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Introdução a Fluxo de Potência

Disciplina: Sistemas Elétricos

Prof. Clivaldo Araújo

DEE/CEAR/UFPB

Sistemas Elétricos (UFPB) 1/43


Fluxo de Potência
INTRODUÇÃO
Na análise de um circuito elétrico estamos habituados a analisar
esses circuitos com impedâncias fixas e conhecidas.

Desta forma, na análise desses circuitos obtemos um conjunto de


equações lineares na forma complexa em termos das correntes de
nó que é de fácil solução.

Entretanto, no sistema elétrico as impedâncias a priori não são


conhecidas e a forma mais adequada para resolver esse problema é
admitir que a potência complexa é conhecida e constante dentro de
certas flutuações.

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Fluxo de Potência

As equações obtidas para esse circuito são em função da potência,


sendo conhecidas como equações de fluxo de potência ou fluxo de
carga.

Essas apresentam características não lineares e devem ser


resolvidas com técnicas interativas.

O fluxo de potência é a principal ferramenta na análise e projeto


do sistema de potência. Eles são necessários para:
Planejamento
Operação;
Análise econômica, entre outras análises.

A informação principal que se obtém de um estudo de fluxo de potência


é a magnitude e o ângulo de fase das tensões em cada barra e as
potências ativa e reativa que fluem em cada linha.

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Análise de Uma Rede Elementar
A corrente de uma carga em função da potência complexa pode
ser definida por:

P  jQ
Î (1)
Vˆ *
Considerando uma rede simples mostrada a seguir:

Figura: Rede Simples.

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Análise de Uma Rede Elementar
Admitindo que a tensão na barra de geração (barra 2) é conhecida.

Vˆ2 = V2∠θ2 (2)

Que a potência absorvida pela carga é especificada é: P1 e Q1.

Desta maneira é necessário determinar a tensão na barra de carga:


V1 e θ1

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Análise de Uma Rede Elementar

Do circuito encontramos:

Vˆ2 − Vˆ1 P1 − jQ 1
Iˆ= = (3)
R + jX Vˆ1∗

Considerando θ2 = 0, encontramos:

A + V 12
cos(θ1 ) = (4)
V1V2

B
sin(θ 1) = − (5)
V1V2
com A = P 1 R + Q 1 X e B = P 1 X − Q 1 R
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Análise de Uma Rede Elementar

Sabemos que:

cos(θ1)2 + sin(θ1)2 = 1 (6)

Portanto, a partir das equações (4) e (5) encontramos

V14  V12 (2 A  V22 )  A2  B 2  0 (7)

Dessa equação A e B são conhecidos, bastando determinar a


magnitude da tensão V1.

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Exemplo - Zanetta

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Exemplo - Zanetta

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Exemplo - Zanetta

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Exemplo - Zanetta

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Análise de Uma Rede Elementar

Entretanto, para uma rede com maior número de barras de carga e


geração, obtemos polinômios com graus mais elevados.

Para a obtenção das raízes desses polinômios é necessário utilizar


métodos interativos.

Alguns métodos interativos aplicados na análise do fluxo de carga


são:
Gauss e Gauss-Seidel

Newton-Raphson

Newton-Raphson Desacoplado Rápido.

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Apresentação

1 Introdução

2 Análise de Uma Rede Elementar

3 Variáveis e Análises de Interesse

4 Matriz Admitância

5 Métodos Interativos

6 Análise do Fluxo de Potência com o Método de Newton-Raphson

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Barras

Um estudo de fluxo de potência envolve:


O calculo das tensões nas barras.
As potências injetadas ou absorvidas em determinado ponto da rede.

Os fluxos de potência nos ramos de ligação.

Potência absorvida por uma carga na barra i :

𝑃𝑖 − 𝑗𝑄𝑖
𝐼መ𝑖 =
𝑉෠𝑖 ∠ − 𝜃𝑖

Figura: Barra i.

Sistemas Elétricos (UFPB) 12 / 43


Barras

A corrente absorvida pela carga na barra i é determinada pelas


quatro variáveis básicas Pi, Qi, Vi e θi, ou seja,

Pi  jQi
Îi  (8)
Vi    i

Os dados de barra definem as potência injetadas ou extraídas da


rede elétrica, nas barras de geração ou de carga.

