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CONFERÊNCIA

DE PUEBLA
27 de janeiro – 13 de fevereiro
de 1979
SINOPSE

Os números 895-909; 916-931; 938 -951.

I -Teologia e Liturgia
II - Adaptação e criatividade litúrgicas
III - Liturgia e Catequese
IV - Liturgia e Política
V - Liturgia e MCS.

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I
TEOLOGIA E LITURGIA
Teologia e liturgia / Dimensões

Dimensão cultual da liturgia.


Dimensão trinitária da liturgia
Dimensão Cristológica da liturgia.
Dimensão eclesial da liturgia.
Dimensão antropológica da liturgia.

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Teologia e liturgia

toda renovação seja orientada por uma


autêntica teologia litúrgica” (916).

Sabe-se que, no decorrer da história,


mesmo na liturgia católica, infiltraram-se
erros doutrinais e fórmulas teológicas
imprecisas.
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Teologia e liturgia

Na sua consciência de pastores os bispos


não se contentaram com uma observação
generalizada e descomprometida.
Apresentam de imediato os fundamentos
de uma teologia litúrgica, cujos principais
elementos passamos a comentar.

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Teologia e liturgia

I
culto de Deus
e santificação
dos homens e do mundo.

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Teologia e liturgia

A finalidade primeira da liturgia, é sem


dúvida, prestar culto a Deus.
“Realmente, em tão grandiosa obra, pela
qual Deus é perfeitamente glorificado.
Cristo sempre associa a si a Igreja, sua
esposa diletíssima que invoca seu Senhor
e por Ele presta culto ao eterno Pai”
(SC 7).
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Teologia e liturgia

A santificação da Igreja e do mundo é o


outro momento forte da liturgia.

“Da liturgia, portanto, mas da eucaristia


principalmente, como de uma fonte, se
deriva a graça para nós e com maior
eficácia é obtida aquela santificação dos
homens em Cristo...” (SC 10).
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Teologia e liturgia

II
LITURGIA
OBRA
DA SANTÍSSIMA TRINDADE

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Teologia e liturgia

“O Pai, por Cristo e no Espírito Santo


santifica a Igreja e, por ela, o mundo; o
mundo e a Igreja, por sua vez, por Cristo e
no Espírito Santo dão glória ao Pai”
(P 917).

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Teologia e liturgia

O Pai nos salva através do Filho que age na


força do Espírito Santo. Inseparáveis em
todas as suas ações, porém distintos no
seio da mais rigorosa unidade, as três
pessoas divinas se mostram e se dão lá
onde agem.

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Teologia e liturgia

Este princípio é fundamental em toda a


salvação e por conseguinte em toda a
liturgia que celebra esta salvação.

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Teologia e liturgia

III
LITURGIA
OBRA DE CRISTO

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Teologia e liturgia

A liturgia é ação de Cristo... exercício do


sacerdócio de Cristo... festa de comunhão
eclesial, na qual o Senhor Jesus, por seu
ministério pascal, assume e liberta o povo
de Deus (918).

Aliás, esta presença de Cristo constitui o


específico da liturgia cristã.
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Teologia e liturgia

A verdadeira glorificação do Pai


foi realizada por meio de Jesus Cristo,
através de sua encarnação,
paixão, morte e ressurreição.

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Teologia e liturgia

“Para levar a efeito obra tão importante.


Cristo está sempre presente na sua Igreja,
sobretudo nas ações litúrgicas. Presente
está no sacrifício da missa, tanto na
pessoa do ministro - pois aquele que
agora oferece pelo ministério dos
sacerdotes é o mesmo que outrora se
ofereceu na cruz” (SC 7).

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Teologia e liturgia

E muito importante que se tenha bem viva a


presença de Cristo na liturgia para que se
evitem reduções comprometedoras tais
como a “celebração da vida”, “da
fraternidade”, etc...

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Teologia e liturgia

Sem dúvida que na liturgia nós celebramos


a fraternidade, mas em primeiro lugar a
presença real daquele que fez de nós
seus irmãos; celebramos a vida, mas em
primeiro lugar aquele cuja morte e
ressurreição renovou nossa vida.

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Teologia e liturgia

IV
LITURGIA
OBRA DA IGREJA

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As ações litúrgicas não são ações privadas,
mas celebrações da Igreja,
que é sacramento de unidade,
isto é, o povo santo,
unido e ordenado sob a direção dos
bispos...

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Por isso, estas celebrações pertencem a
todo corpo da Igreja e o manifestam e
afetam; mas atingem a cada um dos
membros de modo diferente, conforme a
diversidade de ordens, ofícios e da
participação atual
(SC26/561-562).

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Teologia e liturgia

V
LITURGIA E ANTROPOLOGIA

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A celebração litúrgica é um encontro de
Deus com o homem de hoje, situado, com
suas aspirações e suas tensões.
A liturgia não pode por isso deixar de lado
as contribuições das ciências
antropológicas para uma compreensão
mais justa do mistério e de sua
celebração.
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II
ADAPTAÇÃO
E CRIATIVIDADE LITÚRGICAS
Adaptação e criatividade.

“A Igreja não deseja impor na liturgia uma


forma rígida e única para aquelas coisas
que não dizem respeito à fé ou ao bem de
toda a comunidade. Antes cultiva e
desenvolve os valores e os dotes de
espírito das várias nações e povos...

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Adaptação e criatividade.

