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FÍSICA RADIOLÓGICA

FÍSICA RADIOLÓGICA

A Física Radiológica é a Ciência que estuda as radiações


e suas interações com a matéria, com interesse especial
da energia da radiação e da dose absorvida.
A dosimetria da radiação ionizante tem a função de
relacionar quantitativamente a energia do fóton (raios X
e gama) e demais tipos de radiações existentes
(partículas alfa, beta, nêutrons).
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Primórdios da Física das Radiações (Final do Século XIX).

Wilhelm Conrad von Antoine Henry Casal Pierre e Marie


Röentgen descobriu Becquerel descobriu Curie descobriram o
os raios X em 1895. a radioatividade do radioatividade
urânio em 1896. oriundo do rádio e
do polônio em 1898.
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Primórdios da Física das Radiações (Início do Século XX).
Outros cientistas a serem citados que contribuíram com o progresso da Física das
Radiações entre o final do Século XIX e o início do Século XX:
• Ernest Rutherford: investigação de desintegração dos elementos e a química das substâncias
radioativas – Prêmio Nobel de Química em 1908
• Niels Bohr: investigação sobre a estrutura atômica à luz da Mecânica Quântica – Prêmio Nobel de
Física em 1922
• Max Planck: descoberta de uma constante fundamental a qual leva o seu nome (1899); descrição
da Lei da Radiação Térmica conhecida como a Lei de Planck em (1900)
• J. J. Thomson: descoberta dos elétrons (1897); condução de eletricidade em gases - Prêmio Nobel
de Física em 1906
• Louis de Broglie: Teoria Ondulatória da Matéria – Prêmio Nobel de Física em 1929
• Albert Einstein: Teoria da Relatividade Restritiva (1905) – Prêmio Nobel de Física em 1921
• Enrico Fermi: Teoria Estatística (1927); descoberta e estudos das propriedades dos nêutrons lentos;
Teoria nuclear sobre produção de partículas beta (1934) – Prêmio Nobel de Física em 1938
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O Átomo

O Átomo é a MENOR estrutura da matéria que


apresenta as propriedades de um elemento químico.
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A estrutura de um átomo é semelhante a do Sistema


Solar.

Estrutura de um átomo Sistema Solar


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Estrutura do átomo
O núcleo do átomo é formado,
basicamente, por partículas de carga
positiva, chamada de PRÓTONS, e de
partículas de mesmo tamanho, mas
sem carga, chamada de NÊUTRONS.
Estas partículas ficam concentradas
no interior do núcleo atômico
constituindo, assim, a massa do
elemento químico. Tanto os prótons
quanto os nêutrons são partículas
pesadas.
As partículas que giram ao redor do núcleo do átomo são denominadas de
ELÉTRONS, sendo a carga para estas partículas é negativa. Os elétrons são
partículas mais leves que os prótons e os nêutrons.
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O Átomo
* O número de prótons (ou número atômico,
símbolo Z) identifica um elemento químico X,
comandando seu comportamento em relação
aos outros elementos.
* O número de nêutrons (símbolo N), presente
no núcleo atômico, geralmente apresenta um
número quantitativo maior do que o número de
prótons Z.
* A soma do número de prótons com o número
de nêutrons é denominada de número de massa
atômica (símbolo A).
A=Z+N
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O Átomo
Elemento químico MAIS SIMPLES: HIDROGÊNIO, com APENAS 1
próton.
Elemento químico MAIS COMPLEXO E PESADO: URÂNIO, com 92
prótons no seu núcleo.
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O que são radiações?

As radiações são produzidas por processos de ajustes


que ocorrem no núcleo ou nas camadas eletrônicas, ou
pela interação de outras radiações ou partículas com o
núcleo ou com o átomo.
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O que são radiações?

