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André Luís

Erica
Erika
Michell Barbosa
Introdução
 A expressão displasia do desenvolvimento do quadril (DDQ) substituiu a luxação
congênita do quadril (LCQ) porque alguns quadris, aparentemente normais ao nascimento,
se tornam progressivamente subluxados ou luxados tardiamente.

 DDQ descreve o amplo espectro de alterações que atingem o quadril em crescimento,


desde a displasia até à luxação da articulação, passando pelos diferentes graus de
subluxação coxofemoral. Esta nova denominação é endossada pela AAOS – American
Academy of Orthopaedic Surgeons

 Denominamos “quadril instável” a articulação que se apresenta reduzida, na posição


anatômica, mas em que é possível provocarmos a subluxação, ou a luxação da articulação.
Definição
 DDP é uma anormalidade no tamanho, na morfologia, orientação
anatômica ou na organização da cabeça femoral, na cavidade acetabular ou
em ambos.
 A displasia acetabular acetábulo imaturo, com a cavidade rasa que pode
acarretar a subluxação ou a luxação da cabeça femoral.
 Na subluxação do quadril, a cabeça femoral está deslocada, mas ainda
mantém algum contato com a cavidade acetabular.
 Na luxação do quadril não ocorre nenhum contato entre a cabeça femoral
e a cavidade acetabular.
 Luxação teratológica – É produzida nos primeiros meses da vida
intrauterina e ao nascimento reconheceremos não só a luxação como
existirão alterações morfológicas .
Epidemiologia
 1 em 1.000 recém-nascidos poderá nascer com o
quadril luxado e cerca de 10 em 1.000 com o quadril
subluxado (instável).1:50 crianças algum achado
associado com DDQ
 O quadril esquerdo é o mais afetado (60%), Mais
comum em meninas (1 : 600 em meninas e 1 : 4000
meninos)
 Raro em negros africanos e chineses
Etiologia
 Multifatorial e influenciada por fatores hormonais e genéticos

 Fatores predisponentes:
 Frouxidão ligamentar (hormônio materno no parto estrogênio, progesterona e relaxina)
 Posicionamento intrauterina (flexão aguda e adução do quadril exageradas), pós-natal
 Predileção racial
 Excessiva anteversão femoral
 Alterações acetabulares (anteversão, defeito na borda póstero-superior)
 Wynne-Davies: hereditariedade da frouxidão é 1 dos 2 principais mecanismos para a
herança de DDQ
Posicionamento Pré e Pós-Natal
 16% das crianças com DDQ nasceram em apresentação
pélvica
 Tipo de parto não altera o risco
 Primeiro parto e oligodrâmnio aumenta incidência DDQ
 Outras alterações posturais associadas (torcicolo e
metatarso varo, plagiocefalia, calcâneo varo) reforça teoria
 Posicionamento pós-natal:
 RN em posição com quadril estendido aumenta muito
risco de DDQ
Fisiopatologia
 Desenvolvimento do quadril inicia-se na 7ª semana
 Cartilagens acetabular e femoral formadas com 11 semanas
 Forma acetabular completa: 8 anos
 Núcleo de ossificação da cabeça femoral aparece entre 4º-7º mês
 Ao nascimento o quadril instável (subluxado)podem reduzir espontaneamente e
ficam normais, enquanto outros permanecem luxados e alterações secundárias
ocorrem.
Neonatos (0-6 meses)
Diagnostico: Ortolani ou Barlow + alterações morfológicas ao US

 Teste de Barlow: tenta deslocar a cabeça de dentro do acetábulo


 Quadril aduzido e força axial p/ deslocar posteriormente
 Se positivo sente o deslocamento.
 Teste Ortolani: tenta reduzir o quadril deslocado
 Segura a coxa entre o polegar e o indicador com o 4º e 5º dedos levanta o trocanter
maior e abduz o quadril
 Se positivo a cabeça femoral desliza p/ o acetábulo com delicado click que é palpável e
não audível
 US e Rx ( > 6 m) em pacientes com fator de risco
Teste de Barlow Teste de Ortolani
Instabilidade
Infância (6-12 meses)
 2 e 3 m outros sinais DDQ aparecem (progressão gradual)
 DDQ não atrasa a marcha
 Marcha com apoio nos dedos (encurtamento lado afetado)

