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ESTADO DE GOIÁS

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE


SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍTICAS DE ATENÇÃO INTEGRAL À
SAÚDE - SPAIS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM
REGULAÇÃO DE SISTEMA DE SAÚDE

Julho/2011
O CONCEITO DE REDES DE ATENÇÃO À
SAÚDE

Rede de Atenção à Saúde - conjunto de


ações e serviços de saúde articulados em
níveis de complexidade crescente, com a
finalidade de garantir a integralidade da
assistência à saúde

Decreto nº 7508, de 28/06/2011


O CONCEITO DE REDES DE ATENÇÃO À
SAÚDE
As Redes de Atenção à Saúde são organizações
poliárquicas de conjuntos de serviços de
saúde, vinculados entre si por uma missão
única, por objetivos comuns e por uma ação
cooperativa e interdependente, que
permitem ofertar uma atenção contínua e
integral a determinada população,
coordenada pela Atenção Primária à Saúde –
prestada no tempo certo, no lugar certo, com
o custo certo, com a qualidade certa e de
forma humanizada -, e com responsabilidade
sanitária e econômica por esta população.
SISTEMA ÚNICO DE
SAÚDE

ORGANIZAÇÃO DO
SISTEMA E DA SES-GO
6/29/2019
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE-SUS

 O Brasil optou por um sistema de saúde público


e universal, que deve garantir atendimento
integral para todos os cidadãos
 Que deve enfrentar duplo desafio:
 Abrir as portas do sistema para garantir o
atendimento à população historicamente
desassistida em saúde;
 Implantar redes de atenção à saúde que
possam dar conta das necessidades de
atendimento da população

6/29/2019
ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO/SUS

É baseada em dois princípios


fundamentais:

Hierarquização
Regionalização

6/29/2019
HIERARQUIZAÇÃO
 É a organização dos serviços segundo a
complexidade das ações desenvolvidas:

 Atenção Primária à Saúde – Atenção básica


 Atenção Secundária á Saúde - Média
Complexidade ambulatorial e hospitalar
 Atenção Terciária à Saúde - Alta
complexidade ambulatorial e hospitalar

6/29/2019
ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE
 Caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no
âmbito individual e coletivo, que abrangem a
promoção e a proteção da saúde, a prevenção de
agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a
manutenção da saúde.
 É desenvolvida por meio do exercício de práticas
gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas,
sob forma de trabalho em equipe, e dirigidas a
populações de territórios bem delimitados, pelas
quais assume a responsabilidade sanitária,
considerando a dinamicidade existente no território em
que vivem essas populações.

6/29/2019
• Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa
densidade, que devem resolver os problemas de saúde de
maior freqüência e relevância em seu território.

 É o primeiro nível da atenção à saúde no SUS (contato


preferencial dos usuários);

 Orienta-se pelos princípios da universalidade, da


acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e
da continuidade, da integralidade, da responsabilização,
da humanização, da equidade e da participação social.

 Tem a Saúde da Família como estratégia prioritária para


sua organização;

 Embora a atenção básica em saúde seja entendida como


a base orientadora do sistema, ser porta de entrada
preferencial e que deva ter visão integral da assistência à
saúde para sua população adscrita, os procedimentos
realizados diretamente em seus serviços, não esgotam as
necessidades
6/29/2019 dos pacientes do SUS.
MÉDIA COMPLEXIDADE EM
SAÚDE
 A média complexidade ambulatorial é
composta por ações e serviços que
visam atender aos principais
problemas e agravos de saúde da
população, cuja complexidade da
assistência na prática clínica demande
a disponibilidade de profissionais
especializados e a utilização de
recursos tecnológicos, para o apoio
diagnóstico e tratamento.
6/29/2019
MÉDIA COMPLEXIDADE EM
SAÚDE
 GRUPOS QUE COMPÕEM OS PROCEDIMENTOS
DE MÉDIA COMPLEXIDADE DO SISTEMA DE
INFORMAÇÕES AMBULATORIAIS (SIA):

 Procedimentos especializados realizados por


profissionais médicos, outros profissionais de
nível superior e nível médio;
 Cirurgias ambulatoriais especializadas;
 Procedimentos tráumato-ortopédico;
 Ações especializadas em odontologia;
 Patologia clínica;

6/29/2019
 Anatomopatologia e citopatologia;
 Radiodiagnóstico;
 Exames ultra-sonográficos;
 Diagnose;
 Fisioterapia;
 Terapias especializadas;
 Próteses e órteses;
 Anestesia.

