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Instituto Politécnico Médio de Moçambique


Módulo de PCI

Processamento de Artigos Hospitalar

Nampula, Maio 2023


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Instituto Politécnico Médio de Moçambique

Módulo de Anatomia

Processamento de Artigos Hospitalar

Elementos do Grupo Trabalho do 2° grupo de


Caracter Avaliativo da Cadeira
Zulmira Cristóvão Girão
de PCI . 1° Ano leccionados
Dalia Atanásio Manuel Caitoa pela Docente : Priscila Pedro
Francisco
Filomena Paulo Salvador

Janete Alexandre Alfredo


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Nampula, Maio 2023

Índice
1. Introdução......................................................................................................................3

2. Processamento de Artigos Hospitalares........................................................................4

2.1. Descontaminacao e limpeza dos artigos hospitalar e outros itens..............................4

2.1.1. Descontaminação.....................................................................................................5

2.1.2. Limpeza...................................................................................................................5

2.1.3. Enxágue...................................................................................................................6

2.1.4. Secagem...................................................................................................................6

2.2. Preparação de Solução de Descontaminastes.............................................................6

2.2.1. Como Preparar as Soluções dos Contaminantes?....................................................7

2.3. Meios de DAN, Princípios Gerais e seu uso na Pratica de Enfermagem...................7

2.3.1. Direitos dos Profissionais........................................................................................7

2.3.2. Deveres dos profissionais........................................................................................8

2.3.3. Proibições................................................................................................................9

Infracções e Penalidades....................................................................................................9

2.4. Meios de Esterilização, Princípios gerais e Sua Aplicabilidade...............................10

2.4.1. Métodos Físicos de Esterilização..........................................................................10

2.4.2. Métodos Químicos de Esterilização......................................................................11

2.5. Monitorização dos Processos de Esterilização.........................................................12

2.5.1. Monitoramento Mecânico.....................................................................................12

2.5.2. Monitoramento Físico...........................................................................................13

2.5.3. Monitoramento químico........................................................................................13

2.6. Armazenamento de itens Esterilizados.....................................................................14

2.7. Processamentos de Roupas Hospitalar.....................................................................14


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2.8. Recolha e Transporte da Roupa Suja da Unidade Geradora....................................14

2.9. Guarda, Transporte e distribuição de Roupa Limpa.................................................15

Conclusão........................................................................................................................16

Referencias Bibliográficas...............................................................................................17
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1. Introdução

Os artigos de múltiplos uso em estabelecimentos de saúde podem se tornar veículos de


agentes infecciosos, se não sofrerem processos de descontaminação após cada uso. Os
locais onde estes artigos são processados e as pessoas que os manuseiam também
podem tornar-se fontes de infecção para hospedeiros susceptíveis. No mecanismo de
transmissão de infecção nos hospitais, as mãos contaminadas do pessoal hospitalar
atuam como importante meio de disseminação. Um dos processos que podem
interromper esta cadeia é a esterilização de artigos, e outro, a desinfecção de artigos e
ambientes, dentro das devidas proporções de necessidade.
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2. Processamento de Artigos Hospitalares


É um conjunto de procedimentos realizados para garantir que os instrumentos médicos e
equipamentos estejam limpos, esterilizados e prontos para uso em procedimentos
médicos. Existem várias etapas no processo de processamento de artigos hospitalares,
incluindo a limpeza, a desinfecção e a esterilização.
Os artigos são classificados de acordo com o risco e potencial de contaminação em:
 Artigos críticos (C): entram em contato com tecidos estéreis ou com o sistema
vascular e penetram em órgãos e tecidos, bem como todos os que possuem alto
risco de causar infecção. Estes requerem esterilização para satisfazer os
objetivos a que se propõem. Ex.: agulhas, instrumentos cirúrgicos.
 Artigos semi-críticos (SC): são aqueles que entram em contato com mucosa e
pele não íntegra do paciente ou com mucosas íntegras e exigem desinfecção de
médio ou alto nível ou esterilização. O risco potencial de transmissão de
infecção é intermediário, porque as membranas apresentam certa resistência à
entrada de esporos. Alguns deles necessitam de desinfecção de alto nível e
outros de desinfecção de nível intermediário (material para assistência
ventilatória, espéculo otológico, etc.)
 Artigos não críticos (NC): entram em contato com pele íntegra e superfícies.
Risco de transmissão de infecção baixo. Se esses materiais estiverem
contaminados com matéria orgânica devem recebem desinfecção de nível baixo,
e na ausência de matéria orgânica devem receber limpeza apenas.

