manipular o material ao nível da cintura;
 Evitar tossir, espirrar e falar sobre o material;
 Utilizar somente o material cujas embalagens estejam íntegras, secas,
sem manchas, com o indicador químico castanho, com identificação e data de
esterilização.

2.2. CUIDADOS NA MANIPULAÇÃO DO MATERIAL CLÍNICO EM


CIRURGIAS ORAIS
Já nas cirurgias orais (atendimentos críticos), todos os equipamentos de
proteção individual devem estar autoclavados ou caso sejam descartáveis,
devem ser estéreis e serem de uso único para cada profissional (médico e
assistente) e para cada cliente atendido.

Na Clínica Dentária Fontes Mendes, os EPI’s utilizados nas cirurgias são os


descartáveis (uso único) e esterilizados. O kit (Fig. 32) constituiu-se por um
campo cirúrgico (semelhante a um pano), três pares de luvas, três batas e três
toucas.

Fig. 32 - Kit de equipamentos de


proteção individual esterilizados
utilizado em cirurgias.

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Relatório da visita à Clínica Dentária Fontes Mendes

Para a iniciação destas consultas de atendimento crítico, a Paula, depois de


estar no gabinete limpo e assético, lava e desinfeta convenientemente as mãos,
abre o kit e pega, em prega, na parte inferior do campo cirúrgico (lado que toca
na superfície), colocando-o sobre o balcão. De seguida, vira o kit/saco que
contém todo o material, fazendo com que caiam no campo. Posteriormente a
assistente calça um par de luvas esterilizado e começa a preparar o espaço e os
materiais: coloca papel de alumínio esterilizado na lâmpada, uma proteção em
todos os canos, e o material necessário num tabuleiro (tanto em consultas
normais quanto nas de atendimentos mais críticos é sempre a auxiliar que
prepara todo o material necessário num tabuleiro).

Um cuidado que a Paula tem ao abrir todos os materiais que estão


esterilizados nas mangas, é fazê-lo em pregas, abrindo as duas faces das
pontas com as duas mãos e, desta forma, não contamina a face interna do
invólucro que está totalmente assética. Seguidamente, a Paula despe as luvas,
vai chamar o paciente e preparara-o, vestindo-lhe a bata e a touca. De seguida
calça as suas luvas, veste a sua bata e o seu gorro, tal como o médico-cirúrgico.
Antes de dar início à cirurgia, também é da responsabilidade da assistente
dentária oferecer um elixir bucal denomidado de “Eludril” (Fig. 33) ao paciente
para o mesma bocejar, e, ainda, passa-lhe betadine na região oral (somente se
o paciente não fizer alergia).

Fig. 33 - Elixir
bucal (Eludril).

Quando a cirurgia termina, é da responsabilidade da Paula fazer a higiene de


todos os materiais e do espaço. A limpeza, desinfeção e esterilização
aprofundada que é habitualmente feita ao final do dia, é realizada antes e após
de qualquer cirurgia/atendimento crítico.

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Relatório da visita à Clínica Dentária Fontes Mendes

3. A RECOLHA E TRANSPORTE DO MATERIAL CLÍNICO

A recolha e o transporte do material clínico (contaminado e processado)


nesta unidade de saúde não são feitos em carros de transporte fechados como
suposto, mas sim, de forma simples e não assética. No entanto, isto justifica-se
uma vez que o espaço é pequeno e a Paula move-se diretamente dos gabinetes
para a sala de esterilização, sem passar pela área principal, evitando, assim, a
infeção cruzada. Todavia só o transporte dos dispositivos médicos (que devem
ser sempre considerados como contaminados) nos contentores fechados ou em
sacos fechados é que permite o acondicionamento e evitam a disseminação de
microorganismos (Fig. 34).

Fig. 34 - Transporte dos materiais clínicos contaminados: à esquerda o transporte é feito corretamente,
com os materiais dentro de um saco fechado; à direita o transporte é feito de forma errada com os
materiais expostos. Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/356835/

O grande cuidado que a assistente tem é, ao pegar no tabuleiro, faz questão


de colocar a babete que o utente utilizou para cobrir todo o material, desta forma
é discreta e evita que, de certo modo, contamine o ambiente envolvente.

