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FÓRUM MULTIPROFISSIONAL

APRIMORANDOS DO INSTITUTO DANTE


PAZZANESE DE CARDIOLOGIA
2º SEMESTRE 2017
TEMA:
PACIENTE CHAGÁSICO –
ATENDIMENTO MULTIPROFISSIONAL
MESTRE DE CERIMÔNIA

Alessandra Domingos Mota

APRESENTAÇÃO

Jaqueline Soares dos Santos


Caso Clínico
ID: Paciente J.W.S, sexo masculino, 20 anos, nascido em 30 de
março 1997, natural de São Paulo.
Paciente do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia desde 30
de abril 2017.

Diagnóstico atual: MCP chagásica, FE 25% e CF II.


Estágio C/D + Síndrome cardiorrenal resolvida PO (21/07/17).
Upgrade p/ ressincronizador trifocal.
Avaliado pela equipe do TX e contraindicado.
Caso Clínico
Antecedentes familiares: Mãe portadora de doença de chagas.
Antecedentes pessoais: Insuficiência cardíaca: ICFER (fração
de ejeção reduzida) – FEVE 21%.
Antecedentes chagásicos: Doença de chagas – Transmissão
vertical. Estágio CD.
Outros: PO Ressincronizador trifocal.

Medicamentos:
• Enalapril 7,5mg 2xdia; •Espironalactona 25mg 1xdia;
• Carvedilol 18,75mg 2xdia; •Digoxina 0,125mg 1xdia;
•Ivabradina 7,5mg 2xdia.
• Furosemida 40mg 2xdia;
Histórico do Paciente
Histórico de Internações:
• Internação: 30/04/2017- Alta: 08/05/2017;
• Internação: 11/05/2017- Alta: 16/05/2017;
• Internação: 22/05/2017- Alta: 04/07/2017;
• Internação: 08/07/2017- Alta: 14/08/2017.

No relatório do INSS/Resumo de Alta:


Internação por ICC, retorno precoce ao PS com queixa de dispneia em
repouso, anasarca, ortopneia, tosse com hemoptoicos e redução da
diurese, nega febre, tosse produtiva, diarreia ou outros sinais de
infecção.
Histórico do Paciente
No relatório do INSS/Resumo de Alta:

Internado no PS, com IC descompensada perfil C CF IV


+ anasarca e azotemia (SD cardiorrenal), efetuando tratamento
com diurético, vasodilatador e inotrópico (dobutamina). Realizou
upgrade de terapia de ressincronização cardíaca (TRC trifocal).
Apresentou controle clínico com desmame eficaz de dobutamina
intravenosa, estando no momento em CF I/II, estável, sem uso
de O2 suplementar, com funções excretórias preservadas,
aceitando dieta oral, deambulando sem ajuda e assintomático.
OBRIGADA!
Apresentação Dr. Abílio Augusto
Fragata Filho
BIOLOGIA

Aprimoranda: Tereza Cristiane Piccinin Parruca


Laboratório de Doença de Chagas
Elias Boainain

 Fundado em 1974 pela iniciativa do Dr. Elias Boainain.


 Em 1994, Dr. Abílio Augusto Fragata Filho assume a chefia.
Biotério

 1984- (camundongos Linhagem A/Snell isogênicos);


 Pesquisa – manutenção cepa Y In Vivo e In Vitro.
Cepa Y de Trypanosoma cruzi

Cepa Y in vivo

Cepa Y in vitro
Microscopia da Forma Epimastigota
T. cruzi
Insetário

 Triatomíneos (Triatoma infestans);


 Pesquisa e Xenodiagnóstico desenvolvidos no setor.
Métodos de Análise Laboratorial

 Critério parasitológico

Métodos de enriquecimento /
multiplicação do parasita como a
hemocultura e xenodiagnóstico.
Técnica de Xenodiagnóstico
Leitura de Xenodiagnóstico
Métodos de Análise Laboratorial

 Critério sorológico

Considera-se indivíduo infectado na fase crônica aquele que apresenta


anticorpos anti-T. cruzi detectados por meio de dois testes sorológicos
com princípios/métodos distintos: ELISA e Imunofluorescência Indireta.
Imunofluorescência Indireta
(in situ)

Em 1992, foi desenvolvida, pelo Prof. Dr. Antonio


Marcos A. Levy, a técnica de imunofluorescência (in
situ) para verificar a eficácia do tratamento.
Indicações da sorologia
(quando solicitar)?

a) Estabelecer ou afastar a etiologia chagásica em paciente


portador de cardiopatia de etiologia não definida;

b) Casos de megaesôfago ou de megacólon;

c) Bancos de sangue para evitar a transmissão transfusional;

d) Exame de gestantes para controlar a transmissão congênita;

e) Em inquéritos soro-epidemiológicos;

f) Como seguimento de chagásicos tratados.