2.1. Descontaminacao e limpeza dos artigos hospitalar e outros itens


É recomendado que todo processamento de artigos seja centralizado, por motivos de
custo, eficiência de operacionalização, facilidade de manutenção do padrão de qualidade
e aumento do tempo de vida útil dos mesmos. O manuseio de artigos requer que cada
procedimento seja acompanhado da indicação do Equipamento de Protecção Individual
(EPI) especifico, em relação à natureza do risco ao qual o pessoal hospitalar se expõe.
Os riscos são em relação ao material biológico, químico e térmico. Considerar no
processamento de artigos que:

 Independentemente do processo a ser submetido, todo artigo deverá ser


considerado como “contaminado”, sem levar em consideração o grau de
sujidade presente;
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 Seus passos sequenciais, devem ser: a limpeza ou descontaminação, desinfecção


e/ou esterilização ou estocagem, conforme o objectivo de uso do artigo; - É
necessário classificar o artigo de acordo com o risco potencial de infecção
envolvido em seu uso e definir o tipo de processamento a que será submetido
(desinfecção ou esterilização);
 Para que a remoção da sujidade ou matéria orgânica não se constitua em risco a
pessoa que os manuseia e ao local onde esta limpeza ou descontaminação é
realizada, é imprescindível o uso de EPI, como preconizado nos procedimentos
de precauções universais e de segurança.

2.1.1. Descontaminação

A descontaminação de artigos poderá ser feita por qualquer uma das seguintes
alternativas:

 Fricção auxiliada por esponja, pano, escova, etc.; embebidos com produto para
esta finalidade,
 Imersão completa do artigo em solução desinfectante acompanhada ou não de
fricção com escova/esponja,
 Pressão de jatos d’água com temperatura entre 60 e 90 graus centígrados,
durante 15 minutos (maquinas lavadoras sanitizadoras, esterilizadoras de alta
pressão, termodesinfetadoras e similares),
 Imersão do artigo na água em ebulição por 30 minutos,
 Autoclavagem previa do artigo ainda contaminado, sem o ciclo de secagem. A
escolha da alternativa deve ser baseada nas possibilidades do estabelecimento,
obedecendo a natureza do artigo em processamento.

2.1.2. Limpeza

A limpeza de artigos poderá ser feita por qualquer das seguintes alternativas:

 Fricção mecânica, utilizando água e sabão, auxiliada por esponja, pano,


escova (padronizar pia ou recipiente para este fim),
 Máquina de limpeza com jatos de água quente ou detergente,
 Máquinas de ultra-som com detergentes / desencrostastes.
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2.1.3. Enxágue
Para o enxágüe após a limpeza e/ou descontaminação, a água deve ser potável e
corrente.

2.1.4. Secagem

A secagem dos artigos objectiva evitar a interferência da humidade nos processos e


produtos posteriores e poderá ser feita por uma das seguintes alternativas:

 Pano limpo ou seco,


 Secadora de ar quente/frio,
 Estufa (regulada para este fim),
 Ar comprimido medicinal.

Conforme o destino do artigo, armazená-lo ou submete-lo à desinfecção ou


esterilização. É necessária a validação e monitorização dos processos e produtos,
utilizando testes comercializados ou indicadores químicos desenvolvidos pelos
farmacêuticos do Serviço e/ou Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.

2.2. Preparação de Solução de Descontaminastes

Equipamentos de protecção individual, ferramentas e outros equipamentos são


normalmente descontaminados, limpando-os com água e detergente, usando escovas de
cerdas macias, seguindo de lavagem com água. Uma vez que este processo pode não ser
completamente eficiente na remoção de alguns contaminantes (ou em alguns casos o
contaminante pode reagir com água), torna-se uma boa opção utilizar uma solução
química como descontaminante. Isso requer que o contaminante seja identificado. A
solução de descontaminação apropriada deve obrigatoriamente ser escolhida com a
ajuda de um químico.