Se necessário, existem os Serviços Centrais de Esterilização que são


unidades orgânico-funcionais de apoio clínico, dotadas de autonomia técnica, de
recursos materiais e humanos próprios, de forma a realizar, centralizadamente,
isto é, para todos os serviços do Estabelecimento de Saúde em que se integra,
as atividades inerentes ao processamento global dos dispositivos médicos
reutilizáveis quer sejam desinfetados ou esterilizados.

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Relatório da visita à Clínica Dentária Fontes Mendes

4. FASES DA ESTERILIZAÇÃO

O reprocessamento dos dispositivos médicos nesta clínica dentária


compreende oitos fases: o transporte dos materiais contaminados até à sala de
esterilização, limpeza/desinfeção, inspeção, empacotamento, esterilização,
armazenamento e conservação do material clínico. A monitorização de todas
estas etapas permitirá uma garantia de qualidade e segurança do material
clínico utilizado nos utentes que recorrem à Clínica Dentária Fontes Mendes.

Transporte
Limpeza/
dos materiais
Desinfeção
contaminados

Inspeção
Armazenamento
e Conservação

Esterilização Empacotamento

Equação 1 - Reprocessamento dos materiais clínicos na Clínica Dentária Fontes Mendes.

Para tal, é necessário que, não só esta sala de esterilização, mas bem como
todas as salas das clínicas dentárias sejam/possuam:

 Separadas fisicamente das outras zonas de trabalho com acesso a partir


de um corredor de serviço;
 Ventilação mecânica adequada de modo a criar um ambiente de trabalho
confortável;
 Iluminação adequada;
 Equipamento e materiais próprios para garantir a sua limpeza e
desinfecção;

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Relatório da visita à Clínica Dentária Fontes Mendes

 Meios de limpeza ultrassónica de dispositivos, para lavagem/desinfeção


de materiais sensíveis;
 O pessoal adstrito deve estar com os EPI’s adequados – bata/farda,
máscara, luvas resistentes e touca (ou optar por ter o cabelo sempre apanhado
como o caso da Paula, mas nunca realizará a função deste EPI).

4.1. TRIAGEM DO MATERIAL CLÍNICO

Assim que a Paula transporta o tabuleiro (Fig. 35) até à sala de esterilização,
ela começa por fazer uma triagem do material clínico.

Kit
odontológico

Copo de
plástico Babete

Fig. 35 - Tabuleiro com material preparado pela assistente.

Primeiramente a auxiliar elimina todos os dispositivos de uso único,


separando-os de acordo com os contentores a que dizem respeito. Os copos
descartáveis e as mangas são despejados no lixo com o saco de cor amarela
indicado para o plástico (Fig. 36); os papéis, os babetes e tudo o que for de
papel ou cartão são descartados no lixo com o saco de cor azul (Fig. 36); todos
os dispositivos médicos cortantes são despejados na caixa de descarte de
materiais perfuro-cortantes (Fig. 37); o lixo que contiver sangue ou saliva deve
ser colocado no contentor do lixo de risco biológico (Fig. 38).

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Relatório da visita à Clínica Dentária Fontes Mendes

Fig. 38 - Caixote do lixo: à Fig. 36 - caixa de descarte de Fig. 37 – Contentor de lixo de risco
esquerda para lixo de papel e materiais perfuro-cortantes biológico.
cartão; à direita para lixo
plástico.

Algo que aqui achamos incorreto, e que deveria ser um aspeto a melhorar, é
que, como a recolha do material biológico é feita por uma empresa chamada
Ambimed (Fig. 39) que só o recolhe mensalmente, o facto do lixo se encontrar lá
concentrado durante cerca de 30 dias pode, com o abrir e fechar da tampa do
contentor, provocar uma eventual contaminação, não só no ambiente mas
também nos materiais que estão naquele espaço (prontos) a serem desinfetados
e esterilizados. Como o saco não enche completamente num mês, a solução
passaria por utilizarem sacos bem mais pequenos para que os pudessem fechar
diariamente, fazendo com que houvesse o acondicionamento do risco biológico
e, desta maneira, evitar-se-ia uma possível contaminação.