Resultado de Exame do Paciente

Pesquisa sérica de anticorpos para Doença de Chagas

Material: Soro

Método: Quimioluminescencia e/ou Imunofluorescencia

Resultado Reagente 1/160


Valor de referência: Não reagente

Nota: Todos os testes positivos são confirmados por outra metodologia.

Observações gerais: Material colhido em: 02/05/2017

Data coleta: 01/05/2017 às 01:20 Data liberação 04/05/2017 às 18:30


Detecção de Trypanosoma cruzi em polpas
de açaí por métodos de isolamento de
matérias estranhas e moleculares
Avaliação do Tratamento Parasiticida com
Benznidazol na Evolução Eletrocardiográfica,
Clínica e Sorológica da Doença de Chagas
Associação dos Chagásicos da
Grande São Paulo (ACHAGRASP)
 Fundada em 11/08/1999;

 Espaço de luta e mobilização em prol da prevenção


e assistência em doença de Chagas.
14 de Abril, Dia Mundial do
combate a Doença de Chagas
Equipe do Laboratório de
Doença de Chagas
OBRIGADA!
FARMÁCIA

Aprimorando: Eder Ferreira


Doençade
Doença deChagas
Chagas
OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a doença de


Chagas como uma doença negligenciada, isto é, causada por
agente infeccioso (parasita) e considerada endêmica em populações
de baixa renda.
- < Interesse pela Ind. Farmacêutica;
- ↓P&D;
- ↓retorno financeiro;
- > relevância médica;
- países desenvolvidos.
- migração x cenário
Doença de Chagas
Doença de Chagas
Farmacoterapia
As opções terapêuticas, restringem-se a dois fármacos antiparasitários:

Benznidazol Nifurtimox
Apresentação: 100mg e 12,5mg. Apresentação: 120mg e 30mg.
Posologia: Posologia:
Adultos: 5mg/kg/dia, 2 ou 3x/dia/60 dias. Adultos: 10-15mg/kg/dia, 3 ou 4x/dia/90 dias.
Crianças: 10mg/kg/dia, 2 ou 3x/dia/60 dias. Crianças: 15-20mg/kg/dia, 3 ou 4x/dia/90 dias.
Dose máxima recomendada: 300mg/dia. Reações Adversas: semelhantes as do
Reações Adversas: dermatite alérgica, benznidazol, exceto a menor tolerância
neuropatia periférica, ageusia/paladar e digestiva, ocasionando anorexia e perda de
depressão da medula óssea. peso.

Fármacos:
- não seletivos > reações adversas
- ↓ parasitemia ≠ cepas T.cruzi
- med// escolha Brasil
Doença
Doença de
de Chagas
Chagas

Terapêutica Específica
- Fase aguda, iniciar o tratamento o mais rápido possível;
- Fase crônica c/ a forma cardíaca grave, não é indicado;
Parasitemia Sorologia Negativa
Tempo variável depende da fase e do tempo da doença
Congênito 1 ano
Fase aguda 3 - 5 anos
Fase crônica recente 5 - 10 anos
Fase crônica de longa duração acima de 10 anos 20 - 25 anos

- 60 à 70% forma indeterminada assintomática;


- 30 à 40% desenvolvem a forma cardíaca e/ou digestiva.
Doença
Doençade
deChagas
Chagas

Insuficiência Cardíaca
Terapêutica
Visa reduzir os sintomas, retardar a evolução da
disfunção ventricular e prolongar a sobrevida.