2.2.1. Como Preparar as Soluções dos Contaminantes?

 Usar a concentração de hipoclorito de sódio disponível no país, indicada no


rótulo da embalagem, para misturar a concentração da solução desinfectante de
acordo com o uso pretendido, seguindo as indicações.
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 Usar medidas de protecção, como luvas, máscara, protecção para os olhos e


avental, para misturar as soluções.
 Preparar as soluções diariamente. Se não for necessário um litro por dia, ajustar
as quantidades.
 Usar um recipiente exclusivo para as soluções preparadas e marcar (etiquetar)
claramente nele a concentração.
 Não reutilizar embalagens de produtos comestíveis para preparar a solução
desinfectante, evitando assim envenenamentos acidentais.
 Adicionar a quantidade de hipoclorito de sódio à quantidade de água.
 Não misturar hipoclorito de sódio com outros detergentes ou produtos de
limpeza.
 Guardar o hipoclorito de sódio fora do alcance e da vista das crianças, em local
seguro e não exposto à luz e ao calor.
 Usar apresentações de hipoclorito de sódio que não contenham amaciantes ou
substâncias que lhe dêem cor ou cheiro.

2.3. Meios de DAN, Princípios Gerais e seu uso na Pratica de Enfermagem


A enfermagem é uma área com foco na saúde e qualidade de vida dos indivíduos, da
família e da colectividade. Esses profissionais trabalham na promoção, prevenção,
recuperação e reabilitação da saúde de seus pacientes, com autonomia e aliados aos
valores éticos e legais. A equipe de enfermagem atua, como integrante do time de saúde,
nas práticas que buscam atender às demandas de saúde da comunidade e da defesa dos
princípios das políticas de saúde e ambientais, que garantem a integralidade da
assistência, universalidade de acesso aos serviços de saúde, entre outros aspectos. O
profissional da enfermagem respeita a vida, os direitos humanos, a dignidade, em todos
os seus âmbitos. Também, atua com competência para a promoção da saúde das pessoas
em sua integralidade, conforme os princípios da ética e da bioética.

2.3.1. Direitos dos Profissionais

Entre as principais informações que podem ser destacados neste tópico, estão:

 Realizar a atividade de enfermagem com segurança técnica, ambiental e


científica, liberdade, autonomia e ser tratado sem discriminação de qualquer
natureza;
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 Praticar as atividades em ambientes laborais livres de riscos ocupacionais, danos


e violência física e psicológica à saúde e integridade física do profissional;
 Ter acesso às informações relativas ao paciente, à família e coletividade,
necessárias ao exercício profissional;
 Suspender as atividades, quando o ambiente de trabalho não disponibilizar
condições seguras para a atuação profissional ou desrespeitar a norma vigente,
exceto nas situações de urgência e emergência;
 Exercer cargos de coordenação, gestão e direção, no âmbito da saúde ou de
qualquer ramo direta ou indiretamente ligado ao exercício profissional da
enfermagem.
2.3.2. Deveres dos profissionais
Entre os aspectos que devem ser observados, estão:

 Realizar a profissão com compromisso, resoluctividade, justiça, equidade,

competência, lealdade e honestidade;

 Comunicar, de maneira formal, ao Conselho Regional de Enfermagem e aos

demais órgãos competentes, situações que desrespeitem os dispositivos éticos-

legais e que possam afectar o exercício profissional e a segurança do paciente,

da família e da colectividade;

 Anotar, nos prontuários e em demais arquivos, dados relacionados à assistência

de maneira objectiva, clara, legível, completa, cronológica e sem rasuras;

 Respeitar o direito de autonomia do indivíduo ou de seu representante legal na

tomada de decisão, esclarecida e livre, que se refere à sua saúde, praticando

actividades necessárias, conforme os preceitos éticos e legais;

 Oferecer cuidados de enfermagem livre de danos originários de imprudência,

negligência e imperícia;

 Prestar a assistência aos pacientes sem discriminação de qualquer natureza;


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 Recusar a administrar a prescrição de enfermagem e médica na qual não

apresentam assinatura e número de Registro profissional prescrito, com

excepção dos casos de urgência e emergência.

