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O PARÁGRAFO

Prof.ª Ms Maria Lina de Santana Freitas


Parágrafo

É a unidade de composição do texto que


apresenta uma ideia básica à qual de agregam
ideias secundárias relacionadas pelo sentido.
Por quê?

Para quê?
Ao fazer um texto é
preciso saber:
Para quem?

Qual a condição de
leitura?
QUALIDADES
Apenas uma ideia
unidade
principal
Parágrafo

Subordinação e
coerência
relacionamento de ideias

Concisão Não estender demais

Clareza Escolha das palavras


Transição de
parágrafos

Encadeamento
lógico e natural

Às vezes
necessário
acrescentar um
§ de transição
de ideias

Não apresentar
parágrafos
repetitivos.
Ex. pág. 102
Estrutura do parágrafo
• Tópico frasal anuncia a
Introdução ideia-núcleo

• Ideias secundárias:
explicação,
Desenvolvimento esclarecimento,
exemplos, referências
históricas, ...

• Nem todos
apresentam.
• Aparecem + em
textos
dissertativos:
conclusão expõem ideias,
discutem
problemas,
defendem
opiniões,
analisam fatos.
Ex. pág. 103
TÓPICO FRASAL

Introdução - anuncia a ideia-núcleo do parágrafo

Deve ser atraente para estimular a continuação


da leitura

Aparece mais nitidamente na descrição e na


dissertação

Na narração, costuma aparecer diluída no


desenvolvimento do parágrafo

Raramente surge no final do parágrafo ou no


Ex: p.
meio.
104
DESENVOLVIMENTO

Desdobramento do Constam ideias


tópico frasal secundárias

Explicitação da Ordenação por


Ordenação por Ordenação por Ordenação Por Resposta à
declaração causa-
contraste enumeração exemplificação interrogação etc.
inicial consequência
CONCLUSÃO

Manifesta Via de regra,


Nem todos
mais nos se faz
os
parágrafos presente no
parágrafos
de textos final do
apresentam
dissertativos texto.
FORMAS DE DESENVOLVIMENTO DO
PARÁGRAFO
Para iniciar textos, pode-se lançar mão de fatos históricos, confrontando-os com o
presente.
(tema: o feminismo hoje)

Oito de março é o Dia Internacional da Mulher. A data remete a uma


greve de operárias têxteis de Nova York, em 1857, quando reivindicavam
redução da jornada de trabalho e melhoria salarial. O desfecho foi trágico: 130
dessas trabalhadoras foram incendiadas na fábrica. Quase um século e meio
depois, há mulheres que não baixaram a guarda e continuam batalhando por
direitos femininos.
(Ciça Vallerio, O Estado de S.Paulo, 5.4.07)
Uma declaração forte lançada no início do texto surpreende o leitor, desperta seu
interesse e pode levá-lo facilmente à leitura. (tema: a internacionalização da
economia)

A sociedade global é a do primado da informação. A notícia da queda da


Bastilha demorou dez dias para chegar a Madri e vinte dias para alcançar
Arras, a pouco mais de quilômetros de Paris, onde estava Robespierre.
Hoje as comunicações de voz, imagem e texto são praticamente
instantâneas. O mercado financeiro mundial gira 24 horas por dia,
interligado pela continuidade dos fusos horários. Recursos financeiros são
transferidos para qualquer parte do mundo imediatamente.(Gilberto Dupas,
Economia global e exclusão social, Paz e Terra)
Forma didática de inserir o assunto do texto.

O mito, entre os povos primitivos, é uma forma de se situar no mundo, isto é, de


encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. É um modo ingênuo,
fantasioso, anterior a toda reflexão e não crítico de estabelecer algumas verdades
que não só explicam parte dos fenômenos naturais ou mesmo a construção
cultural, mas que dão também as formas da ação humana.
Consiste em citar os aspectos que serão abordados ao longo do texto. É uma
fórmula bastante empregada, que facilita a organização do que se vai expor.

Três paixões simples, mas irresistivelmente fortes, governaram minha vida: o


desejo imenso de amor, a procura do conhecimento e a insuportável compaixão
pelo sofrimento da humanidade. Essas paixões, como os fortes ventos, levaram-
me de um lado para outro, em caminhos caprichosos, para além de um profundo
oceano de angústias, chegando à beira do verdadeiro desespero.

