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DISFUNÇÕES

MUSCULARES EM UTI

Profa Dra Carolina Fu


Depto de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional
Faculdade de Medicna - USP
Sistema músculo esquelético
Sistema músculo esquelético
 CARACTERÍSTICAS
- Ciclo contínuo de remodelamento
- Resposta rápida ao uso e desuso – alteração
no diâmetro, comprimento, tipo de fibras
contráteis e suprimento vascular
- Desuso – atrofia muscular

Crit Care Clin 23(2007) 21-34


Paciente crítico
 Instabilidade clínica
 Sedação
 Antibióticos
 Antiinflamatórios corticóides
 Necessidade de Ventilação mecânica

REPOUSO OU IMOBILIZAÇÃO TOTAL


Imobilização

Efeitos cardiovasculares
 ↓ volume sanguíneo e do fluido intersticial
 ↓ pressão arterial diastólica
 ↓ volume de ejeção do VE
 ↓ da massa do VE
 Reajuste do barorreceptores carotídeos
 ↓ fluxo venoso para extremidades
 Intolerância ortostática

Crit Care Clin 23(2007) 1-20


Imobilização

Efeitos respiratórios
 ↓ volumes pulmonares
 Alterações na relação ventilação perfusão
 Hipóxia – atelectasia, pneumonia,
broncoaspiração ( saudáveis, intubados)

Crit Care Clin 23(2007) 21-34


Imobilização

Efeitos no sistema respiratório


↓ movimento diafragmático
 ↓ excursão do tórax (costovertebrais e
costocondrais)
 respiração superficial, com aumento da f
↓ 2% na CV.
↓ 7% na CPT
↓ 19% no RV
↓ 30 na CRF

Crit Care Clin 23(2007) 21-34


Imobilização
Efeitos no sistema músculo esquelético
 Atrofia
 Perda da capacidade máxima de gerar força
 Mudanças no tipo e densidade das fibras
musculares
 Mudança na densidade das mitocôndrias
 Miopatia
 Polineuropatia do paciente crítico

Morris C. Crit Care Clin 23(2007) 1-20


Efeitos no sistema músculo esqueléticos

 ↑ excreção de cálcio - alteração no balanço


hidroeletrolítico
 ↓ sensibilidade pela insulina - hiperglicemia
 Contraturas articulares

Winkelman C.Crit Care Clin 23(2007) 21-34


Efeitos no sistema nervoso

 Lesões em nervos periféricos


 Mudanças no sistema nervoso autônomo e
cognitivo
 Contraturas articulares

Winkelman C.Crit Care Clin 23(2007) 21-34


Fatores que contribuem para insuficiência
respiratória, falência, fadiga muscular e dependência
do ventilador

Gosselink R, Bott J, Johnson M, Dean E, Nava S, Norrenberg M, Schönhofer B, Stiller K, van de Leur H, Vincent,
JL. Physiotherapy for adult patients with critical illness: recommendations of the European Respiratory Society
and European Society of Intensive Care Medicine. Task force on physiotherapy for critically ill patients. Intensive
Care Med, 2008
Ventilação mecânica prolongada

 Complicações mais comuns

Pneumonia
Sobrecarga cardiovascular
Barotrauma
Lesão induzida (VILI)
Disfunção muscular
Disfunção muscular

Fraqueza muscular generalizada é a ocorrência mais comum em


Unidades de Terapia Intensiva.

 Fraqueza neuromuscular é uma causa comum de falência no


desmame da ventilação mecânica e diminuição dos movimentos dos
membros.

 São encontradas entre 30-60% dos pacientes de UTI e podem


ocorrer precocemente de 2 a 5 dias na presença de sepse ou SIRS
(Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica).