2.3.3. Proibições

As informações relacionadas às proibições e que podem ser destacadas são:

 Realizar ou estabelecer actos contrários ao Código de Ética e às leis que versam


sobre a actuação da enfermagem;
 Prestar actividades que não sejam da competência técnica, ética, científica e
legal ou que não disponibilizam a segurança ao profissional, ao paciente, à
família e à colectividade;
 Usar dos conhecimentos de enfermagem para praticar acções entendidas como
contravenção penal ou crime;
 Ser conivente ou praticar a calúnia, injúria ou difamação do indivíduo, da
família e dos integrantes do time de enfermagem;
 Realizar procedimentos ou participar da assistência à saúde sem o conhecimento
do paciente ou seu representante legal, com excepção das situações de iminente
risco de morte;
 Administrar medicações sem entender a indicação, acção, via a ser
administradas e os seus potenciais riscos, observando os níveis de formação do
profissional.
2.3.4. Infracções e Penalidades
Entre as principais informações que podem ser abrangidas neste tópico, podemos
destacar:

 A infração ética e disciplinar trata-se da ação, omissão ou conivência que possa


resultar em desobediência ou inobservância aos preceitos contidos no Código de
Ética da Enfermagem;
 Entre as penalidades que podem ser impostas ao infrator, estão advertência
verbal, multa (que pode ser de 1 a 10 vezes o valor da anuidade da categoria
profissional), censura, suspensão e cassação do direito ao exercício profissional;
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 As infrações serão compreendidas como leves, moderadas, graves ou


gravíssimas, o que vai depender da natureza da ação e da circunstância de cada
caso.

2.4. Meios de Esterilização, Princípios gerais e Sua Aplicabilidade


Existem várias formas de realizar a esterilização. Porém, a decisão de qual processo
utilizar deve ser baseada no tipo de material e no risco de contaminação. Cada
estabelecimento deve verificar qual método é o mais adequado para cada procedimento
(desinfecção de nível baixo, médio ou alto, ou esterilização), de acordo com o seu
produto, garantindo a eliminação da maior quantidade de micro-organismos. Os
métodos de esterilização podem ser divididos em físicos (calor, filtração e radiação) e
químicos (compostos fenólicos, clorexidina, halogênios, álcoois, peróxidos, óxido de
etileno, formaldeído, glutaraldeído e ácido peracético). Para a escolha do melhor
método, deve-se levar em consideração, além da compatibilidade do material, a
efetividade, toxicidade, facilidade de uso, custos, entre outros.

2.4.1. Métodos Físicos de Esterilização

Calor úmido (autoclavagem, fervura e pasteurização): provoca a desnaturação e


coagulação das proteínas e fluidificação dos lipídeos. Não pode ser utilizado em
materiais termossensíveis, nem para materiais que oxidam com água. A autoclavagem
é muito utilizada nos vários setores de serviços da saúde por ser de custo acessível e
de fácil utilização. Além disso, consegue esterilizar uma infinidade de materiais,
inclusive tecidos e soluções.

Calor seco (estufa, flambagem e incineração): provoca a oxidação dos constituintes


celulares orgânicos. Penetra nas substâncias de uma forma mais lenta que o calor
úmido e por isso exige temperaturas mais elevadas e tempos mais longos. Não pode
ser utilizado para materiais termossensíveis.

Filtração: utilizada para soluções e gases termolábeis, quando atravessam superfícies


filtrantes com poros bem pequenos, como velas porosas, discos de amianto, filtros de
vidro poroso, de celulose, e filtros “millipore” (membranas de acetato de celulose ou
de policarbonato).
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Radiação ionizante: destrói o DNA formando radicais super-reativos (superóxidos),


matando ou inativando os micro-organismos (quando são incapazes de se reproduzir).
Muitos materiais são compatíveis com esse tipo de esterilização, pois não há aumento
da temperatura nesse processo. Caso dos materiais termossensíveis e tecidos
biológicos para transplantes. Apesar de parecer, a radiação não é transmitida para os
produtos processados. É um processo livre de resíduos e ecológico, pois não gera
emissões tóxicas ou resíduos, além de não causar impactos na qualidade do ar ou da
água.

2.4.2. Métodos Químicos de Esterilização

Dentre os métodos químicos, alguns deles podem ser utilizados tanto para desinfectar
como para esterilizar, dependendo do tempo de exposição e concentração do agente. Os
mais utilizados para produtos laboratoriais e hospitalares são:

Ácido Peracético: tem ação rápida, baixa toxicidade e é biodegradável. Porém, danifica
metais. Uma grande vantagem é ser efetivo mesmo na presença de matéria orgânica (ou
seja, os materiais não precisam ser previamente limpos). Em compensação, os materiais
devem ser utilizados imediatamente após a esterilização por esse método, por isso não é
muito utilizado.

Peróxido de hidrogênio (água oxigenada): em concentração de 3% e 6% tem ação


rápida, é biodegradável e atóxico, mas tem alta ação corrosiva. Sua ação é mais eficaz
em capilares hemodializadores e lentes de contato, mas esse processo não é muito
utilizado.