1. Limitação abdução
 Sinal mais confiável de luxação do quadril
 Primeiro movimento perdido
2. Encurtamento da coxa
3. Assimetria das pregas (Peter Bade)
 Mais pregas do lado afetado (encurtamento)
4. Teste de Klisic (útil p/ luxação bilateral)
 3º dedo no trocânter maior e o 2º dedo na EIAS
 Linha imaginária unido as pontas dos dedos deve apontar
p/ o umbigo
Radiografia
 Incidência de Von Rosen:
 Gota de lágrima:
 Se aparece até 6m pós redução resultado
melhor
 Incidência falso perfil (Lequesne): perfil do
acetábulo
 Útil p/ displasia anterior do acetábulo

• Tríade de Putti

1. Ectopia da extremidade proximal do fêmur


2. Hipoplasia ou ausência do núcleo da cabeça
3. Aumento da inclinação do teto acetabular (aumento do índice acetabular)
USG e Ressonância
 Bom para anatomia e relações entre cabeça femoral e
acetábulo
 Detecção de anormalidades do quadril neonatal
 Usar com critérios (evitar sobretratamento)
 Melhor que Rx

 RESSONÂNCIA
 Excelente visualização
 Desvantagens (Cara)
 Necessita sedação

 Outros exames: Artografia (em desuso) e Artroscopia


Suspensório de Pavlik
Tratamento

 Método preferido para NEONATOS


 Indicação:
 Quadril deslocado que pode ser reduzido (sinal de
Ortolani +)
 Quadril que pode ser luxado (sinal de Barlow +)
 Iniciar no momento do diagnóstico
 97% sucesso no tipo III e 50% no tipo IV
Suspensório de Pavlik
Tratamento: 6 meses-2 anos
 Como usar:
 Colocar faixa do tórax logo abaixo da linha mamilar
 Pés nos estribos
 Quadris em flexão de 120°
 Permitir abdução dos quadris pela gravidade, não forçar pelas tira posterior
 Se forçar pode ter NAV cabeça femoral

 Hiperflexão pode causar paralisia do n. femoral e luxação inferior do quadril


 Retornos semanais
 US com 3 sem de tratamento e avaliar redução
 manter suspensório por mais 3 a 6 sem
Pavlik – Complicações
Problemas e Complicações Causas Prováveis
Falha na redução (~15%) Flexão insuficiente
Interposição de partes moles
Mau uso
Necrose avascular Abdução exagerada
Desenvolvimento acetabular retardado Adutores tensos
Interposição de partes moles
Hipotonia
Lesão do nervo femoral Flexão exagerada
Uso excessivo
Doença de Pavlik Iatrogenia
Tratamento: Tração fechada
6 meses-2 anos
 Obter e manter redução do quadril sem dano a cabeça femoral
 Não se deve esperar para tratar até o núcleo de ossificação da cabeça aparecer
 2 métodos principais: REDUÇÃO fechada e aberta ambos precedidos por
TRAÇÃO
Tratamento: 6m-2anos
 Gesso:
 Quadril em flexão > 90°,
 Abdução suficiente p/ manter
redução
 Durante 6 sem
 RX
 Depois gesso mais 6 sem e repete
mais uma vez
 Total de 18 sem
Tratamento: > 3anos
 Cirurgico (Pemberton, Salter e Steele)
 Redução aberta
 Encurtamento femoral é essencial
 Maior chance de necessidade de osteotomia de
 Luxações unilaterais tentar redução até 9 ou 10 anos
 Luxações bilaterais tentar até os 8 anos

Complicações
 NAV: Necrose avascular, Pressão excessiva por tempo longo na cabeça femoral
 Fechamento porção LATERAL da fise => VALGO
 Redução indequada e reluxação (após redução aberta ou fechada)
 Displasia acetabular residual:
 Acetábulo raso e inclinado mesmo com cabeça femoral no lugar
Pé torto congênito
Introdução
 Pé torto congênito (PTC) é deformidade complexa caracterizada por, eqüino do retropé,
varo (ou inversão) da articulação subtalar, cavo por flexão plantar do antepé e adução
do mediopé e do antepé.
 O Calcâneo equino hipoplásico
 Em casos unilaterais, o tendão aquilino esta tenso, deve se examinar outros setores
pois a incidência de displasia do quadril, torcicolo congênito e hérnia inguinal

 Pode ser classificado em três formas:


 Postural: flexível e corrige com a manipulação ou trocas de gesso para correção.
 Idiopático: rígidas, não corrigem com a manipulação.
 Teratológico: rigidez associado a com outras síndromes com alto índice de recidivas e
de difícil correção.
Epidemiologia e Etiologia
 O PTC apresenta ampla variação conforme a raça, sendo de 0,93 a 1,5 para cada
1.000 nascidos vivos da cor branca e de até 6,8 para cada 1.000 nascidos vivos
polinésios.
 O sexo masculino é duas vezes mais afetado. O envolvimento é bilateral na metade
dos casos e, quando unilateral, é mais freqüente à direita.