As barras no sistema elétrico são classificadas em três diferentes


tipos: barras de carga, barras de geração e uma única de barra de
geração denominada barra swing.

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Barras

Barras de carga: ou do tipo 1, também conhecidas como do tipo


PQ, nas quais P e Q são conhecidas, restando determinar V e θ.

Barras de geração: ou do tipo 2, também conhecida como barra


de tensão controlado ou do tipo PV, nas quais fixamos as grandezas P
e V. Por exemplo em uma usina hidrelétrica, o operador dispõe de
recursos para controlar a potência ativa, como também a magnitude
da tensão. Nesta barra, resta determinar Q e θ

Barras swing: ou barra oscilante, também conhecida como barra


do tipo 3 ou V θ. A única barra de geração, na qual conhecemos V e
θ, restando determinar P e Q

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Transferência de Potência entre Fontes Ativas

Considerando o circuito a seguir:

Figura: Linha de Transmissão.



𝐸ത𝑆 − 𝐸ത𝑅
𝑆𝑅ҧ = 𝑃𝑅 + 𝑗𝑄𝑅 = 𝐸ത𝑅 𝐼 ∗ҧ = 𝐸ത𝑅
𝐽𝑋


𝐸𝑆 cos 𝛿 + 𝑗𝐸𝑆 sin 𝛿 − 𝐸𝑅
𝑆𝑅ҧ = 𝐸𝑅 (9)
𝑗𝑋

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Transferência de Potência entre Fontes Ativas

Diagrama fasorial

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Transferência de Potência entre Fontes Ativas

Para δ = 0, temos: 𝑃𝑆 = 𝑃𝑅 = 0

𝐸𝑆 − 𝐸𝑅 2
𝐸𝑆 (𝐸𝑆 − 𝐸𝑅 ) 𝐸𝑅 (𝐸𝑆 − 𝐸𝑅 ) 𝑄𝑆 − 𝑄𝑅 = = 𝑋𝐼 2
𝑄𝑆 = 𝑄𝑅 = 𝑋
𝑋 𝑋

 Com 𝐸𝑆 > 𝐸𝑅 , 𝑄𝑆 𝑒 𝑄𝑅 são positivos, Isto é, potência reativa transferida de


S para R.

 Com 𝐸𝑆 < 𝐸𝑅 , 𝑄𝑆 𝑒 𝑄𝑅 são negativos, Isto é, potência reativa transferida de


R para S.

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Transferência de Potência entre Fontes Ativas

Para δ ≠ 0, e 𝐸𝑅 = 𝐸𝑆 temos:

𝐸2 𝐸2 1
𝑃𝑆 = 𝑃𝑅 = sin 𝛿 𝑄𝑆 = −𝑄𝑅 sin(1 − cos 𝛿) = 𝑋𝐼 2
𝑋 𝑋 2

 Com δ > 0, 𝑃𝑆 𝑒 𝑃𝑅 são positivos, Isto é, potência ativa transferida de S


para R.

 Com δ < 0, 𝑃𝑆 𝑒 𝑃𝑅 são negativos, Isto é, potência ativa transferida de R


para S.

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Transferência de Potência entre Fontes Ativas

Se a corrente I está em fase com 𝐸𝑅 temos:

Vemos que a potência ativa transferida é uma função das magnitudes


das tensões e de δ. Sabemos que para uma operação satisfatório dos
sistemas de potência a magnitude da tensão em qualquer barra não
pode desviar significantemente dos valores nominais. Portanto a
transferência de potência ativa é alcançada primordialmente através
da variação do ângulo δ.

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Transferência de Potência entre Fontes Ativas

Para qualquer de δ , 𝐸𝑅 e 𝐸𝑆 temos:

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Ligações Sem Elementos para a Terra

Considerando o circuito a seguir:

Vi  i  V j  j
Iˆij 
Z ij

Iˆij   Iˆ ji

Figura: Linha de Transmissão.