6/29/2019
ALTA COMPLEXIDADE EM
SAÚDE
 Conjunto de procedimentos que, no
contexto do SUS, envolve alta
tecnologia e alto custo, objetivando
propiciar à população acesso a
serviços qualificados, integrando-os
aos demais níveis de atenção à saúde
(atenção básica e de média
complexidade).

6/29/2019
PRINCIPAIS ÁREAS QUE COMPÕEM A ALTA
COMPLEXIDADE DO SUS, ORGANIZADAS EM
REDES:

• Assistência ao paciente portador de


doença renal crônica;
• Assistência ao paciente oncológico;
• Assistência ao paciente cardiovascular;
• Assistência em tráumato-ortopedia;
• Procedimentos de neurocirurgia;
• Assistência em otologia;
• Cirurgia de implante coclear;

6/29/2019

Assistência aos pacientes portadores de
queimaduras;

Assistência aos pacientes portadores de obesidade
(cirurgia bariátrica);

Cirurgia reprodutiva;

Genética clínica;

Terapia nutricional;

Distrofia muscular progressiva;

Osteogênese imperfecta;

6/29/2019
REGIONALIZAÇÃO
• É uma diretriz do Sistema Único de Saúde e um eixo
estruturante do Pacto de Gestão;

• Deve orientar a descentralização das ações e serviços de
saúde e a organização da Rede de Atenção à Saúde;

• Norma Operacional da Assistência a Saúde (NOAS/01/2002),


institui a elaboração de um Plano Diretor de Regionalização -
PDR e seus complementos, o Plano Diretor de Investimentos
(PDI) e a Programação Pactuada e Integrada (PPI) .
• O Pacto de Gestão - 2006 reafirma a regionalização como uma
diretriz do Sistema Único de Saúde e mantém o PDR, PDI e a
PPI como principais instrumentos da regionalização e institui a
criação dos Colegiados Gestores Regionais
6/29/2019
PLANO DIRETOR DE REGIONALIZAÇÃO – PDR - Instrumento de
ordenamento do processo de regionalização da atenção à saúde.

PLANO DIRETOR DE INVESTIMENTOS - O PDI apresenta os


investimentos necessários para atender as prioridades identificadas
no PDR.

PROGRAMAÇÃO PACTUADA E INTEGRADA PPI - É o instrumento de


programação e alocação de recursos da assistência

COLEGIADOS DE GESTÃO REGIONAL - espaços permanentes de


pactuação e co-gestão solidária e cooperativa entre as secretarias
estadual e municipais de saúde nas regiões.
A constituição do colegiado de gestão regional deve assegurar a
presença de todos os gestores de saúde dos municípios que
compõem a região e da representação estadual

6/29/2019
AS RELAÇÕES ENTRE OS TERRITÓRIOS
SANITÁRIOS E OS NÍVEIS DE ATENÇÃO

• MACRORREGIÃO: auto-suficiência alta


complexidade e parte da média
• REGIÃO: auto-suficiência parte média
complexidade
• MUNICIPAL : área de abrangência da
atenção primária à saúde

6/29/2019
A REGIONALIZAÇÃO
NO ESTADO DE GOIÁS

6/29/2019
REGIONALIZAÇÃO DA SAÚDE EM GOIÁS

2001- Elaborado o Plano Diretor de Regionalização


(PDR) – NOAS/01
Os critérios para definição das regiões :

 Contiguidade intermunicipal;
 Existência, entre esses municípios, de alguma
identidade social, econômica e cultural;
 Existência de um sistema de transporte e de
comunicação entre os municípios e as regiões;
 A identificação dos fluxos assistenciais;
 Avaliação da disponibilidade de recursos humanos,
físicos, equipamentos e insumos em escala
adequada à qualidade e ao acesso (compatibilização
de economia de escala e eqüidade no acesso).
6/29/2019
 Município - Atenção Básica: (Saúde da Família)
 Módulo Assistencial: Média Complexidade 1;
Internações básicas em clínica médica, clínica
pediátrica e obstétrica (parto normal)
 Microrregiões: Pré Natal de Alto Risco Urgências
 Regiões : Média Complexidade 2, 3 ; Internação
Especializada; Alta Complexidade Ambulatorial e
Hospitalar

