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Refluxo Gastroesofágico

Pediátrico
Amanda S. Salvador
Rafaela O. Meira
Rahira O. J. Nogueira
DEFINIÇÃO
O refluxo gastroesofágico (RGE) é definido pela
passagem do conteúdo gástrico para o esôfago, com ou sem
regurgitação e/ou vômito.

O RGE é considerado patológico e referido como doença


do refluxo gastroesofágico (DRGE) quando o refluxo leva a
sintomas, incômodos e / ou complicações, como esofagite ou
estreitamento.
DIFICULDADES NA ABORDAGEM
• Variabilidade das manifestações clínicas e do curso evolutivo;
• Dificuldade de distinção entre RGE fisiológico e DRGE;
• Falta de uma classificação que permita categorizar os pacientes;
• Carência de exames diagnósticos específicos;
• Falta de comprovação científica em relação à eficácia de algumas
medicações;
QUADRO CLÍNICO
• Sabe-se que os sintomas da DRGE variam amplamente de acordo com
a idade e tendem a ser inespecíficos;
• As principais manifestações clínicas podem ser decorrentes do refluxo
(regurgitações e vômitos), das complicações esofágicas (esofagite,
estenose esofágica e esôfago de Barrett) ou das complicações
extraesofágicas da DRGE (respiratórias, otorrinolaringológicas,
neurocomportamentais e orais).
PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS DA DRGE
• Regurgitações; • Pneumonia de repetição;
• Vômitos; • Anemia;
• Perda ponderal ou ganho de peso; • Erosão dentária;
• Irritabilidade e choro; • Recusa alimentar;
• Azia ou dor torácica; • Síndrome de Sandifer (associação de
• Saciedade precoce; esofagite, anemia e postura típica da
cabeça em resposta ao refluxo);
• Hematêmese; • Apneia;
• Disfagia e odinofagia; • Tosse, rouquidão;
• Sibilância e estridor; • Outras alterações no exame
• Esofagite, estenose de esôfago e otorrinolaringológico.
esôfago de Barrett;
• Inflamação de laringe ou de faringe;
DRGE EM 3 GRUPOS DIFERENTES:
1. Lactentes
2. Crianças maiores
3. Pacientes portadores de comorbidades que têm
predisposição à DRGE crônica e grave
1) LACTENTES
• Nos lactentes, o RGE é comum e, na maioria das vezes, fisiológico;
• Em geral, as regurgitações tornam-se mais evidentes por volta do 2º
até o 4º mês de vida;
• Apesar da elevada frequência, apresenta resolução espontânea entre
12 e 24 meses de idade;
• A evolução do RGE fisiológico é benigna e autolimitada, não sendo
necessários exames diagnósticos, nem mesmo o uso de
medicamentos;
• Aos 4 meses de idade, até 67% dos lactentes regurgitam. Desses,
apenas 2% necessitam de cuidados especializados e intervenções
médicas;
• Muitas vezes, é difícil diferenciar entre os sintomas da DRGE e da
alergia alimentar ou da cólica infantil, pois todos podem se manifestar
por choro e irritabilidade.
1) LACTENTES: SINAIS DE ALARME
• Vômitos biliosos • Hepatoesplenomegalia
• Sangramento gastrointestinal • Abaulamento de fontanela
(hematêmese, hematoquezia) • Macrocefalia
• Diarreia • Microcefalia
• Distensão abdominal • Convulsões
• Febre • Síndrome genético-metabólica
• Letargia • Mal estado geral
• Vômitos frequentes e em jato • Disúria
• Início dos vômitos após 6 meses de vida • Aumento anormal da circunferência da
• Persistência dos vômitos após 1 ano de cabeça
idade
• Perda de peso ou parada no crescimento
2) CRIANÇAS MAIORES
• Nesse grupo, a evolução para a cronicidade ocorre com maior
frequência;
• Podem haver períodos de remissão e de recidiva durante anos, o que
justifica a maior prevalência e a maior gravidade das complicações
esofágicas da DRGE nessa faixa etária, quando comparadas às dos
lactentes;
• DRGE “tipo adulto” = semelhança com o quadro clínico adulto e
devido ao curso clínico crônico.
3) GRUPOS DE RISCO PARA DRGE
• Neuropatas;
• Obesos;
• Crianças operadas de atresia de esôfago;
• Pacientes portadores de hérnia hiatal;
• Portadores de doenças respiratórias crônicas;
• Principalmente os portadores de fibrose cística;
• Submetidos ao transplante pulmonar (antes e depois do transplante);
• Pacientes em uso de quimioterapia;
• Prematuros.
DIAGNÓSTICO
• A detecção do refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago, em um
exame, não significa, necessariamente, que o paciente seja portador
de DRGE;
• É fundamental levar em consideração a história clínica e o exame
físico;
• Procurar: documentar a presença de RGE ou de suas complicações,
estabelecer uma relação entre o RGE e os sintomas, avaliar a eficácia
do tratamento, além de excluir outras condições.
DIAGNÓSTICO: Radiografia contrastada de
esôfago, estômago e duodeno (RxEED)
• Exame de baixo custo e de fácil execução;
• Deve ser indicado quando há disfagia, vômitos biliosos ou suspeita de
volvo, de obstrução ou de estenose;
• Avalia apenas o RGE pós-prandial imediato, sem a capacidade de
quantificar os episódios de refluxo.
DIAGNÓSTICO: Cintilografia gastroesofágica

• Exame de baixo custo e de fácil execução;


• Deve ser indicado quando há disfagia, vômitos biliosos ou suspeita de
volvo, de obstrução ou de estenose;
• Avalia apenas o RGE pós-prandial imediato, sem a capacidade de
quantificar os episódios de refluxo.

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