Exemplos:
- Partículas beta e raios gama (ajuste no núcleo atômico)
- Raios X característicos (ajuste nas camadas eletrônicas,
onde ficam os elétrons)
- Raios X de freamento (interação de partículas
carregadas com o núcleo)
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O que são radiações?
As radiações fazem parte do mundo em que vivemos, pois a
Humanidade sempre esteve exposto as radiações (visíveis, sensíveis e
invisíveis), que procedem dos corpos existentes em todo o Universo.
* Exemplos de radiações: luz visível (lâmpada incandescente, luz de
vela – radiação visível), calor (radiação sensível), raios ultravioleta
provenientes do Sol e raios X (radiações invisíveis).

Conclusão:
ESTAMOS EXPOSTOS ÀS RADIAÇÕES ESPALHADAS EM
TODO O UNIVERSO!
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O que é radioatividade?

Vale ressaltar que tudo o que existe na natureza tende a permanecer


num estado estável. No caso dos átomos, quando ocorre o processo de
instabilidade, há emissão de energia em excesso do núcleo dando,
assim, a denominação de RADIOATIVIDADE (também conhecido como
DECAIMENTO RADIOATIVO).

RADIOATIVIDADE é a alteração espontânea de um tipo


de átomo em outro com a emissão de radiação a fim
de atingir a sua estabilidade nuclear.
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O que é radioatividade?

Os elementos que apresentavam radioatividade, ou seja, excesso de energia


no interior dos seus núcleos atômicos, bem como de emitir partículas (alfa,
beta) e fótons (raios gama), foram chamados de ELEMENTOS RADIOATIVOS.
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Radiação x Radioatividade

CUIDADO!
Os termos RADIAÇÃO e RADIOATIVIDADE são DIFERENTES, e
geralmente são confundidos, uma vez que ÁTOMOS RADIOATIVOS são
aqueles que emitem RADIAÇÃO.
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Tipos de Radiação

Partículas alfa ()


Partículas beta ()
Raios X
Raios gama ()
Nêutrons
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Energia Nuclear – O que é e o que eu tenho a ver com


ela no meu dia-a-dia?

A ENERGIA NUCLEAR é o tipo de energia liberada por um átomo de um


elemento químico que possui sua massa em excesso no núcleo
(número de nêutrons maior que o de prótons) até atingir a sua
estabilidade nuclear.
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Aplicações da energia nuclear e das radiações

Aplicação de novas técnicas nucleares em vários campos da


atividade humana.

EXECUÇÃO DE TAREFAS IMPOSSÍVEIS DE SEREM


REALIZADAS PELOS MEIOS CONVENCIONAIS
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Aplicações da energia nuclear e das radiações

MEDICINA

INDÚSTRIA

AGRICULTURA

GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA


(USINAS NUCLEARES)
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Aplicações da energia nuclear e das radiações


• MEDICINA
RADIOLOGIA: é a área da Medicina que estuda a aplicação da radiação
para diagnosticar e tratar eventuais danos ao corpo humano, sejam
por moléstias ou fraturas causadas por acidentes.
 Tipos de exames radiológicos: raios X clínico e odontológico,
tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética.
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Aplicações da energia nuclear e das radiações

Radiografia Mamografia Tomografia


convencional computadorizada
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Aplicações da energia nuclear e das radiações

• MEDICINA
MEDICINA NUCLEAR: é a área da Medicina onde são utilizados os
radioisótopos (ou radionuclídeos), tanto em diagnósticos como em
terapias.

RADIOISÓTOPO (ou RADIONUCLÍDEO) é um tipo de


isótopo instável no seu núcleo sendo, portanto, um
ELEMENTO QUÍMICO RADIOATIVO.
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Aplicações da energia nuclear e das radiações

• MEDICINA
RADIOTERAPIA: é a área da Medicina que utiliza fontes de radiação
ionizante para o tratamento de pacientes com câncer.
 Origem: aplicação do elemento Rádio pelo casal Curie
(Curieterapia).
 Objetivo: matar as células doentes com maior rapidez a fim de
obter resultados positivos para sua eliminação total ou parcial.
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APLICAÇÕES DA ENERGIA NUCLEAR E DAS RADIAÇÕES