2005 - Atualização do PDR 2001

6/29/2019
ESTADO DE GOIÁS –
MACRORREGIÕES DE SAÚDE

6/29/2019
ESTADO DE GOIÁS –REGIÕES
DE SAÚDE

6/29/2019
ESTADO DE GOIÁS
• Macrorregioões – 05
• Regiões – 16
• Municípios – 246
• Nº habitantes/ 2010 – 6.004.045
• 16 Municípios pólos regionais
• 15 Sedes administrativas regionais
• 16 Colegiados Gestores Regionais

6/29/2019
MACRORREGIÃO/ REGIÃO/ POPULAÇÃO MUNICÍPIO PÓLO Nº MUNICÍPIOS QUE
POPULAÇÃO COMPÕEM A REGIÃO

Centro – Oeste Central 1.602.671 Goiânia 25


2.823.408
Centro Sul 809.548 Aparecida Goiânia 25

Rio Vermelho 193.042 Goiás 18

Oeste I 114.465 Iporá 16

Oeste II 103.682 São Luis dos Montes Belos 13

Pirineus 473.823 Anápolis 12

São Patrício 281.001 Ceres 26

Norte 138.564 Porangatu 13

Serra da Mesa 138.564 Uruaçu 09

Entorno Norte 298.630 Formosa 17

Entorno Sul 714.880 Luziânia 07

Nordeste 62.653 Campos Belos 07

Sudoeste I 348.896 Rio Verde 17

Sudoeste II 189.717 Jataí 10

Sul 230.807 Itumbiara 13

6/29/2019 Estrada de Ferro 251.334 Catalão 18


REDE INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO DO
DISTRITO FEDERAL E ENTORNO RIDE/DF

 A RIDE/DF foi criada adotando como lógica, a integração de


ações entre União, Estados e Municípios na solução dos problemas
vivenciados pelas populações do chamado “entorno do DF” e suas
relações com Brasília, bem como, promovendo o fortalecimento da
ação pública naquela localidade.
 Fazem parte desta Região :
 Distrito Federal (DF);
 19 municípios do Estado de Goiás: Abadiânia, Água Fria de
Goiás Águas Lindas de Goiás , Alexânia, Cabeceiras, Cidade
Ocidental Cocalzinho de Goiás Corumbá de Goiás, Formosa,
Luziânia (GO), Mimoso de Goiás Novo Gama, Padre Bernardo,
Pirenópolis, Planaltina de Goiás, Santo Antônio do Descoberto,
Valparaíso;
 03 municípios de Minas Gerais: Vila Boa Cabeceira Grande, Buritis
e Unaí.

6/29/2019
PLANO DIRETOR DE INVESTIMENTOS - O PDI-GO

 Levantamento da capacidade instalada

 Constatada a insuficiência

 Dimensionou-se investimentos (portarias MS/GM nº


544/2001 e 1.101/2002) de forma a garantir acesso às
ações e serviços da atenção primária ,média e alta
complexidade;

 Desatualizado (2001/2002), fundamentado na NOAS,


focado na assistência.
 Plano de ação da RIDE

6/29/2019
A PROGRAMAÇÃO PACTUADA E
INTEGRADA DA ATENÇÃO EM SAÚDE
PPI
A PPI é um processo que visa a definir a programação das
ações de saúde em cada território e a nortear a alocação dos
recursos financeiros para saúde a partir de critérios e
parâmetros pactuados entre os gestores;
 A PPI deve explicitar os pactos de referência entre
municípios, gerando a parcela de recursos destinados à
população do município onde se faz a prestação dos serviços
e à população referenciada;
Implementada com a NOAS, reprogramada trimestralmente;
 Instituído grupo coordenado pela SES, com representantes
municipal indicados pelo COSEMS para definição de critérios
de alocação e acompanhamento da PPI ;
Encontra-se em processo de implantação o novo sistema
de6/29/2019
programação.
COMPLEXOS REGULADORES

