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FILOSOFIA DA CIÊNCIA

PROGRESSO E VERIFICAÇÃO

PROF. DR. LUCIANO VORPAGEL DA SILVA


INTRODUÇÃO

 A Filosofia da Ciência é um ramo da filosofia que se ocupa de investigar os


fundamentos, os pressupostos e as implicações filosóficas acerca do
conhecimento científico, abrangendo todas as suas vertentes.
 A Ciência pode ser vista como atividade, instituição e como atitude.
 Como atividade, a Ciência visa a produção de certo tipo de conhecimento, que seja útil
para a sociedade.
 Como instituição, a Ciência configura uma estrutura social permanente (como o Estado,
a família e a educação).
 Como atitude, a Ciência se aproxima da Filosofia, pois pretende investigar, questionar,
avaliar, examinar, etc. Neste aspecto, a Ciência se afasta do mero senso comum.
SENSO COMUM E CIÊNCIA
 Em termos gerais: o conhecimento de senso comum corresponde à disposição genericamente
aceita e que permite às pessoas se adaptarem à determinadas circunstâncias da vida ordinária. Trata-se
de um conhecimento popularizado.
 Em sentido negativo: o conhecimento de senso comum é aquele adquirido pelas pessoas
decorrente das vivências, dos hábitos, preconceitos e tradições sem qualquer exame ou senso crítico.
Esse tipo de conhecimento não exige exame metódico e sistematizado. Não atende ao rigor científico.
 Ex.: gato preto dá azar, toda mulher nasceu para ser mãe, vestir branco na virada de ano traz sorte,
etc.
 Em sentido positivo: o conhecimento de senso comum é aquele que se beneficia da ciência para
difundir (tornar comum) um conhecimento cientificamente avaliado.
 O senso comum pode se converter em conhecimento científico e vice-versa, porém não podem ser
confundidos.
 Tarefa: pesquisar um exemplo de senso comum que se tornou conhecimento científico e um
exemplo de conhecimento científico que se tornou senso comum. Apresentar as referências da
pesquisa.
POSITIVISMO

 O Positivismo propõe o progresso científico mediante a


acumulação de conhecimentos.
 Um dos principais representantes do Positivismo foi Auguste
Comte, quem propôs aplicar os métodos das ciências naturais
para as ciências sociais, dando origem à física social (Sociologia).
 Segundo Comte, o conhecimento evolui segundo a lei dos três
estados: teológico, metafísico e positivo.
VERIFICACIONISMO

 Um grupo de cientistas (do Círculo de Viena) estabeleceu como


princípio científico a verificação baseada na observação ou experimentação.
 Uma teoria científica é válida na medida em que pode ser verificada
(observada, experimentada).
 A verificação se dá pelo método indutivo, em que os juízos universais
(teorias) são atestados pelos fatos particulares.
 Verificar uma teoria implica encontrar fatos particulares que a
demonstre.
FALSEABILIDADE OU REFUTABILIDADE

 O conceito da falseabilidade foi elaborado por Karl Popper nos


anos de 1930, como solução ao problema da indução.
 Segundo Popper, é impossível extrair regras universais de fatos
particulares. Por isso, propôs novo papel para a ciência: falsear
(ou refutar) as teorias científicas.
 A validade de uma teoria depende do quanto é capaz de resistir
à falseabilidade.
REVOLUÇÃO CIENTÍFICA

 Thomas Kuhn e Gaston Bachelard sustentam que a ciência não é contínua, mas
progride a partir de rupturas. Nesse sentido, defendem o conceito de revolução
científica.
 Segundo Kuhn, o paradigma da Ciência Normal corresponde à teoria normalmente
aceita pelos cientistas, em face da ruptura com os elementos pré-científicos (mitos,
preconceitos, senso comum, etc.).
 Quando o paradigma é problematizado, volta ao estágio pré-científico e a Ciência
Normal entra em crise, dando lugar a uma Ciência Extraordinária ou Revolucionária.
Essa crise possui o potencial de um novo paradigma, que pode reestabelecer a
Ciência Normal.
REVOLUÇÃO CIENTÍFICA

 Segundo Gaston Bachelard, todo conhecimento científico começa com um problema.


Pode-se dizer que o conhecimento científico é uma conjectura ou hipótese
para a resolução de um problema.
 O conhecimento científico não é uma verdade, porque da verdade só é possível se
aproximar.
 Segundo Bachelard, a ciência não é contínua, mas descontínua (evolui por rupturas).
 Bachelard desenvolve o conceito de obstáculos epistemológicos, como barreiras ao
progresso do espírito científico. Para superar essses obstáculos, Bachelard
desenvolveu a filosofia do não, pela qual é possível evitar a cristalização dos
conhecimentos e é possível garantir uma ciência que está em constante fazer-se.

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