BOLTON CF, Muscle and nerve, 2005


Sepse, SIRS e Síndrome da falência de
múltiplos órgãos

DOENÇAS NEUROMUSCULARES

Bloqueadores neuromusculares,
Corticoesteróides, Drogas citotóxicas e Estado
asmático
Mecanismo de disfunção da polineuropatia
do paciente crítico

BOLTON CF, Muscle and nerve, 2005


Polineuropatia do Paciente Crítico

• 70% dos pacientes com sepse desenvolvem PPC


• Sinal clínico: fraqueza muscular dificuldade de desmame
• ENMG – diagnóstico e prognóstico
• Biópsia: degeneração axonal; atrofia de desnervação muscular
• Lesão axonal primária comprometimento do transporte
axonal

BOLTON CF, Muscle and nerve, 2005


A B

C D
Pathology of critical illness polyneuropathy. There is chromatolysis of anterior horn cells (A); severe
axonal degeneration in this cross-section of superficial peripheral nerve (B) and longitudinal section of
deep peroneal nerve (C); and acute and chronic denervation of intercostal muscle (D)
BOLTON CF, Muscle and nerve, 2005
Disfunção diafragmática

 Mecanismos:
 Atrofia muscular: Causada pela diminuição na síntese protéica/
aumento na degradação
 Remodelamento da fibra: Diminuição Tipo I e II, sendo o maior
decréscimo no tipo II (rapida)
 Tipo I (menor capacidade geradora de força)
 Tipo II (maior capacidade geradora de força)

 Diminuição na força do diafragma


 Estresse Oxidativo: pelo desequilíbrio entre a produção e o bloqueio,
inativação ou remoção dos radicais livres.
 ERMO: o peróxido de hidrogênio (H2O2), o radical superóxido
(O2¯) e o radical hidroxila (OH¯)

JUBRAN A, Respir Care, 2006


RESPIRATORY CARE • SEPTEMBER 2006 VOL 51 NO 9
Disfunção diafragmática

Ratos, 2 dias de VM - ↓capacidade de gerar pressão em 42%

RESPIRATORY CARE • SEPTEMBER 2006 VOL 51 NO 9


Disfunção diafragmática

RESPIRATORY CARE • SEPTEMBER 2006 VOL 51 NO 9


Disfunção diafragmática

CMV = 47 dias CMV = 3 dias

RESPIRATORY CARE • SEPTEMBER 2006 VOL 51 NO 9


RESPIRATORY CARE • SEPTEMBER 2006 VOL 51 NO 9
Músculos antigravitários

 Perda de proteínas contráteis


 ↑ tecidos não contrateis, incluindo colágeno
 Número total de fibras permanece inalterado
 Fibras do tipo I perdem filamentos

Topp R, Ditmyer m, King k, et al. The effect of bed rest and potencial of prehabilitation on patients in
the intensive care unit. AACN Clin Issues 2002;13(2):263-76
Músculos antigravitários

 Manutenção postural
 Transferências de decúbito
 Deambulação

Topp R, Ditmyer m, King k, et al. The effect of bed rest and potencial of prehabilitation on patients in
the intensive care unit. AACN Clin Issues 2002;13(2):263-76
AVALIAÇÃO FUNCIONAL
NO PACIENTE CRÍTICO

Profa Dra Carolina Fu


Depto de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional
Faculdade de Medicna - USP
Função do fisioterapeuta de UTI

 Evitar complicações relacionadas à


imobilização prolongada

 Evitar as complicações da VM

 Promover / resgatar a funcionalidade

 Reduzir o tempo de internação


Função do fisioterapeuta de UTI

 Evitar complicações relacionadas à


imobilização prolongada

 Evitar as complicações da VM

 Promover / resgatar a funcionalidade

 Reduzir o tempo de internação


AVALIAÇÃO MOTORA E ARTICULAR

Avaliar força motora dos 4 membros, de acordo com a


classificação do grau de força motora (para pacientes não
sedados)

G 0 (nula) - sem contração muscular

G 1( esboçada) – esboça contração muscular, sem


movimento articular
G 2 (fraca) - movimento parcial sem gravidade

G 3 (regular) - movimento completo com gravidade

G 4 (boa) – movimento completo com resistência

G 5 (normal) – movimento completo com máxima


resistência

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