O fluxo de potência por fase entrando na barra i e dirigindo-se a


barra j é:

Sij  Vˆi Iˆij* (9)

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Ligações Sem Elementos para a Terra

O fluxo de potência por fase entrando na barra j e dirigindo-se a


barra i é:

S ji  Vˆ j Iˆ*ji (10)

O fluxo de potência por fase, proveniente da barra i, chegando na


barra j é dado por:

Sij( j )  Vˆ j Iˆij* (11)

Ou

S ji  Vˆ j Iˆ*ji   S ij ( j ) (12)

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Perdas na Transmissão

No sistema anterior, observamos que a corrente era a mesma,


porém as tensões nas barras eram diferentes.

Isto explica a diferença no fluxo de potência calculado nas


extremidades da linha de transmissão.

Essa diferença, no fluxo de potência, nas extremidades da linha de


transmissão é responsável pelas perdas na transmissão, isto é.

Sij  Sij  Sij( j )  Vˆi Iˆij*  Vˆ j Iˆij*  Vˆij Iˆij* (13)

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Queda de Tensão e Abertura Angular

P  jQ
Vˆ  ( R  jX )
Vi

RP  XQ  RQ  XP
Vˆ  j
Vi Vi

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Queda de Tensão e Abertura Angular

Desprezando a resistência R, temos:

XQ XP
Vˆ  j
Vi Vi

XQ XP
Vˆ j  Vi  Vˆ  Vi  j
Vi Vi

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Apresentação

1 Introdução

2 Análise de Uma Rede Elementar

3 Variáveis e Análises de Interesse

4 Matriz Admitância

5 Métodos Interativos

6 Análise do Fluxo de Potência com o Método de Newton-Raphson

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Equivalência de Fonte

Considerando os circuitos a seguir

I^a I^a
+ +
Zs
^ ^ Zp ^
+ Vl Ia Vl
E^ a +
-
-

Figura: Fontes Equivalentes.

Observa-se que, uma fonte de tensão constante e uma impedância


em série (Zs) pode ser substituída por uma fonte de corrente com
uma impedância em paralelo (Zp) se Zp=Zs e Eg=Is Zp.

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Matriz Admitância
A aplicação da Lei de Kirchhoff das correntes (Lei dos Nós) é a base
de algumas soluções computacionais em sistemas de potência.
Considerando o diagrama unifilar a seguir
1 2

Figura: Circuito Elétricos.

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Matriz Admitância
Redesenhando, o diagrama unifilar com as fems e as impedâncias
em séries substituídas por fontes de corrente com admitâncias em
paralelo, tem-se
0 1
I
Yd
Ya 2

Yc
I 3
Ye
Yb

Figura: Circuito Elétricos.

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Matriz Admitância

Aplicando a LKC no circuito anterior e escrevendo na forma


matricial, encontramos:

 Iˆ1  Yˆ11 Yˆ12 Yˆ13  Vˆ1 


ˆ   ˆ ˆ ˆ ˆ 
 I 2   Y21 Y22 Y23  V2  (14)
 Iˆ  Yˆ Yˆ Yˆ  Vˆ 
 3   31 32 33   3 

A matriz Y é designada por Ybarra é chamada matriz admitância.

As admitâncias Yˆ11, Yˆ22 e Yˆ33 são as admitâncias próprias de cada


nó e cada uma é igual a soma das admitâncias ligada ao nó.

As outras admitâncias são as admitâncias mútuas dos nós e cada


uma é o negativa da admitância entre os nós.

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Apresentação

1 Introdução

2 Análise de Uma Rede Elementar

3 Variáveis e Análises de Interesse

4 Matriz Admitância

5 Métodos Interativos

6 Análise do Fluxo de Potência com o Método de Newton-Raphson

Sistemas Elétricos (UFPB) 33 / 43


Método de Newton-Raphson

Uma alternativa para obter a solução de uma equação não linear é


através do método de Newton-Raphson ou método das tangentes.