Formaldeído: pode ser utilizado na forma gasosa e líquida e, para ter ação esporicida,
necessita de um longo tempo de exposição. É indicado para cateteres, drenos e tubos,
laparoscópios, artroscópios e ventriloscópios, enxertos de acrílico. Por ser carcinogênico
e irritante das mucosas, seu uso está mais restrito.

Glutaraldeído: líquido com potente ação biocida e pode ser utilizado em materiais
termossensíveis, mas necessita de um longo tempo de exposição para ser esporicida. É
muito utilizado por ter baixo custo e baixo poder corrosivo, porém é irritante das vias
aéreas; pode causar queimaduras na pele, membrana e mucosas; e materiais porosos
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podem reter o produto. Enxertos de acrílico, cateteres, drenos e tubos de poliestireno são
os materiais rotineiramente esterilizados por esse processo.

Óxido de Etileno (ETO): é um gás vastamente utilizado na esterilização de materiais


laboratoriais e hospitalares de uso único por causa do seu bom custo/benefício. Sua ação
se dá pela reação com uma proteína no núcleo da célula, impedindo a reprodução.
Todos os produtos devem ser colocados em embalagens permeáveis a gases para
permitir que o ETO penetre. Seu uso não danifica os materiais e pode ser utilizado em
vários tipos de materiais, inclusive os termossensíveis. Contudo, ele é altamente tóxico,
carcinogênico e teratogênico.

2.5. Monitorização dos Processos de Esterilização

A monitorização nada mais é do que o controle de qualidade da esterilização, é


indispensável uma vez que o resultado do processo não é visível. Entretanto, o modo de
fazer depende do método de escolha para esterilização. O controlo dos processos de
esterilização ocorre através do monitoramento mecânico e físico da autoclave, e do
monitoramento químico e biológico dos ciclos. A monitorização dos processos é
efectivada através do controle de equipamentos e validação dos processos de
esterilização.

O processo de esterilização deve ser comprovado por meio de monitoramento físico,


químico e biológico. A monitorização mais confiável para esterilização em autoclave é
a biológica, pois é feita com microorganismos tecnicamente preparados e indicadores
biológicos, para demonstrar a esterilização.

2.5.1. Monitoramento Mecânico


Está relacionado ao equipamento de esterilização. Deverão ser feitos registos de
manutenção correctiva e preventiva. Havendo intercorrência com a autoclave, deve ser
realizado teste biológico após o conserto, para posterior liberação de uso. A manutenção
preventiva deverá ser feita pelo menos uma vez ao ano, e a correctiva sempre que
necessário, devendo ser arquivada a documentação deixada pela empresa contratada na,
execução do serviço.
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2.5.2. Monitoramento Físico


Deverá ser feito registro do tempo, temperatura e pressão durante todo o ciclo de
esterilização, com especial atenção à fase de esterilização propriamente dita.
2.5.3. Monitoramento químico
É a utilização de sistemas químicos produzidos especificamente para o controle dos
diversos processos de esterilização, e objectiva avaliar se os parâmetros foram atingidos
de acordo com a programação, indicar erros de procedimento ou mau funcionamento
dos aparelhos. Existem vários indicadores químicos. A classe 1 está impressa no papel
grau cirúrgico e em papel crespado utiliza-se fitas. Eles detectam falhas severas na
esterilização e indicam que o pacote foi processado.
2.5.4. Monitoramento Biológico
Os indicadores biológicos são considerados o padrão ouro na monitorização, com
resultado bastante confiáveis. As espécies bacterianas utilizadas na preparação de
indicadores biológicos são diferentes, de acordo com o processo de esterilização.
Existem três tipos de indicadores biológicos:
 As tiras de papel inoculadas com esporos: são indicadores de primeira geração
utilizados na indústria e hospitais;
 Autocontido ou completo-ampolas contendo os bacilos e meio de cultura
líquido: consistem em tiras de papel inoculadas com esporos e embaladas em
frascos, contendo ampolas fechadas de meio de cultura, que possuem um
indicador de pH. Quando a ampola é quebrada, o meio de cultura é liberado para
fornecer um ambiente de crescimento para os esporos. Trata-se da segunda
geração de indicadores biológicos.
 Indicadores Biológicos baseados em enzimas: são indicadores de terceira
geração. Detectam a presença de uma enzima específica (alpha-D-glucosidase)
que é inactivada quando ocorre a morte dos esporos bacterianos. Através da
detecção fluorimétrica (em incubadoras próprias), a enzima pode ser encontrada
em 60 minutos ou menos, ou seja, com um tempo inferior aos indicadores de
segunda geração.
2.6. Armazenamento de itens Esterilizados
Os armazenamentos de itens esterilizados devem ser feitos em local protegido da
humidade e com temperatura controlada, para evitar o calor. É recomendado o uso de
prateleiras fechadas ou coberturas sobre os pacotes.
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2.7. Processamentos de Roupas Hospitalar