Prescrição Ambulatorial
Medicamentos – J.W.S. Classe de Medicamentos
Furosemida 40 mg VO 1cp as 8h e 1cp 16h - Diuréticos
Enalapril 7,5 mg VO 12/12h - IECA
Carvedilol 18,75 mg VO 12/12h - β-bloqueadores adrenérgicos (BB)
Espironolactona 25 mg VO 1x/dia - Antagonistas da aldosterona
Digoxina 0,125 mg 1x/dia - Glicosídeos Cardiotônicos
Ivabradina 7,5 mg VO 12/12h - inibidor sel. e esp. da corrente marca-passo If
β-bloqueadores
Insuficiência Cardíaca Doença de+ Chagas
Inotrópicos positivos
(carvedilol)
- ↓Débito cardíaco ↑Freq. cardíaca
(digoxina)
- ↓Perfusão tecidual
Inibidor do Nó SA
- ↓Fluxo sanguíneo renal SNC (ivabradina)
- ↑Pressão Venosa Central Secreção ADH
(vasopressina)
Sistema Renina Angiotensina Aldosterona Reabsorção
H2O
Néfrons Diuréticos
Suprarrenal (furosemida)
Rim Reabsorção
Na+/Cl-/H2O Antagonista
Excreção K+ Aldosterona
(espironolactona)
Renina
↑Volemia
Angiotensinogênio → Angiotensina I → Angiotensina II → Aldosterona
↑RVP ↑PA
ECA ↑Atividade
simpática
↑Adrenalina e
Fígado Noradrenalina
Pulmão β-bloqueadores
Vasos (carvedilol)
Inibidores da ECA
(enalapril) Vasoconstrição
Remodelamento
Cardíaco
A associação dos medicamentos e a adesão ao tratamento da
insuficiência cardíaca contribui para evitar e/ou reduzir o
agravamento do remodelamento cardíaco e a instalação de arritmias
malignas e morte súbita.

Remodelamento Cardíaco
Doença
Doençade
deChagas
Chagas

Referências Bibliográficas
DIAS, João Carlos Pinto et al. II Consenso Brasileiro em Doença de Chagas, 2015.
Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 25, n. esp, p. 7-86, jun. 2016.

ANDRADE, J.P. et al. I Diretriz Latino-Americana para o Diagnóstico e Tratamento da


Cardiopatia Chagásica. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo, v. 97, n. 2, supl. 3, p. 01-48, 2011.

AZEKA, E et al. I Diretriz de Insuficiência Cardíaca (IC) e Transplante Cardíaco, no Feto, na


Criança e em Adultos com Cardiopatia Congênita, da Sociedade Brasileira de
Cardiologia. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo, v. 103, n. 6, supl. 2, p. 1-126, dez. 2014.

RANG, H. P., et al. Rang & Dale: farmacologia. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.

VALVERDE, Ricardo. Doenças negligenciadas. Fundação Oswaldo Cruz-Fiocruz, Rio de


Janeiro, 2013. Disponível em: <https://agencia.fiocruz.br/doenças-negligenciadas>. Acesso
em: 15 nov. 2017.
OBRIGADO!
NUTRIÇÃO

Aprimorando: Oranian Julião


Antropometria da Triagem

Dados Valores (30/04/2017)


Peso 75 kg
Altura 1,92 m
IMC 20,34 kg/m² (Eutrofia)
CB 24 cm (desnutrição leve)
CP 31 cm
Classificação do IMC
AJ 65,5 cm (OMS)
Edema 3+/4+ < 18,5 - Desnutrição
Necessidade Calórica 2625 kcal (35 kcal/kg) 18,5 – 24,9 - Eutrofia
Necessidade Proteica 90 g (1,2g/kg) > 24,9 - Excesso de peso
% aceitação da dieta 100%
Sintoma Ausente
Gastrointestinal
Antropometria

DATA PESO (kg) IMC (kg/m²) CB (cm) CP (cm)

Abril 75 20,34 24 31
Maio 68,3 18,5 23 32
Junho 68,3 18,5 23 33
Julho 66,2 17,92 23 32
Agosto 68 18,4 23,5 32

a. Paciente desnutrido grau I pelo IMC;


b. Desnutrição moderada pela circunferência do braço;
c. Em um mês: paciente teve perda ponderal de 8,9%.
Evolução dos
Dados Antropométricos
Gráfico 1. Representação dos dados antropométricos do paciente JWS do IDPC, São Paulo, 2017.

