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Apreciação Musical
Música Arcaica
Detalhe da “Norma de UR” c. 2,650-2,400 a.c. Constitui um dos mais informativos objetos de
arte sumérios descobertos em Ur. Está preservado atualmente no British Museum de Londres.
Neste detalhe vê-se uma harpa suméria.
Sabe-se que: Sinos Zhong. A idade
dos vários sinos
encontrados em tumbas
chinesas varia do século
Ceilão (atual Sri Lanka) e China:
XVI a.c. ao I d.c.
manifestações musicais já em 5.000
a.c.
Hebreus
Na Grécia a música tinha papel vital na educação dos jovens e cidadãos. Era considerada essencial na educação do
caráter do homem, moldando-o.
Esta era a doutrina do Etos, das qualidades e efeitos da música. A música, como microcosmo de todo o universo visível e
invisível, atuava sobre o próprio universo (Pitágoras). Acredita-se posteriormente que ela irá afetar também a vontade
dos homens, seu caráter e conduta.
Para Platão e Aristóteles era possível produzir-se um cidadão virtuoso com o ensino público da música e da ginástica. Em
Platão, a estabilidade do Estado dependia do ensino da boa música aos cidadãos. Nela se deveria fazer uso dos modos
melódicos corretos, evitando aqueles que exprimiam brandura e indolência. Da mesma maneira, os ritmos incongruentes
e alguns instrumentos musicais também deveriam ser banidos da educação musical do cidadão.
É possível ver nesses dois mitos de criação duas concepções bem diferentes:
A partir de então os instrumentos de corda estarão associados a Apolo, assim como estarão relacionados à disciplina, à
contenção, à retidão e à sapiência. Inversamente, os instrumentos de sopro estarão associados a Pã, o fauno, a Dionísio,
representando a desmesura, o descontrole e a pândega.
Grécia sistematizará a música
Sua sistematização será diferente da do oriente. Sua base será a obra de Pitágoras (século VI a.c.), um matemático
que se utilizará de números para representar os sons. Desta maneira, falamos de “sistema pitagórico”.
Os gregos elaborarão um sistema complexo e sofisticado chamado teleion (ou Grande Sistema Perfeito), onde as
notas eram representadas por letras do alfabeto grego, tanto arcaico quanto moderno. Os chamados “Nomos” eram
o conjunto de leis que ditavam as regras do teleion.
A palavra era muito importante na música. Assim, a música era predominantemente vocal, baseando-se na tradição
da retórica e da oratória.
O teatro, manifestação grega por excelência, continha muita música. A chamada “poesia lírica”, era acompanhada
pela lira, numa récita onde a música se misturava à fala.
A métrica e o ritmo da música eram o a métrica e o ritmo da fala e da palavra. Desta maneira, os “metros”
empregados na poesia grega, configuravam o ritmo da música. Os metros eram formados pela adição de modos
rítmicos:
u- = Iambo -u = troqueu
- u u = dáctilo u u - = anapesto
- - - = espondeu u u u = tribáquio
Os instrumentos utilizados pelos gregos serão: lyra, cítara, harpa e tambura (cordas); flautas, aulos, diaulos e
trombetas (sopro); címbalos, crotalos e tambor (percussão).
Roma
Em Roma, a música se desprestigia completamente na sociedade e seu uso servia a ocasiões vis
como festas e orgias. O músico é marginalizado.
Com a invasão da Grécia pelos romanos, a música, tão importante no passado grego, também
perderá seu papel primordial. Mas o sistema musical grego influenciará a música romana (como o
fizeram seus deuses, sua filosofia, sua arquitetura e sua retórica) e sua base teórica permanecerá
viva no ocidente.
O Cristianismo irá mudar a música e a cultura no ocidente e o sistema grego será então o alicerce
da música cristã. A poética e a retórica gregas, intimamente relacionadas à música
(predominantemente vocal), também serão importantes durante toda a Idade Média ocidental.
MÚSICA MEDIEVAL
Sua melodia era intimamente ligada à palavra, principalmente em sua rítmica e métrica.
Sua execução era baseada na improvisação a partir de regras, convenções e fórmulas musicais tradicionais.
Não havia notação fixa e à cada execução, a música era reinventada.
A música era um sistema ordenado, indissociável do sistema da natureza; capaz de afetar o pensamento e
a conduta do homem.
Da Grécia especificamente, o mundo cristão herdará: uma teoria acústica cientificamente fundamentada,
um sistema de escalas e uma terminologia musical detalhada.
