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HAZOP:

HAZARD AND OPERABILITY STUDIES

ANÁLISE DE RISCO

Pedro H. O. Toledo
DESENVOLVIMENTO DA METODOLOGIA

• Utilizada pela primeira vez na ICI (IMPERIAL CHEMICAL INDUSTRY)

• Reportada pela primeira vez por Lawley em 1974 (Operability Studies and
Hazard Analysis” Loss Prevention vol.8 p.105)

Após alguns acidentes graves em fins da década de 60, a alta gerência da ICI
recomendou que as várias divisões da companhia desenvolvessem um enfoque
para a revisão das operações das suas plantas, com ênfase especial nos
problemas de perigos e operabilidade.

• Espalhou-se rapidamente pela indústria de processos e para outros tipos de


indústria durante a década de 80. Na década de 90 passou a ser recomendada
pelos órgãos governamentais.
HAZOP
Técnica projetada para identificar perigos que
possam gerar acidentes nas diferentes áreas da
instalação, além de perdas na produção em
razão de descontinuidade operacional.
PREMISSA

SÓ HÁ UM PROBLEMA COM UM
SISTEMA SE ALGUMA VARIÁVEL DE
PROCESSO APRESENTAR UM DESVIO
EM RELAÇÃO A CONDIÇÃO NORMAL
DE OPERAÇÃO
PERIGO X OPERACIONALIDADE

A operacionalidade é tão importante quanto os


Perigos.

 Encontram-se mais problemas de operabilidade quando


comparados aos perigos.

 O estudo aborda, de uma forma sistemática cada segmento de um


processo e permite a tabulação de todos os Possíveis Desvios, suas
Causas e Consequências e nos leva a Recomendar medidas mitigadoras
adequadas.
A necessidade de identificar erros ou
omissões de projeto tem sido reconhecida
há muito tempo, mas vem sendo realizada
tradicionalmente com base em
conhecimentos individuais de especialistas.

O HAZOP é efetivo na identificação de


incidentes previsíveis, mas também é capaz de
identificar as mais sutis combinações que levam
a eventos pouco esperados.
Qual a fase?

A melhor ocasião para a realização de um estudo HazOp é


a fase em que o projeto se encontra razoavelmente
consolidado. Além disso, neste ponto ainda é possível
alterar o projeto sem grandes despesas. Do ponto de vista
de custos, o HazOp é ótimo quando aplicado a novas
plantas, no momento em que o projeto está estável e
documentado, ou para plantas existentes ao ser planejado
um remodelamento.
HAZOP X ANÁLISES USUAIS

 Suponha que uma simples palavra na descrição do processo seja


“agitação” e que esta se ligue a palavra-guia “não”, por exemplo:
“sem agitação”. Em uma simples análise crítica sobre o processo a
análise seria sobre a necessidade de agitar o processo, além de
vantagens e desvantagens em não obter agitação no sistema.
 Em um estudo de HAZOP, o grupo levantaria as prováveis causas
responsáveis por este evento (por exemplo: motor desligado, motor
queimado, disjuntor queimado, entre outros) e quais as
consequências deste evento para as pessoas, a planta ou a produção
(por exemplo: intenso aquecimento local, perda de produção, risco
de explosão, entre outros).
Seu sucesso é devido à metodologia
seguir todos os fluxogramas de
processo (PFDs) e todos os
fluxogramas de linhas e instrumentos
(P&IDs), separando o projeto em
seções gerenciáveis com limites
definidos chamados de nós, de forma
a assegurar a análise de todos os
equipamentos da unidade (DUNJÓ et
al., 2010).
Exemplo P&ID
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
Aplicação da
matriz de
riscos
Recomendações
e/ou
Identificação das Identificação das observações
causas consequências

Associação do
parâmetro a
palavra guia
CONCEITOS
 NÓS:

Pontos/seções do processo/equipamento definidos nos P&IDs


(Aiche, 2008).

De maneira geral, são subdivisões dos fluxogramas, com o intuito de


estudar todos os instrumentos e equipamentos do diagrama.

Por exemplo: da válvula de retenção à montante (entrada) do vaso


de pressão até a válvula de bloqueio à jusante (saída). Fluídos
diferentes normalmente são analisados em nós diferentes.
SELEÇÃO DE NÓS
CONSISTE NA DETERMINAÇÃO DOS PONTOS DA INSTALAÇÃO
ONDE SERÁ PERGUNTADA CADA PALAVRA GUIA

CRITÉRIOS: •DICAS:

•A cada mudança no propósito •Estude a planta aos poucos,


do projeto/processo divida as seções maiores em
compartimentos simples
•A cada mudança relevante de
estado
•Mantenha as causas dos
•Equipamentos separados, com
desvios dentro da seção de
parâmetros distintos estudo

•Cada vaso de processo e seus •Para cada desvio não mais


auxiliares que cinco causas
CONCEITOS

 Palavras-guia:

Palavras utilizadas para qualificar ou quantificar os desvios da


intenção de operação e para estimular o brainstorming entre os
participantes (AIChe, 2008). São associadas aos parâmetros de
processo (vazão, temperatura, pressão) e, as usualmente
utilizadas, são: não, nenhum, mais, menos, também, entre
outras.
CONCEITOS

 Desvios:
Afastamentos das intenções de operação que são descobertas a
partir da aplicação sistemática de palavras-guia a parâmetros de
processo (AIChe, 2008).