a. Paciente desnutrido grau I pelo IMC;


b. Desnutrição moderada pela circunferência do braço;
c. Em um mês: paciente teve perda ponderal de 8,9%.
Evolução dos Exames

Exames Maio Junho Julho Agosto


Hemoglobina 13,2 10,8 10,5 9,9
Hematócrito 39,2 33,1 33,5 32,6
Ureia 90 63 56 36
Creatinina 0,90 1,10 0,90 0,90
Sódio 125 131 140 134
Potássio 4,4 5,0 4,0 4,7
Albumina 1,9 2,5 3,2
Aspectos Dietéticos

Qualidade de vida Aporte calórico/


e melhora da proteico, Adequar aversões
capacidade principalmente na e preferências
funcional desnutrição alimentares

Adequar Fracionamento:
consistência, diminuir trabalho
quando cardíaco e plenitude
necessário: evitar pós prandial
dispneia e fadiga

DIAS et al., 2015; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2009; COSTA, NAKASATO, 2014; COSTA et al., 2014.
Recomendações Dietéticas

Valor calórico/ Nutrientes Recomendação


28 kcal/ Kg/ peso dia (eutróficos)
Calorias
32 Kcal/ Kg/ peso dia (desnutridos)

Carboidratos 50 – 55 % VET

Proteínas 15 – 20 % VET

Lipídeos 30 – 35% VET

Sódio 2 g – 3g/ dia


Restrição hídrica Menor que 1000 ml/ dia

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2009.


Suplementação
Nutricional Oral
Auxiliar na recuperação e/ou manutenção do estado
nutricional;

Preferência por suplementos hipercalóricos para restrição


hídrica;

Suplemento ofertado ao paciente:


Hipercalórico e normoproteico – 125 ml
(Específico para dietas com restrição hídrica).

COSTA, et al., 2014.


Restrição Hídrica

 A sobrecarga hidrossalina é a principal causa de


descompensação da Insuficiência Cardíaca (IC) (BOCCHI et
al.,2009);
 Fatores desfavoráveis à adesão da restrição: a xerostomia,
disgeusia, pele seca e prurido (BADIN et al., 2013);

Variação de 1,5 l a 2,0 l para pacientes estáveis e para


pacientes graves até 500 ml;
O controle é feito a partir da prescrição médica em conjunto
com a equipe de nutrição e enfermagem;
Consumo de Sódio

Ingestão de sal para 3 g só


beneficia pacientes com IC
avançada;
1 colher de café rasa
equivale a 1 g de sal;

Dieta saudável com adição de 1g


até 6 g de sódio,
individualizada conforme as
características do paciente.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2012.


Orientação de Alta

Restrição hídrica de 800 ml/dia


Considerar: Líquidos (chá, leite, sucos, etc...);

Frutas com teor elevado de líquido;

Preparações de consistência líquida


(gelatina, sorvete, sopa, mingau);

Evitar alimentos com alto teor de sal


na composição e doces concentrados;

Dar preferência à água.


Orientação de Alta

Dieta normossódica

Evitar alimentos com muito sal em sua


composição (embutidos, enlatados, alimentos
prontos, temperos prontos);

Preparar os alimentos sem sal e acrescentar 1


colher de café de sal (1g de sal) no almoço e
jantar;

Dar preferência à temperos naturais.


Referências

• BOCCHI, E. et al . III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica. Arq. Bras.


Cardiol., São Paulo, v. 93, n. 1, supl. 1, p. 3-70, 2009 .
• COSTA, H.; NAKASATO, M. Insuficiência cardíaca e transplante cardíaco. In: VIEIRA, Lis
Proença et al. Terapia Nutricional em Cardiologia e Pneumologia – com estudos de casos
comentados. 1 ed. São Paulo: Atheneu, 2014. p 365 – 380.
• COSTA, R. et al. Doenças cardiovasculares. IN: CUPPARI, Lilian. Guias de Medicina
Ambulatorial e Hospitalar da EPM – UNIFESP – Nutrição Clínica no adulto. 3 ed. São Paulo:
Manole, 2014. p 385 – 412.
• DIAS, J. et al. II Consenso Brasileiro em Doença de Chagas. Epidemiol. Serv. Saúde, v. 25, p. 7
– 86, 2015.
• SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Atualização da Diretriz Brasileira de
Insuficiência Cardíaca Crônica. 2012. Disponível
em:<http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2012/Diretriz%20IC%20Cr%C3%B4nica.pdf> Acesso
em: 24 nov. 2017.
• SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. III Diretriz Brasileira de Insuficiência cardíaca
crônica. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/abc/v93n1s1/abc93_1s1.pdf >. Acesso
em: 04 nov. 2017
OBRIGADO!
EDUCAÇÃO FÍSICA