O processamento da roupa consiste em todos os passos requeridos para a colecta,
transporte e separação da roupa suja, bem como aqueles relacionados ao processo de
lavagem, secagem, calandragem, armazenamento e distribuição.

2.8. Recolha e Transporte da Roupa Suja da Unidade Geradora

O processamento da roupa inicia-se com a retirada da roupa suja das áreas onde foram
utilizadas, também chamadas nesse manual de unidade geradora. Na retirada da roupa
suja da unidade geradora, deve haver o mínimo de agitação e manuseio, observando-se
as precauções padrão, independente da sua origem ou do paciente que a usou. Isso ajuda
a prevenir acidentes e dispersão de microrganismos para o ambiente, trabalhadores e
pacientes.

A roupa suja deve ser imediatamente colocada em saco plástico, onde permanecerá até a
sua chegada ao serviço de processamento. Recomenda-se transportá-la dobrada ou
enrolada a partir da área de maior sujidade para a de menor sujidade e colocar no centro
do saco aquelas que estiverem molhadas ou mais sujas, evitando o vazamento de
líquidos e a contaminação do ambiente, dos funcionários ou de outros pacientes. Grande
quantidade de sujeira sólida como fezes e coágulos presentes na roupa devem ser
removidos com as mãos enluvadas e jogados no vaso sanitário, dando descarga com a
tampa. Não é indicado remover essas excretas com jato de água (HEALTH CANADA,
1998).

2.9. Guarda, Transporte e distribuição de Roupa Limpa

O sistema de distribuição e suprimento de roupas nos sectores dos serviços de saúde


depende do seu volume e do tempo de estocagem na rouparia central. A maior parte da
troca de roupa nas unidades de internação ocorre nas primeiras horas da manhã. Por
essa razão, o recebimento pontual da roupa facilita o trabalho da enfermagem e o
conforto do cliente. A distribuição de roupa limpa é feita pelo pessoal da unidade de
processamento de roupas e pode ser realizada em carros de transporte fechados ou, no
caso da roupa embalada em sacos de plásticos ou tecido, em carros abertos (OTERO,
2000) e, preferencialmente, exclusivos para esse fim. É imprescindível que sejam
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verificadas rigorosamente as condições de higiene do carro de transporte de roupa limpa


para evitar a contaminação da mesma.
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Conclusão

Todos os instrumentais e materiais que contenham matéria orgânica, devem ser


manipulados cuidadosamente, com uso de equipamentos de protecção individual, de
modo a prevenir a contaminação da pele e mucosas do trabalhador. Os materiais
perfuram cortantes, devem ser descartados e transportados com muito cuidado para
prevenir acidentes. Existem caixas próprias para isto, que são rígidas e impermeáveis.
Importante observar que estas não devem ser cheias além do limite demarcado na
embalagem.
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Referencias Bibliográficas

Alvim, A. L. S., & de Souza, K. F. (2018). Causas de trabalho de produtos para a Saúde
no centro de materiais e esterilização. Rev. SOBECC, 3-6. 10.5327/Z1414-
4425201800010002.

Freitas, L. R. D., Tipple, A. F. V., Pires, F. V., Melo, D. D. S., & Spagnoli, J. L. U.
(2015). (Des) cuidado com produtos para saúde processados no transporte e
armazenamento em unidades de internação1. Texto & Contexto-Enfermagem, 24, 253-
262. http://dx.doi.org/10.1590/0104-07072015003550013.

GRAZIANO, K.U; SILVA, A; PSALTIKIDIS, E. M. Enfermagem em Centro de


Material e Esterilização. Barueri: Manole, 2011.

OTERO, R. B. Healthcare Textile Infection Control Guidelines. National Association of


institucional Linen Management. 2000. Disponível em . Acesso em: 05 de jul de 2006.

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