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ELETRICIDADE I

ELETROMAGNETISMO

Prof. Patrick Araujo de Jesus


Durante séculos, eletricidade e magne-
tismo foram ciências desenvolvidas
separadamente até que, em 1820,
Oersted descobriu a interligação entre a
eletricidade e o magnetismo ao provar,
experimentalmente, que uma corrente
elétrica ao percorrer um condutor cria,
em torno de sí, um campo magnético.
Nascia o ELETROMAGNETISMO. Hans Christian Oersted
Dinamarquês (1777 – 1851)

Essa descoberta permitiu que outros


pesquisadores, como Ampère, Biot e
Savart, formulassem matematicamente
as equações que descrevem esse
fenômeno.
3.2) PROPRIEDADES DOS ÍMÃS

a) Eles atraem o ferro, o cobalto, o níquel, certas ligas desses


metais e o Fe 3 O 4 , conhecido por ímã natural ou magnetita.
b) Todos os ímãs possuem dois pólos distintos.
c) Pólos são regiões onde as propriedades magnéticas são acentuadas.

ZONA NEUTRA
1. Em qualquer ímã as propriedades magnéticas
se manifestam com maior intensidade em
determinadas regiões chamadas de pólos do
ímã.
2. Todo ímã possui dois pólos denominados
“PÓLO NORTE” e “PÓLO SUL”.
Por convenção, os pólos são
pintados com as seguintes S S
cores:

Pólo norte vermelho


Pólo sul azul N N
OS PÓLOS DE UM ÍMÃ
PROPRIEDADES DOS ÍMÃS

3- A região central de um ímã,


cujas propriedades magnéticas N S
são bastante reduzidas, é
chamada de “zona neutra”. Zona neutra

4- Pólos de mesma espécie se repelem e de


espécies diferentes se atraem.

N S
N S N S
N S
7- Os pólos de um ímã são inseparáveis.

N S

N S N S

N S N S N S N S
Oersted comprovou que somente a corrente elétrica
(elétrons em movimento) era capaz de gerar um campo
magnético.
Então, como se explica o campo magnético de um
ímã?
O campo magnético de um ímã é produzido pelo movimento
dos elétrons na estrutura atômica do material.
Os elétrons, desenvolvem um movimento orbital em torno
do núcleo e um movimento de rotação em torno do seu
próprio eixo (spin). Esses movimentos produzem um campo
magnético infinitesimal.
Quando um grupo de átomos se arranja, na estrutura
cristalina do material, de forma que esses campos
infinitesimais se somem, está formado um “domínio
magnético”.
Material desmagnetizado
Os domínios estão orientados
aleatoriamente resultando em
um campo magnético nulo.
Amostra de material com
seus domínios magnéticos
desordenados.
N
S

S
N

N
S

N
N

Esquema representativo
Material magnetizado

Os domínios estão orientados


em um determinado sentido
produzindo um campo mag-
nético ≠ 0. Amostra de material com
seus domínios magnéticos
ordenados.

N S N S N S N S N S N S

N N

N
S

S
N

N
S

S
N

N
S

S
N

N
S

S
N

N
S

S
N

N
S

S
S
Esquema representativo
• Magnetização por indução

• Magnetização por atrito

• Magnetização por corrente elétrica


Magnetização por INDUÇÃO

N
S
Material desmagnetizado

S
N
N

S
N
Domínios orientados aleatoriamente

N
Processo: aproxima-se um ímã do material a ser imantado
N S N S N S

N S N S N

N S
N S

N S N S N S N S N S N S
Material magnetizado
Domínios orientados N N

N
S

S
N

N
S

S
N

N
S

S
N

N
S

S
N

N
S

S
N

N
S

S
S
Magnetização por ATRITO

N
S
Material desmagnetizado

S
N
N

S
N
Domínios orientados aleatoriamente

N
Processo: atrita-se, sempre no mesmo sentido, o material a ser
imantado com um ímã.
N

N S N S N S N S N S

N
N S N S
N N N S N
S

S S S

S
N N S
N N S N S N S N S
N S

N S N S N S N S N S N S
Material magnetizado
Domínios orientados N N

N
S

S
N

N
S

S
N

N
S

S
N

N
S

S
N

N
S

S
N

N
S

S
S
Magnetização por CORRENTE ELÉTRICA

N
S
Material desmagnetizado

S
N
N

S
N
Domínios orientados aleatoriamente

N
Processo: coloca-se o material a ser imantado no interior de uma
bobina percorrida por corrente elétrica.
Campo criado pela

N
S
corrente na bobina,

S
N
responsável pela N

S
N
orientação dos

N
domínios do material
I

N S N S N S N S N S N S
Material magnetizado
Domínios orientados N N

N
S

S
N

N
S

S
N

N
S

S
N

N
S

S
N

N
S

S
N

N
S

S
S
Classificação dos Materiais

Magnéticos: são os que apresentam efeitos magnéticos


significativos espontaneamente (Fe3O4) ou
provocados.