REGIÃO CR SAMU 192 COMPLEXO REGULADOR


REGIONAL

6/29/2019
COMPLEXOS REGULADORES
REGIÃO CR SAMU 192 COMPLEXO REGULADOR REGIONAL
CENTRAL GOIÂNIA GOIÂNIA
CENTRO SUL APARECIDA DE GOIÂNIA APARECIDA DE GOIÂNIA
RIO VERMELHO GOIÁS GOIÁS
OESTE I IPORÁ IPORÁ
OESTE II S.L.MONTES BELOS
NORTE PORANGATU
SERRA DA MESA URUAÇU
SÃO PATRICIO CERES
PIRENEUS ANÁPOLIS
NORDESTE CAMPOS BELOS
ENTORNO NORTE FORMOSA
ENTORNO SUL LUZIÂNIA
SUDOESTE I RIO VERDE
SUDOESTE II JATAÍ
ESTRADA DE FERRO CALDAS NOVAS
CATALÃO
6/29/2019
Esta sendo implantado o complexo
regulador estadual.
Todos os CRR estão com o módulo
ambulatorial implantado e operando
Somente os CRR de Goiânia, Aparecida
de Goiânia, Anápolis e Ceres regulam as
internações, os outros estão
capacitados, mas alegam dificuldades
para a contratação de equipe para as 24
horas.
O CRR de Goiânia não utiliza o SISREG
III
6/29/2019
REDES DE ALTA COMPLEXIDADE
CONFORMADAS/PACTUADAS/IMPLANTADAS :
1. Atenção Integral às Urgências - Resolução nº. 063/2009-
CIB;
2. Assistência em Nefrologia na Alta Complexidade / 2005
3. Assistência Cardiológica na Alta Complexidade -
Resolução nº. 038/2008-CIB;
4. Assistência de Alta Complexidade em Oncologia -
Resolução nº. 039/2008-CIB;
5. Assistência ao Paciente Neurológico na Alta
Complexidade - Resolução nº. 061/2010-CIB.
6. Assistência de Alta Complexidade em Terapia
Nutricional - Resolução nº. 237/2010-CIB
7. Assistência de Alta Complexidade em Traumato-
Ortopedia - Resolução nº. 062/2010-CIB.
8. Assistência Ventilatória não Invasivaaos portadores de
Doenças Neuro Musculares- Resolução nº 137/2010-CIB
9. Hemorrede
6/29/2019
REDES DE MÉDIA COMPLEXIDADE
CONFORMADAS/PACTUADAS/IMPLANTADAS

1. Assistência às Pessoas Ostomizadas - Resolução nº. 139/2010-CIB.


2. Assistência à Pessoa Portadora de Deficiência Física, Motora e
Múltipla - Resolução nº. 136/2010-CIB.
3. Assistência Assistência à Pessoa com Deficiência Auditiva -
Resolução nº. 129/2010-CIB.
4. Assistência à Influenza - H1n1 - Aprovada pelo Comitê Estadual de
Crise para a Influenza Pandêmica (Decreto nº. 6.912 de 08 de maio
de 2009);
5. Atenção Integral às ações de DST / HIV / AIDS - Resolução nº.
263/2010-CIB
6. Enfrentamento ao Crack e outras Drogas - Resolução nº. 255/2010-
CIB.
7. Rede de Referência para Contingência dos casos de Dengue

6/29/2019
REDES EM PROCESSO DE CONFORMAÇÃO
1. Rede de Assistência em Alta Complexidade aos
Queimados
2. Rede de Assistência em Oftalmologia
3. Rede de Alta Complexidade em Cirurgia Bariátrica
4. Rede de Assistência Materno-Infantil
5. Rede de Cirurgia de Alta Frequência - CAF
6. Rede de Mamografia
7. Rede de Assistência à Tuberculose
8. Rede de Assistência á Pessoa Idosa
9. Rede de Atenção à Saúde Mental
10. Rede de Assistência ao Portador de Deficiência
Visual
11. Organização da saúde no Sistema Penitenciário
12. Rede de Atenção à Saúde Bucal
6/29/2019
AS REDES DE ATENÇÃO À
SAÚDE
POR QUE
ORGANIZAR REDE
DE ATENÇÃO À
SAÚDE NO SUS
A SITUAÇÃO DE SAÚDE NO BRASIL:
A TRIPLA CARGA DE DOENÇAS

 UMA AGENDA NÃO CONCLUÍDA DE INFECÇÕES,


DESNUTRIÇÃO E PROBLEMAS DE SAÚDE
REPRODUTIVA
 A FORTE PREDOMINÂNCIA RELATIVA DAS DOENÇAS
CRÔNICAS E DE SEUS FATORES DE RISCOS, COMO
TABAGISMO, SOBREPESO, INATIVIDADE FÍSICA, USO
EXCESSIVO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS E
ALIMENTAÇÃO INADEQUADA
 O CRESCIMENTO DAS CAUSAS EXTERNAS