Expressões do tipo "Quanto ao primeiro item", "No que tange ao...", "Finalmente,
no que diz respeito..." vão dar coesão ao texto.
Mais um exemplo:

Costuma-se tratar como duas entidades separadas a segurança pública e os “aspectos


sociais” que contribuem para a violência. É possível mesmo divisar uma facção da
opinião pública favorável à repressão policial como único meio de resolver o
problema; e outra que propugna pela via da educação, da saúde, do lazer, do emprego
etc. Na verdade, essas duas “escolas” apenas refletem aspectos de uma mesma crise,
a crise do Estado brasileiro.
Iniciar o texto mediante pergunta(s) desperta a atenção, o interesse do leitor para
o tema, levando-o a refletir sobre ele.

A(s) pergunta(s) orienta(m) o desenvolvimento do texto, todo seu processo


argumentativo. (tema: conceito do belo artístico)

O que é beleza? Será possível defini-la objetivamente ou será uma noção


eminentemente subjetiva, isto é, que depende de cada um?
(Maria L. Arruda e Maria H. Marins, Filosofando, Moderna)
Trata-se de uma fórmula que pode ser bastante importante e, ao mesmo tempo,
uma importante estratégia argumentativa, uma vez que invoca, já no início do
texto, a voz da autoridade.

Na década de 60 – dias de James Dean e Janis Joplin, Elvis Presley e Che


Guevara, Marlon Brando e Roberto Carlos – o festejado intelectual francês
Edgar Morin dava uma volta de 180 graus na suntuosa academia francesa
e passava a olhar para a Cultura de Massas, como ninguém ainda o havia
feito. Em um de seus textos mais conhecidos, Cultura de Massas no
Século XX, escreveu que a mídia estava apta a edificar um novo Monte
Olimpo, a morada dos deuses gregos. Essa nova mitologia era formada
por astros de televisão, esportistas, atores e atrizes de cinema.(Denise
Moraes, Imprensa, maio de 2006)
O provérbio é utilizado, muitas vezes, como estratégia argumentativa, para
sustentar o ponto de vista que se pretende defender ao longo do texto.

O corriqueiro adágio de que o pior cego é o que não quer ver se aplica com
perfeição na análise sobre o atual estágio da mídia: desconhecer ou tentar ignorar
os incríveis avanços tecnológicos de nossos dias e supor que eles não terão
reflexos profundos no futuro dos jornais é simplesmente impossível.
Uma fórmula bastante criativa de se iniciar textos é mediante o emprego de uma ou
mais frases nominais, seguida(s), em geral, de uma explicação.

Uma tragédia. Essa é a explicação da própria Secretaria de Avaliação e Informação


Educacional do Ministério da Educação e Cultura sobre o desempenho dos alunos do
terceiro ano do ensino médio submetidos ao SAEB (Sistema de Avaliação da Educação
Básica), que ainda avaliou estudantes da quarta série e da oitava série do ensino
fundamental em todas as regiões do território nacional.
Desabamento de shopping em Osasco. Morte de velhinhos numa clínica do Rio. Meia
centena de mortes numa clínica de hemodiálise em Carajás. Muitos meses já se
passaram e esses fatos continuam impunes.
Escrever é aproveitar criativamente outros materiais interdiscursivos, isto é, outros
textos. É muito comum, portanto, ao escrevermos sobre determinado assunto, nos
reportamos a outros textos, como romances, filmes, contos, poemas, etc.

Quem assistiu ao filme A rainha Margot, com a deslumbrante Isabelle Adjani, ainda
deve ter os fatos vivos na memória. Na madrugada de 24 de agosto de 1572, as tropas
do rei de França, sob ordens de Catariana de Médicis, a rainha-mãe e verdadeira
governante, desencadearam uma das mais tenebrosas carnificinas da História (...)
Tal qual o Grande Irmão de 1984, de George Orwell, o jornalista Marcelo Beraba
é uma espécie de Big Brother da Folha de S.Paulo. Se não é ele quem tudo sabe,
é ele quem tudo vê. Ou pelo menos tenta, lendo cuidadosamente todos os
jornais de relevância no país.
(Pedro Venceslau, Imprensa, maio de 2006)
Introduzir um texto narrando - descrevendo um fato, uma cena de forma
cinematográfica, mediante flashes, isto é, mediante frases curtas, nominais é uma
forma bastante surpreendente de obter a atenção do leitor, fazendo com que ele
se interesse pelo texto.

