Você está na página 1de 38

Respiração em animais

aquáticos
Introdução

Geração de energia de forma aeróbica:

Absorver

C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + 6H2O + energia

eliminar
O processo de retirada de oxigênio e liberação de gás
carbônico é denominado respiração
1mm

necessitaria de uma
pressão de 0,15 atm
para difundir O2 até o
centro
necessitaria de uma
pressão de 15 atm
para difundir O2 até o
centro

Schmidt-Nielsen, 2002
Exceções: água viva

- menos de 1% de matéria
orgânica;

- taxa metabólica muito baixa;

- células metabolicamente
ativas na superfície.

Schmidt-Nielsen, 2002
Oxigênio: Ambiente aquático x terrestre

O 2 O2
O O2 O 2 O2 OO2 O2 O2 O2
O2 2 O2 2O O2 O2
O2 O2O O2 O2 2O2 O2O2
2 O2
O2O2 O2 O2 O2
O2 O2
O2 O O2 O2 O O O2
2 O2 2 O2
O2 O22
O2 O2
O2 O2 O2
O2 O2
O2 O2
O2 O O O2 O2 O O2
2 2 O
2 O2 2

33x mais oxigênio no AR em relação a Água.


- A viscosidade da água é maior 50x.

- O ar apresenta também uma maior taxa de difusão (10.000 x mais


rápida). Schmidt-Nielsen, 2002
Respiração

Segundo Schmidt-Nielsen o ar atmosférico contém 20,95% de O2,


a 25oC = 298 K.

No ar há 275 mg de Oxigênio/L;

Na água segundo Vinatea 2004, a saturação de O2 na água é de 8,2mg/L.


Quantidade de massa deslocada

AR ÁGUA

1.000.000 mg de
910mg de outros
Água e outros
gases
gases

23% do peso de O2 1L 1L 0,0008% do peso de O2

275mg de O2
8,2mg de O2
Schmidt-Nielsen, 2002
Órgãos respiratórios

animais terrestres: animais aquáticos:


invaginação - pulmões evaginação - brânquias

fotos: http://trc.ucdavis.edu/mjguinan/apc100/modules/Respiratory/gill/gill0/gill3.html
Estrutura das brânquias

Possuem:
- grande superfície
- cutícula muito fina
Brânquias de peixe

Roy e Yanong, 2003


Fluxo de água

O2 O 2 O2 O2 O2 O2 O2 O2 O2 O2
O 2 O2 O2 O2 O2 O2
O2 O 2 O2 O2 O 2 O2 O2 O2 O2 O2 O2 O2 O 2 O2 O2 O2
O2 O2 OO2 2 O2 O2O2 O2 O2O2O2 O2 O
O22 O2 OO2 2 O2O2 O2 O2O2O2 O2

O22 OO2 2 O2OO2 2 O2


O O2 O2 OO2 O O22 OO2 2 O2OO2 2 O2
O2 OO2 O O2O2 O2
2 2 O2O2 O2
O 2 2

O O2 O2 OO2 O O2 O2 OO2 O O2 O2 O2
O22 O2 2 2 O2O2 O2 O2 O2 O
O
O22 2 O O 2 O2 O 2 O2 2 2
OO
2 2 O2
OO
2 2 OO O2 O22
O O O O
O2 O2O2 O2 O2 2 2 2 2 2 2
O2 O2 O2O2 O2 O2 O2 O2 O OO
OO2 2 O2 O2 O O2O O2 O2 O2 O OO OO
O2 2 O 2 O2 OO2 2 O2 O2 O O2OO2 O2 2 22
O2 O 2 O 2
2 22 22
O O O2 2 O 2
O2 O2
2
O2 O2
O2 O2O2 O2 O2 O2O2 O2O2 O2 OO2 O2 O O2 O2 O2
2 2 2
O2 O2
O2 O2 OO2 O O2 O2O2 O2 O2
O O O O2 2
O
2
O2 OO2
O2 2 2 O2 O2 OO2 O 2
O
2 O2 O22
O
2
O O2 2
O2 OO2 O O2 O2 2O2 2 2 O2 2 O2
2
O2 OO2 O O2 O O2 O2 O2 2 2 O O2 O2
O2 O2 OO2 2 O2 O2 O2 O2
2
2 2 2 O2 O2 O2 O2
O
O2 O 2 O2 O2O2 O2 O O O O2 O2 O2 O O2 O O O2OO2 O2
2 O2 2 O2 2 2 2O
2
2 2 2
O2
O2 OO2 O O O O O 2 O O O 2 O2
2 2 2 O2 2 2 2O 2O
2 2 O2
Bombeamento de água