Considerando a função a seguir:

f (x) = y (15)

Se x(0) é a raiz inicial estimada e ∆x(0) é o erro dessa raiz, temos que:

f (x (0) + ∆x (0) ) = y (16)

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Método de Newton-Raphson

Expandindo o lado direito da equação anterior em uma série de


Taylor em relação a x(0), obtemos

( 0)

  1  d2 f 
x    y
( 0)
 df  ( 0) 2 (17)
f x ( 0)
  x ( 0)
  2 
 dx  2!  dx 

Assumindo que o erro ∆x(0) é muito pequeno, os termos de ordem


mais elevada da série de Taylor podem ser negligenciados, assim

 
0
 df 
f ( 0)
 y f x ( 0)
   x (0) (18)
 dx 

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Método de Newton-Raphson

Desta forma, ∆x (0) obtido da seguinte forma:

f (o )
x (0) 
 df 
( 0) (19)
 
 dx 

Assim a segunda interação pode ser determinada da estimativa


inicial ∆x(0), i.e.,

x (1) = x (0) + ∆x (0) (20)

Sistemas Elétricos (UFPB) 26 / 43


Método de Newton-Raphson

Generalizando chegamos no seguinte algorítimo:


i) Sugerimos um valor de partida como solução do problema: x(0)

ii) Calculamos o valor de ∆f (k) no ponto determinado.

iii) Calculamos a derivada da função (df/dx)k no ponto determinado.

iv) Determina a estimativa inicial

f ( k )
x ( k )  (k ) (21)
 df 
 
 dx 

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Método de Newton-Raphson

v) Calculamos o novo ponto de solução,

x (k+1) = x (k) + ∆x ( k) (22)

vi) O processo é repetido até que o erro residual ∆f (k) seja menor que
a precisão desejada

f (k )   (23)

Sistemas Elétricos (UFPB) 28 / 43


Método de Newton-Raphson

Quando temos um sistema de equações, podemos generalizar


construindo a matriz jacobiana, formada pela derivada primeira de
todas as equações em relação a todas as variáveis do sistema.

Considerando as seguintes equações:

f 1 (x 1 , x 2 , ..., x n ) = y1 (24)

f 2 (x 1 , x 2 , ..., x n ) = y2 (25)

..
. (26)

f n (x 1 , x 2 , ..., x n ) = y n (27)

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Método de Newton-Raphson

Expandindo em série de Taylor e colocando na forma matricial


encontramos:

 f  ( k )  f1 
(k )
 f  
(k )
 1      1  
 
f1( k )   dx1   dx2   dxn   x ( k ) 
 ( k )   f  ( k )  f 2 
(k ) (k ) 
 f 2   x ( k ) 
1

f 2    2      
  2 
    dx1   dx2   dxn     
 (k )        
f n    x ( k ) 
(k )   n 
 fn  
(k ) (k )
 f n   f 
 
     n  
 dx1   dx2   dxn  

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Método de Newton-Raphson

Escrevendo de uma forma mais compacta encontramos:

f   J x 
(k ) (k ) (k ) (28)

Portanto,

x   J  f 
(k ) ( k ) 1 (k ) (29)

com
x  x  x 
( k 1) (k ) (k )
(30)

sendo [J(k)] a matriz Jacobiana de primeira ordem.

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Apresentação

1 Introdução

2 Análise de Uma Rede Elementar

3 Variáveis e Análises de Interesse

4 Matriz Admitância

5 Métodos Interativos

6 Análise do Fluxo de Potência com o Método de Newton-Raphson

Sistemas Elétricos (UFPB) 42 / 43


Análise do Fluxo de Potência
Um elemento da matriz admitância Yij em um sistemas de NxN
barras é dado por:

Yij ij  Yij cos ij  j Yij senij  Gij  jBij

Para uma barra típica do sistema de potência a corrente na forma


polar é definida por:
N N
Iˆi  Yi1Vˆ1  Yi 2Vˆ2    YiN VˆN  
n 1
YinVˆn  Y
n 1
in Vn in  n (31)

Por outro lado, a potência complexa na forma polar é definida por:

N N
Pi  jQi  Vˆi* 
n 1
Y VV
YinVˆn 
n 1
in i n in   n  i (32)

