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"PROGRAMA ESCOLA

SEM PARTIDO"
ALTERAÇÃO DO ART. 3º DA LEI Nº 9.394,
DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996, QUE
ESTABELECE AS DIRETRIZES E BASES DA
EDUCAÇÃO NACIONAL.
"PROGRAMA ESCOLA
SEM PARTIDO"
O Programa Escola sem Partido, ou apenas Escola sem
Partido, é um movimento político criado em 2004 no Brasil
e divulgado em todo o país pelo advogado Miguel Nagib.
Ele e os defensores do movimento afirmam representar
pais e estudantes contrários ao que chamam de
"doutrinação ideológica" nas escolas. Ganhou
notoriedade em 2015 desde que projetos de lei inspirados
no movimento começaram a ser apresentados e
debatidos em inúmeras câmaras municipais e
assembleias legislativas pelo país, bem como no
Congresso Nacional.
Quase 60 projetos de lei foram apresentados em todo o
país sob a influência do movimento.
"PROGRAMA ESCOLA
SEM PARTIDO"
PL 7180/14 – COMISSÃO ESPECIAL ESCOLA SEM PARTIDO
PROJETO DE LEI Nº 7.180, DE 2014
Apensados: PL nº 7.181/2014, PL nº 1.859/2015, PL nº
867/2015, PL nº 5.487/2016, PL nº 6.005/2016, PL nº
8.933/2017 e PL nº 9.957/2018
Altera o art. 3º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Autor: Deputado ERIVELTON SANTANA
Relator: Deputado FLAVINHO
.
"PROGRAMA ESCOLA ALTERAÇÃO DO ART. 3º DA LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE
1996, QUE ESTABELECE AS DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO
SEM PARTIDO" NACIONAL.

Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:


I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da
legislação dos sistemas de ensino;
IX - garantia de padrão de qualidade;
X - valorização da experiência extra-escolar;
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas
sociais.
XII - consideração com a diversidade étnico-racial. (Incluído pela Lei
nº 12.796, de 2013)
XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da
vida. (Incluído pela Lei nº 13.632, de 2018)
"PROGRAMA ESCOLA
SEM PARTIDO"
Apensadas ao projeto de lei estão as seguintes
proposições:

1. PL nº 867/2015: de autoria do Deputado Izalci, que


inclui, entre as diretrizes e bases da educação nacional, o
"Programa Escola sem Partido";
2. PL nº 6.005/2016: de autoria do Deputado Jean Wyllys,
que institui o programa "Escola livre" em todo o território
nacional;
3. PL nº 1.859/2015: de autoria dos Deputados Alan Rick,
Antonio Carlos Mendes Thame, Antonio Imbassahy,
Bonifácio de Andrada, Celso Russomanno, Eduardo Cury e
outros, que acrescenta Parágrafo Único ao art. 3º da Lei nº
9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e
Bases da 2 Educação Nacional) para prever a proibição de
adoção de formas tendentes à aplicação de ideologia de

“PLs” gênero ou orientação sexual na educação;


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4. PL nº 5487/2016: de autoria do Deputado Professor
Victório Galli, que institui a proibição de orientação e
distribuição de livros às escolas públicas pelo Ministério da
Educação e Cultura que verse sobre orientação de
diversidade sexual para crianças e adolescentes.
5. PL nº 8933/2017: de autoria do Deputado Pastor Eurico,
que altera a Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, Lei
de Base e Diretrizes da Educação Nacional, para dispor que
o ensino sobre educação sexual somente será ministrado
ao aluno mediante autorização dos pais ou responsáveis
legais.
6. PL nº 9957/2018: de autoria do Deputado Jhonatan de
Jesus, que acrescenta artigo à Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional, para coibir a doutrinação na escola.

“PLs”
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SEM PARTIDO"
PL 1411/2015
Projeto de Lei

Situação: Retirado pelo Autor

Identificação da Proposição
Autor
Rogério Marinho - PSDB/RN
Apresentação
06/05/2015
Ementa
Tipifica o crime de Assédio Ideológico e dá outras
providências.
Explicação da Ementa
Altera o Decreto-lei nº 2.848, de 1940 e a Lei nº 8.069, de
1990.

“ OUTROS PLS”
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Art. 3°. O Capítulo VI do Decreto-Lei n. 2.848 de 1940 passa a
vigorar acrescido do seguinte artigo: “Art. 146 – A. Expor
aluno a assédio ideológico, condicionando o aluno a adotar
determinado posicionamento político, partidário, ideológico
ou constranger o aluno por adotar posicionamento diverso do
seu, independente de quem seja o agente: Pena – detenção,
de 3 (três) meses a 1 (um) ano e multa.