Madrugada de 11 de agosto. Moema, bairro paulistano de classe média. Choperia


Bodega- um bar da moda, frequentado por jovens bem-nascidos.
Um assalto. Cinco ladrões. Todos truculentos. Duas pessoas mortas: Adriana Ciola,
23, e José Renato Tahan, 25. Ela, estudante. Ele, dentista.
Identifique os tipos de parágrafos
apresentados a seguir:
A invenção da infância

"Você sabe mais do que pensa." Com essas seis palavras,


Benjamin Spock iniciou Meu Filho, Meu Tesouro - e alterou
radicalmente a criação dos filhos. Spock, porém, cedeu a
primazia revolucionária ao bispo morávio Johann Amos
Comenius, que viveu 300 anos antes. Quando aconselhou em
A Escola da Infância que os bebês tivessem seus espíritos
estimulados por "beijos e abraços" e escreveu que as crianças
precisam brincar para aprender, Comenius se tornou um
pioneiro. A invenção da infância

Veja - Especial do Milênio


Mais amigável

"Os computadores não são máquinas simpáticas", diz o canadense


Sidney Fels, professor da Universidade da Colúmbia Britâncica. "Poucos
conseguem interagir com o micro com a mesma intimidade com que um
pintor usa um pincel." Em busca de uma melhor interação, o cientista
desenvolveu o Glove Talk, uma espécie de luva feita por realidade virtual
que é capaz de transformar sons em linguagem de sinais, usada por
surdos-mudos. Fels também é o inventor do Iamascope, um
caleidoscópio que identifica o rosto do usuário e toca melodias conforme
este se movimenta.

Época
Ser ou não

Disse Alexandre Dumas que Shakespeare, depois de Deus, foi o poeta


que mais criou. Aos 37 anos, já escrevera 21 peças e inventara uma
forma de soneto. Era um rico proprietário de terras e sócio do Globe
Theatre, de Londres. Suas peças eram representadas regularmente para a
rainha Elizabeth I. Na Tragégia de Hamlet, Prícipe da Dinamarca,
publicada em 1603, Shakespeare superou a si mesmo, tomando uma
antiga história escandinava de fratricídio e vingança e transformou-a
numa tragédia sombria sobre a condição humana, traduzida quase 1000
vezes e encenada sem cessar. Sarah Bernhardt, John Gielgud, Laurence
Olivier, John Barrymore e Kenneth Branagh, todos buscaram entender o
melancólico dinamarquês.

Veja - especial do Milênio


O armazenamento de ódios

Como descrever a atual configuração do poder mundial? Desapareceu


a terrível simplicidade do conflito bipolar leste-oeste, mas não voltamos
ao mundo multipolar do balanço europeu no século passado, quando
várias potências competiam pela liderança. Existe hoje uma única
superpotência - Os Estados Unidos - com poderio global, político,
militar, econômico e cultural. Mas seria exagero falar num mundo
unipolar, como nos tempos do Império Romano, o qual podia impor sua
vontade sem buscar ou temer coligações.

Veja
Decepção. Foi o que os passageiros da Air France sentiram após o
anúncio de mais um cancelamento do vôo X.

Com respeito e dedicação. É dessa forma que você e seus investimentos


serão tratados no Citigold.

Anúncio do CITYBANK - Exame


Na mitologia grega, Prometeu é o titã que rouba o fogo dos deuses e é
por eles condenado a um suplício eterno. Preso a uma rocha, uma águia
devora-lhe constantemente o fígado. Trata-se de uma lenda altamente
simbólica e aplicável à época atual. O fogo aí alude ao conhecimento, à
técnica. Por esse conhecimento, por essa técnica, paga o ser humano um
preço às vezes muito alto. Isso é particularmente verdadeiro no campo da
medicina, sustenta, em artigo publicado no New England Journal of
Medicine, o geriatra James S. Goodwin (Universidade do Texas).

Zero Hora
Chegam à casa ao entardecer. São um pequeno grupo de policiais. Todos
uniformizados. Passeiam pela sala e olham a biblioteca. Riem com
sarcasmo. Pegam o livro História da Diplomacia. "Assim que os
kosovares descendentes de albaneses também querem ser diplomatas?"
Mudam o tom da conversa. Gritam. "Nos dê chaves", exigem. "Pegue
uma mala", ordenam. "Deixa o resto. Tens 10 minutos. Logo irás para a
Albânia e nunca mais voltarás. Nem sequer poderás voltar a sonhar com
Kosovo", profetizam.

Zero Hora
"Querer é poder", diz o ditado. Mas, em ciência a voz do povo muitas
vezes está errada. Há 130 anos os cientistas querem encontrar um
substituto para o sangue que, como ele, transporte o oxigênio para as
células."

Superinteressante
1) Citação direta.
2) Citação direta.
3) Citação indireta.
4) Interrogação.
5) Frase nominal, seguida de explicação.
6) Frase nominal, seguida de explicação.
7) Alusão a um mito.
8) Descrição de um fato de forma cinematográfica.
9) Provérbio.
1) Escreva um parágrafo sobre a Copa do Mundo, utilizando uma frase nominal seguida de
explicação.

2) Escreva um parágrafo sobre manifestações populares no Brasil, utilizando o recurso da


descrição de um fato de forma cinematográfica.

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