Aprimoranda: Lúcia Rosso Diello


REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR
Relação com DCV

 A Forma cardíaca da Doença de Chagas é a mais


preocupante;

 Podendo ocorrer em torno de 30% dos casos, causando


Insuficiência Cardíaca (IC) e morte súbita;

 IC é uma síndrome clínica complexa de caráter sistêmico.


Exercício Físico e IC

 Melhora a qualidade de vida;


 Melhora a tolerância ao exercício;
 do consumo de O2;
 Fc Máx, DC;
 Adaptações músculo esqueléticas;
 Melhora das respostas inflamatórias e imunológicas;
Diretriz Sul-Americana de Prevenção e Reabilitação Cardiovascular – 2014.
Indicação de Exercício Físico na IC

Treino Aeróbio Treino Resistido

Freq 3 a 5 x/sem 2 a 3 x/sem

50 a 80% VO2 Pico, 30 a 40% MMSS


Int
60 a 85% da FCmáx 50 a 60% MMII

Grandes grupos musculares,


Tipo Dinâmico
contínuo

15 a 20’min, podendo chegar até


Duração 20’ min
30’ min

Utiliza-se a escala de Borg para avaliar o cansaço.


13-15

Diretrizes do ACSM 9° ed / 2016.


Componentes da Sessão de
Treinamento

Aquecimento – 5 a 10 min;
Condicionamento – 40 a 50 min;
Volta à calma – 5 a 10 min;

 Exercícios de flexibilidade e alongamento;


 Exercícios aeróbicos (esteira, bicicleta ergomêtrica);
 Exercícios de resistência (musculação).

Diretrizes do ACSM 9° ed/ 2016.


 Objetivo: Avaliar o efeito do TF na Cardiopatia Chagásica.
 Métodos: 40 pacientes;
 12 semanas, 3x/sem.
 Exercício aeróbico, 30 min.;
 2 grupos;
 Resultados: VO2 25%;
 Tempo de exercício 40%;
 Distância ( 6m) 13%;
 FC pico 10%;
 Conclusão: O TF melhora a qualidade de vida desses
pacientes.
 Objetivo: Avaliar os ventrículos direito e esquerdo de
camundongos, submetidos ao exercício aeróbico de baixa
intensidade, usando métodos morfométricos e estereológicos.
 Métodos: 20 camundongos, 4 meses de idade;
 4 grupos;
 Natação, 30 mim/diário, 8 semanas;
 Resultados: O TF promoveu um da densidade de volume dos
capilares e uma na densidade volume de colágeno;
 Conlcusão: O exercício aeróbico de baixa intensidade atua nos
parâmetros morfológicos e morfométricos dos ventrículos
esquerdo e direito, reduzindo as alterações causadas pelo
organismo.
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical
Rev.Soc.Bras.Med.Trop. Vol.49 no.3 Uberaba. May/June. 2016
http://dx.doi.org/10.1590/0037-8682-0083-2016

Cardiac rehabilitation program in patients with Chagas heart failure: a single-arm pilot study
Mediano M. Nogueira F. Mendes S. Pinto V. Silva G. Silva P. Carneiro F. Sangenis L. Saraiva R. Xavier S. Brasil P. Moreno A.
Sousa A.
Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

 Objetivo: Investigar os efeitos de um programa de reabilitação


cardíaca (RC) para pacientes com insuficiência cardíaca de
Chagas (ICC).
 Métodos:12 pacientes com ICC;
 8 meses, 3x/sem;
 Exercícios combinados, 60 min.;
 Resultados: A Capacidade funcional melhorou após 4 meses, e
a FEVE e a força respiratória somente após 8 meses;
 Conclusão: O programa de RC é viável, seguro e tem
benefícios clínicos importantes para pacientes com ICC.
Exercício Físico e TX
Benefícios do EF pós-transplante cardíaco