A transmissão dessa herança, mesmo de maneira imperfeita e incompleta, se dá via: Igreja Cristã (fontes
judaicas; sem instrumentos e sem danças); Padres da Igreja e os grandes tratados enciclopédicos do início
da Idade Média. O principal desses tratados é De intitutione Musica de Boécio.
Os primeiros séculos da Igreja cristã e a unificação da Liturgia – o canto
gregoriano
A igreja cristã absorve características da música Grega e das sociedades mistas orientais e helenísticas do mediterrâneo
oriental durante seus 2 ou 3 primeiros séculos de existência.
Alguns aspectos herdados rejeitados: cultivo da música para o prazer, associar a música a espetáculos públicos, e cultivá-la
no convívio íntimo. Estas eram impróprias para a igreja, já que eram consideradas desviantes.
Entre os séculos V e VIII, a liturgia cristã havia absorvido a tradição oriental (cultivada e desenvolvida em Bizâncio) e havia
misturado essa com tradições locais, dando origem a liturgias bem distintas.
Essas liturgias serão gradativamente romanizadas à medida que o poderio do imperadores cristãos cresce no ocidente,
durante os séculos IX e XIV.
A partir da coroação de Carlos Magno na Gália (ano 800) a cantochão, ou canto gregoriano, organizado pelo Papa Gregório
(590-604), será imposto em grande parte da Europa a partir do século VIII. Junto ao canto gregoriano, impunha-se também
o rito romano em toda a Gália.
O canto gregoriano uniformizou e padronizou a liturgia em toda a cristandade. Levado a todos os cantos da Europa pelos
missionários cristãos (Schola Cantorum), o canto gregoriano é um dos pilares da música ocidental.
Alguns do ritos locais antigos sobreviveram até os dias de hoje, como o milanês, cujo cântico é o ambrosiano.
A música deveria servir à religião. Deveria elevar a alma à contemplação das coisas divinas. Como se acreditava que uma
música sem texto não produzia tais efeitos, a música instrumental foi excluída a princípio. A música mundana e
instrumental eram veementemente combatidas.
Os grandes teóricos medievais serão:
Marcianus Capella. Escreve “da Filologia” (século V), um manual sobre as sete
artes liberais: gramática, dialética e retórica (trivium, ciências da palavra);
aritmética, geometria, música e astronomia (quadrivium, ciências do número)
Graduais e Alleluias
Salmos
Cantado das seguintes maneiras:
Leitura
O livro do gradual continha todos os cânticos da igreja. Era a obra que continha o
cantochão, o canto pleno. Era completamente monódica.
GRADUAL DOMINE, DOMINUS NOSTER
Principalis (tirada do cantochão) e organalis (em geral uma 4ª abaixo). Cantavam em paralelo.
Gêneros litúrgicos monódicos cultivados a partir
do século X
Missa
No campo Polifônico:
A partir do século XI o Organum se modifica e a vox principalis fica abaixo
da vox organalis e passa a ser chamada de discantus (passa a designar um
tipo de música). Em vez de cantarem paralelamente, usavam movimentos
contrários.
Séculos XI e XII, um novo
contexto social
Livros das horas “Les trés Riches heures du Duc de Berry”, página
do mês de junho com a Paris medieval ao fundo.
Surge a chamada “Ars Antiqua”
Surgem os primeiros compositores retratados da história da música, Léonin e Pérotin, ambos mestres de
capela da Catedral de Notre Dame. Serão os formadores da chamada “Escola de Notre Dame”. A obra de
Pérotin (1160-1240), discípulo de Léonin, se baseará em conductus, missas, organum (não abandona a
polifonia antiga) e motetos.
O moteto surge na metade de século XIII e é um gênero secular cantado em três vozes: a inferior, o tenor e a
primeira voz, chamada de triplum. O tenor tinha um papel importante e era a base da composição (tenere).
Sua parte era extraída do canto gregoriano e era chamada de cantus firmus. Sua voz também era chamada
de duplum ou moteto. Cada voz cantava um texto diferente, sacro ou secular, em latim e em francês.
Como a Missa, o moteto é um gênero que perdurou. Seu nome vem de mot, do grego, palavra. O anonimato
era quase uma regra para os compositores do período.
A Ars antiqua irá sair da França e se espalhar por outros países Europeu, principalmente a Espanha.
