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Helio V. Fagundes
Instituto de Física Teórica
Universidade Estadual Paulista
São Paulo – SP 01405-900
E-mail: helio@ift.unesp.br
Corrigido em 25/07/2008.
FONTES UTILIZADAS
2
1. Preliminares. Bases da Teoria de Einstein
c 3,0 10 8 m/s .
Esse valor é o mesmo da velocidade da luz¹, medida
em 1856 por Weber e Kohlrausch. A inferência óbvia foi
que a radiação luminosa é uma onda eletromagnética!
Idéia de onda era associada a um meio de propagação:
como no caso as ondas sonoras.
Daí o postulado do éter, que estaria em repouso no
espaço absoluto de Newton, e seria o meio de
propagação das ondas de Maxwell-Hertz.
1
Atualmente define-se : c 299 792 453 m/s. 4
Na Física pré-relativista:
Se a luz tem velocidade c no sistema inercial do éter, S,
ela terá velocidade c’ = c – v no sistema S’ que se move
com velocidade v com relação a S.
Na figura abaixo, vale x x vt, y y, c c v.
vt
O’ x’
o
x
A onda será recebida em S’ com a freqüência f’ = c’/λ =
= (c – v)/λ = (c/λ)(1 – v/c) = f (1 – v/c), que é o
efeito Doppler – aqui citado para comparação futura com
o caso relativista. 5
1.2 A experiência de Michelson-Morley e seu resultado negativo
A = fonte luminosa
V B = espelho
semitransparente
D, V = espelhos
F = tela fotossensível
L
L = |BV| = |BD|
B L
A * D
6
Se lab tem velocidade absoluta v, na direção A B, os tempos
de percurso diferentes são,
L L
t ( B D) , t ( D B) ,
cv cv
L
t ( B V ) t (V B) .
c v
2 2
T t ( B D) t ( D B) t ( B V ) t (V B)
L 1 1 2L 2 L 1 1
c 1 1 c 1 2 c 1 2 1 2
2
2L L
1 1 12
2 2
.
c c
2 L 1
2
| BD | L 1 2
T
L 0,
c 1 2 1 2
9
1.4 Os postulados de Einstein e a transformação de
Lorentz
A teoria da Relatividade Restrita, ou Especial, baseia-se
nos dois postulados seguintes:
t vx / c 2
t
1 ( v / c ) 2
x vt
x (1.4.2)
1 (v / c ) 2
y y
z z.
11
A transfor mação inversa de (1.4.2) é
t vx / c 2
t
1 (v / c ) 2
x vt
x (1.4.3)
1 (v / c ) 2
y y
z z .
12
1.C *Complemento matemático. Binômio de Newton generalizado.
t (t vx / c 2 ),onde 1/ 1 v 2 / c 2 ,
15
Caso (a). Se t vx / c 2 , então Δt’ > 0, ou seja, t1 t 2 ,
e a ordem dos eventos é mantida, primeiro evento 1, depois
evento 2.
Caso (b). Se t vx / c 2 , então Δt’ < 0, ou seja, t1 t 2 ,
e a ordem dos eventos é trocada, primeiro evento 2,
depois evento 1.
t t x / c
3 10 3 km
10 s
10 10 2
s.
3 10 km/s
5
16
Do último resultado (chamada para Roraima), tiramos duas
conclusões:
(ii) para termos Δt’ < 0, ou seja um sistema para o qual o telefone
fosse atendido antes da chamada, seria necessário termos 10
< β/100, ou β > 1 000, o que é impossível segundo a teoria:
nenhum sistema de referência pode ter velocidade |v| > c em
relação a outro!
Isto significa que a TR respeita a ordem natural das
causas e efeitos¹.
x 2 2 v2
ct ct 1
2 2
2
ct 1 2 ,
ct c
e portanto
t t 1 v / c . (2.2.2)
2
18
De (2.2.2) segue que
t
(com Δx 0) t t (2.2.3)
1 v / c
2
t
(com Δx 0) t t
1 v / c (2.2.4)
2
t . (2.3.1)
1 u / c
2 2
15 km
t 50 10 6 s ,
3,0 10 km/s
5
21
2.4 A contração de Lorentz no contexto einsteiniano
O comprimento de uma barra movendo-se (ou em
particular fixa) ao longo do eixo Ox de um sistema S é
definido por
L x1 x0 ,
onde x 0 e x1 são as coordenadas dos extremos da barra
num mesmo instante t 0 t1 .
vt 0 momento t 0 em S
x0 0 x1 L
x 0 x1
L( S ) x1 x0 ( x1 vt 0 ) ( x0 vt 0 )
( x1 x0 ) L( S ' ).