Quando a água flui


pelas brânquias, as
partículas sólidas
ficam retidas.

www.animaldiversity.ummz.umich.edu
Bombeamento de água pelas brânquias

Brânquias
Válvulas bucais Válvula opercular

Cavidade oral Cavidade opercular

Bomba bucal
Bomba opercular

adaptado de Schmidt-Nielsen, 2002


Bombeamento combinado

Uso do bombeamento combinado da boca e do opérculo para


fazer o fluxo de água pelas brâquias
Ventilação forçada

O peixe nada com a boca parcialmente aberta


Fluxo contra corrente

adaptado de Schmidt-Nielsen, 2002


Fluxo contra corrente

Água

150 120 90 60 30

140 110 80 50 20

Sangue

adaptado de Schmidt-Nielsen, 2002


Respiração no Tubarão

foto: new-brunswick.net/new-brunswick/sharks/parts.html
Respiração do caranguejo

adaptado de Mantel, 1983


Limpeza das brânquias em camarões

foto : http://www.ucs.louisiana.edu/~rtb6933/shrimp/clean.html
Respiração nos camarões

adaptado de Mantel, 1983


Respiração em mexilhão (Lamilibrânquia)

adaptado de Gosling 2003

Eficiencia da respiração: 1-13% podendo subir para 30


Respiração em Pecten (Protobrânquia)

adaptado de Shumway, 1991


Brânquia de Pecten

fotos de Shumway, 1991


Controle da respiração

animais terrestres : dióxido de carbono no ar do


pulmão.

Em alguns animais aquáticos, principalmente os de


vida oceânica, o controle da respiração é precário ou
ausente.

Nos animais com controle de respiração, o controle é


feito pelo O2. O dióxido de carbono tem solubilidade
na água muito elevada.
Shmidt-Nielsen, 2002
Fatores que afetam a taxa de respiração

- Temperatura
- Tamanho do animal
- Hábito
- Disponibilidade de O2
- Exposição ao ar
- Fuga
- Alimentação
Shmidt-Nielsen, 2002
Área branquial de alguns peixes

3 cm2/g de peso
11,3 cm2/g de peso

1,53 cm2/g de peso 0,68 cm2/g de peso


dados e fotos de www.fishbase.com
Consumo de O2 em relação a velocidade de natação
Consumo de O2 (mL O2.kg-1.h-1)

500

400

300
Ventilação
forçada
200
Bombeamento opercular
100

0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7


velocidade de natação (m.s-1)
adaptado de Schmidt-Nielsen, 2002
Déficit de oxigênio na água
O 2 O2 O 2 O 2 O O2 O2 O2 O2 O2 O2 O2 O O2 O O2 OO2
O2 O O2 2
O2 O2 2 O22 2
O
O2O 2 O2 2 O O 2 O O 2
O 2 O 2 O O O
2 O2 2 2 O2 O O O O2 O2 O2O 2 2O2 2
O2 O2 O2 O2 O2 2 2 O2 2 O2 2 O
OO
2 2 O O 2 O O OO 2
O2 OO
2 2 2
O2 O 2
O2O2 O2 O2 O 2 2 O 2 O2 2
O2 O2 O O2 2
O2 2 O 2 O O2 O2
2 O 2 O2 O2 O2 O O 2 O2 O2 O2 2 O 2 O2
2

O2 O
O2 área
O2 de difusão
O2
2
O2 O2 O2
O2
O2
O2 O2 O2
O2 O2 O2
O2
O2 O2 O2
O2
O2
O2 O2
O2
O2 O2 O2
O2 O2
Respiração aérea pela pele e branquial

