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ESTRADAS II

M. Sc. MAYSA PONTES RANGEL


Engª Civil- Mestre em Planejamento Urbano-
Infraestrutura Urbana
Candido Mendes – UCAM
maysaran@terra.com.br
AULA 2.4
INTRODUÇÃO À INFRAESTRUTURA RODOVIÁRIA.
operações de terraplenagem: conceito e histórico.
tipos de terraplenagem
operações básicas de terraplenagem (ciclo de operação)
SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM
1-Corte
2-Aterro
3-Estabilidade dos taludes
ESTUDO DOS MATERIAIS DE SUPERFÍCIE (estudo
geológico) PARA PROJETO GEOTÉCNICO
Considerações iniciais.
1-Terminologia segundo as dimensões
1.1- origem dos solos
1.2- Descrição dos solos
1.3- Terminologia segundo as dimensões
2- IDENTIFICAÇÃO DE SOLOS
Projeto de terraplanagem
Introdução à infraestrutura rodoviária.

O pavimento, que, com seu pacote estrutural, em


especial o revestimento betuminoso (camada de
rolamento), interage diretamente com o tráfego;

Os dispositivos de sinalização e de obras


complementares,
1-OPERAÇÕES DE TERRAPLENAGEM: CONCEITO E HISTÓRICO.

-conceito
 terraplenagem ou movimento de terras: o conjunto de operações
necessárias para remover a terra dos locais em que se encontra em
excesso para aqueles em que há falta, tendo em vista um
determinado projeto a ser implantado.
 estrada de rodagem, ferrovia ,aeroporto, usina hidrelétrica, ou mesmo
um conjunto residencial.

Obras de Engenharia Civil de grande ou pequeno porte, exigem a


realização de trabalhos prévios de movimentação de terras. Por esta
razão a terraplenagem teve o enorme desenvolvimento verificado no
último século.
- Histórico
há séculos as obras de terraplenagem vêm sendo
executadas pelo homem.

 Egípcios: Pirâmides (2600-2400 a.C.) e Babilônios : os canais de


irrigação às margens dos rios Nilo e Eufrates (600 a.C.).

Os romanos foram os grandes engenheiros da antiguidade: estradas


e aquedutos- executados manualmente ou com o auxílio de animais e
instrumentos rudimentares.

até metade do século passado ainda era usado a "pá-de-cavalo",


constituída de uma caçamba dotada de lâmina de corte, a qual,
rebocada por tração animal, escavava e transportava o material.
exemplo de escavação e transporte de milhares de metros cúbicos de
rocha.
312 a.C.
Com o advento da máquina a vapor( século XIX) e, mais tarde o
desenvolvimento dos motores a combustão interna, aperfeiçoou- se
o formato da caçamba (shovel/concha)

1920: Holt e Best lançam o seu trator movido a gasolina

Décadas de 20 e 30: R.G. Le Tourneau- primeiro "Scraper“


propelido por trator

1938 é introduzido o primeiro "Motoscraper", isto é, o "Scraper"


autopropelido .
Máquinas cada vez mais eficientes sob o aspecto mecânico, o
que resultou o aumento extraordinário da produtividade.
A partir de 1950: grande desenvolvimento nas técnicas de
pavimentação- intercâmbio Brasil-EUA.

Consequente necessidade de uniformizar e normalizar as ES e


as técnicas de construção.

1ª edição Manual de Pavimentação- 1960; 1996 e 2006.


1ª edição Manual de Implantação Básica de Rodovias- 1968;
1996 e 2010
2-TIPOS DE TERRAPLENAGEM

Terraplenagem Manual

Terraplenagem Mecanizada
Características da Terraplenagem Manual

Depende da mão-de-obra abundante e barata;

suficiente organização para resolver os sérios problemas de


recrutamento, administração, alojamento e subsistência dos
trabalhadores;

estima-se que para produção de 50m³/h de escavação, empregar-se-


iam, pelo menos 100 homens. Em comparação, uma escavadeira,
operada apenas por um homem, pode executar a mesma tarefa.
Terraplenagem Mecanizada

A mecanização surgiu em consequência da


Escassez e encarecimento da mão-de-obra causada,
sobretudo, pela industrialização.