Aplicações da energia nuclear e das radiações


Fontes radioativas usadas na Medicina Nuclear e na Radioterapia
Césio-137 (137 Cs)
Ouro-198 (198 Au)
Iodo-131 (131 I)
Irídio-192 (192 Ir)
Cobalto-60 (60 Co)
Tecnécio-99m (99m Tc)
Flúor-18 (18 F)
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Aplicações da energia nuclear e das radiações


Equipamento usado na Medicina Nuclear - Cintilografia
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Aplicações da energia nuclear e das radiações


Equipamento usado na Medicina Nuclear – Exame de TC por
emissão de pósitron

Tomógrafo PET Processo de geração de


imagem radiográfica TC
por emissão de pósitron
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Aplicações da energia nuclear e das radiações


Equipamentos usados na Radioterapia - Teleterapia

Acelerador
linear de
partículas

Radioterapia com cobalto-60


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Aplicações da energia nuclear e das radiações


Equipamentos usados na Radioterapia - Braquiterapia

Equipamento
para radioterapia Tratamento de câncer por braquiterapia
de alta taxa de com uso de fontes radioativas
dose usado para
braquiterapia
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Aplicações da energia nuclear e das radiações


• MEDICINA
É importante salientar que, na área de saúde, os serviços radiológicos
são a base da maioria dos trabalhos clínicos, cujos pacientes são
submetidos a exames radiológicos e a cadeia de serviços
proporcionada pelo Departamento de Radiologia deve ser apropriada
para as necessidades clínicas específicas ao paciente.
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Aplicações da energia nuclear e das radiações

• AGRICULTURA
Uso de Traçadores:
• Acompanha o desenvolvimento de plantas, retendo um elemento
químico;
• Possibilita o estudo do comportamento de insetos (abelhas e
formigas)  descoberta de formigueiros e flores e da eliminação de
pragas para identificação de seus predadores;
• Determina se um agrotóxico aplicado na lavoura está retido nos
alimentos ou da quantidade no solo, na água e na atmosfera.
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Aplicações da energia nuclear e das radiações

• AGRICULTURA
Irradiação de Alimentos:
• Conservação de produtos agrícolas (batatas, cebola, alho, maçã, etc),
cujo seu armazenamento dure meses (ou mais de um ano!) sem se
murcharem ou brotarem;
• Eliminação de pragas (fungos, bactérias).
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Aplicações da energia nuclear e das radiações

• AGRICULTURA
Irradiação de Alimentos
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Aplicações da energia nuclear e das radiações

• INDÚSTRIA
GAMAGRAFIA: é um método de ensaio não-destrutivo (END) que usa a
propriedade de penetração de raios gama () para eliminar o interior
de materiais e conjuntos lacrados através da impressão em filme
radiográfico. Exemplos: fabricação de válvulas, inspeção de aviões,
oleodutos, gasodutos, navios, ensaio em soldas de chapas para
tanques, etc.
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Aplicações da energia nuclear e das radiações


Radiografia industrial por gamagrafia
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Aplicações da energia nuclear e das radiações

• INDÚSTRIA
PRODUTOS CIRÚRGICOS: usam-se fontes radioativas de grande porte
(raios gama) para esterilização de seringas, agulhas, luvas, gazes,
instrumentos cirúrgicos, potes e tubos para coleta de amostras (urina,
fezes, sangue), a fim de evitar contaminação por agentes patogênicos
(vírus, bactérias, etc).
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Aplicações da energia nuclear e das radiações


Radiografia industrial para esterilização de instrumentos médicos
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Aplicações da energia nuclear e das radiações

• ENERGIA NUCLEAR (Geração de Energia Elétrica)