Não magnéticos: são os que apresentam efeitos


magnéticos quase que imperceptíveis.

Nota: o único “meio” essencialmente não magnético é o


vácuo.
Classificação dos Materiais

Dentro do grupo de materiais chamados de “ não


magnéticos” encontram-se os diamagnéticos e os
paramagnéticos.

Diamagnéticos: quando submetidos a um campo


externo, se magnetizam em oposição a
esse campo, reduzindo a sua
intensidade, embora de forma quase
imperceptível.

Exemplo: prata, chumbo, mercúrio, zinco, cobre, água,


ouro, silício, antimônio, grafite, etc.
Classificação dos Materiais

Paramagnéticos: quando submetidos a um campo


externo, se magnetizam no mesmo
sentido desse campo, aumentando a
sua intensidade, embora de forma
quase imperceptível.

Exemplo: ar, alumínio, tungstênio, cromo, manganês,


platina, paládio, estanho, etc.
Classificação dos Materiais

Ferromagnéticos: quando submetidos a um campo


externo, se magnetizam no mesmo
sentido desse campo, aumentando de
forma muito significativa a sua
intensidade.
Exemplo: níquel, cobalto, ferro e suas ligas como aço,
ferro-silício , etc.

Esses materiais, em termos práticos, são os únicos


considerados magnéticos.
ferro (Fe, Z=26)
cobalto (Co, Z=27)
Elementos ferromagnéticos: níquel (Ni, Z=28)
gadolínio (Gd, Z=64)
disprósio (Dy, Z=66)
Permeabilidade Magnética (  )

“ É uma grandeza, característica de cada material, que


indica a sua aptidão em reforçar o campo magnético
indutor”.

Permeabilidade Magnética Relativa ( r )


“ É a relação entre a permeabilidade do material e a do
vácuo”.

r = 
r permeabilidade relativa (adimensional)

0 onde   permeabilidade do material ( N/A2 )


0 permeabilidade do vácuo ( N/A2 )

0 = 4x10-7 N/A2
Relação Material r
  diamagnética Prata 0,999980
r diam. = Chumbo 0,999983
0 <1 Cobre 0,999991

r vácuo = 0
=1 Vácuo 1
0
  paramagnética Ar 1,0000004
r param. = Alumínio 1,00002
0 >1 Paládio 1,0008

  ferromagnética Cobalto 250


Níquel 600
r ferrom. = >>> 1
0 Fe-Si 7.000
➢Situações que podem diminuir a vida
útil de um ímã:
1- Processos de magnetização invertido.
2- Choques mecânicos ou vibrações.
3- Temperaturas elevadas.
Temperatura de Currie
Material Temp. de Currie
Gadolíneo 16oC
Permaloy 70oC
Níquel-cromo 300oC
Magnetita 585oC
Ferro 770oC
Cobalto 1.140oC
Campo Magnético ( CM )

“ É a região em torno de um ímã ou de uma corrente


elétrica, dentro da qual ele exerce ações magnéticas”.
F3
•As linhas de força de um
F2
F1
F4
CM são sempre fechada,
F5 não possuindo começo
nem fim.
S N

Linhas de força

S N
•O sentido das linhas de
força de um CM é o
mesmo que assume uma
agulha de bússola coloca-
da nesse campo
Campo Magnético – Linhas de força

Ímã em forma de U
Ímã em forma de barra

No interior de um solenóide
Indução Magnética ( B )

“ É uma grandeza vetorial que qualifica e quantifica um


CM ”.
Graficamente podemos representar um CM através das suas
“linhas de indução”, que têm as mesmas características da
LF´s, tais como:
• São sempre fechada, não
Linhas de indução possuindo começo nem fim.

• Externamente aos ímãs


sempre se orientam do pólo
S N norte para o pólo sul.

•O no de linhas por unidade


de área, isto é, a densidade
Pequena densidade
Grande densidade das linhas de indução , é
de linhas
de linhas
Alta indução proporcional a intensidade da
Baixa indução
indução magnética.
Características do vetor Indução Magnética ( B )

Módulo: será objeto de análise posterior

Grandeza Unidades ( SI )
Nome Símbolo Nome Símbolo

Indução tesla T
B
magnética
weber/m2 wb/m2

B3
B2
B1
Direção: tangente às linhas de B4
indução em cada ponto.
B5
S N
Sentido: o mesmo das linhas de
indução.
Campo Magnético Uniforme

“É aquele em que o vetor indução magnética tem o


mesmo módulo, a mesma direção e o mesmo sentido em
todos os pontos” .

Em um CMU as LF´s são retas paralelas e igualmente


espaçadas.