22
Portanto L(S’) = L(S)/γ , ou seja,
(com t 0) L L L 1 2 (2.4.1)
(com t 0) L L L 1 2 (2.4.2)
x x vt , t t vx / c 2
x
v
x x vt t
, ou seja,
t t vx / c 2
x v
1
t c 2
uv
u . (2.5.1)
1 uv / c 2
x ct x vt c (t vx / c 2 )
v
x vt ct x
c
v v
1 x 1 ct
c c
(1 - ) x ct
1-
x ct .
1
25
Portanto a fase em (2.5.2) se torna
2 1 2
( x ct ) ( x ct ) ,
1
1
onde .
1
c c 1
f f ,
(1 ) /(1 ) 1
26
3. Dinâmica relativista
p = mu (3.1.1)
Numa colisão elástica de duas partículas, o momento
total se conserva:
Pi p1i p2 i p1 f p2 f P f . (3.1.2)
Esta expressão vale em qualquer sistema inercial
newtoninano, isto é,
se r r vt , então Pi P f ;
mas não sob uma TL (cf. Gazzinelli, cap. 4). Para que
(3.1.2) continue valendo na teoria einsteiniana, temos
que mudar a definição (3.1.1).
28
Há vários modos de deduzir (ou inferir) uma nova
definição, mas nenhuma delas é bastante simples. No
complemento 3.C é dada uma motivação para as novas
definições. Aqui vou apenas mencionar o
E p c
2 2 2
m 2 c 4 m 2u 2 c 2 m 2 c 4 1 u 2 / c 2,
1 u / c
2 2
1 u / c
2 2
ou seja,
E 2 p 2c 2 m2c 4 . (3.1.5)
29
Para u 0 , segue de (3.1.4) a ( popularíss ima! ) expressão
E0 mc 2 ,
que chamamos energia de massa e que será estudada
na seção 3.3.
A diferença
T E mc 2 (3.1.6)
é a energia cinética da partícula , pois, para (u / c) 2 1,
u 2 1 / 2 u 2 mu 2
2
T mc 1- 2
2
1 mc 1 2 1 TNR ,
c 2c 2
de acordo com o PC.
30
A TLx para E e p é semelhante à TLx para (t, x, y, z) –
cf. seção 3.C:
E ( E vpx )
p x p x vE / c
2
(3.1.7)
p y p y
p p
z z
31
3.2 A equação relativista do movimento
A lei de força de Einstein tem a mesma forma da segunda
lei de Newton,
p
F , (3.2.1)
t
mas onde o momento tem a nova expressão
mu
p . (3.1.3)
1 u / c
2 2
1 (u / c )
2 2
c
2t 2 dx t
u 1 2
2
2 t 2 u ;
c dt 1 t / c
2 2 2
32
com x(0) 0, vem (mudando a variável t para s t / c
na segunda integral) ,
t t s cs c
x(t ) dt ds
0
1 2t 2 / c 2 0
1 s 2
c2
1 s 1
2
c 2
2t 2
1 2 1 ,
c
que é a equação horária para a coordenada x.
Expandindo agora a raiz quadrada, obtemos
c 2 2t 2 4t 4 t 2 2 t 2
x(t ) 1 2 4 1 1 2
2c 8c 2 4c
t2
para | u | |αt| c, de acordo com o PC.
2
33
3.3 Energia de massa e energia nuclear
N 0 N1 N 2 .
Com N 0 em repouso, o balanço de energia é
m0 c 2 (m1c 2 T1 ) (m2 c 2 T2 ) ,
(mc 2 ) (m0 m1 m2 )c 2 T1 T2 , (3.3.2)
e essa energia cinética é convertida em calor.
34
Como exemplo, temos a fissão (etapa de um processo
maior)
236
92 U141
55 Cs
95
37 Rb , com massas m0 3,9196 10 25 kg,
m1 2,3400 10 25 kg e m2 1,5763 10 25 kg. (Estas
são massas atômicas , mas em (3.2.3) as massas
eletrônica s se compensam , e a energia de ligação dos
elétrons é muito pequena .)
11
Exercício. Verificar que neste caso (mc ) 3,0 10 J.
2
p p p p p p.
Supondo que os prótons iniciais têm velocidades
u e –u, calcular o mínimo valor de u = |u| para que o
processo acima aconteça.
Como E f Ei , obtemos
1 u2 4u 2 u 3
2 4 1 2 1 3 2 ,
1 u2 / c2 c c c 2
36
a velocidad e mínima necessária é umin 0,866 c .