 Etiologia
 Posição intrauterina do feto, compressão mecânica intrauterinas
(oligodraminia); infecções virais; deficiências vasculares; alterações musculares;
alterações neurológicas; defeito no desenvolvimento das estruturas ósseas.
 Parada no desenvolvimento, impediria o curso normal de correção espontânea
da deformidade entre a oitava e a 10a semanas após a concepção
Pé torto congênito
Anatomia patológica
 Estudos sugerem uma íntima relação entre os movimentos das articulações subtalar e
mediotársica, formando uma articulação única (talocalcâneo-navicular),formado pela
articulação subtalar, pela mediotársica excluindo o calcâneo-cubóide, e pelo ligamento
calcâneo-navicular plantar. Embora o calcâneo e o navicular não se articulem
diretamente eles se movem como uma unidade devido aos seus fortes ligamentos.

 Durante a flexão dorsal e a flexão plantar verificam-se movimentos ao nível do tornozelo


e da articulação talocalcâneo-navicular, onde ocorre a flexão plantar, o antepé supina e o
calcâneo variza. Na flexão dorsal o pé prona (o navicular gira lateralmente em relação à
cabeça do talo) e o calcâneo valgiza.
Diagnóstico
• Equinismo e varismo do retro pé

• Adução e supinação do médio e ante pé

• Cavismo: arco plantar acentuado

• Calcâneo hipoplásico
Diagnóstico
Radiogradia Ultrassonografia
Tratamento conservador
Método de Ponseti
 Gesso seriado semanais, em geral em casos teratológicos, com correções semanais e
progressivas.
 Feito nos primeiros dias de vida; aproveitando a plasticidade biológica da criança
 Gesso das coxas aos dedos , ainda no berçário ou a partir do 15° dia do nascimento
 Correção do cavo por meio de supinação e rotação externa do pé, alinhando o antepé
com o retropé. Duração de 6 a 10 semanas, dependendo da rigidez do pé.
 A Correção é gradual e progressiva, depois de obtida correção do cavo e do aduto,
realizar a tenotomia do calcâneo.
Tratamento conservador
Método de Ponseti
PÉ TORTO CONGÊNITO
TRATAMENTO CIRÚRGICO

 O tratamento cirúrgico recomendado em recidiva ou que não


respondam ao tratamento conservador, a técnica atua nas
partes moles buscando liberando as contraturas.

 Nos pés mais rígidos as liberações são postero- medio-lateral


são mais extensas.

 A imobilização é mantida por 3 meses


Tratamento fisioterápico e órtese
 Deve ser iniciado logo após o nascimento
 Os objetivos são :
 Correção das deformidades; Manter o aspecto anatômico normal e corrigido;
Promover a mobilidade funcional; Auxiliar o paciente para que tenha inicio da
marcha na idade normal.
 A órtese é indicado para manter a correção obtida com os outros recursos. São botas
presas com uma barra transversa. As pernas são mantidas em rotação externa e os pés
em eversão e flexão dorsal, nos primeiro quatro meses a bota é utilizada 23horas do dia
 Até os quatro ano mantém-se ate 14 horas diárias visando reduzir as recividas que
podem ocorrer.
Tratamento fisioterápico e órtese
Órtese Fisioterapia
Bibliografia
 COHEN, Moisés. Tratado de Ortopedia. 1.ed. São Paulo: Roca, 2007.
 Comissão de Educação Continuada da Sociedade Brasileira de Ortopedia e
 Luciane Zanusso Pagnossim, Augusto Frederico S. Schmidt, Joaquim Murray
Bustorff-Silva, Sérgio Tadeu M. Marba, Lourenço Sbragia
 PÉ TORTO CONGÊNITO. Maranho DA , Volpon JB.. Acta Ortop Bras. [online].
2011;19(3):163-9. Disponível em URL: http://www.scielo.br/aob.
 SIZINIO, Herbert. Ortopedia e Traumatologia: princípios e prática. 4.ed. Porto
Alegre: Artmed, 2009.
 Tratamiento del pie equino varo aducto mediante la Incisión tipo Cincinnati en
hospital para el Niño Poblano. JACR Arroyo, NM Urbalejo - Acta Ortopédica
Mexicana, 2006 - medigraphic.com
 Traumatologia. Manual de Trauma Ortopédico. São Paulo: SBOT, 2011.
OBRIGADO!

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