Você está na página 1de 31

CURSO DE INFANTARIA

CURSO DE INFANTARIA
CURSO DE INFANTARIA

O Interesse pelo Pau-Brasil


 O Brasil é um imenso território recentemente descoberto do qual o
colonizador europeu descreve um universo rico.
 Os brasileiros eram aqueles que viviam em entrepostos litorâneos
carregando naus com pau-brasil. Começa nascer uma idéia de Brasil.
 O início da colonização portuguesa deveu-se em parte à preocupação
da coroa Lusitana em afastar piratas ou corsários.
 Na primeira metade do século XVI é registrada, com freqüência a
presença de franceses e ingleses nas costas brasileiras.
 Os locais mais procurados eram aqueles onde se encontravam o
precioso “pau de tinta”, o algodão e a pimenta da terra.
 Para defender sua terras, Portugal teve de contar com o apoio dos
habitantes locais.
 A aliança com tribos nativas foi importante para estabelecer as
feitorias.
CURSO DE INFANTARIA

O Interesse pelo Pau-Brasil


 Os franceses também estabelecem várias feitorias com a mesma
finalidade exploradora.
 A coroa portuguesa resolveu garantir de vez a posse das terras
brasileiras.
 Em 1516 foi instituída uma armada para percorrer a costa e proteger os
portos de carregamento de pau-brasil.
 Em 1526, Cristóvão Jacques, encarregado de eliminar ou reduzir a
presença francesa na região, fundou uma feitoria em Itamaracá.
 1530 - Martim Afonso de Sousa cria núcleos de defesa e povoamento e
inaugura o sistema de donatários ou capitanias hereditárias.
 O donatário podia distribuir as terras as terras como bem entendesse e
ficava encarregado de defendê-la contra estrangeiros e locais.
 Do Amazonas a São Vicente, a costa do Brasil foi dividida em quinze
extensões de terra e entregue a doze portugueses.
CURSO DE INFANTARIA
CURSO DE INFANTARIA

O Interesse pelo Pau-Brasil


 A colonização do litoral não se deu de forma imediata. As 4 capitanias
do norte não foram ocupadas no século XVI.
 A maioria dos donatários não resistiu aos ataques dos habitantes
nativos. Outros nem conseguiram viajar e tomar posse da terra.
 Os donatários que obtiveram recursos dedicaram-se à produção do
açúcar. Pernambuco, Ilhéus, Porto Seguro e São Vicente.
 A divisão da colônia em Capitanias Hereditárias não serviu para
diminuir a ameaça externa.
 1540 – a coroa readquiriu a Bahia e assumiu a colonização. Enviou
Tomé de Sousa como governador-geral e fundou a cidade de Salvador.
 Os principais objetivos do governo-geral foram povoar, catequizar e
defender o litoral.
 A instalação do governo-geral provocou a vinda de milhares de
portugueses.
CURSO DE INFANTARIA

O Interesse pelo Pau-Brasil


 A necessidade de mão-de-obra fez com que os colonos escravizassem
os índios.
 O aumento das guerras e doenças típicas dos brancos matou vários
índios e começou a faltar braços para a lavoura.
 São trazidos à força para o Brasil escravos provenientes de diversas
regiões do continente africano.
 Os principais locais que receberam escravos foram Salvador, Recife
(XVI e XVII) e Rio de Janeiro (XVIII).
 A África perdeu do século XV ao XIX cerca de 75 milhões de habitantes
entre mortos e escravizados.
 Era a parte mais selecionada da população africana, pois os escravos
eram os mais jovens e saudáveis.
 Junto com o governador-geral, desembarcaram seis padres jesuítas,
encarregados de catequizar os habitantes da terra.
CURSO DE INFANTARIA
CURSO DE INFANTARIA

A França Antártica
 Henrique II, rei da França, autorizou expedição francesa rumo à costa
do Brasil. Estruturou e organizou para defesa de uma posição.
 O comando da expedição foi entregue a Nicolau Durand de
Villegaignon que se associoua Gaspar de Coligny.
 Membro da igreja reformada calvinista, participante ativo da revolução
dos rebeldes protestantes dos Países Baixos contra a Espanha Católica.
 Villegaignon demonstrava simpatia pelo credo Calvinista e sonhava
com o título de Vice-Rei da nova conquista.
 Desejou construir uma colônia que fosse asilo para os compatriotas
desejosos de liberdade de consciência e de fugir das guerras religiosas.
 A 10 de novembro de 1555, a expedição desembarcou no Brasil e
instalou-se nas ilhas de Sergipe, Paranapuã (Ilha do Governador),
Uriçumirim (Flamengo) e Lage.
CURSO DE INFANTARIA