FONTE: FRENK (2006); MENDES (2009)


6/29/2019
FRAGMENTAÇÃO DE SERVIÇOS,
PROGRAMAS, AÇÕES E PRÁTICAS CLÍNICAS:

 ORGANIZADOS POR COMPONENTES ISOLADOS


 ORIENTADOS PARA A ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES AGUDAS E
PARA AS AGUDIZAÇÕES DAS CONDIÇÕES CRÔNICAS
 VOLTADOS PARA INDIVÍDUOS
 OS SUJEITOS SÃO OS PACIENTES
 REATIVIDADE
 ÊNFASE NAS AÇÕES CURATIVAS E REABILITADORAS
 SISTEMAS DE ENTRADA ABERTA E SEM COORDENAÇÃO DA
ATENÇÃO PELA APS
 ÊNFASE NO CUIDADO PROFISSIONAL
 GESTÃO DA OFERTA
 PAGAMENTO POR PROCEDIMENTOS

6/29/2019
O PROBLEMA CRÍTICO DO SUS

A INCOERÊNCIA ENTRE UMA SITUAÇÃO DE


SAÚDE QUE COMBINA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
ACELERADA E TRIPLA CARGA DE DOENÇA, COM
FORTE PREDOMINÂNCIA DE CONDIÇÕES CRÔNICAS,
E UM SISTEMA FRAGMENTADO DE SAÚDE QUE
OPERA DE FORMA EPISÓDICA E REATIVA E QUE É
VOLTADO PRINCIPALMENTE PARA A ATENÇÃO ÀS
CONDIÇÕES AGUDAS E ÀS AGUDIZAÇÕES DE
CONDIÇÕES CRÔNICAS

6/29/2019
FONTE: MENDES (2009)
A SOLUÇÃO DO PROBLEMA CRÍTICO DO
SUS

O RESTABELECIMENTO DA COERÊNCIA ENTRE A


SITUAÇÃO DE SAÚDE COM TRANSIÇÃO
DEMOGRÁFICA ACELERADA E TRIPLA CARGA DE
DOENÇA COM PREDOMÍNIO RELATIVO FORTE DE
CONDIÇÕES CRÔNICAS E UM SISTEMA INTEGRADO
DE SAÚDE QUE OPERA DE FORMA CONTÍNUA E
PROATIVA E VOLTADO EQUILIBRADAMENTE PARA A
ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES AGUDAS E CRÔNICAS:
AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
FONTE: MENDES (2009)
6/29/2019
Experiencias têm demonstrado que a organização
da RAS tendo a APS como coordenadora do cuidado
e ordenadora da rede, se apresenta como um
mecanismo de superação da fragmentação sistemica;

6/29/2019
REDES INTEGRAIS DE
ATENÇÃO
• É a organização horizontal de serviços de
saúde, com o centro de comunicação na
atenção primária à saúde, que permite prestar
uma assistência contínua a determinada
população – no tempo certo, no lugar certo,
com o custo certo e com a qualidade certa – e
que se responsabiliza pelos resultados
sanitários e econômicos relativos a essa
população.
CARACTERÍSTICA SISTEMA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
FRAGMENTADO

Forma de organização Hierarquia Poliarquia

Coordenação da Inexistente Feita pela atenção primária


atenção

Comunicação entre Inexistente Feita por sistemas logísticos


os componentes eficazes

Foco Nas condições agudas Nas condições agudas e crônicas


por meio de unidades de por meio de uma rede integrada
pronto atendimento de pontos de atenção à saúde

Objetivos Objetivos parciais de Objetivos de melhoria da saúde de


diferentes serviços e uma população com resultados
resultados não medidos clínicos e econômicos medidos

População Voltado para indivíduos População adscrita dividida por


isolados subpopulações de risco e sob
6/29/2019 responsabilidade da rede
CARACTERÍSTICA SISTEMA FRAGMENTADO REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE

Sujeito Paciente que recebe Agente co-responsável pela


prescrições dos profissionais própria saúde
de saúde

A forma da ação do Reativa, acionada pela Proativa, baseada em planos de


sistema demanda dos pacientes cuidados de cada usuário
realizado conjuntamente pelos
profissionais e pelos usuários

