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1- Introdução

• A resistência bacteriana aos antibióticos é hoje um dos problemas


de saúde pública.
• Resistência como fenômeno natural(pressão seletiva pelo uso de
antibiótico de forma errada).
• Conseqüências econômicas graves: aumento da morbidade e
mortalidade , hospitalização prolongada.
• Várias organizações nacionais reconheceram a relevância do
estudo da emergência da resistência microbiana e do
desenvolvimento de sistemas de vigilância e controlo da
resistência microbiana.

 Programa de Prevenção e Controle de Infecções e de Resistência aos


Antimicrobianos.
 Sistema Europeu de Vigilância da Resistência Microbiana.
2- Consumo de antibióticos

• Europa:
• Sul: maior consumo de antibióticos ( Grécia).
• Norte: menor consumo de antibióticos (Holanda).
• Antibióticos mais usados: Penicilinas, Cefalosporinas, Tetraciclinas,
Macrolídeos e Quinolonas.

• Razões da diferença de consumo:


• Incidência de infecções adquiridas na comunidade e os fatores que
podem levar a diferenças nessa incidência.
• Determinantes culturais e sociais, organização das estruturas
prestadoras de cuidados de saúde, recursos humanos e
financeiros disponíveis.
• Conhecimento dos antibióticos, o mercado farmacêutico e as
práticas de regulamentação existentes.
2- Consumo de antibióticos
• Portugal:
• De 2002-2012 a taxa do consumo de antibióticos apresentou uma
tendência de decréscimo.
• Continuou a apresentar consumo elevado sendo superior à média
dos valores de consumo dos países que integram o projeto
Vigilância Européia do Consumo de Antimicrobianos.
• Diminuição do consumo nos grupos das cefalosporinas, quinolonas
e macrolídeos e aumento do consumo no grupo das
penicilinas(primeira linha de tratamento para muitas infecções).
3- Uso inadequado de antibióticos e a sua relação
com o aparecimento de resistências

• O uso inapropriado dos antibióticos(excesso) tem sido considerado um


dos fatores que mais contribui para o problema da resistência microbiana.
• Aumento da freqüência de doenças infecciosas estabelecidas e
emergentes em conseqüência da ineficácia dos antibióticos.
• Norte da Europa: países onde o nível de resistência é menor, verificando-
se o oposto nos países do sul da Europa, incluindo Portugal.
3- Uso inadequado de antibióticos e a sua
relação com o aparecimento de resistências

• Prescrição inadequada: incerteza do diagnóstico, pressão exercida


sobre os médicos por parte dos doentes e/ou seus familiares,
existência de muitas consultas por dia, o que dificulta a precisão do
diagnóstico e da terapêutica e aumenta a prescrição de
antibióticos pelos médicos, níveis elevados de não adesão à
terapêutica por parte dos doentes, nível elevado de
automedicação.

• Uso de antibióticos em atividades como a veterinária, a zootecnia


e a pecuária, onde aproximadamente 50% da totalidade dos
agentes antimicrobianos consumidos na União Européia não são
utilizados em humanos.

Avoparcina Enterococcus resistentes à vancomicina.


4- Disseminação da resistência bacteriana aos
antibióticos

Transmissão Horizontal de genes de resistência:

• Plasmídeos
• Transposons
• Transmissão de bactérias entre os hospedeiros
5- Evolução da resistência microbiana a nível mundial

Principais mecanismos de resistência


bacteriana aos antibióticos são:

1. Modificação/destruição enzimática do antibiótico

ex: destruição dos agentes ß-


lactâmicos pelas enzimas
ß-lactamases
2. Redução da permeabilidade celular

ex: resistência da P.
aeruginosa ao imipenem

3. Bombas de efluxo

ex: resistência da
família das
enterobacteriáceas às
tetraciclinas
4. Alterações nas moléculas alvo dos antibióticos

5. Produção de moléculas alvo alternativas que não são inibidas pelo


antibiótico

Staphylococcus aureus
meticilina
Bactérias Gram-positivas mais resistentes aos antibióticos são:

espécie S.aureus
 gênero Enterococcus

Bactérias Gram-negativas
Resistência proveniente principalmente pela produção de
enzimas ß-lactamases
Evolução da resistência aos antibióticos nas bactérias Gram -

1990
nova família ß-lactamases  disseminou por todos os continentes

Cefalosporinas de
terceira geração 1980
genes de resistência codificando ß-lactamases mutados

Uso da ampicilina 1960


transferência por plasmídeos de genes de resistência codificando ß-
lactamases
Conclusão
resistência bacteriana aos antibióticos  problemas de saúde
pública grave

É necessário adotar estratégias que minimizem a resistência:


uso adequado de antibióticos no tratamento de infeções
controle de infeções hospitalares
promoção de informações dos cuidados primários
restringir o consumo de antibióticos na prática veterinária e na
produção animal

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