Fig. 39 - Logótipo da empresa responsável pela recolha do


lixo de risco biológico da clínica dentária – Ambimed.

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Relatório da visita à Clínica Dentária Fontes Mendes

4.2. LAVAGEM DO MATERIAL CLÍNICO

O processo de limpeza dos materiras clínicos consiste na lavagem com água


e sabão de toda a superfície dos mesmos por ação manual ou mecânica cuja
finalidade é a remoção da sujidade, matéria orgânica e inorgânica, proteínas e
microrganismos.

A matéria orgânica, para além de constituir fonte de nutrientes para os


microrganismos impede a ação dos desinfetantes. Por isso, o principal objetivo
da limpeza é a redução da carga microbiana aderente aos materiais clínicos,
permitindo a ação do desinfetante, mantendo o seu adequado funcionamento e
prevenindo a sua deterioração; realizada de modo adequado a limpeza elimina
entre 90 a 95% dos microrganismos.

A Organização Mundial de Saúde afirma que um material clínico que não


possa ser limpo então é incapaz de ser desinfetado e esterilizado (pois a limpeza
é essencial e só é feita antes destes dois processos), atendendo que a matéria
orgânica impede o contacto dos desinfetantes e esterilizantes com o mesmo.

A limpeza, vista como a remoção de sujidade visível de objetos e superfícies,


pode ser feita através de meios manuais, mecânicos ou ultrassónicos,
significando o uso de água e detergente ou produto enzimático. A dificuldade da
limpeza é proporcional à complexidade dos materiais clínicos. Por exemplo, os
materiais com lúmens estreitos, curvas acentuadas, ranhuras e peças pequenas,
tornam-se um obstáculo à ação de limpeza manual ou mecânica, à secagem e à
inspeção. Independentemente do processo de lavagem, os materiais clínicos
devem ser abertos e desmontados, para que toda a superfície entre em contacto
com a solução de limpeza.

A limpeza manual tem vindo a ser progressivamente abandonada e


substituída por métodos de limpeza automatizados porque permitem um controlo
e validação do processo e minimizam a exposição dos profissionais aos
microrganismos, além de que a limpeza manual requer treino específico e
consome mais tempo. O recomendado é que a limpeza seja feita por
equipamentos desinfetadores para garantir a máxima segurança dos pacientes e
proteção do profissional que o manipula. No entanto, existem materiais que

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Relatório da visita à Clínica Dentária Fontes Mendes

pelas suas características e complexidade, não podem ser submetidos a uma


lavagem mecânica, sendo a manual a única possível.

Na lavagem manual os materiais imersíveis devem ser limpos abaixo da


superfície da água para evitar a produção de aerossóis e consequente
propagação de microrganismos, no caso dos dispositivos não imersíveis, devem
ser seguidas as instruções do fabricante.

A limpeza mecânica é realizada com a utilização de máquinas de lavar com


desinfeção térmica ou térmico-química, permitindo a padronização dos ciclos de
lavagem que incluem a: pré-lavagem com temperatura menor ou igual a 45ºC,
lavagem com detergente apropriado, enxaguamento, enxaguamento de
desinfeção térmica à temperatura recomendada, secagem e arrefecimento.

A Limpeza ultrassónica consiste na utilização de ondas sonoras de alta


frequência que associada à água quente e ao detergente desinfetante, formam
microbolhas que aderem à superfície dos materiais e ao rebentarem provocam
vácuo que permite a remoção da sujidade mesmo em locais de difícil acesso. É
este tipo de limpeza que é utilizada na Clínica Dentária Fontes Mendes, que
suporta entre três a quatro kits.

A vantagem desta limpeza ultrassónica é que está garantida, também, a


desinfeção dos materiais devido ao produto utilizado. Deste modo, permite a
destruição de alguns microorganismos na forma vegetativa (alguns vírus, fungos
e bactérias).

