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Os Lusíadas / Mensagem

notas para o estudo

• L. Camões / F. Pessoa
RENASCIMENTO - contextualização

• É um grande movimento de mudanças culturais, que atingiu as camadas


urbanas da Europa Ocidental entre os séculos XIV e XVI;

• É caracterizado pela retomada dos valores da cultura greco-romana, ou


seja, da cultura clássica.

• É um importante período de transição envolvendo as estruturas feudo


capitalistas.
RENASCIMENTO
• As bases desse movimento eram proporcionadas por uma
corrente filosófica reinante, o humanismo, que descartava a
escolástica medieval, até então predominante, e propunha o
retorno às virtudes da antiguidade.

• Platão, Aristóteles, Virgílio, Séneca e outros autores greco-


romanos começam a ser traduzidos e rapidamente difundidos.
RENASCIMENTO
«ISMOS» DO RENASCIMENTO

Assim como os gregos, os homens "modernos" valorizaram o Antropocentrismo:


"O homem é a medida de todas as coisas“ Protágoras
Humanismo: o entendimento do mundo passava a ser feito a partir da
importância do ser humano, o trabalho, as guerras, as transformações, os amores,
as contradições humanas tornaram-se objetos de preocupação, compreendidos
como produto da ação do homem.

Racionalismo: a convicção de que tudo pode ser explicado pela razão do homem e
pela ciência, a recusa em acreditar em qualquer coisa que não tenha sido
provada.
o Experimentalismo e a ciência conheceram grande desenvolvimento.
RENASCIMENTO

o Individualismo refletiu a emergência da burguesia e de novas relações de


trabalho. A ideia de que cada um é responsável pela condução de sua vida, a
possibilidade de fazer opções e de manifestar-se sobre diversos assuntos,
tomando decisões.
Hedonismo: calcado na visão do prazer e da felicidade como bens supremos, o
homem prega a busca pela satisfação material.
Heliocentrismo: Copérnico nega o centrismo da Terra.
Expansionismo: movimento de expansão marítima que teve como ponto alto
os Descobrimentos portugueses.
RENASCIMENTO
• Valores do Renascimento:

- Sociedade antropocêntrica,
- Otimismo do Homem face à sua Razão;
- Homem como criador do seu próprio destino;
- Valorização das letras, das artes e cultura greco latinas;
- Humanismo: afirmação e interesse pelo homem;
- Naturalismo: observação da Natureza, explicação dos seus
fenómenos e acesso aos seus segredos;
- a nível social: defesa de uma sociedade perfeita;
- Atitude religiosa: cristãos com uma atitude crítica quanto à
Igreja oficial; redescoberta da Bíblia e dos Evangelhos;

- nova mundividência.
Poema Épico / Os Lusíadas

• Características gerais
• Estrutura: externa e interna
OS LUSÍADAS
Luís de Camões
(1572)

Entre a estrutura da
obra
e as
reflexões de um poeta
Os Lusíadas, de Luís de Camões (1572)

Entre a estrutura da obra e as reflexões de um poeta

INTRODUÇÃO
Proposição (canto I : est. 1 a 3)
. anúncio do que o poeta se propõe cantar

Invocação
. às Tágides (canto I: est. 4 e 5)
. a Calíope (canto III: est. 1 e 2)
. às ninfas do Tejo e do Mondego (canto VII: est. 78 a 87)
. a Calíope (canto X: est. 8)

Dedicatória (a D. Sebastião)
. canto I: est. 6 a 18
. canto X: est. 146-156
Narração