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Análise do Fluxo de Potência
Separando em parte real e parte imaginária, encontramos:
N
Pi   Y VV
n 1
in i n cos(in   n   i ) (33)

N
Qi    Y VV
n 1
in i n sin(in   n   i ) (34)

Ou ainda
N
Pi  YiiVi 2 cos(ii )   Y VV
n 1, n  i
in i n cos(in   n   i ) (35)

N
Qi   YiiVi 2 sin(ii )  Y VV
n 1, n  i
in i n sin(in   n   i ) (36)

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Análise do Fluxo de Potência

As equações (35) e (36) constituem um conjunto de equações


algébricas não lineares em termo das variáveis independentes -
magnitude da tensão e ângulo de fase.

Para a análise de um sistema de potência nós temos:


Duas equações para cada barra de carga.

Uma equação para cada barra de geração do tipo tensão-controlada


(tipo PV), representada pela equação (35).

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Análise do Fluxo de Potência

Expandindo as equações (35) e (36) em série de Taylor e


negligenciando os termos de ordem elevada encontramos:

 Pi( k )   J1 J 2    i( k ) 
 (k )     
Qi   J 3 J 4  Vi( k )  (37)

onde ∆P (k) e ∆Q (k) são as potências residuais definidas por


i i

∆P (k)
i = Pie − P i(k) (38)

∆Q (k)
i
(k)
= Qei − Q i (39)

(𝑘) (𝑘)
𝑃𝑖 𝑒 𝑄𝑖 são as potências calculadas.
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Análise do Fluxo de Potência
P ie e Q ei são as potência especificadas.
J 1 , J 2 , J 3 e J 4 são os elementos da matriz Jacobiana, definidos por:
  P  ( k )  P1 
(k )
 P1  
(k )
 1       
  1    2 
   
 n
 (k ) (k ) (k ) 
  P2   P2   P2  
J1           (40)
   
 1    2   n 
    
(k ) (k ) (k ) 
 Pn   Pn   Pn  
     
    
 1    2   n  
(k )
 Pi  N

 
 i



 V
n 1, n i
i Vn( k )Yin sen (in   n( k )   i( k ) )
(k )
Para n ≠ i e i=j diagonal.

(k )
 Pi 
    Vi ( k )Vn( k )Yin sen (in   n( k )   i( k ) ) Para n=j e j≠i Fora da diagonal.
  j 
 
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Análise do Fluxo de Potência
  P  ( k )  P1 
(k )
 P1  
(k )
 1       
  V1   V2 
 V  
 n
 (k ) (k ) (k ) 
  P2   P2   P2  
J 2    V      
 V  
 1   V2   n  (41)
    
(k ) (k ) (k ) 
 Pn   Pn   Pn  
     
  V  
 V1   V2   n  
Para n ≠ i e i=j diagonal.
(k )
 Pi  N

 V j


 2 YiiVi ( k ) cos(ii )  V (k )
n Yin cos(in   n( k )   i( k ) )
  n 1, n  i

Para n=j e j≠i Fora da diagonal.


(k )
 Pi 
   Vn( k )Yin cos(in   n( k )   i( k ) )
 V j 
 
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Análise do Fluxo de Potência

  Q  ( k )  Q1 
(k )
 Q  
(k )
 1      1  
  1    2    n  
 (k ) (k ) (k ) 
 Q2   Q2   Q2  
J 3         
  (42)
 1    2    n  
    
(k ) (k ) (k ) 
 Qn   Qn   Qn  
 
      

 1    2    n  
(k )
 Qi  N

  j


 V i Vn( k )Yin sen (in   n( k )   i( k ) )
(k )
Para n ≠ i e i=j diagonal.
  n 1, n  i
(k )
 Qi 
    Vi ( k )Vn( k )Yin sen (in   n( k )   i( k ) ) Para n=j e j≠i Fora da diagonal.
  j 
 

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Análise do Fluxo de Potência
  Q  ( k )  Q1 
(k )
 Q1  
(k )
 1       
  V1   V2 
 V  
 n
 (k ) (k ) (k ) 
 Q2   Q2   Q2  
J 4   V      
 V  
 1   V2   n 
    (43)
 (k ) (k ) (k ) 
 Qn   Qn   Qn  
     
  V  
 V1   V2   n  
Para n ≠ i e i=j diagonal.
(k )
 Qi  N

 V j


 2 YiiVi ( k ) sen (ii )  V (k )
n Yin sen (in   n( k )   i( k ) )
  n 1, n  i

Para n=j e j≠i Fora da diagonal.