O que quer que nos costumes dos povos de


fato não esteja ligado indissoluvelmente a
superstições e erros, examina-o com
benevolência e, se pode, o conserva
intacto. Até, por vezes admite-o na própria
liturgia”
(SC 37).

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Adaptação e criatividade.

Para isso:
◥ Melhor conhecimento da liturgia;
◥ atenção às novas perspectivas teológicas e
litúrgicas;
◥ maior preocupação pastoral;
◥ legislação mais flexível;
◥ troca de experiências;
◥ processualidade nas adaptações.

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Adaptação e criatividade.

É preciso ter consciência da dimensão


educadora da liturgia em relação à cultura.
Não se pode esquecer que a liturgia, ao
mesmo tempo que é espelho que reflete a
cultura, deve também ser farol que ilumina
e critica a própria cultura, sem identificar-
se demasiado com ela.
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Adaptação e criatividade.

ATITUDES CONCRETAS

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Adaptação e criatividade.

Segundo o espírito da Constituição


Sacrosanctum Concilium as conferências
episcopais podem prestar valioso serviço
na linha da criatividade introduzindo nos
livros litúrgicos todas as adaptações que
as condições sócio-religiosas dos países
reclamem.

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Adaptação e criatividade.

Podem ampliar e enriquecer os rituais com


textos novos, bem como estimular e dirigir
a realização de experiências litúrgicas que
possam vitalizar a ação pastoral.

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Adaptação e criatividade

As múltiplas expressões religiosas


existentes no continente manifestam a
grande abertura do homem latino-
americano para Deus.
Uma liturgia renovada supõe a oportuna
assimilação dessas expressões.

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RISCOS.

A busca de adaptação e de criatividade na


liturgia, no entanto, corre alguns riscos a
que é preciso estar atento. Os bispos
lembram: “respeitem-se fielmente as
normas da Sé Apostólica e, nas
celebrações litúrgicas evitem-se
arbitrariedades”
(P 940).
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RISCOS.

◗ Um risco que se corre é o de uma nova forma de


clericalismo paternalista.
◗ Outro risco que corre o sacerdote “criativo” é de
pôr em perigo a ortodoxia.

◗ Se todo celebrante tenta criar orações, a liturgia


corre o risco de degenerar e de se tornar uma
verborreia piedosa sem solidez doutrinária e
sem caráter universal.
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III
LITURGIA E CATEQUESE
Liturgia e catequese.

A relação entre catequese e liturgia é de


suma importância, pois ambas têm o
mesmo objetivo - o mistério de Cristo.
Liturgia e catequese são dois momentos
distintos, mas complementares, do único
acontecimento: a paixão, morte e
ressurreição do Senhor.

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Liturgia e catequese.

Certamente por isso os bispos em lembram


mais de treze vezes a mútua interferência:

(896, 899, 901, 903, 915, 926, 927, 928,


941, 946, 988, 989, 999, 1005, 1007,
1009).

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Liturgia e catequese.

Relações
♦ A liturgia pressupõe a catequese.
♦ A catequese no ato litúrgico.
♦ A liturgia como fonte da catequese.
♦ Não identificar liturgia com catequese.
♦ Levar em conta a cultura dos povos.
♦ Descobrir o potencial educador dos sinais
litúrgicos.

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IV
LITURGIA E POLÍTICA
LITURGIA E POLÍTICA

É incontestável que a liturgia tem dimensão


política. A hipótese de uma liturgia “apolítica”
não existe.

Quem reza e celebra é o cristão, consciente,


compromissado com a transformação social,
econômica e política de sua comunidade, ou
inconsciente e alienado à realidade.

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LITURGIA E POLÍTICA

Os bispos lembram, porém, que a


instrumentalização da liturgia desfigura-
lhe a dimensão evangelizadora e o
compromisso libertador
(902).

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LITURGIA E POLÍTICA

Por isso evitar:


● Mitologização da liturgia.
● Ideologização da liturgia.
● Conceituação utópica da liturgia.

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V
LITURGIS E MCS
LITURGIS E MCS

Os meios de comunicação social, sem


dúvida, deveriam ser melhor aproveitados
na pastoral litúrgica.
O documento de Puebla faz algumas
alusões à sua importância, e à urgência
do uso adequado de instrumentos tão
aptos a atingir um grande número de fiéis
(P 900,949,1086, 1087).
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LITURGIA E MCS

VANTAGENS

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LITURGIA E MCS

1- Serve de conforto aos doentes.


2 - Anima a fé de grande número de rádio-
ouvintes e telespectadores.
3 - Provoca a reunião de pequenas
comunidades eclesiais.
4 - Serve de estímulo e educação para uma
participação litúrgica.

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LITURGIA E MCS

5 - Sem substituir a participação ao vivo, é


um complemento que ajuda a aprofundar
o conteúdo de celebrações e despertar o
desejo de tomar parte nas assembleias
litúrgicas.

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LITURGIA E MCS

6 - Permite aos pastores entrar em contato


com toda a comunidade a eles
confiada.
7 - Pode levar os ouvintes a tomar
consciência de seus compromissos
batismais e de sua inserção na Igreja.

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LITURGIA E MCS

1 – Pode favorecer isolamento e


comodismo.

2 - Pode induzir ao erro de substituir a


participação efetiva e indispensável
nos sacramentos pela participação
eletrônica.
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LITURGIA E MCS

3 - Embora a Igreja atinja os fiéis através


dos MCS, estes não constituem com o
celebrante uma comunidade visivelmente
reunida, como sinal e sacramento da
unidade da Igreja.

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