A França Antártica
 Os franceses estabeleceram uma aliança com os índios tupinambás e
os tamoios, inimigos dos tupiniquins que auxiliavam os portugueses.
 As naus que retornavam à França saiam carregadas de pau-brasil e
algodão, além de papagaios e outras aves exóticas.
 Foram submetidos a um árduo trabalho, perdendo a expectativa de
uma pronta recompensa e pedindo socorro aos índios.
 Villegaignon renegou a religião reformada, passando a demonstrar
crueldade com os calvinistas, que deixaram a ilha para o continente.
 A tentativa colonizadora refletia as contradições vividas pela França:
um reino dilacerado, dividido pelas lutas religiosas e regionais.
 O projeto francês era ambicioso e os portugueses não estavam
dispostos a partilhar a colônia.
 Duarte da Costa (2º governador-geral) não conseguiu expulsar os
franceses e foi substituído por Mem de Sá.
CURSO DE INFANTARIA

A França Antártica
 Em novembro de 1559 chegou a Bahia de Todos os Santos uma
armada sob o Cmdo de Bartolomeu de Vasconcelos da Cunha.
 Com o auxílio de homens e armas de São Vicente o Governador Geral
partiu para o Rio de Janeiro, em janeiro de 1560.
 O francês Jean Cointa, antigo companheiro de Villegaignon e aliado
dos portugueses ajuda no ataque luso.
 Os portugueses intimaram por escrito os franceses para que se
rendessem, sendo recusado em 15 de março.
 As frotas portuguesas atacaram o núcleo francês e apoderaram-se do
estoque de pólvora.
 Com a ajuda dos índios temiminós e tupinimquins, Estácio de Sá
expulsa os franceses e funda o povoado de São Sebastião do RJ.
 Villegaignom foi obrigado a abandonar sua ilha em 1567, dando fim a
aventura da França Antártica.
CURSO DE INFANTARIA
CURSO DE INFANTARIA

O Período de Pirataria
 O fim da França Antártida não significou o término das investidas
francesas, que unidos a índios resistiam aos portugueses.
 Mem de Sá determinou a preparação de uma frota com o objetivo de
conquistar definitivamente o Rio de Janeiro.
 Houve a necessidade de se travar várias batalhas, contando, inclusive,
com a ação dos jesuítas.
 A Companhia de Jesus teve um papel importante na colonização do
Brasil, pois contou com apoio da coroa na catequização dos índios.
 Criada no bojo da Contra Reforma católica, manteve o controle das
instituições de ensino no reino e na colônia.
 O Tribunal do Santo Ofício censurava obras publicadas no reino e
proibiam a circulação de obras estrangeiras consideradas heréticas.
 A primeira missão jesuíta foi fundada pelo padre Manuel da Nóbrega,
na Bahia, em 1549.
CURSO DE INFANTARIA

O Período de Pirataria
 Em 1554, o padre José de Anchieta construiu o pátio do Colégio de
São Vicente, em torno do qual desenvolveu-se a cidade de São Paulo.
 Os jesuítas não se dedicaram apenas a catequese, agiam intensamente
nos conflitos sociais.
 Em 1565, Anchieta e o padre Gonçalo de Oliveira partem de Bertioga
para participarem nos conflitos com os franceses que dominavam o RJ.
 Os jesuítas são responsáveis pela propagação da língua portuguesa
no Brasil. Alguns conheciam a língua geral dos índios.
 Em 1579 registros mostram que cerca de 11 naus francesas
carregadas de mercadorias foram incendiadas nos portos brasileiros.
 Desalojados do Rio de Janeiro, combatidos por toda costa, ainda
assim, os franceses continuaram tentando se estabelecer no Brasil.
 Passaram a se interessar pelos litorais norte e nordeste, no início do
século XVII.
CURSO DE INFANTARIA
CURSO DE INFANTARIA