Na Clínica Dentária Fontes Mendes, para a assistente proceder à limpeza de


todos os materiais metalizados, ela coloca-os diretamente na cuba ou tina de
ultrassons durante 5 minutos (Fig. 40) todos aqueles que não têm sangue e
aqueles que possuem, a Paula lava-os manualmente com uma escova
adequada (Fig. 41) e só depois é que os coloca no ultrassom.

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Relatório da visita à Clínica Dentária Fontes Mendes

Fig. 41 - Cuba ou tina de ultrassons. Fig. 40 - Escova para a lavagem dos materiais com
sangue ou matéria orgânica.

Assim que o aparelho termina de higienizar os materiais, a assistente retira-


os da máquina, passa-os em água corrente (Fig. 42), colocando-os, de seguida,
num tabuleiro (Fig. 43) para depois os secar com um pano (Fig. 44).

Fig. 44 - Passagem dos materiais Fig. 43 - Colocação dos Fig. 42 - Secagem dos materiais
na água corrente após serem materiais desinfetados no desinfetados com um pano.
desinfetados no ultrassom. tabuleiro.

A higienização e a troca do detergente desinfetante acontecem no ínicio de


todas as manhãs, abrindo uma exceção para quando há atendimentos mais
críticos como as cirurgias. Ou seja, após a limpeza e a desinfecção dos
materiais utilizados, a Paula troca de imediato o líquido, higienizando a máquina.

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Relatório da visita à Clínica Dentária Fontes Mendes

4.3. INSPEÇÃO DO MATERIAL CLÍNICO APÓS A LAVAGEM

Após a limpeza/desinfeção é fundamental a verificação visual dos materiais


para despiste da existência de sujidade e sinais de desgaste do material. É
nesta fase que se montam e testam os dispositivos, tratando-se, por isso, de um
trabalho minucioso que impõe a existência de uma boa luminosidade e de lentes
de ampliação para a inspeção de microinstrumentos.

No entanto, na Clínica Dentária Fontes Mendes, a inspeção do material


clínico é feita diretamente, sem recurso a nenhuma lente de ampliação, o que
pode comprometer a eficácia da esterilização do produto. Pode especialmente
acontecer no caso das tesouras, isto porque, se a zona de articulação
(charneira) não ficar bem higienizada e a Paula não conseguir detetar a
existência de alguma matéria orgânica, o produto não ficará esterilizado.

No entanto, todos os dispositivos que a Paula se aperceba que contenham


vestígios de matéria orgânica, ela procede novamente à limpeza e desinfecção
do material. Também tem o cuidado de verificar se há sinais de desgaste físico
ou falhas na funcionalidade, como é o caso dos espelhos, que os troca quando
estes se encontram baços/estragados.

4.4. ESTERILIZAÇÃO DO MATERIAL CLÍNICO

Após a inspeção do material clínico, ocorre o empacotamento dos mesmos e,


para tal, estes devem encontrar-se rigorosamente limpos, secos e funcionais.

Existem vários tipos de embalagem no mercado e a opção na utilização


depende do tipo de dispositivo e do método de esterilização. A qualidade da
embalagem é fundamental para a longevidade da esterilidade do produto.
Qualquer que seja a embalagem, esta deve proporcionar uma barreira
microbiana, permitir uma selagem adequada, ser livre de ingredientes tóxicos,
ser resistente, facilitar a entrada do agente esterilizante e a saída do ar.

O grande objetivo da embalagem é manter os dispositivos isolados de


qualquer fonte de contaminação conservando a esterilidade obtida pelo
processo de esterilização sendo fundamental a sua integridade, assegurar o

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Relatório da visita à Clínica Dentária Fontes Mendes

armazenamento seguro, proteger os materiais durante o transporte e garantir


assepsia até à sua utilização.

Para isso, na Clínica Dentária Fontes Mendes são utilizadas as mangas mais
comuns, que são cortadas pela Paula de acordo com a medida que ela pretende
para o produto que irá esterilizar (Fig. 45).

Fig. 45 - Corte das mangas de acordo com o material a esterilizar.