Como qualquer fonte de energia, a ENERGIA NUCLEAR gera energia
elétrica através da fissão nuclear (calor) dentro de um reator.
A fissão nuclear ocorre quando um nêutron livre (vermelho) choca-se
com núcleo de urânio-235 (preto) sendo, em seguida, absorvido. Por
sua vez, o núcleo sofre instabilidade liberando dois ou três nêutrons,
onde cada um deles se choca com outros núcleos de urânio gerando
calor e liberando mais nêutrons (reação em cadeia).
Núcleo do
Urânio-235

Nêutron livre
USINA NUCLEAR (Diagrama)
USINA NUCLEAR (Reator)
USINAS NUCLEARES NO BRASIL (Angra 1)
USINAS NUCLEARES NO BRASIL (Angra 2)
USINAS NUCLEARES NO BRASIL (Angra 3 – em construção, com previsão para
entrar em operação em 2015)

Local onde está


sendo construída a
Unidade Angra 3
(igual a unidade de
Angra 2)

Há previsão para
construção de
mais 4 usinas
nucleares no Brasil
até o ano de 2030.
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A necessidade das usinas nucleares

• Aumento do consumo de energia elétrica por conta da qualidade de


vida da população (aparelhos eletrodomésticos: TV, geladeira, ar-
condicionado, etc);
• Expansão de parques industriais  consumo maior de energia
elétrica.

MAIOR DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL PARA O PAÍS!


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A necessidade das usinas nucleares


Para que a economia cresça, é necessário produzir mais energia
elétrica a fim de ser consumido pelas indústrias.

Como?

Entre as fontes geradoras de energia elétrica, a ENERGIA NUCLEAR se


apresenta como uma opção para o problema energético.
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Usinas nucleares x Demais usinas geradoras

* HIDRELÉTRICA (quedas-d’água de rios e cachoeiras)


* TERMOELÉTRICA (carvão mineral, petróleo, gás natural)
* SOLAR (raios do Sol  painéis solares)
* EÓLICA (ventos  cata-ventos)
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Por que a energia nuclear é mais vantajosa que os


demais tipos de energias?
• As fontes de energia (combustíveis fósseis, água, vento) não são
inesgotáveis;
• A exploração destas fontes é cara e suas capacidades, limitadas (exemplo:
dependência das condições meteorológicas para geração de energia elétrica
por ação dos ventos e por luz solar);
• Ainda não alcançaram seu desenvolvimento tecnológico voltados para seu
uso em escala industrial;
• A energia nuclear apresenta-se limpa, segura e com custo menor;
• Impacto ambiental com a energia nuclear é mínimo em relação as demais
fontes de energia, desde que seja constantemente monitorada e controlada.
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Riscos das radiações

A palavra RISCO corresponde a conseqüência de um dado evento por


unidade de tempo.
Apesar do emprego crescente da energia nuclear para fins pacíficos, a
aceitação da tecnologia nuclear continua encontrando resistência no
seio da sociedade, em função do receio de ocorrência de acidentes
nucleares ou radiológicos.
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Riscos das radiações

Os acidentes causados por falha técnica têm uma probabilidade de


ocorrência MUITO PEQUENA, devido a confiabilidade de
equipamentos e de sistemas de segurança empregados no setor
nuclear.
Contudo, a prática vem demonstrando que a maioria dos acidentes
sérios é provocada por falha de procedimento, ou seja, FALHA
HUMANA [Exemplos: acidente nos reatores nucleares de The Three
Mile Island (EUA, 1979), de Chernobyl (antiga URSS, 1986), e o
acidente com o césio-137 de Goiânia (Brasil, 1987)].
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Riscos das radiações – Acidente na central nuclear de


The Three Mile Island (EUA, 1979)
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Riscos das radiações – Acidente na central nuclear de


Chernobyl (antiga URSS, 1986)
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Riscos das radiações – Acidente com Césio-137 em


Goiânia (Brasil, 1987)
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Riscos das radiações – Acidente nos reatores nucleares


em Fukushima Daiichi (Japão, 12/03/2011)