Inicio da Consílio dos Batalha de Despedidas


Proposição Inês de Castro Adamastor Tempestade
narrativa Deuses Aljubarrota em Belém
Canto I (est.1-3) I (est.19) I (est.20-41) III (est.118-135) IV (est.28-45) IV (est.84-93) V (est-37-60) VI (est.70-92)
História de História de
Plano(s) Maravilhoso ou História de História de Mitológico e da
viagem Portugal e Portugal e
Narrativo(s) mitológico Portugal Portugal viagem
viagem viagem
Tropas
portuguesas e
Deuses: -Baco; Inês de castro, D. castelhanas, D. Vasco da gama e Vasco da gama e
Vasco da gama e
Povo luso/ Vasco da gama e -Júpiter; Afonso IV, Pedro, João I de Castela a sua armada, a sua armada,
Personagens a sua armada e
português a sua armada -Vénus; carrascos e filhos e de Portugal, gente da cidade ninfas, Baco,
Adamastor
-Marte. de Inês Nuno alvares e religiosos Vénus e ventos
pereira e
traidores
Batalha entre
Reunião dos
Portugal e
deuses para
In Media Res Morte de Inês de Castela. Tendo Partida das naus Dobrar o cabo da Tempestade e
Acção Proposta decidir o futuro
(viagem a meio) castro os portugueses para a índia boa esperança chegada á índia
dos portugueses,
saído
no Oriente
vencedores.
7 de Janeiro de 14 de Agosto de 8 de Julho de 22 de Novembro
Tempo 1497 1497 Maio de 1498
1355 1385 1497 de 1497
Oceano Índico,
Cabo da boa
Espaço ao lado de Olimpo Coimbra Aljubarrota Belém Calecut
esperança
Moçambique
Narrador(es) Poeta Vasco da gama Poeta Vasco da gama Vasco da gama Vasco da gama Vasco da gama Poeta
Narratário(s) Leitores Rei de Melinde Leitores Rei de Melinde Rei de Melinde Rei de Melinde Rei de Melinde Leitores
Exaltar a
coragem dos
Valorizar as
portugueses ao
Comover o leitor capacidades, do
Exaltar o valor Sofrimento ultrapassar o
Valor com a narração povo luso,
Sobrevalorizar o do povo luso, causado pelas obstáculo da
simbólico/ de uma história através dos
povo português enquanto viagens dos tempestade e ao
histórico de amor obstáculos e
guerreiros Descobrimentos descobrir o
contrariada perigos
caminho
ultrapassados
marítimo para a
índia
Tipologia do
mitológico lírico bélico Lírico e simbólico simbólico naturalista
episódio
Os Lusíadas, de Luís de Camões (1572)

Entre a estrutura da obra e as reflexões de um poeta

DESENVOLVIMENTO
Ação central (narrada pelo poeta-narrador) O destino profético
Alternância entre . Profecias de Júpiter (can-
tos I e II)
o plano da VIAGEM (grande feito)
. Profecias no Consílio dos
deuses marítimos (canto
o plano da MITOLOGIA (divinização) VI)
. Profecias na Ilha dos Amo-
res (canto X)
Ação secundária (encaixada na viagem e narrada
por Vasco da Gama): a HISTÓRIA DE PORTUGAL
. Canto III – centrado na primeira dinastia
. Canto IV – centrado nas origens da se- O destino profético
gunda dinastia (entre o vivido e o
. Canto V – centrado na história já passada imaginado)
. Sonho profético de D. Ma-
da viagem (Vasco da Gama
nuel (canto IV)
como narrador participante) . Maldição do Adamastor
(canto V)

CONSIDERAÇÕES DO POETA
Os Lusíadas, de Luís de Camões (1572)

Entre a estrutura da obra e as reflexões de um poeta

CONSIDERAÇÕES DO POETA
. Localizadas normalmente no final de cada canto
. Marcadas pela expressão lírica do poeta (género lírico no interior do
épico)
- marcas da primeira pessoa
- estilo da reflexão e da divagação (exclamações, interrogações, vocativos
suspensões…)
. Linhas temáticas diversificadas nas reflexões produzidas
- Canto I (est. 105-106): fragilidade da vida humana
- Canto V (est. 92-100): lamentação face ao desprezo pela poesia
- Canto VI (est. 95-99): reflexão sobre o valor da glória
- Canto VII (est. 78-87): queixas do poeta
- Canto VIII (est. 96-99): reflexão sobre o poder do ouro
- Canto IX (est. 88-95): exortação aos que aspiram à imortalidade
- Canto X (est. 145-146): lamento do poeta
Os Lusíadas, de Luís de Camões (1572)