§ 1°. Se o agente for professor, coordenador, educador,


orientador educacional, psicólogo escolar, ou praticar o crime
no âmbito de estabelecimento de ensino, público ou privado,
a pena será aumentada em 1/3.

§ 2º. Se da prática criminosa resultar reprovação, diminuição


de nota, abandono do curso ou qualquer resultado que afete
negativamente a vida acadêmica da vítima, a pena será

“ OUTROS PLS”
aumentada em 1/2”.
"PROGRAMA ESCOLA
SEM PARTIDO"
No Art. 2º dos projetos possui esse cartaz:

No exercício de suas funções, o professor:

I - não se aproveitará da audiência cativa dos alunos, com o


objetivo de cooptá-los para nenhuma corrente política,
ideológica ou partidária;
II - não favorecerá nem prejudicará os alunos em razão de
suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas;
III - não fará propaganda político-partidária em sala de aula
nem incitará seus alunos a participar de manifestações, atos
públicos e passeatas;
IV - ao tratar de questões políticas, socioculturais e
econômicas, apresentará aos alunos, de forma justa, as
principais versões, teorias, opiniões e perspectivas
concorrentes a respeito;
V - respeitará o direito dos pais a que seus filhos recebam a
educação moral que esteja de acordo com suas próprias
convicções;

“ O CARTAZ”
VI - não permitirá que os direitos assegurados nos itens
anteriores sejam violados pela ação de terceiros, dentro da
sala de aula.
"PROGRAMA ESCOLA
SEM PARTIDO"
Segundo o art. 102 do Regimento Interno do
Senado Federal, compete à CE analisar o mérito de
proposições que tratem de normas gerais de
educação e sobre diretrizes e bases da educação
nacional. Como se trata de decisão terminativa,
este colegiado opinará também sobre os aspectos
de constitucionalidade, juridicidade,
regimentalidade e técnica legislativa.

Relator da comissão:

Deputado Bacelar

“ A ANALISE”
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Quanto à constitucionalidade, o tema se insere nas
competências legislativas da União (art. 22, XXIV; e art. 24, IX,
da Constituição Federal de SF/17003.82293-201988 – CF/88),
não havendo sobre ele iniciativa reservada do Presidente da
República (art. 61 da CF/88).
Não obstante, o conteúdo do projeto desafia a Lei Maior. O
art. 205 da Carta Magna estabelece que a educação tem três
finalidades primordiais: o pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
para o trabalho. Assim, a CF/88 é clara ao definir a educação
como mais do que a pura e simples transmissão de conteúdo.
Para atingir esses fins, o art. 206 da Constituição prevê certos
princípios do ensino, entre os quais a liberdade de aprender,
ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento; o pluralismo de
ideias e concepções pedagógicas; e a gestão democrática do
ensino público. Ao dispor sobre a liberdade de aprender e
ensinar, a Lei Maior abre espaço para o livre ensino de
diferentes teorias. Limitar previamente a liberdade de ensinar
“ CONSTITUCIONALIDADE” do professor, por meio de restrições e proibições
desarrazoadas, fere a liberdade do ensino.
"PROGRAMA ESCOLA
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Em relação à juridicidade, outros dispositivos legais versam
sobre temas semelhantes, razão pela qual o projeto se
afigura desnecessário. Os arts. 2º e 3º da Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (LDB), além de reiterarem
os citados preceitos constitucionais, acrescentam outros,
como o do respeito à liberdade e o apreço à tolerância,
demonstrando que a liberdade de ensinar não pode ser
justificativa para opressão ou intolerância. Também o art.
3º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) assegura
à criança e ao adolescente o pleno desenvolvimento físico,
mental, moral, espiritual e social, em condições de
liberdade e de dignidade, sendo que os arts. 15 e 16 desse
mesmo diploma rezam que a criança e o adolescente têm
direito à liberdade, o que compreende, entre outros, os
direitos de opinião e expressão, de crença e culto religioso
e de participação na vida política.