 Redução da FC de repouso e em exercícios sub-máx;


 Aumento da FC máx;
 Aumento do consumo de O2;
 Melhoria da eficiência respiratória;
 Restabelece a densidade mineral óssea;
 Diminui a atividade neurormoral;
 Diminui o nível da PA;
 Melhora a função endotelial;
 Diminui a gordura corporal;
 Melhora a qualidade de vida.
Diretrizes do ACSM 9° ed/ 2016.
Conclusão
 Melhora substancial da qualidade de vida;
 Aumenta a tolerância frente as ATVDs;
 Variáveis hemodinâmicas;
 Alterações vasculares, musculoesqueléticas e reflexas;
 Disfunção autonômica;

Efeito positivo na sobrevida e qualidade de vida dos


portadores de Doença de Chagas.
OBRIGADA!
Departamento de Reabilitação Cardiovascular
Aprimorandas: Carol Alves, Isabela Marçal, Lúcia Diello e Sofia Massaro
Equipe técnica: Ivan Da Silva, Renata Leite e Renato Pelaquim

lucia.diello@hotmail.com
ODONTOLOGIA

Aprimorando: Frederico Muccioli


Cuidados Odontológicos Pacientes Pré e
Pós Operatório de Transplante Cardíaco

Introdução
• Após evolução de tratamento do paciente por insuficiência
cardíaca e miocardiopatia chagásica, paciente encaminhado
para tratamento odontológico, com possibilidade de
transplante cardíaco.

• Paciente são encaminhados a sessão de odontologia para


tratamento prévio as suas cirurgias e para controle de focos
infecciosos orais.
Protocolo de Atendimento Odontológico
Transplante Cardíaco

• Necessitam de cuidados tanto pré quanto pós transplante;

• Monitoramento Periódico;

• Prevenir aparecimento de novos focos infecciosos.

• Controle da Placa Bacteriana.

• Monitorar surgimento de lesões bucais provenientes dos


imunossupressores;

• No instituto os pacientes são encaminhados a sessão de


odontologia para eliminação de focos infecciosos bucal.
Protocolo de Atendimento Odontológico Pré
Transplante Cardíaco

• Anamnese, exame físico e radiográfico;

• Raspagem Periodontal e Instruções de Higiene Oral;

• Exodontias de raízes residuais, ou dentes que podem trazer


alguma complicação;

• Adequação do meio bucal e restaurações.

• Profilaxia Antibiótica.
Fig: Raizes Residuais – focos de Fig: Abscesso Periapical Agudo –
infecções bucais. Por cárie extensa.

Fig: Cáries crônicas. Fig: Periodontite.


Protocolo de Atendimento Odontológico Pós
Transplante Cardíaco

• Drogas imunossupressoras: Ciclosporinas, Tacrolimus,


Corticoides e inibidores da TOR;

• Hiperplasia gengival 30% a 50%;

• Língua fissurada, xerostomia, candidíase, herpes simples e


doenças linfoproliferativas, podendo evoluir para linfoma.
Fig: Hiperplasia Gengival por Ciclosporina.
Protocolo de Atendimento Odontológico Pós
Transplante Cardíaco

1. Procedimentos básicos de higiene oral reforçados;

2. Monitoramento constante das lesões bucais como herpes e


candidíase;

3. Avaliar úlceras provocadas por próteses;

4. Retornar ao tratamento odontológico 6 meses após


transplante.
Caso Clínico

• Paciente: J. W. S., sexo masculino, adulto.

• Em uso de Dobutamina e Enoxaparina, Carvedilol, Enalapril,


Espironolactona, Furosemida, Hidroclorotiazida, Omeprazol e
Sulfato Ferroso;

• Realizado protocolo de atendimento IDPC;


Radiografia Panorâmica

Fig: Radiografia panorâmica.


