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INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ- CAMPUS JACAREZINHO

Professor: Vitor Pereira Repinaldo


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Introdução

Este tipo de ensaio é amplamente


utilizado na indústria de componentes
mecânicos, tratamentos superficiais, vidros e
laminados devido à vantagem de fornecer
dados quantitativos das características de
resistência à deformação das peças
produzidas.
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O que é dureza?

É uma propriedade mecânica cujo conceito


se segue á resistência que um material, quando
pressionado por outro material ou por
marcadores padronizados, apresenta ao risco ou
à formação de uma marca permanente.

A dureza depende diretamente das forças


de ligações entre átomos, íon ou moléculas,
assim como da resistência mecânica.
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Sólidos moleculares
Macios
como o plástico

Sólidos metálicos
Duros

Sólidos de ligação Materias conhecidos


covalente de maior dureza
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A palavra dureza pode ter vários significados:

* na Metalurgia considera-se dureza como a resistência à deformação


plástica permanente. Isso porque uma grande parte da metalurgia
* consiste em deformar plasticamente os metais.
* na Mecânica é a resistência à penetração de um material duro no
outro.
* para um Projetista, é uma base de medida, que serve para conhecer
a resistência mecânica e o efeito do tratamento térmico ou
mecânico em um metal. Além disso, permite avaliar a resistência ao
desgaste do material;
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* Na Usinagem, é a resistência ao corte do metal, pois este


profissional atua com corte de metais, e a maior ou menor
dificuldade de usinar um metal é caracterizada como maior
ou menor dureza;

* Na Mineralogia, é a resistência ao risco que um material


pode produzir em outro. E esse é um dos critérios usados para
classificar minerais.
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“Ou seja, a dureza não é uma propriedade absoluta. Só tem


sentido falar em dureza quando se comparam materiais, isto
é, só existe um material duro se houver outro mole”

* Material com grande resistência à deformação plástica


permanente também terá alta resistência ao desgaste, alta
resistência ao corte e será difícil de ser riscado, ou seja, será
duro em qualquer uma dessas situações.
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Dureza por risco – Dureza Mohs

*Varia entre 1 e 10
*Aplicada no campo de mineralogia
*Está relacionada com a capacidade de um material
riscar o outro
*A maioria dos metais localiza-se entre as durezas 4
e8
*Um aço dúctil corresponde a uma dureza de 6 Mohs,
a mesma dureza Mohs de um aço temperado
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Dureza por risco – Dureza Mohs

DUREZA
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Dureza por rebote

*Queda livre de um êmbolo com ponta de diamante


*Representada pela altura alcançada pelo rebote do êmbolo
*Barra de aço de peso 0,250 kgf
*Dureza Shore
*Escala de 0 a 140
*Altura padrão de 256 mm
*O equipamento de dureza Shore é leve e portátil, sendo
adequado para medidas de peças grandes como por exemplo
cilindro de laminador, trens de pouso de avião e ensaios em
campo
*Indicado para materiais de alta dureza
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Dureza Shore
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Dureza por penetração


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Dureza Brinell

*Proposto por J. A. Brinell em 1900


*Consiste em comprimir uma esfera de aço
temperado ou carboneto de tungstênio na
superfície do material ensaiado, gerando uma
calota esférica
*Símbolo: HB
*HBs – esfera de aço
*HBw – esfera de carboneto de tungstênio
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Dureza Brinell
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Dureza Brinell
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Dureza Brinell

*Esferas com diâmetros de 10 mm


*Até 450HB: Cargas de 3000kgf
*Metais mais moles: 1500 kgf ou 500 kgf, para
evitar a formação de uma impressão mais
profunda
*Entre 450HB e 650HB: Carboneto de tungstênio,
para evitar deformação na esfera
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* O ensaio padronizado, proposto por Brinell, é realizado com carga de


3.000 kgf e esfera de 10 mm de diâmetro, de aço temperado. Porém,
usando cargas e esferas diferentes, é possível chegar ao mesmo valor
de dureza, desde que se observem algumas condições:

* F (CARGA) → 0,25.D < d < 0,5.D , ideal d = 0,375.D

* Para obter o diâmetro de impressão dentro do intervalo anterior,


deve-se manter constante a relação entre a carga (P) e o diâmetro ao
quadrado da esfera do penetrador (D2), ou seja, a relação
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*Para padronizar o ensaio, fatores de carga foram


fixados. O quadro a seguir mostra os principais
fatores de carga utilizados e as respectivas faixas
de dureza e indicações do material:
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Representação dos resultados obtidos:

*O número de dureza Brinell deve ser seguido pelo


símbolo HB, sem qualquer sufixo, sempre que se tratar do
ensaio padronizado, com aplicação da carga durante 15
segundos. Exemplo 90 HB
*Ensaio em outras condições: 120 HB /5/250/30 dureza
Brinell de 120 HB; o diâmetro da esfera de 5 mm; a carga
aplicada de 250 kgf e duração do ensaio de 30 segundos.
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Considerações sobre o ensaio de dureza Brinell:

*A superfície da amostra em que será feita a medida da dureza deve


estar plana, limpa e paralela à base de apoio da máquina de ensaio.
*O ensaio pode ser considerado destrutivo
*O grande tamanho da impressão pode impedir seu uso em peças
pequenas
* Único indicado para materiais com estrutura interna não-uniforme,
como acontece com os ferros fundidos, bronzes etc.
*Não é adequado para peças que tenham sofrido tratamento
superficial, como por exemplo cementação, pois a penetração pode
ultrapassar a camada cementada e gerar erros nos valores obtidos.
*É feito em equipamento de fácil operação.
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Considerações sobre o ensaio de dureza Brinell:

* O baixo custo do equipamento para medida de dureza


Brinell.
* É usado especialmente para avaliação de dureza de metais
não ferrosos, ferro fundido, aço, produtos siderúrgicos em
geral e de peças não temperadas;
* É limitado pela esfera empregada. Usando-se esferas de aço
temperado só é possível medir dureza até 500 HB, pois
durezas maiores danificariam a esfera. Para materiais mais
duros, pode-se utilizar esferas de WC
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Considerações sobre o ensaio de dureza Brinell:

*Para metais de grande capacidade de


encruamento, podem ocorrer um amassamento
das bordas da impressão e a leitura de um
diâmetro menor do que o real.
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Considerações sobre o ensaio de dureza Brinell:

*Para metais trabalhados a frio pode ocorrer


uma aderência do metal à esfera de ensaio
provocando uma leitura de um diâmetro maior
do que o real
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Considerações
sobre o ensaio
de dureza
Brinell:

*Distâncias
mínimas para
a realização
dos ensaios:
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Correlação entre a
dureza Brinell e o limite
de resistência a tração:

A relação não deve ser


aplicada para materiais
com valores de dureza
superiores a 380, pois a
dureza aumenta mais
rapidamente do que o
limite de resistência à
tração.
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Correlação entre a dureza Brinell e o limite de


resistência a tração:
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Dureza Rockwell

*Proposto pela indústria Rockwell em 1922


*Método mais utilizado internacionalmente devido à rapidez, à
facilidade de execução, isenção de erros humanos, facilidade
em detectar pequenas diferenças de durezas e pequeno
tamanho da impressão.
*Baseia-se na profundidade da impressão causado por um
penetrador
*O penetrador pode ser tanto um diamante esferocônico com
ângulo de 120º e ponta ligeiramente arredondado (r=0,2 mm)
*Ou uma esfera de aço endurecido com diâmetro de 1,59 mm
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Dureza Rockwell
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Dureza Rockwell

*Pré-carga: 10 kgf
*Força total: 60 kgf, 100 kgf e 150 kgf

Dureza superficial Rockwell:


*Pré-carga: 3 kgf
*Força total: 15 kgf, 30 kgf e 45 kgf
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Dureza Rockwell

*É realizada uma aplicação de pré-carga para


eliminar eventuais defeitos superficiais, fixar o
corpo de prova e eliminar erros causados pela
deformação elástica
*A leitura do grau de dureza é feita diretamente
num mostrador acoplado à máquina de ensaio,
de acordo com uma escala predeterminada,
adequada à faixa de dureza do material.
*Símbolo: HR
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Dureza Rockwell
Cone de diamante

Aço temperado
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Dureza Rockwell
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Dureza Rockwell
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Dureza Rockwell
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Dureza Rockwell superficial:

*A máquina mais precisa mede a dureza


Rockwell superficial, e é indicada para
avaliação de dureza em folhas finas ou
lâminas, ou camadas superficiais de
materiais.
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Dureza Rockwell superficial:


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Considerações sobre o ensaio de dureza Rockwell:

*A superfície a ser testada deve estar limpa, plana,


seca e perpendicular ao penetrador
*Não deve ocorrer impacto nas aplicações da carga
*Para ensaio em materiais desconhecidos utiliza-se
primeiro escalas mais altas para evitar danos ao
penetrador, seguido posteriormente de escalas mais
baixas
*Pré carga: menor que 3 segundos
*Carga total: 1 a 8 segundos
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Considerações sobre o ensaio de dureza


Rockwell:

*Espaçamento entre impressões: 3 vezes o


diâmetro de penetração
*Distância entre impressão e a borda do corpo
de prova: 2,5 vezes o diâmetro de penetração
*Espessura do corpo de prova: 10 vezes maior
que a profundidade da impressão
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Vantagens do método Rockwell sobre o Brinell:

*Rapidez de execução
*Maior exatidão e isenção de erros, já que não
exige a leitura do tamanho da impressão
*Possibilidade de maior utilização para materiais
duros
*Pequeno tamanho da impressão (os
componentes pode ser testados sem danos)
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Dureza Vickers:

*Semelhante ao ensaio Brinell, pois relaciona carga aplicada


com a área supericial da impressão
*Aplicável em todos os materiais metálicos de quaisquer
durezas além de corpos de prova muito finos.
*A dureza Vickers se baseia na resistência que o material
oferece à penetração de uma pirâmide de diamante de base
quadrada e ângulo entre faces de 136º, sob uma determinada
carga.
*Aplicável a materiais metálicos de quaisquer durezas
*Materiais muito duros a corpos-de-prova muito finos e
pequenos
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Dureza Vickers:
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Dureza Vickers:

*A máquina que faz o ensaio Vickers não fornece


o valor da área de impressão da pirâmide, mas
permite obter, por meio de um microscópio
acoplado, as medidas das diagonais (d1 e d2)
formadas pelos vértices opostos da base da
pirâmide.
*Símbolo HV
*As tabelas correlacionam o valor da dureza com
a leitura das diagonais
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Considerações sobre o ensaio de dureza Vickers:

*Impressões extremamente pequenas


*Deformação nula do penetrador
*Escala única de dureza, medindo todas as
gamas de valores de dureza numa única
escala
*Aplica-se a um amplo espectro de materiais
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Considerações sobre o ensaio de dureza Vickers:

*Possibilita grande precisão de medida e. portanto, mais


utilizados em pesquisas
*Pode ser aplicado a pequenas espessuras de corpo-de-
prova e pode também ser usado para medir durezas
superficiais
*Utilização industrial limitada, em função da demora do
ensaio
*A distância entre a interseção das duas diagonais e a
borda do corpo-de-prova ou a borda de uma impressão
vizinha deve ser no mínimo de 2,5 vezes o valor da
diagonal
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Considerações sobre o ensaio de dureza Vickers:

* Escala contínua de dureza


* Impressões extremamente pequenas que não
inutilizam a peça
* Possibilita grande precisão de medida
* O penetrador, por ser de diamante, é
praticamente indeformável
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Comparação entre tamanhos de impressão:


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Microdureza:

*A diferença entre o ensaio de dureza convencional e o de


microdureza está na intensidade da carga usada para comprimir
o penetrador.
*Determinação da dureza de pequenas áreas do corpo de prova
*A marca deixada na superfície da amostra pelo penetrador da
máquina de ensaio de microdureza somente é visível no
microscópio.
*Penetradores de diamantes
*Cargas menores que 1 kgf
*Tipos: microdureza Vickers e Knoop
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Microdureza Vickers:
*Utiliza o mesmo método de ensaio da dureza
Vickers convencional.
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Microdureza Knoop:

*Penetrador de diamante na forma de uma


pirâmide alongada
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Microdureza Knoop:
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Microdureza Knoop:

*Penetrador de diamante na forma de uma pirâmide


alongada
*Na impressão no corpo-de-prova a diagonal maior é
7 vezes a diagonal menor
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Microdureza Knoop:

*A área de impressão é cerca de 15% da área


correspondente no ensaio Vickers, enquanto a
profundidade de impressão é menor que a
metade.
*Determinação da dureza de materias frágeis.
*Materiais frágeis: Vidro e camadas finas como
películas de tinta ou camadas eletrodepositadas
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Microdureza Knoop:
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Microdureza Vickers:
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