“JURIDICIDADE”
"PROGRAMA ESCOLA
SEM PARTIDO"
Não há reparos a fazer quanto à regimentalidade e
à técnica legislativa.
No mérito, não obstante a legitimidade do debate,
que deve ocorrer livremente em uma democracia,
não concordamos com o teor do projeto. Em
atenção ao princípio da gestão democrática do
ensino público, cabe aos pais, nos termos do inciso
II do art. 14 da LDB, participar de conselhos
escolares nas escolas de seus filhos, podendo assim
participar do projeto pedagógico das escolas, o que
é assegurado também pelo parágrafo único do art.
53 do ECA. É no bojo da gestão democrática e do
direito de participação dos pais nas decisões
pedagógicas das escolas que se devem solucionar
“REGIMENTALIDADE, TÉCNICA os problemas entre a linha adotada pela escola e o
LEGISLATIVA E MÉRITO” interesse dos pais na educação dos seus filhos.
"PROGRAMA ESCOLA
SEM PARTIDO"
Limitar a autoridade docente e impedir que o professor
escolha suas estratégias didáticas significaria esfacelar a
possibilidade de os adultos apresentarem o mundo às
novas gerações.
O notório em educação hoje não é a doutrinação, mas o
fato de que a autoridade docente vir se esvaindo. Isso não
significa advogarmos uma volta ao passado. O que
propomos são educadores solidamente formados, bem
remunerados e motivados a orientar as novas gerações.

“REGIMENTALIDADE, TÉCNICA
LEGISLATIVA E MÉRITO”
"PROGRAMA ESCOLA
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A profissão docente impõe ao indivíduo direitos e deveres.
A escola não é propriedade do professor, e o dever de
educar requer respeito ao educando em sua
individualidade, conforme a etapa do desenvolvimento em
que se encontre. Professores não são livres de
questionamentos sobre seu comportamento com os alunos
ou sobre como abordam determinado conteúdo, mas
devem ter a liberdade de ensinar preservada, sem
constrangimentos que inviabilizem a análise crítica do
conhecimento ou a elaboração de novos saberes em sala
de aula. Na educação básica brasileira atuam cerca de 2,2
milhões de docentes, dos quais 77,5% têm formação de
nível superior. Trata-se, portanto, de uma categoria
profissional com formação suficiente para participar dos
debates pedagógicos com autonomia e responsabilidade.
“REGIMENTALIDADE, TÉCNICA
LEGISLATIVA E MÉRITO”
SESSÃO: COMISSÃO ESPECIAL
RELAÇÃO DOS DEPUTADOS

Local: Anexo II, Plenário 06


Data: 19/10/2016
Início: 16:18 /
Fim: 17:02 /
Duração: 00:44:37
Sessão: Comissão Especial destinada a proferir
parecer ao Projeto de Lei nº 7180, de 2014, do
Sr. Erivelton Santana, que "altera o art. 3º da Lei
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996" (inclui
entre os princípios do ensino o respeito às
convicções do aluno, de seus pais ou
responsáveis, dando precedência aos ... -
Reunião Deliberativa
"PROGRAMA
ESCOLA
SEM PARTIDO"
PESQUISA FEITA EM 2001 E
PUBLICADA EM 2004 PELA
UNESCO
http://unesdoc.unesco.org/i
mages/0013/001349/134925
por.pdf
A versão digital dessa obra pode ser baixada gratuitamente pelo site da Editora da UEPG
Universidade Estadual de Ponta Grossa.

RESUMO DO LIVRO

Dissecar os discursos elaborados com base nos pressupostos teórico-metodológicos e


ideológicos da geocrítica.

Capítulo 1 - Discute as influências marxistas na pesquisa científica e as fragilidades da


teoria social crítica. O fio condutor dessa discussão é uma polêmica com Ana Fani
Alessandri Carlos, na qual se abordam a crise do marxismo e a hipótese de que estaria
havendo um refluxo da teoria social crítica na geografia atual.

Capítulo 2 - Demonstra as contradições e a superficialidade das propostas de políticas


públicas elaboradas com base em teorias radicais, com destaque para as discussões sobre
reforma agrária, segurança alimentar e sobre planejamento urbano e regional.

Capítulo 3 - Avalia a origem e desenvolvimento da geografia crítica escolar à luz do conceito


de doutrinação. Desse modo, põe em evidência que, muito embora a proposta de autores
como José W. Vesentini e Vânia Vlach seja valorizar a autonomia de pensamento do aluno,
os pressupostos da geocrítica transformam o ensino numa prática de doutrinação teórica e
ideológica.
Livro do Filósofo Armindo Moreira.

O Brasil na globalização: crítica à perspectiva de Milton Santos


https://revistas.ufpr.br/geografar/article/view/35468/22744

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