Entre a estrutura da obra e as reflexões de um poeta

CONCLUSÃO

Consideração final do poeta(canto X: est. 145 a 146)


. lamento final
. notação disfórica no canto final (em contra-
ponto à euforia épica do feito conseguido, bem
como à alegórica divinização dos heróis)

Dedicatória final ao rei(canto X: est. 146 a 156)


. exortação ao rei
. apelo às futuras glórias
Mensagem
de
Fernando
Pessoa
Pintura de Rinoceronte

a estrutura
Mensagem de Fernando Pessoa
“Desejo ser um criador de
mitos, que é o mistério mais
alto que pode obrar alguém da
Humanidade.”
Fernando Pessoa,
Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação

“A criação de um Portugal
mítico foi um dos trabalhos da
vida de Pessoa ao longo de
muitos anos, e veio a
configurar-se no único livro de
poemas em português, que ele
publicou: Mensagem.”
Jorge de Sena, in “Persona”
Mensagem de Fernando Pessoa
 Escrita por Fernando
Pessoa, entre 1913 e 1934,
– num período de
crescente crise nacional.
 Publicada no dia 1 de
dezembro de 1934, no
aniversário da restauração
da independência.
 Única obra completa em
português, publicada em
vida do poeta.
Estrutura de Mensagem
Obra composta por 44 poemas,
apresentados numa estrutura tripartida.

Mensagem

1.ª parte 2.ª parte 3.ª parte


Brasão Mar Português O Encoberto
Significado da estrutura de Mensagem

?
O que significa
cada uma destas
três partes

Brasão
Mar Português
O Encoberto
Significado da estrutura de Mensagem
1.ª parte – “Brasão”
Brasão: a matriz, o símbolo, o emblema, o selo da pátria.

Nascimento da pátria

 Fundação da nacionalidade,
construção da pátria e do império.
 Poemas que aludem aos fundadores
e construtores, heróis lendários ou
históricos, convertidos em símbolos.
Significado da estrutura de Mensagem
1.ª parte – “Brasão”
Versos exemplares de poemas da 1.ª parte
- uma visão mítica da construção da pátria, do sonho e ânsia do império.

 “O mito é o nada que é tudo” (“Ulisses”)


 “Assim se Portugal formou” (“O Conde D. Henrique”)
 “A voz da terra ansiando pelo mar” (“D. Dinis”)
 “Humano ventre do Império” (“D. Filipa de Lencastre”)
 “Sem a loucura que é o homem?” (“D. Sebastião, Rei de Portugal”)
 “É excalibur, a ungida / Que o Rei Artur te deu” (“Nun’ Álvares Pereira”)
 “Tem aos pés o mar novo” (“O Infante D. Henrique”)
 “Braços cruzados, fita além do mar” (“D. João, O Segundo”)
Significado da estrutura de Mensagem
2.ª parte – “Mar Português”
Mar Português: sonhado e desvendado pelos heróis e nautas; português por direito.

Realização da pátria

 Apogeu da ação portuguesa dos


Descobrimentos.
 Poemas inspirados na ânsia do
Desconhecido e no heroísmo da luta
com o mar e seu desvendamento.
Significado da estrutura de Mensagem
2.ª parte – “Mar Português”
Versos exemplares de poemas da 2.ª parte
- a realização transcendente da concretização do impossível e da passagem dos
limites do Horizonte que fez português o mar.