Começam a surgir uma série de relatos decorrentes das cruzadas. Muitos eram musicados pelos menestréis que haviam
presenciado o combate de seus senhores. Relatavam seus feitos heróicos e verso e em música.
Como reflexo disso, surgirá gradativamente o primeiro movimento litero-poético-musical da história ocidental, depois
da Grécia antiga. Esses profissionais eram pessoas da nobreza, educadas e instruídas. Neste momento começa a haver
notação, ainda que rudimentar, da música destinada aos instrumentos musicais.
Guilherme IX de Aquitânia (1071-1127) , Bernard de Ventadour (? -1195) Arnaud Daniel (c.1180 – c.1200)
Compunham as chamadas Chansons e seus temas eram: Amor, sátira e crítica. Além das chansons, cultivarão outros
gêneros como o Rondeau, o Virelai e a Ballade.
Na Alemanha surgirão, a partir do século XII, os chamados Minnesänger, cantores do amor cortês. A partir do século
XIV, seu desdobramento culminará nos Meistersänger, burgueses que se dedicavam à arte do canto, organizados em
confrarias.
Na Espanha, durante o século XIII, o mesmo movimento existirá. Este sofrerá, no entanto, a influência moura, dando
características muito peculiares ao gênero em toda a península ibérica.
Cantigas de Santa Maria, Alfonso X, o Sábio.
Conjunto de 427 canções em galaico-português com ilustrações de instrumentos
Launeddas, cantiga 60 Alboques duplos, cantiga 220 Flauta e tambor, cantiga 370
Medio canon, cantiga 50 Guitarra latina, cantiga 150 Carrilhão, cantiga 400
Cítara, cantiga 290 Viola árabe, cantiga 210 Címbalos, cantiga 190
Alboque (e tejoletas), cantiga 330 Rota, cantiga 40 Albogón (e darabuka), cantiga 300
Século XIV - Contexto histórico
As estruturas tradicionais implodem: a cristandade está dividida pela crise do Papado, a sociedade é cada vez menos
feudal e cada vez mais comercial, as numerosos revoltas camponesas e urbanas contestam a ordem social.
A França se enfraquece por conta da guerra dos cem anos que devasta seu território e sua população. As classes
camponesas, afetadas terrivelmente pela fome, acabam, freqüentemente lideradas por chefes carismáticos, por se
revoltarem contra seus mestres e empreendem verdadeiras guerras de classe.
A peste recomeça a partir de 1347 e dizima mais de dois terços da população européia.
Da mesma maneira que as outras artes, a música se coloca ao serviços dos múltiplos detentores de poder que
empreendem o chamado mecenato artístico. Aqueles que encomendam as obras musicais não são mais exclusivamente as
instituições religiosas, mas grupos civis ou famílias saídas de classes prósperas das cidades manufatureiras tanto do norte
do continente como da Itália.
Em meio à uma época de reviravoltas e de mutações que marcam o fim da Idade Média e seu sistema de representação
do mundo, uma nova fase da música irá surgir. A civilização ocidental de separa do sagrado e se abre a novas idéias
centradas na valorização do homem e da natureza, anunciando assim a Renascença. Como testemunho, tem-se o fato de
que muitos dos compositores dessa época irão assinar suas obras. Escreverá o músico-poeta mais famoso desta época
Guillaume de Machaut:
A “Ars Nova”
O termo Ars Nova, que designa a música polifônica produzida entre
1320 a 1400 principalmente na França, é retirado de um dos dois mais
influentes tratados teóricos da época: Ars Nova de Philippe de Vitryo,
e o Ars Nove Musice de Jean de Murs. Ambos escritos por volta de
1320.
A questão central da obra Ars Nova é a notação do ritmo.
É com esta obra que toda uma codificação religiosa irá cair por terra.
Na novas obras, a simbologia do número 3 (que simbolizava a unidade
divina da santíssima trindade), que permitia uma divisão apenas
ternária das outras figuras rítmicas (chamado modo perfeito), irá
dividir seu espaço com uma divisão binária (que será chamado de
modo imperfeito). A princípio, o emprego de duas cores diferentes na
escrita musical fará o papel de distinguir os modos. A tinta preta será
usada para indicar as notas perfeitas e a vermelha para as imperfeitas.
Não é possível falar da invenção de uma novo sistema. O que de fato é Uma página do tratado de Philippe de Vitry,
feito por Philippe de Vitry e seus contemporâneos é aprovar, intitulado Ars Nova (1320)
O cantus firmus (ou tenor) poderá ser qualquer canção em língua profana e poderá ser literalmente
inventado.