Após esse passo, ela coloca a manga na máquina seladora para a lacrar
(Fig. 46), carimbando de seguida com a data (Fig. 47). É importante que a
embalagem contenha o dia da esterilização uma vez que o produto só aguenta
fechado na manga depois de esterilizado, durante cerca de meio ano. Na
rotulagem deve ser utilizada tinta não tóxica, com elevado poder de fixação e
compatível com o material a esterilizar.

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Relatório da visita à Clínica Dentária Fontes Mendes

Fig. 47 - Primeira selagem da manga. Fig. 46 - Carimbo da data.

Posteriormente insere o material nas mangas (as brocas são esterilizadas


individualmente enquanto que os materiais dos kits são esterilizados todos
juntos) e sela novamente para fechar completamente a manga (Fig. 48) – é
importante que esta fique com uma margem de selagem de 2cm de modo a
permitir uma abertura asséptica.

Fig. 48 - Segunda selagem da manga.

Também é importante que a manga não se encontre com vincos ou dobras


assim como o sistema de selagem da embalagem deve permitir a visualização
evidente do material clínico, sem comprometimento da sua integridade.

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Relatório da visita à Clínica Dentária Fontes Mendes

Após todos os cuidados tomados, as mangas devem ser colocadas na


autoclave e devem ser posicionadas na horizontal para ficarem secos e bem
esterilizados (Fig. 49). A autoclave desta clínica demora cerca de 40 minutos a
esterilizar a uma temperatura de 134ºC – no entanto, estes fatores variam de
acordo com o funcionamento da autoclave e o material a esterilizar.

Fig. 49 - Materiais posicionados na horizontal na autoclave.

4.5. INSPEÇÃO E CONTROLO DA ESTERILIZAÇÃO

O manuseamento das embalagens dos materiais clínicos esterilizados deve


ser reduzido ao mínimo e o profissional de saúde deverá ter as mãos limpas e
secas, para evitar a contaminação por quebra da integridade e da resistência
inicial. No entanto, a vida útil de um produto estéril também depende
diretamente do número de manipulações (que deve ser reduzido), transporte,
armazenamento e uso correto, qualquer que tenha sido o método de
esterilização a que foi sujeito.

É importante deixar arrefecer o material antes de ser retirado do esterilizador


para evitar a condensação resultante da diferença brusca de temperatura entre o
esterilizador e o meio ambiente. Se eventualmente uma embalagem com um
produto estéril fica húmida, perde a eficácia contra a barreira bacteriana
deixando de ser considerado estéril.

Na Clínica Dentária Fontes Mendes, após a esterilização e arrefecimento dos


materiais utilizados, a Paula retira-os da autoclave e verifica se o indicador

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Relatório da visita à Clínica Dentária Fontes Mendes

químico mudou de cor (de cor-de-rosa para castanho) para saber se, de facto, o
produto atingiu aquela determinada temperatura, tempo e vapor. Tem o cuidado
de verificar também se as mangas não abriram, pois, caso contrário todo o
processo de esterilização para aquele material teria sido em vão (acontece
especialmente nas tesouras que, como as coloca abertas para esterilizar a zona
de articulação, as pontas podem rasgar a manga).

Antes de os transportar para serem guardados, tem o cuidado de tirar as


luvas com as quais manipulou os materiais por esterilizar.

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Relatório da visita à Clínica Dentária Fontes Mendes

5. ARMAZENAMENTO E CONSERVAÇÃO DO MATERIAL CLÍNICO

O material estéril deverá ser conservado em locais adequados até ao


momento da sua utilização. A vida útil de um material clínico esterilizado
dependerá da exposição a agentes contaminantes a que foi sujeito desde que
saiu do esterilizador até ao momento do seu uso.

O espaço de armazenamento deve permitir a proteção dos artigos estéreis


contra uma possível contaminação, de embates e rasgos acidentais das
embalagens, garantindo a integridade da mesma. Para isso, o armazenamento
deve ser realizado num espaço seco, longe de humidade, longe de insetos, em
armários com portas, não sobrelotar, dobrar, amassar ou colocar um elástico
para segurar embalagens.

A humidade conduz à perda da resistência das embalagens, permitindo a


penetração de microrganismos, pelo que o armazenamento dos produtos
estéreis não se deve realizar próximo de cadeias de vapor, canalizações ou
locais húmidos.