Alta eficiência mecânica dos equipamentos, traduzindo-se em


grande produtividade, a qual conduzia a preços mais baixos, se
comparados com os obtidos manualmente, especialmente em
razão da redução de mão-de-obra.
Características da Terraplenagem Mecanizada

a) Requer grandes investimentos em equipamentos de alto custo;

b) Exige serviços racionalmente planejados e executados, o que só


pode ser conseguido através de empresas de alto padrão de
eficiência;

c) Reduz substancialmente a mão-de-obra empregada, mas, por


outro lado, aumenta a especialização profissional e,
conseqüentemente, aumenta remuneração;

d) Permite a movimentação de grandes volumes de terras em prazos


curtos, graças à eficiência de operação e, sobretudo, pela grande
velocidade no transporte, o que leva a preços unitários extremamente
baixos, apesar do custo elevado do equipamento.
3-OPERAÇÕES BÁSICAS DE TERRAPLENAGEM
(CICLO DE OPERAÇÃO)

quatro operações básicas que ocorrem em sequência, ou às vezes,


com simultaneidade.

a) Escavação;
b) Carga do material escavado;
c) Transporte;
d) Descarga e espalhamento.

Podem ser executadas pela mesma máquina ou por equipamentos


diversos, ex: um trator de esteira provido de lâmina executa sozinho
todas as operações acima indicadas, sendo que as três primeiras
com simultaneidade.
M. de Implantação (p. 46):

É a técnica de engenharia de escavação e


movimentação de solos e rochas.

O termo técnico mais usado para


terraplenagem em rocha é desmonte em
rocha.
SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM: CORTE ; ATERRO; EIXO DA RODOVIA;
SUPERELEVAÇÃO; SUPERLARGURA; CONTROLE DE EXECUÇÃO ou
NOTA DE SERVIÇOS; LANÇAMENTO DO GREIDE; JAZIDAS DE
EMPRÉSTIMO.
1-CORTE
é o segmento da rodovia cuja implantação requer escavação de
material constituinte do terreno natural, para atingir o nível do
greide projetado.

O talude do corte deverá ter a inclinação


na proporção 3:2 (V:H)

ou seja, para cada metro avançado na


horizontal a altura aumentará 1,5 m.
No topo dos cortes mais altos é feito o escalonamento
(10 m) para diminuir riscos de instabilidade. É feita
proteção dos taludes com enleivamento e
hidrossemeadura para evitar descarrilamento.

Enleivamento - utiliza a implantação de gramas em


superfícies, através do transplante de placas retiradas
de áreas gramadas existentes nas proximidades da
rodovia.

Hidrossemeadura- lança, através de jato d’água com


equipamento especial, uma mistura de água, adubo e
sementes da espécie a ser implantada.
Talude: superfície
inclinada ou vertical,
proveniente dos
trabalhos de
terraplenagem que
limita o terreno natural
com o corpo da
estrada.

Talude em rocha.
2-ATERRO
Aterro é o segmento da rodovia cuja implantação requer
o lançamento e compactação de material sobre o terreno
natural, para atingir o nível do greide projetado.

A saia do aterro é a parede lateral formada pela


compactação e deverá ter a inclinação na proporção 2:3
(V:H). O nivelamento é feito por camadas compactadas,
segundo a cota de projeto.

Para garantir a sua estabilidade são feitos enleivamento


e hidrossemeadura nas saias dos aterros.
Cálculo da movimentação : diagrama de Bruckner, cortes e aterros .
3-Estabilidade dos taludes
É a capacidade que esse possui de permanecer inalterado após a sua
execução, resistindo à ação do intemperismo.
A inclinação do talude é definida com base em considerações técnico-
econômicas.

parâmetro técnico: resistência ao cisalhamento do solo, que é


função do atrito e coesão interna do material; natureza do solo;
regime de chuvas; altura do corte; finalidade; tipo de estrada etc.