Indicação de focos infecciosos.
Protocolo de Atendimento – Caso
Clínico

• Observado diversos focos infecciosos bucais;

• Realizadas as restaurações dos elementos 46 – 47 – 37 e 27


no dia 23/06/2017;

• Extração dos elementos 17 e 36 no dia 28/06/2017;

• Raspagem periodontal e instruções de higiene oral no dia


04/07/2017.
Conclusões

• Apesar de apresentarem condições físicas complexas, os


candidatos à transplante não têm restrições quanto ao
tratamento odontológico;

• Tomar devidos cuidados estabelecidos pelos protocolos;

• Tratamento individualizado e com uma equipe multidisciplinar


pré e pós transplante, estabelecendo melhor condição de
saúde ao paciente.
OBRIGADO!
PSICOLOGIA

Aprimoranda: Sandra da Silva Santos Antunes


Paciente Chagásico

A doença de chagas se repete nas


pessoas, mas o sofrimento não...

“Eu tenho dez irmãos... E fui


o único premiado…”
Paciente Chagásico,
em entrevista psicológica

“ O inconsciente é estruturado
como uma linguagem.”
Jacques Lacan

… sofrimento é único. Cada um tem o seu.


Aspectos multidisciplinares da
doença de chagas

Doença Crônica

Diferentes Psiquicamente Desfrutam suas


grupos inválidos potencialidades
Doença de Chagas

Sorologia positiva para Chagas

Sem comprometimento cardíaco

Preocupações de ordem social


Barreto e Ianni 1994.
Doença de Chagas

Sorologia positiva X Sem doença cardíaca


• Apresenta-se como doentes;
• Invalidez psíquica;
• “Sangue envenenado”;
• Vivem obsessivamente ligados a ideia de um dia
desenvolverem a forma cardíaca da doença (pato
neurose).

Vieira, 1964.
Doença de chagas

Fatores de eclosão da manifestação da doença


Retrospectiva Perda simbólica Vivência familiar
• Vivências • Relativa a um • Processos de
traumáticas investimento afetivo identificação entre sí
na família

Reações emocionais diante da manifestação da doença


• Negação;
• Projeção nos outros familiares;
• Hipocondria (corpo perseguidor).
Comorbidade

Comorbidades – Alcoolismo:

Abuso alcoólico Dependência alcoólica;


> interface;

Masur, 1986. McDougall, 1983.


Doença de chagas

Características psicológicas
Dificuldade para ”Sobrecarga no
cuidar do próprio corpo”(> trabalho
corpo. braçal serve como
>Doença denuncia descarga da tensão
que não houve interna.
cuidado.
OBRIGADA!
SERVIÇO SOCIAL

Aprimoranda: Lilian Conceição Rubio Santos


Implicações Sócio Culturais da
Doença de Chagas
• Dificuldades de acesso aos serviços de saúde que realizem
exames, detectem e controlem os sinais e sintomas da
doença;
• Falta de informação sobre a doença e de incentivo na
adesão e participação no tratamento recebido;
• Ausência de legislação que defina e proteja o trabalhador
acometido pela doença no mercado de trabalho; a
discriminação sofrida na admissão e permanência no
emprego;
• Previdência Social como estratégia de sobrevivência.
Serviço Social e
Doença de Chagas

• Doente de Chagas atendido no laboratório de Doença de


Chagas e no ambulatório de miocardiopatias.

• Aqueles que apresentam alguma demanda social são


atendidos no Plantão Social.

• O Serviço Social e o laboratório de doença de Chagas,


desenvolvem um trabalho multidisciplinar sócio educativo.
Objetivos Sócio Educativos

• Abrir espaço para que os pacientes conheçam e discutam a


doença, suas implicações sociais, econômicas e culturais.

• Estimular os pacientes a participarem do seu processo de


tratamento, através da reflexão e discussão dos problemas
comuns que os afetam.

• Incentivar os pacientes a pensarem e agirem


conjuntamente na luta por melhores condições de vida e de
saúde.
ACHAGRASP e o Serviço Social

• Deste grupo socio educativo nasceu em 1999, a criação da


Associação dos Chagásicos da Grande São Paulo-
ACHAGRASP.

• Campinas;

• Recife;

• Rio de Janeiro.
FINDECHAGAS

Realizados encontros anuais que acontecem até os dias


atuais, que por repercussão mundial e nacional deram origem
a Federação Internacional de Pessoas Afetadas por Doença
de Chagas.