(k )
 Qi 
   Vn( k )Yin sen (in   n( k )   i( k ) )
 V j 
 
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Análise do Fluxo de Potência

E as novas estimativas para as tensões das barras são:

 i( k 1)   i( k )   i( k ) (44)

Vi ( k 1)  Vi ( k )  Vi ( k ) (45)

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Análise do Fluxo de Potência

O procedimento para a solução do fluxo de carga pelo método de


Newton-Raphson é como segue:
i) Para as barras de carga (PQ), nas quais são especificadas Pei e Qei a
magnitude e o ângulo de fase da tensão, normalmente são iguais a
barra swing ou V(0)i = 1 e θ(0)i = 0.

ii) Para as barras de geração (PV), nas quais são especificadas Pei e Vi
o ângulo de fase da tensão, normalmente é igual ao da barra swing ou
θ(0)i = 0.

iii) Para as barras de carga (PQ), P (k) (k)


i e Q i são calculados por (35) e
(k) (k)
(36) e ∆Pi e ∆Qi são calculados a partir de (38) e (39).

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Análise do Fluxo de Potência
iv) Para as barras de geração (tipo PV ), P (k) (k)
i e P i são calculados a
partir da equações (35) e (38).

v) Calcula os elementos da matriz Jacobiana J1, J2, J3 e J4.

vi) Resolve a equação (37) determinando os parâmetros ∆V (k) e ∆θ(k).


i i

vii) Determina os novos valores de Vi (k+1) e θ(k+1)


i a partir das equações
(44) e (45).

viii) O processo é repetido até que os valores residuais ∆Pi k e ∆Qki seja
menor que a exatidão desejada, i.e.

∆𝑃𝑖
(𝑘)
<𝜖 (46)

(𝑘)
∆𝑄𝑖 <𝜖 (47)

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Exemplo - Stevenson
A figura 1 mostra o diagrama unifilar de um sistema de potência muito
simples. Os geradores estão conectados às barras 1 e 3. Nas barras 2, 4 e
5 estão indicadas as cargas. Os valores bases para o sistema são 100
MVA, 138kV nas linhas de alta tensão. A tabela 1 fornece as
impedâncias para as seis linhas que são identificadas pelas barras nas
quais elas terminam. A tabela 2 lista os valores de P, Q e V para cada
barra.

Determine o número de linhas e colunas no Jacobiano. Calcule ΔP2(0) e


o valor do primeiro elemento da segunda coluna do Jacobiano, usando
os valores especificados ou estimativas originais das tensões.

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Exemplo - Stevenson

Sistemas Elétricos (UFPB) 41 / 43


Exemplo - Stevenson

Barra Km milhas R () X () R pu X pu

1-2 64,4 40 8 32 0,042 0,168

1-5 48,3 30 6 24 0,031 0,126

2-3 48,3 30 6 24 0,031 0,126

3-4 128,7 80 16 64 0,084 0,336

3-5 80,5 50 10 40 0,053 0,210

4-5 96,5 60 12 48 0,063 0,253

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Exemplo - Stevenson

Geração Geração Carga Carga


Barra P, MW Q,Mvar P, MW Q,Mvar V pu Obs
1 --------- --------- 65 30 1,040 Swing

2 0 0 115 60 1,000 Carga


ind
3 180 -------- 70 40 1,020 Tensão
cte
4 0 0 70 30 1,000 Carga
ind
5 0 0 85 40 1,000 Carga
ind

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Exemplo - Stevenson
Solução: Como a barra de oscilação não requer uma linha e coluna do
Jacobiano, seria necessária uma matriz 8x8 se P e Q fossem especificados paras
as quatros barras restantes. Entretanto, o módulo da tensão é especificado
(mantido constante) para a barra 3, e o jacobiano será uma matriz 7x7.