Cuidados especiais devem ser tomados durante a marcação


dos off-sets, para evitar o empeno dos taludes, cuja retificação é
sempre onerosa, seja mecânica ou manualmente executada.

Manual de conservação rodoviária – DNIT


Processos corretivos para estabilização de taludes
O lado maior do esquadro (hipotenusa) é colocado sobre a superfície
do talude. No lado horizontal, utiliza-se um nível de pedreiro, no
vertical o prumo. Com o esquadro em nível, a relação entre os
comprimentos dos lados indica a inclinação do talude.
CORTE: proporção 3:2 (V:H), ATERRO: 2:3
À medida que o corte é rebaixado, a inclinação deve ser
acompanhada com o uso de gabarito apropriado, sendo o seu
acabamento realizado com o uso de motoniveladoras.

A frequência das verificações é função da rapidez da


execução dos cortes.

Entretanto, a altura de verificação não deve ultrapassar 2 m,


para facilitar a sua correção, se necessária, pela própria
motoniveladora ou outro equipamento.
Locação topográfica: O órgão rodoviário (DNIT, DER/xx, RFFSA )
fornece o eixo da estrada locado e piqueteado a cada 20 m, incluindo a
marcação dos PC(pontos de curva), PT(ponto de tangência) e PI (ponto
onde o prolongamento das retas se interceptam). A partir do eixo
locado, marcam-se os pontos de off-set, garantindo sua conservação,
pois as estacas do eixo vão desaparecer durante a terraplanagem.
EXECUÇÃO DE ATERROS
O trabalho começa com o desmatamento, quando necessário, e a
marcação dos off-sets de aterro,. As estacas são colocadas à 5 m das
cruzetas de marcação, que indicam alturas da plataforma em relação ao pé
do aterro.

Para alturas maiores as cruzetas devem ser escalonadas, até atingir a cota do
greide da plataforma
ESTUDOS GEOLOGICOS PARA PROJETO GEOTÉCNICO

CONSIDERAÇÕES INICIAIS.
Estudos geológicos
DNIT – IS 202; DER-SP –IP- DE- G00/001
Através da GEOLOGIA pode-se conhecer a história física da terra,
sua origem, os materiais que a compõem e os fenômenos naturais
ocorridos durante as várias eras e períodos da escala geológica
terrestre.

Para execução de terraplenagem- a finalidade do exame dos


solos é obter informações quanto à natureza e ao tipo:

-dos solos que serão encontrados na escavação, solos existentes por


trás dos taludes de corte.

- dos solos sobre os quais os aterros serão construídos.


1- ESTUDO DOS MATERIAIS DE SUPERFÍCIE

1.1- origem dos solos: Solo residual e Solo


transportado
- Solo residual: produtos de rochas intemperizadas que
permanecem no mesmo local que se deu a transformação.
solo residual jovem e maduro; solo de alteração de rochas; rocha
alterada ou fraturada.

Solo transportado: quando o produto da alteração foi


transportado por um agente qualquer para outro local.

solo orgânico (turfas) ; Coluviais (gravidade); de aluvião (água) ou


tálus (gravidade pela água) e eólicos (vento).
Solo residual
Perfil resultante da decomposição de rochas
Não existe um contato ou limite direto e brusco entre o solo e a rocha
que o originou, a passagem é gradativa e permite a separação em
pelo menos 2 faixas distintas.
perfil típico de solo residual
solo residual maduro: material mais intemperizado; contém maior
percentagem de argila.
solo residual jovem: ou saprolito (sapros, em grego: deteriorado, podre),
material arenoso.
rocha alterada ou fraturada: grande fluxo de água através de descontinuidades.
rocha sã: mantém as características originais; ocorre em profundidade.