Ênfase das Curativas e reabilitadoras Promocionais, preventivas,


intervenções sobre doenças ou condições curativas, cuidadoras, ou
estabelecidas reabilitadoras sobre
determinantes sociais da saúde,
sobre fatores de risco e sobre as
doenças ou condições
estabelecidas

Modelo de atenção Fragmentado por ponto de Integrado, com estratificação dos


atenção à saúde, sem riscos, e voltado para os
estratificação de riscos e determinantes sociais da saúde,
voltado para as doenças ou os fatores de riscos e as doenças
condições estabelecidas ou condições estabelecidas

Planejamento Planejamento da oferta, Planejamento da demanda


definido pelos interesses dos definido pelas necessidades de
prestadores e baseados em saúde da população adscrita
6/29/2019 séries históricas
CARACTERÍSTICA SISTEMA FRAGMENTADO REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE

Ênfase do cuidado Nos profissionais de saúde, Na relação entre equipes


especialmente nos médicos multiprofissionais e os usuários e
suas famílias e com ênfase no
autocuidado orientado

Conhecimento e Concentradas nos Partilhado por equipes


ação clínicas profissionais, especialmente multiprofissionais e usuários
médicos

Tecnologia de Fragmentada, pouco Integrada a partir de cartão de


informação acessível e com baixa identidade dos usuários e dos
capilaridade nos prontuários eletrônicos e
componentes das redes articulada em todos os
componentes da rede

Organização Territórios político- Territórios sanitários definidos


territorial administrativos definidos pelos fluxos sanitários da
por lógica política população em busca de atenção

Sistema de Financiamento por Financiamento por valor global ou


financiamento procedimentos em pontos por capitação da rede
de atenção à saúde isolados

Participação social Participação social passiva e Participação social ativa por meio
a comunidade vista como de conselhos de saúde com
cuidadora presença na governança da rede
6/29/2019
6/29/2019
6/29/2019
OS FUNDAMENTOS DA CONSTRUÇÃO DE
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
 Os princípios organizativos (economia de
escala; qualidade, suficiência, disponibilidade
de recurso e acesso aos diferentes pontos de
atenção a saúde)
 Os territórios sanitários (população adscrita)
 Níveis de atenção
 As formas de integração (horizontal: fusão ou
aliança estratégica; vertical – unidades
produtivas diferentes)
 Processo de substituição
 As diretrizes clínicas (protocolos, linhas-guia)
OS PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS
DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
E SUA DINÂMICA

• ECONOMIA DE ESCALA
• DISPONIBILIDADE DE • ACESSO
RECURSOS
• QUALIDADE
FONTE: MENDES (2001)
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS:
As redes de atenção à saúde constituem-se de três
elementos fundamentais:
 uma população,
 uma estrutura operacional
 os pontos de atenção à saúde;
 o centro de comunicação localizado na atenção
primária à saúde;
 os sistemas de apoio (sistema de assistência
farmacêutica, sistema de apoio diagnóstico e
terapêutico e sistemas de informação em saúde);
 os sistemas logísticos (cartão de identificação dos
usuários, prontuário eletrônico, central de regulação
e sistema de transporte sanitário);
 e o sistema de governança.
 um modelo de atenção à saúde
A POPULAÇÃO NAS
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
 O PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO
 O CADASTRAMENTO DAS FAMÍLIAS
 A CLASSIFICAÇÃO DAS FAMÍLIAS POR RISCOS SÓCIO-
SANITÁRIOS
 A VINCULAÇÃO DA POPULAÇÃO ÀS EQUIPES DE ATENÇÃO
PRIMÁRIA À SAÚDE
 A IDENTIFICAÇÃO DAS SUB-POPULAÇÕES COM FATORES DE
RISCO
 A IDENTIFICAÇÃO DAS SUB-POPULAÇÕES COM DOENÇAS OU
CONDIÇÕES ESTABELECIDAS POR GRAUS DE RISCO
 A IDENTIFICAÇÃO DAS SUB-POPULAÇÕES COM MUITO ALTO
RISCO

FONTE:MENDES
6/29/2019 (2009)
6/29/2019
GESTÃO DA
CLÍNICA
PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE
MICRO GESTÃO DOS
SERVIÇOS
UMA OUTRA MUDANÇA FUNDAMENTAL
NA GESTÃO DAS REDES DE ATENÇÃO À
SAÚDE