- pode rastejar na grama


molhada a noite;
- A 20oC, 0% da captação de ar
pelas brânquias na água;
- fora d’água, mantém as
cavidades branquiais infladas de
ar;
- renova o ar da cavidade
1x/min;
- fora d’água: 1/3 da captação
de ar pelas brânquias e 2/3 pela
pele;
www.fishbase.com
- consumo de O2 no fora d´água
½ da dentro d´água;
Enguia comum (Anguila vulgaris)
- quando muito tempo fora
d’água faz geração de energia
anaeróbica.
Schmidt-Nielsen, 2002
Respiração pela Boca

- Respira pela Boca;


- Ela afoga-se se for impedida de
subir a superfície;
- cavidade bucal imensamente
vascularizada;
- com múltiplas dobras e papilas;
- respira pela boca em intervalos
que variam de poucos segundos a
vários minutos;
- mesmo de respiração aérea,
www.fishbase.com controle da respiração pela
quantidade de O2 .
Enguia elétrica, poraquê Schmidt-Nielsen, 2002

(Electrophorus eletricus)
Respiração pela Bexiga natatória

www.fishbase.com

Garpike (Lepisosteus osseus)


- utiliza a bexiga natatória para respirar
- a temperatura de 25oC 70-80% da respiração pela bexiga natatória.
- cavidade bucal imensamente vascularizada.
- com múltiplas dobras e papilas.
- respira pela boca em intervalos que variam de poucos segundos a vários
minutos
Schmidt-Nielsen, 2002
Respiração pulmonar

- respiração aérea obrigatória


- vivem em águas paradas e lagos
- estivam em casulos enterrados
na lama até a estação das chuvas
- mais de 90% da absorção de O2
pelos pulmões.
- taxa de consumo de O2
www.fishbase.com permanecem quase inalteradas
quando o peixe é retirado da água.
Lepidosirem Schmidt-Nielsen, 2002
Exposição dos mexilhões ao ar
Respiração aérea molusco

O Geukensia demissa, quando exposto


ao ar, abre suas válvulas por um
pequeno orifício (2mm), direcionando o
acesso do ar para uma grande área de
superfície de água armazenada na
cavidade do manto.
Gosling, 2003

O Cerastoderma edule, quando exposto


ao ar, expele uma pouco de água da
cavidade do manto por movimentos
rápidos e repõe com bolhas de ar
mantendo 65% da taxa de absorção de
O2 em relação a quando esta submerso.
Gosling, 2003
Respiração anaeróbica

Muitos bivalves são anaerobicos facultativos:


Crassostrea gigas pode sobreviver 3-4 dias fora da água
aerobiose 36 ATPs por mol de glicose
anaerobiose 2 ATPS por mol de glicose
anaerobiose: quase completamente cessa o gasto
energético com digestão, crescimento, atividade
muscular, absorção
produção de energia em Vieiras desviada para fuga e
natação
Gosling, 2003
Referências

SCHMIDT-NIELSEN, Knut. Fisiologia animal : adaptação e meio ambiente. 5. ed. São Paulo: Santos Ed., 2002.611p.

SHUMWAY, Sandra E. Scallops: biology, ecology and aquaculture. Amsterdam: Elsevier, 1991. 1095p.

GOSLING, Elizabeth. Bivalve molluscs : biology, ecology and culture. Oxford: Fishing News Books, 2003. 443 p.

University of Michigan: Animal Diversity Web, disponível em animaldiversity.ummz.umich.edu, acessado em 15/03/2007

Roy, P.E. e Yanong, Y. Necropsy techniques for fish, Seminars in Avian and Exotic Pet Medicine, 12:89-105, 2003.

University of Louisiana at Lafayette, disponível em http://www.ucs.louisiana.edu/~rtb6933/shrimp/clean.html, acessado


em 18/03/2007.

University of Aberdeen, disponível em www.abdn.ac.uk, acessado em 18/03/2007

Teaching Resorse Center: TRC. disponível em


http://trc.ucdavis.edu/mjguinan/apc100/modules/Respiratory/gill/gill0/gill3.html, acessado em 18/03/2007.

New Brunswick, disponível em: new-brunswick.net/new-brunswick/sharks/parts.html, acessado em 15/03/2007.

Fish base: disponível em: www.fishbase.com, acessado em 16/03/2007

Mantel, L.H. The Biology of crustacea. Orlando: Academic Press, 1982- v.5, p.471.
Obrigado pela atenção

Você também pode gostar