+ argila

Saprolito
+ arenoso

fluxo de
água através
das fraturas

características
originais

Solo transportado
São mais inconsolidados e fofos que os residuais, com profundidade
variável.
-solo orgânico: dá origem as turfeiras ou borrachudos. Ex: trecho da Via
Dutra, próximo a Jacareí-SP, sempre apresentando problemas no
pavimento;
-Coluviais: ação da gravidade. Serra do Mar, Vale do Paraíba;
-de aluvião: por água. Bons para material de construção, péssimo para
fundações. Rio Tietê, Rio Paraná;
- eólicos: ação do vento. Estado do Ceará e Cabo Frio, RJ.
BOLETIM DE
SONDAGEM
.
ESTUDO DOS MATERIAIS DE SUPERFÍCIE
ROCHAS E SOLOS

estudo das rochas e minerais é de extrema importância pois


a rocha é o material de origem da maioria dos solos.

A terminologia das rochas objetiva definir os termos técnicos


dos materiais encontrados na crosta terrestre, ou
inspecionáveis visualmente ou retirados por meio de
sondagem, para fins de execução de terraplenagem ou
construção de obras d’artes.

NBR 6502/95
1-TERMINOLOGIA SEGUNDO AS DIMENSÕES
ROCHAS: materiais constituintes essenciais da crosta terrestre
provenientes da solidificação do magma ou de lavas vulcânicas ou da
consolidação de depósitos sedimentares, tendo ou não sofrido
Transformações metamórficas. Elevada resistência, modificável por contatos
com o ar ou a água em casos especiais (RICARDO e CATALANI, 2007).
a) Bloco de Rocha - pedaço isolado de rocha com diâmetro médio superior
a 1 m;

b) Matacão - pedaço de rocha com diâmetro médio superior a 25 cm e


inferior a 1m;

c) Pedra - pedaço de rocha com diâmetro médio compreendido entre 7,6 cm


e 25 cm.

d) Rocha Alterada - apresenta, pelo exame macroscópico ou microscópico,


indícios de alteração de um ou vários de seus elementos mineralógicos
constituintes, tendo geralmente diminuídas as características originais de
resistência.
1-TERMINOLOGIA SEGUNDO AS DIMENSÕES
SOLOS- ABNT NBR 6502/95
b) Solos : materiais constituintes especiais da crosta
terrestre provenientes da decomposição in situ das
rochas pelos diversos agentes geológicos, ou pela
sedimentação não consolidada dos grãos elementares
constituintes das rochas, com adição eventual de
partículas fibrosas de material carbonoso e matéria
orgânica coloidal.

• solo é qualquer material que possa ser escavado com


pá, picareta, escavadeiras, etc... sem necessidade de uso
de explosivos para desmonte.

• Na engenharia rodoviária, considera-se solo todo tipo


de material orgânico ou inorgânico, inconsolidado ou
parcialmente cimentado, encontrado na superfície da
Os solos são provenientes da deterioração da rocha através de
um processo denominado intemperismo, ou seja, a ação do
tempo. As várias formas de intemperismo podem ser
classificadas em dois grandes grupos:

intemperismo químico e intemperismo mecânico.


intemperismo químico- relacionado com os vários processos
químicos que alteram, solubilizam e depositam os minerais de
rocha, transformando-a em solo. Esse tipo é mais freqüente nos
climas quentes e úmidos e, portanto, muito comum no Brasil.

intemperismo mecânico é proveniente da ação mecânica


desagregadora de transporte da água, do vento e da variação de
temperatura. Muitas vezes ocorre a ação conjunta de vários
agentes do intemperismo.
Solos agrupados são designados pelo nome do tipo da fração
predominante seguido do nome daquele de proporção
imediatamente inferior.
A designação baseia-se nas quantidades percentuais (em peso) das frações
presentes, a partir de 10 %, possibilitando as seguintes combinações:
Areia Silte Argila
Areia siltosa Silte arenoso Argila arenosa
Areia argilosa Silte argiloso Argila siltosa
Areia silto-argilosa Silte areno-argiloso Argila areno-siltosa
Areia argilo-siltosa Silte argilo-arenoso Argila silto-arenosa
A definição do que é solo depende em muitos casos de quem o
utiliza.