 DA GESTÃO DOS MEIOS (RECURSOS HUMANOS,


MATERIAIS E FINANCEIROS)

 PARA A GESTÃO DOS FINS: A GESTÃO DA CLÍNICA

FONTE: MENDES (2009)


6/29/2019
AS TECNOLOGIAS GESTÃO DA CONDIÇÃO

DE GESTÃO DA DE SAÚDE

CLÍNICA
GESTÃO DE CASO

DIRETRIZES
CLÍNICAS

LISTAS DE ESPERA

AUDITORIA CLÍNICA

FONTE: MENDES (2009)


6/29/2019
DIRETRIZES CLÍNICAS

As diretrizes desdobram-se em Guias de


Prática Clínica/Protocolos Assistenciais,
orientam as Linhas de Cuidado e viabilizam a
comunicação entre as equipes e serviços,
programação de ações e padronização de
determinados recursos.
LINHAS DE CUIDADO

 Visa à coordenação ao longo do contínuo assistencial,


através da pactuação / contratualização e a
conectividade de papéis e de tarefas dos diferentes
pontos de atenção e profissionais.
 A implantação de LC deve ser a partir das unidades da
APS, que têm a responsabilidade da coordenação do
cuidado e ordenamento da rede.
 Para efetivação das LC: garantia dos recursos materiais
e humanos necessários à sua operacionalização;
integração e co-responsabilização das unidades de
saúde; interação entre equipes; processos de educação
permanente; gestão de compromissos pactuados e de
resultados.
6/29/2019
GESTÃO DA CONDIÇÃO DA SAÚDE
 É a mudança do modelo de atenção à saúde para uma
abordagem baseada numa população adscrita, que
identifica pessoas em risco de adoecer ou adoecidas, com
foco na promoção da saúde e/ou ação preventiva, ou a
atenção adequada, com intervenção precoce, com vistas a
alcançar melhores resultados e menores custos.

 É uma tecnologia especialmente indicada para manejo das


condições crônicas que necessitam de atenção por longo
tempo e em diferentes pontos de atenção à saúde.

 Há evidências robustas sobre o impacto favorável desta


tecnologia em: insuficiência cardíaca, DPOC e asma,
diabetes e depressão
A GESTÃO DE CASO

É UM PROCESSO QUE SE DESENVOLVE ENTRE UM


GESTOR DE CASO E UMA PESSOA PORTADORA DE
CONDIÇÃO DE SAÚDE DE ALTA COMPLEXIDADE E
SUA REDE DE SUPORTE SOCIAL, PARA PLANEJAR,
MONITORAR E AVALIAR OPÇÕES E SERVIÇOS, DE
ACORDO COM AS NECESSIDADES E COM O
OBJETIVO DE PROPICIAR UMA ATENÇÃO DE
QUALIDADE E HUMANIZADA E MANTER A
AUTONOMIA DESSA PESSOA
FONTE: MENDES (NO PRELO)

6/29/2019
O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO
DA GESTÃO DE CASO

• A IDENTIFICAÇÃO DOS PORTADORES DE


CONDIÇÕES DE SAÚDE MUITO COMPLEXAS
• A CAPACITAÇÃO DOS GESTORES DE CASO
• A ELABORAÇÃO DO PLANO DE CUIDADO
INDIVIDUAL EM COLABORAÇÃO COM O
USUÁRIO E SUA FAMÍLIA
• A IMPLEMENTAÇÃO E O MONITORAMENTO DO
PLANO DE CUIDADO
FONTE: MENDES (NO PRELO)

6/29/2019
AS EVIDÊNCIAS SOBRE A GESTÃO DE
CASO

• EVITA PROBLEMAS POTENCIAIS COM MEDIDAS


PREVENTIVAS
• DIMINUI AS URGÊNCIAS POR AGUDIZAÇÃO DAS
CONDIÇÕES CRÔNICAS
• DIMINUI AS INTERNAÇÕES HOSPITALARES
• EVITA AS INTERNAÇÕES SOCIAIS
• PROVÊ UM CONTACTO HUMANO E DURADOURO
COM AS PESSOAS PORTADORAS DE CONDIÇÕES
MUITO COMPLEXAS
• MONITORA AS INTERVENÇÕES MÉDICAS
REDUZINDO OS EVENTOS ADVERSOS
• AUMENTA A SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS
FONTES:; BARNABEI et al.(1998); ALLIOTA (2001)