• América latina e do Sul;

• Europa;

• Austrália.
Objetivos

• Defender a participação coletiva dos doentes de Chagas no


exercício pleno de sua cidadania;

• Reconhecer a informação como ferramenta essencial para


aumentar o conhecimento, combater estigmas e a indiferença
contra o doente de Chagas.
Histórico do paciente

• J.W.S foi atendido no P.S/IDPC com diagnóstico de


Doença de Chagas, sendo indicado para o transplante
cardíaco.

• Iniciou o acompanhamento pelo Assistente Social para


uma avaliação socioeconômica e familiar.
Avaliação Social

DIRETRIZ BRASILEIRA DE TRANSPLANTE


CARDÍACO
Quatro categorias:

• Aceitabilidade;
• Dinâmica Familiar;
• Acesso;
• Condição socioeconômica.
Metodologia de Trabalho

• Realizada uma abordagem ao leito para


entrevista social com o paciente e convocação
familiar (pai e tia).
Avaliação Socioeconômico e
Familiar
• Entrevista inicial identificamos, sendo jovem de 20 anos,
recém separado, com um filho de dois anos e a ex-
companheira gestante de oito meses.
• Natural de São Paulo/Capital;
• Ensino médio incompleto;
• Profissão Office boy, em regime CLT, tendo uma média
salarial de um salário mínimo e meio;
• No período aguardava perícia da Previdência Social (Auxílio
Doença).
Composição Familiar

• Reside com os pais e dois irmãos adolescentes.

• Genitora com diagnóstico de doença de Chagas, sofreu um


AVC em janeiro/2017, com sequelas neurológicas.

• Família conta ainda com a presença esporádica de duas


tias uma materna e paterna.
Condição de Moradia

• Reside em imóvel próprio dos pais, alvenaria com


saneamento básico, em bairro periférico da zona leste
de São Paulo.

• Distância média do IDPC de aproximadamente 32Km.


Condição Econômica Familiar

• Renda familiar:

• Sem renda - aguarda a perícia – INSS;

• Um salário mínimo do pai – faxineiro;

• Benefício assistencial – Programa de Transferência de


Renda - Bolsa Família;

• Ajuda familiar das tias.


Serviço Social

O Serviço Social convocou os familiares várias


vezes e a família não compareceu, inviabilizando a
conclusão do atendimento social.
Referências

Procedimento Operacional Padrão (POP). Seção de Serviço Social.


Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.

II Diretriz Brasileira de Transplante Cardíaco Avaliação social. P. 24. Arq


Bras Cardiol. 94(1 supl.1): e16-e73, 2010.

VALVERDE, Ricardo Associações de pacientes se unem para combater


preconceitos e reivindicar. 2009.
OBRIGADA!
DISCUSSÃO
PARTICIPANTES
Convidado
Médico
Dr. Abílio Augusto Fragata Filho

Mestre de cerimônia
Alessandra Domingos Mota
Organização
Priscila Alvarenga Guimarães
Gisélia Ferreira de Souza
Ana Paula Aparecida Rodrigues Assunção
NUTRIÇÃO
Ana Paula Aparecida Rodrigues Assunção
Beatriz de Almeida Guimarães Nogueira
Camila Cristina da Silva Santos
Damaris Torres Braga
Fabiana Ferreira da Silva
Julia Pinheiro Krey
Leonardo Domingos Biagio
Oranian Ajagemo Julião da Silva
FARMÁCIA
Cristiane Santos Cougo
Eder Ferreira
Priscila Alvarenga Guimarães

BIOLOGIA
Gilmara de Sousa e Silva
Tereza Cristiane Piccinin Parruca
ODONTOLOGIA
Felipe Magalhães Rocha
Frederico Muccioli

PSICOLOGIA
Alessandra Domingos Mota
Elton de Sousa Moura
Geisa Gomes da Silva
Jaqueline Soares dos Santos
Rachel Conceição dos Santos
Sandra da Silva Santos Antunes
SERVIÇO SOCIAL
Iralice de Fátima Fonseca Alves
Gisélia Ferreira de Souza
Lilian Conceição Rubio Santos

EDUCAÇÃO FÍSICA
Carol Alves dos Santos
Isabela Marçal
Sofia Helena Massaro
Lúcia Rosso Diello
OBRIGADO!

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