A França Equinocial
 Chegou ao Maranhão em 1612, onde construiu o forte de São Luís e
selou uma aliança com os tupinambás.
 Pretendia-se uma colônia onde houvesse liberdade de culto, mas
predominaram as normas ditadas pela igreja de Roma.
 Foi marcante a presença de padres católicos capuchinhos e
missionários desenvolvendo uma religiosidade de cunho popular.
 Os colonos franceses que para cá tinham vindo por promessa de
enriquecimento rápido ficaram desanimados com as dificuldades.
 Além de não conseguirem o ouro e a prata desejada, passaram a
enfrentar toda sorte de doenças e enfermidades.
 Ficou conhecida por França Equinocial por estar localizada perto da
linha do Equador.
 A França Equinocial teve uma duração pequena.
CURSO DE INFANTARIA

A França Equinocial
 Apesar do insucesso de mais uma invasão francesa, não se pode
menosprezar a sua contribuição no povoamento e expansão territorial.

 Em 1614 foram enviados ao Brasil carpinteiros, serralheiros,


sapateiros, pedreiros, alfaiates entre outras especialidades.

 Revelava-se uma intenção de povoar de forma intensa e eficiente as


terras conquistadas.

 Os portugueses deram mais atenção a necessidade de ocupar várias


regiões do Brasil com o objetivo de defesa.

 Pode-se destacar como regiões que tiveram o seu povoamento em


função das ações francesas a Paraíba, o Rio Grande do Norte, o Ceará, o
Pará e o Maranhão.
CURSO DE INFANTARIA
CURSO DE INFANTARIA

O Fim
 Em 1615 os franceses foram expulsos pelas forças portuguesas
comandadas por Jerônimo de Albuquerque Maranhão.

 Perto do forte de São Luís, os portugueses fundaram a vila de Nossa


Senhora do Belém, marcando o início da ocupação da Amazônia.
 Depois dessas duas experiências, os franceses concentram seus
esforços na margem norte do Rio Amazonas.
 Na Guiana e nas ilhas do Caribe, tiveram que enfrentar a acirrada
concorrência de holandeses e ingleses.

 Jerônimo de Albuquerque ficou nas terras conquistadas encarregado


de consolidar o domínio português.

 A ameaça de uma nova ocupação por parte dos franceses, parecia de


vez afastada.
CURSO DE INFANTARIA
CURSO DE INFANTARIA
CURSO DE INFANTARIA

Cronologia Básica
 1555 – Chega à baia de Guanabara, Durand de Villegaignon, cavaleiro
de Malta e vice-almirante da Bretanha, com o objetivo de fundar a França
Antártica.

 1560 – por ordem do governador Mem de Sá, forças portuguesas


atacam o núcleo colonial francês; Estácio de Sá expulsa os franceses e
funda o povoado de São Sebastião do Rio de Janeiro.

 1567 – Villegaignon deixa a França Antártica.

 1612 – uma expedição comandada pelo tenente-general Daniel de La


Touche chega ao Maranhão.

 1615 – os franceses são expulsos por forças portuguesas comandadas


por Jerônimo de Albuquerque.
CURSO DE INFANTARIA
CURSO DE INFANTARIA

Invasão Francesa no Rio de Janeiro - 1710


 No contexto de hostilidades entre a França e a Inglaterra, o Rei Luís XIV de
França autorizou o corso aos domínios ultramarinos de Portugal, tradicional
aliado dos britânicos.
 Por essa razão, em meados de Agosto de 1710, Jean-François Duclerc, no
comando de seis navios e cerca de 1 200 homens, surgiu na barra da baía de
Guanabara hasteando pavilhões ingleses como disfarce.

 As autoridades no Rio de Janeiro, alertadas pela Metrópole, já aguardavam a


vinda do corsário francês, razão pela qual o fogo combinado da Fortaleza de
Santa Cruz da Barra e da Fortaleza de São João repeliu a frota que tentava forçar
a barra (16 de agosto).
 Os franceses navegaram pelo litoral para Sudoeste, rumo à baía da Ilha
Grande, saqueando fazendas e engenhos.