 Causas:
Razões pelas quais podem ocorrer os desvios (AIChe, 2008). Por
exemplo: falhas na instrumentação ou nos equipamentos, erros
humanos, imprevistos do processo, ações externas.
CONCEITOS
 Consequências:
resultados decorrentes de um desvio (AIChe, 2008).

 Recomendações / Observações:
sugestões para mudanças de projeto, mudanças de procedimentos ou
comentários sobre o processo (AIChe, 2008).

 Parâmetros de processo:
variáveis físicas ou químicas associadas ao processo
Embora o objetivo geral consista na identificação dos
perigos e problemas de operabilidade, a equipe deve se
concentrar em outros itens importantes para o
desenvolvimento do estudo, tais como:
• verificar a segurança do projeto;
• verificar os procedimentos operacionais e de segurança;
• melhorar a segurança de uma instalação existente;
• certificar-se de que a instrumentacão de segurança está reagindo
da melhor forma possível;
• verificar a segurança dos empregados;
• considerar perda da planta ou de equipamentos;
• considerar perdas de produção;
• segurança pública e
• impactos ambientais.
EQUIPE

Os estudos HazOp devem ser realizados por uma equipe multidisciplinar,


composta de 5 a 7 membros, embora um contingente menor possa ser
suficiente para a análise de uma planta pequena. Sendo a equipe
numerosa demais, a unidade do grupo se perde e o rendimento tende a
ser menor. Para a análise de um novo projeto a equipe pode ser composta
por:

•Engenheiro de projeto;
•Engenheiro de processo;
•Engenheiro de automação;
•Engenheiro eletricista;
•Líder da equipe.
Como deve ser o líder?

A equipe deve ter um líder que tenha experiência


na condução de estudos de HazOp e que tenha
em mente fatores importantes para assegurar o
sucesso das reuniões, como: não competir com
os membros da equipe, ter o cuidado de ouvir a
todos, não permitir que ninguém seja colocado na
defensiva, manter o alto nível de energia, fazendo
pausas quando necessário.
EXEMPLOS DE DOCUMENTOS
Para que o estudo possa ser realizado, é importante que esteja disponível
toda a documentação necessária, tais como:

•P & ID’s (diagramas de tubulação e instrumentação);


•Fluxogramas de processo e balanço de materiais;
•Plantas de disposição física da instalação;
•Desenhos isométricos;
•Memorial descritivo do projeto;
•Folha com os dados dos equipamentos;
•Diagrama lógico de intertravamentos juntamente com a descrição
completa.
BENEFÍCIOS

Revisão sistemática e completa: pode produzir uma revisão


completa do projeto de uma instalação e sua operação.

Avaliação das consequências dos erros operacionais: HAZOP


pode auxiliar na identificação de cenários nos quais os operadores
podem errar, originando sérias consequências, justificando
medidas adicionais de proteção.
BENEFÍCIOS

Prognóstico de eventos: o HAZOP pode ser efetivo


na descoberta de incidentes previsíveis, mas
também pode identificar sequências de eventos
raros que possam acarretar incidentes que nunca
ocorreram.
BENFÍCIOS
Melhoria da eficiência da planta: além da
identificação dos perigos, o HAZOP pode
descobrir cenários que levam a distúrbios na planta,
como bloqueios não planejados, danos a
equipamentos, produtos fora de especificação, bem
como melhorias básicas na maneira pela qual a
planta é operada.
BENEFÍCIOS

Melhor compreensão dos engenheiros e


operadores com relação às operações da
planta: uma série de informações
detalhadas do projeto e da operação
surgem e são discutidas durante um
HazOp bem sucedido.
PONTOS FRACOS
 Pouco conhecimento dos procedimentos de aplicação da
técnica

 Inexperiência da equipe

 Líder inexperiente ou não adequadamente treinado


DIFICULDADES
 A equipe deve se reunir sistematicamente

 A equipe tem que ser multidisciplinar

 O relatório fica grande se alguns cuidados não forem


tomados
APLICAÇÃO
1º Exemplo:

Considere, como um exemplo simples, o processo contínuo onde o


ácido fosfórico e a amônia são misturados, produzindo uma substância
inofensiva, o fosfato de diamônio (DAP). Se for acrescentada uma
quantidade inferior de ácido fosfórico, a reação será incompleta, com
produção de amônia. Se a amônia for adicionada em quantidade inferior,
haverá produção de uma substância não perigosa, porém indesejável. A
equipe de HAZOP recebe a incumbência de investigar “os perigos
decorrentes da reação”.
Considere uma instalação na qual os reagentes A e B reagem
entre si para formar o produto C. Suponha que a química do
processo é tal que a concentração de B não deva nunca exceder
a de A, senão ocorreria uma explosão.
Palavra-guia Parâmetro Palavra-guia Desvio Causas Efeitos Observações
e
Recomenda
ções

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