 “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce” (“O Infante”)


 “Cumpriu-se o Mar (...) / Falta cumprir-se Portugal” (“O Infante”)
 “O sonho é ver as formas invisíveis / Da distância imprecisa” (“Horizonte”)
 “O mar sem fim é português” (“Padrão”)
 “Aqui ao leme sou mais do que eu: / Sou um Povo que quer o mar que é teu”
(“O Mostrengo”)
 “Tudo vale a pena / Se a alma não é pequena.” (“Mar Português”)
 “E outra vez conquistemos a Distância / Do mar ou outra” (“Prece”)
Significado da estrutura de Mensagem
3.ª parte – “O Encoberto”
O sonho encoberto, apagado no nevoeiro; a chama que é preciso reacender.

Morte da pátria Renascimento

 Morte das energias de Portugal.


 Poemas de afirmação do
sebastianismo.
 Apelo ao sonho e ânsia messiânica da
construção do Quinto Império.
Significado da estrutura de Mensagem
3.ª parte – “O Encoberto”
Versos exemplares de poemas da 3.ª parte
- só o sonho, a loucura, a “febre de Além” farão Portugal ressurgir do nevoeiro e procurar a
utopia do impossível, do Longe, da Distância, do Absoluto.

 “Ser descontente é ser homem” (“O Quinto Império”)


 “Quem vem viver a verdade / Que morreu D. Sebastião?” (“O Quinto Império”)
 “Que voz vem no som das ondas / Que não é a voz do mar? (“As Ilhas Afortunadas”)
 “Quando virás ó Encoberto, / Sonho das eras português?” (“Screvo meu livro...”)
 “É a busca de quem somos, na distância / De nós” (“Noite”)
 “Que jaz no abismo sob o mar que se ergue? /Nós, Portugal” (“Tormenta”)
 “Chamar Aquele que está dormindo / E foi outrora Senhor do Mar.” (“Antemanhã”)
 “Ó Portugal, hoje és nevoeiro...” (“Nevoeiro”)
 “É a Hora!” (“Nevoeiro”)
Significado da estrutura de Mensagem
Em síntese
 A estrutura da Mensagem representa um ciclo de nascimento, vida e morte da pátria.
 Mas esta morte não é definitiva, pois pressupõe um renascimento que será o novo império, futuro
e espiritual – o Quinto Império.
 Esse ciclo é visível na estrutura tripartida da obra – Brasão, Mar Português, O Encoberto.

2. Mar Português
Vida
Renascimento
Realização do império
do império
territorial sonhado
espiritual:
Quinto Império

1. Brasão 3. O Encoberto
Nascimento Morte
Os fundadores e Fim das energias
construtores do império do império
Estrutura de Mensagem

?
Que títulos têm
e como estão organizados
os poemas da
1.ª parte – “Brasão”
Estrutura de Mensagem
“Brasão” Poemas
Os Campos O dos Castelos
O das Quinas

Os Castelos Ulisses
Viriato
O Conde D. Henrique
D. Tareja
D. Afonso Henriques
D. Dinis
D. João I
D. Filipa de Lencastre

As Quinas D. Duarte, Rei de Portugal


D. Fernando, Infante de Portugal
D. Pedro, Regente de Portugal
D. João, Infante de Portugal
D. Sebastião, Rei de Portugal

A Coroa Nun’Álvares Pereira

O Timbre A cabeça do Grifo: O Infante D. Henrique


Uma asa do Grifo: D. João, O Segundo
A outra asa do Grifo: Afonso de Albuquerque
BRASÃO

I - Os Campos
II - Os Castellos
III - As Quinas
IV - A Coroa
V - O Timbre
BRASÃO

I - Os Campos:

I. O dos Castelos
II. O das Quinas
BRASÃO
II - Os Castellos:
I. Ulysses
II. Viriato
III. O Conde D. Henrique
IV. D. Tareja
V. D. Afonso Henriques
VI. D. Diniz
VII. (I) D. João o Primeiro
 (II) D. Philippa de Lencastre
BRASÃO
III - As Quinas:
I. D. Duarte, Rei de Portugal
II. D. Fernando, Infante de
Portugal
III. D. Pedro, Regente de
Portugal
IV. D. João, Infante de
Portugal
V. D. Sebastião, Rei de
Portugal
BRASÃO
IV - A Coroa:

Nun’Álvares Pereira
BRASÃO
V - O Timbre:
A Cabeça do Grypho:
O Infante D. Henrique

Uma Asa do Grypho:


D. João o Segundo

A outra Asa do Grypho:


Afonso de Albuquerque
Estrutura de Mensagem

?
Que títulos têm
e como estão organizados
os poemas da
2.ª parte – “Mar Português”
I – Os Campos
II – Os Castelos
Primeira Parte: III – As Quinas
BRASÃO IV – A Coroa
“Bellum sine Bello” V – O Timbre

Estrutura
Segunda Parte:
da MAR PORTUGUÊS
12 Poemas
Mensagem “Possessio Maris”
Estrutura de Mensagem
“Mar Português” não apresenta divisões temáticas.
Integra 12 poemas cujos títulos são clarificadores.

Poemas
O Infante
Horizonte
Padrão
O Mostrengo
Epitáfio de Bartolomeu Dias
Os Colombos
Ocidente
Fernão de Magalhães
Ascensão de Vasco da Gama
Mar Português
A Última Nau
Prece
O ENCOBERTO
I – Os Symbolos

II – Os Avisos

III – Os Tempos
O ENCOBERTO
I - Os Symbolos:
I. D. Sebastião
II. O Quinto Império*
III. O Desejado
IV. As Ilhas
Afortunadas*
V. O Encoberto
O ENCOBERTO
II - Os Avisos:
I. Bandarra*

II. António Vieira*

III. (Screvo meu livro à beira-mágoa)


O ENCOBERTO

III - Os Tempos:
I. Noite
II. Tormenta
III. Calma
IV. Antemanhã
V. Nevoeiro*
Estrutura de Mensagem

?
Que títulos têm
e como estão organizados
os poemas da
3.ª parte – “O Encoberto”
Estrutura de Mensagem

“O Encoberto” Poemas
Os Símbolos D. Sebastião
O Quinto Império
O Desejado
As Ilhas Afortunadas
O Encoberto

Os Avisos O Bandarra
António Vieira
Screvo meu livro à beira-mágoa

Os Tempos Noite
Tormenta
Calma
Antemanhã
Nevoeiro
Quinto Império
Bíblico
Sonho do rei da Babilónia…
“Ó rei, tu tiveste uma visão. Eis que uma
grande, uma enorme estátua se levantava diante
de ti; (...) tinha a cabeça de ouro fino, o peito e os
braços de prata, o ventre e as ancas de bronze, as
pernas de ferro, os pés metade de ferro e metade
de barro. (…) uma pedra se desprendeu da
montanha, e veio bater nos seus pés, e lhos
esmigalhou. (…) A pedra que tinha embatido
contra a estátua transformou-se numa alta
montanha, que encheu toda a terra.”
Dn 2, 31-35
Interpretação do sonho…
 Cabeça de oiro fino – Reino de Nabucodonosor;

 Peito e braços de prata – Reino menor que o anterior;

 Ventre e ancas de bronze – Reino dominante

 Pernas de ferro/pés metade de ferro, metade de argila –


Reino forte e frágil simultaneamente

 Pedra – Reino soberano e infinito


Padre António
Vieira
II. Os Avisos
Segundo: António Vieira

“Mas não, não é luar: é a luz do etéreo.


É um dia: e, no céu amplo de desejo,
A madrugada irreal do Quinto Império
Doira as margens do Tejo.”
Divisão dos impérios…
Império dos Assírios

Império dos Persas

Império dos Gregos

Império dos Romanos

Quinto Império - Português


Fernando Pessoa
“O Quinto Império […] parte […] do império
espiritual da Grécia, origem do que
espiritualmente somos. E, sendo esse o Primeiro
Império, o Segundo é o de Roma, o Terceiro o da
Cristandade, e o Quarto o da Europa […]. Aqui o
Quinto Império terá que ser outro que o inglês,
porque terá que ser de outra ordem. Nós o
atribuímos a Portugal, para quem o esperamos.”
Fernando Pessoa
Divisão dos impérios…
 Primeiro: Império Grego