Estado da arte:
• Os 6 reatores nucleares de Fukushima são reatores de água fervente
(BWR – Boiling Water Reactor);
• Os 2 reatores brasileiros situados em Angra dos Reis (RJ)são reatores
a água pressurizada (PWR – Pressurized Water Reactor);
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Riscos das radiações – Acidente nos reatores nucleares


em Fukushima Daiichi (Japão, 12/03/2011)

Planta do reator
nuclear do tipo
BWR
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Riscos das radiações – Acidente nos reatores nucleares


em Fukushima Daiichi (Japão, 12/03/2011)

Planta do reator
nuclear do tipo
PWR
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Riscos das radiações – Acidente nos reatores nucleares


em Fukushima Daiichi (Japão, 12/03/2011)

Estado da arte:
• Todos os reatores de Fukushima foram projetados para suportar um
terremoto de 8,2 graus na escala Richter;
• NENHUM DOS REATORES foi destruído pelo terremoto, mesmo sendo
este de 8,9 graus na escala Richter (corrigido para 9,0 graus na escala
Richter pelo Instituto de Geologia dos Estados Unidos);
• TODOS os reatores em operação no momento da catástrofe foram
desligados com sucesso;
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Riscos das radiações – Acidente nos reatores nucleares


em Fukushima Daiichi (Japão, 12/03/2011)

Estado da arte:
• Os sistemas de remoção de calor residual foram acionados, mas a
perda de energia elétrica que se seguiu à catástrofe tornou esses
sistemas inoperantes;
• Mesmo assim, isto é previsto no projeto de reatores nucleares;
• Geradores diesel de emergência fornecem a energia necessária para
continuar a refrigerar os reatores.
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Riscos das radiações – Acidente nos reatores nucleares


em Fukushima Daiichi (Japão, 12/03/2011)

O que não foi previsto?


• Com a chegada do tsunami, os geradores diesel de emergência
tornaram-se INOPERANTES;
• Isto indica uma possível área de revisão de projeto para reatores
passíveis de serem afetados por tsunamis;
• Baterias de emergência foram acionadas para substituir os geradores
diesel. Contudo, havia limitação de consumo de 8 horas.
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Riscos das radiações – Acidente nos reatores nucleares


em Fukushima Daiichi (Japão, 12/03/2011)

O problema criado por esta sucessão de eventos


• Com o abaixamento do nível de água no núcleo dos reatores, houve
aumento da pressão na contenção primária dos reatores;
• Necessidade de aliviar pressão fez com que vapor fosse liberado para
a contenção secundária;
• Existe uma piscina de armazenamento de combustível usado na
contenção secundária;
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Riscos das radiações – Acidente nos reatores nucleares


em Fukushima Daiichi (Japão, 12/03/2011)

O problema criado por esta sucessão de eventos


• Esta piscina teve o seu nível de água diminuído. A interação química
com água/vapor em temperaturas acima de 700oC provocou liberação
de hidrogênio (H2).
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Riscos das radiações – Acidente nos reatores nucleares


em Fukushima Daiichi (Japão, 12/03/2011)

Explosões ocorridas
• Hidrogênio em concentrações acima de 4% (e até 75%) em volume
reage de forma explosiva;
• As explosões ocorridas deveram-se à formação de hidrogênio na
contenção secundária.
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Riscos das radiações – Acidente nos reatores nucleares


em Fukushima Daiichi (Japão, 12/03/2011)

Explosão do reator nuclear nº 3 de Explosão do reator nuclear Prédio do reator nuclear nº 1 antes de
Fukushima em 12/03/2011. nº 2 de Fukushima em ser desmoronado .
14/03/2011.
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Riscos das radiações – Acidente nos reatores nucleares


em Fukushima Daiichi (Japão, 12/03/2011)

Necessidade de se resfriar o reator de modo continuada


• Para evitar conseqüências mais sérias, fez-se uso de água do mar
(com boro diluído, para evitar problemas de recriticalidade) para
continuar a retirar o calor de decaimento;
• Essa água era lançada com uso de helicópteros a alturas mais seguras
para evitar exposições prolongadas de radiação na tripulação.
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Riscos das radiações – Acidente nos reatores nucleares


em Fukushima Daiichi (Japão, 12/03/2011)