6/29/2019
AUDITORIA CLÍNICA
 Consiste na análise crítica e sistemática da qualidade
da atenção à saúde, incluindo os procedimentos
usados no diagnóstico e tratamento, o uso dos
recursos e os resultados para os pacientes em todos
os pontos de atenção, observada a utilização dos
protocolos clínicos estabelecidos.
 Essa auditoria não deve ser confundida com a
auditoria realizada pelo Sistema Nacional de Auditoria
(SNA).
LISTA DE ESPERA
 Pode ser conceituada como uma tecnologia que
normatiza o uso de serviços em determinados
pontos de atenção à saúde, estabelecendo critérios
de ordenamento por necessidades e riscos,
promovendo a transparência, ou seja, constituem
uma tecnologia de gestão da clínica orientada a
racionalizar o acesso a serviços em que exista um
desequilíbrio entre a oferta e a demanda.
DIRETRIZES PARA IMPLEMENTAÇÃO DA RAS
 Fortalecer a APS para realizar a coordenação do cuidado e
ordenar a organização da rede de atenção
 Fortalecer o papel dos CGRs no processo de governança da
RAS
 Fortalecer a integração das ações de âmbito coletivo da
vigilância em saúde com as da assistência (âmbito individual e
clínico), gerenciando o conhecimento necessário à implantação
e acompanhamento da RAS e o gerenciamento de risco e de
agravos à saúde
 Fortalecer a política de gestão do trabalho e da educação na
saúde na RAS
 Implementar o Sistema de Planejamento da RAS
 Desenvolver os Sistemas Logísticos e de Apoio da RAS
 Financiamento do Sistema na perspectiva da RAS
A MODELAGEM DAS REDES DE ATENÇÃO
À SAÚDE
 MOMENTO 1: A ANÁLISE DE SITUAÇÃO DAS REDES DE ATENÇÃO
À SAÚDE
 MOMENTO 2: A ESCOLHA DO MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE
 MOMENTO 3: A CONSTRUÇÃO DOS TERRITÓRIOS SANITÁRIOS E
OS NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDE
 MOMENTO 4. O DESENHO DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
 MOMENTO 5: A MODELAGEM DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
 MOMENTO 6: A MODELAGEM DOS PONTOS DE ATENÇÃO
SECUNDÁRIOS E TERCIÁRIOS À SAÚDE
 MOMENTO 7: A MODELAGEM DOS SISTEMAS DE APOIO
 MOMENTO 8. A MODELAGEM DOS SISTEMAS LOGÍSTICOS
 MOMENTO 9. A MODELAGEM DO SISTEMA DE GOVERNANÇA DAS
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE

FONTE:6/29/2019
MENDES (2007)
DESAFIOS DO PROCESSO DE
REGIONALIZAÇÃO/GO
 Atualizar PDRI/GOIÁS - Ajustes no processo
de regionalização da Atenção no Estado,
seguindo as diretrizes operacionais do Pacto
Pela Saúde/2006;
 Organização da assistência hospitalar do
estado de Goiás;
 Implementar 100% das redes implantadas:
Ex: revisar as redes Hemorrede, Assistência
em Nefrologia, Cardiologia, Oncologia,
Neurologia;
 Conformar/Pactuar/implantar as redes que
6/29/2019
se encontram em processo de discussão.
DESAFIOS DO PROCESSO DE
REGIONALIZAÇÃO
 Organização de Redes de Atenção (Realizar
seminário de redes de atenção à saúde)

Atenção Primária como ordenadora do sistema


microrregional (realizar as onze oficinas de
planificação da atenção primária);

 Financiamento dos serviços de referência


regional compartilhado entre os gestores;
 Utilização dos instrumentos de planejamento
e gestão.
6/29/2019
Obrigada!

Loreta Marinho Queiroz Costa


Gerência de Regionalização e Conformação de Redes de Atenção à Saúde
3201-4555 / 4553

Ângela Carneiro Naziasene Lima


Coordenação de Conformação de Redes de Baixa e Média Complexidade /
Gerência de Regionalização e Conformação de Redes
3201-4555 / 4553

6/29/2019

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