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O processo civilizador,

de Norbert Elias.

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN


Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e Humanas – PPGCISH
Epistemologia das Ciências Sociais e Humanas
Docentes: Cristina Barreto, Marcos de Camargo Von Zuben
Discente: Geilson Fernandes de Oliveira
O desenvolvimento dos modos de conduta, a civilização
dos costumes.

Elias prova que não existe atitude natural no homem.


Perspectiva contrária aos que defendem uma “natureza
humana”.

Elias não busca a origem do processo civilizador, mas


entender como se deu esse processo da era medieval
para a moderna.
Cap. I - Parte I – Sociogênese dos conceitos
de civilização e cultura

Diferenças entre Kultur e Zivilisation


no emprego alemão.

Dificuldades em definir o que é civilização. Uma produção


ocidental/do Ocidente.

Um conceito que expressa o modo do Ocidente ver a si


mesmo. O conceito de civilização difere de
nação para nação.
Para os franceses e ingleses tem significado semelhante:
“importância de suas nações para o processo do Ocidente e
da humanização” (p. 23), já para os alemães “[...] Zivilisation
é tida como a superfície da existência humana” (p. 23). A
palavra que os alemães se interpretam, que mais que
qualquer outra expressa-lhes orgulho é Kultur.

No alemão a palavra Kultiviert (cultivado) aproxima-se do


conceito ocidental de civilização. Kultiviert refere-se a forma
de conduta ou comportamento da pessoa.
Parte II – Sociogênese do conceito de Civilisation na França

“As convenções de estilo, as formas de intercâmbio social, o controle


das emoções, a estima pela cortesia, a importância da boa fala e da
conversa, a eloquência de linguagem e muito mais – tudo isto é
inicialmente formado na França dentro da sociedade de corte, e
depois, gradualmente, passa de caráter social para nacional”
(p. 50).

Conceito de civilização como um contraconceito à barbárie.


Necessidade de instaurar o modelo de civilização em outras
nações/colônias. Politesse e Civilité serviram de justificação à corte.
Cap. II – A civilização como transformação do
comportamento humano.

O desenvolvimento do conceito de civilité: durante a idade média e


feudalismo, o conceito de civilização estava ligado à igreja/ao
cristianismo.

Maior recorrência do conceito quando abordado no Tratado de


Erasmo de Rotterdam, intitulado “De civilitate morum puerilium”
(Da civilidade em crianças), em 1530.

Repercussões do tratado. Sucesso e reprodução. Maior número de


obras do gênero passam a circular.
Sobre o livro de Erasmo: “[...] No primeiro capítulo, trata das condições
decorosa e indecorosa de todo o corpo, no segundo da “cultura corporal”,
no terceiro de “maneiras nos lugares sagrados” no quarto em banquetes,
no quinto, em reuniões, no sexto nos divertimentos e no sétimo no quarto
de dormir” (p. 69). Exemplos.

Uma civilização das relações e posições sujeito. Em cada faixa de


idade, por exemplo, o sujeito passa a ocupar um lugar específico.

Sintomas do processo civilizador: “[...] ser embaraçoso para nós falar


ou ouvir muito do que Erasmo diz” (p. 69). Pode ser que o que
somos hoje também cause embaraço futuramente aos nossos
descendentes – Metáfora da moeda (NIETZSCHE).
Elias mostra que o processo se dá de forma vertical a priori, e
depois se horizontaliza. Ao mesmo tempo, o autor não faz um juízo
de valor do processo.

Algumas aproximações com os outros autores:


Adestramento, controle e disciplina das ações e dos sujeitos, bem
como dos seus sentimentos e emoções. Surgimento dos
sentimentos de embaraço, medo e culpa.

Com o processo civilizador, observa-se uma ruptura com a ordem


anterior estabelecida. São produzidas novas formações discursivas,
com uma nova ordem do discurso. Surgem novas disposições,
tendências que vão sendo estruturadas e estruturantes, um novo
habitus.


“Uma responsabilidade enorme vai
pesando sobre o homem à medida
que ele se civiliza” (RIBEIRO, p. 9).

Obrigado!

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