O acondicionamento dos estéreis deve ser feito num armário fechado, para
evitar a exposição de partículas em suspensão e reduzir, desta forma, o risco de
contaminação. O stock deve ser de acordo com as necessidades, permitindo a
sua rotação para que o primeiro a chegar seja o primeiro a ser utilizado.

É importante a identificação dos dispositivos e a sua organização por


categoria para evitar a manipulação desnecessária quando se vai retirar o que
se necessita, sendo sempre necessário que se cumpram os prazos de validade.

Na Clínica Dentária Fontes Mendes, que é um espaço pequeno e esteriliza


poucos materiais (comparativamente com uma central de esterilização, por
exemplo), o armazenamento é feito nos próprios armários e gavetas de ambos
os consultórios (Fig. 50). Não se justificaria ter um gabinete para o
armazenamento dos materiais uma vez que estes estão sempre em constante
utilização.

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Relatório da visita à Clínica Dentária Fontes Mendes

Fig. 50 - Armazenamento dos materiais clínicos.

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Relatório da visita à Clínica Dentária Fontes Mendes

6. CONCLUSÃO

Nesta visita à Clínica Dentária Fontes Mendes, a assistente dentária,


Paula Soares, mostrou-nos e ensinou-nos alguns dos materiais clínicos
próprios do serviço, bem como todos os cuidados que tem na manipulação
dos mesmos e as técnicas que utiliza aquando a esterilização dos materiais.
A Paula também nos falou nas diferenças dos cuidados que tem em
consultas normais (que não envolvam sangue) e nas consultas de
atendimentos mais críticos (cirurgias).

Com a visita concluímos que, numa simples ou complexa consulta ao


dentista, são utilizados materiais que exigem cuidados especiais para a sua
higienização assim como todo o equipamento envolvido, como a cadeira
onde nos sentamos. Esses cuidados resumem-se a uma correta esterilização
e desinfeção. A esterilização é, de facto, um método muito importante pois é
através dela que se consegue destruir microorganismos dos materiais que
entram em contacto direto com os pacientes.

É também importante que a Paula utilize os equipamentos de proteção


individual com o objetivo da assistente não correr o risco de infetar o material
e também de não ficar infetada. Outra razão pelo qual é importante, é pelo
facto de sermos fontes de contaminação se não tomarmos os devidos
cuidados.

No entanto, detetamos algumas incorreções que deveriam ser


melhoradas. Primeiramente, a Paula deveria utilizar todos os EPI’s e ela
descarta o uso de dois, o gorro e os óculos de proteção. O gorro constitui um
papel importante pois evita a queda de cabelos da assistente nas áreas de
procedimento e os óculos protegem os olhos contra os aerossóis e dos
respingos de produtos químicos e de material biológico (saliva, sangue).
Outro facto é que o saco do lixo de risco biológico por estar contido num
caixote que suporta demasiado volume cuja clínica não tem uma proporção

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Relatório da visita à Clínica Dentária Fontes Mendes

de utilização adequada para tal, este fica muito tempo acumulado na caixa e
o abrir e fechar a tampa pode provocar uma eventual contaminação não só no
ambiente, mas também nos materiais que estão naquele espaço a serem
desinfetados e esterilizados. A solução para o problema seria utilizarem sacos
mais pequenos que pudessem ser fechados diariamente, para assim haver
um acondicionamento do risco biológico.

O grande propósito de elaborarmos este relatório foi para aprofundarmos os


nossos conhecimentos técnicos e científicos, no âmbito da esterilização,
especificamente numa clínica dentária. Posto isto, cumpri todos os objetivos a
que me tínhamos proposto.

Relativamente às minhas expectativas, foram realmente atingidas e


superadas, fomos todos muito bem recebidos, gostei muito de todo o desenrolar
da visita e foi, de facto, muito entusiasmante pois nunca tinha tido a
oportunidade de conhecer o que está “por detrás” de uma consulta ao dentista.

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Relatório da visita à Clínica Dentária Fontes Mendes

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