Observações :
1) Este exemplo também ilustra a transform ação de energia
cinética em matéria : inicialmen te temos dois prótons com
energia cinética T m p c 2 cada um, e finalmente temos
o par de partículas criadas, com massa m p cada uma.
2) Como comparação , notamos que, num cálculo newtoniano,
cada partícula inicial, com a mesma velocidad e acima, teria
a energia cinética TNR (1 / 2)m p (c 3 / 2) 2 (3 / 8)m p c 2 ,
menos da metade do valor relativíst ico.
37
3.5 A Eletrodinâmica no contexto relativista
Leis de Gauss D d Q ,
S
n
B d 0 .
S
n
d
Lei de Faraday E t dl
C
dt
B .
d
Lei de Ampère H tdl I
C
dt
D .
w ( w x )
x ( x w)
(3.C.1)
y y
z z
40
Então,
w w x
E / c m m ( E / c px ) ,
τ
x x w
px m m ( px E / c ) ,
τ
y y
py m m py ,
τ τ
z z
pz m m pz .
τ τ
Assim provamos (3.1.7), e concluímos que P é um
4-vetor. Este fato é uma motivação para as definições
(3.1.3) e (3.1.4), pois a TR procura substituir, nas
equações da Física, os 3-vetores do espaço euclidiano
comum por 4-vetores do espaçotempo.
41
4. Noções de Relatividade Geral
42
4.1 Espaçotempo de Minkowski e sua
generalização
43
Agora uma comparação com um plano comum, com
geometria euclidiana. Se temos um sistema de
coordenadas ortogonais (x, y), e fazemos uma rotação
para um novo sistema (x’, y’), a quantidade
(s) 2 (x) 2 (y) 2 , chamada a métrica do plano,
é invariante , isto é, (s) 2 (s ) 2 (x) 2 (y ) 2 .
Analogamente, H. Minkowski descobriu em 1908 que ct e x
podem ser consideradas coordenadas de um novo tipo de
espaço, o espaçotempo (ET). A métrica do ET é dada pela
equação (4.1.1), ou (4.1.2) em nosso estudo limitado a
duas dimensões.
y—----•
y’—----•
força -mg
aceleração g
X O’ X’
O
2 gy
(s ) 2 1 2 (ct ) 2 (x) 2 (y ) 2 , (4.2.1)
c
46
4.3 Deflexão da luz de uma estrela pelo Sol
x
2GM 2 (x)2 (y ) 2
(s) 1
2
c (t )
2
, (4.3.1)
rc 2 2GM
Sol 1
rc 2
onde r x 2 y 2 , G é a constante
Terra de Newton e M é a massa do Sol.
47
Vimos na seção 1.4 que, para a luz, Δs = 0. Em nosso
exemplo aqui, |Δx| é muito menor que |Δy|, e pode ser
Desprezado. Portanto,
y 2GM
2
y 1 2
2GM
2 2
c t v 1 2
c
rc t rc
onde vemos que, na vizinhança do Sol , a velocidade da luz
é menor que c
1
c 2GM 2GM
n 1 2
1 1, (4.3.2)
v rc rc 2
49
4.4 Redshift gravitacional
A métrica produzida por uma estrela de massa M e raio R
é, em duas dimensões,
1
2GM 2 2GM
(s ) 2 1 c ( t ) 2
1 2
(r ) 2 , (4.4.1)
rc rc
2
s 2GM GM
em T 1 1 2 T , (4.4.2)
Rc
2
c Rc
e essa radiação é recebida na Terra, à distância r , com
período
s 2GM GM
rec T 1 1 2 T . (4.4.3)
rc
2
c rc
50
Assim temos alargament o do compriment o de onda,
GM GM
1 2 T 1 2 T
rec em rec em rc Rc
em em GM
1 2 T
Rc
GM GM GM 1 1 GM
2 2 , pois r R .
rc Rc 2
c R r Rc 2
2GM 2
(s) 2 1 c ( t ) 2
( l ) 2
, (4.5.1)
rc
2
2GM 6
4 10 1.
rc 2
52
Chamando horizonte a esfera r rh 2GM c 2 , que
acontece se r rh ? O intervalo de tempo próprio é
2
dado por 1 2GM rc 2 t 1 rh r t ,
2 2
logo, para r rh , t .
1 rh r
54
Por exemplo, se na época t 0,2t 0 uma galáxia emitiu
a radiação amarela do sódio, com e 5890 Å, essa onda
seria detectada atualmente com
5890 Å
r 20100 Å 2,01 μm ,
0,856 0,2 2/3
55