 Lá, aportaram à barra de Guaratiba, onde desembarcaram, marchando por


terra para a cidade do Rio de Janeiro.
CURSO DE INFANTARIA

Invasão Francesa no Rio de Janeiro - 1710


 No percurso passaram pelo Camorim, por Jacarepaguá, pelo Engenho Novo e
pelo Engenho Velho dos Padres da Companhia de Jesus, descansando neste
último.
 No dia seguinte prosseguiram pela região do Mangue, alcançando a falda do
morro de Santa Teresa, até ao morro de Santo Antônio, que contornaram até à
Lagoa do Boqueirão.

 Pela rua da Ajuda (atual Melvin Jones) e de São José, alcançaram o Largo do
Carmo (atual Praça XV de Novembro), onde encontraram a resistência dos
habitantes em armas, tendo se destacado a ação dos estudantes do Colégio dos
Jesuítas, que desceram o morro do Castelo.

 Nesta escaramuça, afirma-se que os franceses perderam 400 homens.


 Duclerc, que os comandava, foi detido em prisão domiciliar à atual rua da
Quitanda, vindo a ser assassinado em condições misteriosas por um grupo de
encapuzados, alguns meses mais tarde, a 18 de março de 1711, alguns autores
supondo que por questões passionais..
CURSO DE INFANTARIA
CURSO DE INFANTARIA

Invasão Francesa no Rio de Janeiro - 1711


 À iniciativa de Duclerc, seguiu-se outra, maior e mais bem equipada, no ano
seguinte.

 Em setembro de 1711, coberta pela bruma da manhã, aproveitando um vento


favorável, uma esquadra de 18 navios, artilhada com 740 peças e 10 morteiros,
com um efetivo de 5 764 homens, sob o comando do corsário francês René
Duguay-Trouin ousadamente entrou em linha pela barra da baía de Guanabara.

Furtando-se ao fogo das fortalezas, desguarnecidas três dias antes, graças a


uma notícia recebida pelo então Governador da Capitania do Rio de Janeiro,
Francisco de Castro Morais (1699-1702), que dava como falsa a notícia da
chegada desta esquadra francesa.

 O sucesso do corsário custou caro à cidade, que necessitou pagar um valioso


resgate pela sua liberdade (novembro de 1711): 610.000 cruzados em moeda, 100
caixas de açúcar e 200 cabeças de gado bovino.
CURSO DE INFANTARIA

Invasão Francesa no Rio de Janeiro - 1711

Com uma tropa de 5


mil homens, este francês
saqueou o Rio de Janeiro
(setembro de 1711).

Além de confiscar
ouro e prata da população,
exigiu um valioso resgate.

Seu retrato, no
museu Histórico Nacional, é
admirado por muitos
brasileiros ingênuos
CURSO DE INFANTARIA

Para não destruir a cidade do Rio de Janeiro, René


Deguay-Truin exigiu um resgate de 600 mil cruzados, 100
caixas de açúcar e 200 bois.
Para pagar os franceses, contribuíram o governo, a
igreja e os particulares.
Depois de receberem o resgate, os corsários franceses
reembarcaram levando ainda 2.000.000 de cruzados
roubados do Mosteiro de Santo Antonio, bem como os bens
saqueados dos particulares.

(História do Brasil, vol. p. 94, Douglas Michalany e Ciro de


Moura Ramos, Edições Michalany, São Paulo, 1982).
CURSO DE INFANTARIA

Invasão Francesa no Rio de Janeiro - 1711

Ao voltar à França, o
corsário foi narrar ao rei Luís
XIV (patrocinador do feito)
suas façanhas.

O saque, apesar de
um acidente ocorrido no
regresso, rendeu um lucro de
quase 100% sobre o custo da
expedição.
CURSO DE INFANTARIA

CONCLUSÃO
 O Brasil já se revelava, às grandes potências da época, como presa
compensadora.

 A cidade do Rio de Janeiro, do ponto de vista militar, nunca esteve em


condições de suportar ataque em força, partido de qualquer uma das
potências de então.

 A defesa da terra estava entregue aos próprios colonos.

 O espírito de solidariedade colonial ficou, mais uma vez evidenciado.

 O valor combativo do brasileiro foi de novo posto à prova, e revelou


que, este, quando conduzido por chefes capazes, se equiparava aos
melhores combatentes da época.

Você também pode gostar