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TOXOPLASMOSE

R1GO Maria Eduarda


Equipe Gestação de Alto Risco
INTRODUÇÃO

> Agente: Protozoário Toxoplasma gondii


> Toxoplasmose congênita: 4-10 casos/10mil nascidos vivos
> O risco de transmissão aumenta com o aumento da Idade Gestacional
- 14% no primeiro trimestre; 60% no terceiro trimestre
> Transmissão 50-60% nas não tratadas e 25-30% nas que receberam
tratamento
> A gravidade do caso diminui com o passar da gestação
Probabilidade de sequelas reduz 4% por semana adicional de gestação na
soroconversão.
INTRODUÇÃO

> Orienta-se adiar a gestação por pelo menos 6 meses após episódio de
toxoplasmose
> A transmissão transplacentária de T. gondii é rara em quadro de
reativação, mas podem ocorrer em mulher infectadas pelo HIV.
TRANSMISSÃO
PREVENÇÃO

> Higienizar mãos antes das refeições ou após manusear lixo;


> Evitar manusear terra ou solo
> Consumir apenas água filtrada ou fervida
> Higienizar frutas, legumes e verduras em água corrente antes do consumo
> Congelar a carne antes do consumo
> Evitar contaminação de alimentos crus com cozidos
> Alimentar gatos com ração
> Evitar trocar caixas de areia de gatos domésticos
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

INFECÇÃO AGUDA DA GESTANTE


> Maioria é assintomática
> Sintomas inespecíficos
- Febre (2-3 dias) - Mialgia
- Calafrio - Faringite
- Sudorese - Hepatoesplenomegalia
> Linfonodomegalia cervical, bilateral, simétrica, sem flutuação
> Doença ocular (coriorretinite e uveíte posterior) é mais comum na
reativação
DIAGNÓSTICO

> Rastreamento é recomendado para todas as gestante suscetíveis


> IgM e IgG devem ser solicitado na primeira consulta e repetidos no 3º
trimestre se negativos
> IgM aparece 2 semanas após a infecção e pode persistir por anos
> IgG atinge o pico de 6-8 semanas após a infecção, diminui nos
próximos anos, mas permanece positivo.
INTERPRETAÇÃO SOROLÓGICA

IgG POSITIVO e IgM negativo

INFECÇÃO REMOTA

Não repetir sorologias. Seguir PN.


INTERPRETAÇÃO SOROLÓGICA

IgM POSITIVO
SUSPEITA DE INFECÇÃO NA GESTAÇÃO

Iniciar Espiramicina enquanto segue investigação


INTERPRETAÇÃO SOROLÓGICA

IgM POSITIVO e IgG negativo – Suspeita de INFECÇÃO RECENTE OU IgM


FALSO POSITIVO
Repetir em 3 semanas

IgG negativo – IgM falso positivo

IgG POSITIVO – INFECÇÃO RECENTE

< 30 SEM – Espiramicina


Se alteração ecográfica e IG>18: esquema tríplice
intercalado com espiramicina

≥ 30 SEM: Esquema Tríplice intercalado com espiramicina


INTERPRETAÇÃO SOROLÓGICA

IgM POSITIVO e IgG POSITIVO

EXAME COM <16 SEM


- AVIDEZ DE IgG (mesma amostra e <16sem)

FORTE (>30%) – INFECÇÃO ANTES DA GESTAÇÃO

FRACA (<15%) OU INDETERMINADA – POSSIBILIDADE DE INFECÇÃO NA GESTAÇÃO


• Manter espiramicina
• Se alteração ecográfica e >18sem: esquema tríplice
INTERPRETAÇÃO SOROLÓGICA

IgM POSITIVO e IgG POSITIVO

EXAME COM >16 SEM


- Avidez IgG tem pouca validade
- Iniciar tratamento conforme IG e encaminha ao PNAR

< 30 SEM – Espiramicina


Se alteração ecográfica e IG>18: esquema tríplice
intercalado com Espiramicina

≥ 30 SEM: Esquema Tríplice intercalado com Espiramicina


INTERPRETAÇÃO SOROLÓGICA

IgG negativo e IgM negativo


SUSCETIBILIDADE

Orientação. Repetir sorologia no 3º Tri


INTERPRETAÇÃO SOROLÓGICA
TRATAMENTO

ESPIRAMICINA
500mg 2cp de 8/8h

- Não cruza barreira placentária.


- Reduz risco de infecção fetal
- Se não houver confirmação de infecção fetal, manter até o final da
gestação.
TRATAMENTO
ESQUEMA TRÍPLICE

SULFADIAZINA + PIRIMETAMINA + ÁCIDO FOLÍNICO


500mg 3cp 12/12h 25mg 1cp 12/12h 10mg 1cp/dia
21 dias, intercalado com 21 dias de Espiramicina (↓an.megaloblástica)

- Cruza barreira placentária


- Indicado para infecção congênita confirmada (alt ecográficas ou PCR
+) ou alta probabilidade (diagnóstico com 30sem ou mais)
- Não deve ser administrado antes das 18 sem por risco de
teratogenicidade
DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO FETAL

> Transmissão ocorre durante a fase de parasitemia, alguns dias após a


infecção materna
> Achados ecográficos sugestivos:
Calcificação e dilatação ventricular -> bilateral e simétrica
Hidrocefalia
Ascite
Alterações de ecotextura hepática e esplênica

> Pesquisa de T.gondii em reação em cadeia de polimerase (PCR) no LA


– amniocentese – a partir de 18 semanas de gestação.
MANIFESTAÇÕES E INVESTIGAÇÃO NO RN

INFECÇÃO NO RN
> Acometimento neurológico
Encefalite - Convulsões - Micro/Macrocefalia - Hipotonia

> Acometimento ocular


Coriorretinite

> Outras menos comuns:


Hepatoesplenomegalia - Ascite - Pericardite - Icterícia - Perda Auditiva
MANIFESTAÇÕES E INVESTIGAÇÃO NO RN

INVESTIGAÇÃO INICIAL

> Exame clínico e neurológico


> Exame oftalmológico completo com fundoscopia
> Exame de imagem cerebral (eco ou TC)
> Exames hepáticos e hematológicos
> Testes sorológicos para confirmação da infecção congênita
Presença de IgM e/ou IgA no sangue do RN
Aumento ou persistência de IgG após 12 meses
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

> BRASIL. Ministério da Saúde. Gestação de alto risco: manual técnico. 5.


ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em:
> FREITAS, F. et al. Rotinas em obstetrícia. 7. ed. Porto Alegre: ArtMed,
2017.
> Telecondutas UFRGS. Toxoplasmose na Gestação. Versão digital 2018.
> GILBERT, R.; PETERSEN, C. Toxoplasmosis and pregnancy [Internet].
Waltham (MA): UpToDate, 2018. Disponível em:

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