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GERENCIAMENTO COSTEIRO

AULA 1 - INTRODUÇÃO

É a ação administrativa de implementação das


políticas de ordenamento do território, planejamento
ambiental e gestão de recursos nas faixas de
confluência dos processos continentais e marinhos,
resultando nas decisões e ações para o uso
sustentável, desenvolvimento e proteção das áreas
costeiras e recursos marítimos.

Profa Andréa Sampaio


Objetivos:
Compatibilizar a utilização e a ocupação da zona
costeira de forma organizada e de acordo com
os mais diversos interesses políticos, sociais,
econômicos e conservacionistas.

“Proporcionar o melhor uso de longa duração


dos recursos naturais costeiros e a manutenção
perpétua da maior parte dos ambientes
naturais” (FAO, 2002)

Desenvolver e implementar projetos que


atendam os as diretrizes do planejamento.
GERENCIAMENTO COSTERIO INTEGRADO
Integração das instâncias governamentais (nas
esferas federal, estadual e municipal) e sociais para
o fortalecimento da base legal dos processos
decisórios, visando à elaboração de planos de ação
social, econômica e ambientalmente sustentáveis e
politicamente aceitáveis (Asmus & Kitzmann, 2004).

“processo contínuo e dinâmico, exigindo um


repensar constante em busca do ordenamento da
zona costeira tanto sob os aspectos de natureza
setorial, institucional, espacial e interdisciplinar”
(Polette & Silva).
principais objetivos do GCI (Asmus & Kitzmann, 2004)

1) preservar e proteger a produtividade e a biodiversidade dos


ecossistemas costeiros, prevenindo a destruição de habitas,
poluição e sobreexplotação;

2) reforçar a gestão integrada através de treinamento, legislação


e formação de pessoal;

3) promover o desenvolvimento racional e sustentável dos


recursos costeiros.
Asmus & Kitzmann (2004) apontam seis áreas de interesse
fundamental em um sistema de gestão costeira:

• planejamento (planejar usos e ocupação das áreas


costeiras e oceânicas);
• proteção ambiental (proteção da base ecológica,
preservação da biodiversidade e garantia do uso
sustentável das áreas costeiras);
• promoção do desenvolvimento econômico (através do
uso projetado em áreas costeiras, adjacentes e oceânicas);
• resolução de conflitos (equilíbrio e harmonização dos
usos presentes e futuros); segurança pública (garantir a
segurança frente a eventos naturais e antrópicos);
gerenciamento de áreas públicas (garantir o correto uso
de recursos comuns).
GERENCIAMENTO COSTEIRO NO BRASIL

No Brasil, o gerenciamento costeiro integra a Política Nacional


do Meio Ambiente instituída pela Lei nº 6.938/1981 e a Política
Nacional para os Recursos do Mar – PNRM (Decreto nº
5.377/2005), incorporando, assim, os princípios gerais fixados
nessas políticas.

Concepção sistêmica:

•coordenação das ações dos órgãos setoriais, seccionais e


locais;

•articulação com outras políticas públicas federais


MARCOS:

1972 - “Coastal Zone Management Act”


1973 - Secretaria Especial do Meio Ambiente da Presidência da
Republica – SEMAM/PR
1974 - Comissão Interministerial para os Recursos do Mar – CIRM.
1980 - Política Nacional de Recursos do Mar (PNRM)
1981 - Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA)
1987 -Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro (GERCO)
1988 - Lei 7.661 institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro
(PNGC)
(base legal fundamental do planejamento da zona costeira no Brasil)
1998 - Plano de Ação Federal para a Zona Costeira do Brasil (PAF)
(revisto em 2005)
Constituição Federal zona costeira definida como “patrimônio
nacional”:

“porção de território brasileiro que deve merecer uma atenção especial do


poder público quanto a sua ocupação e uso de seus recursos, assegurando a
preservação do meio ambiente”.

SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente) estrutura as


competências das três instâncias de governo, estabelecendo os órgãos
executivos e colegiados que atuarão na gestão ambiental, e
conseqüentemente na gestão da zona costeira.