Para o engenheiro civil, os solos são um aglomerado de partículas


provenientes de decomposição da rocha, que podem ser
escavados com facilidade, sem o emprego de explosivos, e que
são utilizados como material de construção ou de suporte para
estruturas.

Grande importância como material de construção e de


fundação.

Nas barragens de terra, nas fundações de estruturas, o solo –


assim como o concreto e o aço – está sujeito a esforços que
tendem a comprimi-lo e a cisalhá-lo, provocando deformações e
podendo, eventualmente, levá-lo à ruptura.
Projeto básico de terraplanagem
Estudos geológicos

FASE PRELIMINAR
FASE PRELIMINAR
Nesta fase são desenvolvidas as seguintes atividades:
a) Coleta e pesquisa de dados;
b) lnterpretação de fotografias aéreas;
c) lnvestigação de campo.

Análise interpretativa das fotografias aéreas da região,


buscando-se separar as unidades mapeáveis de interesse
geotécnico, que possam interferir no estabelecimento das
condições geométricas e geotécnicas das diretrizes;

Serão estabelecidas recomendações para solução de


problemas construtivos da rodovia decorrentes da
formação geológica da região tais como:
a) Cortes e aterros em zonas de instabilidade
b) Aterros em solos compressíveis.
Deverá finalizar com as conclusões e recomendações
resultantes dos trabalhos realizados.
O plano de sondagens de reconhecimento abrangerá área
que permita entre as alternativas, a escolha da melhor
diretriz considerando o aspecto geológico. Será baseado
em mapas preliminares e demais informações geológicas
disponíveis, e buscará a solução para os grandes
problemas geológicos geotécnicos, tais como:

a) zonas de tálus (solos transportados por água gravidade);


b) zonas sedimentares recentes, sobretudo com presença
de solos compressíveis;
c) zonas de instabilidade potenciais ou reais;
d) passagens em gargantas e meias-encostas íngremes;
e) zonas com ocorrência de solos coluviais (solos
transportados por gravidade);
ESTABILIDADE DOS ATERROS – CONSOLIDAÇÃO DAS FUNDAÇÕES
Fundação e compactação: Ainda que a compactação de um aterro seja excelente,
se for construído sobre um subleito fraco, poderá apresentar recalques excessivos
ou rupturas.
a) Recalque por adensamento:

Resultante das pressões devidas ao peso próprio e das cargas móveis trafegando
sobre o aterro, o adensamento é conseqüência do escoamento de água, expulsa
dos vazios do solo, quando estes diminuem.
SEMPRE EXISTIRÁ ADENSAMENTO E RECALQUE, mas este deverá ser
previsto e mantido sob controle.
SOLUÇÕES:
Quando o sub-leito é fraco, como por exemplo um brejo, podemos tentar estabiliza-
lo ou removê-lo, com substituição do solo por outro mais adequado. Sempre
adotamos a solução mais econômica.

REMOÇÃO DO SOLO RUIM E SUBSTITUIÇÃO POR MELHOR:


Geralmente a remoção é feita por dragas, com imediata substituição por material
arenoso. Uma boa técnica é a operação por faixas alternadas, com esgotamento da
água que se acumula no fundo através de bombas de sucção ou se a topografia
permitir, por valas de escoamento.

Após o esgotamento da água, o lodo remanescente tem de ser retirado, e


imediatamente aterrado com material arenoso (para permitir fluxo de água, e evitar
capilaridade). Nas primeiras camadas não se toma muito cuidado com o grau de
compactação, no caso de brejos, pois a velocidade é imprescindível. O material ruim
é disposto em "bota-fora". No caso de "minas d’água" de grande vazão, podem ser
colocadas manilhas verticais com constante bombeamento enquanto se procede ao
aterro provisório.