Necessidade de se resfriar o reator de modo continuada


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Riscos das radiações – Acidente nos reatores nucleares


em Fukushima Daiichi (Japão, 12/03/2011)

Contaminação externa
• Com a falha de varetas na piscina da contenção secundária (não se
descarta a falha de varetas do reator e a liberação de produtos de
fissão radioativos para a contenção secundária) e em conseqüência
das explosões ocorridas nas contenções secundárias, houve liberação
de radioatividade [detectada a presença de iodo-131 (I131), mas não de
césio-137 (Cs137)].
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Riscos das radiações – Acidente nos reatores nucleares


em Fukushima Daiichi (Japão, 12/03/2011)

Conseqüências da liberação de radiação


• Redução do número de técnicos nas áreas atingidas;
• Necessária evacuação da população para prevenir contaminação
massiva;
• Algumas pessoas foram expostas à radiação (baixa exposição).
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Riscos das radiações – Escala Internacional de Eventos


Nucleares (INES/IAEA)

A Agência Internacional de Energia Atômica desenvolveu uma Escala


Internacional de Eventos Nucleares (International Nuclear Event Scale –
INES) com o objetivo de permitir que o significado, sob o ponto de vista
de segurança, de ocorrências anormais em instalações nucleares seja
comunicado ao público de forma coerente e rápida.

Assim, colocando os eventos em suas corretas perspectivas, a Escala


INES facilita o entendimento comum da seriedade de um evento, tanto
pela comunidade científica e profissionais que atuam na mídia como pelo
público em geral .
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Riscos das radiações – Escala Internacional de Eventos


Nucleares (INES/IAEA)
* Os níveis mais baixos (1–3),
denominados INCIDENTES, são
ocorrências nucleares restritas à
área da Instalação e que não
afetaram a área externa.

* Os níveis mais altos (4–7),


denominados ACIDENTES, refletem
eventos cujo impacto nuclear atingiu
a área externa da Instalação.

* Os eventos que não têm significado


sob o ponto de vista de segurança,
classificados como nível 0 ou abaixo
da Escala, são denominados
DESVIOS e podem indicar a
degradação de algumas barreiras de
proteção.
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Riscos das radiações – Escala Internacional de Eventos


Nucleares (INES/IAEA)
Escala Internacional de Eventos Nucleares (INES/IAEA)

O acidente da central nuclear


de Fukushima causado pela
tsunami foi classificado, até o
presente momento, de nível 5
(acidente com conseqüências
maiores). O de Chernobyl
(1986) foi classificado no nível
MÁXIMO (acidente grave), 7,
sendo, portanto, o maior de
todos os acidentes nucleares
da História.
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Riscos das radiações – Escala Internacional de Eventos


Nucleares (INES/IAEA)

O futuro
• Não se pode prescindir do uso da geração nucleoelétrica;
• França: 75% de geração nuclear;
• Coréia do Sul: 30% de geração nuclear;
• R. P. da China: construção de 20 usinas nucleares;
• Reatores de 3ª e 4ª gerações: reatores evolutivos (melhorias quanto
à segurança) e reatores inovadores (inerentemente seguros).
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Prevenção dos riscos das radiações

Os esforços devem ser envidados no sentido de prevenir incidentes e


acidentes nucleares ou radiológicos, além na ocorrência destes para
atuar prontamente na redução de suas conseqüências.
Para isso, a Proteção Radiológica visa especificamente em elaborar
planos de prevenção de acidentes que envolvem fontes radioativas ou
equipamentos radiológicos (médicos, industriais) cujo controle dos
serviços deve ser rigoroso com base das normas nacionais e
internacionais em vigor [Normas da CNEN, Portaria Nº 453
SVS/MS/1998 (área médica e odontológica), ICRP, ICRU, IAEA].

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