PNGC (Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro) base legal


fundamental do planejamento da zona costeira no Brasil, estabelece os
princípios, os instrumentos e as competências para a gestão costeira,
explicitando as atribuições de cada instância de governo, considerando o
conjunto de instituições que compõe o SISNAMA.
INSTRUMENTOS :

Artigo 9o da Lei 6.938/81 (PNMA );

Zoneamento Ecológico-Econômico Costeiro (ZEEC) - instrumento


balizador do processo de ordenamento territorial necessário para a
obtenção das condições de sustentabilidade ambiental do
desenvolvimento da Zona Costeira, em consonância com as diretrizes do
Zoneamento Ecológico-Econômico do território nacional;

Sistema de Informações do Gerenciamento Costeiro (SIGERCO) -


componente do Sistema Nacional de Informações sobre Meio Ambiente –
SINIMA, se constitui em um sistema que integra informações do PNGC,
proveniente de banco de dados, sistema de informações geográficas e
sensoriamento remoto, devendo propiciar suporte e capilaridade aos
subsistemas estruturados/gerenciados pelos Estados e Municípios;
Sistema de Monitoramento Ambiental da Zona Costeira (SMA-ZC ) –
estrutura operacional de coleta de dados e informações, de forma contínua,
de modo a acompanhar os indicadores de qualidade sócio-ambiental da
Zona Costeira e propiciar o suporte permanente dos Planos de Gestão;

Relatório de Qualidade Ambiental da Zona Costeira (RQA-ZC ) –


procedimento de consolidação periódica dos resultados produzidos pelo
monitoramento ambiental e, sobretudo, de avaliação da eficiência e
eficácia das medidas e ações da gestão desenvolvidas. O Relatório é
elaborado, periodicamente, pela Coordenação Nacional do Gerenciamento
Costeiro, a partir dos Relatórios desenvolvidos pelas Coordenações
Estaduais;

Plano de Gestão da Zona Costeira (PGZC )– compreende a formulação de


um conjunto de ações estratégicas e programáticas, articuladas e
localizadas, elaboradas com a participação da sociedade, que visam
orientar a execução do Gerenciamento Costeiro. Esse plano pode ser
aplicado nos diferentes níveis de governo e em variadas escalas de atuação;
Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro (PEGC) – legalmente
estabelecido, deve
explicitar os desdobramentos do PNGC, visando a implementação da Política
Estadual de Gerenciamento Costeiro, incluindo a definição das
responsabilidades e procedimentos institucionais para a sua execução;

Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro (PMGC) – legalmente


estabelecido, deve
explicitar os desdobramentos do PNGC e do PEGC, visando a implementação
da Política Municipal de Gerenciamento Costeiro, incluindo as
responsabilidades e os procedimentos institucionais para a sua execução. O
PMGC deve guardar estreita relação com os planos de uso e ocupação
territorial e outros pertinentes ao planejamento municipal.
Principais Programas e Projetos
Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro – PNGC: instituído através da Lei 7.661/88,
constitui a base legal do planejamento da zona costeira no Brasil.

Atualizado pela Resolução CIRM n° 05 de 03/12/97 (PNGC II): estabelece os princípios,


os instrumentos, as competências e a área de abrangência geográfica para a gestão da
zona costeira.

Plano de Ação Federal para a Zona Costeira do Brasil (PAF): a partir da necessidade de
compatibilizar as ações do PNGC com as políticas públicas setoriais que incidem sobre a
zona costeira, surgiu a necessidade da elaboração de um documento que orientasse as
diversas atividades do Governo Federal na costa brasileira, visando sua melhor
integração e sua adequação a parâmetros de sustentabilidade. O PAF é estruturado em
quatro programas e suas linhas de ação:
1) Programa de Ordenamento da Ocupação e do Uso do Solo;
2) Programa de Conservação e Proteção do Patrimônio Natural, Histórico e Cultural;
3) Programa de Controle Ambiental; e
4) Programa de Suporte ao Desenvolvimento do Plano.
Projeto de Gestão Integrada da Orla Marítima (Projeto ORLA):

Projeto do Governo Federal conduzido pelo Ministério do Meio Ambiente


através da Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos
(SQA), e pelo Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão através da
Secretaria do Patrimônio da União (SPU).

O Projeto busca compatibilizar as políticas ambiental e patrimonial. Objetiva


introduzir uma ação sistemática de planejamento da ação local, municipal,
com o objetivo de repassar as atribuições da gestão dos espaços litorâneos de
propriedade ou guarda da união, atualmente do Governo Federal, para a
esfera municipal, e adequar o uso e ocupação destas áreas às diretrizes
ambientais.

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