Após ser atingida uma altura suficiente, é fechada e compactada rapidamente (em
caso de barragens, pode até ser colocado um tampão em concreto).
Pode-se utilizar o próprio peso do aterro para deslocar o material original,
quando este é muito mole.

O aterro é feito aos poucos, em setores, e o material mole vai sendo expulso à
medida que a altura do aterro cresce.

Viável se a camada ruim não for muito alta, e houver um horizonte de material
firme subjacente, mas não é possível um bom controle da homogeneidade das
camadas(bolsões de material mole podem prejudicar a estabilidade).

É o mais usado em obras provisórias, como na construção de ensecadeiras


para durar um tempo fixo, enquanto as obras principais de uma barragem são
executadas.
EMPREGO DE EXPLOSIVOS:
Quando a camada mole resiste ao deslocamento pelo peso próprio do aterro, e
se for profunda, pode ser cogitado o uso de explosivos.

Ao início, executa-se uma série de explosões superficiais visando segregação


entre fases sólida e líquida, e remoção do entrelaçado de raízes. Depois se
aterra com espessura maior que a de projeto, e executa-se a primeira linha de
furos (principal) para a colocação das cargas, espaçada de 3 m., e em
profundidade capaz de atingir a metade da camada mole. Também com
espaçamento de 3 m.
Em relação à primeira linha,
executar a segunda linha de
furos, e quantas mais forem
necessárias em função da
largura da plataforma. O fogo
é dado na primeira linha, em
seguida na segunda, etc.
Dentre os explosivos, um dos
mais usados é a gelatina,
resistente à água, no
consumo de 150 a 200 g por
m3 de material a ser
deslocado.
DRENOS VERTICAIS DE AREIA, COM COLCHÃO DE AREIA, para acelerar o
adensamento :

Como o adensamento é um fenômeno lento, pode ser acelerado para encaixar-se


ao tempo da construção, fazendo-se furos (sonda rotativa ou cravação de tubos
drenantes), com o conteúdo lavado por jatos d’água e preenchido com areia.

Uma camada de areia (colchão) é lançada sobre o topo dos drenos, para que a
água drenada possa sair, quando pressionada pelo aterro em execução.

O dimensionamento dos drenos é função dos coeficientes de percolação da


água, estudados em Mecânica dos Solos. Os diâmetros variam de 20 a 60 cm,
com espaçamento da ordem de dez vezes o valor do diâmetro (2 a 6 m).
OUTROS PROCESSOS:
Remoção (e/ou aterramento) de solos lodosos com dragas de sucção. Usada com
solos extremamente moles, geralmente de origem recente. No caso de aterro, é
chamado ATERRO HIDRÁULICO. Muito usado no litoral, tem como exemplos mais
conhecidos os desaterros de argila marinha na baixada santista e no morro do
Castelo(Rio de Janeiro).
6.7. EXECUÇÃO DE ATERROS SOBRE SOLOS MOLES, P. 299- MIB
Curso de TERRAPLANAGEM- Prof Almeida- ABPV
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DNIT. Manual de Implantação Básica, 2010. Capítulo 5.
DNIT. Manual de Pavimentação, 2006.
DNIT – IS 202

DER-SP –IP- DE- G00/001

CONSIDERAÇÕES DE ALGUNS ESTUDOS PRELIMINARES


PRÉ-CONSTRUTIVOS- UFBA - Escola Politécnica -
Departamento de Transportes Disciplina ENG305 –
CONSTRUÇÃO DE ESTRADAS- Profa Denise Ribeiro

RICARDO, Hélio de Souza e CATALANI, Guilherme, Manual


prático de escavação: terraplanagem e escavação de rocha,
3ª. ed. – São Paulo/SP: Pini, 2007.

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