O CM é aproximadamente uniforme:

N S
N S

S N S N V
I
ch

No interior de
No entreferro de Entre pólos um solenóide
um ímã em opostos de dois
forma de U ímãs
Fluxo Magnético (  )

“É uma grandeza que determina a quantidade de LF´s


que atravessam uma superfície no interior de um CM” .

S
 B x S

Onde:
N S
  fluxo magnético
B  indução magnética
S  área da seção transversal
CMU às LF´s
Grandeza Unidades ( SI )

Nome Símbolo Nome Símbolo

Fluxo  weber wb

tesla ou T ou
Indução B
weber/m2 wb/m2

Área S m2 m2
Campo de um Solenóide

Módulo:

 NI
B= (T)
L
Onde:
  perm. mag. do meio ( N/A2 )
I  corrente ( A )
L  comp. da bobina ( m )
N  no de espiras da bobina

0 = 4x10-7 N/A2
Campo de um Solenóide

Representação do solenóide, ou bobina, no


circuito elétrico:

REPRESENTAÇÃO DE UM
SOLENÓIDE COM NÚCLEO DE AR

REPRESENTAÇÃO DE UM
SOLENÓIDE COM NÚCLEO DE
FERRO
Campo de um Solenóide

Outra grandeza muito importante no estudo do CM gerado nas


bobinas é o vetor “campo magnético”, representado pela letra H.

Características do H

Módulo: NI
H= (Ae/m)
L
Direção: A mesma de B
Sentido: O mesmo de B Onde:
I  corrente ( A )
O vetor campo magnético H é L  comp. da bobina ( m )
chamado de força magnetizante N  no de espiras da bobina
pois é a causa geradora da indução
B e do fluxo  no interior da
bobina.
Campo de um Solenóide

Relação entre B e H

 NI
B=
L B
B=  H =
NI H
H=
L
A permeabilidade magnética () é a relação
entre a indução magnética (B) e o campo
magnetizante (H)
Curva B x H
H
Magnetização Magnetização ( campo magnetizante) Amostra do núcleo com "todos"
fácil difícil os seus domínios magnéticos
ordenados devido a ação de um
B (T) B campo H intenso
Núcleo saturado

H
( campo magnetizante)

B
H (Ae/m)

N
S Amostra do núcleo com os seus
domínios magnéticos
S parcialmente ordenados devido
S
S a ação de um campo H
N

Amostra do núcleo com os


seus domínios magnéticos
desordenados.
Núcleo desmagnetizado
Índice
Circuito Magnético Analogia
I 

Magnétic
Circuito
I r
Circuit

Elétric

E R
S
o

o
E  R I B H  N  I L
H mas : 
 B   S
L
E   I
S NI 1  L
  NI  
Efeito L  S  S
Causa geradora
da corrente Oposição à ( corrente )
passagem da Oposição ao Efeito
Causa geradora
corrente estabelecimento ( fluxo )
do fluxo
do fluxo
E  R I F  R
Força Força
= Resistência x Corrente = Relutância x Fluxo
eletromotriz magnetomotriz
Circuito Magnético Grandezas
Força magnetomotriz (fmm ou F): causa geradora, ou primária, do
fluxo magnético.
F = N·I F → força magnetomotriz ( Ae
onde:
)N→ no de espiras
ou
I→ corrente ( A )
F =  ·R  → fluxo ( Wb )
R→ relutância( A/Wb )
Relutância magnética (R): é a oposição imposta pelo circuito mag. ao
estabelecimento do fluxo.
R=
F F → força magnetomotriz ( Ae
onde:
 ) → fluxo ( Wb )
L→ comprimento do núcleo ( m )
ou L
R=  → permeabilidade ( N/A2 )
·S S→ seção transv. núcleo ( m2 )
Circuito Magnético Prático
Na maioria das aplicações, por necessidades específicas ou por aspectos
construtivos, os circuitos magnéticos são compostos por mais de uma
parte, cada uma apresentando um valor de relutância.

Entreferro Entreferros

Armadura
Circuito Magnético Prático
No cálculo do circuito magnético devem ser considerados os seguintes fatores:

Fator de Dispersão d ( fluxo disperso )


I
T ( fluxo total gerado )
Fator de Espalhamento

 = T - d
Fator de Empilhamento

espalhamento
“empilhamento”
Lâminas Isolamento

b b
S
b a

a a’
Área: SN= axb Área: SFE= a’xb
Curva BxH – Material: Ferro-Silício
B H Curva de magnetização
(Wb/m2) (Ae/m)
0,1 80 B (T)
0,2 100
1,2
0,3 125
160 1,1
0,4
0,5 145 1,0
Tabela BxH

0,6 180 0,9


0,7 200 0,8
0,8 250
0,7
0,9 310 Ferro-silício
0,6
1,0 400
1,1 500 0,5
1,2 700 0,4
1,4 2300 0,3
1,6 7500 0,2
1,7 14000
0,1
1,8 24000
100 200 300 400 500 600 700 800
H (Ae/m)

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