Há o aparecimento do contratenor abaixo do tenor. Este será freqüentemente executado por um instrumento
e dará origem ao baixo.
Haverá um impulso na música instrumental. Os instrumentos poderão substituir não importa qual voz.
Uma outra contribuição da Ars Nova se faz na estrutura geral da missa. No século XIV, todas as partes do
ordinário da missa foram pela primeira vez tratados como um todo por Guillaume de Machaut na Missa de
Notre-Dame.
A Ars Subtilior e o declínio da polifonia
medieval
Matteo da Perugia, Jacob de Senleches, Antonello da Caserta, Solage, Trebor, Johannes Galiot, Baude Cordier, Philippus da
Caserta, Johannes Ciconia, Grimace, Jacopo da Bologna, Lorenzo da Firenze, Martinus Fabri, Magister Zacharias, Johannes
Aleyn (Alanus), Fanciscus Andrieu, Berlatu, Bernard de Cluny, Borlet, Jean Cuvelier, Goscalch, Guido, Johannes Hasprois,
Pierre de Molins, Pykini, Jean Vaillant etc.
MÚSICA RENASCENTISTA
Musica
Musica Musica
Naturalis artificialis
Simplex Mensurabilis
Vera Ficta
vel plana vel figurativa
Contexto histórico do Renascimento
• País pioneiro: Itália, desde o século XIV, o famoso Trecento (com Boccacio, Petrarca e Dante)
• Descobrimentos, navegações e contato com o Oriente (caravela, uso da bússola, do sextante e do astrolábio)
Teoria da Música
Primeira geração (1420-1450), a “escola borgonhesa”, dominada por Guillaume Dufay, Gilles Binchois e Antoine
Busnois. É uma geração que marca uma ruptura com a música medieval, anunciando um desenvolvimento vertical da
polifonia.
Terceira geração (1480-1520), com Josquin des Prés, frequentemente considerado o mais importante compositor
valão da escola franco-flamenga. São importantes também Jacob Obrecht e Heinrich Isaac.
Os descobrimentos, a riqueza do
comércio com as Índias e o
vento da contra reforma
também irão dar um grande
impulso às artes em toda a
Espanha. Na música se
destacarão os seguintes
compositores:
Cristóbal de Moráles
(influenciado por Josquin des
Prés e Ockeghem)
Francisco Guerrero
Juan de Encina
Música Arcaica
Norma de Ur (capa) e Harpa Suméria (música na mesopotâmia): http://www.zwoje-scrolls.com/zwoje35/text11.htm
Sinos Chineses: http://www.uh.edu/engines/epi1676.htm
Músicos egípcios: http://www.touregypt.net/featurestories/music.htm
Shophar judaico: http://www.biblepicturegallery.com/free/screen-sized%20pictures.htm
Música Medieval
Boécio: http://angulosaxofonico.blogspot.com/2007_10_01_archive.html
Gárgulas de Notre Dame: http://stonecarver.spaces.live.com/blog/cns!1C500E1C309188AE!486.entry
Ricas Horas do Duque de Berry (junho, colheita): http://www.cosmovisions.com/artMiniature.htm
Música de Guillaume de Machaut, Ma fin est mon comencement: http://www.geocities.com/Vienna/3624/machaut.jpg
Cantigas de Santa Maria: http://www.pbm.com/~lindahl/cantigas/images/all_color.html
Música Renascentista
Ilustração representando os compositores flamengos Dufay e Busnois: http://www.answers.com/topic/guillaume-dufay
Michelangelo (capa): http://luminescencias.blogspot.com/2004/08/detalhe-de-o-ltimo-julgamento-capela.html
Les Stitutioni Harmoniche, Giosefo Zarlino: http://xoomer.alice.it/alessandro_corti/images/zarlino-58.PNG
Palestrina, Missa Papae Marcelli: http://whollycatholic.blogspot.com/2007/10/pope-benedict-xvi-on-sacred-music.html
Las Meninas, Diego Velásquez: http://www.dialogica.com.ar/unr/epicom/archives/velasquez-1656-las-meninas.jpg
Catedral de San Marco: http://catedraismedievais.blogspot.com/2007/08/baslica-de-so-marcos-jia-do-estilo.html
Cristof Angermair: http://www.recorderhomepage.net/inline/arcadia_1.jpg