Segundo: Império Romano

Terceiro: Império Cristão

Quarto: Império Europeu/ Inglês

Quinto: Império Português


Características…
 Critica ao conformismo

Apologia do sonho

Chegada de uma nova era

Purificação da humanidade

Satisfação dos desejos humanos


Sebastianismo & Quinto Império

“ Temos felizmente o mito Sebastianista


com raízes profundas no passado e na alma
portuguesa. Nosso trabalho é pois mais fácil;
não temos que criar um mito, senão que
renová-lo”
Fernando Pessoa
Sebastianismo & Quinto Império
Pessoa:

Encontrou
Adoptou Mito de D. Sebastião
Aprofundou
Transfigurou

Uniu-o Mito do Quinto Império


Sebastianismo & Quinto Império
Mito Sebastianista Mito do Quinto Império

Salvador

D. Sebastião Jesus Cristo

Salvação

Territorial Espiritual

Quando chegará

Numa manhã de nevoeiro Na noite deserta


I. Os Símbolos Eras sobre eras se somem
Segundo: O Quinto Império No tempo em que eras vem.
Ser descontente é ser homem.
“ Triste de quem vive em casa, Que as forças cegas se domem
Contente com o seu lar, Pela visão que a alma tem!
Sem que um sonho, no erguer de asa,
Faça até mais rubra a brasa E assim, passados os quatro
Da lareira a abandonar! Tempos do ser que sonhou,
A terra será teatro
Triste de quem é feliz! Do dia claro, que no atro
Vive porque a vida dura. Da erma noite começou.
Nada na alma lhe diz
Mais que a lição da raiz – Grécia, Roma, Cristandade,
Ter por vida a sepultura. Europa – os quatro se vão
Para onde vai toda a idade.
Quem vem viver a verdade
Que morreu D. Sebastião?”
Mitos e Símbolos

“Mensagem” é uma pequena fábula reveladora duma realidade invisível – a realidade


simbólica. Nela podemos encontrar símbolos numéricos com base na superstição (44
poemas, agrupados intencionalmente em blocos de 2, 7, 1, 3, 12 poemas), símbolos
herméticos (ordem dos Templários, ordem Rosa-Cruz e Maçonaria) e símbolos
unificadores.

EX. Símbolos numéricos:


1 – Totalidade, comunhão, transcendente
3 – As profecias realizam-se sempre três vezes
Símbolos unificadores:

Brasão – passado latente


Castelo – refugio e segurança
Quinas – chegada de Cristo, espiritualização
Coroa – perfeição e poder
Grifo – terra e céu, obra celeste e terrena
Mostrengo – desconhecido, lendas do mar, obstáculos a vencer
Nau – viagem
Noite – morte
Manha – luz, vida, felicidade
Nevoeiro – promessa de vida, indefinição
Etc.
 “E a nossa grande Raça partirá em busca de
uma Índia nova, que não existe no espaço,
em naus que são construídas «daquilo que
os sonhos são feitos». E o seu verdadeiro e
supremo destino, de que a obra dos
navegadores foi o obscuro e carnal
anterremedo, realizar-se-á divinamente”.
Fernando Pessoa, in “A Águia”
Oficina de escrita

A
Redija um texto expositivo de oitenta a cento e trinta palavras sobre a
relação que, na Mensagem de Fernando Pessoa, poderemos estabelecer
entre a temática do Sebastianismo e do Quinto Império e a estrutura
tripartida da obra.
Oficina de escrita

B
Num texto expositivo-argumentativo bem estruturado, de cem a duzentas
palavras, refira a relevância da estrutura de Mensagem na construção do
sentido desta obra de Fernando Pessoa.
Fundamente a sua opinião com argumentos decorrentes da sua
experiência de leitura da obra.
Exame Nacional de Português – 12.º ano, 2006

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