A fim de calcular P2(0) para os valores de tensão estimada e tensão fixada da


Tabela 2, necessitamos apenas das admitâncias

1
Y21    5,7747104,040
0,042  j 0,168
1
Y23    7,7067103,82o
0,031  j 0,126

Y22  Y21  Y23   Y21 21  Y23 23

Y24  Y25  0 1(0)   2(0)   3(0)  0


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Exemplo - Stevenson
Da equação 33:

P2(,0calc
)
 V2V1Y21 cos 21  V2V2Y21 cos 21  V2V2Y23 cos 23  V2V3Y23 cos 23

P2(,0calc
)
 (1,0x1,04  1,0x1,0) Y21 cos21  (1,0x1,00  1,0x1,02) Y23 cos23

P2(,0calc
)
 0,04x5,7747 cos104,04o  0,02x7,7067 cos103,82o

P2(,0calc
)
 0,0560  0,0368  0,0928 pu
A potência programada para a barra 2 é -115/100=-1,15 pu

Logo:
P2(0)  1,15  (0,0928)  1,0572 pu

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Exemplo - Stevenson
Da equação 40 temos:
(k )
 Pi 
    Vi ( k )Vn( k )Yin sen (in   n( k )   i( k ) )
  j 
 
( 0)
 P2 
    V2(0)V3(0)Y23 sen (23   3(0)   2(0) )
  
 3

( 0)
 P2 
   1,0 x1,02 x7,067 sen (103,82o )  7,633 pu
  
 3

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Exemplo

Considerar a rede elétrica mostrada a seguir. O gerador 2 fornece


uma potência ativa de 1 pu à rede.

a) Calcular a abertura angular da linha de transmissão, isto é a


diferença angular entre V1 e V2.
b) Calcular as potências ativas e reativas fornecidas pelos geradores.
c) Calcular os fluxos de potência ativa e reativa.
d) Calcular as perdas de potência ativa e reativa na transmissão.

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Exemplo

𝑉2 𝑉1 sin 𝛿 0.9𝑥1 sin 𝛿


𝑎) 𝑃21 = ⟹ 1 − 0.866 = ⟹ 𝛿 = 3.41𝑜
𝑋 0.4

b) 𝑃21 = 𝑃𝐺2 − 𝑃𝐷2 = 1 − 0.866 = 0.134 𝑝𝑢

𝑃12 = −𝑃21 = −0.134 𝑝𝑢

(𝑉2 )2 − 𝑉2 𝑉1 cos 𝛿 0.92 − 0.9𝑥 cos 3.41


𝑄21 = = = −0.22 𝑝𝑢
𝑋 0.4
𝑄𝐺2 = 𝑄21 + 𝑄𝐷2 = −0.22 − 0.5 = −0.72 𝑝𝑢

(𝑉1 )2 − 𝑉1 𝑉2 cos 𝛿 1.0 − 0.9𝑥 cos 3.41


𝑄12 = = = 0.25 𝑝𝑢
𝑋 0.4
𝑄𝐺1 = 𝑄12 + 𝑄𝐷1 = −0.25 + 0.5 = −0.25 𝑝𝑢

c) 𝑄𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 = 𝑄12 + 𝑄21 = 0.25 − 0.22 = 0.03 𝑝𝑢

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Referências

[1] ZANETTA Jr., L. C. Fundamentos de Sistemas Elétricos


de Potência. 1ed. São Paulo, Livraria de Física 2006.
[2] SAADAT, H. Power System Analysis. 3ed. PSA
Publishing 2010.

[3] STEVERSON Jr, W. D. Elementos de Análise de Sistemas de


Potência. Tradução e Revisão técnica Mayer, A. R.; Minussi, J.P
e Ansuj, S. 2ed. - São Paulo: Editora McGraw-Hill 1986.
[4] OLIVEIRA, C. C. B.; SCHMIDT, H. P.; KAGAN, N. e
ROBBA, E. J. Introdução a Sistemas Elétricos de Potência -
Componentes Simétricas. 2ed. rev. e ampl. - São Paulo: Editora
Blucher, 2000.

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